parque do almourol

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Tiragem: 8500 País: Portugal Period.: Semanal Âmbito: Regional Pág: 12 Cores: Cor Área: 27,76 x 32,70 cm² Corte: 1 de 3 ID: 42547950 28-06-2012 O parque de escultura con- temporânea de Vila Nova da Barquinha só será inaugura- do no próximo dia 7, mas esta segunda-feira os jornalistas tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada e o privilégio de ouvir os artistas representados falarem das suas obras. Pela primeira vez em Portu- gal, existe um parque de escul- tura onde se reúnem obras dos artistas mais representativos da escultura contemporânea portuguesa. O parque conta com 11 esculturas dos mais conceituados artistas portu- gueses e pretende transfor- mar a Barquinha num polo de atração turística e cultural no país. A visita percorreu uma a Parque de esculturas mete a Barquinha no mapa da arte Pela primeira vez em Portugal, existe um parque de escultura onde se reúnem obras dos artistas mais representativos da escultura contemporânea portuguesa. “Nesta casa, todo o interior são degraus, uma escapatória para o céu...” Zulmiro de Carvalho concebeu uma escultura que “enaltece a horizontaliudade do rio Tejo”. - O comissário artístico do Parque João Pinharanda dis- se que a escolha dos artistas representados partiu da ideia de criar um percurso históri- co, cobrindo autores e obras cujo trabalho se desenvolveu da década de 60 até à atualida- de, e como a história não para no futuro poderemos vir a ter outras obras aqui no parque”. Para já, o parque integra obras de Alberto Carneiro, Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconce- los, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho. À exceção de Carlos Nogueira, uma, todas as obras repre- sentadas no parque, com os artistas a explicarem as suas obras aos jornalistas. Joana Vasconcelos, que fez furor com a recente exposi- ção no Palácio de Versalhes, em Paris, sublinha que “este é o primeiro projeto de arte pública que há no país, pelo que é para mim um statement ficar associada a este projeto maravilhoso com uma peça que é para mim emblemática”. A artista recordou que esta peça foi concebida, há 17 anos, para a sua primeira instalação de arte pública, nos jardins da Casa de Serralves, tendo sido destruída após a exposição. “É pois uma peça pela qual tenho especial carinho”, disse Joana Vasconcelos, explicando que “as duas peças são inspiradas nas pérgulas, coretos e cara- manchões, locais acolhedores onde as pessoas podem des- cansar durante o passeio no jardim”. Em comum, todos os artis- tas disseram que conceberam as suas obras tendo em con- ta o espaço deste parque e a sua proximidade ao rio Tejo na conceção das suas obras. Alberto Carneiro concebeu o conjunto escultórico “sobre a floresta” com 33 elementos verticais em granito e bronze e outras tantas lajes com pala- vras gravadas no chão. Angela Ferreira criou a escultura de um pivot, “ins- trumento de rega muito vultar nesta região do Ribatejo, aqui transformado em brinquedo no espaço público”, Cristina Ataide criou uma escultura à imagem de uma merujona, arte de pesca usada no rio Tejo, “uma espécie de bola onde se pode entrar, usar e usufruir, caraterísticas que permitem concentrar nela todos os atributos de uma escultura pública”. Fernanda Fragateiro apre- senta uma escultura formada por um conjunto de vigas em betão com o título “concrete poem, uma instalação que é ativada pelas pessoas”. José Pedro Croft criou um conjunto de quatro “estelas de aço polido que funcionam com duplos dos enormes choupos da margem do rio”. Pedro Cabrita Reis escolheu o tema do castelo para criar uma construção formada por esteios de granito, que “remete para a memória do vizinho castelo de Almourol”. Rui Chafes criou um “contra- mundo, escultura que evoca uma couraça que se encerra sobre si própria, um animal que se isola do mundo e que anseia ser encoberta pelo canavial da margem do rio”. Xana concebeu uma “casa no céu”, inspirada no facto des- ta região sofrer as cheias do Tejo, que obrigam as pessoas a procurar refúgio nos pisos superiores das habitações. João Baptista [email protected] esculturas de grandes dimensões formam este museu ao ar livre da escultura contemporânea portuguesa. O projeto da Câmara da Barquinha demorou dois anos a tornar-se uma realidade, conta com o apoio da Fundação EDP e um financiamento de 80% de fundos comunitários. 11

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Page 1: Parque do almourol

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 27,76 x 32,70 cm²

Corte: 1 de 3ID: 42547950 28-06-2012

O parque de escultura con-temporânea de Vila Nova da Barquinha só será inaugura-do no próximo dia 7, mas esta segunda-feira os jornalistas tiveram a oportunidade de fazer uma visita guiada e o privilégio de ouvir os artistas representados falarem das suas obras.

Pela primeira vez em Portu-gal, existe um parque de escul-tura onde se reúnem obras dos artistas mais representativos da escultura contemporânea portuguesa. O parque conta com 11 esculturas dos mais conceituados artistas portu-gueses e pretende transfor-mar a Barquinha num polo de atração turística e cultural no país.

A visita percorreu uma a

Parque de esculturas mete a Barquinha no mapa da arte

Pela primeira vez em Portugal, existe um parque de escultura onde se reúnem obras dos artistas mais representativos da escultura contemporânea portuguesa.

“Nesta casa, todo o interior são degraus, uma escapatória para o céu...” Zulmiro de Carvalho concebeu uma escultura que “enaltece a horizontaliudade do rio Tejo”. -

O comissário artístico do Parque João Pinharanda dis-se que a escolha dos artistas representados partiu da ideia de criar um percurso históri-co, cobrindo autores e obras cujo trabalho se desenvolveu

da década de 60 até à atualida-de, e como a história não para no futuro poderemos vir a ter outras obras aqui no parque”. Para já, o parque integra obras de Alberto Carneiro, Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconce-los, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho. À exceção de Carlos Nogueira,

uma, todas as obras repre-sentadas no parque, com os artistas a explicarem as suas obras aos jornalistas. Joana Vasconcelos, que fez furor com a recente exposi-ção no Palácio de Versalhes, em Paris, sublinha que “este é o primeiro projeto de arte pública que há no país, pelo que é para mim um statement fi car associada a este projeto maravilhoso com uma peça que é para mim emblemática”. A artista recordou que esta peça foi concebida, há 17 anos, para a sua primeira instalação de arte pública, nos jardins da Casa de Serralves, tendo sido destruída após a exposição. “É pois uma peça pela qual tenho especial carinho”, disse Joana Vasconcelos, explicando que “as duas peças são inspiradas nas pérgulas, coretos e cara-manchões, locais acolhedores onde as pessoas podem des-cansar durante o passeio no jardim”.

Em comum, todos os artis-tas disseram que conceberam as suas obras tendo em con-ta o espaço deste parque e a sua proximidade ao rio Tejo na conceção das suas obras. Alberto Carneiro concebeu o conjunto escultórico “sobre a fl oresta” com 33 elementos verticais em granito e bronze e outras tantas lajes com pala-vras gravadas no chão.

Angela Ferreira criou a escultura de um pivot, “ins-

trumento de rega muito vultar nesta região do Ribatejo, aqui transformado em brinquedo no espaço público”, Cristina Ataide criou uma escultura à imagem de uma merujona, arte de pesca usada no rio Tejo, “uma espécie de bola onde se pode entrar, usar e usufruir, caraterísticas que permitem concentrar nela todos os atributos de uma escultura pública”.

Fernanda Fragateiro apre-senta uma escultura formada por um conjunto de vigas em betão com o título “concrete poem, uma instalação que é ativada pelas pessoas”.

José Pedro Croft criou um conjunto de quatro “estelas de aço polido que funcionam com duplos dos enormes choupos da margem do rio”.

Pedro Cabrita Reis escolheu o tema do castelo para criar uma construção formada por esteios de granito, que “remete para a memória do vizinho castelo de Almourol”. Rui Chafes criou um “contra-mundo, escultura que evoca uma couraça que se encerra sobre si própria, um animal que se isola do mundo e que anseia ser encoberta pelo canavial da margem do rio”. Xana concebeu uma “casa no céu”, inspirada no facto des-ta região sofrer as cheias do Tejo, que obrigam as pessoas a procurar refúgio nos pisos superiores das habitações.

João Baptista

[email protected]

esculturas de grandes dimensões formam este museu ao ar livre da escultura contemporânea portuguesa. O projeto da Câmara da Barquinha demorou dois anos a tornar-se uma realidade, conta com o apoio da Fundação EDP e um fi nanciamento de 80% de fundos comunitários.

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Page 2: Parque do almourol

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 27,82 x 32,47 cm²

Corte: 2 de 3ID: 42547950 28-06-2012

todos estes artistas estiveram presentes neste encontro com os jornalistas e falaram das suas obras.

As obras localizam-se nos sete hectares do Barquinha Parque, Prémio Nacional de Arquitetura Paisagista 2007 na categoria “Espaços Exterio-res de Uso Público”, da autoria da dupla de Arquitetos Paisa-gistas – Hipólito Bettencourt e Joana Sena Rego.

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02 Joana Vasconcelos.

03 Cristina Ataíde.

04 Rui Chafes.

. A Câmara de Vila Nova da Barquinha investiu cerca de 2,2 milhões de euros no Parque de Escultura Contemporânea ao ar livre.

. A inauguração do parque de escultura contemporânea Almourol, em Vila Nova da Barquinha, está marcada para dia 6 de Julho pelas 19h00, em cerimónia presidida pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

. O projeto é fi nanciado a 80% pelo Programa Operacional da região Centro e conta ainda com o apoio mecenático da Fundação EDP.

Um projeto pioneiro em Portugal

PTS.

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05 Alberto Carneiro.

06 Pedro Cabrita Reis.

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01 Foto de família: os artistas representados no parque, com o presidente da Câmara da Barquinha Vítor Pombeiro, o diretor cultural da Fundação EDP José Manuel dos Santos e o comissário do parque João Pinharanda.

Veja o vídeo e as

fotografi as em

www.oribatejo.pt

07 Fernanda Fragateiro

Page 3: Parque do almourol

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Regional

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 26,45 x 17,40 cm²

Corte: 3 de 3ID: 42547950 28-06-2012€0,80 // 28 de junho 2012 // Semanário // Ano XXVII // N.º 1391 Diretor Joaquim Duarte

Joana Vasconcelos, depois da exposição no palácio de Versalhes, veio à Barquinha inaugurar a sua peça escultórica com mais 10 artistas de dimensão internacional.PÁGS. 12-13

Joana Vasconcelos depois da exposição

De Versalhes

à Barquinha,

um lugar de

peregrinação

artística