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Parte III Fauna

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Parte III

Fauna

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Invertebradosda Caatinga

Carlos Roberto Ferreira BrandãoMuseu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Christiane Izume Yamamoto Estação Ciências, Universidade de São Paulo

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INTRODUÇÃO

Para produzir uma primeira síntesesobre o estado do conhecimento da faunade invertebrados da Caatinga, foramlevantados os especialistas com experiênciaem trabalhos faunísticos com invertebradosda Caatinga, na sua maioria taxonomistas,citados em diversas fontes e indicados porcolegas. Entre janeiro e fevereiro de 2000foram feitos contatos com esses possíveisinformadores, por meio do envio demensagens eletrônicas.

A essas primeiras informações foramadicionadas outras obtidas a partir daconsulta à literatura pertinente ao assunto,incluindo dados de páginas eletrônicas(Brandão et al. 1998) e de relatóriosresultantes de diagnósticos recentes (Guedes1998). Em especial, diversos dados foramretirados de um relatório ainda não publicado(Brandão et al. 2000), resultante de umdiagnóstico em andamento, sobre oconhecimento atual a respeito dosinvertebrados das diversas regiões brasileiras,patrocinado pelo PNUD/MMA, e de umdiagnóstico já concluído, e divulgadoeletronicamente, sobre as principais coleçõeszoológicas brasileiras (Brandão et al. 1998).

A grande maioria dos pesquisadoresconsultados e as informações retiradas daliteratura, indicam a Caatinga como oambiente menos conhecido para todos osgrupos de invertebrados.

As localidades citadas no banco dedados de espécies raras de invertebradossão as únicas sobre as quais se dispõe deinformação confiável, não significando quenão existam outras localidades quetambém apresentem alto grau deendemismo, como sugerido por algunspesquisadores. As informações obtidas,para cada grupo de invertebrados, estãorelacionadas abaixo.

ESTADO ATUAL DO CONHECIMENTODA FAUNA DE INVERTEBRADOS DOBIOMA CAATINGA

ANELLIDAOLIGOCHAETA

Segundo o Dr. Gilberto Righi (recen-temente falecido), não estão registradascoletas ou quaisquer informações sobre osanelídeos oligoquetos da Caatinga. Apesarde não existir nenhuma espécie conhecidapara a Caatinga, ele estimava a ocorrênciade 15 a 20 espécies para o bioma. Para aregião Nordeste, que foi avaliada como malconhecida e com poucas coletas (Brandãoet al. 2000), ele cita cerca de 10 a 20espécies conhecidas, de um total estimadode 100 a 200 espécies.

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ARTHROPODAMYRIAPODA

Irene Knysak, do Instituto Butantan,classificou como �nenhum� o grau decoleta e de conhecimento sobre o biomaCaatinga, e como �ruim� o grau de coletae de conhecimento sobre a região Nordeste(Brandão et al. 2000).

ARACHNIDAACARI

O Dr. Gilberto Moraes (com. pess.)coletou ácaros em Petrolina, PE, centro daCaatinga, entre os anos de 1978 e 1988,tendo formado uma boa coleção de ácarosda Caatinga e de áreas irrigadas da região.Essa coleção gerou algumas publicaçõessobre ácaros predadores e fitófagos e emparte está depositada no CPATSA (Centrode Pesquisa do Trópico Semi-árido) daEmbrapa, em Petrolina. Essa instituiçãotambém possui uma coleção muitorepresentativa de insetos da região.

ARANEAE

Não existem coletas e informaçõessobre aranhas da Caatinga. A regiãoNordeste, como um todo, apresenta grausde coleta e de conhecimento ruins, segundoAntônio Brescovit (Brandão et al. 2000).

ARANEAEMYGALOMORPHAE

A maior coleção de aranhasMygalomorphae (Arachnida, Araneae), comaproximadamente 10.000 espécimes, estádepositada no Instituto Butantan, e apenasentre 0,5% a 1,0% (50 a 100 exemplares)são provenientes de áreas de caatinga,sendo que parte das espécies ocorre emremanescentes de mata. A espécie maisrepresentada é Acanthoscurria natalensis(Theraphosidae), que ocorre também emáreas de cerrado no Nordeste. SegundoRogério Bertani, pouquíssimos exemplaresde outras famílias (Actinopodidae, Idiopidaee Dipluridae) estão depositados na coleçãodo Instituto Butantan.

O grau de coleta e de conhecimentopara a Caatinga foi classificado como�nenhum� (com uma estimativa de 30 a 40

espécies conhecidas para um total de 60 a80), e para a região Nordeste como �ruim�(com uma estimativa de 30 a 40 espéciesconhecidas para um total de 60 a 120espécies para a região) (Brandão et al. 2000).

Bertani indicou o estudante MarceloPeres, do Laboratório de AnimaisPeçonhentos da Universidade Federal daBahia, como possível informador adicionalsobre caranguejeiras da Caatinga.

OPILIONES

Segundo o Dr. Ricardo Pinto daRocha, �os opiliões foram muitíssimo malcoletados na Caatinga e nada pode ser ditopara esse ambiente�.

INSECTACOLLEMBOLA

Segundo Douglas Zeppelini nãoexistem informações sobre colêmbolos daCaatinga. Zeppelini indicou a Dra. CleideMendonça, do Museu Nacional do Rio deJaneiro, para mais informações.

ODONATA

O Dr. Alcimar Carvalho, especialistaem Odonata, nunca trabalhou em áreas decaatinga, mas informou que a coleção doMuseu Nacional do Rio de Janeiro abrigamaterial de muitas coletas em caatingas eambientes áridos, sugerindo o nome daProfa. Janira M. Costa para maisinformações. O grau de coleta econhecimento de Odonata para o biomaCaatinga e região Nordeste foi considerado�ruim�, sem estimativas de riqueza deespécies (Brandão et al. 2000).

A Profa. Janira M. Costa, uma dasresponsáveis pela coleção entomológica doMuseu Nacional do Rio de Janeiro, mencionaque seria necessário fazer um levantamentoda coleção de Odonata do Museu, pois amaioria dos rótulos não cita o bioma.

ORTHOPTERA

A coleção do Museu Nacional do Riode Janeiro possui uma significativaamostragem de gafanhotos da Caatinga,devido às expedições periódicas ao nortedo estado de Minas Gerais e sul da Bahia,

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realizadas pela equipe do Departamento deEntomologia. Segundo Cristiane Pujol, oMuseu possui também coleções deColeoptera e Lepidoptera, entre outras.

Solicitamos, ainda, informações àDra. Alba Bentos P., da Universidad delUruguay, que vem trabalhando com afauna brasileira de Orthoptera e estevevisitando o Museu de Zoologia da USPrecentemente. Segundo ela, essa coleçãoinclui pouquíssimos exemplares coletadosna Caatinga.

ISOPTERA

A curadora de Isoptera do Museu deZoologia da USP, Dra. Eliana M. Cancello,incluiu material de cupins da Caatingacoletado em suas viagens ao Nordestebrasileiro. Atualmente a coleção conta comcerca de 1.600 amostras do Nordestedeterminadas até gênero e cerca de 800amostras determinadas até espécie, entrecerca de 14.000 amostras de cupins dacoleção do Museu de Zoologia.

Coletas realizadas na mata de cipóem Mucugê, na Bahia, podem indicar umelevado endemismo da fauna de cupins(Cancello 1994).

O Dr. Adelmar G. Bandeira, daUniversidade Federal da Paraíba, informouque �o Nordeste é a região do Brasil quepossui a fauna de cupins menos conhecida,em virtude dos pouquíssimos estudosrealizados� (Bandeira & Vasconcelos, noprelo). Apenas 28 espécies descritas decupins foram registradas para a região, semnenhum registro para o estado de Alagoas,por exemplo.

COLEOPTERA

Segundo o Dr. Sergio Vanin, doInstituto de Biociências da USP (com. pess.e Brandão et al. 2000), não há muitainformação específica sobre a fauna debesouros da Caatinga, que é a menosrepresentada nas coleções. O pesquisadorafirma também que seria de grandeimportância realizar coletas nesse bioma,e que não existe praticamente nada sobreo Nordeste brasileiro.

COLEOPTERACERAMBYCIDAE

Segundo Ubirajara Martins de Souza,do Museu de Zoologia da USP não háinformação ou coletas de besouroscerambicídeos no bioma Caatinga(Brandão et al. 2000). O grau de coleta econhecimento sobre a região Nordeste foiconsiderado ruim.

LEPIDOPTERA

O Dr. Keith Brown possui informaçãosobre os lepidópteros da Caatingareferentes à região da divisa entre MinasGerais e Bahia, e interior de Pernambuco.Entretanto, esse pesquisador acredita queessas informações não serão úteis paraenriquecer os padrões e recomendaçõespara o presente trabalho.

O Prof. Vitor Becker informou que,com relação aos lepidópteros, �a Caatingaé a grande lacuna em todas as coleções�.Becker realizou coletas na região de Jequié,BA, obtendo, segundo ele, resultadossurpreendentes: uma diversidade baixa,mas com elevado percentual deendemismo e de espécies não descritas.O pesquisador também relata que�O material coletado indica que a faunaestá relacionada com aquelas de outrasregiões secas do continente. Algumas dasespécies (não descritas) pertencem agêneros anteriormente somente (co-nhecidos) das áreas secas do Golfo doMéxico e das Antilhas�.

DIPTERA

O Dr. Dalton de Souza Amorim,da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letrasde Ribeirão Preto/USP, menciona materialcoletado na Caatinga, na região de Lajedo,PE, que está depositado na coleçãodo Departamento de Sistemática eEcologia, CCEN/UFPB. Segundo ele,nesse departamento se encontra oDr. Antônio J. Creão-Duarte, que trabalhacom Homoptera e que poderia termais informações sobre a fauna daCaatinga.

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HYMENOPTERASPHECIDAE E CRABRONIDAE

O Dr. Sérvio Túlio P. Amaranteinformou que as coleções de vespasesfeciformes do Museu de Zoologia da USPcontam com poucos exemplaresprovenientes da Caatinga. Cita o primeiroregistro de Heliocausini para a Caatinga(Oeiras, PI), tribo estritamente neotropical,considerada até então como restrita aoChile, Argentina e Paraguai. Afirma, ainda,que �a fauna da Caatinga é quasecertamente a menos conhecida entre asde todos os outros domínios no Brasil, oumesmo na América do Sul�.

BETHYLIDAE

O Dr. Celso Azevedo, da UniversidadeFederal do Espírito Santo, tem conheci-mento de apenas seis espécies deBethylidae registradas para o biomaCaatinga: Anisepyris brasiliensis Evans, deBonito, PE; Calyozina azurea Evans, dePedra Azul, MG; Dissomphalus planusAzevedo, Dissomphalus plaumanni Evans,Dissomphalus microstictus Evans eDissomphalus brasiliensis, de Caruaru,PE. Esse pesquisador afirma que nãoexistem coleções de Bethylidae nem deparasitóides da Caatinga, e que nuncahouve um levantamento completo da faunade parasitóides em áreas da Caatinga, nemmesmo por naturalistas estrangeiros dopassado. Sugere que �talvez um grupo desistematas em insetos pudesse coordenarum projeto com coletas em diversos pontosda Caatinga, incluindo o agreste, o sertão,etc. Para isso tal coordenador poderiamobilizar uma equipe e fazer algo como oBiota-SP, só que com os recursos possíveis.Talvez alguma ONG queira financiar�.

ICHNEUMONOIDEA

Segundo a Dra. Angélica Penteado-Dias, da Universidade Federal de SãoCarlos, não existe coleta ou informaçõessobre os Ichneumonoidea da Caatinga.Avaliação contida no relatório PNUD(Brandão et al. 2000) indica como ruim,tanto o grau de coleta, quanto o deconhecimento sobre a fauna dessas

vespas, estimando entre 80 e 100 asespécies conhecidas para a região, do totalestimado de 200 a 300 espécies.

FORMICIDAE

Os dados obtidos por Carlos Brandão(Brandão 1995) sobre a fauna de formigasda Caatinga, em viagens a seis municípios(Canto do Buriti, PI, Itaberaba, BA, Maracás,BA, Oeiras, PI, Santa Rita de Cássia, BA ePedra Azul, MG), somando 370 registros e243 espécies e os dados obtidos a partir darevisão do gênero Cephalotes (Andrade &Baroni Urbani 1999) totalizando 49 registros,27 localidades e 15 espécies, foramincluídos no banco de dados sobre gruposbiológicos do Workshop da Caatinga.

APIDAE

O Dr. Celso Feitosa Martins, daUniversidade Federal da Paraíba, informouque a coleção da Universidade Federal daParaíba possui insetos em geral e,principalmente, abelhas da região do Caririe Seridó, na Paraíba.

Fernando Zanella, também daUniversidade Federal da Paraíba, defendeusua tese de doutoramento pela Faculdadede Filosofia, Ciências e Letras de RibeirãoPreto/USP, sobre o tema �Apifauna daCaatinga� (Zanella 1999). A coleção deabelhas por ele formada representa cercade 50% do total de espécies conhecidaspara esse bioma, sendo uma das maisrepresentativas da apifauna da região, emconjunto com a coleção do Departamentode Sistemática e Ecologia da UniversidadeFederal da Paraíba, cujo responsável é oDr. Celso Martins.

Segundo Zanella, outra coleçãoimportante de abelhas da Caatinga, estádepositada no Museu Paraense Emílio Goeldi,onde estão os tipos de várias espéciesdescritas por Ducke a partir de materialcoletado no Ceará no início do século.

Os especialistas em abelhas queparticiparam do Workshop da Caatingasugeriram a inclusão, na lista de referências,de trabalhos importantes sobre a apifaunadas caatingas (Ducke 1908, 1911, Camargo& Moure 1996, Moure 1999).

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ANDRADE, M.L. & C. BARONI URBANI. 1999. Diversity andadaptation in the ant genus Cephalotes, past andpresent. Stuttgarter Beitraege zur Naturkunde,serie B (Geol. und Palaeo.) 271: 1-889.

BANDEIRA, A.G. & A. VASCONCELOS. (No prelo). Estado atualdo conhecimento sistemático e ecológico sobreos cupins (Insecta, Isoptera) do Nordestebrasileiro. Revista Nordestina de Biologia.

BRANDÃO, C.R.F. 1995. Formigas dos Cerrados eCaatingas. Tese de Livre Docência. Universidadede São Paulo, São Paulo, SP. 147p.

BRANDÃO, C.R.F., A.B. KURY, C. MAGALHÃES & O. MIELKE.1998. Coleções Zoológicas do Brasil: http://www.bdt.org.br/bdt/oeaproj/zoocol.

BRANDÃO, C.R.F., E.M. CANCELLO & C.I. YAMAMOTO. 2000.Avaliação do estado atual do conhecimento sobrea diversidade biológica de invertebrados terrestresno Brasil. Relatório Final. In: Avaliação do estadodo conhecimento da diversidade biológica doBrasil (LEVINSOHN, T., ed.). MMA - GTB/CNPq -NEPAM/UNICAMP.

CAMARGO, J.M.F. & J.S. MOURE. 1996. Meliponinineotropicais. O gênero Geotrigona Moure, 1943(Apinae, Apidae, Hymenoptera) com especialreferência à filogenia e biodiversidade. Arquivosde Zoologia 33(2-3): 95-161.

CANCELLO, E.M. 1994. Termites of northeastern Brazilianformations. In: Les insectes sociaux (LENOIR, A.,G. ARNOLD & M. LEPAGE, ed.). Villetaneuse,Université Paris Nord. xxiv + 583 p.

DUCKE, A. 1908. Contribution à la connaissance de lafaune du Nord-Est du Brésil. II Hyménoptéresrecoltés dans l�Etat du Ceara en 1908. Revued�Entomologie 27: 57-81.

DUCKE, A. 1911. Contribution à la connaissance de lafaune du Nord-Est du Brésil. III Hyménoptéresrecoltés dans l�Etat du Ceara en 1909 etsuppléments aux deux lists antérieures. Revued�Entomologie 28: 78-122.

GUEDES, A.C. (coord.). 1998. Relatório do Grupo deTrabalho Temático 3 (GTT3) - �Artigo �9�Convenção sobre Diversidade Biológica,Conservação Ex situ. In: Estratégia Nacional deDiversidade Biológica. Coordenação Nacional deDiversidade Biológica (COBIO) do Ministério doMeio Ambiente. Brasília, DF. 43 p.

MOURE, J.S. 1999. Novas espécies e notas sobreEuglossini do Brasil e Venezuela (Hymenoptera,Apidae). Revista Brasileira de Zoologia16(suplemento): 91-104.

ZANELLA, F.C.V. 1999. Apifauna da Caatinga (NE doBrasil): Biogeografia Histórica, incluindo umestudo sobre a sistemática, filogenia e distribuiçãodas espécies de Caenonomada Ashmead, 1899e Centris (Paracentris) Cameron, 1903(Hymenoptera, Apoidea, Apidae). Tese deDoutorado. Universidade de São Paulo, RibeirãoPreto, SP. xiii + 162 p.

Bibliografia adicional utilizada paraindicação das áreas prioritárias

AGUIAR, C.M.L. & C.F. MARTINS. 1997. Abundância relativa,diversidade e fenologia de abelhas (Hymenoptera,Apoidea) na Caatinga, São João do Cariri, Paraíba,Brasil. Iheringia 83: 151-163.

AGUIAR, C.M.L., C.F. MARTINS & A.C.A. MOURA. 1995.Recursos florais utilizados por abelhas(Hymenoptera, Apoidea) em área de Caatinga(São João do Cariri, Paraíba). Revista Nordestinade Biologia 10(2): 101-117.

AGUIAR, C.M.L. & C.F. MARTINS. 1994. Fenologia epreferência alimentar de Ceblurgus longipalpisUrban & Moure, 1993 (Hymenoptera, Halictidae,Dufoureinae). Revista Nordestina de Biologia9(2): 125-131.

BRANDÃO, C.R.F. 1991. Adendos ao catálogo abreviadodas formigas da região Neotropical (Hymenoptera,Formicidae). Revista Brasileira de Entomologia35(2): 319-412.

CAMARGO, J.M.P. & J.S. MOURE. 1994. Meliponinineotropicais: os gêneros Paratrigona Schwarz,1938 e Aparatrigona Moure, 1951 (Hyme-noptera, Apidae). Arquivos de Zoologia 32: 37-109.

CASTRO, M.S., V.L. IMPERATRIZ-FONSECA & A.M.P. KLEINERT.(em preparação). Destruição dos hábitats comofator de declínio dos polinizadores.

KEMPF, W.W. 1971. Catálogo abreviado das formigas daregião Neotropical (Hymenoptera, Formicidae).Studia Entomologica 15: 1-330.

LEWIS & GIBBS. 1999. Reproductive biology ofCaesalpina calycina and C. pluviosa.(Leguminosae) of the Caatinga of northeasternBrazil. Pl. Syst. Evol. 217: 43-53.

MARTINS, C.F. 1994. Comunidades de abelhas (Hym.Apoidea) da Caatinga e do Cerrado comelementos de Campo Rupestre do estado daBahia, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 9(2):225-257.

MARTINS, C.F. & J.B.V. AGUILAR. 1992. Visits at a feedingstation during the dry season of africanizedhoneybees and native social insects in the BrazilianCaatinga (Hym., Apidae) Entomologia Generalis1(17): 9-15.

NEVES, E.L. & B.F. VIANA. 1999. Comunidades de machosde Euglossinae (Hym.: Apidae) das matas ciliaresda margem esquerda do médio São Francisco,Bahia. Anais da Sociedade Entomológica doBrasil 28(2): 201-210.

VIANA, B.F. 1999. A comunidade de abelhas(Hymenoptera: Apoidea) das dunas interiores doRio São Francisco, Bahia, Brasil. Anais daSociedade Entomológica do Brasil 28(4): 635-645.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Invertebrados: áreas eações prioritárias para a

conservação da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO `INVERTEBRADOS`

Carlos Roberto Ferreira BrandãoCoordenação

Blandina Felipe Viana

Celso Feitosa Martins

Christiane Izume Yamamoto

Fernando César Vieira Zanella

Marina Castro

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A heterogeneidade ambiental dacaatinga e a singularidade de certosambientes permitem supor a possibilidadede a fauna de invertebrados desse biomaser riquíssima, com várias espéciesendêmicas. Entretanto, o aspecto quemais se destaca na análise dos dadossobre os invertebrados habitantes dacaatinga é o conhecimento insuficienteque deles se tem. Essa conclusão foifornecida por um diagnóstico preliminar(cujas bases são os trabalhos publicados,os em andamento, os resultados dediagnósticos prévios e as informaçõespessoais de diversos pesquisadores) econfirmada nas discussões entabuladasdurante o evento.

O estabelecimento de áreasprioritárias fundamentou-se, então, eexclusivamente, em informações sobre osgrupos mais bem conhecidos, a saber: odas abelhas, o das formigas e o doscupins. Nesses, mesmo com carência de

informações é possível o reconhecimentode endemismos e de espécies raras nobioma, elementos estratégicos paraproceder a levantamentos dessanatureza.

A escassez de informação se refletenas conclusões deste trabalho, em que12 das 19 áreas indicadas se enquadramna categoria de insuficientementeconhecida, mas de provável importânciabiológica (Figura 1). Do restante, trêsforam consideradas de extremaimportância, e quatro de muito altaimportância.

É preciso, pois, aprimorar significa-tivamente, e o mais rápido possível, oconhecimento sobre os invertebrados dobioma Caatinga, sobretudo se sereconhece a tendência mundial para aescolha desse grupo de organismos comoindicador de qualidade ambiental, bemcomo para monitoramento da bio-diversidade.

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Paisagem da Caatinga

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Figura 1Áreas prioritárias

para conservaçãodos invertebrados

na Caatinga.1. Casa Nova2. Seridó / Serra de Santa

Luzia3. Cariris Velhos4. Serra do Mar tins

5. Quixadá / Baturité6. Caridade7. Cariris Novos8. Canto do Buriti9. Raso da Catarina

10. Xingó11. Campina Grande12. Oeiras13. Milagres14. Livramento do Brumado

15. Mares de Areia16. Pedra Azul17. Bacia do Alto São Francisco18. Buique19. Alagoinhas

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma Caatinga

1 - CASA NOVALocalização: PI: São Raimundo Nonato,São João do Piauí, Lagoa do Barro do Piauí,Queimada Nova, Dom Inocêncio e CoronelJosé Dias.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial; númeromédio de espécies de interesse econômico.

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (de acordo com omapa de pressão antrópica, mas háocorrência de extração de mel comdestruição do hábitat).

Justificativa: A área apresenta espéciesraras de abelhas, como por exemplo:Euchloropria sp., Heterosarellus sp.,Rhophitulus sp. (Martins, 1994). Áreasujeita à pressão dos meleiros: extrativismopredatório com destruição de hábitats(Castro et al., em prep.). Alta susceptibi-lidade à desertificação.

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2 - SERIDÓ/SERRA DE SANTA LUZIA

Localização: PB: São José do Sabugi, SantaLuzia, Patos. RN: Ipueira, Parelhas, SerraNegra do Norte, Várzea, Ouro Branco, SãoJoão do Sabugi, Santana do Seridó, Equador,São João da Serra, São Mamede, SantaTeresinha, São José de Espinharas, Juncodo Seridó.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Restauração.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; baixo número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; número médio de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme omapa. Bem preservada na serra; alteradana planície).

Justificativa: A área foi escolhida devido àpresença de espécies endêmicas (porexemplo, Geotrigona xanthopodaCamargo & Moure, 1996) e raras (Eufriseanordestina (Moure, 1999). Presença deremanescentes de caatinga arbórea densana serra.

3 - CARIRIS VELHOS

Localização: PB: Congo, Serra Branca, SãoJosé dos Cordeiros, Barra de São Miguel,Prata, Monteiro, Cabaceiras, Sumé, SãoJoão do Cariri.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; médio número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Presença de espéciesendêmicas de abelhas, Bicolletes spp(Coletidae). Comunidade especial emcaatinga de lajedo. Forte desertificação enecessidade de recuperação; já inclui duasunidades de conservação (RPPNs FazendaAlmas e Fazenda Santa Clara).

4 - SERRA DO MARTINS

Localização: Martins (RN).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Pressão antrópica: média(conforme o mapa).

Justificativa: Presença de espécie rara eendêmica na região do gênero Frieseo-melitta (informação pessoal, F. Zanella;espécimes depositados na Coleção Moureem Curitiba, PR).

5 - QUIXADÁ/BATURITÉ

Localização: CE: Capistrano, Ibaretama,Itapiúna, Quixadá, Baturité e Aracoiaba.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Média ocor-rência de endemismos; riqueza deespécies raras/ameaçadas: alta; ocor-rência de fenômeno biológico especial;número médio de espécies de interesseeconômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Espécies endêmicas (porexemplo, Ancyloscelis frieseana Ducke,1908) e raras (por exemplo, Arhysoscellehuberi , Ducke, 1908 e Osirinusparvicoll is Ducke, 1911). Área deinselbergues.

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6 - CARIDADE

Localização: Caridade (CE).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Presença de espécie endêmicade abelha (Nomiocolletes cearensis) eespécies raras (p. ex., Dasyhaloniacearensis Ducke, 1911).

7 - CARIRIS NOVOS

Localização: CE: Araripe, Juazeiro do Norte,Crato, Nova Olinda, Caririaçu, Santana doCariri, Barbalha, Missão Velha, Farias Britoe Jardim. PE: Exu e Moreilândia.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: número médioespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa.

Justificativa: Zona de contato entre biotas.Prováveis endemismos ainda não con-firmados.

8 - CANTO DO BURITI

Localização: PI: Flores do Piauí, Colônia doPiauí, Canto do Buriti, São João do Piauí,Socorro do Piauí, São José do Peixe, PaesLandim, São Francisco do Piauí.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número de

endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).

Justificativa: Ecótono caatinga-cerrado.

9 - RASO DA CATARINA

Localização: BA: Euclides da Cunha,Canudos, Jeremoabo, Glória, PauloAfonso, Rodelas.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme omapa).

Justificativa: Limite sul da distribuição deMelipona subnitida (Castro, dados nãopublicados). Ambiente de exceção semi-desértico que deve manter uma faunadistinta, mas ainda não estudada.

10 - XINGÓ

Localização: SE: Canindé de São Francisco,Poço Redondo, Porto da Folha, Gararu. AL:Belo Monte, Pão de Açúcar, Piranhas,Palestina, Delmiro Gouveia, São José daTapera, Jacaré dos Homens, Olho d�Águado Casado, Traipu, Monteirópolis. BA: PauloAfonso, Santa Brígida, Pedro Alexandre.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: média (conforme o mapa).Justificativa: Por mecanismo de compen-sação pela construção da barragem háespaço para propor a criação de área depreservação. Tal fato torna-se ainda maisimportante pelo fato da área estarsubmetida, na porção sul, a grave processo

146

de desertificação e mostrar de alta a muitoalta susceptibilidade à desertificação. Nãoexiste conhecimento sobre invertebrados.

11 - CAMPINA GRANDE

Localização: Campina Grande (PB).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta.

Justificativa: Região sob alta pressãoantrópica, contendo remanescentes demata seca.

12 - OEIRAS

Localização: PI: Santo Inácio do Piauí,Colônia do Piauí, Santa Cruz do Piauí eOeiras.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).

Justificativa: Área de tensão ecológica.Inventário de formigas indica riquezarelativamente alta, principalmente devidoà presença de elementos de cerrado.Existe informação sobre a ocorrência devespa esfecídea Heliocausini, até agora sóregistrada no Cone Sul da América do Sul(S.T.P. Amarante, informação pessoal norelatório preliminar do Grupo TemáticoInvertebrados).

13 - MILAGRES

Localização: BA: Maracás, Planaltino, NovaItarana, Brejões, Milagres, Itatim, Iaçu, Irajuba.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fenô-meno biológico especial; número médioespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: média (pressão antrópica maisforte no sul da área; meleiros destroem ohábitat para extrativismo).

Justificativa: Área com presença deinselbergues. Caatinga arbórea-arbustivapreservada (em parte) e mata ciliar emdrenagem intermitente (exceção de Iaçu nabeira do Paraguaçu). Maior riqueza deabelhas registrada na Caatinga (97espécies). Ecótono com Mata Atlântica.

14 - LIVRAMENTO DO BRUMADO

Localização: BA: Caetité, Livramento doBrumado e Lagoa Real.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial;número médio de espécies de interesseeconômico.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).Justificativa: Primeiro registro da abelhaEpicharis na Caatinga. Ecótono comoutras formações. Presença de espéciesraras de abelhas.

15 - MARES DE AREIA

Localização: BA: Sento Sé, Itaguaçu daBahia, Barra, Xique-Xique, Gentio do Ouro,Pilão Arcado.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Baixa riqueza de

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espécies; alto número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial;número médio de espécies de interesseeconômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (informação demembros do grupo).

Justificativa: Comunidade especial comendemismos, espécies raras e principal sítiode nidificação do meliponíneo predo-minante na área (Friesomiellita silvestrilanguida).

16 - PEDRA AZUL

Localização: MG: Almenara, Pedra Azul, PedraGrande, Divisonópolis. BA: Encruzilhada.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio de en-demismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio.

Justificativa: Talvez a localidade melhorconhecida, em termos de insetos em geral,das Caatingas e ecótonos com matas.Localidades tipo de diversas formigas,algumas, talvez, endêmicas.

17 - BACIA DO ALTOSÃO FRANCISCO

Localização: MG: Januária, Itacarambi,Manga, Matias Cardoso, Jaíba, Varzelândia,Janaúba, Porteirinha, Mato Verde, MonteAzul, Espinosa, São João da Ponte, Pedrasde Maria da Cruz. BA: Sebastião Laranjeiras,Candiba.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente.

Hábitats: Caatinga e cerrado (ecótono).

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; ocorrência de fenômeno

biológico especial; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (conforme o mapa).

Justificativa: Ecótono com o Cerrado.Ocorrência de endemismo (Paratrigonaincerta Camargo & Moure). Abrangegradiente altitudinal de 200 a 1200m eapresenta elevada susceptibilidade àdesertificação.

18 - BUIQUE

Localização: Buique (PE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga e campos rupestres.

Ação recomendada: Investigaçãocientífica.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (apesar do mapa,existem áreas preservadas).

Justificativa: Espécies possivelmente novasde gêneros pouco coletados na Caatinga(Tapinotaspis), mais comuns em áreassecas da Argentina.

19 - ALAGOINHAS

Localização: Alagoinha (PE).

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Hábitats: Caatinga.

Ação recomendada: Restauração.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrên-cia de fenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta.Justificativa: Área onde também foicoletada Ceblurgus longipalpis, únicogênero de abelhas endêmico daCaatinga. Nesse ponto a caatinga édiferente da do entorno.

149

Ricardo RosaUniversidade Federal da Paraíba

Diversidade econservação dos

peixes da Caatinga

150

INTRODUÇÃOO conhecimento da diversidade e

taxonomia de peixes de água doceneotropicais é ainda incipiente (Menezes1992, Rosa & Menezes 1996). Para asbacias interiores do Nordeste brasileiro, queperfazem a maior parte dos ambientesaquáticos do bioma Caatinga, essasituação é predominante. Os trabalhos deinventário ictiofaunístico nessa região,apesar de terem sido iniciados no séculoXIX, são ainda escassos e localizados.

Histórico e estado do conhecimentoJohan von Spix e Karl von Martius,

em sua expedição pelo Brasil, coletaramespécimes zoológicos durante os anos de1818 e 1819 em diversas localidades dobioma Caatinga, nos estados da Bahia,Pernambuco, Ceará, Piauí e Maranhão(Papavero 1971, Paiva & Campos 1995).Os peixes obtidos nessa expedição foramposteriormente trabalhados por Spix eAgassiz (Selecta genera et species pisciumBrasiliensium, 1829-1831) (Paiva &Campos 1995). Todavia, com poucasexceções, a procedência das espéciesdescritas não é indicada com precisão,conforme se constata na publicaçãooriginal e em sua tradução (Pethiyagoda &Kottelat 1998).

Reinhardt (1851) e Lütken (1875)descreveram espécies de peixes do rio das

Velhas cujas distribuições se estendem paraáreas do bioma Caatinga na bacia do rioSão Francisco.

A Comissão Científica de Exploração,constituída pelo Instituto Histórico eGeográfico Brasileiro, efetuou coletas de peixesde água doce no Ceará, entre os anos de 1859e 1861. Entretanto, os espécimes oriundosdesse trabalho não foram adequadamenteconservados no Museu Nacional (Braga 1962,Paiva & Campos 1995).

A Expedição Thayer, organizada porLouis Agassiz, que percorreu o Brasil entre osanos de 1865 e 1866, obteve espécimes depeixes provenientes das bacias dos rios SãoFrancisco, coletados por Orestes Saint-Johne John Allen, e Parnaíba, coletados por OrestesSaint-John. Esses peixes foram depositadosno Museum of Comparative Zoology, daUniversidade de Harvard, mas apenas umapequena parte do material foi trabalhada nocontexto de revisões sistemáticas e serviu paraa descrição de novas espécies de peixes doNordeste (p. ex. Garman 1913). Com base noexame preliminar desse material, Louis Agassizapontou a similaridade entre a fauna doNordeste e a da região amazônica (Agassiz &Agassiz 1975).

Já no início do século XX, durante oano de 1903, Franz Steindachner percorreuos rios São Francisco e Parnaíba, de ondecoletou e descreveu diversas espécies de

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Açude de Cocorobó, Canudos - BA

151

peixes (Steindachner 1906, 1915). JohnHaseman percorreu o rio São Francisconos anos de 1907 e 1908, de onde obtevecoleções de peixes, encaminhadas para omuseu da Universidade de Stanford, naCalifórnia. Ainda nesse período, outrosautores descreveram espécies de peixes doCeará (Ihering 1907, Fowler 1915), RioGrande do Norte (Starks 1913), Bahia(Ribeiro 1918), da bacia do rio SãoFrancisco (Ihering 1911, Eigenmann 1914)e do rio Itapicurú (Eigenmann & Henn inEigenmann 1916, Eigenmann 1917).

Ainda na primeira metade do séculoXX, tivemos as contribuições de Ribeiro(1937), que estudou coleções devertebrados do Nordeste e descreveu peixesda Paraíba e Ceará, e de Fowler (1941), quedescreveu 38 espécies de peixes de águadoce do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,Paraíba e Pernambuco. Esse últimotrabalho, a exemplo de outros sobre aictiofauna de água doce do Nordeste,esbarra em problemas taxonômicos, comoidentificações errôneas, descrições ina-dequadas ou em sinonímia e imprecisõesna procedência do material.

Outras dificuldades no estudo daictiofauna da Caatinga decorrem dosprogramas de erradicação de piranhas, comictiocidas, e introdução de espéciesalóctones, conduzidos por órgãos gover-namentais, que certamente alteraram suacomposição com extinções localizadas.

Como exemplo de trabalhos recentesque contribuíram para aumentar oconhecimento sobre a diversidade daictiofauna da Caatinga, destacam-se ascontribuições de Costa e colaboradores sobreos peixes anuais da família Rivulidae,incluindo descrições de espécies e revisõessistemáticas (Costa 1989, 1995, 1998, Costa& Brasil 1990, 1991, 1993, 1994, Costa etal. 1996). Outros autores que realizaramrevisões sistemáticas recentes e descreveramespécies de peixes do bioma Caatingaincluem Nijssen & Isbrücker (1976, 1980),Garavello (1976), Kullander, (1983), Reis(1989), Higuchi et al. (1990), Ploeg (1991),Pinna (1992), Weber (1992), Berkenkamp(1993), Trajano & Pinna (1996), Schaefer(1997) e Ferraris Jr. & Vari (1999).

A literatura recente inclui, ainda,diversas citações de espécies de peixes parao bioma Caatinga, entre elas, Weitzman(1964), Roberts in Menezes (1973), Mees(1974), Garavello (1979), Rosa (1985),Soares (1987), Lucena (1988), Vari (1989,1991, 1992), Castro (1990), Fink (1993),Oyakawa (1993), Langeani Neto (1996) eArmbuster (1998).

O quadro atual de conhecimentosobre a diversidade da ictiofauna daCaatinga somente poderá ser modificadocom a realização de programas deamostragem nas diversas bacias, e aanálise do material zoológico obtido nocontexto de novas revisões sistemáticas.

METODOLOGIA

A compilação de espécies de peixesda Caatinga incluiu a pesquisa na literaturataxonômica primária e em fontes nãopublicadas, como teses, dissertações erelatórios. Foram coligidas as informaçõesacerca de todas as espécies de peixes deágua doce que ocorrem no bioma, e nãoapenas daquelas endêmicas, tendo emvista a dificuldade de estabelecer, de formamais segura, todos os endemismos, umavez que os problemas taxonômicos sãofrequentes, conforme apontado anterior-mente. Além disso, diversas espéciespodem estar distribuídas ao longo de riosque cortam a Caatinga, mas cujos cursossuperior e/ou inferior estão fora do bioma.Deste modo, estão indicados na seção deresultados os endemismos para as ecor-regiões ali definidas, e não propriamentepara o bioma. Não foram incluídos registrosde espécies marinhas que penetram ocurso inferior dos rios costeiros. Assinonímias foram resolvidas, em parte,através da literatura, incluindo catálogos(Eschmeyer 1998), revisões recentes (p. ex.Nijssen & Isbücker 1976, Kullander 1983,Ploeg 1991, Vari 1989, 1991), teses edissertações não publicadas (p. ex.Garavello 1979, Castro 1990) e comu-nicações pessoais do Dr. Heraldo A. Britski.

152

Foram compiladas informaçõesreferentes à ocorrência de 240 espécies depeixes distribuídas em 111 gêneros na áreade abrangência do bioma Caatinga. A listadessas espécies é apresentada noAnexo 1, onde além da autoria, sãotambém indicadas informações zoogeo-gráficas, incluindo a distribuição nasecorregiões do bioma, os casos deendemismos para as mesmas, bem comoas espécies introduzidas no bioma.

O bioma Caatinga foi subdividido emquatro ecorregiões aquáticas, como se segue:(1) Maranhão-Piauí � inclui as bacias

costeiras do leste do Maranhão e abacia do rio Parnaíba, cujas cabeceirasencontram-se em áreas de cerrado ecujo curso médio corta apenasparcialmente a Caatinga;

(2) Nordeste Médio-Oriental � inclui asbacias compreendidas entre os riosParnaíba e São Francisco, cujascabeceiras encontram-se nas chapadas

de Ibiapaba, Araripe e Borborema, porvezes drenando áreas de brejos dealtitude, e que cortam áreas de Caatingana maior parte de seus cursos;

(3) São Francisco � compreende o riomais longo que corta o bioma, e seusafluentes da vertente ocidental, quenascem em áreas de cerrado, noChapadão Ocidental, e cortam aCaatinga apenas no seu curso inferior,e os afluentes da vertente oriental, quenascem na Chapada Diamantina ecortam áreas de caatinga em quasetoda sua extensão;

(4) Bacias do Leste � que inclui os rioscosteiros à leste da bacia do rio SãoFrancisco, cujas cabeceiras situam-sena vertente oriental da ChapadaDiamantina e cujos cursos superior emédio drenam áreas da Caatinga.

A riqueza de espécies de peixes nasprincipais bacias, segundo os dadoscompilados, é apresentada na Tabela 1.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Rio São Francisco

153

A diversidade da bacia do rio São Franciscofoi, possivelmente, subestimada, face àdificuldade em determinar-se com ummínimo de precisão, aquelas espécies queocorrem no bioma Caatinga.

Duas das principais bacias hidro-gráficas da região, dos rios Parnaíba e SãoFrancisco, têm maior volume de dadossobre a ocorrência de peixes, mas aindaassim, certamente acham-se subamos-tradas. Os dados compilados sobre aictiofauna da bacia do rio Parnaíbaapontam a presença de 75 espéciesnominais, incluídas em 63 gênerosrepresentando 25 famílias. Paiva (1978)estimou em torno de 80 a 100 espéciespara a fauna da bacia do Parnaíba,ressaltando que a mesma seria de origemquase inteiramente amazônica, depaupe-rada e com pouco endemismo.

A ictiofauna registrada para o rio SãoFrancisco, na área de abrangência dobioma, foi de 116 espécies em 70 gêneros,merecendo destaque a extraordináriadiversidade de peixes anuais da famíliaRivulidae, sem paralelo em outras regiões(W. Costa, com. pess.), e que atinge 24espécies. Um catálogo da ictiofauna do rioSão Francisco (Travassos 1960) apresentaum total de 139 espécies distribuídas em88 gêneros para a bacia como um todo.Todavia, faltam nessa obra indicações daslocalidades de ocorrência das espécies,

impossibilitando a obtenção de informa-ções sobre aquelas exclusivas do biomaCaatinga.

A área situada entre as bacias dosrios São Francisco e Parnaíba (Nordestemédio-oriental) apresenta bacias hidro-gráficas de médio a pequeno porte, sendoalgumas das principais as dos riosCapibaribe, Jaguaribe, Ipojuca, Piranhas-Assú e Paraíba. Paiva (1978), comparandoa ictiofauna dessa área às das bacias dosrios São Francisco e Parnaíba, deduziu queas espécies comuns a essas últimashabitaram outrora a área. Segundo ele, alisubsistiram apenas os grupos adapta-tivamente de maior plasticidade e por estarazão não é fácil encontrar endemismos.Ainda, segundo Paiva (1978), a ictiofaunadessa área estaria representada por cercade 50 espécies e para cada sistemahidrográfico encontraríamos um total entre10 a 20 espécies.

Os dados reunidos mostram quePaiva (1978) estava equivocado em suasafirmações, uma vez que foram compiladasinformações de 81 espécies ocorrendonessa área, sendo que 31 são endêmicas.Na bacia do rio Jaguaribe foram registradas45 espécies e 34 gêneros, mostrando sera mais diversificada dessa área.

DIAGNÓSTICO ERECOMENDAÇÕES

A situação de conservação dos peixesda Caatinga ainda é precariamenteconhecida. Apenas quatro espécies queocorrem no bioma foram listadas,preliminarmente, como ameaçadas porRosa & Menezes (1996), porém deve-seconsiderar que grande parte da ictiofaunanão foi ainda avaliada.

O grau de ameaça sobre a ictiofaunado bioma, possivelmente, não tem seampliado de forma significativa desde aprimeira metade do século XX, quando seintensificou a ocupação humana de áreasinteriores, coincidindo com os programas

Bacia hidrográfica Total de espéciesAcaraú 04Ceará-mirim 11Choró 12Cocó 04Curu 03Itapicuru 04Jaguaribe 45Jiqui 10Paraíba 23Parnaíba 75Piranhas 24São Francisco 116Vaza Barris 02

Tabela 1 - Riqueza de espécies de peixes nasbacias hidrográficas do bioma Caatinga, com

base nos dados compilados da literatura.

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de construção de açudes e erradicação eintrodução de espécies. Todavia, deve-seconsiderar que a ampliação das áreas deocupação agropecuária e urbana contribuigrandemente para a redução e degradaçãodos hábitats disponíveis para os peixes deágua doce. O crescente desmatamento emáreas de Caatinga atinge as formações devegetação ciliar em praticamente todo obioma. Como outros exemplos dedegradação ambiental, temos os casos depoluição de cursos d�água por esgotosurbanos, agrotóxicos e efluentes industriais.Os projetos de grandes obras de engenharia,que incluem o barramento e interligaçõesde rios, são também fatores potencialmenteimpactantes para a biota aquática.

As seguintes recomendações foramsugeridas visando ampliar o estado doconhecimento sobre a ictiofauna do biomaCaatinga e promover a sua conservação:

1. Promoção de inventários daictiofauna nas diversas bacias hidrográficasda região, que em grande parte encontram-se subamostradas; tais inventários deverãobasear-se em programas de coleta com autilização de técnicas variadas, de modo agarantir a abrangência da amostragem paraos diversos grupos de peixes e hábitats; asáreas prioritárias para inventário devem serselecionadas com base nas maiores lacunasde conhecimento e no grau de ameaça a queestão submetidas; enquadram-se na primeirasituação grande parte dos tributários do rioSão Francisco e as bacias do leste doMaranhão e do rio Parnaíba; enquadram-seem ambas situações a maioria das baciascosteiras do Ceará até o Recôncavo Baiano;

2. Realização de estudos sistemáticose biogeográficos, nos quais o material obtidonos programas de inventário seja revisado epossa alimentar bancos de dados e coleçõessistemáticas; desse modo o conhecimentosobre a diversidade da ictiofauna e suasrelações biogeográficas poderá atingir umnível desejável;

3. Fomento à criação de novasunidades de conservação, garantindo queextensões consideráveis de hábitats aquáticosestejam inseridos nelas, incluindo áreas decabeceiras e várzeas;

4. Criação de mecanismos especiaisde proteção a hábitats particulares, como riossubterrâneos, poças e lagoas temporárias,que muitas vezes abrigam espéciesendêmicas;

5. Fomento à recuperação ambientalde hábitats aquáticos degradados, através deprogramas de despoluição da água e derecomposição de matas ciliares;

6. Fomento à programas deeducação ambiental voltados para aconservação de hábitats e espécies aquáticas;

7. Restrição à introdução de espéciesalóctones ou exóticas em ambientesaquáticos naturais sem o embasamento deestudos prévios de impacto ambiental;

8. Cumprimento da legislaçãoambiental no que concerne às intervençõesem ambientes aquáticos, como naconstrução de obras de engenharia e naexecução de programas de desen-volvimento, garantindo-se, desta forma, amanutenção da qualidade e característicasdos hábitats dos peixes.

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157

Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma Caatinga

Espécie e autor Família Distribuição

Acestrorhynchus britskii Menezes, 1969 Acestrorhynchidae 3 EAcestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) Acestrochynchidae 1 FAcestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875) Acestrorhynchidae 3 FAequidens tetramerus (Heckel, 1840) Cichlidae 1 FAgeneiosus brevifilis Valenciennes, 1840 Ageneiosidae 1 FAgeneiosus ucayalensis Castelnau, 1855 Ageneiosidae 1 FAnchoviella vaillanti (Steindachner, 1908) Engraulidae 3 EAncistrus damasceni (Steindachner, 1907) Loricariidae 1 EApareiodon davisi Fowler, 1941 Parodontidae 2 EApareiodon hasemani Eigenmann, 1919 Parodontidae 3 EApareiodon itapicuruensis Eigenmann & Henn, 1916 Parodontidae 4 EApareiodon piracicabae (Eigenmann, 1907) Parodontidae 3 FApistogramma agassizi (Steindachner, 1875) Cichlidae 1 FApistogramma piauiensis Kullander, 1980 Cichlidae 1 EApteronotus brasiliensis (Reinhardt, 1852) Apteronotidae 3 FAspidoras carvalhoi Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 2 EAspidoras depinnai Britto, 2000 Callichthyidae 2 EAspidoras maculosus Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 4 EAspidoras menezesi Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 2 EAspidoras raimundi (Steindachner, 1907) Callichthyidae 1 EAspidoras rochai Ihering, 1907 Callichthyidae 2 EAspidoras spilotus Nijssen & Isbrücker, 1976 Callichthyidae 2 EAspredo aspredo (Linnaeus, 1758) Aspredinidae 1 FAstronotus ocellatus (Agassiz, 1831) Cichlidae 2, 3 IAstyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) Characidae 1, 2, 3, 4 FAstyanax fasciatus (Cuvier, 1819) Characidae 2, 3, 4 FAuchenipterus menezesi Ferraris & Vari, 1999 Auchenipteridae 1 EAwaous tajasica (Lichtenstein, 1822) Gobiidae 2 FBergiaria westermanni Lütken, 1874) Pimelodidae 3 EBrachychalcinus parnaibae Reis, 1989 Characidae 1 EBrachyplatystoma filamentosum (Lichteinstein, 1819) Pimelodidae 1 FBrachyplatystoma vaillantii (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 1 FBrycon nattereri Günther, 1864 Characidae 3 FBrycon or thotaenia Günther, 1854 Characidae 3 EBryconamericus victoriae (Steindachner, 1907) Characidae 1 EBryconops affinis (Günther, 1864) Characidae 3 FBryconops melanurus (Bloch, 1794) Characidae 1 FCaenotropus labyrinthicu (Kner, 1858) Chilodontidae 1 FCallichthys callichthys Meuschen, 1778 Callichthyidae 1, 2, 3, 4 FCephalosilurus fowleri Haseman, 1911 Pseudopimelodidae 3 ECharacidium bimaculatum Fowler, 1941 Crenuchidae 2 ECharacidium aff. zebra Eigenmann, 1909 Crenuchidae 3 FCichla monoculus Spix & Agassiz, 1831 Cichlidae 2, 3 ICichla ocellaris Bloch & Schneider, 1801 Cichlidae 2 ICichlasoma orientale Kullander, 1983 Cichlidae 1 (?), 2 ECichlasoma sanctifranciscence Kullander 1983 Cichlidae 1 (?), 3 E

Ecorregiões:

1 - Maranhão-Piauí 2 - Nordeste Médio-Oriental 3 - São Francisco 4 - Bacias do Leste

E � a espécie é possivelmente endêmica da ecorregião ou ecorregiões assinaladas.F � a espécie ocorre também fora do bioma Caatinga.I � a espécie foi introduzida em uma ou mais ecorregiões do bioma.Os pontos de interrogação indicam citações duvidosas.

158

Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma CaatingaContinuação

Espécie e autor Família Distribuição

Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) Characidae 2 ICompsura heterura Eigenmann, 1915 Characidae 2, 3, 4 EConorhynchus conirostris (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 3 EConorhynchus glaber Steindachner, 1876 Pimelodidae 4 ECopionodon orthiocarinatus Pinna, 1992 Trichomycteridae 4 ECopionodon pecten Pinna, 1992 Trichomycteridae 4 ECorydoras garbei Ihering, 1911 Callichthyidae 3 ECorydoras julii Steindachner, 1906 Callichthyidae 1 ECorydoras multimaculatus Steindachner, 1907 Callichthyidae 3 ECorydoras polystictus Regan, 1912 Callichthyidae 3 FCorydoras treitlii Steindachner, 1906 Callichthyidae 1 ECrenicichla menezesi Ploeg, 1991 Cichlidae 1, 2, 4 FCtenobrycon hauxwellianus (Cope, 1870) Characidae 1 FCurimata macrops (Eigenmann & Eigenmann, 1889) Curimatidae 1 ECurimatella lepidura (Eigenmann & Eigenmann, 889) Curimatidae 2, 3 ECynolebias albipunctatus Costa & Brasil, 1991 Rivulidae 3 ECynolebias altus Costa, 2001 Rivulidae 3 ECynolebias attenuatus Costa, 2001 Rivulidae 3 ECynolebias gibbus Costa, 2001 Rivulidae 3 ECynolebias gilber toi Costa, 1998 Rivulidae 3 ECynolebias itapicuruensis Costa, 2001 Rivulidae 4 ECynolebias leptocephalus Costa & Brasil, 1993 Rivulidae 3 ECynolebias microphthalmus Costa & Brasil, 1995 Rivulidae 2 ECynolebias perforatus Costa & Brasil, 1991 Rivulidae 3 ECynolebias porosus Steindachner, 1876 Rivulidae 3 ECynolebias vazabarrisensis Costa, 2001 Rivulidae 4 EDuopalatinus emarginatus (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 3 EEigenmannia microstomus (Reinhardt, 1852) Sternopygidae 3 EEigenmannia virescens (Valenciennes, 1842) Sternopygidae 1, 2, 3 FFranciscodoras marmoratus (Lütken, 1874) Doradidae 3 EGaleocharax gulo (Cope, 1864) Characidae 3 FGeophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) Cichlidae 1, 2, 3, 4 FGeophagus surinamensis (Bloch, 1791) Cichlidae 1 FGlaphyropoma rodriguesi Pinna, 1992 Trichomycteridae 4 EGlyptoperichthys parnaibae Weber, 1991 Loricariidae 1 EGymnocorymbus thayeri Eigenmann, 1908 Characidae 1 FGymnotus carapo Linnaeus, 1758 Gymnotidae 1, 2, 3 FHassar afinnis (Steindachner, 1881) Doradidae 1 FHassar orestis (Steindachner, 1875) Doradidae 1 FHasemania nana (Lütken, 1875) Characidae 3 EHemigrammus brevis Ellis, 1911 Characidae 2, 3 EHemigrammus marginatus Ellis, 1911 Characidae 2, 3, 4 FHemiodus argenteus Pellegrin, 1908 Hemiodontidae 1 FHemiodus parnaguae Eigenmann & Henn, 1916 Hemiodontidae 1, 2 EHemisorubim platyrhynchus (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 1 FHoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829) Erythrinidae 1, 2, 3, 4 FHoplias brasiliensis Spix & Agassiz, 1829 Erythrinidae 4 EHoplias malabaricus (Bloch, 1794) Erythrinidae 1, 2, 3 FHyphessobrycon micropterus (Eigenmann, 1915) Characidae 3 EHyphessobrycon negodagua Lima & Gerhard, 2001 Characidae 4 EHyphessobrycon piabinhas Fowler, 1941 Characidae 2 EHypostomus alatus Castelnau, 1855 Loricariidae 3 FHypostomus auroguttatus Kner, 1854 Loricariidae 1, 3 FHypostomus carvalhoi (Ribeiro, 1937) Loricariidae 2 EHypostomus commersoni Valenciennes, 1836 Loricariidae 3 FHypostomus francisci (Lütken, 1874) Loricariidae 3 E

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Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma CaatingaContinuação

Espécie e autor Família Distribuição

Hypostomus garmani (Regan, 1904) Loricariidae 3 FHypostomus gomesi (Fowler, 1942) Loricariidae 2 EHypostomus jaguribensis (Fowler, 1915) Loricariidae 2 EHypostomus nudiventris (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EHypostomus papariae (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EHypostomus plecostomus (Linnaeus, 1758) Loricariidae 1 FHypostomus pusarum (Starks, 1913) Loricariidae 2 EHypostomus wuchereri (Günther, 1864) Loricariidae 3 FKalyptodoras bahiensis Higuchi, Britski & Garavello,1990 Doradidae 4 ELasiancistrus genisetiger (Fowler, 1941) Loricariidae 2 ELasiancistrus papariae (Fowler, 1941) Loricariidae 2 ELeporellus vittatus, (Valenciennes, 1850) Anostomidae 3 FLeporinus friderici (Bloch, 1794) Anostomidae 1 FLeporinus bahiensis Steindachner, 1875 Anostomidae 3 ELeporinus melanopleura Günther, 1864 Anostomidae 2, 3 ELeporinus obtusidens (Valenciennes, 1847) Anostomidae 2 (I), 3 FLeporinus piau Fowler, 1941 Anostomidae 1, 2, 3 ELeporinus reinhardti Lütken, 1874 Anostomidae 3 ELeporinus taeniatus Lütken, 1874 Anostomidae 3 ELimatulichthys punctatus (Regan, 1904) Loricariidae 1 FLophiosilurus alexandri Steindachner, 1876 Pseudopimelodidae 3 ELoricaria nudiventris Valenciennes, 1840 Loricariidae 3 FLoricaria parnahybae Steindachner, 1907 Loricariidae 1 ELoricariichthys derbyi Fowler, 1915 Loricariidae 1, 2 ELoricariichthys maculatus (Bloch, 1794) Loricariidae 1 FMegalechis personata (Ranzani, 1841) Callichthyidae 2 FMegalechis thoracata (Valenciennes, 1840) Callichthyidae 1(?), 2 FMetynnis lippincottianus (Cope,1870) Characidae 1 FMetynnis orbicularis (Steindachner, 1908) Characidae 1 FMetynnis roosevelti Eigenmann, 1915 Characidae 2 FMoenkhausia costae (Steindachner, 1907) Characidae 2, 3 EMoenkausia dichroura (Kner, 1858) Characidae 1 FMoenkhausia lepidura (Kner, 1859) Characidae 1, 2 FMoenkhausia sanctaefilomenae Steindachner, 1907) Characidae 1 FMyleus asterias (Müller & Troschel, 1844) Characidae 1 FMylossoma aureum Spix & Agassiz, 1829 Characidae 1 FOreochromis cf. niloticus (Linnaeus, 1758) Cichlidae 2 IOrthospinus franciscensis (Eigenmann, 1914) Characidae 3 EOtocinclus hasemani Steindachner, 1915 Loricariidae 1 FOtocinclus xakriaba Schaefer, 1997 Loricariidae 3 EPachyurus francisci (Cuvier, 1830) Sciaenidae 3 EPachyurus squamipinnis Agassiz, 1831 Sciaenidae 3 EParauchenipterus galeatus (Linnaeus, 1766) Auchenipteridae 1, 2, 3, 4 FParauchenipterus striatulus (Steindachner, (1877) Auchenipteridae 2, 3 FParodon hilarii Reinhardt, 1867 Parodontidae 3 EParotocinclus bahiensis (Ribeiro, 1918) Loricariidae 4 EParotocinclus cearensis Garavello, 1976 Loricariidae 2 EParotocinclus cesarpintoi Garavello, 1976 Loricariidae 2 EParotocinclus haroldoi Garavello, 1988 Loricariidae 1 EParotocinclus jimi Garavello, 1976 Loricariidae 4 EParotocinclus minutus Garavello, 1976 Loricariidae 4 EParotocinclus spilosoma (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EParotocinclus spilurus (Fowler, 1941) Loricariidae 2 EPhenacogaster calver ti (Fowler, 1941) Characidae 2 EPhenacogaster franciscoensis Eigenmann, 1911 Characidae 3 EPiabina argentea Reinhardt, 1867 Characidae 3, 4 F

160

Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma CaatingaContinuação

Espécie e autor Família Distribuição

Pimelodella cristata (Müller & Troschel, 1848) Pimelodidae 1 FPimelodella dorseyi Fowler, 1941 Pimelodidae 2 EPimelodella enochi Fowler, 1941 Pimelodidae 2 EPimelodella gracilis (Valenciennes, 1847) Pimelodidae 2 FPimelodella itapicuruensis Eigenmann, 1917 Pimelodidae 4 EPimelodella lateristriga (Müller & Troschel, 1849) Pimelodidae 3 FPimelodella laurenti Fowler, 1941 Pimelodidae 3 EPimelodella parnahybae Fowler, 1941 Pimelodidae 1 EPimelodella vittata (Lütken, 1874) Pimelodidae 3 FPimelodella witmeri Fowler, 1941 Pimelodidae 2 EPimelodus blochii (Valenciennes, 1840) Pimelodidae 1 FPimelodus fur (Lütken, 1874) Pimelodidae 3 FPimelodus maculatus Lacépède, 1803 Pimelodidae 1, 3 FPimelodus ornatus Kner, 1858 Pimelodidae 1 FPlagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) Sciaenidae 1, 3 IPlatydoras costatus (Linnaeus, 1758) Doradidae 1 FPoecilia latipinna (Lesueur, 1821) Poeciliidae 3 IPoecilia hollandi (Henn, 1916) Poeciliidae 3 FPoecilia reticulata Peters, 1860 Poeciliidae 1 , 2 IPoecilia vivípara Bloch & Schneider, 1801 Poeciliidae 2, 3 FPoptella compressa (Günther, 1864) Characidae 1 FPotamotrygon signata Garman, 1913 Potamotrygonidae 1 EPristobrycon striolatus Steindachner, 1908 Characidae 2 FProchilodus argenteus Spix & Agassiz, 1829 Prochilodontidae 3 EProchilodus brevis Steindachner, 1874 Prochilodontidae 2, 4 EProchilodus costatus Valenciennes, 1850 Prochilodontidae 3 EProchilodus lacustris Steindachner, 1907 Prochilodontidae 1 EPsectrogaster rhomboides Eigenmann & Eigenmann, 1889 Curimatidae 1, 2 EPsectrogaster saguiru (Fowler, 1941) Curimatidae 2 EPsellogrammus kennedyi Eigenmann & Kennedy, 1903 Characidae 2, 3 FPseudauchenipterus flavescens (Eigenmann. & igenmann, 1888) Auchenipteridae 3 EPseudopimelodus charus (Valenciennes, 1840) Pseudopimelodidae 3 EPseudoplatystoma coruscans (Spix & Agassiz, 1829) Pimelodidae 3 FPseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) Pimelodidae 1 FPseudotatia parva Mees, 1974 Auchenipteridae 3 EPterygoplichthys etentaculatus (Agassiz, 1829) Loricariidae 3 EPygocentrus nattereri (Kner, 1858) Characidae 1, 2 FPygocentrus piraya (Cuvier, 1819) Characidae 2, 3 ERhamdella papariae Fowler, 1941 Pimelodidae 2 ERhamdella robinsoni Fowler, 1941 Pimelodidae 3 ERhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) Pimelodidae 1, 2, 3, 4 FRhamdia wolfi (Fowler, 1941) Pimelodidae 2 ERhamphichthys rostratus (Linnaeus, 1766) Rhamphichthyidae 1 FRhinelepis aspera Spix & Agassiz, 1829 Loricariidae 3 ERivulus decoratus Costa, 1989 Rivulidae 3 ERoeboides microlepis (Reinhardt, 1851) Characidae 1, 2 FRoeboides prognathus (Boulenger, 1895) Characidae 1 FRoeboides xenodon (Reinhardt, 1849) Characidae 3 ESalminus hilarii Valenciennes, 1850 Characidae 2, 3 FSalminus brasiliensis (Cuvier, 1816) Characidae 3 ESchizodon dissimilis (Garman, 1890) Anostomidae 1 ESchizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 Anostomidae 1, 2 FSchizodon knerii (Steindachner, 1875) Anostomidae 3 ESerrapinnus heterodon (Eigenmann, 1915) Characidae 1, 2, 3 FSerrapinnus piaba (Lütken, 1874) Characidae 1, 2, 3 FSerrapinnus sp (Cheirodon insignis, Starks, 1913) Characidae 2 E

161

Anexo 1 - Relação das espécies de peixes de água doce que ocorrem no bioma Caatinga

Espécie e autor Família Distribuição

Serrasalmus brandtii Lütken, 1875 Characidae 2, 3 ESerrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) Characidae 1, 2 FSimpsonichthys adornatus Costa, 2000 Rivulidae 3 ESimpsonichthys antenori (Tulipano, 1973) Rivulidae 2 ESimpsonichthys flavicaudatus (Costa & Brasil, 1990) Rivulidae 3 ESimpsonichthys fulminantis Costa & Brasil, 1993 Rivulidae 3 ESimpsonichthys ghisolfii Costa, Cyrino & Nielsen, 1996 Rivulidae 3 ESimpsonichthys hellneri (Berkenkamp, 1993) Rivulidae 3 ESimpsonichthys igneus Costa, 2000 Rivulidae 3 ESimpsonichthys magnificus (Costa & Brasil, 1991) Rivulidae 3 ESimpsonichthys ocellatus Costa, Nielsen & De Luca, 2001 Rivulidae 4 ESimpsonichthys picturatus Costa, 2000 Rivulidae 3 ESimpsonichthys similis Costa & Hellner, 1999 Rivulidae 3 ESimpsonichthys stellatus (Costa & Brasil, 1994) Rivulidae 3 ESorubim lima (Bloch & Schneider, 1801) Pimelodidae 1 FSteindachnerina elegans (Steindachner, 1874) Curimatidae 3, 4 FSteindachnerina notonota (Ribeiro, 1937) Curimatidae 1, 2 ESternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) Sternopygidae 1, 3 FSynbranchus marmoratus Bloch, 1795 Synbranchidae 1, 2, 3 FTetragonopterus argenteus Cuvier, 1816 Characidae 1, 2 FTetragonopterus chalceus Spix & Agassiz, 1829 Characidae 3 FTilapia rendalli (Boulenger, 1897) Cichlidae 3 ITrachelyopterus striatulus (Steindachner, 1877) Auchenipteridae 2,3 ETrichomycterus itacarambiensis Trajano & Pinna, 1996 Trichomycteridae 3 ETriportheus guentheri (Garman, 1890) Characidae 3 ETriportheus signatus (Garman, 1890) Characidae 1, 2 E

Continuação

163

Biota aquática: árease ações prioritárias

para a conservaçãoda Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO

GRUPO TEMÁTICO �BIOTA AQUÁTICA�

Ricardo RosaCoordenação

Gildo Gomes FilhoNaércio A Menezes

Oscar Akio ShibattaWilson J.E.M. Costa

164

Em razão da semi-aridez dominantena região, e do predomínio de rios�temporários�, era de esperar que a biotaaquática da caatinga fosse poucodiversificada, com poucas espéciesendêmicas e com o predomínio deespécies generalistas amplamentedistribuídas. Tal predisposição foi avaliadaao ser confrontada com informações sobreos peixes da região. Esses foram utilizadoscomo componentes do grupo indicador dabiota aquática, pois somente para eles háinformação de qualidade. A hipótese deque a caatinga é pobre em espéciesaquáticas foi rejeitada. A partir dasinformações disponíveis foi possível obterdados referentes às 185 espécies de peixesdo bioma, as quais estão distribuídas emcem gêneros. A maioria (57,3%) dessasespécies é endêmica. Merece destaque, noentanto, o grande número de espéciesendêmicas de peixes anuais (FamíliaRivulidae) encontradas somente ao longodo médio curso do rio São Francisco.

O estado de conservação dos peixesda Caatinga é ainda precariamenteconhecido; de início, apenas quatro espéciesforam listadas no bioma como ameaçadasde extinção. Deve-se ponderar, porém, quegrande parte da ictiofauna não foi aindaavaliada. Todavia, é preciso considerar o fatode a ampliação de áreas de ocupaçãoagropecuária e urbana contribuir para a

redução e a degradação de hábitatsdisponíveis para os peixes de água doce. Ocrescente desmatamento em áreas decaatinga atinge as formações de vegetaçãociliar em quase todo o bioma. Entre outrosexemplos de impactos ambientais temos oscasos de poluição de cursos d�água poresgotos urbanos, por agrotóxicos e porefluentes industriais. Os projetos de grandesobras de engenharia, que incluem obarramento e as interligações de rios, sãotambém fatores que ameaçam bastante abiota aquática.

De posse das informações sobredistribuição da ictiofauna procedeu-se àindicação de áreas prioritárias para peixes apartir da divisão da Caatinga em quatroecorregiões: 1. Maranhão-Piauí; 2. Nordestemédio-oriental; 3. São Francisco; e 4. Baciasdo leste. Em cada uma dessas ecorregiõesforam selecionadas áreas prioritárias paraconservação da biota aquática, com baseno diagnóstico biológico, o qual inclui ariqueza e o endemismo de espécies; apresença de espécies possivelmenteameaçadas; e também a ocorrência defenômenos biológicos especiais.

Um total de 29 áreas prioritárias foiidentificado e classificado (Figura 1). Essasáreas estão divididas da seguinte forma:quatro de extrema importância biológica,três de muito alta importância, seis de altaimportância, e 16 insuficientemente

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Açude de Cocorobó, Canudos - BA

165

conhecidas, mas de provável importânciabiológica.

As indicações de extrema ou de muitoalta importância biológica fundamentaram-se na ocorrência de fenômenos biológicosespeciais, tais como a presença de peixesanuais e/ou cavernícolas, a alta diversidadefilética e a ocorrência de endemismos.

Esse resultado indica o fato de oconhecimento sobre a ictiofauna ser

incipiente e, portanto, ser de extremaimportância o apoio ao inventário biológicoda biota aquática da Caatinga, pois muitasbacias hidrográficas permanecem aindapouco amostradas. Outra valiosarecomendação refere-se à necessidade dese coibir a introdução de espécies exóticasem ambientes aquáticos naturais sem odevido embasamento de estudos préviosde impacto ambiental.

Figura 1Áreas

prioritárias paraconservaçãode peixes na

Caatinga.

1. Rio Preguiça2. Rio Preto3. Baixo Parnaíba4. Rio Poti5. Rio Coreaú6. Rio Acaraú7. Rio Aracatiaçu8. Rio Curu

9. Rio Choró10. Baixo Jaguaribe11. Rio Salgado12. Rio Apodi13. Rio Piranhas14. Rio Potengi15. Rio Curimataú16. Rio Paraíba do Norte

17. Rio Capibaribe18. Rio Vaza Barris19. Campo Formoso20. Rio Itapicuru21. Rio Jacuípe22. Médio Rio Paraguaçu23. Alto Rio Paraguaçu24. Médio Rio de Contas

25. Itacarambi26. Guanambi27. Bom Jesus da Lapa28. Ibotirama29. Santa Maria da Boa Vista

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficiente

Limite estadualLimite do bioma Caatinga

Hidrografia

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1 - RIO PREGUIÇALocalização: MA: Barreirinhas, Santa Quitériado Maranhão, Tutóia e São Bernardo.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica isolada comtotal falta de dados sobre a diversidade depeixes.

2 - RIO PRETOLocalização: MA: Anapurus, Buriti,Chapadinha, Brejo, Santa Quitéria doMaranhão, Mata Roma e Urbano Santos.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Rio com total falta de dadossobre a diversidade de peixes, incluindoáreas de cabeceiras.

3 - BAIXO PARNAÍBALocalização: PI: Buriti dos Lopes, BomPrincípio do Piauí, Parnaíba e Joaquim Pires.MA: Araioses e Magalhães de Almeida.Importância biológica: Alta.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; número alto de espéciesde interesse econômico.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (área sujeita adesmatamento e atividades agropecuários).Justificativa: Área com espécies de grandeinteresse econômico, com presença dealgumas espécies endêmicas e riquezamoderada.

4 - RIO POTILocalização: PI: Passagem Franca do Piauí,Prata do Piauí, São Félix do Piauí, Santa Cruzdos Milagres, São Miguel do Tapuio, AltoLongá, Beneditinos e São João da Serra.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Área sem dados sobre adiversidade da fauna de peixes, porém comprovável elevada taxa de endemismo porse tratar de região de cabeceiras.

5 - RIO COREAÚLocalização: CE: Coreaú, Granja, Moraújoe Uruoca.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica isoladacom total falta de dados sobre adiversidade de peixes.

6- RIO ACARAÚLocalização: CE: Acaraú, Morrinhos,Santana do Acaraú, Sobral, Bela Cruz,Marco, Massapé.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica com poucosdados sobre a diversidade de peixes,aparente baixo endemismo (apenas umaespécie reconhecidamente endêmica).

7 - RIO ARACATIAÇULocalização: CE: Irauçuba, Sobral, Miraíma,Amontada, Irauçuba e Santana do Acaraú.Importância biológica Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Bacia hidrográfica isolada comtotal falta de dados sobre a diversidadebiológica de peixes.

8 - RIO CURU

Localização: CE: Apuiarés, Itapagé, SãoGonçalo do Amarante, São Luís do Curu,Umirim, Pentecoste, Tejuçuoca, GeneralSampaio e Paramoti.

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

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Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Baixa riqueza deespécies.

Justificativa: Área com registro de algumasespécies, mas sem maiores dados sobre adiversidade biológica de peixes.

9 - RIO CHORÓ

Localização: CE: Aracoiaba, Redenção,Barreira, Chorozinho, Ocara, Baturité,Capistrano, Itapiúna, Ibaretama e Quixadá.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número de ende-mismos.

Justificativa: Área com pouca informaçãosobre riqueza e endemismo de espécies depeixes.

10 - BAIXO JAGUARIBE

Localização: CE: Limoeiro do Norte,Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe,Quixeré, Morada Nova, Jaguaruana,Palhano e Russas.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fenô-meno biológico especial; alto número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média. grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamentoe atividades agropecuárias).

Justificativa: São conhecidas 46 espéciesde peixes na área, algumas das quais sãoendêmicas. As atividades de pesca desubsistência são importantes e existemambientes especiais, representadosprincipalmente por poças temporáriasonde predominam espécies anuais.

11 - RIO SALGADOLocalização: CE: Aurora, Cedro, Icó, Lavrasda Mangabeira, Caririaçu, Missão Velha,Abaiara, Milagres, Barro, Umari e Baixio.Importância biológica: Alta.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio de ende-mismos; riqueza de espécies raras/amea-çadas: média; ocorrência de fenômenobiológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média.Justificativa: Como região de cabeceiras,apresenta endemismo relativamente alto.A diversidade é menor em comparação como restante da bacia do Rio Jaguaribe, porémsão necessários levantamentos adicionaispara melhor conhecimento da fauna.

12 - RIO APODILocalização: RN: Severiano Melo, RodolfoFernandes, Potiretama, Ererê, SãoFrancisco do Oeste, Francisco Dantas,Taboleiro Grande, Portalegre, Riacho daCruz, Viçosa, Taboleiro Grande, Itaú,Umarizal, Apodi, Caraúbas, Felipe Guerrae Governador Dix-Sept Rosado.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixo número deendemismos; baixa riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Justificativa: Área com algumas espéciesconhecidas, mas que necessita delevantamentos adicionais para melhorcaracterização da diversidade da ictiofauna.

13 - RIO PIRANHASLocalização: PB: Sousa, São João do Riodo Peixe, Cajazeiras, Carrapateira, São Joséda Lagoa Tapada, Nazarezinho e São Joséde Piranhas; CE: Barro.Importância biológica: Alta.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número de

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endemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (atividadeagropecuária de subsistência; caça; usorecreativo).

Justificativa: Área com baixa ocupaçãohumana e considerável extensão de matasmarginais bem desenvolvidas e conser-vadas; moderada diversidade de espécies depeixes, associada à perenização do curso deágua; manancial hídrico importante paramanutenção da biota aquática e usohumano. São conhecidas 24 espécies depeixes da área, número relativamente altoem comparação com bacias adjacentes.A região de cabeceiras possivelmenteapresenta endemismo. Há duas ou trêsespécies de interesse econômico.

14 - RIO POTENGI

Localização: RN: Ielmo Marinho, Macaíba,Bom Jesus, Senador Elói de Souza, Lagoade Velhos, Ruy Barbosa, São Tomé,Santana do Matos, Cerro Corá, Barcelona,São Paulo do Potengi e São Pedro.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixo número deendemismos.

Justificativa: Área com poucas espéciesconhecidas, quase sem dados sobre adiversidade de peixes.

15 - RIO CURIMATAÚ

Localização: PB: Olivedos, Bananeiras,Barra de Santa Rosa, Esperança, Solânia,Arara, Borborema, Serraria, Belém, Serra daRaiz, Pirpirituba, Duas Estradas, Lagoa deDentro, Caiçara, Jacaraú, Dona Inês,Araruna, Cacimba de Dentro, Areial,Pocinhos, Remígio e Tacima; RN: Nova Cruz.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Justificativa: Área sem dados para acaracterização da diversidade faunística.

16 - RIO PARAÍBA DO NORTE

Localização: PB: Água Branca, Aroeiras,Cabaceiras, Boqueirão, Barra de SãoMiguel, Natuba, São João do Cariri eUmbuzeiro.

Importância biológica: Alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixo número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,uso do solo e água para atividadesagropecuárias; mineração de areia;substituição da floresta nativa por culturasexóticas; poluição por esgotos urbanos eagrotóxicos).

Justificativa: Área peculiar com ambientesde cabeceiras de rio, com número razoávelde espécies de peixes comparativamente aáreas adjacentes e presença de espéciesreofílicas. Endemismo baixo mas que podeser maior quando as áreas de cabeceirasforem mais bem exploradas. O rio Natubaé parcialmente margeado e sombreado porremanescentes de floresta úmida dealtitude (brejo de altitude); constituimanancial hídrico com significativo aportede água para a bacia do rio Paraíba doNorte.

17 - RIO CAPIBARIBE

Localização: PE: Salgadinho, Surubim,Vertentes, Taquaritinga do Norte, Caruaru,Riacho das Almas, Cumaru, FreiMiguelinho, Passira e Toritama.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

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Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto; pressãoantrópica: alta (desmatamento, poluiçãoaquática, retirada de água para consumohumano e atividade agropecuária).

Justificativa: Poucos dados para acaracterização da biodiversidade de peixes.Presença de brejos de altitude nas regiõesde cabeceiras. Área profundamentealterada, com forte pressão antrópica.

18 - RIO VAZA BARRIS

Localização: BA: Jeremoabo e Canudos.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio deendemismos.

Justificativa: São conhecidas apenas trêsespécies da área, duas das quaisendêmicas. Os dados são insuficientes paraa caracterização da diversidade daictiofauna.

19 - CAMPO FORMOSO

Localização: BA: Campo Formoso eMirangaba.

Importância biológica: Alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; número médio deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (exploração dolençol freático para o suprimento deágua).

Justificativa: Área cárstica com ocorrênciade cavernas calcárias (incluindo a maiordo Brasil) contendo corpos d�águafreáticos sem conexão direta com adrenagem superficial. Fauna cavernícolaendêmica representada por espéciesexclusivamente subterrâneas (troglóbias),de caráter relictual. Destaca-se aocorrência de uma nova espécie de bagreheptapteríneo troglóbio, gênero Taunayia(em fase de descrição), que constitui casode maior interesse científico pelo alto graude especialização morfológica, ecológicae comportamental, e distribuição disjunta(a única outra espécie do gênero ocorreem áreas bem preservadas de MataAtlântica no estado de São Paulo). Váriasespécies de invertebrados troglóbiosforam registrados, incluindo os únicoscasos de isópodes aquáticos e de insetosZygentoma troglóbios no país. As espé-cies aquáticas apresentam densidadespopulacionais extremamente baixas,sendo altamente vulneráveis a eventuaisperturbações.

20 - RIO ITAPICURU

Localização: BA: Morro do Chapéu, MiguelCalmon, Caém, Caldeirão Grande, Itiúba,Capim Grosso, Jacobina, Queimadas,Quixabeira, Ponto Novo e Várzea Nova.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: baixa; baixo número deendemismos; ocorrência de fenômenobiológico especial; baixo número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: baixo;pressão antrópica: alta (atividadeagropecuária).

Justif icativa: Poucos dados para acaracterização da diversidade daictiofauna. São conhecidas duas espéciesendêmicas da área. Região de cabeceirascom composição faunística distinta daparte baixa.

170

21 - RIO JACUIPE

Localização: BA: Várzea do Poço, Várzea daRoça, Quixabeira, Capim Grosso, Santaluz,Gavião, Nova Fátima, Conceição do Coité,Retirolândia, Riachão do Jacuípe, SãoDomingos, São José do Jacuípe,Serrolândia e Capela do Alto Alegre.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Justificativa: Sem dados sobre a diversi-dade da fauna de peixes.

22 - MÉDIO RIO PARAGUAÇU

Localização: BA: Ipirá, Ruy Barbosa,Macajuba, Rafael Jambeiro, Itatim, Iaçu,Itaberaba, Quixabeira, Ponto Novo e VárzeaNova.

Importância biológica: Alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamento,barragens, atividade agropecuária, poluiçãoaquática).

Justificativa: Área ainda pouco conhecida,mas as poucas expedições já realizadasrevelaram fauna abundante, com presençade algumas espécies endêmicas e deimportância comercial, exploradas pelapopulação ribeirinha.

23 - ALTO RIO PARAGUAÇU

Localização: BA: Ibicoara, Iramaia, Barrada Estiva, Itaeté, Boa Vista do Tupim, NovaRedenção e Andaraí.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Alto número deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: média (visitação turísticasem controle).

Justificativa: Ocorrência de faunacavernícola endêmica. Região cárstica comcomunidades de peixes de caverna.

24 - MÉDIO RIO DE CONTAS

Localização: BA: Barra da Estiva, Contendasdo Sincorá, Caetanos, Mirante, Jequié,Iramaia, Manoel Vitorino, Maracás e Tanhaçu.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Número médiode endemismos; número médio deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento,atividades agropecuárias).

Justificativa: As poucas coletas realizadasindicam existência de algumas espéciesendêmicas. São conhecidas espécies deimportância comercial exploradas porcomunidades ribeirinhas.

25 - ITACARAMBI

Localização: MG: Itacarambi, Januária,Manga e Matias Cardoso.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; alto número de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (turismo fora decontrole, desmatamento e atividadesagropecuárias).

Justificativa: Caracterizada pelo elevadonúmero de espécies, grande diversidade filéticae de espécies, presença de espéciesendêmicas e raras. Há comunidades especiais

171

representadas por cavernas onde se diferenciafauna cavernícola e poças temporárias compresença de espécies anuais.

26 - GUANAMBI

Localização: BA: Guanambi.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; número médio de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (ocupaçãohumana, desmatamento e atividadesagropecuárias).

Justif icativa: Grande diversidadefaunística, com predominância deespécies exclusivas em comunidadesespeciais, principalmente poças tem-porárias. Várias espécies raras e algumasexploradas comercialmente.

27 - BOM JESUS DA LAPA

Localização: BA: Bom Jesus da Lapa eParatinga.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial; alto número de espécies deinteresse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (ocupação humana,turismo fora de controle, desmatamento eatividades agropecuárias).

Justificativa: Grande diversidade faunísticacom elevado número de espécies endêmicase algumas raras. Presença de poçastemporárias marginais com predomínio de

espécies anuais. Várias espécies comerciaisexploradas regularmente.

28 - IBOTIRAMA

Localização: BA: Barra, Morpará, Xique-Xique e Ibotirama.

Importância biológica: Extrema.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de ende-mismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial; alto número de espéciesde interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média.

Justificativa: Alta diversidade tanto em nívelde espécie quanto filética. Presença devárias espécies endêmicas e algumas raras,bem como de comunidades especiais,principalmente em poças temporárias,onde predominam espécies anuais.

29 - SANTA MARIA DA BOA VISTA

Localização: BA: Juazeiro e Curaçá; PE:Petrolina e Santa Maria da Boa Vista.

Importância biológica: Muito alta.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência de fe-nômeno biológico especial; alto número deespécies de interesse econômico.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento;atividades agrícolas).

Justificativa: Área com diversidadefaunística média, com algumas espéciesendêmicas e poucas raras. Presença depoças temporárias com espécies anuaisraras. Presença de espécies de interessecomercial exploradas regularmente.

Fauna 165

Fauna deanfíbios e

répteis dasCaatingas

COORDENADOR:

Miguel Trefaut RodriguesUniversidade de São Paulo

COLABORADORES:

Celso Morato de CarvalhoDiva Maria Borges

Elisa Maria Xavier FreireFelipe Franco Curcio

Francisco Filho de OliveiraHélio Ricardo da Silva

Marianna Botelho de Oliveira Dixo

166 Parte III

INTRODUÇÃO

Entre os principais domínios mor-foclimáticos brasileiros, o das caatingas,ocupando uma área aproximada de800.000km2 é, de modo geral, um dosmais bem conhecidos quanto à sua faunade répteis e anfíbios. Conhecem-se hoje,de localidades com a feição característicadas caatingas semi-áridas, 44 espécies delagartos, 9 espécies de anfisbenídeos,47 espécies de serpentes, quatro quelônios,três crocodilianos, 47 anfíbios anuros e doisgimnofionos (Anexo 1).

Se considerarmos as ilhas relictuaisde florestas, como os brejos florestados, eenclaves de outros tipos de paisagens maismésicas sem a fácie típica das caatingas,os números aumentam muito. Abor-daremos aqui apenas a fauna associada alocalidades estritamente caracterizadascomo caatinga.

Um levantamento preliminar combase na coleção do Museu de Zoologia daUSP, ainda sem incorporar completamentea coleção de anfíbios �Werner Bokermann�,mostra que existem espécimes documen-tários de cerca de 150 localidades assimdistribuídas: Piauí, 6; Ceará, 18; RioGrande do Norte, 7; Paraíba, 19;Pernambuco, 27; Alagoas, 6 e Bahia, 53(Anexo 2). Não há registros de répteis eanfíbios para as manchas de caatinga doNorte de Minas Gerais.

Analisando com mais detalhe aamostragem de cada uma destas cerca de

150 localidades, verificamos que muitopoucas contam com coleções repre-sentativas das comunidades de répteis eanfíbios ali presentes.

No Piauí, Valença, situada em umaárea de contato com os cerrados, é alocalidade melhor amostrada, com 19espécies de serpentes, 15 de lagartos eapenas oito de anfíbios. As cinco demaisamostras nesse Estado, documentamapenas a fauna mais generalista, nãopassando de três espécies de serpentes,cinco de lagartos e três de anuros porlocalidade.

A situação do Ceará é um poucomelhor se considerarmos a cobertura geraldo Estado, mas nenhuma localidade está,individualmente, tão bem representada emcoleções como Valença. A melhoramostragem está na região do Cariri,também uma área de transição com asmatas e os cerrados. De Arajaraconhecemos dez espécies de serpentes, 12de lagartos e três de anfíbios, e de Santanado Carirí, três espécies de serpentes, 12 delagartos e dez de anuros. Morro Branco(Beberibe) e Coluna, nas imediações deJustiniano Serpa, são as duas outraslocalidades melhor amostradas. A primeiraconta com apenas cinco espécies deserpentes e oito de lagartos, e a outra, comoito espécies de serpentes e 12 de lagartos.Nenhum anuro está representado nascoleções daquelas localidades.

Fauna 167

No Rio Grande do Norte, Angicos éa localidade mais bem amostrada, com seisespécies de lagartos e oito de anuros,seguida de Maxaranguape com trêsespécies de serpentes, cinco de lagartos equatro de anuros. Das demais cincolocalidades, a melhor amostrada quantoaos lagartos está representada por quatroespécies, por duas quanto às serpentes epor três quanto aos anuros.

Das 19 localidades da Paraíba,Cabaceiras (com cinco espécies deserpentes, 16 de lagartos e quatro deanuros) e Gurinhém (com nove espécies deserpentes, 11 de lagartos e oito de anuros)são as mais bem amostradas. Coremas eJunco do Seridó, com nove espécies, sãoas localidades melhor representadas quantoaos anuros, contudo são mal representadasquanto às serpentes e lagartos (sete e trêsespécies de serpentes, e cinco e seteespécies de lagartos, respectivamente).

Exu é a localidade mais bemamostrada de Pernambuco e de todo onordeste seco nas coleções do MZUSP. Sãodali conhecidas 18 espécies de serpentes,16 de lagartos e 19 de anfíbios anuros.Quanto às serpentes, Carnaubeira (comdez espécies) e Agrestina (com seisespécies) vêm em seguida a Exu. Dentreas demais 24 localidades, a mais bemrepresentada tem três espéciesdocumentadas na coleção do MZUSP. Comos lagartos a situação é um pouco melhor,além de Exu, tem-se Agrestina com 10espécies, Pesqueira com nove, Carnaubeiracom oito e várias outras localidades deonde cinco a sete espécies de lagartostiveram espécimes testemunhos colecio-nados. A amostragem dos anfíbios é bemmenor, e a localidade com o maior númerode espécies é Serra dos Cavalos, com noveespécies. Vale mencionar que Serra dosCavalos foi incluída pois, emboramajoritariamente sua fisionomia seja a defloresta úmida, apresena fácies de caatingano entorno. Das outras 25 localidades, amelhor representada é Petrolina comapenas três espécies de anuros.

Das seis localidades de Alagoas, acoleção de Xingó é a melhor, contando

com 10 espécies de serpentes, 19 delagartos e 12 de anuros. Essa coleçãoresulta de trabalho empreendido quandoda instalação de uma usina hidrelétrica emostra bem a importância de se aproveitar,cientificamente, essas oportunidades paramaximizar a representação da diversidadebiológica local. A Barragem de Itaparica,cujas coleções foram pulverizadas e não seencontram no MZUSP, parece ter sido alocalidade melhor amostrada, em relaçãoàs serpentes, de todo o nordeste conta-bilizando 27 espécies (Silva Jr. & Sites Jr.1994). Entre lagartos e anfisbenídeos, 21espécies foram apontadas para essamesma área, da qual não há dados sobreos anuros. De Alagoas, excetuando-seXingó, Quebrângulo é a localidade maisbem amostrada, com oito espécies deserpentes, quatro de lagartos e duas deanuros.

Sergipe, tradicionalmente, tem sidoum estado mal amostrado. A localidadehoje mais bem representada na coleção éAreia Branca com três espécies deserpentes, sete de lagartos e 13 de anuros.Ainda assim, parte da área envolve a faunados ambientes especiais da Serra deItabaiana, como por exemplo, o lagartoTropidurus hygomi, ali presente, masausente das caatingas típicas. Essesnúmeros deverão, provavelmente, aumen-tar em vista de coletas que vêm sendorealizadas na região.

Finalmente, existem 53 localidadesda Bahia com amostras de répteis eanfíbios nas coleções do MZUSP. Apenasquatro dessas localidades estão repre-sentadas por mais de sete espécies deserpentes, dez têm mais de sete espéciesde lagartos e, de apenas seis localidades,há coleções representando sete ou maisespécies de anfíbios. As localidades melhoramostradas estão todas na região dasdunas interiores do rio São Francisco, ouem áreas de transição, como Itiúba.

Os comentários acima mostramclaramente o caráter fortuito da maioria dascoleções realizadas. Poucas derivaram decampanhas de longa duração queprocuraram maximizar a representação das

168 Parte III

comunidades de répteis e anfíbios do local.Geralmente representam o interesse doespecialista que visita uma localidade emuma época propícia para a coleta de umgrupo, mas não para outro. Assim, emborade modo geral o conhecimento possa hojeser considerado adequado, faltam amos-tragens representativas das comunidadesde répteis e anfíbios dos diversos am-bientes. Um bom exemplo de uma loca-lidade bem trabalhada é Exu. A poucarepresentatividade de formas subterrâneas,fossoriais e/ou supostamente raras emcoleções também mostra que hánecessidade de adequação das meto-dologias de coleta.

Do ponto de vista da coberturageográfica, ainda falta muito a fazer. Estalacuna é talvez a mais importante apreencher para podermos definir as áreasprioritárias para a conservação no domíniodas caatingas. As amostragens são aindatão incipientes que é impossível, salvoalgumas exceções, falar sobre ende-mismos.

A mais importante área deendemismo está na região do campo dedunas do rio São Francisco (Rodrigues1996), caracterizada por gêneros e espéciesque não ocorrem em nenhum outro tipode hábitat na região neotropical. Esta é semdúvida uma área prioritária para aconservação. Contudo, como essa des-coberta é extremamente recente, é muitoprovável que existam outras áreas, aindainexploradas, com importância histórica,ecológica e evolutiva similar.

Com relação aos lagartos, outrosendemismos ou disjunções do domínioestão também em regiões com solosarenosos. Tropidurus hygomi acimamencionado, embora não seja um animalda caatinga, é um dos exemplos dedisjunção espacial associada à distribuiçãodos solos arenosos. Lagartos comoTropidurus cocorobensis, uma espécie deCnemidophorus que ainda está por serdescrita e a cobra-cega Amphisbaenaarenaria, são exemplos similares deespécies endêmicas, disjuntas e encra-vadas no domínio das caatingas.

O que dizer de outras espéciesconhecidas de uma ou de poucaslocalidades, ainda que ocorram em áreasfisionomicamente caracterizadas comocaatinga? Entre os lagartos, estariam nessasituação, dentre outros, Mabuya agmosti-cha e Phyllopezus periosus; o último omaior geco brasileiro e descrito poucos anosatrás. Não é cabível, sequer, tecer comen-tários referentes às serpentes ou aos anfíbiosanuros. Somente é possível dizer que, comofoi mostrado acima, nosso conhecimentosobre as caatingas é tão fragmentário quenecessitamos urgentemente de inventáriosmulticisciplinares, utilizando metodologiaadequada, de modo a amostrar melhor adiversidade biológica desse domínio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RODRIGUES, M.T. 1996. Lizards, snakes, and amphisbaeniansfrom the Quaternary sand dunes of the middle RioSão Francisco, Bahia, Brazil. Journal of Herpetology30(4): 513-523.

SILVA JR., N.J. & J.W. SITES JR. 1995. Patterns of diversity ofNeotropical squamate reptile species with emphasison the Brazilian Amazon and the conservationpotential of indigenous reserves. ConservationBiology 9 (4): 873-901.

Fauna 169

SQUAMATA

Amphisbaenidae Amphisbaena albaAmphisbaena arenaria *Amphisbaena hastata *Amphisbaena ignatiana *Amphisbaena pretreiAmphisbaena vermicularisAmphisbaena sp. nov *Leposternon polystegumLeposternon sp. nov.

Anguidae Diploglossus lessonae

Teiidae Ameiva ameivaAmeiva sp. nov *Cnemidophorus ocelliferCnemidophorus sp. nov 1 *Cnemidophorus sp. nov 2 *Cnemidophorus sp. nov 3*Tupinambis merianae

Gymnophthalmidae Anotosaura vanzoliniaAnotosaura collarisCalyptommatus leiolepis *Calyptommatus nicterus *Calyptommatus sinebrachiatus *Colobosaura mentalisColobosauroides cearensisColobosauroides carvalhoiMicrablepharus maximilianiNothobachia ablephara *Procellosaurinus erythrocercus *Procellosaurinus tetradactylus *Psilophthalmus paeminosus *Vanzosaura rubricauda

Scincidae Mabuya heathiMabuya agmosticha *Mabuya macrorhyncha

Gekkonidae Briba brasilianaColeodactylus meridionalisGymnodactylus geckoidesHemidactylus agriusHemidactylus mabouiaPhyllopezus periosus *Phyllopezus pollicarisLygodactylus klugei

Iguanidae Iguana iguana

Polychrotidae Polychrus acutirostrisEnyalius bibroni

Tropiduridae Tropidurus amathites *Tropidurus cocorobensis *Tropidurus divaricatus *Tropidurus erythrocephalus *Tropidurus hispidusTropidurus pinima *Tropidurus psammonastes *Tropidurus semitaeniatus *

Typhlopidae Typhlops yonenagae

Leptotyphlopidae Leptotyphlops borapeliotesLeptotyphlops brasiliensis

Anexo 1 - Lista de répteis e anfíbios das caatingas.

SQUAMATA (cont.)

Boidae Boa constrictorCorallus hortulanus

Colubridae Apostolepis arenariusApostolepis cearensisApostolepis gaboiApostolepis cf. longicaudataApostolepis sp. nov.Boiruna sertanejaChironius carinatusChironius flavolineatusClelia cleliaErythrolamprus aesculapiiHelicops leopardinusLeptodeira annulataLeptophis ahaetullaLiophia almadensisLiophis dilepisLiophis miliarisLiophis mossoroensisLiopphis poecilogyrusLiophis reginaeLiophis viridisMastigodryas bifossatusOxybelis aeneusOxyrhopus trigeminusPhilodryas nattereriPhilodryas olfersiPhimophis chuiPhimophis iglesiasiPhimophis scriptorcibatusPseudoboa nigraPsomophis jobertiSibynomorphus mikaniiSpilotes pullatusTantilla melanocephalaThamnodynastes pallidusThamnodynastes strigilisWaglerophis merremi

Elapidae Micrurus ibibobocaMicrurus lemniscatus

Viperidae Bothrops erythromelasBothrops iglesiasiBothrops neuwiediiCrotalus durissus

CHELONIAKinosternidae Kinosternon scorpioidesTestudinidae Geochelone carbonariaChelidae Phrynops geoffroanus

Phrynops tuberculatus

CROCODYLIAAlligatoridae Caiman crocodylus

Caiman latirostrisPaleosuchus palpebrosus

ANFÍBIOS

Bufonidae Bufo granulosusBufo paracnemis

Hylidae Corythomantis greeningiHyla crepitansHyla minuta

Hylidae Hyla microcephalaHyla nanaHyla ranicepsHyla soaresiPhrynohyas venulosaScinax aurataScinax gr. catharinaeScinax eurydiceScinax oliveiraiScinax pachychrusScinax gr. ruberScinax x-signatusTrachycephalus atlasXenohyla izecksoni

Leptodactylidae Ceratophrys joazeirensisEleutherodactylus ramagiiLeptodactylus fuscusLeptodactylus labyrinthicusLeptodactylus latinasusLeptodactylus mystaceusLeptodactylus natalensisLeptodactylus ocellatusLeptodactylus podicipinusLeptodactylus syphaxLeptodactylus troglodytesOdontophrynus carvalhoiPhysalaemus albifronsPhysalaemus centralisPhysalaemus cicadaPhysalaemus cuvieriPhysalaemus gracilisPhysalaemus kroeyeriPleurodema diplolistrisProceratophrys cristicepsPseudopaludicola falcipesPseudopaludicola mystacalis

Microhylidae Dermatonotus mulleri

Phyllomedusidae Phyllomedusa bahianaPhyllomedusa hypocondrialis

Pipidae Pipa carvalhoi

Pseudidae Pseudis paradoxa

Caecilidae Chthonerpeton ariiSiphonops paulensisSiphonops annulatus

Thyphlonectidae Chthonerpeton arii

*espécies endêmicas ao bioma Caatinga

170 Parte III

Mulungú 0418; 3900 0 2 1

Nova Barra do Tarraxil 0850; 3900 0 4 2

Nova Rodelas 0859; 3848 1 2 0

Nova Soure 1114; 3829 0 4 0

Paulo Afonso 0921; 3815 0 3 2

Pilão Arcado 1009; 4226 0 2 0

Planalto Baiano 1440; 4028 0 5 4

Poções 1432; 4022 0 2 1

Queimadas 1037; 4236 6 13 2

Raso da Catarina 0942; 3831 1 4 6

Santana dos Brejos 1259; 4403 0 1 0

Santo Inácio 1106; 4244 8 16 1

Seabra 1 0 0

Senhor do Bonfim 1027; 4011 5 5 1

Tiquara 1028; 4032 1 0 0

Vacaria 1039; 4237 0 11 1

Vila Nova 1027; 4011 0 2 0

Vitória da Conquista 1451; 4050 1 1 0

Xique-Xique 1050; 4243 0 7 3

Ceará

Acaraú 0 1 0

Arajara 0721; 3924 10 12 3

Barbalha 0719; 3917 2 0 0

Baturité 0423; 3853 5 3 3

Chapada do Araripe 0720; 4000 2 3 0

Chorozinho 0418; 3839 0 1 0

Coluna 0402; 3829 8 12 0

Crato 0714; 3923 2 3 1

Icó 0512; 3917 0 1 0

Itapipoca 0330; 3934 2 4 1

Itapipoca 0330; 3934 2 2 2

Lima Campos 0 0 2

Maranguape 0401; 3852 3 3 6

Morro Branco 0410; 3806 5 8 0

Mulungu 0418; 3900 1 6 0

Pacajús 0411; 3827 7 8 0

Quixadá 0421; 3838 2 0 0

Santana do Cariri 0711; 3944 3 12 10

Paraiba

Alagoa Grande 0734; 3520 1 0 0

Cabaceiras 0730; 3612 5 16 4

Caiçara 0626; 3529 2 1 0

Anexo 2 - Número de espécies de répteis e anfíbios da Caatinga, por localidade, nas coleções do Museu de Zoologia da USP.

Alagoas

Canoas 0929; 3552 1 0 0

Mangabeiras 0956; 3605 3 0 0

Maninbu 1010; 3622 4 0 1

Maragogí 0901; 3513 3 0 0

Quebrangulo 0920; 3628 8 4 2

Xingó 0924; 3758 10 19 12

Bahia

Alagoado 0929; 4121 7 13 0

As Pedras 1036; 4239 0 4 0

Baixa Grande 1157; 4011 1 0 0

Barra 1105; 4309 1 11 0

Barragem de

Sobradinho 0926; 4048 0 1 0

Bendengó 0958; 3912 0 1 1

Buritirama 1043; 4338 3 3 1

Caatinga do Moura 1058; 4045 8 8 7

Campo Formoso 1501; 4107 0 1 12

Canudos 0953; 3913 0 1 2

Capão do Jucu 1254; 4141 1 0 3

Caraíba dos Bragas 0939; 4120 1 4 0

Cocorobó 0953; 3902 0 7 10

Coronel João Sá 1017; 3755 0 3 0

Curaçá 0859; 3954 0 5 15

Euclides da Cunha 1031; 3901 0 0 1

Gameleira 1255; 3836 0 1 0

Gentio do Ouro 1106; 4244 0 1 0

Guarajuba 1242; 3806 0 1 0

Iaçú 1245; 4013 1 0 0

Ibiraba 1048; 4250 10 12 4

Igatu 1253; 4129 3 3 1

Iramaia 1222; 4122 0 0 1

Irece 1119; 4152 0 2 0

Itabela 1634; 3924 1 0 0

Itaetê 1259; 4058 1 0 0

Itiuba 1042; 3951 6 6 13

Jacobina 1111; 4030 1 7 2

Jequié 1352; 4006 1 2 5

Jeremoabo 1004; 3821 3 5 8

Juazeiro 0924; 4030 2 1 0

Manga 1128; 4400 0 4 0

Maracujá 1050; 4440 2 1 0

Mocajuba 1209; 4027 1 0 0

CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios

Fauna 171

Anexo 2 - Número de espécies de répteis e anfíbios da Caatinga, por localidade, nas coleções do Museu de Zoologia da USP.

CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios CoordenadasEstado/ Municípiogeográficas

Serpentes Lagartos Anfíbios

Campina Grande 0713; 3551 0 2 0

Coremas 0701; 3707 7 5 9

Cruz do Espírito Santo 0708; 3506 1 0 0

Gurinhém 0708; 3527 9 11 8

Joazeirinho 0704; 3635 0 2 0

Junco do Seridó 0700; 3643 3 7 9

Mamanguape 0650; 3507 8 4 6

Mojeiro de Baixo 0717; 3528 0 2 0

Patos 0702; 3716 1 3 0

Piancó 0710; 3756 0 6 0

Santa Luzia 0662; 3656 0 2 0

São José de Espinharas 0650; 3719 4 8 1

São Tomé 0739; 3655 1 0 0

Serra do Teixeira 0712; 3715 1 0 0

Soledade 0704; 3621 0 3 0

Umbuzeiro 0742; 3540 0 4 0

Pernambuco

Açude dos Tambores 0821; 3630 0 1 0

Agrestina 0837; 3557 6 10 0

Belém do São Francisco 0845; 3858 0 2 0

Bom Conselho 0910; 3641 1 2 3

Carnaubeira 0818; 3845 10 8 1

Caruaru 0816; 3558 0 6 0

Catimbau 0836; 3715 0 2 0

Cruz de Malta 0815; 4020 1 0 0

Custódia 0807; 3739 0 1 0

Encruzilhada 0841; 4007 0 5 0

Exu 0731; 3943 18 16 19

Floresta 0823; 3850 1 1 0

Garanhuns 0854; 3629 0 1 0

Ipubi 0739; 4007 0 1 0

Jatobá 0905; 3812 0 1 0

João Alfredo 0752; 3535 0 3 0

Jutaí 0838; 4014 1 0 0

Limoeiro 0752; 3528 0 2 0

Maniçoba 0736; 3945 0 1 0

Ouricuri 0753; 4005 0 2 1

Pesqueira 0821; 3643 0 9 0

Petrolândia 0905; 3818 0 1 0

Petrolina 0924; 4030 1 1 3

Salgueiro 0804; 3906 0 0 2

Serra dos Cavalos 0821; 3602 3 0 9

Serra Talhada 0759; 3810 1 5 2

Sítio dos Nunes 0802; 3751 0 7 0

Piauí

Floriano 0647; 4301 0 1 0

Oeiras 0701; 4208 0 1 0

Patos 0702; 3716 0 4 0

Piripirí 0411; 4145 3 5 3

São Raimundo Nonato 0901; 4242 0 5 0

Valença 0624; 4145 19 15 8

Rio Grande do Norte

Angicos 0540; 3636 0 6 8

Ceará- Mirim 0538; 3526 0 0 1

Eduardo Gomes 0 0 1

Maxaranguape 0530; 3516 3 5 4

Mossoró 0512; 3731 0 1 1

Ponta Negra 0557; 3510 0 3 3

Presidente Juscelino 0606; 3542 2 4 0

Sergipe

Areia Branca 1046; 3719 3 7 13

Campo do Brito 1045; 3730 4 1 0

Itaporanda d�Ajuda 1059; 3718 1 0 0

Serra de Itabaiana 1042; 3729 1 0 0

Sirirí 1035; 3708 0 1 0

172 Parte III

181

Anfíbios e répteis:áreas e ações

prioritárias paraa conservação

da Caatinga

PARTICIPANTES DO SEMINÁRIOGRUPO TEMÁTICO �RÉPTEIS E ANFÍBIOS�

Miguel Trefaut RodriguesCoordenação

Celso Morato de CarvalhoDiva Maria Borges-Nojosa

Eliza Maria Xavier FreireFelipe Franco Curcio

Francisco Filho de OliveiraHélio Ricardo da Silva

Marianna Botelho de Oliveira Dixo

182

São conhecidas, em localidadescom feição característica das caatingassemi-áridas, 44 espécies de lagartos,nove espécies de anfisbenídeos, 47 deserpentes, quatro de quelônios, três decrocodilianos, 47 de anfíbios anuros eduas de gimnofionos. Dessas,aproximadamente 15% são endêmicas.

Do ponto de vista da coberturageográfica há ainda muito por fazer.Talvez seja essa a mais importante lacunaa ser preenchida para que possamosdefinir as áreas prioritár ias paraconservação na Caatinga. Asamostragens são bastante incipientes, oque torna impossível, salvo para gruposmais bem estudados, como o doslagartos e o dos anfisbenídeos, falar emendemismos.

As informações sobre a distribuiçãodas espécies de anfíbios e de répteisforam uti l izadas para identi f icar eclassificar áreas prioritárias a seremconservadas. No total foram indicadas19 áreas, sendo duas delas de extremaimportância biológica, 12 de muito altaimportância e cinco de provávelimportância, mas insuficientementeconhecidas (Figura 1).

Merecedoras de destaque são as

duas áreas de dunas do médio rio SãoFrancisco (campos de dunas de Xique-Xique e de Santo Inácio, e campos dedunas de Casanova), pois nelas con-centram-se conjuntos únicos de espéciesendêmicas. Por exemplo, das 41 espéciesde lagartos e de anfisbenídeos registradaspara o conjunto de áreas de dunaspraticamente 40% são endêmicas. Alémdisso, quatro gêneros são tambémexclusivos da área.

A criação de áreas protegidas foi aação recomendada para o Domo deItabaiana, Estação Ecológica do Xingó,Raso da Catarina e Raso da Glória,Chapada Diamantina, Chapada doAraripe, serra das Almas, Quixadá/encosta da serra de Baturité, Limoeiro doNorte/Chapada do Apodi, região deencosta da chapada de Ibiapaba, dunase contatos com caatinga cerrado e caririsvelhos. Essas áreas estão inseridas emregiões de elevada diversidade, as quaisabrigam importantes extensões decaatinga relativamente bem preservadas,com alguns endemismos e comdistribuições relictuais. É possível queestudos futuros venham a reconheceralgumas dessas populações relictuaiscomo espécies endêmicas das áreas emque habitam.

And

ré P

esso

a

Jararaca-da-seca

183

1. Campos de Dunas deXique-Xique e de Santo Inácio

2. Campos de Dunas de Casanova3. Domo de Itabaiana4. Estação Ecológica do Xingó5. Raso da Catarina e Raso da Glória6. Chapada Diamantina

7. Chapada do Araripe8. Serra das Almas9. Quixadá / Encosta da Serra de Baturité10. Limoeiro do Norte / Chapada do Apodi11. Encosta da Chapada de Ibiapaba12. Região de Barreirinhas /

Urbano Santos

Figura 1Áreas prioritárias

para conservaçãode anfíbios e

répteis na Caatinga

DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS INDICADAS

13. Aiuaba14. Estação Ecológica de Seridó15. Cariris Velhos16. Serra de Jacobina17. Cabrobó e Ouricuri18. São Bento do Una19. Parque Nacional da Serra da Capivara

1 - CAMPOS DE DUNAS DE XIQUE-XIQUE E SANTO INÁCIO

Localização: BA: Xique-Xique, Pilão Arcado,Sento Sé, Itaguaçu da Bahia, Gentio doOuro e Barra.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Campos de dunas e camposrupestres.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; riqueza de espécies raras/ameaçadas:alta; ocorrência de fenômeno biológicoespecial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: baixa (retirada demadeira para lenha. Permite mobilizaçãoda areia pelos ventos).

Importância BiológicaExtremaMuito altaAltaInformação insuficienteLimite estadualLimite do bioma Caatinga

184

Justificativa: Trata-se de um ecossistemaímpar caracterizado por espécies endêmicasque mostram adaptações marcadas para avida subterrânea. É a área com maiordiversidade da Caatinga. As áreas incluídasna margem direita do rio São Franciscoabrigam espécies endêmicas, muitas delasirmãs das da margem esquerda. A Ilha doGado Bravo é outro núcleo de endemismocom espécies próprias. Vale ressaltar aocorrência de pinturas rupestres nãoestudadas em toda a área. Espéciesendêmicas: Calyptommatus leiolepis, C.sinebrachiatus, C. nicterus, Nothobachiaablephara, Procellosaurinus erythrocercus,Psilophtalmus paeminosus, Teopidurusamathites, T. divaricatus, T. pinima; entreoutras.

2 - CAMPOS DE DUNAS DECASANOVA

Localização: BA: Casanova e Sento Sé.

Importância biológica: Extrema.

Hábitats: Dunas e afloramentos rochososrelictuais.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; alto número de endemis-mos; alta riqueza de espécies raras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (agropecuária ecorte de madeira).

Justificativa: Área de dunas relictuais cominúmeras espécies endêmicas com relaçãode parentesco próximas com as do campode dunas de Xique-Xique. A área damargem direita, ainda inexplorada, poderevelar mais endemismos. Espéciesendêmicas: Apostolepis arenarius,Amphisbaena frontalis, Procellosaurinustetradactylus; entre outras.

3 - DOMO DE ITABAIANA

Localização: SE: Campo do Brito, Macambira,Itabaiana, Moita Bonita, Malhador e SãoDomingos.Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Áreas abertas de altitude e matasde encosta.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (lavoura).

Justificativa: Área com espécies endêmicasde anfíbios; alta diversidade de hábitats;áreas de altitude únicas na região; contatoentre mata atlântica/agreste/caatinga;presença de espécies simpátricas;distribuição relictual de Tropidurus hygomi.

4 - ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO XINGÓLocalização: AL: Olho d�Água do Casado,Piranhas e Delmiro Gouveia; SE: Canindéde São Francisco; BA: Paulo Afonso.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga hiperxerófita arbustivo-arbórea.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Alta riqueza deespécies.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (construção dahidrelétrica de Xingó).Justificativa: Ocorrência de 33 espécies delagartos e serpentes, dentre as quaisdestacam-se duas espécies de distribuiçãorelictual (Tropidurus cocorobensis ePsilophtalmus paeminosus) e uma espécienova do gênero Mabuya.

5 - RASO DA CATARINA ERASO DA GLÓRIA

Localização: BA: Belém do São Franciso,Rodelas, Paulo Afonso, Abaré, Chorrochó,Macururé, Glória, Floresta, Várzea Nova,Jacobina e Miguel Calmon.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga de solos arenosos.

Ação recomendada: Uso sustentável.

185

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: baixa; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (agropecuária).

Justificativa: Caatingas abertas e arbóreasdo Raso da Catarina e da Glória. Abrigaespécies endêmicas (Amphisbaenaarenaria) e relictuais (Tropiduruscocorobensis).

6 - CHAPADA DIAMANTINA

Localização: BA: Morro do Chapéu,Cafarnaum, Utinga, Bonito, Mulungu doMorro, Iraquara, Lençóis, Wagner, RuyBarbosa, Lajedinho, Mucugê, Andaraí,Itaeté, Nova Redenção, Ibicoara ePalmeiras.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Campos rupestres e caatingas.

Ação recomendada: Uso sustentável.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: baixo;pressão antrópica: baixa (garimpos eagropecuária).

Justificativa: Área que inclui as caatingasde altitude e seus contatos transicionaiscom os campos rupestres. Há inúmerasespécies endêmicas de lagartos e anuros.Já existe um parque nacional na área. Háuma nova espécie do gênero Gymno-dactylus provavelmente endêmica daregião, onde também ocorre a espécieTropidurus erythrocephalus.

7 - CHAPADA DO ARARIPE

Localização: CE: Araripe, Santana do Cariri,Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha,Abaiara, Crato, Jardim, Porteiras, NovaOlinda, Potengi, Salitre e Campos Sales;PI: Alegrete do Piauí, Fronteiras, Padre

Marcos, Marcolândia e Caldeirão Grandedo Piauí; PE: Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi,Serrita, Simões e Moreilândia.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga, cerrado, carrasco emata úmida.

Ação recomendada: Investigação científica.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; número médio deendemismos; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (uso sustentável,caça e exploração de fósseis).

Justificativa: Área com alta diversidade,ocorrendo várias espécies de anfíbios elepidossauros, incluindo um caso deendemismo (Mabuya arajara). A regiãoda Chapada do Araripe abrange zonas decontato entre biotas necessitando delevantamentos mais abrangentes. Regiãocom expressivos sít ios fossi l í feros.Abrange áreas protegidas (APA, FLONAe RPPN).

8 - SERRA DAS ALMAS

Localização: CE: Crateús, Ipueiras,Ipaporanga e Poranga; PI: Pedro II, Buritidos Montes e São Miguel do Tapuio; Zonade Conflito (entre MA e PI).

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Caatinga, mata seca e carrasco.

Ação recomendada: Proteção integral.

Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta; ocorrência de fenômenobiológico especial.

Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: alto;pressão antrópica: alta (desmatamento).

Justificativa: Área com alta diversidade,contendo várias espécies de lagartos,serpentes e anfíbios interessantes. Osresultados de um levantamento preliminarindicam novos registros para a região,inclusive o jácaré-de-papo-amarelo(Caiman latirostris).

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9 - QUIXADÁ/ENCOSTA DA SERRADE BATURITÉLocalização: CE: Quixeramobim, Paramoti,Canindé, Quixadá, Banabuiú, Choró, Itatira,Itapiúna, Capistrano, Baturité, Aratuba,Caridade, Madalena, Mulungu e Gua-ramiranga.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (desmatamentoe caça).Justificativa: Região com zonas de contatoentre o domínio de caatinga circundante e afloresta úmida de altitude da Serra deBaturité. Área de influência para a faunapodendo abrigar grande parte das espéciesombrófilas e endêmicas (p. ex. Colobo-sauroides cearensis), além de conservarpopulações relictuais de Enyalius bibroni.Também inclui uma interessante área comprovável potencial faunístico.

10 - LIMOEIRO DO NORTE/CHAPADA DO APODILocalização: CE: Tabuleiro do Norte,Limoeiro do Norte, Russas, Alto Santo,São João do Jaguaribe, Morada Nova,Quixeré, Jaguaruana, Palhano, Alto Santoe Itaiçaba; RN: Apodi, Governador Dix-Sept Rosado e Baraúna.

Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga arbórea e caatingaarbustiva.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico - Riqueza deespécies: alta; número médio de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: alta;ocorrência de fenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Grau de alteração: alta;pressão antrópica: alta (exploração demadeira e caça).Justificativa: Área com alta diversidadeindicada pelos levantamentos realizados naChapada do Apodi (22 espécies de serpentes)e na região do rio Jaguaribe, que apresentaum caso de endemismo (Chithonerpetonarii). Zona de contato entre biotas.

11 - ENCOSTA DACHAPADA DE IBIAPABA

Localização: CE: Freicheirinha, Mucambo,Graça, Granja, Reriutaba, Viçosa do Ceará,Moraújo, Tianguá, Ibiapina, Ubajara,Coreaú, Cariré, Pacujá, Varjota, PiresFerreira, Ipu, Hidrolândia, Ipueiras, Croatá,Guaraciaba do Norte, São Benedito eSobral.

Importância biológica: Muito alta.

Hábitats: Mata de transição, caatingaarbórea e caatinga arbustiva.

Ação recomendada: Proteção integral.

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Elementos de diagnóstico - Riqueza deespécies: alta; baixo número de endemismos;riqueza de espécies raras/ameaçadas: média;ocorrência de fenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (exploração demadeira, caça e agricultura).Justificativa: Zona de contato entre odomínio da caatinga circundante e afloresta úmida de altitude. Área deinfluência para a fauna, podendo abrigargrande parte das espécies endêmicas(Colobosauroides cearensis) e populaçõesisoladas (Enyalius bibroni).

12 - BARREIRINHAS/URBANO SANTOSLocalização: MA: Barreirinhas, UrbanoSantos, Santa Quitéria do Maranhão, SãoBernardo e Tutóia.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Dunas, caatinga e cerrado.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; número médio deendemismos; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: Média. Grau de alteração: Média.Justificativa: Contato entre dunas dos lençóismaranhenses e enclaves de cerrados emcontato com a caatinga.

13 - AIUABALocalização: CE: Aneiróz, Catarina, Aiuaba,Saboeiro, Jucás, Antonina do Norte eTarrafas.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Proteção integral.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: baixa (exploração demadeira para lenha e caça).Justificativa: A área já apresenta umaunidade de conservação, porém nada seconhece sobre a ocorrência da fauna eflora; em especial da herpetofauna.

14 - ESTAÇÃO ECOLÓGICADE SERIDÓLocalização: RN: Serra Negra do Norte,Santana do Seridó, São João do Sabugi,São José do Seridó, Jardim do Seridó,Ouro Branco, Várzea, Caicó, Ipueira eTimbaúba dos Batistas; PB: Santa Luzia,Patos, Malta, São José de Espinharas, SãoMamede, São José do Sabugi, Paulista,Santa Teresinha, Condado, São Bento eVista Serrana.Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatiga arbustiva e arbórea.Ação recomendada: Investigação científica.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; média riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Grau de alteração: médio.Justificativa: Ocorrência de 18 espécies delagartos, entre as quais, um de distribuiçãorelictual (Tropidurus cocorobensis).

15 - CARIRIS VELHOSLocalização: PB: Congo, São João doCariri, Sumé, Cabaceiras, Boqueirão, SerraBranca, Barra de São Miguel, Umbuzeiro,Aroeiras, São João do Cariri e Camalaú.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Uso sustentável.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: média; baixa riqueza de espéciesraras/ameaçadas.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: média; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (agricultura).Justificativa: Área de alta diversidade deespécies com algumas delas relictuais ouendêmicas. Destacam-se os lagartosPhyllopezus periosus, Mabuia agmostichae Anotosaura vanzolinia.

16 - SERRA DE JACOBINALocalização: BA: Várzea Nova, Jacobina,Miguel Calmon e Morro do Chapéu.Importância biológica: provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatingas e florestas relictuais.

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Ação recomendada: Investigação científica.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: média (exploração demadeira).Justificativa: Inclui caatingas e florestas debaixada e altitude pouco ou nadaconhecidas. Sabe-se de pelo menos umaespécie de lagarto, Anotosaura collaris,que deve ocorrer na área e da qual só seconhece o tipo.

17 - CABROBÓ E OURICURILocalização: PE: Ouricuri, Cabrobó, SantaMaria da Boa Vista, Santa Cruz,Parnamirim, Terra Nova, Orocó e Salgueiro.Importância biológica: provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: Região sem informaçõessobre a herpetofauna, situada entre áreascom maiores informações sobre adistribuição de aníbios e répteis. Pode vir aapresentar interessantes problemas desimpatria.

18 - SÃO BENTO DO UNALocalização: PE: Alagoinha, São Bentodo Una, Caetés, Capoeiras, Pesqueira,Venturosa, Pedra e Buíque.

Importância biológica: Provável; áreainsuficientemente conhecida.Hábitats: Caatinga/agreste.Ação recomendada: Investigação científica.Justificativa: A área está localizada nocontato entre o agreste e a caatinga. Foiincluída por ser pouco conhecida e paracobrir o espaço entre as áreas propostaspara conservação e estudo. A situação decontato poderá resolver alguns problemasde distribuição de répteis e anfíbios.

19 - PARQUE NACIONAL DASERRA DA CAPIVARALocalização: PI: Canto do Buriti, SãoRaimundo Nonato, Coronel José Dias, SãoJoão do Piauí e Dom Inocêncio.Importância biológica: Muito alta.Hábitats: Caatinga arbustiva e arbórea.Ação recomendada: Proteção integral.Elementos de diagnóstico: Riqueza deespécies: alta; riqueza de espécies raras/ameaçadas: média; ocorrência defenômeno biológico especial.Vulnerabilidade: Fragilidade intrínseca dosistema: alta; grau de alteração: médio;pressão antrópica: alta (agropecuária).Justificativa: Populações relictuais delagartos do gênero Enyalius, elevadadiversidade de anfíbios e répteis epopulação relictual de Caiman crocodylus.