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PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA AVALIAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PORTUGUESAS: UM CONTRIBUTO PARA A SUA DEFINIÇÃO Coordenação: Sónia Cardoso Elementos Participantes: Alberto Amaral, Cláudia Sarrico, Orlanda Tavares e Maria de Lurdes Machado Gabinete de Estudos e Avaliação da A3ES

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Page 1: PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA AVALIAÇÃO DAS … · pedagógicas”,“objectivosda avaliação”e “relatóriode auto-avaliação ... base nas tendências e exemplos europeus

PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA AVALIAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

PORTUGUESAS: UM CONTRIBUTO PARA A SUA DEFINIÇÃO

Coordenação: Sónia Cardoso

Elementos Participantes: Alberto Amaral, Cláudia Sarrico, Orlanda Tavares e Maria de Lurdes Machado

Gabinete de Estudos e Avaliação da A3ES

Page 2: PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES NA AVALIAÇÃO DAS … · pedagógicas”,“objectivosda avaliação”e “relatóriode auto-avaliação ... base nas tendências e exemplos europeus

Tópicos a desenvolver:

Objectivo do estudo;

Questões orientadoras;

Metodologia;

Modelo proposto para a participação dos estudantes.

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Participação dos estudantes: dimensão distintiva da maioria dos sistemas de

avaliação europeus.

Assunção de formas variadas, tanto na implementação interna (ao nível das

IES), como na implementação externa (ao nível do sistema) da avaliação.

Embora Portugal não constitua excepção → participação dos estudantes ainda

não totalmente delimitada.

Proposta de delimitação (modelo) das formas de participação dosestudantes portugueses nos processos de avaliação promovidos pela A3ES,tendo como pano de fundo a sua discussão e o alcance de consenso sobreas mesmas.

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Onde integrar os estudantes? Ou, em que processos da implementação

da avaliação podem os estudantes ser integrados?

Que estudantes integrar? Ou, que estudantes seleccionar e de acordo

com que critérios?

Como fazer participar os estudantes? Ou, que estratégias de informação

e formação accionar com vista a tornar mais efectiva a participação dos

estudantes?

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Análise comparativa de modelos europeus de participação dos estudantes

na avaliação.

Análise documental: boas práticas e experiências de vários países

europeus - Bélgica, Suíça, Alemanha, Escócia, Espanha (Catalunha), e

Países Nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia).

Justificação: Constrangimentos temporais; acesso a informação;

pressuposto de que a realidade dos referidos países espelha cenário

europeu.

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1. Participação dos Estudantes na Implementação Interna da Avaliação

Dada a sua autonomia, IES devem decidir sobre os modos pelos quais

promovem a participação dos estudantes no desenvolvimento, quer da

auto-avaliação, quer nas reuniões com as CAEs.

Porém, recomenda-se que as IES:

Explicitem os procedimentos seguidos com vista a essa promoção(relatório de auto-avaliação);

Se orientem pelo conjunto de sugestões tecidas neste trabalho, comvista a incrementar a definição da participação dos estudantes naimplementação interna da avaliação.

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1. 1. Participação na Auto-Avaliação

Estudantes dos conselhos pedagógicos e associações de estudantes:

1. Inclusão nos grupos institucionais incumbidos do desenvolvimento da

auto-avaliação, seguindo critérios definidos pelas próprias IES;

2. Colaboração na redacção do relatório de auto-avaliação (com carácter

mais ‘consultivo’ ou mais ‘efectivo’);

3. Estratégias institucionais de mobilização dos estudantes: mecanismos

(simbólicos) de reconhecimento e recompensa (certificado);

informação e consciencialização dos estudantes sobre a auto-

avaliação (discussões).

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1. 1. Participação na Auto-Avaliação

Resposta aos inquéritos pedagógicos:

• Chamada de atenção para a frequentemente baixa taxa de resposta dos

estudantes e concomitante necessidade de definição de estratégias

institucionais para minimizar efeitos negativos daí decorrentes.

• Recurso a formas alternativas de recolha de informação: auscultação das

comissões de curso (estruturas similares) pelos grupos de auto-avaliação;

discussão conjunta do relatório de auto-avaliação; inclusão de tópicos

específicos no guião de auto-avaliação.

• Iniciativas diversas com vista à discussão, informação e sensibilização da

população estudantil sobre a auto-avaliação.

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1. 2. Participação nas Reuniões com as CAEs:

(i) Duração e timing:

±1 hora, antes, ou depois, das reuniões com os demais gruposinstitucionais, dependendo do objectivo (orientação das, ou termo decomparação para estas reuniões).

(ii) Grupos de estudantes:

Estudantes de todos os anos curriculares e ciclos (1º, 2º e 3º) de ummesmo curso, com e sem pertença aos órgãos institucionais e àsassociações de estudantes/académicas.

Estudantes do 1º ano, dos diferentes ciclos (1º, 2º e 3º) e com diferentesexperiências de participação nos órgãos institucionais e nas associaçõesacadémicas/estudantes, entrevistados separadamente, por forma agarantir e promover liberdade de expressão.

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(iii) Temas ou conteúdos a abordar:

“(I)nserção no ciclo de estudos”, “processo de ensino/aprendizagem”,“funcionamento do ciclo de estudos”, “envolvimento nas estruturaspedagógicas”, “objectivos da avaliação” e “relatório de auto-avaliação”(A3ES 2009: 10).

Temas propostos para integrar o guião de auto-avaliação, assim como: amotivação para a escolha do curso; os apoios sociais de que beneficiam; asexpectativas sobre inserção profissional futura; e as aspirações face aosobjectivos da avaliação do ciclo de estudos/IES.

Estudantes dos órgãos institucionais e das associações académicas:questões políticas, relacionadas com o papel da avaliação, ou aparticipação dos estudantes na definição de estratégias institucionais demelhoria e garantia da qualidade dos ciclos de estudo.

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(ii) Selecção, recrutamento, formação e ‘gratificação’:

Número de estudantes a entrevistar entre um mínimo de 6 e um máximode 12.

Critérios de representatividade em termos de idade e género, anoscurriculares e ciclos frequentados, condição face à frequência do curso(estudante ‘ordinário’, trabalhador) e face aos órgãos institucionais eassociações académicas/estudantes.

3 possibilidades de selecção:

1. Pela A3ES, com a colaboração da IES (listagem de estudantes);

2. Pelos estudantes (eleição de representantes);

3. Apenas os estudantes dos conselhos pedagógicos das unidadesorgânicas ou das comissões de curso (estruturas similares) →problemas de representatividade.

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(ii) Selecção, recrutamento, formação e ‘gratificação’ (cont.)

Divulgação dos resultados da selecção até 2 semanas antes da reunião dos

estudantes com as CAEs, por forma a facilitar a sua preparação (leitura do

relatório de auto-avaliação e sua discussão).

Recompensa da participação dos estudantes (por exemplo, através de um

certificado).

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2. Participação dos Estudantes na Implementação Externa da Avaliação

Conjunto de sugestões relativas à integração dos estudantes nas CAEs e àsua contemplação pelo actual sistema de avaliação e acreditação, combase nas tendências e exemplos europeus.

Exercício experimental de integração dos estudantes nas CAEs:

o IES manifestam disponibilidade para participar no exercício, noseguimento de repto lançado pela A3ES;

o Selecção, recrutamento, formação dos estudantes e concretização dasua participação enquanto membros das CAEs;

o Com base nos resultados do exercício, a A3ES pondera sobreviabilidade de formalizar a integração dos estudantes.

Princípio subjacente: estudantes enquanto membros de pleno direito dasCAEs, gozando dos mesmos direitos e deveres dos seus demais membros.

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(i) Funções e actuação dos estudantes:

Realização da quase totalidade das funções inerentes aos restantesmembros das CAEs (excepto Presidente e Secretário/a):

o Apreciações sobre os ciclos de estudo orientadas pelo Guião deAvaliação Externa;

o Preparação e realização da visita das CAEs às IES;

o Contributo para a redacção do relatório de avaliação externa.

Numa 1ª fase, as apreciações dos estudantes devem cingir-se a itensespecíficos do Guião, sendo posteriormente alargadas, caso a suaintegração nas CAEs venha a ser formalizada.

Orientação da conduta dos estudantes pelo Código de Ética que rege,actualmente, a conduta dos membros das CAEs.

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(ii) Selecção e recrutamento:

Da competência da A3ES, com base: na formação e adequação do perfildos estudantes às funções a desempenhar enquanto avaliadores externos;na sua ‘independência’ face ao ciclo de estudos avaliado; e na sua não‘instrumentalização’ política;

Critérios de selecção:

• Frequência de um ciclo de estudos (ao nível da graduação ou pós-graduação) pertencente à mesma área científica do ciclo de estudos emavaliação;

• Experiência acumulada em termos da participação na implementaçãode processos (nacionais ou internacionais) de avaliação externa(promovida pelas agências) e, inclusive, interna (sistemas internos degarantia da qualidade);

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Critérios de selecção (cont.):

• Experiência acumulada em termos da participação nos órgãosinstitucionais e/ou pedagógicos, bem como ao nível da representaçãoassociativa (associações académica, de estudantes, sociedade civil,etc.);

• Experiência acumulada em termos da participação em acções(nacionais ou internacionais) de formação no domínio da avaliação;

• Conjunto alargado de competências, abrangendo desde a capacidadeanalítica, ou a proficiência da língua inglesa, até à capacidade decomunicação verbal e escrita;

• Disponibilidade para o exercício das funções e actividades avaliativasinerentes às CAEs.

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Procedimentos de recrutamento:

• 1º momento: a A3ES publicita, junto das IES, a abertura decandidaturas para integrar as CAEs, tornando, também, explícitos oscritérios de selecção dos candidatos;

• 2º momento: a A3ES selecciona os estudantes que irão frequentar aacção de formação especialmente concebida e dirigida aos estudantes‘avaliadores’;

• 3º momento: a A3ES constitui uma ‘bolsa’ de estudantes a partir daqual, e consoante as necessidades, são seleccionados aqueles aintegrar as CAEs, num ratio de um estudante por cada comissão.

Com o objectivo de mobilizar os estudantes para a integração das CAEs →estratégias de informação (A3ES e IES) sobre a avaliação (geral) e avaliaçãoexterna (particular) (e.g., facilitação do acesso a documentação epromoção de discussões).

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(iii) Formação dos estudantes:

Frequência de acção de formação definida (duração, local, conteúdo) epromovida pela A3ES;

Temas a abordar:

• Legislação e padrões relevantes relativos à avaliação da qualidade;

• Sistema nacional de ES e a actividade das IES;

• Sistema de avaliação da qualidade e os diferentes processos eprocedimentos que emolduram a sua implementação;

• Funções, responsabilidades, competências, normas de conduta eprincípios éticos que regem a actividade das CAEs.

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Acompanhamento continuado dos estudantes pela A3ES:

o Realização de reuniões periódicas, com vista a discutir as principais

dificuldades e problemas sentidos no exercício da actividade de avaliador

externo, bem como a propiciar a identificação de soluções e boas práticas;

o Apoio sistemático dos estudantes, fornecendo, sempre que possível, um

retorno sobre a ‘qualidade’ do seu trabalho;

o Propiciar, aos estudantes, a oportunidade de acompanharem a

implementação de outros exercícios de avaliação, de modo desenvolverem

competências mais práticas, necessárias à sua participação nas visitas às

IES;

o Criação de uma rede de estudantes com experiência de participação nas

comissões externas de avaliação, com o objectivo de promover a partilha

de conhecimentos e práticas.

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(iv) Estatuto do Estudante Avaliador

1. Inerente à frequência da acção de formação:

o Sem avaliação final: envolvimento do estudante reconhecido através decertificado.

o Com avaliação final: envolvimento gratificado com créditos ECTS(sempre após negociação com as IES e verificação de critérios de cargade trabalho semelhantes aos adoptados nos ciclos de estudos).

2. Inerente à participação efectiva enquanto membros das CAEs:

o Decorrente da assunção dos estudantes como membros de plenodireito das CAEs: recompensa financeira (honorários equivalentes aosdos restantes membros);

o Reconhecimento no suplemento ao diploma;

o Estatuto de ‘estudante avaliador’ equivalente ao de dirigenteassociativo.

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