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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana
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PARECER ÚNICO Nº 194-2013 (SIAM) 1409936/2013
INDEXADO AO PROCESSO: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Licenciamento Ambiental 06453/2005/002/2010 Sugestão pelo Deferimento
FASE DO LICENCIAMENTO: Licença de Operação Corretiva (LOC) VALIDADE DA LICENÇA: 06 anos
PROCESSOS VINCULADOS CONCLUÍDOS: PA COPAM: SITUAÇÃO:
Licenciamento (FEAM) AAF 06453/2005/001/2005 Autorização concedida
EMPREENDEDOR: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. CNPJ: 05.495.867/0001-89
EMPREENDIMENTO: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. CNPJ: 05.495.867/0001-89
MUNICÍPIO: Cachoeira da Prata ZONA: Urbana
COORDENADAS GEOGRÁFICA LAT 19°31’21” LONG 44º27’ 59,35”
LOCALIZADO EM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO:
INTEGRAL ZONA DE AMORTECIMENTO USO SUSTENTÁVEL
X NÃO
BACIA FEDERAL: Rio São Francisco--- BACIA ESTADUAL: Rio Paraopeba
UPGRH: SUB-BACIA: Ribeirão dos Macacos
CÓDIGO: ATIVIDADE OBJETO DO LICENCIAMENTO (DN COPAM 74/04): CLASSE
B-01-03-1 Fabricação de telhas, tijolos e outros artigos de barro cozido, exclusive de cerâmica. 1
F-05-15-0 Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos, não listadas ou não classificadas – Utilização de pó de balão como insumo na fabricação de tijolos de barro cozido.
3
CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:
Francisco do Couto Ferreira CREA-MG 09847/D
RELATÓRIO DE VISTORIA1: 44387/2011 DATA: 18/02/2011
RELATORIO DE VISTORIA2: 124046/2013 DATA: 20/06/2013
EQUIPE INTERDISCIPLINAR MATRÍCULA ASSINATURA
Alexandre Vieira da Silva – Analista Ambiental (Gestor) 992.337-6
Elenice Azevedo de Andrade – Analista Ambiental 1.250.805-7
Giovana Gomes Barbosa – Analista Ambiental 1.304.829-3
Vladimir Rabelo Lobato e Silva – Gestor Ambiental (Jurídico) 1.174.211-1
De acordo: Anderson Marques Martinez Lara – Diretor Regional de Apoio Técnico
1.147.779-1
De acordo: Bruno Malta Pinto – Diretor de Controle Processual 1.220.033-3
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1. Introdução
A Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda., através do processo 06453/2005/001/2005, obteve a Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF) nº 01864/2005, com vencimento até 20-12-2009, classe 1, conforme Deliberação Normativa (DN) 74/2004, para a atividade de fabricação de tijolos em sua unidade industrial, localizada à Avenida Padre João Ribeiro da Cruz, nº 1609, Centro, no município de Cachoeira da Prata. Em função da utilização da “Lama e pó de balão” como uma de suas matérias primas (resíduo classe IIA conforme NBR 10.004/2004), provenientes do sistema de limpeza do gás do alto forno da usina da Gerdau Aços Longos S.A. – Sete Lagoas e conseqüente alteração do empreendimento para a classe 3, conforme DN 74/2004, a empresa formalizou, em 14-12-2010, o presente processo no 06453/2005/002/2010, solicitando Licença de Operação Corretiva (LOC). Conforme informado na página 002 do processo, o empreendimento encontra-se em operação desde 20-02-2003. O empreendimento está inserido na bacia do Rio Paraopeba, sub-bacia do Ribeirão dos Macacos. A empresa foi autuada através do auto de infração nº 62978/2013 por estar operando sem a devida licença ambiental. Para subsidiar a análise deste processo foram utilizadas informações contidas no Relatório de Controle Ambiental (RCA) e no Plano de Controle Ambiental (PCA), bem como informações obtidas em vistorias técnicas da equipe da Supram CM ao local do empreendimento em 18/02/2011 (Auto de Fiscalização nº 44387/2011) e em 20/06/2013 (Auto de Fiscalização nº 124046/2013).
2. Caracterização do Empreendimento
2.1. Dados do empreendimento
Trata-se de uma unidade de fabricação de artefatos de argila-cerâmica vermelha, tendo como único produto o tijolo furado, utilizado nas construções civis e edificações em geral. A empresa tem suas atividades em uma área total de 1.162,00 m2, contando com a colaboração de 14 funcionários. O regime de operação é no horário diurno de Segunda a Sexta, de 7 horas às 16 horas e em 01 turno de 7 às 11 horas no Sábado. A capacidade nominal da fábrica é de 18.000 (dezoito mil) tijolos/dia, estando produzindo atualmente em média de 8.000 (oito mil) tijolos/dia. As matérias primas utilizadas no processo (argila, lama e pó de balão) são fornecidas por empresas licenciadas, conforme certificados apresentados. O local de armazenamento do pó de balão e a lama do alto forno, no momento da vistoria realizada no empreendimento, em 20/06/2013, auto de fiscalização nº 124.046/2013 encontrava-se com o piso impermeabilizado, mas ainda sem cobertura, de acordo com a figura abaixo:
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Figura 01: Local de armazenamento do pó de balão e lama do auto-forno
Será uma das condicionantes deste processo de licenciamento, a cobertura do armazenamento do pó de balão e lama do alto-forno, bem como a limpeza no local e a implantação da drenagem pluvial. A energia elétrica é fornecida pela CEMIG em torno de 4.900 kWh/mês. A água utilizada no processo industrial e para consumo humano é fornecida através da Prefeitura de Cachoeira da Prata comprovado pelo DAM- Documento de Arrecadação Municipal da tarifa de água e esgoto. Os equipamentos empregados no processo são: pá carregadeira, caixão alimentador, transportador de correia, misturador de fuso helicoidal, laminador de rolos cilíndricos, maromba, mesa de corte e 2 fornos tipo tatu de capacidade de 15.000 tijolos cada. Queimam lenha e resíduos de madeira à taxa de 100 kg/h e alcançam uma temperatura de 870 ºc. O empreendedor apresentou certificado atualizado emitido pelo IEF para consumo de produtos da flora com validade até 31/01/2014. As matérias primas utilizadas no processo de produção são a argila de jazida fluvial com um consumo diário de aproximadamente 28 toneladas e insumos siderúrgicos do sistema de limpeza de gás de alto forno que são misturados com a argila em percentual de até 10%, com um consumo diário de 3 toneladas. O empreendedor apresentou as licenças ambientais dos fornecedores de matérias primas. Os produtos (Tijolos) são gerados com os parâmetros indicados no Quadro 01:
Quadro 01: Produtos gerados pela Cerâmica Cerart Ltda.
Dimensões (cm) Nº de furos
9x19x29 08
14x19x29 12
Fonte: RCA da Cerâmica CERART.
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A empresa apresentou o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros- AVCB com validade até 21/09/2015. 2.2. Descrição do Processo Produtivo
A pá carregadeira faz a mistura da argila e insumos de alto forno, no momento que prepara o transporte até a moega do Caixão Alimentador.
Em períodos variáveis 1 a 1,5 h, carrega a moega de recebimento do Caixão Alimentador, com aproximadamente 3.500 kg desta mistura.
O material que por ventura é derramado durante o processo é recolhido em intervalos pelo operador, que o devolve à entrada do Caixão Alimentador.
Do Caixão Alimentador a mistura é descarregada num transportador de correia, que leva o material até um Misturador de fuso helicoidal.
Do Misturador de fuso helicoidal a mistura é descarregada num transportador de correia e daí até o laminador.
O Laminador está formado por um alimentador cilíndrico que força o material através de uma fieira, causando grande compressão e direcionando a massa para a Maromba.
Á saída da Maromba, existe mesa de transporte e corte, que corta os tijolos no comprimento adequado, levando-os ao mesmo tempo até a mesa de saída.
Da mesa de saída os tijolos são retirados manualmente e levados até a área de secagem, coberta e com ventilação natural. Nesta área os tijolos permanecem em torno de 3 dias.
Transcorrido o tempo estipulado, os tijolos são retirados manualmente e levados para o forno. Esta tarefa toma um dia. São carregados até 15.000 tijolos no forno.
Carregado e fechado, o forno é submetido à combustão. Este processo dura em média 4 horas, e termina quando se estabiliza a temperatura da zona superior em 870 ºC. O forno é colocado em resfriamento por um período de 20 horas.
Resfriado o forno, é descarregado manualmente. Os tijolos são empilhados em área de estocagem, até o despacho final.
Existem 2 fornos, onde um forno está sempre queimando e o outro em resfriamento e descarga.
Após a saída dos tijolos dos fornos, é feita inspeção, rejeitando materiais que apresentem defeitos e armazenagem dos produtos até sua expedição, efetuada por caminhões. 3. Caracterização Ambiental
Conforme verificado no Relatório Indicativo do SIAM, emitido em 05/01/2011, não existe nenhum
indicativo de restrição ambiental em relação à unidade de conservação distante até 10 km, de acordo
com as coordenadas: Latitude 19º 31’ 21’, Longitude 44º 27’ 35’. Veja figura 02 abaixo:
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Figura 02- Localização do empreendimento em relação às unidades de conservação
De acordo com o mapeamento de 2009 a região é formada em sua maior parte por Cerrado e a Vulnerabilidade Natural está enquadrada na categoria média. 4. Utilização e Intervenção em Recursos Hídricos
A água utilizada para o processo produtivo e consumo humano é fornecida pela Prefeitura de Cachoeira da Prata.
5. Área de Preservação Permanente (AAP) O empreendimento possui estruturas em Área de Preservação Permanente (APP), à margem direita de um córrego de caráter intermitente, tendo sido instaladas em data anterior à publicação da Lei Estadual nº 14.309/2002, logo consideradas como “ocupação antrópica consolidada”, na forma da Lei. Foi apresentado, pela Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda., um laudo técnico de comprovação de uso antrópico consolidado em Área de Preservação Permanente, constatando-se que o empreendimento foi instalado em 1999, pela administração municipal de Cachoeira da Prata, tendo como responsável técnico o Engenheiro Wagner Munaier e Silva – CREA 37.919/D – MG. Será solicitada a recuperação da APP (30 m) não ocupada do córrego sem denominação, por meio da apresentação de um Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (PTRF). A revegetação das margens deverá contemplar o plantio de espécies nativas, devendo o PTRF vir acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de profissional habilitado.
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Relatório Indicativo
Data de emissão: 07/01/2011 13:26: 24
Relação de Corpos D'água distante até 30 metros
Restrição Vermelha - Empreendimento NÃO permitindo na área.
Identificador Distância (m) Tipo Nome Município
584543 24.72 Não consta na base Não consta na base Cachoeira da Prata
6. Reserva Legal
Não se aplica, já que o empreendimento está localizado em zona urbana, no centro de Cachoeira da Prata. 7. Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras
Os impactos ambientais relacionados ao desenvolvimento do processo industrial em estudo são caracterizados quanto aos aspectos hídricos, atmosféricos, sonoros e de resíduos sólidos. 7.1. Efluentes líquidos
Efluentes Industriais: A empresa não utiliza água no seu processo produtivo. Efluentes Sanitários: O empreendimento gera esgoto sanitário que é canalizado para a rede pública existente na Av. Padre João Ribeiro da Cruz. A empresa apresentou documento comprovando o lançamento na rede pública que é posteriormente encaminhado para a Estação de Tratamento de Esgoto - ETE. Efluente Pluvial: Não existem redes internas de águas pluviais. As águas pluviais que escoam sobre o terreno são conduzidas por declividade para a rede pública existente na Avenida Padre João Ribeiro Cruz. Será condicionada a este processo de licenciamento a apresentação de um projeto de drenagem para as águas pluviais em todo o terreno do empreendimento.
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7.2. Resíduos sólidos
Os resíduos sólidos gerados na atividade produtiva são reaproveitados na própria unidade industrial (resíduos de argila e cinzas dos fornos), ou doados à prefeitura municipal visando à execução de aterramentos (resíduos de tijolos queimados quebrados e/ou recusados). O resíduo doméstico (escritório, banheiros, varrições e outros) é coletado pelo sistema de Limpeza pública da Prefeitura. 7.3. Emissões atmosféricas
A empresa utiliza madeira em seus fornos, nas formas de lenha de eucalipto e serragem. As emissões atmosféricas são oriundas da queima destes materiais. A emissão da chaminé de cada forno da empresa é descontínua, ocorrendo em média, com duração de 20 horas (tempo necessário para queima completa dos tijolos), equivalente a 18 dias por mês. Será inserida condicionante para monitoramento do parâmetro material particulado (MP) previstos na legislação. Para as emissões fugitivas a empresa faz aspersão de água nas vias de acesso. 7.4. Ruído ambiental
De acordo com o relatório do PPRA, apresentado no Relatório de Controle Ambiental RCA – RT 01, não existem na usina operações ou processos que ultrapassam os níveis máximos admissíveis de ruído. Será uma das condicionantes o monitoramento anual das emissões sonoras, por estar o empreendimento localizado no centro de Cachoeira da Prata.
9. Compensações
A operação da Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto LTDA tanto na fase de implantação quanto na fase de operação não acarretou e nem acarretará significativo impacto ambiental. Os possíveis impactos a serem gerados, em uma operação regular do empreendimento, serão de pequena monta, podendo, se ocorrerem, serem considerados insignificantes. Desta forma, o entendimento da equipe da Supram CM é que não cabe a aplicação da compensação ambiental conforme previsto no art. 36 da Lei 9.985/2000, regulamentado a nível estadual pelo Decreto 45.175/2009.
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10. Controle Processual
O PA COPAM nº. 06453/2005/002/2010, sob a responsabilidade da CERART CERÂMICA E
ARTEFATOS DE CONCRETO LTDA., encontra-se devidamente formalizado e instruído com a
documentação exigida no FOB 653186/2010 , para outras formas de tratamento ou disposição de
resíduos não listadas ou não classificadas, código F-05-15-0, enquadramento classe 3 da
Deliberação Normativa COPAM Nº. 74, de 9 de setembro de 2004.
Garantiu-se, em cumprimento às determinações da Deliberação Normativa Nº. 13, de 24 de
outubro de 1995, publicidade ao pedido de Licença de Operação Corretiva, conforme cópia da
publicação inserida nos autos. O requerimento de LOC foi veiculado, ainda, no Diário Oficial de
Minas Gerais, pelo órgão ambiental competente.
Através da certidão nº. 834648/2010, expedida pela Diretoria Operacional dessa Superintendência
em 14/12/2010, não se constatou, até a referida data, neste estado de Minas Gerais, a existência
de débito decorrente de aplicação de multas por infringência à legislação ambiental.
O empreendimento se localiza em um imóvel inserido na zona urbana do município de Cachoeira
da Prata/MG, estando dispensado da comprovação de averbação da Reserva Legal, conforme o
disposto no ordenamento jurídico ambiental pátrio.
Em se tratando de microempresa, conforma faz prova certidão emitida pela JUCEMG acostada aos
autos, o empreendedor está isento da indenização dos custos de análise do licenciamento, de
acordo com o Art. 6º da DN COPAM nº 74/04.
Foram identificadas, no empreendimento, intervenções em APP de um córrego intermitente sem
nome. Instados por essa Superintendência, os empreendedores apresentaram um laudo, por meio
do qual se provou, segundo análise técnica, que as intervenções foram efetuadas em data anterior
à publicação da Lei Estadual nº 14.309/2002, logo consideradas como “ocupação antrópica
consolidada”, conforme o art. 11.
A água utilizada para o processo produtivo e consumo humano é fornecida pela Prefeitura de
Cachoeira da Prata.
A análise técnica conclui pelo deferimento do pedido de LOC, nos termos deste Parecer Único,
pelo prazo de 6 (seis) anos.
Em caso de descumprimento de condicionantes e/ou qualquer alteração, modificação ou ampliação
realizada sem comunicação prévia ao órgão ambiental competente, estará o empreendedor sujeito
a autuação.
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11. Conclusão
Em razão do exposto, a equipe de análise da SUPRAM CM sugere a concessão da licença de
operação corretiva, pelo prazo de 06 (seis) anos para fabricação de tijolos com utilização da matéria
prima pó de balão/lama de alto-forno ao empreendimento Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto
LTDA, localizado à Avenida Padre João Ribeiro da Cruz, 1609, Centro, município de Cachoeira da
Prata, condicionada às determinações constantes nos Anexos I e II e ao atendimento dos padrões da
Legislação Ambiental do Estado.
Cabe salientar que o empreendedor deve, num processo de melhoria contínua, executar todas
as medidas apontadas no PCA, e aquelas que por ventura surgirem com o avanço tecnológico,
naquilo que trouxer melhorias sensíveis ao meio ambiente.
Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas
nos Anexos deste Parecer Único poderão ser resolvidos junto à própria SUPRAM, mediante a
análise técnica e jurídica, desde que não alterem o mérito/conteúdo das condicionantes.
12. Anexos
Anexo I. Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC) da Cerart Cerâmica e Artefatos
de Concreto LTDA.
Anexo II. Programa de Automonitoramento da LOC da Cerart Cerâmica LTDA.
Anexo III. Relatório Fotográfico da Cerâmica Cerart LTDA.
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ANEXO I
Condicionantes para Licença de Operação Corretiva (LOC) da Cerart Cerâmica e Artefatos de
Concreto Ltda. ME
Processo COPAM Nº: 06453/2005/002/2010 Classe/Porte: 3 – Pequeno
Empreendimento: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. ME
Atividade: Fabricação de tijolos com utilização de pó de balão e lama de auto-forno
Endereço: Avenida Padre João Ribeiro da Cruz, n° 1609
Localização: Centro
Município: Cachoeira da Prata
Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 6 anos
Item Descrição da Condicionante Prazo*
01 Executar o Programa de Automonitoramento, conforme definido no Anexo II.
Durante a vigência de Licença de Operação
Corretiva
02 Manter disponível, para fins de fiscalização, as notas fiscais dos fornecedores de lenha.
Durante o prazo de validade da licença.
03
Apresentar laudo de ensaio de laboratório para o tijolo produzido industrialmente com o uso do pó de balão na proporção máxima autorizada (10 % em peso), em relação à lixiviação e solubilidade do produto final (tijolo).
04 (quatro) meses após a concessão da
LOc.
04
Apresentar Projeto e Relatório Fotográfico comprovando a implantação do sistema de drenagem de águas pluviais e a limpeza (capina) ao redor do local de armazenamento do pó de balão e lama do alto forno.
03 (três) meses após a concessão da licença.
05 Apresentar relatório fotográfico comprovando a cobertura do local de armazenamento do pó de balão e lama do alto-forno.
02 (dois) meses após a concessão da licença.
06
Implantar Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (PTRF), na área da APP, contemplando proposta de plantio de espécies nativas apresentadas nos estudos, por profissional habilitado com apresentação de ART. A implantação deverá ocorrer no período chuvoso subseqüente.
120 dias da publicação
da decisão da URC.
07 Apresentar a SUPRAM CM relatório técnico-fotográfico anualmente, da implantação do PTRF, por profissional habilitado com ART.
Durante 5 anos a contar
do início do projeto.
* Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da Licença na Imprensa Oficial do Estado.
Obs. Eventuais pedidos de alteração nos prazos de cumprimento das condicionantes estabelecidas nos anexos deste parecer poderão ser resolvidos junto à própria Supram, mediante análise técnica e jurídica, desde que não altere o seu mérito/conteúdo.
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ANEXO II
Programa de Automonitoramento da Licença de Operação Corretiva (LOC) da Cerart Cerâmica
e Artefatos de Concreto LTDA
Empreendedor: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. ME.
Empreendimento: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. ME.
CNPJ: 05.495.867/0001-89
Município: Cachoeira da Prata.
Atividade: Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos, não listadas ou não classificadas.
Código DN 74/04: F-05-15-0.
Processo: 06453/2005/002/2010
Validade: 06 anos.
1. Resíduos Sólidos e Oleosos
Enviar semestralmente à Supram CM os relatórios de controle e disposição dos resíduos sólidos gerados contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.
Resíduo Transportador Disposição final Obs. (**)
Denominação Origem Classe NBR
10.004 (*)
Taxa de geração kg/mês
Razão social
Endereço completo
Forma (*)
Empresa responsável
Razão social
Endereço completo
(*) Conforme NBR 10.004 ou a que sucedê-la.
(**) Tabela de códigos para formas de disposição final de resíduos de origem industrial
1 – Reutilização;
2 – Reciclagem;
3 – Aterro sanitário;
4 – Aterro industrial;
5 – Incineração;
6 – Co-processamento;
7 – Aplicação no solo;
8 – Estocagem temporária (informar quantidade
estocada);
9 – Outras (especificar).
Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar previamente à Supram CM, para verificação da necessidade de licenciamento específico. As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendedor. Fica proibida a destinação dos resíduos Classe I, considerados como Resíduos Perigosos segundo a NBR 10.004/04, em lixões, bota-fora e/ou aterros sanitários, devendo o empreendedor cumprir as diretrizes fixadas pela legislação vigente. Comprovar a destinação adequada dos resíduos sólidos de construção civil que deverão ser gerenciados em conformidade com as Resoluções CONAMA n.º 307/2002 e 348/2004. As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor.
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3. Efluentes Atmosféricos
Local de amostragem Parâmetro Frequência de Análise
Chaminés dos fornos Material particulado
Anual 1ª medição: 90 (noventa) dias após a concessão da licença e,
posteriormente, durante o período seco.
Relatórios: Enviar anualmente à Supram CM os resultados das análises efetuadas, acompanhados pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório, bem como a dos certificados de calibração do equipamento de amostragem. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional, anotação de responsabilidade técnica e a assinatura do responsável pelas amostragens. Deverão também ser informados os dados operacionais. Os resultados apresentados nos laudos analíticos deverão ser expressos nas mesmas unidades dos padrões de emissão previstos na DN COPAM n.º 11/1986 e na Resolução CONAMA n.º 382/2006. Na ocorrência de qualquer anormalidade nos resultados nas análises realizadas durante o ano, o órgão ambiental deverá ser imediatamente informado. Método de amostragem: Normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency – EPA. 4. Ruídos
Local de amostragem Parâmetros Frequência de análise
No entorno do empreendimento. Nível de pressão sonora
(ruído).
Anual 1ª medição: apresentar laudo em até 90 (noventa) dias após
a concessão da licença.
Enviar anualmente à Supram CM relatório contendo os resultados das medições efetuadas; neste deverá conter a identificação, registro profissional e assinatura do responsável técnico pelas amostragens. As amostragens deverão verificar o atendimento às condições da Lei Estadual n° 10.100/1990 e Resolução CONAMA n.º 01/1990. O relatório deverá ser de laboratórios em conformidade com a DN COPAM n.º 167/2011 e deve conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises, acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica – ART.
IMPORTANTE
Os parâmetros e frequências especificadas para o programa de Automonitoramento poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram CM, face ao desempenho apresentado;
A comprovação do atendimento aos itens deste programa deverá estar acompanhada da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida pelo(s) responsável(eis) técnico(s), devidamente habilitado(s);
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana
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Rua Espírito Santo, nº 495 – Centro – Belo Horizonte, MG, CEP: 30.160-030 Telefax: (31) 3228-7704
Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição original do projeto das instalações e causar interferência neste programa deverá ser previamente informada e aprovada pelo órgão ambiental.
ANEXO III
Relatório Fotográfico da Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto LTDA
Empreendedor: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. ME.
Empreendimento: Cerart Cerâmica e Artefatos de Concreto Ltda. ME.
CNPJ: 05.495.867/0001-89
Município: Cachoeira da Prata
Atividade: Outras formas de tratamento ou de disposição de resíduos, não listadas ou não classificadas.
Código DN 74/04: F-05-15-0.
Processo: 06453/2005/002/2010.
Validade: 04 anos.
Foto 01: Secagem dos tijolos Foto 02: Eucalipto usado para queima nos fornos
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Subsecretaria de Gestão e Regularização Ambiental Integrada Superintendência Regional de Regularização Ambiental Central Metropolitana
1409936/2013 10/07/2013
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Rua Espírito Santo, nº 495 – Centro – Belo Horizonte, MG, CEP: 30.160-030 Telefax: (31) 3228-7704
Foto 03: Córrego intermitente na área da empresa Foto 04: Vista do forno da Cerart
Foto 05: Cozimento dos tijolos no forno Foto 06: Local de armazenamento do pó de balão e
lama do auto-forno.