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Licenciatura em Reabilitação do Património Desenho Assistido por Computador - Parte 1 1 Desenho Assistido por Computador Parte 1

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Licenciatura em Reabilitação do Património

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 1

Desenho Assistido por Computador

Parte 1

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CAP.1 – Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 2

Introdução do desenho técnico

Elementos de geometria descritiva

Tipos de desenho

Projeções

Vistas

Geometrias visíveis e ocultas

Perspetivas

Cortes e secções

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 3

LINGUAGEM DE COMUNICAÇÃO

O desenho constitui, a par da fala e da escrita, um modo de comunicar, que historicamente deverá ter sido o primeiro meio a ser utilizado.

Nas áreas da engenharia e arquitetura, o desenho é imprescindível para se transmitirem as ideias (esboços), o que se pretende construir (desenho técnico de projeto) ou como se pretende executar (pormenor).

O desenho livre ou o artístico, sem informação técnica e sem regras, embora bom veículo para a transmissão de ideias, torna-se mais difícil de entendimento quando se pretende transmitir informação para construir ou fabricar, sendo necessário outro tipo de representação.

O desenho técnico, onde é possível utilizar normas de representação conhecidas por todos, com escala, legenda e cotagens, com toda a objetividade e de modo completo e exato, para perfeito entendimento do que se pretende construir, é a solução.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 4

UNIFORMIZAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO

Para se definirem desenhos rigorosos e ainda uniformizar e simplificar os modos de representação, foram assim estabelecidas regras nas quais o desenho técnico se baseia.

Regras essas que devem ser bem conhecidas por quem desenha e por quem lê esses desenhos.

Essas regras são definidas em normas e a este processo designa-se por normalização.

Embora muitos países tenham regras próprias, a tendência atual é de uma cada vez maior uniformidade da normalização a nível mundial, apropriado para as atividades de arquitetura e de engenharia, também elas cada vez mais globalizadas. As normas europeias foram implementadas para corresponder a esta necessidade de normalização global.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 5

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Os primeiros registos de desenhos com um carácter técnico constam da Mesopotâmia. Dessa época foram encontradas pedras argilosas sulcadasapresentando plantas, base da construção de edificações.

Os Romanos traçavam já desenhos com elementos técnicos para a execução de aquedutos, edificações ou fortalezas.

No séc. XV, Leonardo da Vinci impulsionou o processo de representação com o estudo do desenho e da pintura.

Recorreu a perspetivas e sombreados no registo gráfico dos seus estudos e inventos, no entanto prevalecia uma grande dificuldade na representação de objetos espaciais com toda a informação tridimensional, dado o plano do papel, sendo necessária a composição de diversas perspetivas para representação integral da informação.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 6

EVOLUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO

Somente no séc. XVIII, Gaspar Monge, matemático francês, sistematiza a representação de objetos espaciais, no que designou por geometria descritiva, como parte da matemática aplicada a representação plana de objetos espaciais. Admite que o espaço é subdividido através de dois planos ortogonais e que sobre eles são definidas projeções. Este conceito é ainda a base do desenho técnico como hoje é praticado.

Utilizou ainda técnicas de sombras ou cores, que hoje ainda são igualmente utilizadas como informação técnica (por exemplo, sombras ou tramas na representação de cortes e secções e de cores previamente estabelecidas na informação de alterações indicando o que é para demolir e o que se pretende construir em substituição).

Os instrumentos de traçado de desenho, começaramassim a ser a régua, o compasso e o esquadro, emvez dos pinceis e das telas.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 7

EVOLUÇÃO PARA O DESENHO DE PROJETO

O desenho de formas com conteúdo tridimensional, passou assim a ser representado dum modo mais “geométrico”.

A maior profissionalização em cada área de atividade e a necessidade de normalização do desenho geométrico implicou a criação do desenho técnico para fins de projeto, que permitisse concretizar as ideias em construções, dando mais relevo ao aspeto técnico do que ao artístico, contemplando todas as áreas de conceção e dimensionamento nas variadas áreas da engenharia e arquitetura. O traçado a régua, compasso e esquadro começaram assim a ter regras e simbologias próprias em conformidade com a área de atividade e com o tipo de projeto pretendido.

Até aos nossos dias os instrumentos de trabalho no desenho de projeto evoluíram, a par com a evolução tecnológica da computação e assim, do registo manual que se manteve como base e para a criação de esboços, passou-se aos sistemas gráficos computacionais com programas de desenho cada vez mais elaborados e completos.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 8

EVOLUÇÃO PARA O DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

As capacidades e funcionalidades inerentes a estes sistemas permitem a obtenção rápida e intuitiva de desenhos para projeto em qualquer das suas etapas ou fases.

É possível a reutilização total ou parcial de desenhos, de interesse em atualizações, alterações, repetição ou execução de detalhes com escalas maiores e a um arquivo fácil e sem os problemas do suporte físico;

A definição exata da geometria dos elementos gráficos num desenho (dimensões, localização,…) e das condições de relação (perpendicularidade, paralelismo, ângulos… ) entre os elementos, bem como do desenho de formas curvas, foi possível, além de outras utilidades, como a medição automática, o preenchimento de cores e tramas, a exportação para outros programas, etc.

A própria manipulação da tridimensionalidade trouxe uma mais valia gigantesca para alcançar tudo o que o desenho técnico preenchia antes da revolução computacional.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 9

EVOLUÇÃO PARA O DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 10

EVOLUÇÃO PARA O DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

A evolução para programas de desenho tridimensional abriu entretanto as portas do realismo. A manipulação de elementos com informação espacial e ainda do material e comportamento, fez com que do desenho genérico, fosse possível passar para o o desenho especializado integrando o desenho nas áreas da modelação matemática para cálculo e dimensionamento e da modelação material com texturas.

Outros fatores, como aportabilidade de equipamentoscom soluções de software,ligação a internet, e partilhade informação, permitecada vez mais, tornar as ferramentas de trabalhomais próximas, mais fáceisde utilizar e mais poderosas.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 11

EVOLUÇÃO PARA O PROJETO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

A arquitetura e as engenharias mecânica, geotécnica e civil, beneficiaram extraordinariamente da evolução tecnológica.

Os programas de desenho genérico (designa-se por aplicação horizontal, servindo para todo o tipo de utilização) passaram rapidamente a uma nova dimensão de utilização, através da especialização do desenho assistido. Assim, os programas generalistas evoluíram para aplicações verticais, com funções e especificações para cada área de atividade e para cada área de projeto.

A evolução dos programas acompanhou a evolução dos meios computacionais, a nível de processamento como de grafismo e rapidamente se chegou ao desenho de modelo tridimensional, com capacidades associadas de manipulação digital e à possibilidade do realismo espacial, como forma complementar de compreensão da base de trabalho, que continua no entanto a ser, na base de todo o processo, o desenho técnico 2D para projeto.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 12

EVOLUÇÃO PARA O PROJETO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 13

EVOLUÇÃO PARA O PROJETO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

Fotorealismo, maquetes digitais, visualização técnica, informação técnica, etc.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 14

O DESENHO BASE NO SETOR DA CONSTRUÇÃO

Nos finais do séc. XX ainda se distinguia o projetista, o técnico de construção e o desenhador e era normal que o engenheiro ou o seu técnico auxiliar (por exemplo na reabilitação) efetuasse esboços para que o desenhador executar os desenhos.Atualmente, com o aparecimento de programas universais em que arquitetura e engenharia estão integrados com o desenho final de apresentação dos projetos, exige-se cada vez mais que o engenheiro projetista e seus técnicos auxiliares efetuem e/ou trabalhem sobre os desenhos, pelo menos os mais genéricos, surgindo o desenhador possivelmente como um finalizador, podendo também elaborar pormenores. No caso de técnicos auxiliares, a necessidade de saber ler e modificar desenhos é cada vez mais necessária, pelo que essa necessidade é muito transversal às diversas áreas de atuação. É assim cada vez mais exigido ao técnico auxiliar, conhecimentos de projeto e também de desenho em todos os níveis, sendo assim necessário que tenha:• domínio no traçado à mão livre;• conhecimento de desenho técnico e das normas de representação em projeto;• conhecimento de desenho assistido por computador (cad);• conhecimento de projeto assistido por computador (pac).

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 15

VISÃO ESPACIAL

Para atividades como a engenharia e a arquitetura, é necessário o entendimento espacial do objeto em estudo, mas a expressão desenhada do objeto é normalmente difícil de executar e se não existirem regras será difícil de entender pelos outros.

Tornou-se assim necessária uma linguagem de desenho que fosse de conhecimento geral, com regras de utilização e vocabulário comuns a todos e que fosse de fácil aplicação.

A relação entre a representação técnica em desenho e a visão espacial do objeto que se representa em desenho, é uma faculdade que o futuro profissional tem necessariamente de cultivar em fase de aprendizagem e de preparação para a sua atividade, quer seja na componente de projetista e auxiliar de projeto quer seja na componente de preparação ou execução em obra.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 16

DEFINIÇÃO DE DESENHO TÉCNICO

• Forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades da engenharia e da arquitetura.

• Utiliza-se um conjunto de elementos identificativos constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas, que cada vez mais, são uniformes internacionalmente devido à normalização global.

• Linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura, também cada vez mais uniforme mundialmente.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 17

O DESENHO TÉCNICO E A ENGENHARIA E A REABILITAÇÃO

• Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente ligado à expressão gráfica.

• Com o desenho técnico pretende-se:

– desenvolver o raciocínio, o senso de rigor geométrico, a organização.

– apresentar em gráficos e diagramas, os resultados dos estudos feitos.

– apresentar soluções gráficas que demonstrem resultados de cálculos.

– representar o que se deseja executar, fabricar ou construir.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 18

TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

• Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspetivas. Este tipo de desenho compreende a maior parte dos desenhos nas áreas industriais (construção civil, mecânica, maquinaria, etc.) e a sua normalização permite a sua leitura e compreensão. As regras constantes dessa normalização são apresentadas em legislação ou nas chamadas “normas” técnicas. No nosso país, são designadas por NP e publicadas pelo IPQ.

É assim o somatório das diversas expressões gráficas que compõem um projeto desde a sua conceção:- o esboço à mão livre - o desenho geométrico- as projeções ortogonais do desenho técnico- as ilustrações em perspetiva- as normas técnicas, incluindo a cotagem

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 19

TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas e outros. Este tipo de representação, é normalmente utilizada para demonstração de estudos ou de tipo informativo.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 20

CONCEITO

O conceito de projeção baseia-se na intersecção de raios visuais que, partindo de um ponto de observação e passando pelos vértices de um objeto, atingem uma superfície.

• a configuração correspondente à intersecção obtida sobre a superfície é normalmente designada por projeção ou vista;

• Se a superfície é um plano a projeção é designada por projeção plana;

• Os desenhos e representações efetuados sobre uma folha de desenho são, então, projeções planas de objetos.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 21

PROJEÇÕES: CENTRAL E PARALELA

Quanto ao modo como os raios visuais ou linhas projetantes, incidem sobre o plano de projeção permitem a seguinte classificação:

• projeção cónica ou central, em que as linhas projetantes divergem de um ponto de observação situado a uma distância finita do plano de projeção;

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 22

• projeção cilíndrica ou paralela, obtida por intersecção de projetantes paralelas entre si sobre o plano de projeção, admitindo assim que o observador se situa a uma distância infinita dele.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 23

PROJEÇÃO CENTRAL OU CÓNICA

O tipo de projeção central origina o que se designa por perspetivas rigorosasdefinidas com um, dois ou três pontos de fuga.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 24

PROJEÇÃO PARALELA OU CILÍNDRICA

O tipo de projeção paralela subdivide-se ainda em:

• projeção ortogonal, se as projetantes incidem ortogonalmente ao planode projeção;

• projeção oblíqua, quando os raios visuais atingem o plano de um modo inclinado.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 25

PROJEÇÃO PARALELA ORTOGONAL MÚLTIPLA

A projeção ortogonal pode ser simples apenas num plano de projeção ou múltipla, que admite até 6 planos perpendiculares entre si:

• As superfícies do objeto devem ficar o mais possível, paralelas aos planos principais de projeção que assim envolvem o objeto como se fosse uma caixa envolvente.

• A caixa envolvente é de seguida planificada, através de rebatimentossobre o plano vertical.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 26

As projeções múltiplas são normalmente necessárias para poder dar informação espacial total da forma dos objetos a representar:

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 27

O número de projeções ortogonais necessárias depende do objeto a representar.

Duas projeções normalmente conseguem apenas representar formas simples:

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 28

Aumentando o numero de projeções consegue-se mais informação do objeto, sendo por vezes necessárias no mínimo 3 e no máximo as 6 projeções possíveis (métodos europeu e americano):

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 29

Para que o desenho de conjunto se transforme numa linguagem gráfica, os planos de projeção horizontal e lateral têm os sentidos de rebatimento convencionados, sempre sobre o plano vertical.

• Mantendo o sentido dos rebatimentos dos planos horizontal e lateral resultará sempre nas mesmas posições relativas entre as vistas.

• No método europeu de representação:O lado da peça que for projetado no plano vertical será considerado como sendo a frente da peça.O lado superior da peça sempre será representado abaixo da vista de frenteO lado esquerdo da peça aparecerá desenhado à direita da vista de frente.

Esta convenção permite assim um método eficaz de compreensão de uma forma no espaço tridimensional podendo ser aproveitada para desenho aplicado a formas de engenharia e arquitetura como veremos adiante (só que na arquitetura é mais utilizado o método americano de projeção).

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 30

PROJEÇÕES AXONOMÉTRICAS

Designam-se as projeções ortogonais por projeções axonométricas, quando nenhuma das superfícies determinantes é paralela ao único plano de projeção.

Dependendo da orientação do objeto, a projeção pode classificar-se como isométrica, dimétrica ou trimétrica. Estas projeções são uma forma de representação integrada na designação de perspetivas, dado que permite uma representação plana da forma, com informação relativa a outros planos.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 31

PROJEÇÕES OBLÍQUAS

As projeções oblíquas mais usuais são a projeção cavaleira ou militar (utilizada também em arquitetura) e a projeção de gabinete. Dada a representação de dimensões de diferentes planos da peça, designam-se igualmente por perspetivas.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 32

RESUMO DE TIPOS DE PROJEÇÕES

Resumo de tipos de projeção

Central ou cónica Perspetiva rigorosa

Um ponto de fuga

Dois pontos de fuga

Três pontos de fuga

Paralela ou cilíndrica

Ortogonal

Simples Um plano de projeção

Múltipla Até 6 planos de projeção

Axonométrica (Perspetiva)

Isométrica

Dimétrica

Trimétrica

Oblíqua (Perspetiva)Cavaleira ou militar

Gabinete

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 33

VISTAS (PROJEÇÕES ORTOGONAIS MÚLTIPLAS)

Conforme indicado, as projeções ortogonais permitem uma representação compreensiva e normalizada das formas espaciais, permitindo assim um método de representação bastante útil nos domínios da engenharia e arquitetura.

Um desses métodos é o método europeu de representação, que se baseia na aplicação dos princípios básicos já indicados para as projeções ortogonais de diferentes planos perpendiculares entre si, até ao máximo de seis.

Difere do método americano, em que as projeções são feitas no plano que contêm o observador, como se o plano fosse de vidro para esse observador.

De NOTAR que os desenhos de projeto de arquitetura em Portugal adotam o método americano contrariamente ao utilizado na geometria descritiva na Europa.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 34

VISTAS (PROJEÇÕES ORTOGONAIS MÚLTIPLAS)

Dada a muita literatura brasileira que pode ser consultada, o método europeu é referido como projeções no 1º Diedro e o método americano como projeções no 3º Diedro (os quatro diedros são definidos no espaço pelos planos horizontal e vertical)

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 35

COMO UTILIZAR AS PROJEÇÕES ORTOGONAIS

É assim importante considerar que cada vista representa a peça sendo observada de uma determinada posição.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 36

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFICIES INCLINADAS

Quando a superfície é perpendicular a um dos planos de projeção e inclinada em relação aos outros planos:

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 37

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFICIES INCLINADAS

Quando a superfície é inclinada em relação a todos os planos de projeção, não se torna possível a representação da verdadeira grandeza, devendo-se nestes caso apresentar o numero de projeções que permita inferir essa dimensão ou complementar o desenho técnico com outra informação auxiliar (se por exemplo essa superfície for plana, pode-se complementar com o desenho com as suas dimensões no seu próprio plano):

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 38

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFICIES INCLINADAS

Pode-se observar que as arestas paralelas na peça, mantêm-se paralelas nas projeções.

Esta verificação pode ajudar no traçado das projeções.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 39

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFICIES CURVAS

Se a superfície for paralela a um dos planos de projeção, a resultantemantém a forma e a verdadeira grandeza, enquanto nos outros dois planos a projeção resultante será distorcida.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 40

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFICIES CURVAS

Se a superfície não possuir paralelismo com nenhum dos três planos de projeção, mas for perpendicular em relação a um deles, as projeçõesresultantes terão dimensões em função do ângulo de inclinação da superfície.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 41

REPRESENTAÇÃO DE SUPERFICIES CURVAS

Nos desenhos em que aparecem as superfícies curvas é utilizado um novo tipo de linha fina em traço-ponto, que é denominada eixo ou linha de centroe que indicam os eixos em corpos de revolução ou assinalam formas simétricas secundárias.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 42

REPRESENTAÇÃO DE ARESTAS COINCIDENTES

Quando na representação da vista, em um determinado sentido de observação, ocorrer a sobreposição de arestas (superfícies coincidentes), representa-se aquela que está mais próxima do observador.

A linha cheia prevalecesobre a linha tracejada (oculta).

As linhas que representam arestas (linha cheia ou linha tracejada)prevalecem sobre aslinhas auxiliares (eixo ou linha de centro).

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 43

DESIGNAÇÃO DAS PROJEÇÕES (Geometria descritiva)

Plano 1 – Vista de Frente ou Alçado Frontal – mostra a projeção frontal do objeto.Plano 2 – Vista Superior ou Planta – mostra a projeção do objeto visto de cima.Plano 3 – Vista Lateral Esquerda ou Alçado Esquerdo – mostra o objeto visto pelo lado esquerdo.Plano 4 – Vista Lateral Direita ou Alçado Direito – mostra o objeto visto pelo lado direito.Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.Plano 6 – Vista Posterior ou Alçado Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.

Em DESENHO DE PROJETO trocam-se as vistas 3 e 4 e as vistas 2 e 5. No entanto não existe norma que imponha a localização das vistas nos desenhos de arquitetura.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 44

REPRESENTAÇÃO DE ARESTAS OCULTAS

Como a representação de objetos espaciais, por meio de projeçõesortogonais, é feita por vistas tomadas por lados diferentes, algumas de suassuperfícies ou arestas poderão ficar ocultas em relação ao sentido de observação. Essas arestas são representadas por linhas tracejadas.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 45

REPRESENTAÇÃO DE ARESTAS OCULTAS

Embora esta representação possa ser redundante, dado que uma geometria que possa estar oculta numa determinada projeção pode estar visível numa outra, a função destas linhas pode ser a de alertar quem está a “ler” o desenho para a existência de pormenores de geometria que forcem a consulta de outras projeções para evitar uma interpretação errada.

Uma geometria assinalada a invisível, pode não ser, só por si, suficientementeelucidativa quanto ao seu aspeto real:

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 46

REPRESENTAÇÃO DE ARESTAS OCULTAS

A utilização de linhas ocultas não deve ser abusiva, ou seja, não é recomendável recorrer a este tipo de linhas para mostrar todos os pormenores não visíveis, são muito limitadas as situações em que tal se pode fazer.

Uma dessas situações é a dos desenhos de conjunto, quando contém uma grande variedade e quantidade de peças.

A representação de diferentes componentes em linhas ocultas pode possibilitar a perceção de interferências entre objetos que só quando montados seja possível verificar.

Nos desenhos de projeto é normal não representar essas linhas ocultas.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 47

TRAÇADO DE ARESTAS OCULTAS

Indicam-se em seguida algumas regras sobre o traçado destas linhas:- a linha começa e acaba sempre com um traço cheio, exceto quando parte apartir de uma linha de contorno;- no caso de um arco, os dois traços extremos da linha partem dos pontos detangência, exceto quando a linha prolonga um traço de contorno;- duas ou mais linhas a traço interrompido que se encontram num ponto sem se cruzarem, devem tocar-se sempre;- uma linha oculta que cruze com uma linha de contorno, não a deve tocar;- linhas ocultas paralelas devem ter os traços desencontrados.

No quadro, resumem-se as formas de representação das linhas ocultas quando em conjunto com linhas de contorno:

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 48

TRAÇADO DE ARESTAS OCULTAS

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 49

Conforme foi indicado, existem diferentes tipos de perspetivas, em conformidade com a projeção utilizada, sendo as mais conhecidas e utilizadas, a rigorosa (cônica ou central), a cavaleira e a isométrica.

Em engenharia utiliza-se a perspetiva isométrica porque mantém as mesmas proporções do comprimento, largura e altura do objeto. Isométrica, quer dizer a mesma métrica ou seja a mesma medida que no objeto.

Nos desenhos em perspetiva isométrica, os três eixos isométricos formam, entre si, os seguintes ângulos:

PERSPETIVA ISOMÉTRICA

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 50

VISTAS EM CORTE

• Quando a peça a ser desenhada possuir muitos detalhes internos, invisíveis nas projeções ortogonais, a representação de múltiplas linhas tracejadas, podem dificultar a interpretação do desenho.

• Para facilitar a interpretação dos detalhes internos, representados por linhas tracejadas, foi normalizada a utilização de vistas em corte.

• Uma vista em corte é uma projeção ortogonal feita a partir de um determinado plano que corta a própria peça.

• Assim, na representação dum corte, as projeções devem incluir não só as superfícies cortadas mas também todas as superfícies que fiquem visíveis a partir desse plano de corte.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 51

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 52

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 53

• A vista de frente corresponde ao desenho da peça cortada pelo plano secante no ponto indicado pela linha de corte que vai de “A” até “B”, considerando o sentido de observação, indicado pelas flechas colocadas na linha de corte.

• A linha utilizada para indicar o local onde a peça será cortada, é uma linhagrossa constituída de traços e pontos. A linha de corte é identificada por letras colocadas em suas extremidades e o sentido de observação é identificado por setas perpendiculares à linha de corte. As mesmas letras que identificam a linha de corte são utilizadas para identificar a vista resultante do corte.

• Onde houver intersecção do plano secante com a peça normalmente representa-se com uma trama (preenchimento das superfícies cortadas pelo plano do corte, de modo a evidenciar algo que seja maciço).

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 54

TRAMAS

• A finalidade das tramas é indicar as partes maciças, evidenciando as áreas de corte.

• As tramas, podem ou não ser representativas do material. Caso não seja uma trama representativa do material, então normalmente utilizam-se linhas finas, equidistantes e quando possível traçadas a 45° em relação aos contornos da peça.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 55

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 56

Existem normas específicas que permitem a utilização das tramas para indicar o tipo do material da peça. Exemplos:

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 57

REGRAS PARA TRAÇADO DE VISTAS EM CORTE

• Normalmente utilizam-se tramas apenas para o material principal, elementos como parafusos, rebites ou soldas em estruturas metálicas não são preenchidos. Já no caso de betão armado, as secções dos varões são por exemplo preenchidos a cheio.

• Nas vistas em corte não se deve colocar linhas tracejadas. As arestas invisíveis que estão situadas além do plano de corte só devem ser representadas se forem necessárias à compreensão da peça.

• A disposição das vistas em corte deve seguir a mesma disposição das vistas principais.

• A localização do corte nas outras vistas devem ser sempre representadas nas outras vistas, de modo a que não existam dúvidas.

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Introdução ao desenho técnico

Desenho Assistido por Computador - Parte 1 58

TIPOS DE CORTES

Corte Total - Designa-se por Corte Total, aquele que atinge a peça em toda a sua extensão ou seja atravessa completamente a peça.

Corte Reto - Designa-se por Corte Reto quando o plano secante é constituído de uma única superfície plana.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 59

Corte Composto - Designa-se por Corte Composto, quando o plano secante seja constituído de mais de uma superfície e portanto muda de direção.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 60

Corte Parcial - Nos cortes parciais o plano secante atinge a peça somente até aonde se deseja detalhar e o limite do corte é designado por linha de rotura, podendo ser retilínea ou não.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 61

Meio Corte - Em peças simétricas é conveniente fazer com que o plano de corte vá somente até a metade da peça. Deste modo, a vista em corte representará simultaneamente a forma externa e interna da peça.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 62

CORTES MÚLTIPLOS

Quando um corte não é suficiente para representar convenientemente uma determinada peça, então devem executar-se vários cortes. Nos planos convencionais de referência e para peças em que uma dimensão é superior às outras duas, designa-se por corte transversal aquele que é perpendicular ao eixo do comprimento e cortes longitudinais aos outros dois que são paralelos ao referido eixo.

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Em projeto de edifícios, o cortelongitudinal horizontal é designado por PLANTA e os cortes transversal e vertical longitudinal têm a designação de CORTE TRANSVERSAL e deCORTE LONGITUDINAL.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 64

SECÇÕES

Secção é um corte que representa somente a intersecção do plano secante com a peça, ou seja, a seção representa a forma de um determinado ponto da peça.

As secções são muito utilizadas em engenharia e pouco na arquitetura.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 65

Tal como nos cortes, quando o plano secante for perpendicular ao eixo da peça, o corte resultante é rebatido sobre o plano de papel e designa-se por secção transversal e quando o plano secante for paralelo ao eixo da peça, o corte resultante é designado por secção longitudinal. Normalmente o plano secante utilizado inclui o eixo da peça.

Quando existam várias secções transversais devem designar-se por letras e colocarem-se juntas no desenho.

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Desenho Assistido por Computador - Parte 1 66

SECCIONAMENTO

Por vezes nas peças muito compridas e sem variação, devido à repetição de caraterísticas ao longo do seu eixo, não se torna necessária a representação de toda a peça em todas as projeções, podendo ser efetuado um seccionamento da peça resultando um encurtamento desse comprimento.

O mesmo pode suceder em peças com desenvolvimento em superfície de caraterísticas constantes em dois eixos, sendo assim possível o seu seccionamento cruzado segundo esses mesmos eixos.

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Caso existam singularidades ou alterações de secção ao longo dos eixos, que impeçam um seccionamento único, pode utilizar-se mais que um, de modo a poder representar-se a peça convenientemente.