parecer prÉvio nº 549/11 pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas ... · 2020. 1....

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PARECER PRÉVIO Nº 549/11 Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de CANÁPOLIS, relativas ao exercício financeiro de 2010. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: DA PRESTAÇÃO DE CONTAS Este processo refere-se à prestação de contas da Prefeitura Municipal de Canápolis, exercício financeiro de 2010, de responsabilidade do Sr. Rubiê Queiroz de Oliveira, encaminhada mediante ofício do Presidente do Poder Legislativo e autuada sob o nº 08572/11, cuja entrada neste Tribunal se deu no prazo legal, com informação de que a documentação foi enviada à Câmara para fins de disponibilidade pública, nos termos do art. 95, § 2º, da Constituição Estadual, c/c os arts. 54, Parágrafo Único, e 55, da Lei Complementar nº 06/91. As contas da Prefeitura Municipal de Canápolis foram encaminhadas à Câmara Municipal através do Ofício nº 065/2011, de 30 de março de 2011, em cumprimento ao quando disposto no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05. Consta às fls. 008 dos autos o Edital de 01 de abril de 2011, demonstrando que as contas foram colocadas em disponibilidade pública, atendendo, portanto, o que determinam o parágrafo 3º, do art. 31, da CRFB, o parágrafo 1º, do art. 63 da Constituição Estadual e os arts. 53 e 54, da Lei Complementar n.º 06/91. O processo foi instruído com o Relatório Anual de fls. 835 a 909, expedido com base nos Relatórios Mensais Complementados, elaborados pela Inspetoria Regional e submetido à análise das Unidades da Coordenadoria de Controle Externo, que emitiram o Pronunciamento Técnico de fls. 913 a 933. 1

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  • PARECER PRÉVIO Nº 549/11

    Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de CANÁPOLIS, relativas ao exercício financeiro de 2010.

    O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

    DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

    Este processo refere-se à prestação de contas da Prefeitura Municipal de Canápolis, exercício financeiro de 2010, de responsabilidade do Sr. Rubiê Queiroz de Oliveira, encaminhada mediante ofício do Presidente do Poder Legislativo e autuada sob o nº 08572/11, cuja entrada neste Tribunal se deu no prazo legal, com informação de que a documentação foi enviada à Câmara para fins de disponibilidade pública, nos termos do art. 95, § 2º, da Constituição Estadual, c/c os arts. 54, Parágrafo Único, e 55, da Lei Complementar nº 06/91.

    As contas da Prefeitura Municipal de Canápolis foram encaminhadas à Câmara Municipal através do Ofício nº 065/2011, de 30 de março de 2011, em cumprimento ao quando disposto no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

    Consta às fls. 008 dos autos o Edital de 01 de abril de 2011, demonstrando que as contas foram colocadas em disponibilidade pública, atendendo, portanto, o que determinam o parágrafo 3º, do art. 31, da CRFB, o parágrafo 1º, do art. 63 da Constituição Estadual e os arts. 53 e 54, da Lei Complementar n.º 06/91.

    O processo foi instruído com o Relatório Anual de fls. 835 a 909, expedido com base nos Relatórios Mensais Complementados, elaborados pela Inspetoria Regional e submetido à análise das Unidades da Coordenadoria de Controle Externo, que emitiram o Pronunciamento Técnico de fls. 913 a 933.

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Distribuído por sorteio para esta Relatoria, determinou-se a conversão do processo em diligência externa, com notificação ao Gestor através do Edital nº 211/11, publicado no Diário Oficial do Estado, de 15/09/11, tendo ele se manifestado tempestivamente, nos termos dos processos nºs 12956/11, 13198/11 e 13418/11, anexado às fls. 940 a 1533, 1535 a 1571 e 1573 a 1585.

    Dos Exercícios Anteriores

    A prestação de contas do exercício financeiro de 2009, de responsabilidade dos Srs. Rubiê Queiroz de Oliveira, Gestor destas contas, e Domingos Silva da Costa, foi aprovada com ressalvas mediante Parecer Prévio nº 415/10, com aplicação de multa de R$ 1.000,00 ao Sr. Domingos Silva da Costa, já quitada.

    DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

    O alicerce e ponto de partida para qualquer Gestão é o processo de planejamento. A ação planejada na Administração Pública tem como premissa a execução de planos previamente traçados, orientados pelos anseios e necessidades da população, reduzindo assim os riscos e otimizando os recursos do Município.

    A Constituição de 1988, em seu art. 165, caput, reforça as atribuições do planejamento e de execução dos gastos públicos, preconizando através de lei de iniciativa do Poder Executivo, a elaboração do Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA, os quais passarão a ser objeto de efetivo acompanhamento da gestão, servindo de subsídios para tomadas de decisões e de avaliações periódicas.

    Plano Plurianual - PPA

    O PPA, contemplado na Carta Magna, no art. 165, inciso I, é o planejamento estratégico das ações governamentais. Com duração de quatro anos, nele serão estabelecidas de forma regionalizada, levando-se em consideração as particularidades e os potenciais de cada Município, a proposição de programas e ações, para as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para os programas de duração continuada.

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    A Lei Municipal nº 059 (caderno anexo), de 21 de dezembro de 2009, aprovou o Plano Plurianual – PPA, para o período de 2010 a 2013.

    Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO

    A Lei nº 057 (fls. 060 a 076), de 21 de julho de 2009, aprovou as Diretrizes Orçamentárias – LDO do Município, para o exercício de 2010.

    Integra o projeto da LDO, o anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultado nominal e primário e montante da dívida pública, além da evolução do patrimônio líquido, em cumprimento ao art. 4º §§ 1º e 2º da LRF, bem como o anexo de Risco Fiscal, o qual demonstra os Passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem, como determina o § 3º, do art. 4º da Lei nº 101/00.

    Consta nos autos a comprovação da publicação do PPA e da LDO, em cumprimento ao art. 48, da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Lei Orçamentária Anual – LOA

    A Lei Orçamentária Anual estabelece limites de despesas, em função da receita estimada para o exercício financeiro a que se referir, obedecendo os princípios da unidade, universalidade e anuidade.

    A Lei Orçamentária nº 061/09 (caderno anexo), de 23 de dezembro de 2009, aprovou o orçamento do Município, fixando-o em R$ 16.854.745,00, sendo R$ 11.991.515,00 relativo ao Orçamento Fiscal, R$ 4.863.230,00 para Seguridade Social, cujo comprovante de sua publicação foi apresentado na defesa.

    Programação Financeira

    Consta nos autos (fls. 157 a 164) a Programação Financeira e o cronograma mensal de desembolso, sendo este o instrumento instituído pelo art. 8º da LRF que possibilita ao Gestor traçar um

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    programa de utilização dos créditos orçamentários aprovados no exercício, bem como efetivar uma análise comparativa entre o previsto na LOA e a sua realização mensal, compatibilizando a execução das despesas, com as receitas arrecadadas no período.

    O artigo 8º autorizou a abertura de créditos suplementares nos limites e com recursos abaixo indicados:

    a) decorrentes de Superávit Financeiro até o limite de 100% (cem por cento), do mesmo, de acordo com o estabelecido no art. 43, § 1º, inciso I e § 2º da Lei 4.320/64;

    b) decorrentes do excesso de arrecadação até o limite de 100% (cem por cento), do mesmo conforme estabelecido no art. 43, § 1º, inciso II, § 3º e 4º da Lei 4320/64;

    c) decorrentes da anulação parcial ou total de dotações, conforme o estabelecido no art. 43, § 1º, inciso III da Lei Federal 4.320/64, no limite de 100% (cem por cento) das despesas autorizadas;

    DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

    Créditos Adicionais Suplementares

    Foram abertos através de Decretos do Poder Executivo créditos adicionais suplementares de R$ 9.164.494,00, tendo como fonte de recursos a anulação de dotações orçamentárias, tendo sido contabilizados em igual valor, dentro do legalmente estabelecido.

    DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

    A 25ª Inspetoria Regional de Controle Externo exerceu a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Município, notificando mensalmente o Gestor sobre as falhas e irregularidades detectadas no exame da documentação mensal. As ocorrências não sanadas ou não satisfatoriamente esclarecidas, devidamente consolidadas no incluso Relatório Anual de fls. 835 a 909, são:

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    • realização das seguintes despesas por dispensa de licitação, no total de R$ 330.067,07, fundamentadas no art. 24, inciso IV, da Lei nº 8.666/93, decorrente de decretação de situação de emergência no Município – Decreto nº 09/2010, de 04 de janeiro de 2010:

    P.P. Objeto Credor R$ Pago037, 038, 039, 090, 204, 120,

    366

    Reforma geral em unidades de saúde Galego Edificações Ltda 120.122,23

    156 Medicamentos para farmácia básica Joaquim Cardoso da Silva 11.620,00

    207, 208, 375Serviços mecânicos e fornecimento de peças para Pá Mecânica

    Elismara Dourado Nery 64.035,25

    090, 204, 120, 366

    Serviços de limpeza e coleta de lixo

    Construtura Canapolense Souza Queiroz Ltda 96.151,00

    234 Levantamento planialtimétrico TOPGEO Assistência Técnica Agropecuária 9.296,29

    403 MedicamentosNB Farma Distrib. de Produtos Farmacêuticos Ltda

    8.842,30

    424 Limpeza de prédios urbanos Josenilda Rodrigues da Silva 20.000,00

    TOTAL 330.067,07

    Registre-se que essas despesas são objeto do Termo de Ocorrência nº 91.227/10, lavrado pela 25ª IRCE, distribuído para o Conselheiro Plínio Carneiro da Silva Filho, estando em fase instrutória, de modo que, em respeito ao princípio da prevenção ressente-se esta Relatoria de apreciar o mérito dessa questão, ressaltando-se que o presente pronunciamento é emitido sem prejuízo do que vier a ser decidido a respeito.

    • Contratações feitas por inexigibilidade de licitação, com base no art. 25, inciso II, c/c o art. 13, incisos III e VI, da Lei nº 8.666/93, cujos procedimentos não teriam sido apresentados à IRCE. Em sua defesa, o Gestor enviou os processos abaixo relacionados, devidamente chancelados pela IRCE, relativos às despesas discriminadas, alegando ter havido manifesto equívoco da IRCE quanto a esse registro:

    Proc. Vigência Objeto Credor Contrato

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    .

    001/10 Jan a dez Assessoria Jurídica Alex Tyago Moreira Queiroz 49.560,00

    002/10 Jan a dezServiços Técnicos Contábeis ASCOPEL Cont. Pública Ltda 126.000,00

    003/10 Jan a junhoServiços elaboração de licitações e contratos Renilson Caetano Ferreira 11.232,00

    004/10 Jan a dez Assessoria Jurídica Fernando Grisi Júnior 112.128,36

    005/10 Jan a dez Serviços médicos PSFFernanda de Souza Fernandes 10.825,52

    006/10 Jan a dezServiços médicos ortopedista Érico Lopes de Souza 73.017,36

    009/10 Jan a fev Assessoria controladoria geralGAP Consultoria e Assessoria Ltda 12.000,00

    010/10 Jan a dezLocação e manutenção preventiva de sistemas Freire Informática Ltda 66.000,00

    012/10 Jan a dezServiços de coordenação de vigilância sanitária Juliano Naves de Souza 41.286,36

    013/10 Jan a dez

    Suporte técnico aos sistemas operacionais da rede de saúde

    Miguel Rodrigues da Silva Filho 10.080,00

    016/10 Jan a dez Cirurgião dentista PSF Diogenes Rege Souza Santos 28.629,60

    017/10 Jan a dez Dentista PSF Douglas Dilman Alves Correia 28.629,60

    019/10 Jan a dez Enfermeira PSF Patricia Regi Lozei Moreira 28.629,60

    021/10 Jan a dez Dentista PSF Maíra Athaide de Oliveira 28.629,60

    024/10 Jan a dez Assistência FarmacêuticaAna Paula Santos de Oliveira Bastos 33.360,00

    028/10 Jan a dez Médico Clinica Geral PSFMagda Brandão de Oliveira Santos 218.795,04

    041/10 Fev a dez Assistente Social Érico Santos de Queiroz 26.235,00

    049/10 Fev a dez Assessoria JurídicaMatos, Medina, Santos e Soares Advogados Associados

    58.850,00

    050/10 Fev a dez Assessoria JurídicaMendes e Coelho Advogados Associados 64.735,00

    070/10 Abril a dezAssessoria controladoria geral

    GAP Consultoria e Assessoria Ltda 54.000,00

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    071/10 Abril a dez Consultoria ContábilPrime Consultoria e Assessoria em Gestão Pública Ltda

    13.500,00

    073/10 Abril a dez DentistaSimone Ferreira Oliveira Caselli 19.422,00

    074/10 Abril a dez

    Provedor de Internet e manutenção de computadores

    Giancarlo de Souza Silva 22.725,00

    075/10 Abril a dezDivulgação e publicidade em carro de som

    Márcia Andreia Pereira de Araújo 13.500,00

    080/10 Abril a dezServiço ambulatorial de Ginecologia Mikaelly Vieira Garcia 44.100,00

    081/10 Abril a dez Serviços de Radiologia Flávio Neves Marques 15.730,00

    082/10 Abril a dezServiços médicos em exame laboratoriais

    Servipratic lab Laboratório de Análises Clínicas Ltda 54.000,00

    083/10 Abril a dezServiços de Radiologia e Ultrassonografia Wander Igor da Silva Tavares 19.422,00

    084/10 Abril

    Serviços de levantamento Planialtimétrico e cadastral detalhado de ruas

    Luciana de Melo de Chaves - ME 10.700,00

    TOTAL 1.295.722,04

    Desse total exposto no quadro acima, R$ 285.273,36 foram empregados em assessorias e consultorias jurídicas, R$ 205.500,00 em assessoria e consultoria contábil, nesses casos admitida a possibilidade de contratação por inexigibilidade, e R$ 569.830,32 no Programa de Saúde da Família – PSF e prestação de serviços médicos e odontológicos, através de contratações temporárias de médicos, dentistas, enfermeiras e clínica geral, autorizadas pela Lei Municipal nº 064/2010, totalizando R$ 1.060.603,68.

    O Gestor justifica também a contratação de quatro assessorias jurídicas no fato de que, sendo este o primeiro ano de seu governo ter constatado que o Município tem uma grande demanda processual perante a Justiça Comum Estadual, a Justiça Cível Federal e a Justiça do Trabalho, cujos números e identificações arrola em sua resposta, asseverando que a defesa do Município nesses processos foram, em sua maioria, promovida pelos advogados contratados em 2010, tendentes a regularizar a situação perante diversos órgãos federais e

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    estaduais, a fim de possibilitar a celebração de convênios e que apenas duas dessas contratações foram renovadas em 2011.

    Apesar desses esclarecimentos, é de se observar que os gastos realizados com assessoria jurídicas e contábeis, ainda que admitidas as contratações, em princípio, via procedimento de inexigibilidade, desde que observados in totum os requisitos disciplinados na Lei, são efetivamente elevados para os padrões da Comuna, não se justificando a contratação de múltiplas empresas ou profissionais para o desempenho dos misteres inerentes à própria Administração. Especificamente no caso do procuratório judicial do Município, deve o Poder Público estruturar o quadro de procuradores para desempenho desse mister, através de lei aprovada pela Câmara, com o provimento dos respectivos cargos através concurso público de provas ou de provas e títulos, nos termos constitucionais. Dos R$ 169.118,36 restantes foram efetivamente pagos R$ 150.600,00, de acordo com a relação dos processos de pagamento enviados pela IRCE (fls. 1587/1590), cujos procedimentos apresentam precária motivação da contratação por inexigibilidade e ausência da justificativa da escolha do prestador do serviço e do preço pago.

    Deve a CCE verificar a vigência ou não da totalidade dessas contratações e as informações prestadas pelo Gestor sobre a rescisão de parte desses contratos no exercício de 2011, lavrando-se, se necessário, competente Termo de Ocorrência para fixação de responsabilidades.

    • Contratação de serviços através de modalidade imprópria de licitação: locação de veículos para o transporte escolar - Convite nº 01/2010 (R$ 614.700,00); e serviços de limpeza de prédio público - Convite nº 03/2010 (R$ 117.880,00);

    • pagamento de diárias em valor superior ao estabelecido em lei ao Sr. Josenízio Cortes Fagundes (R$ 1.470,00) e Uilson Moreira Fagundes Sobrinho (R$ 540,00);

    • os processos de pagamento nºs 2045, 2046, 2047, 2048 e 2087 totalizam R$ 120.900,00 de despesas pagas à empresa Dark

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Prestação de Serviços Auxiliares Ltda, mas apresentam como comprovante de despesa a nota fiscal nº 00009, de R$ 83.300,00, superando em R$ 37.600,00 o valor dos pagamento feitos.

    DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - LEI nº 4.320/64

    Os Demonstrativos Contábeis foram assinados por Contabilista, devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade, sendo afixado o selo de Declaração de Habilitação Profissional – DHP, em cumprimento ao disposto na Resolução n° 871/00, do Conselho Federal de Contabilidade.

    Confronto com as Contas da Câmara

    Foi incorporado no Demonstrativo de Despesas do mês de dezembro da Prefeitura as despesas processadas pela Câmara Municipal.

    Balanço Orçamentário

    O confronto das receitas e despesas previstas com a realizada, conforme previsto no art. 102 da Lei nº 4.320/64, demonstra no quadro abaixo o resultado orçamentário do exercício.

    RECEITA DESPESAPrevista 16.854.745,00 Fixada 16.854.745,00Realizada 14.701.501,37 Realizada 14.696.382,29

    Receita Orçamentária

    A Receita Orçamentária Arrecadada está discriminada no quadro abaixo:

    Categorias Valores (R$ )Receitas Correntes 15.574.717,64Receitas de Capital 599.915,25Dedução FUNDEB 1.473.131,52Total 14.701.501,37

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    No exercício financeiro de 2011 a arrecadação foi de R$ 14.701.501,37, representando 87,22% de sua previsão. Desse valor, R$ 1.175.686,54 referem-se a receitas próprias, que equivalem a 75,53% de sua previsão de R$ 1.556.591,00.

    Quanto à previsão de receitas próprias, constata-se que o orçamento não contemplou critérios adequados de planejamento, inobservando a efetiva capacidade de arrecadação do Município, ocorrendo frustração de receitas nas receitas do IPTU, IRRF, ITBI, e nas principais taxas municipais, em desacordo com o estabelecido nos arts. 29 e 30, da Lei Federal nº 4.320/64.

    A LRF dispõe em seu art. 11, que constituem requisitos essenciais da responsabilidade fiscal a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência institucional do ente da federação. Logo, as previsões de receita para fins de elaboração do orçamento devem ser feitas de acordo com normas técnicas e legais, observando a efetiva capacidade de arrecadação e a realidade financeira do Município.

    Despesa Realizada

    Observa-se que quanto as despesas executadas houve uma economia orçamentária de R$ 2.158.362,71, uma vez que foram realizadas despesas de R$ 14.696.382,29, ante uma fixação de R$ 16.854.745,00. Assim, as despesas efetivamente executadas corresponderam a 87,19% do valor autorizado, resultando no superávit de execução orçamentária de R$ 5.119,08.

    A Despesa Realizada em 2009 e 2010 comportou-se conforme tabela abaixo:

    Despesas 2009 2010 Variação(%)Despesas Correntes 10.776.480,80 13.433.464,61 24,66Pessoal e Encargos 4.375.084,23 5.181.011,75 18,42

    Juros e Encargos da dívida 20.401,29 80.584,44 295Outras despesas correntes 6.380.995,28 8.171.868,42 28,07

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Despesas de Capital 1.000.911,03 1.262.917,68 26,18Total 11.777.391,83 14.696.382,29

    Para as despesas com manutenção e o funcionamento dos serviços públicos, classificadas como Despesas Correntes, as despesas com pessoal e encargos contabilizadas, tiveram um incremento de 18,42% em relação ao exercício de 2009, representando em 2010 35,25% do total das despesas realizadas no exercício.

    Resultado da Execução Orçamentária

    Em relação ao exercício de 2009, verifica-se que a receita cresceu 26,41% e a despesa 24,78%. A execução orçamentária deficitária de R$ 147.532,78 do exercício anterior passou a superavitária no exercício sob exame, em R$ 5.119,08, conforme quadro abaixo:

    Descrição 2009 (R$ ) 2010 (R$ ) %Receita 11.629.859,05 14.701.501,37 26,41

    Despesa 11.777.391,83 14.696.382,29 24,78Resultado (147.532,78) 5.119,08

    Balanço Financeiro

    Esta peça contábil tem o objetivo de evidenciar o fluxo financeiro ocorrido na entidade, ilustrando a receita e despesa compreendidas na execução orçamentária, bem como os recebimentos e pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que são transferidos para o exercício seguinte.

    O resultado do Balanço Financeiro foi o seguinte:

    RECEITA (R$ ) DESPESA (R$ )Orçamentária 14.701.501,37 Orçamentária 14.696.382,29Extra orçamentária 1.382.762,16 Extra orçamentária 1.229.324,58Saldo exerc. Anterior 524.644,86 Saldo exerc. Seguinte 683.201,52Total 16.608.908,39 Total 16.608.908,39

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    Do total de R$ 16.608.908,39 de ingressos, R$ 14.701.501,37 são orçamentários, R$ 1.382.762,16 de origem extraorçamentária e R$ 524.644,86 oriundos do exercício anterior.

    Conforme demonstrado no Balanço Financeiro, houve incorporação no Anexo 13 - Balanço Financeiro, das Receitas e Despesas Extra-Orçamentárias da Câmara Municipal, em cumprimento ao art. 2º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

    À luz do princípio da prudência, alertamos para a escrituração do saldo para o exercício seguinte de R$ 683.201,52, pois foi incluída a conta do ativo realizável (R$ 52.584,12, Sr. Hélio José de Oliveira), que conforme o Balanço Patrimonial não é disponibilidade financeira imediata, e sim futura, já que este valor perdura inalterado de exercícios passados.

    De acordo com o art. 103 da Lei Federal n°4.320/64, a escrituração no Balanço Financeiro nesse contexto faz-se para os saldos em espécie que são transferidos para o exercício seguinte, devendo a Administração municipal adotar providências, objetivando a correção de tal fato, cujo reflexo deverá ficar evidenciado no Balanço Financeiro do exercício subsequente.

    A título ilustrativo, as Normas e Procedimentos de Contabilidade, especificamente a NPC – 1, em seu item 12, alínea “a”, dispõe que as disponibilidades compreendem apenas o numerário em mãos, em trânsito e os depósitos em conta corrente que possam ser livremente utilizados. Os numerários cuja utilização regular seja obstada por restrições de qualquer natureza devem ser excluídos deste item.

    Balanço Patrimonial

    Apresenta o estado patrimonial da Entidade ao final do exercício, através de seus investimentos e de sua origem, representando os bens, direitos e obrigações. Conjugado com a Demonstração das Variações Patrimoniais evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, indicando o resultado do exercício.

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    O Balanço Patrimonial apresentou um resultado de Passivo Real Descoberto de R$ 666.503,10, em face do Passivo Real Descoberto do exercício de 2009, de R$ 413.106,70, adicionado do déficit patrimonial do exercício sob exame de R$ 253.396,40, que evidencia uma situação líquida negativa comprometedora da gestão do exercício seguinte, devendo o Gestor adotar medidas para reversão da situação patrimonial negativa do Município.

    Ativo O Balanço Patrimonial contém, em seu grupo do Ativo, os bens e direitos do Município, cuja composição está representada na tabela abaixo:

    ATIVO VALORATIVO FINANCEIRO Disponível Realizável

    683.201,52 683.201,52

    0,00ATIVO PERMANENTE 6.761.268,85Total do Ativo Real 7.444.470,37

    Ativo Disponível

    Disponibilidade de recursos

    Conforme Balanço Patrimonial, as disponibilidades financeiras do Município, ao final do exercício, alcançaram o montante de R$ 683.201,52, valor este 30,22% superior ao apresentado no exercício anterior.

    Ativo Realizável

    Reincidentemente perdura do exercício de 2009, a conta “Hélio José de Oliveira”, no valor de R$ 52.584,12, evidenciando que não foram adotadas medidas eficazes para as suas regularizações.

    Questionado sobre a origem desses direitos, bem como as medidas que estão sendo adotadas para a sua regularização, o Gestor informou que ingressou com Ação Civil Pública, a fim de obter o

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    ressarcimento respectivo, tendo ele encaminhado o documento comprobatório, devidamente recebido pela Vara Única de Fazenda Pública da Comarca de Santana - Ba.

    Passivo

    Quanto ao grupo do Passivo, integrante também do Balanço Patrimonial, estão registradas as dívidas de curto e longo prazos do Município, a seguir representada:

    PASSIVO VALORPASSIVO FINANCEIRO 535.230,91PASSIVO PERMANENTE 7.575.742,56Total do Passivo Real 8.110.973,47

    Passivo Financeiro

    Consta do Passivo Financeiro a conta “INSS – Executivo”, com saldo de R$ 21.362,55, que caracteriza apropriação indébita por parte do Município.

    Determina-se ao Gestor que faça imediatamente os recolhimentos devidos, porquanto deixar de repassar à Previdência Social, no prazo legal, as contribuições recolhidas dos servidores caracterizam ilícito penal tipificado como “apropriação indébita previdenciária”, com as cominações previstas na Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000.

    Passivo Permanente

    A análise da Dívida Fundada do Município demonstra que R$ 7.575.742,56 correspondem às dívidas com o INSS e Precatórios. Em relação ao exercício de 2009 houve um crescimento de 42,87% em 2010.

    Do total da Dívida Fundada do Município, 93,85% corresponderam a compromissos com o INSS, e comparando o exercício de 2009 com o de 2010, houve um aumento de 50,40%, evidenciando que administração da dívida de longo prazo não está adequada, podendo comprometer no futuro o equilíbrio das contas públicas municipais.

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Não foram apresentados documentos comprobatórios da Dívida Fundada Interna, em descumprimento ao item 39, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

    Na defesa o Gestor não se pronunciou quanto a questão, devendo a Administração encaminhar as peças respectivas na prestação de contas do exercício de 2011.

    Dívida Ativa

    No exercício sob exame a cobrança da Dívida Ativa Tributária foi de R$ 9.151,21, que representa 8,62% do saldo da Dívida Ativa Tributária no exercício de 2009, que foi de R$ 106.116,48. Houve inscrição de R$ 39.907,40, resultando ao final do exercício um saldo de R$ 136.872,67.

    Dívida Ativa Não Tributária

    Quanto a Dívida Ativa não Tributária, houve cobrança de R$ 36.237,22, que representa 82,79% do saldo do exercício de 2009, que foi de R$ 43.772,35, resultando ao final do exercício um saldo de R$ 23.735,13.

    A tímida cobrança da Dívida Ativa Tributária pode caracterizar, por sua reincidência, renúncia de receita, conforme previsto na Lei Complementar nº 101/00, cabendo ao Gestor adotar as medidas necessárias para o ingresso dessa receita à conta da Prefeitura Municipal, como forma de elevar a arrecadação direta, sob pena de responsabilidade, verificando-se reincidência em relação a 2009.

    Registre-se que não consta dos autos a Relação da Dívida Ativa, em descumprimento ao quanto disposto no art. 9º, item 28, da Resolução TCM nº 1060/05, que dispõe:

    “Art. 9º A documentação anual encaminhada pela Prefeitura deverá conter:

    28. relação de valores e títulos da dívida ativa tributária e não tributária, discriminados por contribuinte, corrigidos e contendo,

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    ainda, a última inscrição efetivada em controle próprio. Em contando o município com população superior a 200.000 habitantes, dispensa-se o encaminhamento da relação, devendo entretanto ser apresentada certidão firmada pelo Prefeito e Secretário de Finanças atestando estarem tais valores devidamente registrados.”

    Analisando a Demonstrações das Variações Patrimoniais, fls. 228 a 229, verifica-se que não houve atualização da Dívida Ativa. Cabe registrar que o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, instituído pela Portaria n° 467 de 06/08/2009 do STN, estabelece:

    “Os créditos inscritos são objeto de atualização monetária, juros e multas, previstos em contratos ou em normativos legais, que são incorporados ao valor original inscrito. A atualização monetária deve ser lançada no mínimo mensalmente, de acordo com índice ou forma de cálculo pactuada ou legalmente incidente.” (grifo nosso)

    Dívida Consolidada Líquida

    O Pronunciamento Técnico indica que a Dívida Consolidada Líquida do Município obedeceu ao limite de 1,2 vezes da Receita Corrente Líquida, em cumprimento ao art. 3º, inciso II, da Resolução nº 40, de 20.12.2001, do Senado Federal.

    Precatórios Judiciais

    O Balanço Patrimonial registra a existência de Precatórios no montante de R$ 466.001,44, cuja relação dos beneficiários, demonstrando a ordem cronológica e os valores respectivos foi apresentada na defesa, em cumprimento ao art. 30, § 7º e art. 10, da Lei Complementar nº 101/00 (LRF), assim como na Resolução TCM nº 1060/05, art. 9º, item 39.

    Vale observar que o art. 100 da Constituição Federal dispõe que:

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    “Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentenças judiciais, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.”

    Restos a Pagar

    A disponibilidade de caixa foi suficiente para quitar os restos a pagar inscritos em 2009, cumprindo o art. 42, parágrafo único, da Lei Complementar nº 101/00.

    Alerta-se à Administração quanto ao cumprimento do art. 42 da Lei Complementar 101 – LRF no último ano de mandato.

    Ressalte-se que no exame da Prestação de Contas anual referentes ao último ano de mandato, para fins da verificação do cumprimento do art. 42 da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, a disponibilidade financeira será apurada levando em consideração diversos aspectos, devendo o Gestor a observar a didática adotada pela Coordenadoria de Controle Externo, conforme Pronunciamento Técnico - item 4.7.

    Deve o Gestor também cumprir o quanto disposto na Resolução TCM 1060/05, art. 9º, itens 19 e 29, quanto à apresentação das relações analíticas dos elementos que compõem o Passivo Financeiro visando atender a todas as suas exigências, inclusive as que se referem aos Restos a Pagar, indicando ainda, as fontes de recursos, possibilitando, assim, verificar-se a vinculação da disponibilidade com a respectiva despesa.

    Demonstração Das Variações Patrimoniais

    A Demonstração das Variações Patrimoniais registra Variações Ativas de R$ 17.035.740,72 e Passivas de R$ 17.289.137,12, causando um Resultado Patrimonial de R$ 253.396,40 – Déficit.

    Conforme Demonstração das Variações Patrimoniais, houve baixa de “Dívida Interna com o INSS, Embasa e TELEMAR, sem constar dos autos os processos administrativos respectivos .

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    É de se observar que o procedimento para cancelamento de dívidas passivas impõe a instauração do competente processo administrativo, instruído com a documentação indispensável, o que não foi observado.

    Adverte-se a Administração para que respeite todas as fases do ato administrativo, inclusive com as manifestações dos órgãos pertinentes, motivando e publicizando suas decisões, permitindo um maior controle e transparência sobre seus atos.

    Inventário

    O Inventário Patrimonial de fls. 234 a 335, demonstra os números dos respectivos tombamentos e está acompanhado da Certidão atestando que todos os bens do Município estão registrados no Livro de Tombo. Entretanto, não demonstra a alocação dos bens, em descumprimento ao quanto estabelecido no art. 9º, item 18, da Resolução TCM nº 1060/05.

    O levantamento dos inventários responde às exigências de controle e de prestação de contas de responsáveis pela guarda de bens. A Lei nº 4.320/64 prescreve no art. 96 a obrigatoriedade do levantamento inicial e geral do patrimônio das entidades públicas, mediante inventário analítico na sede de cada repartição e o registro sintético nas contabilidades respectivas, e a partir deste levantamento inicial a obrigatoriedade da conferência periódica da escrituração com os bens existentes.Vale aqui destacar a reincidência e a falta de comprometimento da Administração Municipal com a preservação e o adequado controle dos bens patrimoniais. Deve a Administração atender à Resolução citada, elaborando o Inventário Analítico onde a descrição dos componentes é feita obedecendo ao máximo de rigor nas minúcias e onde todos os demais componentes seguem o mesmo princípio, já no exercício de 2011.

    DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

    Educação - artigo 212 da Constituição Federal

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    O Município cumpriu o determinado no art. 212 da Constituição Federal, aplicando em educação R$ 4.997.779,80, correspondentes a 27,43% da receita resultante de impostos, de acordo com o Pronunciamento Técnico e dos exames efetuados pela Inspetoria Regional de Controle Externo, na documentação de despesa apresentada aí incluídos os “Restos a Pagar”, quando o mínimo exigido é de 25%.

    Fundeb – Lei Federal nº 11.494/07

    O Município cumpriu o art. 22 da Lei Federal n.º 11.494/07, que instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação - FUNDEB, aplicando 65,99% dos recursos, correspondentes a R$ 2.613.714,00, na remuneração de profissionais em efetivo exercício do magistério, quando o mínimo exigido é de 60%. Conforme informação da Secretaria do Tesouro Nacional, a receita do Município proveniente do FUNDEB foi de R$ 3.955.350,42.

    Consta nos autos o Parecer do Conselho Municipal do FUNDEB, observando ao art. 31 da Resolução TCM n° 1.276/08.

    Despesas do FUNDEB – art. 13, § único, da Resolução TCM nº 1.276/08

    Conforme Pronunciamento Técnico foi observado o limite de 5% para aplicação dos recursos do FUNDEB no primeiro trimestre do exercício subsequente àquele em que se deu o crédito, mediante abertura de crédito adicional, nos moldes do art. 13, § único da Resolução TCM nº 1.276/08.

    Glosa deste exercício

    Foram glosadas pela Inspetoria Regional despesas de R$ 5.880,00, por caracterizarem desvio de finalidade do FUNDEB.

    Embora o Gestor indique na defesa o encaminhamento do comprovante de devolução do valor acima citado, não há nos autos nenhum novo documento de porte a descaracterizar a glosa identificada pela IRCE.

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Débitos pendentes do FUNDEF e FUNDEB

    Conforme registros constantes do Sistema de Informações e Controle de Contas (SICCO), desta Corte de Contas, encontram-se pendentes de recolhimento as glosas a seguir discriminadas:

    Processo Parecer Prévio

    Responsável Exercício Valor (R$ ) Natureza

    06393/04 212/04 Rubiê Queiroz de Oliveira

    2003 27.586,32 FUNDEF

    07211/05 306/05 Rubiê Queiroz de Oliveira

    2004 28.196,67 FUNDEF

    09490/10 415/10 Domingos Silva da Costa 2009 82.441,67 FUNDEB

    Foram apresentados na defesa os comprovantes de recolhimento de R$ 41.843,98 à conta do FUNDEB, que devem ser encaminhados à CCE para os registros devidos.

    Desta forma, determina-se ao Gestor a restituição do valor restante de R$ 55.782,99 à conta do FUNDEF e de R$ 46.477,69 à conta do FUNDEB, no total de R$ 102.260,68, em 04 (quatro) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a contar do trânsito em julgado do presente decisório.

    Fica o Gestor advertido que a reincidência no desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEB ou o não cumprimento da determinação dos estornos, conforme acima consignado, poderá comprometer o mérito de suas contas futuras.Aplicação Mínima em Ações e Serviços Públicos de Saúde – art. 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

    Foi cumprido o art. 77, inciso III, § 1º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, pois as aplicações realizadas em ações e serviços públicos de saúde foram de R$ 1.333.996,27, correspondentes a 16,58% do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, alínea b e § 3º, da Constituição Federal, com a exclusão de 1%

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    (um por cento) do FPM, de que trata a Emenda Constitucional nº 55/07, quando a aplicação mínima exigida é de 15%.

    Foi apresentado o Parecer do Conselho Municipal de Saúde, em cumprimento ao art. 13, da Resolução TCM nº 1.277/08.

    Transferência de Recursos ao Poder Legislativo – art. 29-A da C.F.

    Embora o valor fixado no Orçamento para a Câmara Municipal tenha sido de R$ 765.400,00, o valor efetivamente repassado foi de R$ 512.528,49, de acordo com os parâmetros estabelecidos no art. 29-A, da Constituição Federal.

    SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS

    A Lei Municipal nº 042/2008, fixou os subsídios do Prefeito em R$ 8.000,00, os do Vice-Prefeito em R$ 3.000,00 e os dos Secretários Municipais em R$ 1.700,00,00, depreendendo-se das informações contidas no Pronunciamento Técnico neste particular que os valores por eles percebidos obedeceram aos parâmetros legais estabelecidos.

    CONTROLE INTERNO

    O Relatório Anual de Controle Interno do exercício em exame reincidentemente não atende completamente às preconizações do art. 74, incisos I a IV, da Constituição Federal e art. 90, incisos I a IV da Constituição Estadual, uma vez que é omisso na avaliação do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execução dos Programas de Governo, além de não analisar os resultados quanto à economia, eficiência e eficácia da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e operacional da entidade.Fica o Gestor advertido para o cumprimento da Resolução TCM nº 1.120/05 e legislação pertinente.

    DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

    Pessoal

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    A despesa realizada com pessoal obedeceu ao limite de 54% definido pelo art. 20, inciso III, alínea “b”, da Lei Complementar nº 101/00, aplicando R$ 7.531.518,13, correspondentes a 53,39% da Receita Corrente Líquida de R$ 14.107.537,74, mas excedeu o limite prudencial de 95% previsto no parágrafo único, do art. 22, da referida Lei, conforme quadro abaixo.

    D E S P E S A C O M P E S S O A L Receita Corrente Líquida R$ 14.107.537,74 Limite máximo – 54% (art. 20 LRF) R$ 7.618.070,37 Limite Prudencial – 95% do limite máximo (art. 22) R$ 7.237.166,85 Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) R$ 6.856.263,33 Despesa realizada com pessoal R$ 7.531.518,13 Percentual da Despesa na Receita Corrente Líquida 53,39%

    Cabe ao Gestor adotar as medidas previstas nos incisos I a V, do art. 22, da Lei Complementar nº 101/00, sob pena de responsabilidade e comprometimento de contas futuras.

    Despesa Total Com Pessoal – Percentual Excedente (Art. 23 e 66 da LRF)

    A Prefeitura de Canápolis, no exercício anterior, ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea “b”, da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, aplicando 54,70% em despesas com pessoal. Consoante o que estabelecem os arts. 23 e 66 da LRF, o Município deveria eliminar pelo menos 1/3 (um terço) do percentual excedente nos dois quadrimestres do exercício subsequente.

    De acordo com o Relatório de Prestação de Contas Mensal de agosto de 2010 a despesa de pessoal alcançou o montante de R$ 7.061.156,28, correspondentes a 53,44% da Receita Corrente Líquida de R$ 13.214.129,89, constatando-se o cumprimento da legislação supracitada, tendo em vista o limite máximo de 54,47%.Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal

    Publicidade - arts. 6º e 7º, da Resolução nº 1.065/05

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Foram apresentados na defesa os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) e de Gestão Fiscal (RGF), correspondentes aos 1º, 2º, 3º, 5º e 6º bimestres e 1º e 3º quadrimestres, respectivamente, acompanhados dos demonstrativos, com os comprovantes de sua divulgação no Diário Oficial do Município, em cumprimento ao disposto nos arts. 6º e 7º, da Resolução TCM nº 1.065/05 e ao quanto estabelecido no art. 52 (RREO) e § 2º, do art. 55 (RGF), da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

    Remessa dos Dados – arts. 1º e 2º, da Resolução nº 1.065/05

    O Sistema LRF-net registra o descumprimento do art. 1º, da Resolução TCM nº 1.065/05, que institui a obrigatoriedade da remessa, por meio eletrônico, a este Tribunal, dos demonstrativos com os dados dos Relatórios de Gestão Fiscal e Resumido da Execução Orçamentária, de que trata a Lei Complementar nº 101/00 – LRF, visto que os Relatórios referentes aos 2º e 5º bimestres foram enviados fora do prazo.

    Audiências Públicas

    Foi cumprido o § 4º, do art. 9º, da Lei Complementar nº 101/00, que dispõe que “até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º, do art. 166, da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais”, cujas publicações foram apresentadas na defesa. Encontram-se às fls. 673 a 679 as cópias das atas das audiências públicas, entretanto, os documentos estão sem a identificação dos seus membros.

    Determina-se ao Gestor o fiel cumprimento da legislação pertinente.

    DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL

    ROYALTIES - Resolução TCM nº 931/04

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    No exercício sob exame, o Município recebeu recursos oriundos do Royalties e Fundo Especial do Petróleo no montante de R$ 77.823,93. Conforme Relatório de Prestação de Contas Mensal, não foram identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

    CIDE - Resolução TCM nº 1.122/05

    No exercício sob exame, o Município recebeu recursos oriundos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE no montante de R$ 29.989,36. Conforme Relatório de Prestação de Contas Mensal, não foram identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

    RESOLUÇÃO TCM nº 1.060/05

    Demonstrativo dos Resultados Alcançados

    Foi encaminhado o Demonstrativo dos Resultados Alcançados pelas medidas adotadas, cumprindo o art. 13, da Lei Complementar nº 101/00 – LRF (item 30, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05).

    Relatório de Projetos e Atividades

    Consta às fls. 680/682 o Relatório firmado pelo Prefeito quanto aos projetos e atividades concluídos e em conclusão, com identificação da data de início, data de conclusão, quando couber, e percentual da realização física e financeira, em cumprimento ao item 32, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05 e parágrafo único, do art. 45, da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

    RESOLUÇÃO TCM nº 1.282/09

    Como o Pronunciamento Técnico não faz menção aos gastos do Poder Executivo Municipal em relação às obras e serviços de engenharia, aos servidores nomeados e contratados, bem como o total de despesa de pessoal confrontado com o valor das receitas no semestre e no período vencido do ano, além dos gastos com noticiário, propaganda ou promoção, no exercício 2010, previstos nos incisos I, II e III, do § 2º, do art. 6º, da Resolução TCM nº 1.282/09, de 22/12/2009, deixa esta Relatoria de se manifestar sobre estas

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    questões, sem prejuízo de exame e julgamento em eventuais questionamentos.

    MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

    O Sistema de Informações sobre Multas e Ressarcimentos deste Tribunal registra as seguintes pendências vencidas, sendo duas multas e quatro ressarcimentos do Gestor destas contas:

    Multas

    Processo Multado Cargo Venc. Valor R$ 07147-06 RUBIÊ QUEIROZ DE OLIVEIRA PREFEITO 19/01/2007 R$ 2.000,00

    08473-06 RUBIÊ QUEIROZ DE OLIVEIRA PREFEITO 05/12/2007 R$ 2.000,00

    07765-08 HELIO JOSE DE OLIVEIRA EX-PREFEITO 16/03/2009 R$ 1.000,00

    08966-09 JOÃO LOURENÇO SOBRINHO PRESIDENTE DA CÂMARA 18/12/2009 R$ 300,00

    08937-09 HÉLIO JOSÉ DE OLIVEIRA EX-PREFEITO 06/04/2010 R$ 1.000,00

    09490-10 DOMINGOS SILVA DA COSTA EX-PREFEITO 28/11/2010 R$ 1.000,00

    09487-10 JOÃO LOURENÇO SOBRINHO PRESIDENTE DA CÂMARA 06/12/2010 R$ 500,00

    Ressarcimentos

    Processo Responsável(eis) Cargo Venc. Valor R$ 91207-04 RUBIÊ QUEIROZ DE OLIVEIRA PREFEITO 18/04/2005 R$ 4.693,75

    91125-04 RUBIÊ QUEIROZ DE OLIVEIRA PREFEITO 17/04/2005 R$ 12.100,00

    07211-05 RUBIÊ QUEIROZ DE OLIVEIRA PREFEITO 05/12/2005 R$ 74,05

    07147-06 RUBIÊ QUEIROZ DE OLIVEIRA PREFEITO 07/01/2006 R$ 12.879,48

    07211-05 HÉLIO JOSÉ DE OLIVEIRA EX-PREFEITO 05/12/2005 R$ 101,00

    Na defesa o Gestor apresentou, mais uma vez, os comprovantes de pagamento das multas impostas nos processos TCM nºs 91.125/04, 91.207/04, 7.211/05, 7.147/06, 8.473/06, 8.904/07 (parcial), 7.765/08 (parcial), 7.212/05, 8.966/09 e 3.947.

    Conforme registrado no Parecer Prévio nº 415/10, relativo às contas do exercício de 2009, foram apresentadas cópias das inicias de Ações de Execução Fiscal relativas aos processos TCM nºs 3.947/96 e 7.212/05, de sua responsabilidade, tendo sido solicitado sua remessa à CCE, para os devidos fins, conforme abaixo transcrito:

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    “Os autos registram pendências concernentes ao não recolhimento de cominações impostas a Agentes Políticos do município em decisões transitadas em julgado nesta Corte - multas ou ressarcimentos. A defesa final colaciona comprovantes de quitação das multas impostas nos processos TCM números 91.125/04, 91.207/04, 7.211/05, 7.147/06, 8.473/06, 8.904/07 (parcela), 7.765/08 (parcela), 7.212/05, 8.966/09, 3.947 e 7.212/05, bem assim cópias das inicias de Ações de Execução Fiscal relativas aos processos TCM números 3.947/96 e 7.212/05, remetidos às verificações e registros da Unidade Técnica competente. As ações devem merecer acompanhamento para informação, anual, a esta Corte, bem assim o recolhimento das parcelas remanescentes, na medida em que a matéria será objeto de apreciação nas contas seguintes.”

    Desta forma, ficam pendentes de cobrança as multas relativas aos processos TCM nºs 08937/09, 09490/10 e 09487/10, bem como o ressarcimento decorrente do processo nº 91.125/04.

    Registre-se que o Gestor tem por obrigação adotar medidas efetivas de cobrança, inclusive judiciais, das multas e ressarcimentos impostos pelo TCM a agentes políticos municipais, sob pena de responsabilidade, promovendo a sua inscrição na dívida ativa, daqueles que ainda não o foram, já que as decisões dos tribunais de contas, por força da estatuído no artigo 71, § 3º da constituição da república, das quais resulte imputação de débito ou multa, têm eficácia de título executivo.

    Ressalte-se que em relação às multas, a cobrança tem de ser efetuada antes de vencido o prazo prescricional, “sob pena de violação do dever de eficiência e demais normas que disciplinam a responsabilidade fiscal”. A omissão do gestor que der causa à sua prescrição resultará em lavratura de Termo de Ocorrência para ressarcimento do prejuízo causado ao Município. Caso não concretizado, importará em ato de improbidade administrativa, pelo que este TCM formulará Representação junto à Procuradoria Geral da Justiça.

    DAS DENÚNCIAS/TERMOS DE OCORRÊNCIA/PROCESSOS

    Em Tramitação

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    Tramita nesta Corte de Contas o Termo de Ocorrência nº 91.227/10,contra o Sr. Rubiê Queiroz de Oliveira, Gestor destas contas, ressalvando-se que o presente pronunciamento é emitido sem prejuízo das decisões que posteriormente vierem a ser emitidas por este Tribunal.

    Em face do exposto,

    R E S O L V E:

    Emitir Parecer Prévio pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de CANÁPOLIS, constantes do processo TCM-8572/11, exercício financeiro de 2010, com base no art. 40, inciso II, c/c o art. 42, da Lei Complementar nº 06/91, de responsabilidade do Sr. Rubiê Queiroz de Oliveira.

    As conclusões consignadas nos Relatórios e Pronunciamentos técnicos submetidos à análise desta Relatoria levam a registrar as seguintes ressalvas:

    • descumprimento de determinação deste Tribunal, quanto à não restituição de R$ 55.782,99 à conta do FUNDEF e de R$ 46.477,69 à conta do FUNDEB, totalizando R$ 102.260,68, relativos aos exercícios de 2003, 2004 e 2009, com reincidência;

    • reincidência do Gestor no descumprimento de determinação deste Tribunal, pelo não pagamento de um ressarcimento a ele imputado, de R$ 12.100,00.

    • descumprimento da Resolução TCM nº 1.065/05, no que se refere à remessa dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária referentes ao 2º e 5º bimestres fora do prazo;

    • tímida cobrança da Dívida Ativa Tributária, com reincidência; • reincidência no Relatório deficiente do Sistema de Controle Interno;

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    • outras ocorrências consignadas no Relatório Anual expedido pela CCE, notadamente gastos irrazoáveis com assessorias e consultorias jurídicas e contábeis; irregularidades na concessão de diárias; e ausência de comprovação de despesas em processos de pagamento.

    Por esses motivos, aplica-se ao Gestor, com arrimo no art. 73, da mesma Lei Complementar, multa de R$ 8.000,00 (oito mil reais), lavrando-se para tanto a competente Deliberação de Imputação de Débito, nos termos regimentais, quantia esta que deverá ser quitada no prazo e condições estipulados nos seus arts. 72, 74 e 75.

    Determinações ao Gestor:

    1− Adotar medidas efetivas de cobrança das demais multas e ressarcimentos relacionados acima, aplicadas a agentes políticos do Município, inclusive dele próprio, sob pena de responsabilidade, promovendo a sua inscrição na dívida ativa, daqueles que ainda não o foram, inclusive com promoção de ação executiva judicial, já que as decisões dos Tribunais de Contas, por força da estatuído no artigo 71, § 3º da Constituição da República, das quais resulte imputação de débito ou multa, têm eficácia de título executivo.

    2− Restituir, à conta do FUNDEB, o valor de R$ 5.880,00, relativo ao exercício de 2010, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar do trânsito em julgado deste pronunciamento, e de R$ 138.224,66, referentes a exercícios anteriores, sendo R$ 55.782,99 à conta do FUNDEF e R$ 82.441,67 à conta do FUNDEB, em () parcelas mensais, iguais e sucessivas, devendo a CCE acompanhar o cumprimento desta determinação, ficando o Gestor advertido que a reincidência no desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEB ou o não cumprimento da determinação dos estornos, conforme acima consignado, poderá comprometer o mérito de suas contas futuras.

    3− Adotar medidas urgentes para os recolhimentos de “INSS – Executivo”, com saldo de R$ 21.362,55, porquanto deixar de repassar à Previdência Social, no prazo legal, as contribuições recolhidas dos contribuintes, caracteriza ilícito penal tipificado

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  • cont. do P.P. Nº 549/11

    como “apropriação indébita previdenciária”, com as cominações previstas na Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000.

    4− Adotar as medidas previstas nos incisos I a V, do art. 22, da Lei Complementar nº 101/00, adotando-se entre outras, as providências contidas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição Federal, para que as despesas com pessoal não ultrapassem o limite de 54% da receita Corrente Líquida imposto pelo art. 20 da mesma Lei Complementar, sob pena de responsabilidade e comprometimento de contas futuras.

    Determinações à CCE:

    • Adotar medidas para que sejam atualizadas as informações relativas a multas e ressarcimentos imputados a agentes políticos do Município de Canápolis, visto que, conforme acima transcrito do Parecer Prévio nº 415/10, os comprovantes de quitação das multas impostas nos processos TCM nºs 91.125/04, 91.207/04, 7.211/05, 7.147/06, 8.473/06, 8.904/07 (parcela), 7.765/08 (parcela), 7.212/05, 8.966/09, 3.947 e 7.212/05, bem como cópias das inicias de Ações de Execução Fiscal relativas aos processos TCM nº 3.947/96 e 7.212/05 foram apresentados por ocasião da diligência final da prestação de contas do exercício financeiro de 2009.

    • Deve a CCE verificar a vigência das contratações e as informações prestadas pelo Gestor sobre a rescisão de parte dos contratos de assessorias e consultorias jurídicas e contábeis no exercício de 2011, lavrando-se, se necessário, competente Termo de Ocorrência, para fixação de responsabilidades.

    Determinações à SGE:

    • Extrair os documentos de fls. 1165 a 1210 (documento 08), referentes ao pagamento de multas relativas aos processos TCM nºs 91.125/04, 91.207/04, 7.211/05, 7.147/06, 8.473/06, 8.904/07, 7.765/08, 7.212/05, 8.966/09, 3.94796 e 7.212/05, e encaminhar para a 3ª Diretoria de Controle Externo para fins de registro.

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    • Extrair os documentos de fls. 1535 a 1571 (pasta AZ anexa aos autos), referentes a restituição de glosas do FUNDEB no montante de R$ 41.843,98 e encaminhar para a 3ª DCTE, para os registros devidos.

    SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS, em 17 de novembro de 2011.

    Cons. PAULO MARACAJÁ PEREIRA – Presidente

    Cons. PAOLO MARCONI – Relator

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