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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA Sandra Maria da Silva TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR DO PACIENTE CRÍTICO NO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVAINSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA

Sandra Maria da Silva

TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR DO PACIENTE CRÍTICO NO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

São Paulo2010

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SANDRA MARIA DA SILVA

TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR DO PACIENTE CRÍTICO NO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

Trabalho de conclusão de Curso para obtenção do grau de mestre em terapia intensiva, apresentado ao Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva e Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva.

Orientador: Prof°. Dr°. Douglas Ferrari.

São Paulo2010

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SANDRA MARIA DA SILVA

TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR DO PACIENTE CRÍTICO NO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

Trabalho de conclusão de Curso para obtenção do grau de mestre em terapia intensiva, apresentado ao Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva e Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva.

São Paulo , _____ de ________________ de ________.

Banca Examinadora:

______________________________________________Prof°. Dr°. Orientador Douglas Ferrari

Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva

_____________________________________________Profª. Ms.

Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva

______________________________________________Profª. Ms.

Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva

______________________________________________Prof. Ms.

Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva

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Dedico este trabalho a minha filha, familiares e os

colegas de trabalho, que ao longo da história se

comprometeram para a evolução e reconhecimento

da profissão tornando - a mais íntegra, ética e

humana.

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AGRADECIMENTO

A DEUS, que me reservou esta conquista.

Aos familiares e amigos, que estiveram comigo tornando a caminhada menos árdua,

em especial, meus pais que me formou primeiro: para a vida!

Carinhosamente: ao Dr. Douglas Ferrari, que além de ponte para o conhecimento,

foi certeza de que tudo daria certo.

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RESUMO

Apresento através de uma revisão bibliográfica, a descrição do Transporte Inter-hospitalar do Paciente Crítico no Pré-Hospitalar Móvel, identificando os riscos e a gravidade de complicações diretamente associadas ao transporte. O transporte inter-hospitalar representa um risco adicional, devido à incapacidade de manter o mesmo grau de vigilância, o mesmo nível de intervenção e o mesmo equipamento especializado disponível onde o paciente se encontra. Por isso deve ser dada especial atenção ao pessoal especializado, ao equipamento e tipo de monitorização utilizados no transporte intra-hospitalar. Esse serviço é regulamentado pela portaria 2.048 de 05 de Novembro de 2002, que define os passos para o transporte.

Palavras-chave: Pré-hospitalar Móvel. Transporte Inter-hospitalar. Paciente crítico.

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ABSTRACT

Present through a literature review, the description of the Inter- hospital transport of critical patient in Prehospital Mobile, identifying the risks and severity of complications directly associated with transportation.The inter- hospital transport is an additional risk due to the inability to maintain the same degree of vigilance, the same level of intervention and the same specialized equipment available where the patient is. So it should be given special attention to specialized personnel, equipment and type of monitoring used in the intra - hospital transport . This service is regulated by Decree 2048 of November 5, 2002, which defines the steps to transport.

Keywords: Prehospital Mobile. Inter- hospital transport. Critical patients .

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................081.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................09

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...........................................................................09

1.3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................10

2 O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR.............................................................112.1 O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL NO BRASIL.........................13

3 TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR...............................................................164 PACIENTE CRÍTICO E O TRANSPORTE ........................................................195 FASES DO TRANSPORTE ..............................................................................216 COMPLICACOES .............................................................................................247 PROPOSTA FINAL...........................................................................................258 METODOLOGIA................................................................................................269 CONCLUSÃO....................................................................................................27REFERÊNCIAS.....................................................................................................28ANEXOS...............................................................................................................31

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1 INTRODUÇÃO

O principal motivo para o transporte de um doente gravemente enfermo entre

hospitais é a inexistência de recursos (humanos e técnicos) no hospital de origem

para tratar ou dar continuidade ao tratamento iniciado, sendo também à

possibilidade de transporte inter-hospitalar para a realização de exames

complementares, não disponíveis no hospital de internamento (MATOS et al., 2001).

Ao decidir transferir um doente com estas características é necessário que haja

avaliação dos benefícios e riscos inerentes ao transporte. Risco de transporte

envolve duas componentes: o risco clínico (situação clínica do doente, efeitos das

vibrações, a da aceleração-desaceleração e mudanças de temperatura - fatores que

afetam a fisiologia cardio-respiratória e a fiabilidade da monitorização) e o risco de

estrada (vibração, aceleração-desaceleração, risco de colisão, todos eles elevando-

se significativamente com a velocidade) (MATOS et al., 2001).

É necessário que o doente seja ser previamente estabilizado no hospital de

origem, devendo aí efetuar previamente todos os procedimentos diagnósticos e

terapêuticos necessárias durante o transporte (acessos venosos, drenagens

torácicas, intubações, e outras), No sentido de minimizar os riscos do transporte

(MATOS et al., 2001).

Durante as duas primeiras fases (decisão e planejamento), o doente ou o seu

representante legal deve ser informado do fato, sendo explicada a situação, a

necessidade de transporte, o nome do hospital de destino e, quando praticável,

obtendo o seu consentimento expresso. O transporte deve ser considerado como

uma extensão do hospital de origem, cabendo ao serviço referente a

responsabilidade técnica e legal. Na etapa da Efetivação, a responsabilidade caberá

à equipe que assegura o transporte (MATOS et al., 2001)

Atuar no  atendimento pré-hospitalar (APH) móvel de urgência, um serviço novo

que cresce gradativamente  e destaca-se pela redução na morbimortalidade, é um

desafio para equipe médica e de enfermagem atual, pois exige dos profissionais

competências e habilidades teórico-científicas, que são primordiais para sua já

comprovada  eficácia.

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1.1 OBJETIVO GERAL:

Mostrar as particularidades do transporte inter-hospitalar do paciente

crítico no pré-hospitalar móvel.

1.2 OBJETIVOS ESPECIFÍCOS:

Conhecer e descrever o atendimento pré-hospitalar e o SAMU-192.

Conhecer as características do transporte inter-hospitalar.

Identificar o paciente crítico e suas particularidades durante o

transporte.

Conhecer e compreender a Portaria GM 2.048 de 5 de novembro de

2002 no que se refere ao anexo - Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência –

Regulamento Técnico - Capítulo VI – Transferências e Transporte Inter-Hospitalar.

Conhecer a Resolução do Conselho Federal de Medicina n° 1.672 de

2003, que dispõe sobre o transporte inter-hospitalar de pacientes.

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1.3 JUSTIFICATIVA

O período de transporte caracteriza-se por grande instabilidade para o

doente, pode agravar o seu estado terapêutico, comprometer o prognóstico clínico e

originar complicações que devem ser previstas. Embora temido pelos profissionais

de Medicina, o transporte inter-hospitalar pode ser planejado e oferecer assim, um

mínimo de complicações e riscos. Um bom planejamento, pessoal qualificado em

cuidados críticos e a seleção de medicamentos e equipamentos próprios para a

monitorização e suporte do paciente, certamente diminuem as probabilidades de

insucesso e complicações durante o transporte. É importante dar continuidade a

assistência do paciente grave, de modo que seja controlado da mesma maneira que

dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou de uma Sala de Emergência

(JAPIASSÚ, 2005)

Ao considerar essa realidade, surgiu o interesse e necessidade de salientar o

transporte inter-hospitalar do paciente crítico no atendimento pré-hospitalar móvel,

como deve ser e suas particularidades.

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2 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

O atendimento pré-hospitalar (APH) é por definição, qualquer assistência

realizada fora do ambiente hospitalar, utilizando meios e recursos disponíveis, com

resposta adequada à solicitação com o envio de uma ambulância de suporte básico

ou avançado até o local, visando à manutenção da vida, prevenção de agravos.

(CALIL; PARANHOS, 2007).

O Ministério da Saúde (MS) conceitua atendimento pré-hospitalar como a

assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros

agudos de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do

ambiente hospitalar, podendo acarretar seqüelas ou até mesmo a morte (RAMOS;

SANNA, 2005).

O APH surgiu na década de 70 sem muito sucesso, mas hoje, é considerado

um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a sociedade

(NURSING, 2001). A primeira cidade a se mobilizar no atendimento pré-hospitalar foi

a capital - São Paulo, em 1988, por iniciativa da secretaria de estado de saúde e da

secretaria de estado de segurança pública, nos moldes francês. Este sistema

implantado, chamado de resgate, estava diretamente vinculado ao corpo de

bombeiros (AQUINO, 2007).

Diante disso, o atendimento às urgências no âmbito pré-hospitalar merece

destaque visando: redução do número de mortes em função do retardo diagnóstico e

terapêutico; redução do número de pacientes com seqüelas decorrentes de

atendimento tardio; rapidez quanto à disponibilidade de recursos colocados à

disposição do paciente; orientação para a utilização de outros meios que não

apenas as emergências hospitalares; otimização do uso de ambulâncias

hospitalares e ambulatoriais (unidade de suporte básico), além do envio de equipes

capacitadas e UTI’ s móveis (unidade de suporte avançado) para o correto

transporte de pacientes graves entre os hospitais, tudo isso para conseqüente

redução de seqüelas, que aumentam o custo social (MEIRA, 2007).

Em 2001, foi publicada a portaria 814/01 que normatizou os serviços móveis

de urgências já existentes bem como aqueles que seriam criados e estabeleceu o

conceito geral, os princípios e as competências do serviço de transporte aeromédico

(AQUINO, 2007).

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Segundo Calil e Paranhos (2007) a regulamentação dos serviços de

atendimento pré-hospitalar no Brasil ocorreu por meio da Portaria 2.048/GM,

Ministério da Saúde, de 5 de novembro de 2002, denominando o atendimento pré-

hospitalar móvel como Serviço de Atendimento móvel de Urgência.

Segundo a Portaria GM 2.048 esta reestruturação foi realizada a fim de

promover a universalidade do acesso, a eqüidade na alocação de recursos e a

integralidade na atenção prestada. Isso só será possível se cada setor de saúde se

responsabilizar, dentro de suas atribuições e capacidade, pelo nível de assistência

que lhe cabe, respeitando o grau de complexidade de cada caso (BRASIL, 2002).

O sistema APH se divide em serviços móveis e fixos. O pré-hospitalar móvel

tem como missão o socorro imediato das vítimas, que serão encaminhadas para o

atendimento pré-hospitalar fixo (atenção primária) ou para o atendimento hospitalar.

O atendimento Pré-Hospitalar móvel também chamado de atendimento pré-

hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for originado de um cidadão,

ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário, quando a solicitação partir de

um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento

necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas necessite ser

conduzido a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento

(BRASIL, 2003).

Diante desta resolução, o Conselho Regional de Enfermagem (COREN) do

Estado de São Paulo, em de 22 de março de 2001, publicou a DIR (diretrizes)

001/2001, homologada pelo CONFEN (Conselho Federal de Enfermagem) através

de decisão 021/2001, em 3 de Abril de 2004; e esta resolução por sua vez,

regulamentou as atividades de enfermagem no APH e demais situações

relacionadas com o suporte básico e avançado de vida (BRAZ; CHAVES;

WERNECK, 2008). Assim, as equipes, médica e de enfermagem conquistaram seu

espaço no APH.

Com a disseminação dos serviços de APH nas principais cidades do mundo, este

passou a ser também palco de atuação dos profissionais de branco. Médicos,

enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e também condutores de

ambulâncias, passaram a engrossar as fileiras daqueles que se realizam em tentar

prestar socorro a uma vítima. Assim surge um novo modelo e mercado de trabalho

para os profissionais da saúde, que dedicam também assistência em saúde com

dimensões pré-hospitalar (MARTINS, 2004).

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2.1 Pré-hospitalar Móvel – SAMU 192

O atendimento às emergências/urgências fora do ambiente hospitalar, ou

seja, no local da ocorrência, caminha desde o período das grandes guerras, mais

precisamente no século XVIII, período no qual, os soldados feridos em campo de

batalha eram transportados em carroças rústicas, as quais receberam o nome de

ambulâncias (da raiz francesa ambulant – que deambula) para locais onde os

recursos humanos e materiais eram concentrados para atender os combatentes

feridos e facilitar a avaliação cirúrgica e os cuidados prioritários longe dos conflitos,

nos “hospitais de campanha” (precursores das unidades de emergências) (MEIRA,

2007).

Atualmente, no Brasil, o serviço de atendimento móvel de urgência, está

estruturado em duas modalidades: o Suporte Básico à Vida (SBV) e o Suporte

Avançado à Vida (SAV), estes, se diferenciam pela composição da equipe,

disponibilidade de recursos materiais da ambulância bem como a complexidade das

ocorrências atendidas. O SBV consiste na preservação da vida, sem manobras

invasivas, e o atendimento é realizado por técnicos de enfermagem e condutores

socorristas treinados em SBV, que atuam sob regulação médica. Já o SAV tem

como características manobras invasivas, de maior complexidade, sendo realizado

exclusivamente por médico e enfermeiro. Assim, a atuação do enfermeiro está

justamente relacionada à assistência direta ao paciente grave sob risco de morte

(RAMOS; SANNA, 2005).

Segundo Jacinto (2006), profissionais de saúde atua onde há restrição de

espaço físico e em ambientes diversos, situações com limite de tempo, da vítima e

da cena, sendo necessárias decisões imediatas baseadas em conhecimento e

rápida avaliação. Portanto o APH envolve, não apenas habilidade bem treinada e

competência na assistência do paciente nas diversas circunstâncias e situações,

mas também o preparo para enfrentar desafios que não são encontrados na prática

hospitalar, que requerem uma gama de conhecimentos técnicos científicos muito

vastos. Pois segundo Tomaz e Lima (2006), O tipo de serviço desenvolvido pela

equipe médica e de enfermagem no atendimento pré-hospitalar é uma prática nova

para os padrões tradicional.

Atuar em ambiente extra-hospitalar requer algo mais do que simples

qualificação técnica. Controle emocional, espírito de trabalho em equipe,

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improvisação, despojamento, vibração e condicionamento físico, fazem com que

este se torne um terreno arenoso a ser percorrido. Trabalhar em via pública, em

contato muito estreito com populares e curiosos, em cenários nem sempre seguros e

confortáveis, tornam este tipo de atendimento um constante desafio para o qual,

infelizmente, nem todos se fazem aptos (MEIRA, 2007).

Segundo Cabral e Souza (2008) em 29 de setembro de 2003 entraram em

vigor duas importantes portarias: a 1863 GM, que institui a política nacional de

atenção às urgências, a qual tem como um de seus componentes o atendimento

pré-hospitalar móvel, e a portaria 1864 GM, que oficializa a implantação do Serviço

de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em municípios e regiões de todo

território brasileiro.

O SAMU, no Brasil, propõe um modelo de assistência padronizado que opera

com uma central de regulação, com discagem telefônica gratuita e de fácil acesso

(linha 192), com regulação médica regionalizada, hierarquizada e descentralizada.

Nesse sistema, há uma normalização para composição das equipes de socorro,

segundo complexidade, regulando os tipos de unidades móveis, suas atribuições e

recursos. Cada vítima é atendida conforme protocolos pré-estabelecidos e além

destes, há os impressos nacionais regulares (mapa de área de atuação identificando

os pontos de apoio das unidades básicas e das unidades de maior complexidade;

grade de referência e contra referência dos serviços interligados de urgência do

município ou região; lista de todos os telefones; mapas para capacidade instalada

dos serviços de urgência, viária e mapas de risco) (MINAYO; DESLANDES, 2008).

O SAMU -192 é o principal componente da Política Nacional de Atenção às

Urgências, criado no Brasil em 2003, para assegurar a vida e garantir a qualidade do

atendimento no Sistema Único de Saúde – SUS. Segundo seus princípios e

diretrizes deve coordenar meios, processos e fluxos que visem garantir a

sobrevivência do paciente, interagindo com todos os componentes da rede de

assistência local à saúde (VIEIRA; MUSSI, 2008).

O SAMU é hoje um bem que o setor de saúde oferece à sociedade brasileira.

Esse tipo de serviço surgiu para oficializar, padronizar e regular um subsistema

fundamental para salvar vidas, tendo sua eficácia já comprovada em vários países

do mundo.

Contudo é importante ressaltar que o SAMU - 192 precisa ser constantemente

pensado como ação política e ética, que vise a melhoria da cobertura e do indivíduo

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como cidadão com direito e condições de acesso a serviços de saúde que possam

assegurar a sua sobrevivência, através de profissionais qualificados que possuam

competência técnico-científica e dignidade para atuar nesta área. Portanto, os

desafios do SAMU - 192 no sentido de assegurar a qualidade da atenção a que se

propõe serão permanentes (VIEIRA; MUSSI, 2008).

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3 TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR

O transporte inter-hospitalar deve ocorrer, quando os benefícios esperados para o paciente crítico excedem os riscos inerentes ao transporte e, também, quando o paciente necessita de cuidados que não existam no hospital onde está. A decisão e a efetuação do transporte são responsabilidade do médico que o assiste. Tal transporte envolve a presença de um veículo adaptado com todos os equipamentos necessários para a monitorização e suporte avançado de vida. (Júnior, Nunes, Filho, 2001).

O principal motivo para transferência de um doente crítico entre hospitais é a

inexistência transporte de recursos humanos, diagnósticos, terapêuticos e de

suporte avançado de vida, que não existem no hospital de origem. Alguns riscos são

inerentes ao transporte, independentes do tempo ou da distância a ser percorrida.

As causas dessas alterações nem sempre são facilmente explicadas, até porque as

alterações podem não ser detectadas, caso não exista monitorização adequada.

Nem sempre as alterações fisiológicas estão relacionadas a erros técnicos e podem

ser devidas a alterações respiratórias e cardíacas, resultantes da dor provocada pelo

movimento do paciente no seu deslocamento para as várias mesas, em vários locais

de exames diagnósticos, alterações devido à mudança de decúbito do paciente,

interrupção acidental da infusão endovenosa de aminas vasoativas, perda de

pressão nos cilindros de oxigênio e outras explicações plausíveis, nenhuma delas

comprovada seguramente (JUNIOR; NUNES; FILHO, 2001).

Pelo fato do período de transporte ser de instabilidade potencial, deve sempre

ser avaliados e questionados se os exames de diagnósticos ou as intervenções

terapêuticas alterarão o tratamento e o prognóstico do paciente. Estudos mostram

uma mudança na conduta terapêutica em apenas 29 a 39% dos pacientes após

exames diagnósticos, enquanto 68% deles tiveram instabilidade hemodinâmica

durante o transporte. (JUNIOR; NUNES; FILHO, 2001).

O risco ao paciente, durante o transporte, pode ser minimizado através de um

planejamento cuidadoso, qualificação do pessoal responsável pelo transporte e

seleção de equipamentos adequados. A monitorização e a manutenção dos sinais

vitais do paciente, durante o transporte deverão ser continua. Os equipamentos

disponíveis e a capacidade técnica da equipe que irá realizar o transporte devem ser

iguais às intervenções requeridas ou antecipadas para o paciente. Sendo, o

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treinamento e a eficiência da equipe o principal e determinante fator da qualidade

dos cuidados durante o transporte (JUNIOR; NUNES; FILHO, 2001)

A decisão para a transferência do paciente é responsabilidade do médico que

o está assistindo, envolve aspectos de ordem logística, técnica, operacional,

financeira, legal e ética, tornando esse ato médico muito complexo. Os exames

complementares de diagnósticos devem acompanhar o doente. Para o transporte

inter-hospitalar, é obrigatória a comunicação diretamente ao hospital que vai receber

o paciente e após com a central de regulação médica do SAMU-192, devendo ser

personalizados no processo de transferência ficarão registrados os nomes e

contactos dos intervenientes (SPCI, 1997)

A decisão de transportar o paciente, necessitada de análise dos vários fatores

relacionados a seguir:

Indicação do transporte;

Patologia de base e condições médicas associadas;

Treinamento da equipe de transporte;

Material e equipamentos disponíveis na unidade de transporte;

Pesar o risco / benefício do transporte para o paciente;

Tempo de transporte;

Distância;

Recursos do local de origem e do local de destino;

Possibilidade de complicações durante o transporte;

Condições do trajeto a ser percorrido (trânsito, metereologia, etc);

Avaliação dos possíveis fatores de estresse durante o transporte:

ruídos, vibrações, forças acelerativas, variações da luminosidade e temperatura

ambiente;

Considerações éticas;

Recursos financeiros para a viabilização do transporte.

Para evitar problemas, o paciente consciente e orientado ou o representante

legal de paciente não orientado, devem antes de efetuar o transporte, ser informado

do fato, sendo explicada a situação, bem como a necessidade do transporte, o nome

do hospital de destino, obtendo assim o seu consentimento. Se as circunstâncias

não permitem o consentimento definitivo, a indicação para o transporte e as razões

da não obtenção da autorização deve constar no prontuário médico. (SPCI, 1997).

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Alguns procedimentos invasivos são impossíveis de serem realizados com

segurança durante o deslocamento do veículo de transporte, como a obtenção de

um acesso venoso profundo, drenagem pleural e intubação traqueal, devendo ser

antecipada a sua necessidade e feita antes do início do transporte. No mínimo, duas

pessoas devem acompanhar o transporte, além do condutor do veículo. A

necessidade de médico é discutível, porém a equipe deve ter competência para a

realização de manobras avançadas para a obtenção das vias aéreas, incluindo a

intubação endotraqueal e para o suporte básico e avançado de vida que, em nosso

meio, são manobras apenas de competência médica.

As medicações e equipamentos são os mesmos que os utilizados para o

transporte intra-hospitalar,variando sua disposição dentro do veículo de transporte.

O planejamento e a previsão de materiais, medicamentos e equipamentos a serem

utilizados são responsabilidade da enfermagem.

O modo de transporte pode ser terrestre (ambulâncias) que é o foco dessa

pesquisa o preconizado para distância de até 150 KM, ou aéreo (helicóptero 400 Km

ou Learjeats, turboélices ou bimotores para distâncias maiores). Em alguns locais,

podem ser usado barco. Seja qual for o modo de transporte, este deverá oferecer

acomodação satisfatória do paciente, da equipe e dos acompanhantes para que não

haja nenhum risco desnecessário por falta de espaço interno de forma a atender aos

cuidados intensivos durante a remoção. É fundamental que os veículos sejam

equipados com sistema de radio comunicação, o qual permita contato contínuo com

a central de regulação e o hospital de referência (JUNIOR; NUNES; FILHO, 2001).

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4 PACIENTE CRÍTICO E O TRANSPORTE

Define-se como doente crítico aquele que, por disfunção ou

falência profunda de um mais órgãos ou sistemas, a sua

sobrevivência depende de meios avançados de monitorização

e terapêutica. (SOCIEDADE PORTUGUESA DE CUIDADOS

INTENSIVOS, 1997)

Segundo Japiassú (2005), encontra-se na Sala de Emergência e na Terapia

Intensiva pacientes críticos com suportes hemodinâmico e respiratório, fundamentais

para a sua sobrevivência. Estes pacientes também necessitam de transferências

para grandes centros hospitalares de complexidade ou transporte intra-hospitalar

para realização de procedimentos ou exames diagnósticos, porque nem todos eles

podem ser trazidos até o paciente como exemplo a tomografia computadorizada.

Portanto é necessário adaptar equipamentos de suporte e monitorar o paciente grave

até esse fim.

A ressuscitação e a estabilização cardiovascular e pulmonar devem começar

no hospital que está encaminhando o paciente, se bem que, às vezes, a

estabilização hemodinâmica só é possível através de cirurgia, no hospital que vai

recebê-lo. Quando houver necessidade, a equipe deverá permanecer no local de

origem, estabilizando o paciente, para que seja possível a sua locomoção mais

segura. (JUNIOR; NUNES; FILHO, 2001)

O transporte é um período de instabilidade e grandes riscos para o doente

crítico, sobretudo com relação à hemodinâmica e ventilação. Deve-se pesar os riscos

potenciais e os benefícios. Para fins de diagnósticos, em alguns estudos, 60% dos

exames não mudaram a conduta, exceção feita às tomografias computadorizadas

(TCC) e angiografias, em sua maioria. Procedimentos mais simples devem ser

realizados à beira do leito antes de transportar o paciente para outro setor, onde não

há a mesma capacidade de monitorização (JAPIASSÚ, 2005).

É importante lembrar que o transporte inter-hospitalar ocorre com freqüência

e, para a sua realização, são necessários equipamentos e pessoal habilitado, de

forma similar à necessária para o transporte entre hospitais (VIEIRA, et al., 2007)

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As intercorrências passíveis de ocorrer durante o transporte podem associa-

se às alterações fisiológicas e/ou clínicas do próprio paciente e a problemas ligados

aos equipamentos e/ou à equipe de transporte. As intercorrências clínicas neste tipo

de transporte são bastante freqüentes em pacientes adultos, descrevendo-se as

alterações hemodinâmicas, bradicardia e hipoxemia, problemas com a pressão

arterial e a freqüência respiratória, como também as alterações dos gases

sangüíneos em adultos intubados (VIEIRA, et al., 2007).

A predição de risco para determinado grupo de pacientes não é bem

determinada, ou seja, não se sabe qual o grupo de pacientes que terá maior ou

menor chance de deterioração fisiológica durante o transporte. Atualmente, o grupo

de pacientes com maiores chances de deterioração do quadro clínico, durante o

transporte, são os pacientes com falência respiratória e baixa complacência

pulmonar, identificados por necessitarem de PEEP (pressão positiva do final da

expiração) durante a ventilação mecânica, pois, no transporte do paciente, na

maioria das vezes, é utilizada a ventilação manual (AMBU), resultando, em colapso

alveolar, diminuição da complacência, hipoventilação e diminuição da saturação

arterial de oxigênio. Podem-se utilizar ventiladores portáteis para transporte, que

mantêm o PEEP, porém são de alto custo e, muitas vezes, não estão disponíveis no

nosso meio. Para outros grupos de pacientes a serem transportados, estudos,

selecionando-os conforme o tipo de doença, idade, transporte para cirurgia, pressão

arterial de oxigênio inicial ou tempo de transporte, não encontraram nenhuma

relação com as citadas variáveis.

Apesar de opiniões divergentes quanto à estratificação dos pacientes por

gravidade, é comum considerarmos, como mais graves e de maior risco no

transporte, os pacientes com necessidade de PEEP > 5 cm H2O e aqueles em uso

de drogas vasoativas, como dobutamina, dopamina e noradrenalina. Além dos riscos

supracitados, que ocorrem durante o transporte, existem também, na maioria das

vezes, são potencialmente fatais e, por serem facilmente previsíveis, sua ocorrência

merece atenção. Os principais incidentes verificados em estudos clínicos foram:

desconecção da leitura do eletrocardiograma, falha do monitor, infiltração inadvertida

do tecido subcutâneo pela perda não percebida do acesso venoso e desconecção

da infusão de drogas vasoativas e sedação, que ocorreram em 34% dos transportes.

Destes, ao contrário do previsto, a maior parte (60%) ocorreu nos transportes

eletivos e a menor parte (40%) ocorreu nos transportes de emergência; o que pode

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refletir uma maior preparação e monitorização nas situações emergenciais e maior

desleixo nas situações mais corriqueiras.

Frente ao exposto, fica evidente a necessidade de dispormos, para o

transporte do paciente eletivo, dos mesmos cuidados que dispensamos aos

pacientes de transporte de emergência.

5 FASES DO TRANSPORTE

O transporte destes doentes entre hospitais e entre serviços de um mesmo

hospital envolve riscos, mas justifica-se pela necessidade de facultar um nível

assistencial superior, ou para realização de exames complementares de diagnóstico

e/ou terapêutica não efetuáveis no serviço ou instituição onde o doente se encontra

internado (SPCI, 1997).

O transporte envolve as seguintes fases:

Decisão

Planejamento

Efetivação

5.1 Decisão

A decisão de transportar um doente crítico é um ato médico. Como tal, a

responsabilidade é do médico que assiste do doente e, também, do chefe de equipe

e do diretor do serviço.

5.2 Planejamento

O planejamento da ação é feito pela equipe médica e de enfermagem do serviço

ou unidade referente, e tomará em consideração os seguintes problemas:

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Escolha e contato com o serviço receptor, avaliando a distância a

percorrer e o respectivo tempo de demora;

Escolha do meio de transporte;

Seleção dos meios adequados de monitorização;

Previsão individualizada das complicações possíveis;

Seleção orientada de meios de terapêutica gerais e específicos;

Escolha da equipe de transporte (de acordo com as disponibilidades da

unidade referente e as características do doente a transportar).

5.3. Efetivação

A efetivação do transporte fica a cargo da equipe selecionada, cuja

responsabilidade técnica e legal só cessa no momento da entrega do doente ao

corpo médico do serviço destinatário, ou no regresso ao serviço de origem (no caso

da deslocação ser justificada pela realização de exames complementares ou atos

terapêuticos). Idênticas responsabilidades cabem aos médicos responsáveis pela

decisão da deslocação. A qualidade da vigilância e da intervenção terapêutica

durante o transporte não devem ser inferiores às verificadas no serviço de origem.

De acordo com JAPIASSÚ, 2005, o transporte intra-hospitalar consiste

basicamente em três fases:

5.3.1 Preparo

a) O risco-benefício: analisar a mudança que o procedimento ou o exame trará

para o manuseio do paciente;

b) Estabilizar o paciente: cuidado com a hemodinâmica e a ventilação. Rever o

acesso às vias aéreas, oxigenação, acesso venoso, pressão arterial (PA), freqüência

cardíaca (FC) e avaliar a necessidade de uso de drogas vasoativas e sedativas.

Sempre que necessitar de alguma intervenção capaz de proporcionar um transporte

mais seguro (por exemplo, proceder à intubação traqueal de um paciente em

insuficiência respiratória; sedar um paciente agitado e combativo) realizá-la antes do

transporte;

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c) Equipe de transporte: mínimo de duas pessoas - enfermeiro e ou técnico de

enfermagem e médico. Fisioterapeutas devem acompanhar pacientes em ventilação

mecânica.

d) Equipamentos e acessórios:

Maca de transporte (idealmente leve, com suporte para bombas de

infusão e cilindro de oxigênio);

Vias aéreas e ventilação (máscara e bolsa com reservatório de O2,

tubos traqueais de diferentes tamanhos, cânulas traqueais, laringoscópio e lâmina,

cilindro de O2, kit de intubação difícil, ventilador de transporte);

Monitorização (estetoscópio, monitor de eletrocardiograma – ECG - e

PA invasiva e não-invasiva, oxímetro de pulso, desfibrilador);

Medicação para reanimação cardiorrespiratória (adrenalina, atropina,

amiodarona); drogas vasoativas (noradrenalina e dobutamina); sedativos e antídotos

(midazolam, diazepam, morfina, fentanil, flumazenil e naloxona); furosemida; glicose

hipertônica; água destilada para infusão; soluções cristalóides - lembrar que se o

transporte no hospital for se prolongar, ter soluções substitutas das quais o paciente

faz uso.

e) Cateteres e drenos (observar sempre obstrução; esvaziar coletores de urina,

gástrico e outros);

f) Cuidado com o dreno torácico em selo d’água: fechá-lo quando não estiver em

posição inferior à do paciente;

g) Comunicação (com elevador e setor de destino, para evitar atrasos durante o

trânsito).

5.3.2 Trânsito e Período no Destino

a) Evitar atrasos durante o transporte

b) Seguir o caminho mais curto; comunicar-se com o setor de destino

c) Monitorizar PA, FC, freqüência respiratória (FR), saturação de SpO2 e ECG (o

médico deve sempre repetir um exame clínico sumário: nível de consciência, sinais

vitais e ausculta respiratória).

5.3.3 Chegada na UTI

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a) Estabilizar o paciente (verificar os sinais vitais, reconetar ao monitor da UTI,

acoplar ao ventilador, considerar gasometria arterial)

b) Prevenir complicações (podem acontecer até quatro horas após o transporte).

6. COMPLICAÇÕES

O número e a gravidade de complicações associadas ao transporte são

diretamente proporcionais ao tempo de trânsito e à falta de preparo adequado, e são

inversamente proporcionais à vigilância e monitorização durante o transporte.

Há dois tipos de complicações: fisiológicas e técnicas (falhas de preparo, de

monitorização e de comunicação). As principais complicações fisiológicas são: hipo

ou hipertensão, hipo ou hipercapnia, hipóxia, acidose ou alcalose, broncoespasmo,

disritmias cardíacas, isquemia miocárdica, pneumotórax (barotrauma),

broncoaspiração, hipertensão intracraniana e convulsões.

Muitas complicações técnicas são previsíveis e devem ser antecipadas:

desconexão do ECG ou do tubo traqueal, obstrução ou mobilização do tubo traqueal

e até extubação, oclusão ou perda de cateteres e drenos, término da fonte de O2,

fim da energia das baterias, defeito na maca de transporte e atraso no setor de

destino.

Segundo Japiassú 2005, as complicações mais freqüentes ocorrem nos

sistemas respiratório e cardiovascular: hipóxia, hipo ou hipercapnia, principalmente

nos pacientes ventilados mecanicamente; hipotensão arterial e taquicardia nos

pacientes hemodinamicamente instáveis. Nos pacientes em ventilação mecânica, re-

comenda-se o transporte com ventilador adequado e com os parâmetros ajustados

de acordo com as condições clínicas do paciente. O transporte com máscara e bolsa

acarreta muitas variações em volume corrente (VC) e FR do paciente, e alterações

mais marcantes na composição de gases sangüíneos e estado ácido-base.

Existem setores onde a freqüência de complicações é maior. Por exemplo, na

sala de tomografia computadorizada, ocorre isolamento do paciente,

impossibilitando ouvir alarmes ou visualizar monitores de ventilação ou

hemodinâmica adequadamente. Há risco de hipotermia se o exame for demorado, e

desposicionamento de tubos ou cateteres nas mudanças entre a maca e a mesa de

exame.

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7 PROPOSTA FINAL

É importante que se faça um protocolo próprio de cada hospital para o

transporte de paciente entre seus setores. As recomendações atuais, tanto na

Europa quanto nos Estados Unidos, focam o transporte inter-hospitalar, e abordam

detalhadamente a duração, os equipamentos especiais e a logística para

transferências a longas distâncias. O transporte intra-hospitalar é mais comum e

recebe menos atenção da equipe de saúde.

Os pacientes graves necessitam de procedimentos e exames

complementares realizados por vezes fora da UTI. O desenvolvimento tecnológico

cada vez mais torna necessário o deslocamento de doentes de hospitais de

pequeno porte para unidades de alta complexidade, onde as possibilidades de

atuação de emergência são muitas vezes inadequadas e os serviços de

diagnósticos são insuficientes.

O transporte se faz imprescindível e é sujeito a complicações e riscos para o

paciente. O bom desempenho da medicina e da enfermagem são considerados

princípios essenciais para que os riscos inerentes à instabilidade que caracteriza

uma ação de transporte sejam diminuídos ou anulados, assumindo assim

responsabilidades que fazem a diferença na atuação do atendimento pré-hospitalar

(APH). MATOS, ET AL. (2001).

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8 METODOLOGIA

Este estudo se caracteriza por natureza explorativa, seletiva, descritiva e

analítica fundamentada em revisões bibliográficas. Através dele, identificou e

descreveu sob o ponto de vista dos descritores, o transporte inter-hospitalar do

paciente crítico no pré-hospitalar móvel, suas possíveis complicações bem como a

importância do seu planejamento.

Para realização deste estudo foi feito um levantamento bibliográfico utilizando

como fonte de pesquisa livros atuais, artigos científicos pertinentes ao tema em

consultas à internet cujas fontes on-line foram pesquisadas na base de dados

SCIELO e BIREME em língua portuguesa.

Por ser o Atendimento pré-hospitalar móvel um serviço novo no Brasil não há

muito estudo sobre essa área, optando, assim, por não delimitar o período de busca.

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9 CONCLUSÃO

O transporte do paciente crítico sempre envolve uma série de riscos ao

paciente, sendo que o problema mais comum é a falha no controle das funções

cardiorrespiratórias, resultando em instabilidade fisiológica, com prejuízo da

oxigenação tecidual, o que pode trazer sérias conseqüências. Podem ainda ocorrer

outras alterações, tais como hipertensão severa, arritmias, obstrução aérea, entre

várias outras. Alguns riscos são inerentes ao transporte (Júnior; Nunes & Filho).

O foco do processo de transporte do paciente grave deve ser sempre baseado na

tríade: estabilização (principalmente dos sistemas cardiovascular e respiratório),

equipamento (monitores, ventiladores, medicações e acessórios adequados) e rota a

ser seguida. Deve-se pensar sempre nas intercorrências, pois geralmente as

“surpresas” são incidentes não pensados e para os quais não estamos preparados.

Avaliar se o transporte será seguro e alcance previamente estabilidade

cardiorrespiratória. E finalmente estabeleça treinamento de reciclagem específico

em transporte para os profissionais da equipe que realizará o transporte.

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CABRAL, Amanda Priscila de; SOUZA, Wayner viera de. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): análise da demanda e sua distribuição espacial em uma cidade do Nordeste brasileiro, 2008. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo,v.11,n.4, p. 531-540, 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2008000400002&script=sci_ arttext>. Acesso em: 20 jan. 2009.

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JAPIASSÚ, André Niguel. Transporte intra-hospitalar de pacientes graves. Rio de Janeiro. Volume 17 - Número 3 - Julho/Setembro 2005.http://www.amib.com.br/rbti/download/artigo_2010616173958.pdf. Acesso em: 23 de fev. 2010.

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MEIRA, Maíra Melissa. Diretrizes para educação permanente no serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU). 2007. 158f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Faculdade de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível em:<http://neu.saude.sc.gov.br>. Acesso em: 23 mar. 2009.

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SIMOES, Cheila; MARTINS, Sandra. Alterações hemodinâmicas e ventilatórias do transporte intrahospitalar do doente crítico. Unidade de Cuidados Intensivos - Hospital Garcia de Orta Almada.SOCIEDADE PORTUGUESA DE CUIDADOS INTENSIVOS (SPCI)Guia para o transporte de doentes críticos. 1997http://www.medynet.com/usuarios/jraguilar/transporte%20de%20pacientes%20criticos%20portugues.pdf. Acesso em: 18 jan. 2010

VIEIRA, Célia Maria Sales; MUSSILL, Fernanda Carneiro. A implantação do projeto de atendimento Móvel de Urgência em Salvador/BA: panorama e desafios. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, v.42, n.4, p. 793- 797, dez. 2008. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342008000400024&script=sci _abstract&tlng=pt.> Acesso em: 25 nov. 2008.

YAMAGUCHI, Iveth Whitaker; GENTIL, Rosana Chami; RAMOS, Laís Helena. Capacitação de enfermeiros em Atendimento Pré-hospitalar. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.16, n.2, p.192-197, mar./abr. 2008. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br /scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-11692008000200004 &lng=pt&nrm=isso>. Acesso em: 02 fev. 2009.

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ANEXO (S)

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ANEXO (1) PORTARIA GM 2.048 DE 5 DE NOVEMBRO DE 2002

SISTEMAS ESTADUAIS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIAREGULAMENTO TÉCNICO

CAPÍTULO VI

Transferências e Transporte Inter-Hospitalar

1 Considerações Gerais:

Dentro da perspectiva de estruturação de Sistemas Estaduais de Urgência e

Emergência, com universalidade, atenção integral e eqüidade de acesso, de caráter

regionalizado e hierarquizado, de acordo com as diretrizes do SUS, os serviços

especializados e de maior complexidade deverão ser referência para um ou mais

municípios de menor porte. Assim, estes municípios menores devem se estruturar

para acolher os pacientes acometidos por agravos de urgência, de caráter clínico,

traumato-cirúrgico, gineco-obstétrico e psiquiátrico, sejam estes adultos, crianças ou

recém-nascidos, realizar a avaliação e estabilização inicial destes e providenciar sua

transferência para os serviços de referência loco-regionais, seja 126 para elucidação

diagnóstica por meio de exames especializados, avaliação médica especializada ou

internação. As grades de referência loco-regionais devem ser previamente

pactuadas e as transferências deverão ser solicitadas ao médico-regulador da

Central de Regulação de Urgências, cujas competências técnicas e gestoras estão

estabelecidas no Capítulo II deste Regulamento. Tais centrais poderão ter

abrangência locoregional, de acordo com os pactos de referência e mecanismos de

financiamento estabelecidos pela NOAS-SUS/2002. Nos casos em que as centrais

reguladoras ainda não estejam estruturadas, as pactuações também deverão ser

realizadas e os encaminhamentos deverão ser feitos mediante grade de assistência

loco-regional, com contato prévio com o serviço receptor. No processo de

planejamento e pactuação das transferências inter-hospitalares, deverá ser

garantido o suporte de ambulâncias de transporte para o retorno dos pacientes que,

fora da situação de urgência, ao receberem alta, não apresentem possibilidade de

locomover-se por outros meios, por restrições clínicas. Pacientes que não tenham

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autonomia de locomoção por limitações socioeconômicas e que, portanto,

extrapolam o âmbito de atuação específico da saúde, deverão receber apoio, nos

moldes estabelecidos por políticas intersetoriais loco-regionais. Salienta-se que o

planejamento do suporte a estes casos é de fundamental importância ao adequado

funcionamento dos serviços de saúde, uma vez que os pacientes podem ocupar

leitos hospitalares por períodos mais ou menos longos após terem recebido alta, por

dificuldade de transporte de retorno a suas residências.

2 Conceituação:

O transporte inter-hospitalar refere-se à transferência de pacientes entre

unidades não-hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e

emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de saúde que

funcionem como 127 Portaria GM n.o 2.048 bases de estabilização para pacientes

graves, de caráter público ou privado e tem como principais finalidades:

a) A transferência de pacientes de serviços de saúde de menor complexidade para

serviços de referência de maior complexidade, seja para elucidação diagnóstica,

internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, sempre que as

condições locais de atendimento combinadas à avaliação clínica de cada paciente

assim exigirem;

b) A transferência de pacientes de centros de referência de maior complexidade

para unidades de menor complexidade, seja para elucidação diagnóstica, internação

clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, seja em seus municípios de

residência ou não, para conclusão do tratamento, sempre que a condição clínica do

paciente e a estrutura da unidade de menor complexidade assim o permitirem, com

o objetivo de agilizar a utilização dos recursos especializados na assistência aos

pacientes mais graves e/ou complexos. Este transporte poderá ser aéreo, aquaviário

ou terrestre, de acordo com as condições geográficas de cada região, observando

se as distâncias e vias de acesso, como a existência de estradas, aeroportos,

helipontos, portos e condições de navegação marítima ou fluvial, bem como a

condição clínica de cada paciente, não esquecendo a observação do custo e

disponibilidade de cada um desses meios. O transporte inter-hospitalar, em qualquer

de suas modalidades, de acordo com a disponibilidade de recursos e a situação

clínica do paciente a ser transportado, deve ser realizado em veículos adequados e

equipados de acordo com o estabelecido no Capítulo IV deste Regulamento.

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- Transporte Aeromédico: o transporte aéreo poderá ser indicado, em aeronaves de

asa rotativa, quando a gravidade do quadro clínico do paciente exigir uma

intervenção rápida e as condições de trânsito torne o transporte terrestre muito

demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percorrer grandes distâncias em um

intervalo de tempo aceitável, diante das condições clínicas 128 do paciente. A

operação deste tipo de transporte deve seguir as normas e legislações específicas

vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica através do Departamento de

Aviação Civil. Para efeito da atividade médica envolvida no atendimento e transporte

aéreo de pacientes, conforme já definido no Capítulo IV deste Regulamento,

considera-se que o serviço deve possuir um diretor médico com habilitação mínima

compreendendo capacitação em emergência pré-hospitalar, noções básicas de

fisiologia de vôo e noções de aeronáutica, sendo recomendável habilitação em

medicina aeroespacial. O serviço de transporte aeromédico deve estar integrado ao

sistema de atendimento pré-hospitalar e à Central de Regulação Médica de

Urgências da região e deve ser considerado sempre como modalidade de suporte

avançado de vida.

- Transporte Aquaviário: este tipo de transporte poderá ser indicado em regiões onde

o transporte terrestre esteja impossibilitado pela inexistência de estradas e/ou onde

não haja transporte aeromédico, observando-se a adequação do tempo de

transporte às necessidades clínicas e a gravidade do caso.

- Transporte Terrestre: este tipo de transporte poderá ser indicado para áreas

urbanas, em cidades de pequeno, médio e grande porte, ou para as transferências

intermunicipais, onde as estradas permitam que essas unidades de transporte se

desloquem com segurança e no intervalo de tempo desejável ao atendimento de

cada caso.

3 Diretrizes Técnicas:

3.1 Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico Solicitante Ficam

estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições ao Serviço/Médico

solicitante:

a) O médico responsável pelo paciente seja ele plantonista, diarista ou o médico

assistente, deve realizar as solicitações de transferências à Central de Regulação e

realizar contato prévio com o serviço potencialmente receptor;

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b) Não remover paciente em risco iminente de vida, sem prévia e obrigatória

avaliação e atendimento respiratório, hemodinâmico e outras medidas urgentes

específicas para cada caso, estabilizando-o e preparando-o para o transporte;

c) Esgotar seus recursos antes de acionar a central de regulação ou outros serviços

do sistema loco-regionais;

d) A decisão de transferir um paciente grave é estritamente médica e deve

considerar os princípios básicos do transporte, quais sejam: não agravar o estado do

paciente, garantir sua estabilidade e garantir transporte com rapidez e segurança;

e) Informar ao médico regulador, de maneira clara e objetiva, as condições do

paciente;

f) Elaborar documento de transferência que deve acompanhar o paciente durante o

transporte e compor seu prontuário na unidade receptora, registrando informações

relativas ao atendimento prestado na unidade solicitante, como diagnóstico de

entrada, exames realizados e as condutas terapêuticas adotadas. Este documento

deverá conter o nome e CRM legíveis, além da assinatura do solicitante;

g) Obter a autorização escrita do paciente ou seu responsável para a transferência.

Poder-se-á prescindir desta autorização sempre que o paciente não esteja apto para

fornecê-la e não esteja acompanhado de possível responsável;

h) A responsabilidade da assistência ao paciente transferido é do médico solicitante,

até que o mesmo seja recebido pelo médico da unidade responsável pelo transporte,

nos casos de transferência em viaturas de suporte avançado de vida ou até que o

mesmo seja recebido pelo médico do serviço receptor, nos casos de transferência

em viaturas de suporte básico de vida ou viaturas de transporte simples. O início da

responsabilidade do médico da viatura de transporte ou do médico da unidade

receptora não 130 cessa a responsabilidade de indicação e avaliação do profissional

da unidade solicitante;

i) Nos casos de transporte de pacientes em suporte básico de vida para unidades de

apoio diagnóstico e terapêutico, para realização de exames ou tratamentos, se o

paciente apresentar intercorrência de urgência, a responsabilidade pelo tratamento e

estabilização é da unidade que está realizando o procedimento, que deverá estar

apta para seu atendimento, no que diz respeito a medicamentos, equipamentos e

recursos humanos capacitados;

j) Nos casos de transporte de pacientes críticos para realização de procedimentos

diagnósticos ou terapêuticos e, caso estes serviços situem-se em clínicas

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desvinculadas de unidades hospitalares, o suporte avançado de vida será garantido

pela equipe da unidade de transporte;

k) Nos locais em que as Centrais de Regulação ainda não estejam estruturadas ou

em pleno funcionamento, é vedado a todo e qualquer solicitante, seja ele público ou

privado, remover pacientes sem contato prévio com a instituição/serviço

potencialmente receptor;

l) Nos locais em que as Centrais de Regulação já estão em funcionamento, nenhum

paciente poderá ser transferido sem contato prévio com a mesma ou contrariando

sua determinação;

m) Nos casos de transferências realizadas pelo setor privado, o serviço ou empresa

solicitante deverá se responsabilizar pelo transporte do paciente, bem como pela

garantia de recepção do mesmo no serviço receptor, obedecendo as especificações

técnicas estabelecidas neste Regulamento; 131 Portaria GM n.o 2.048

n) Nos casos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, permanece

em vigor a legislação própria a respeito deste tema, conforme Resolução CONSU

n.o 13, de 4 de novembro de 1998, e eventual regulamentação posterior a ser

estabelecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

3.2 Responsabilidades/Atribuições da Central de Regulação/Médico Regulador

Além das estabelecidas no Capitulo II deste Regulamento, ficam definidas as

seguintes responsabilidades/atribuições para a Central de Regulação/Médico

Regulador:

a) O acionamento e acompanhamento da unidade e equipe de transporte, caso

estes se localizem descentralizados em relação à estrutura física da central de

regulação, como nos casos de transporte aeromédico, hidroviário ou terrestre, em

que se opte por descentralizar viaturas e equipes para garantir maior agilidade na

resposta. Nestes casos, a localização dos veículos e das equipes de saúde

responsáveis pelo transporte deverá ser pactuada entre os gestores municipais da

região de abrangência da central;

b) Utilizar o conceito de “vaga zero”, definido no Capítulo II deste Regulamento

também nos casos de regulações inter-hospitalares, quando a avaliação do estado

clínico do paciente e da disponibilidade de recursos loco-regionais o tornem

imperativo.

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3.3 Responsabilidades/Atribuições da Equipe de Transporte

Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições à Equipe de

Transporte:

a) Acatar a determinação do médico regulador quanto ao meio de transporte e tipo

de ambulância que deverá ser utilizado para o transporte; 132

b) Informar ao médico regulador caso as condições clínicas do paciente no momento

da recepção do mesmo para transporte não sejam condizentes com as informações

que foram fornecidas ao médico regulador e repassadas por este à equipe de

transporte;

c) No caso de transporte terrestre, deverão ser utilizadas as viaturas de transporte

simples para os pacientes eletivos, em decúbito horizontal ou sentados, viaturas de

suporte básico ou suporte avançado de vida, de acordo com o julgamento e

determinação do médico regulador, a partir da avaliação criteriosa da história clínica,

gravidade e risco de cada paciente, estando tais viaturas, seus equipamentos,

medicamentos, tripulações e demais normas técnicas estabelecidas no presente

Regulamento;

d) O transporte inter-hospitalar pediátrico e neonatal deverá obedecer às diretrizes

estabelecidas neste Regulamento, sendo que as viaturas utilizadas para tal devem

estar equipadas com incubadora de transporte e demais equipamentos necessários

ao adequado atendimento neonatal e pediátrico;

e) Registrar todas as intercorrências do transporte no documento do paciente;

f) Passar o caso, bem como todas as informações e documentação do paciente, ao

médico do serviço receptor;

g) Comunicar ao médico regulador o término do transporte;

h) Conduzir a ambulância e a equipe de volta à sua base.

3.4 Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico Receptor

Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições ao Serviço/Médico

Receptor:

Portaria GM n.o 2.048

a) Garantir o acolhimento médico rápido e resolutivo às solicitações da central de

regulação médica de urgências;

b) Informar imediatamente à Central de Regulação se os recursos diagnósticos ou

terapêuticos da unidade atingirem seu limite máximo de atuação;

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c) Acatar a determinação do médico regulador sobre o encaminhamento dos

pacientes que necessitem de avaliação ou qualquer outro recurso especializado

existente na unidade, independente da existência de leitos vagos ou não – conceito

de “vaga zero”;

d) Discutir questões técnicas especializadas sempre que o regulador ou médicos de

unidades solicitantes de menor complexidade assim demandarem;

e) Preparar a unidade e sua equipe para o acolhimento rápido e eficaz dos pacientes

graves;

f) Receber o paciente e sua documentação, dispensando a equipe de transporte,

bem como a viatura e seus equipamentos o mais rápido possível;

g) Comunicar a Central de Regulação sempre que houver divergência entre os

dados clínicos que foram comunicados quando da regulação e os observados na

recepção do paciente.

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ANEXO (2)PORTARIA GM 2.048 DE 5 DE NOVEMBRO DE 2002SISTEMAS ESTADUAIS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

REGULAMENTO TÉCNICO

CAPÍTULO VI

2 - DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

2.1 - AMBULÂNCIAS

Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se

destine exclusivamente ao transporte de enfermos. As dimensões e outras

especificações do veículo terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR

14561/2000, de julho de 2000.

As Ambulâncias são classificadas em:

TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito

horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e

de caráter eletivo.

TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter-

hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar

de pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de

necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de

destino.

TIPO C - Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-

hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil

acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas).

TIPO D – Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e

transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de

transporte inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve

contar com os equipamentos médicos necessários para esta função.

TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada

para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações

de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de

Aviação Civil - DAC.

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TIPO F – Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário,

destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos

médicos necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade.

3 – DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS

As ambulâncias deverão dispor, no mínimo, dos seguintes materiais e equipamentos

ou similares com eficácia equivalente:

3.1 - Ambulância de Transporte (Tipo A):

Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação em contato

permanente com a central reguladora; maca com rodas; suporte para soro e

oxigênio medicinal.

3.2 - Ambulância de Suporte Básico (Tipo B):

Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca

articulada e com rodas; suporte para soro; instalação de rede de oxigênio com

cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com dupla saída;

oxigênio com régua tripla (a- alimentação do respirador; b- fluxômetro e umidificador

de oxigênio e c - aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e

chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta de

urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador manual

adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis,

tesoura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro adulto/infantil,

ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze estéril,

protetores para queimados ou eviscerados, cateteres para oxigenação e aspiração

de vários tamanhos; maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais,

estilete estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor,

compressas cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação; suporte para

soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de

membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro

fisiológico e ringer lactato; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos

para a tripulação; lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção e

maletas com medicações a serem definidas em protocolos, pelos serviços.

As ambulâncias de suporte básico que realizam também ações de salvamento

deverão conter o material mínimo para salvamento terrestre, aquático e em alturas,

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maleta de ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 Kg, fitas e cones

sinalizadores para isolamento de áreas, devendo contar, ainda com compartimento

isolado para a sua guarda, garantindo um salão de atendimento às vítimas de, no

mínimo, 8 metros cúbicos.

3.3 – Ambulância de Resgate (Tipo C):

Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel;

prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de

membros e conjunto de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de soro

fisiológico; bandagens triangulares; cobertores; coletes refletivos para a tripulação;

lanterna de mão; óculos, máscaras e aventais de proteção; material mínimo para

salvamento terrestre, aquático e em alturas; maleta de ferramentas e extintor de pó

químico seco de 0,8 Kg; fitas e cones sinalizadores para isolamento de áreas.

Quando realizarem também o suporte básico de vida, as ambulâncias de resgate

deverão ter uma configuração que garanta um salão de atendimento às vítimas de,

no mínimo 8 metros cúbicos, além de compartimento isolado para a guarda de

equipamentos de salvamento e deverão estar equipadas com: maca articulada e

com rodas; instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local

de fácil visualização e régua com dupla saída; oxigênio com régua tripla (a -

alimentação do respirador; b - fluxômetro e umidificador de oxigênio e c - aspirador

tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação;

cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta de emergência contendo:

estetoscópio adulto e infantil; ressuscitador manual adulto/infantil, luvas

descartáveis; cânulas orofaríngeas de tamanhos variados; tesoura reta com ponta

romba; esparadrapo; esfigmomanômetro adulto/infantil; ataduras de 15 cm;

compressas cirúrgicas estéreis; pacotes de gaze estéril; protetores para queimados

ou eviscerados; cateteres para oxigenação e aspiração de vários tamanhos; maleta

de parto contendo: luvas cirúrgicas; clamps umbilicais; estilete estéril para corte do

cordão; saco plástico para placenta; cobertor; compressas cirúrgicas e gazes

estéreis; braceletes de identificação;

3.4 - Ambulância de Suporte Avançado (Tipo D):

Sinalizador óptico e acústico; equipamento de rádio-comunicação fixo e móvel; maca

com rodas e articulada; dois suportes de soro; cadeira de rodas dobrável; instalação

de rede portátil de oxigênio como descrito no item anterior (é obrigatório que a

quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas horas);

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respirador mecânico de transporte; oxímetro não-invasivo portátil; monitor

cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá

haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo externo não-

invasivo); bomba de infusão com bateria e equipo; maleta de vias aéreas contendo:

máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de

aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20ml;

ressuscitador manual adulto/infantil com reservatório; sondas para aspiração

traqueal de vários tamanhos; luvas de procedimentos; máscara para ressuscitador

adulto/infantil; lidocaína geléia e “spray”; cadarços para fixação de cânula;

laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas; estetoscópio;

esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios-guia para

intubação; pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material

para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem torácica; maleta de acesso venoso

contendo: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente de algodão com anti-

séptico; pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários

tamanhos incluindo agulhas metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção

óssea; garrote; equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para

dissecção de veias, tamanho adulto/infantil; tesoura, pinça de Kocher; cortadores de

soro; lâminas de bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de

infusão de 3 vias; frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado; caixa

completa de pequena cirurgia; maleta de parto como descrito nos itens anteriores;

sondas vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados;

espátulas de madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para

drogas fotossensíveis; equipo para bombas de infusão; circuito de respirador estéril

de reserva; equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras e

aventais; cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo; campo

cirúrgico fenestrado; almotolias com anti-séptico; conjunto de colares cervicais;

prancha longa para imobilização da coluna. Para o atendimento a neonatos deverá

haver pelo menos uma Incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e

ligação à tomada do veículo (12 volts). A incubadora deve estar apoiada sobre

carros com rodas devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter

respirador e equipamentos adequados para recém natos.

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5 – TRIPULAÇÃO

Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou

de enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é

bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar como

tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados

pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo presente

Regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele proposto - Capítulo VII.

5.1 - Ambulância do Tipo A: 2 profissionais, sendo um o motorista e o outro um

Técnico ou Auxiliar de enfermagem.

5.2 - Ambulância do Tipo B: 2 profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou

auxiliar de enfermagem.

5.3 - Ambulância do Tipo C: 3 profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros

militares, e/ou outros profissionais reconhecidos pelo gestor público, sendo um

motorista e os outros dois profissionais com capacitação e certificação em

salvamento e suporte básico de vida.

5.4 - Ambulância do tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro e um

médico.

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ANEXO (3)

PARECER TÉCNICO Nº. 34/07

HISTÓRICO:

Sobre a necessidade de acompanhamento do paciente referenciado por outro nível

de atenção pelo profissional de enfermagem.

MÉRITO:

Os serviços de atendimento pré e inter hospitalar que prestam atendimento de

urgência/emergência e de remoção à população necessitam de veículos

padronizados, denominados em nosso meio de ambulâncias.

O transporte de pessoas através de ambulâncias com equipamentos necessários e

apropriados está devidamente classificado e normatizado pela Portaria nº. 2048/GM

do Ministério da Saúde. De acordo com a referida Portaria à ambulância do tipo A,

denominada de transporte, é veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal

de pacientes que não apresentem risco de vida, para remoções simples e de caráter

eletivo.

A ambulância tipo B é um veículo destinado ao transporte interhospitalar de paciente

com risco de vida conhecido e de atendimento pré-hospitalar de paciente com risco

de vida desconhecido não classificado com necessidade potencial de necessitar de

intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino.

E que a ambulância tipo C, denominamos de ambulância de resgate é o veículo de

atendimento de emergências pré-hospitalares de pacientes com risco de vida

desconhecido, contendo os equipamentos necessários à manutenção da vida.

A ambulância tipo D, denominada de suporte avançada (ASA) ou ambulância UTI

móvel, é o veículo destinado ao transporte de pacientes de alto risco de

emergências pré-hospitalares e transporte inter-hospitalar, contendo os

equipamentos médicos necessários para esta função, sendo obrigatória, quando em

serviço a presença do médico em seu interior. Enquanto que a ambulância tipo E,

denominada aeronave de transporte médico, é a aeronave de asa fixa ou relativa

utilizada para transporte de pacientes por via aérea, dotada de equipamentos

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médicos homologados pelos órgãos competentes. A ambulância do tipo F,

denominada nave de transporte médico, é o veículo autorizado hidroviário, destinado

ao transporte de pacientes por via marítima ou fluvial, devendo possuir os

equipamentos médicos necessários ao atendimento dos mesmos conforme sua

gravidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Considerando que a Enfermagem é uma profissão

comprometida como a saúde do ser humano e da coletividade e que atua na

promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, e que tem

como responsabilidade fundamental assegurar ao cliente uma Assistência de

Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência;

Considerando que o Conselho Regional de Enfermagem é o Órgão supervisor e

disciplinador da classe de Enfermagem, bem como fiscalizador do Exercício

Profissional de Enfermagem, devendo, portanto, zelar pelas condições adequadas

dos serviços de enfermagem prestados à população; Considerando que, de acordo

com o Decreto 94.406, as instituições e serviços de saúde incluirão a atividade de

enfermagem no seu planejamento e programação; Considerando que os

procedimentos e as orientações relativas às ações de transferência da rede

hospitalar devem ser supervisionados por médico, não podendo este se omitir na

sua função tutelar da vida como bem indisponível de acordo com a Resolução do

Conselho Federal de Medicina nº. 1.672, de 09 de julho de 2003; Considerando que

o Enfermeiro enquanto integrante da equipe de saúde que participa da elaboração e

na operacionalização do sistema de referência e contra-referência do paciente nos

diferentes níveis de atenção à saúde, deve supervisionar os procedimentos e as

orientações relativos às ações de transferência da rede hospitalar como previsto no

Decreto nº. 94.406, Artigo 8º, inciso II, alínea p; Considerando que o Técnico de

enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à

equipe de enfermagem, cabendo-lhe de acordo com o inciso I ”assistir ao

enfermeiro”, alíneas a a f, incisos II e III “executar atividades de assistência de

enfermagem, excetuadas as privativas do Enfermeiro e as referidas no Artigo 9 do

Decreto 94.406/87” e integrar a equipe de saúde; Considerando que a Lei 7498/86 e

seu Decreto Regulamentar de nº. 94.406/87 que dispõe sobre o exercício da

Enfermagem no artigo 11, quando diz que o auxiliar de enfermagem ”executa

atividades de nível médio atribuídas à Equipe de Enfermagem”; Somos de parecer

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que o transporte inter-hospitalar quando efetuado nas ambulâncias do tipo A e B,

deverá ser realizado conforme o abaixo estabelecido: I- Pacientes graves ou de risco

devem ser removidos acompanhados de equipe composta por tripulação mínima de

um médico, um profissional de enfermagem e de um motorista, em ambulância de

suporte avançado. II- Antes de decidir a remoção do paciente, faz-se necessário

realizar contato com o médico receptor ou gestor responsável no hospital de destino,

e ter concordância do(s) mesmo(s). III- Todas as ocorrências inerentes à

transferência devem ser registradas no prontuário do paciente;

IV- Para o transporte, faz-se necessário à obtenção de consentimento após

esclarecimento, por escrito, assinado pelo paciente ou seu responsável legal, isto

pode ser dispensado quando houver risco de morte e impossibilidade de locomoção

do responsável. Nestes casos, o médico solicitante pode autorizar o transporte,

documentando tal fato no prontuário; V- Pacientes que não apresentam risco de vida

devem ser removidos acompanhados de equipe composta por tripulação mínima de

um motorista e um profissional de enfermagem (Técnico ou Auxiliar de

Enfermagem); VI- Para o transporte de pacientes, faz-se necessário o

acompanhamento de relatório completo, legível e assinado (com número do CRM e

COREN) que passará a integrar o prontuário do destino. Quando do recebimento, o

relatório deve ser também assinado pela equipe receptora.

Por exposto, recomendamos a adoção de protocolos pelas instituições de saúde

com vistas à melhoria do atendimento prestado as pessoas que necessitam de

transporte inter-hospitalar e que possibilite a Equipe de Enfermagem um

desempenho ético-profissional efetivo. Belo Horizonte, 10 de maio de 2007.

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ANEXO (4)Resolução CFM nº 1.672, de 09 de julho de 2003

Dispõe sobre o transporte inter-hospitalar de pacientes e dá outras providências.

O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268,

de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de

1958, e

CONSIDERANDO que os Conselhos Federal e Regionais de Medicina são os órgãos

supervisores e disciplinadores da classe médica, bem como fiscalizadores do exercício

profissional médico, devendo, portanto, zelar pelas condições adequadas dos serviços

médicos prestados à população;

CONSIDERANDO que a responsabilidade fundamental da atividade médica é procurar

preservar a vida, aliviar o sofrimento, promover a saúde e melhorar a qualidade e a

eficácia do tratamento emergencial;

CONSIDERANDO a existência de serviços de atendimento pré-hospitalar que prestam

atendimentos de urgência/emergência à população, com veículos já padronizados;

CONSIDERANDO que o transporte de pacientes através de ambulâncias, com os

equipamentos necessários e competente classificação, está devidamente estabelecido

pelas Resoluções CFM nº 1.671/2003 e nº 1.596/2000 (transporte aeromédico), além

de normatização específica do Ministério da Saúde;

CONSIDERANDO que a ambulância tipo A, denominada ambulância de transporte, é o

veículo destinado ao transporte em decúbito horizontal de pacientes que não

apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter eletivo;

CONSIDERANDO que a ambulância tipo B, denominada ambulância de suporte básico,

é o veículo destinado ao transporte pré-hospitalar de pacientes com risco de vida

desconhecido e transporte inter-hospitalar, contendo apenas os equipamentos mínimos

à manutenção da vida;

CONSIDERANDO que a ambulância tipo C, denominada ambulância de resgate é o

veículo de atendimento de emergências pré-hospitalares de pacientes com risco de

vida desconhecido, contendo os equipamentos necessários à manutenção da vida;

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CONSIDERANDO que a ambulância tipo D, denominada ambulância de suporte

avançado (ASA) ou ambulância UTI móvel, é o veículo destinado ao transporte de

pacientes de alto risco de emergências pré-hospitalares e transporte inter-hospitalar,

contendo os equipamentos médicos necessários para esta função, sendo obrigatória,

quando em serviço a presença do médico em seu interior;

CONSIDERANDO que a ambulância tipo E, denominada aeronave de transporte

médico, é a aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte de pacientes por

via aérea, dotada de equipamentos médicos homologados pelos órgãos competentes;

CONSIDERANDO que a ambulância tipo F, denominada nave de transporte médico, é

o veículo motorizado hidroviário destinado ao transporte de pacientes por via marítima

ou fluvial, devendo possuir os equipamentos médicos necessários ao atendimento dos

mesmos conforme sua gravidade;

CONSIDERANDO que, de acordo com o Decreto Lei nº 20.391/32 e as Resoluções

CFM nºs 1.342/91 e 1.352/92, nenhum estabelecimento de assistência médica pode

funcionar sem um responsável médico;

CONSIDERANDO que os procedimentos e orientações nas ações de transferência da

rede hospitalar devem ser supervisionados por médico, não podendo este se omitir na

sua função tutelar da vida como bem indisponível;

CONSIDERANDO que os Conselhos devem regulamentar as condições dos

transportes inter-hospitalares no atendimento prestado à população, visando que neles

o desempenho ético-profissional da Medicina seja efetivo;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na Sessão Plenária realizada em 9/07/03,

RESOLVE:Art. 1º - Que o sistema de transporte inter-hospitalar de pacientes deverá ser efetuado

conforme o abaixo estabelecido:

I- O hospital previamente estabelecido como referência não pode negar atendimento

aos casos que se enquadrem em sua capacidade de resolução.

II- Pacientes com risco de vida não podem ser removidos sem a prévia realização de

diagnóstico médico, com obrigatória avaliação e atendimento básico respiratório e

hemodinâmico, além da realização de outras medidas urgentes e específicas para cada

caso.

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III- Pacientes graves ou de risco devem ser removidos acompanhados de equipe

composta por tripulação mínima de um médico, um profissional de enfermagem e

motorista, em ambulância de suporte avançado. Nas situações em que seja

tecnicamente impossível o cumprimento desta norma, deve ser avaliado o risco

potencial do transporte em relação à permanência do paciente no local de origem.

IV- Antes de decidir a remoção do paciente, faz-se necessário realizar contato com o

médico receptor ou diretor técnico no hospital de destino, e ter a concordância do(s)

mesmo(s).

V- Todas as ocorrências inerentes à transferência devem ser registradas no prontuário

de origem.

VI- Todo paciente removido deve ser acompanhado por relatório completo, legível e

assinado (com número do CRM), que passará a integrar o prontuário no destino.

Quando do recebimento, o relatório deve ser também assinado pelo médico receptor.

VII- Para o transporte, faz-se necessária a obtenção de consentimento após

esclarecimento, por escrito, assinado pelo paciente ou seu responsável legal. Isto pode

ser dispensado quando houver risco de morte e impossibilidade de localização do(s)

responsável(is). Nesta circunstância, o médico solicitante pode autorizar o transporte,

documentando devidamente tal fato no prontuário.

VIII- A responsabilidade inicial da remoção é do médico transferente, assistente ou

substituto, até que o paciente seja efetivamente recebido pelo médico receptor.

a) a) a responsabilidade para o transporte, quando realizado por Ambulância tipo D, E

ou F é do médico da ambulância, até sua chegada ao local de destino e efetiva

recepção por outro médico.

b) as providências administrativas e operacionais para o transporte não são de

responsabilidade médica.

IX- O transporte de paciente neonatal deverá ser realizado em ambulância do tipo D,

aeronave ou nave contendo:

a) incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do

veículo (12 volts), suporte em seu próprio pedestal para cilindro de oxigênio e ar

comprimido, controle de temperatura com alarme. A incubadora deve estar apoiada

sobre carros com rodas devidamente fixadas quando dentro da ambulância;

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Page 51: PARECER TÉCNICO Nºibrati.org/sei/docs/tese_830.doc · Web viewCarinhosamente: ao Dr. Douglas Ferrari, que além de ponte para o conhecimento, foi certeza de que tudo daria certo

b) respirador de transporte neonatal;

c) nos demais itens, deve conter a mesma aparelhagem e medicamentos de suporte

avançado, com os tamanhos e especificações adequadas ao uso neonatal.

Art. 2º - Os médicos diretores técnicos das instituições, inclusive os dos serviços de

atendimento pré-hospitalar, serão responsáveis pela efetiva aplicação destas normas.

Art. 3º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, sendo revogadas as

disposições em contrário.

Brasília-DF, 9 de julho de 2003.

EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE RUBENS DOS SANTOS SILVA Presidente Secretário - Geral

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