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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SUPRAM-CM Av. Nossa Senhora do Carmo, 90 Belo Horizonte - MG CEP 30.330-000 – Tel.: (31) 3228-7700 DATA: 03/12/2009 Página: 1/13 PARECER ÚNICO SUPRAM CM Nº 390 /2009 PROTOCOLO Nº705421/2009 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental 10979/2008/002/2009 LP+LI DEFERIMENTO Validade: 02 anos Reserva Legal Nº RESERVA AVERBADA Empreendedor: Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda. Empreendimento: Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda. CNPJ: 08.663.716/0001-80 Município: Itatiaiuçu/MG Área de interesse ambiental: Área de Proteção Especial – APE Manancial Rio Manso Bacia Hidrográfica: Rio Paraopeba Sub-Bacia: Ribeirão Serra Azul Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe F-02-06-2 Base de armazenamento e distribuição de gás liquefeito de petróleo- GLP. 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM X NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM X NÃO Responsável técnico pelo empreendimento: Gustavo Freitas Gonçalves / Gerente de Meio Ambiente Registro de classe OAB/MG 91579 Responsáveis técnicos pelos estudos apresentados: Luiz Fernando Souza Ribeiro Registro de classe CREA/MG 30.793/D Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais Situação Autorização Ambiental de Funcionamento: 3402/2008 Autorização concedida Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 13260/2009 Data: 02/12/2009 Data: 03/12/2009 Equipe MASP Formação Assinatura Igor Rodrigues Costa Porto 1206003-4 Geógrafo César Moreira P. Rezende 1136261-3 Biólogo Elaine Cristina A. Bessa 1170271-9 De acordo: Superintendência Cargo MASP Assinatura Isabel Cristina R.C.C. de Meneses Diretora Técnica 1043798-6 Ass: Data: ____/_____/_____

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PARECER ÚNICO SUPRAM CM Nº 390 /2009 PROTOCOLO Nº705421/2009 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 10979/2008/002/2009 LP+LI DEFERIMENTO Validade: 02 anos

Reserva Legal Nº RESERVA AVERBADA Empreendedor: Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda. Empreendimento: Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda. CNPJ: 08.663.716/0001-80 Município: Itatiaiuçu/MG

Área de interesse ambiental: Área de Proteção Especial – APE Manancial Rio Manso Bacia Hidrográfica: Rio Paraopeba Sub-Bacia: Ribeirão Serra Azul Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe

F-02-06-2 Base de armazenamento e distribuição de gás liquefeito de petróleo- GLP. 3

Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM X NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM X NÃO Responsável técnico pelo empreendimento: Gustavo Freitas Gonçalves / Gerente de Meio Ambiente

Registro de classe OAB/MG 91579

Responsáveis técnicos pelos estudos apresentados: Luiz Fernando Souza Ribeiro

Registro de classe CREA/MG 30.793/D

Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais Situação Autorização Ambiental de Funcionamento: 3402/2008 Autorização concedida Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 13260/2009 Data: 02/12/2009 Data: 03/12/2009 Equipe MASP Formação Assinatura Igor Rodrigues Costa Porto 1206003-4 Geógrafo

César Moreira P. Rezende 1136261-3 Biólogo

Elaine Cristina A. Bessa 1170271-9

De acordo: Superintendência Cargo MASP Assinatura Isabel Cristina R.C.C. de

Meneses Diretora Técnica 1043798-6

Ass:

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1. INTRODUÇÃO

O presente parecer visa subsidiar a Unidade Regional Colegiada Rio Paraopeba do Conselho Estadual de Política Ambiental – URC Rio Paraopeba/COPAM, no processo de julgamento do pedido de concessão da Licença Prévia concomitante com Licença de Instalação referente a base de armazenamento e distribuição de gás liquefeito de petróleo-GLP, localizada em Itatiaiuçu/MG, cujo empreendedor é a empresa Sinterita – Sinterização de Minério Ltda.

Ressalta-se que a empresa possui Autorização Ambiental de Funcionamento- AAF- para base de armazenamento e distribuição de GLP na mesma área do empreendimento, com validade até 1 de agosto de 2012, com capacidade de armazenamento de até 10 m3. O objetivo desta licença é ampliar a capacidade de armazenamento para 40 m3

Em março de 2009, a empresa obteve a licença de operação (LO Nº 126/2009) para Planta de Sinterização de minério na mesma área do empreendimento, com validade até 22/03/2015.

Em 02/12/2009 foi realizado vistoria no local, constatando que se trata de uma área dentro da própria ADA da planta de sinterização, não havendo nenhum tipo de supressão de vegetação.

2. DISCUSSÃO

2.1. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento está localizado em área rural do município de Itatiaiuçu/MG. As coordenadas geográficas do empreendimento, em formato Lat/Long, são 20º 07’ 46”S e 44º 22’ 48”W (Datum: Córrego Alegre).

A área deste empreendimento compreende um trecho da “Serra Azul”, localmente denominado Lagoa das Flores. O acesso à planta de Sinterização pode ser feito partindo-se de Belo Horizonte pela Rodovia BR-381 (Rodovia Fernão Dias) em direção a São Paulo. Após um percurso de aproximadamente 63 Km, toma-se uma estrada encascalhada, de tráfego permanente. Seguindo as placas indicativas, atinge-se as instalações da Sinterita após um percurso de 4 Km. Segundo informações prestadas pelo empreendedor no Formulário de Caracterização do Empreendimento – FCE (documento nº 195803/2009), o empreendimento está localizado dentro da Área de Proteção Especial – APE Rio Manso, cujo gestor é a Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA.

2.2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A indústria de sinterização da SINTERITA obteve a Licença de Operação LO em 22 de Março de 2009 estando atualmente em fase de ajustes diante do inicio da operação. Um dos itens observados durante seu inicio de operação é o consumo de gás liquefeito de petróleo (GLP) e a necessidade de ampliação de sua base de armazenamento e distribuição, que constitui fator fundamental para sua operação em escala adequada. Seu uso ocorre durante o processo de queima do sinter. Estima-se que a vida útil do empreendimento será de 25 anos.

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A indústria da SINTERITA está instalada em uma área de 1,75 hectares, sendo que o GLP é fonte de energia para seu funcionamento, com previsão de utilizar uma mão de obra de até 25 funcionários. A base de armazenamento e distribuição do GLP fica localizada na lateral da área da usina de sinterização, ocupando uma área de 272 metros quadrados, e será constituída por um total de 5 tanques com capacidade de 8 m3 cada um, somando um total de 40 m3 de GLP a ser armazenado. Como Gás LP é inodoro, acrescenta-se a ele compostos orgânicos à base de enxofre (mercaptanos). Estes compostos produzem um odor intenso e característico, cheiro do gás de cozinha. A adição deste composto serve como medida de segurança para o consumidor, que pode detectar facilmente qualquer vazamento. Às pressões atmosféricas e temperaturas normais o GLP apresenta a forma gasosa e é inflamável e inodoro à temperatura ambiente; mas quando submetido a uma pressão entre 3 e 15 Kgf/cm², ele apresenta a forma líquida, por isso a denominação de Gás Liquefeito de Petróleo GLP. Devido a essa propriedade tem grande aplicabilidade como combustível, em função da facilidade de seu armazenamento e transporte, a partir do seu engarrafamento em vasilhames e conseqüentemente a sua distribuição à população. O GLP apresenta um Poder Calorífico Superior (PCS) igual a 25.300 Kcal/m³, a 20 °C e 1 atm; que é cerca de 2 vezes e meia maior do que o Gás Natural - GN. O GLP produzido no País provém em sua maior parte do refino do petróleo. A previsão da SINTERITA é de alcançar a produção plena, ou seja, o processamento de 1.600 t/dia ou 40.000 t/mês de minério de ferro. Esta ampliação no armazenamento e distribuição de gás GLP é fundamental para que esta meta seja atingida; assim, a capacidade de armazenamento de GLP deverá ser de 40 m3. O armazenamento do GLP será realizado em tanques cilíndricos horizontais (P- 4000) com capacidade unitária de 8 m3 estando prevista a instalação de cinco (5) unidades, totalizando uma capacidade de armazenamento de 40 m3. Os tanques cilíndricos serão dispostos de acordo com a Norma ABNT NBR 15.514:2007 e instalados em área restrita protegida por alambrado, sobre bases em alvenaria possuindo tubulações aéreas e dispositivos de segurança. O processo de abastecimento inicia-se com a chegada do veículo tanque à base de armazenamento, ficando estacionado em local apropriado. Através do acoplamento de mangueira junto à tomada para abastecimento do sistema de cilindros, há a transferência do GLP do veículo tanque ao interior dos cilindros provocada pela diferença de pressão gerada pelo compressor. O gás passa pela linha de abastecimento estando em fase líquida neste processo. Se necessário, o sentido também pode ser inverso, ou seja: do cilindro ao veículo tanque, dependendo do objetivo da operação.

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O GLP é conduzido por tubulações aéreas distinguidas pela cor amarela em forma de gás e na cor branca em forma líquida. As válvulas de retenção garantem a segurança do descarregamento sendo auxiliadas por outros dispositivos como as válvulas de alivio a pressão. O Gás LP fica armazenado no interior dos cilindros em fase líquida. Posteriormente seguem através de tubulações aos vaporizadores que tem o objetivo de transformar o GLP da fase líquida para a fase gasosa, seguindo ao ponto de distribuição para alimentar os equipamentos da usina de sinterização. Além dos dispositivos descritos, a base para armazenamento e distribuição também possui vários dispositivos de segurança, como: registro geral de corte, regulador de pressão, válvula de bloqueio, válvula de excesso de fluxo.

3. DIAGNOSTICO AMBIENTAL

3.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIAS Com relação à base para armazenamento de GLP, a ADA será pequena, totalizando 272 m2. A área de influência direta (AID) da SINTERITA atinge um total de 1,75 hectares, sendo 0,5 ha para a área que abriga as instalações, 0,5 ha debitado para o pátio de produtos, e os restantes 0,75 ha para as duas estradas de acesso. A base de armazenamento do GLP ocupa uma área de 272 metros quadrados estando contabilizada na área de 0,5 ha das instalações. Outra área de influência direta será o leito da estrada de acesso mina / BR-381, em virtude do tráfego de caminhões tanque de GLP. Mas, como esta utilização não é exclusiva do abastecimento de GLP e este aumento de tráfego será quase inexistente, seu quantitativo não está sendo debitado ao mesmo. A área de influência indireta (AII) deste empreendimento trata-se do município de Itaúna e Itatiaiuçu. 3.2 MEIO FÍSICO A área em questão está inserida no Quadrilátero Ferrífero, região amplamente investigada, cuja denominação decorre de sua configuração planialtimétrica e das jazidas de ferro mais importantes do centro do Estado de Minas Gerais. O topo da serra é sustentado pelo pacote de formações ferríferas itabiríticas pertencentes à Formação Itabirito Cauê, do Grupo Itabira, as quais se integram por uma rocha caracterizada pela alternância de bandas hematíticas e de silica, que apresentam graus variáveis de intemperismo e, conseqüentemente, compacidade. Os itabiritos se encontram freqüentemente enriquecidos pela ação de processos supergênicos, que promoveram a lixiviação parcial da sílica e resultaram na formação de minérios com teores econômicos. Na encosta sul da serra, as formações ferríferas estão sobrepostas por quartzitos e filitos alterados integrantes do Grupo Caraça Indiviso. Mais ao sul ocorrem xistos saprolíticos pardo-avermelhados pertencentes ao Grupo Nova Lima, do Supergrupo Rio das Velhas, onde está instalada a estrutura.

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Quanto a geomorfologia, a área focalizada abrange um trecho da Serra Azul, o qual é sustentado por rochas itabiríticas da Formação Cauê e coberturas detrito lateríticas associadas (cangas). As cotas máximas alcançam 1.319 m perfazendo desníveis superiores a 200 m com os terrenos de ambas as encostas da serra. Na encosta sul, onde a usina está instalada a topografia é suavemente inclinada, facilitando o controle de drenagem pluvial e monitoramento dos impactos relacionados à topografia do local. A Serra Azul é, localmente, o divisor de águas entre as bacias do rio Veloso, ao sul, e do ribeirão Serra Azul, ao norte; ambos pertencentes à bacia hidrográfica do rio Paraopeba. O sistema de drenagem na área, posicionada na encosta sul da serra, constitui-se essencialmente por ravinas e cabeceiras do córrego Vieiras, tributário direto do rio Veloso; este último é um afluente direto da bacia da Barragem rio Manso, no rio Paraopeba, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais COPASA, que constitui um dos importantes sistemas de abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte, sendo responsável por 25% de sua demanda de água. O município de Itatiaiuçu possui altitude máxima de 1.434 m, na Serra do Itatiaiuçú (Pedra Grande), e mínima de 993 m, na represa do Benfica. Apresenta uma temperatura média anual de 21,8 ºC, média máxima anual de 27,8 ºC e média mínima anual de 13,4ºC. O índice pluviométrico anual é de 1.660 mm, bem intenso, recomendando estruturas consistentes na atividade minerária para evitar problemas ambientais. 3.3 MEIO SOCIECONOMICO O empreendimento em questão situa-se em zona rural do Município de Itatiaiuçú, a uma distância aproximada de 9 km de sua sede. Assim, o Município sofre direta e indiretamente os impactos gerados pela usina de sinterização, sendo apresentado, a seguir, suas características sócio-econômicas principais. O Município de Itatiaiuçú situa-se na Macro-região I, Central, tem uma extensão territorial de 295,9 km², com um relevo predominantemente ondulado (80%), montanhoso (15%) e plano (5%). Os seus principais cursos d água são o rio Veloso e o ribeirão Itatiaia, pertencentes à bacia hidrográfica do rio São Francisco. Sua estrutura administrativa compõe-se pela sede e pelo Distrito de Santa Terezinha. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a população residente no Município de Itatiaiuçú no ano de 2000 era de 8.508 habitantes. As principais atividades econômicas do município estão relacionadas com a extração de minerais, com grande destaque para o minério de ferro, transformação de minerais não metálicos, indústria metalúrgica, indústria química (explosivos), comércio varejista, comércio atacadista, serviços de transporte, serviços de alojamento e alimentação, além das atividades de agricultura e pecuária.

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3.4 MEIO BIÓTICO A Serra Azul ou do Itatiaiuçu se insere na área recoberta pelo Complexo do Brasil Central ou do Cerrado, numa área de transição entre este domínio e o domínio da Floresta Atlântica. Conforme Rizzini (1979), dentro deste Complexo podem ser encontradas formações vegetais pertencentes à Floresta Atlântica, Floresta Estacional, o Cerradão (Floresta Esclerófila), comunidades higrófilas, e áreas recobertas por Campo Limpo e Campo Rupestre. Na área onde está instalada a usina de sinterização antes das obras de terraplanagem, a vegetação predominante era de arbustos e sub-arbustos em regeneração inicial de Cerrado e Campo Cerrado. Entre as áreas trabalhadas pela mineração e as propriedades vizinhas de economia agrária, onde predomina o cultivo de hortaliças, existem grandes espaços preservados pela própria mineração, representados por matas secundárias, com maior exuberância ao longo dos canais de drenagem, devido a maior umidade. Nestas faixas de áreas preservadas concentram-se as espécies originais da fauna local, afugentadas pelas atividades humanas da região. Portanto, apesar da pouca presença de animais na área de apoio da mineração, devido à ocupação com máquinas e homens, as áreas de jusante, representadas principalmente pelas matas ciliares, abrigam uma grande variedade de espécies. Conforme citado, não ocorrerá supressão de vegetação para esse empreendimento que, por sua vez, ocupara uma área bastante reduzida e já contemplada na licença da sinterização. Desta forma, os impactos tanto em relação a flora quanto a fauna são mínimos, não justificando a adoção de medidas mitigadoras neste sentido. 4. CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTOS E EFLUENTES Ressalta-se que a atividade da usina de sinterização foi licenciada anteriormente, portanto, a caracterização dos impactos causados pela mesma já foi objeto de avaliação anteriormente. No RCA, estão caracterizados os potenciais impactos gerados pela ampliação da base de armazenamento do GLP, bem como as suas medidas mitigadoras. 4.1 EFLUENTES LÍQUIDOS 4.1.1 EFLUENTES SANITÁRIOS

Não será acrescido nenhum efluente sanitário em função da ampliação do armazenamento do GLP. 4.1.2 DRENAGEM PLUVIAL A base de armazenamento do GLP ocupa uma área de 272 metros quadrados, a qual é nivelada e coberta com material granulado (britas de minério). Sua área interna foi delimitada e protegida por alambrado sobre um cintamento em concreto

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armado, e em seu interior foram construídas as bases estruturais (sapatas) para o apoio dos tanques e equipamentos. Quanto ao sistema de drenagem pluvial da área da base de armazenamento GLP, o mesmo está interligado ao sistema de controle pluvial da usina de sinterização, sendo o efluente originado pela incidência de água de chuva direcionado a um dique de decantação (dique n°10) interligado ao sistema de drenagem da Mineração Minerita, ao qual a usina de sinterização está integrada. 4.1.3 ÁGUA RESIDUÁRIA Em bases de armazenamento de maior porte, há uma geração considerável de água residuária. No presente caso, considerando o porte do armazenamento de GLP da SINTERITA, seriam necessários trinta (30) anos para realizar uma única purga desta água residuária, de acordo com os estudos apresentados. Durante todo esse período, este efluente ficará retido no interior do tanque, que serão substituídos ao longo do tempo. Assim, considera-se que não haverá lançamento deste efluente na área do empreendimento da SINTERITA, uma vez que o tanque, quando trocado, será removido pela empresa SHV Gás. 4.2 EFLUENTES ATMOSFÉRICOS Os sistemas de abastecimento, armazenamento e distribuição são protegidos por dispositivos de segurança, foram, e serão implantados de acordo com a ABNT NBR- 15.186:2005. Apesar de ser bastante reduzida a possibilidade de lançamento do GLP na atmosfera causada por possíveis vazamentos no armazenamento e na distribuição, esta possibilidade deve ser considerada em caso de acidentes e possíveis irregularidades nos dispositivos de segurança. As medidas de controle a serem indicadas são revisões periódicas nos equipamentos e dispositivos de segurança. Também devem ser observados os procedimentos emergenciais relacionados à segurança indicados pelo fornecedor, no caso a SHV Gás. Será solicitado um Programa de Gerenciamento de Riscos através de condicionante. 4.2.1 RUÍDOS A ampliação da base de armazenamento do GLP não gerará aumento de ruídos; considerando-se somente um pequeno aumento no nível de ruído causado pelo caminhão tanque que fará a recarga da base de armazenamento, com previsão de cerca de um abastecimento de GLP por semana. 4.3 RESÍDUOS SÓLIDOS No que se diz respeito à ampliação da base de armazenamento do GLP, o potencial resíduo a ser gerado, refere-se aos metálicos relacionados à manutenção dos equipamentos, tubulações e dispositivos de segurança a serem revisados ou repostos pela empresa fornecedora do GLP (SHV Gás).

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Estes resíduos sólidos deverão ser recolhidos imediatamente após as manutenções ou reposições dos dispositivos, não havendo nem o armazenamento temporário na área da SINTERITA. 5- MEDIDAS MITIGADORAS Em resumo, as medidas mitigadoras se relacionam aos impactos ambientais gerados na operação da base de armazenamento e distribuição do GLP estando relacionadas, principalmente, as medidas de controle e prevenção de acidentes relacionados aos riscos na atividade de armazenamento e distribuição do GLP. 5.1 EFLUENTES ATMOSFÉRICOS GASOSOS O potencial efluente atmosférico a ser gerado é o próprio GLP que em caso de inconformidades no sistema de segurança poderá ser lançado na atmosfera. Na ampliação da base de armazenamento e distribuição do GLP da SINTERITA os equipamentos deverão estar de acordo com as exigências da Norma ABNT NBR-15.186:2005; assim sendo, se não houver nenhuma anormalidade ou acidentes com os dispositivos de segurança pode-se considerar que não há emissão de GLP. O principal fator relacionado ao controle desse efluente atmosférico é o monitoramento dos equipamentos e dispositivos de segurança, bem como o gerenciamento de riscos. 5.2 CONTROLE DA EMISSÃO DE POEIRAS A emissão de poeiras se dá pelo fato do tráfego de veículos para abastecimento da central de GLP realizado pelo caminhão tanque, que circula pelas nas vias de acessos internos, já que as demais possuem pavimento em asfalto. Como medida mitigadora já é realizada a aspersão destas vias por caminhão pipa. 5.3 CONTROLE DE EFLUENTE LÍQUIDO PLUVIAL Por tratar de uma área pequena em relação à área total da usina de concentração da SINTERITA, protegida por cintamento em concreto (tipo mureta) e o pavimento revestido com britas, pode-se dizer que não haverá o desenvolvimento de processos erosivos. A água de chuva será em parte infiltrada e após saturação do solo, o escoamento será laminar. Posteriormente, este efluente segue para o sistema de drenagem pluvial implantado quando da instalação da usina de sinterização, ou seja: segue em direção ao dique de decantação n° 10, o qual após reter os sólidos carreados, lança o efluente pluvial tratado no sistema de drenagem pluvial da mineração Minerita. 5.4 RESÍDUOS SÓLIDOS Os resíduos sólidos serão gerados em função da manutenção dos equipamentos instalados na base de armazenamento do GLP. A geração destes resíduos sólidos

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será esporádica de acordo com periodicidade das manutenções. Como a geração dos resíduos sólidos se dá no instante das manutenções, o controle é facilitado, devendo os funcionários da manutenção cumprir as orientações do gerenciamento de resíduos. Os resíduos gerados devem ser recolhidos pela SHV Gás imediatamente ao termino da manutenção, não havendo armazenamento temporário na área da Sinterita. 5.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO Para ampliação da Base de armazenamento do GLP, deverá ser considerado o monitoramento detalhado dos dispositivos de segurança e equipamentos relacionados ao armazenamento e distribuição do GLP; tendo-se como finalidade garantir o perfeito funcionamento do sistema e evitar possíveis acidentes, os quais poderiam ser potencialmente impactantes, tanto do ponto de vista ambiental quanto em relação à segurança dos trabalhadores. O monitoramento deverá ser realizado diariamente, seja na verificação de estoque armazenado e/ou na verificação do estado de conservação e funcionamento dos dispositivos instalados. Um livro de movimentação do GLP deverá estar em local definido de fácil acesso ao responsável pela área. 5.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Fica indicada uma extensão ao Plano de Educação Ambiental já aplicado junto aos empregados da mineração Minerita e da Sinterita, com as considerações relacionadas à realidade da usina de sinterização e a base de armazenamento de GLP.

6. AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

Segundo o FCE, não haverá necessidade de nova supressão de vegetação ou intervenção em Área de Preservação Permanente – APP neste empreendimento, nesta etapa de licenciamento.

7. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Não será necessária utilização de recursos hídricos para a ampliação do armazenamento de GLP.

8. RESERVA LEGAL

O empreendimento possui processo de reserva legal n.º 01229/2009, cujos autos constam a Certidão de Registro de Imóvel constatando a averbação de uma área de 18,42 ha.

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9. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Cumpre ressaltar que o empreendedor apresentou a anuência da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, para implantação e operação do empreendimento na Área de Proteção Especial Estadual – APEE Rio Manso (documento 092504/2009), desde que o empreendedor execute algumas medidas ambientais, a saber:

• Revegetação do talude da barragem de rejeito para evitar o carreamento de sólidos para as drenagens que alimentam o Reservatório rio Manso;

• Operação e manutenção adequada da caixa de tratamento de óleos e graxas que recebe o efluente da limpeza da usina.

Assim, de forma a ratificar as exigências ambientais da COPASA, a SUPRAM CM solicita, como condicionantes da Licença de Operação do empreendimento, que o empreendedor implemente as ações supracitadas. 10. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Considerando que se trata de empreendimento implantado em uma área já impactada de 270 m2, não havendo nenhum tipo de supressão de vegetação e nem alteração de níveis de impacto ambiental no empreendimento, diante dos que já ocorrem em função da Planta de Sinterização. Ressalta-se também que essa área já foi contemplada na ADA da planta de sinterização, não tratando assim de uma área nova. A equipe técnica entende pela inaplicabilidade da compensação ambiental.

11. CONTROLE PROCESSUAL

O processo encontra-se devidamente formalizado, estando a documentação juntada em concordância com DN 074/04 e Resolução CONAMA Nº 237/97. Os custos da análise foram devidamente quitados, bem como foi realizada a publicação do pedido de licença em jornal de grande circulação.

A área do empreendimento possui Reserva legal devidamente averbada em Cartório, obedecendo ao limite exigido pela legislação vigente, 20% (vinte por cento) do total da área da propriedade/empreendimento objeto do licenciamento. A análise técnica informa tratar-se de um empreendimento classe 03, concluindo pela concessão da licença, com prazo de validade de 02 (dois) anos, com as condicionantes relacionadas no Anexo I. A licença ambiental em apreço não dispensa nem substitui a obtenção, pelo requerente, de outras licenças legalmente exigíveis, devendo tal observação constar do(s) certificado(s) de licenciamento ambiental a ser (em) emitido(s). Em caso de descumprimento das condicionantes e/ou qualquer alteração, modificação, ampliação realizada sem comunicar ao órgão licenciador, torna o empreendimento passível de autuação.

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12. CONCLUSÃO

O empreendimento em tela encontra-se atualmente implantado diante da Autorização Ambiental de Funcionamento Nº 03402/2008. Assim, vimos recomendar à URC Rio Paraopeba/COPAM que seja deferido o pedido de concessão da Licença de Prévia concomitante com Licença de Instalação para a ampliação do armazenamento e distribuição de Gás GLP na planta de sinterização da Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda., localizada no município de Itatiauiuçu/MG, desde que sejam obedecidas todas as normas técnicas e legais pertinentes e que sejam cumpridas as condicionantes apresentadas no Anexo I do presente Parecer.

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SUPRAM-CM Av. Nossa Senhora do Carmo, 90 Belo Horizonte - MG CEP 30.330-000 – Tel.: (31) 3228-7700

DATA: 03/12/2009 Página: 12/13

ANEXO I Processo COPAM Nº: 03096/2008/002/2009 Classe/Porte: 3/Pequeno Empreendimento: Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda. Atividade: Base de armazenamento e distribuição de gás liquefeito de petróleo- GLP. Localização: Lagoa das Flores, Zona Rural, Itatiaiuçu/MG Empreendedor: Sinterita – Sinterização de Minério de Ferro Ltda. CNPJ: 08.663.716/0001-80 Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA DE OPERAÇÃO

Validade: XX anos

ITEM DESCRIÇÃO PRAZO*

1 Realizar monitoramento dos equipamentos de segurança dos tanques de armazenamento de GLP, bem como no seu sistema de distribuição.

Imediato

2 Realizar a coleta dos resíduos sólidos imediatamente quando da manutenção do sistema.

Durante a vigência da Licença.

3

Apresentar Inventário de Resíduos Sólidos no Banco de Declarações Ambientais, através do endereço eletrônico http://sisema.meioambiente.mg.gov.br, em atendimento à Deliberação Normativa COPAM nº 117, de 27 de junho de 2008

Conforme prazo da DN COPAM nº 131/2009

4 Ampliar no plano de educação ambiental da empresa atividades voltadas os riscos e o uso do Gás GLP no empreendimento.

Iniciar em 60 dias.

5 Apresentar projeto de Gerenciamento de Risco com base nas potenciais degradações ambientais que o empreendimento possa ocasionar.

60 dias.

* A partir da concessão da Licença

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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ANEXO II

Foto 01: Sistema de controle do armazenamento do GLP

Foto 02: Vista da área de armazenamento do GLP.