para onde vai o seu dinheiro

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  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

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    T R I B U N A L

    DE CONTAS

    DE SANTA

    C A T A R I N A

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

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    Edio

    Assessoria de Comunicao Social - ACOM

    Coordenao EditorialAline Bertoli Amin (Reg. SC-01032 JP)

    Projeto Editorial

    Estratgia Comunicao Empresarial

    Textos e Reviso

    Dborah Almada (Reg. RS-05899 JP)

    Rogrio Kiefer (Reg. SC-1109 JP)

    Reviso Final

    Valdelei Rouver

    Consultoria Tcnica

    Neimar Paludo - Coordenador

    Edison Stieven

    Jnio QuadrosPaulo Gasto Pretto

    Tribunal de Contas de Santa Catarina

    Assessoria de Comunicao Social - ACOM

    Para onde vai o seu dinheiro 2

    Verso simplificada do parecer prvio do Tribunal de Contas de Santa Catarina / Contas do governo exerccio 2003

    (Conforme Lei Complementar no101, de 04/05/2000)

    Ilustraes

    Frank Maia (Charges)

    Joe Wallace

    Projeto Grfico, Capa e Editorao

    engenhoD Design

    Colaborao

    Alessandra Carvalho Pescador

    Isabela Ribas Cesar Portella

    Tiragem

    3.000 exemplares

    Distribuio Gratuita

    Pedidos desta publicao devem ser feitos para:

    Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina

    Assessoria de Comunicao Social - ACOM

    Rua Bulco Vianna, 90

    88020-160 - Florianpolis - SCFone: (0XX48) 221.3603

    Fone/fax: (0XX48) 221.3602

    Email: [email protected]

    Expediente

    Vigilncia redobrada

    No final do sculo XIX, o surgimento do Tribun

    da Unio foi saudado como o maior embara

    ro encontrar os governos para a prtica de ab

    diz respeito a dinheiros pblicos. Se no se constitui,

    blindagem, a fiscalizao realizada pelos tribunais de c

    cada dia mais nesta direo.

    Em Santa Catarina, os ltimos anos foram paradigm

    bunal de Contas do Estado modernizou radicalmente

    mentos de fiscalizao. O site foi totalmente reformula

    agilidade e interatividade na forma e no contedo e gara

    lao facilidade no acesso aos dados disponveis. Perio

    endereo abastecido com informaes relevantes sob

    pblicas do Estado e dos municpios catarinenses. Ago

    cidado tem acesso s contas pblicas de sua cidade e

    formaes sobre como fazer denncias via internet.

    To importante quanto ter acesso s informaes, por

    compreend-las. E, nesse sentido, o TCE deu um salt

    te com a publicao, em 2003, da cartilha Para Ond

    Dinheiro, que detalha, numa linguagem acessvel, com

    gasta os recursos arrecadados com o pagamento de trib

    Criada por uma equipe multidisciplinar, que incluiu jo

    ministradores, economistas, advogados e contabilista

    teve um reconhecimento que extrapolou as fronteira

    sendo bem recebida por representantes de outros tribu

    tas e por cidados que acompanham com interesse o uso

    S231p Santa Catarina. Tribunal de Contas de Santa Catarina.Para onde vai o seu dinheiro 2: Verso simplificada do parecer prviodo Tribunal de Contas de Santa Catarina: Contas do governoexerccio 2003 / Tribunal de Contas de Santa C atarina. -- Florianpolis:Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2004.130p.

    1- Administrao Pblica - Contas2 - Tribunal de Contas - Parecer I - Ttulo.

    CDU: 350(816.4)

    FICHA CATALOGRFICA ELABORADA POR ANA LCIA ZAIA COSTA - BIBLIOTECRIA - CRB-14/265Anterior Sumrio

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    pblico. A primeira edio, com trs mil exemplares, est esgotada,

    mas pode ser lida na ntegra no www.tce.sc.gov.br.

    Agora, concluda a anlise da prestao de contas do governo do

    Estado, referente ao ano de 2003, e emitido o seu parecer prvio

    - em sesso transmitida ao vivo pelo canal da TV Assemblia no dia

    nove de junho de 2004 -, o TCE apresenta o Para Onde Vai o Seu

    Dinheiro 2. Mais uma vez, o resultado do trabalho do Tribunal

    levado comunidade.

    A cartilha apresenta dados que permitem aos cidados entenderem

    como o governo gastou suas receitas em 2003, aborda questes

    como o atendimento s funes primordiais do Estado (sade, se-

    gurana e educao), criao de secretarias regionais e o cumpri-

    mento da Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF). OPara Onde Vai

    o Seu Dinheiro 2manteve a concepo grfica da primeira verso.

    Procurou destacar os aspectos mais importantes do documento ori-

    ginal atravs de ilustraes e cartuns de profissionais que atuam em

    Santa Catarina.

    Outros projetos, que vo ao encontro dos ideais de transparncia ecidadania encampados pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa

    Catarina, esto sendo preparados pelos profissionais da Casa. Defi-

    nitivamente, como disse o ministro da Fazenda Sezerdello Corra

    no ato de inaugurao do Tribunal de Contas da Unio, no longn-

    quo ano de 1893, est cada dia mais dif cil driblar a vigilncia sobre

    as contas pblicas.

    Salomo Ribas Jr.

    Presidente do TCE/SC

    Sumrio

    Captulo 1

    Descentralizao ________________________________________

    Captulo 2

    Desequilbrio nas contas pblicas ____________________________

    Captulo 3

    Um boletim com notas vermelhas ___________________________

    Captulo 4

    Sade: sistema deficiente ________________________________

    Captulo 5

    Insegurana assusta ______________________________________

    Captulo 6

    As outras faces do Estado _________________________________

    Captulo 7A gesto fiscal dos Poderes ______________________________

    Captulo 8

    O parecer do Tribunal_____________________________________

    Glossrio _____________________________________________

    Bibliografia ____________________________________________

    Equipe tcnica _________________________________________

    Anterior Sumrio

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    De

    Captulo

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    dos do governo, ouvindo a populao local, que passa aativa no planejamento e na execuo do Oramento.

    claro que nem toda mudana significativa sai perfeitacio. O sistema vem sendo aperfeioado. Mas segundo agoverno, cabe s regionais o planejamento e a gesto,de abrangncia, de projetos do Executivo. Uma situaajuda a esclarecer o assunto. Para fazer uma solicitaosecretarias centrais, por exemplo, antes das mudanas

    entrar em contato com os servidores que atuavam em FEram eles os responsveis por dar encaminhamento apresentadas. Com a desconcentrao das atividades tea uma equipe sediada na prpria regio. ela a responzer a conexo com as secretarias centrais e trazer do in

    capital as solicitaes populares.

    Para funcionar, as secretarias regionais tm uma estru

    que inclui, alm do secretrio titular e de um adjunto

    consultores e oito gerentes: de Administrao; Desenvo

    cial, Urbano e Meio Ambiente; Planejamento, Oramen

    Organizao do Lazer; Agricultura e Pesca; Sade; Educao e Infra-estrutura. A implantao das 29 secretarias

    manejamento e criao de cargos. O impacto das mudan

    despesas do Executivo e o reflexo na administrao pb

    sero avaliados nos prximos anos.

    Alm da estrutura prpria, as secretarias tm a seu lado

    regionais de desenvolvimento, formados pelo secretr

    volvimento Regional, prefeitos, vereadores e liderana

    rias de cada uma das regies. A eles, cabe a tarefa de o

    pareceres sobre projetos, orientar e incentivar planos q

    am para o desenvolvimento das regies que abrangem

    O governoaprovou trs leis

    e um decreto quegarantiram a criao

    e o funcionamentodas 29 secretarias

    regionais dedesenvolvimento.Em 30 de janeiro

    de 2003, foramaprovadas as LeisComplementares

    ns 243 e 244, queprevem a extino

    e a alteraodo nome de

    secretarias centraise a criao dasnovas estruturas.Depois, em 20 de

    fevereiro, o Decreton 55 previu o

    remanejamentode recursos dooramento das

    estruturas extintaspara as novas

    secretarias.

    As secretarias regionais

    Apartir de 1 de janeiro de 2003, quando Luiz Henrique da

    Silveira assumiu o governo do Estado, descentralizao pas-

    sou a ser uma expresso comum em Santa Catarina. Pilar

    das propostas do novo governador, a iniciativa foi implementada

    pela criao de estruturas que transferiram da capital para o inte-

    rior parte do poder de deciso do Executivo.

    Mas antes de seguir em frente na anlise das despesas das secreta-

    rias regionais preciso explicar um pouco melhor essa questo. Tec-

    nicamente, criar estruturas e distribu-las pelo Estado no significa

    descentralizar a administrao. Na realidade, segundo a teoria do di-

    reito administrativo, o que se est fazendo a desconcentrao das

    atividades do Executivo. Isso porque, no significado exato da palavra,

    a descentralizao das aes do governo realizada pela Administra-

    o Indireta, formada pelas fundaes (Fatma, Funcitec, entre ou-

    tras), pelas empresas (como Celesc e Casan) e pelas autarquias (caso

    da Administrao do Porto de So Francisco do Sul e da ImprensaOficial). So elas que tm autonomia financeira e administrativa para

    implementar aes com relativa independncia do Executivo.

    Esclarecida a questo tcnica, cabe analisar mais a fundo o resul-

    tado prtico das mudanas. Segundo o que ficou definido na refor-

    ma administrativa, as vinte e nove secretarias regionais respondem

    por parte das despesas que antes eram executadas pelas secretarias

    tradicionais estabelecidas em Florianpolis. No dia-a-dia, so res-

    ponsveis por aproximar o Executivo dos locais distantes da capital.

    Pode-se dizer que a idia que elas atuem como escritrios avana-

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    Quanto gastou cada secretaria

    RegionalDespesa

    (Autorizada(a)

    Realizada(b)

    So Miguel DOeste 687.310,34 417.628,09

    Maravilha 691.810,34 492.212,89

    So Loureno do Oeste 684.810,34 467.600,53

    Chapec 743.810,34 644.711,14

    Xanxer 671.810,34 414.569

    Concrdia 695.810,34 460.630,53

    Joaaba 693.410,34 652.162,77Campos Novos 682.810,34 395.675,47

    Videira 681.810,34 446.353,02

    Caador 682.810,34 527.363,24

    Curitibanos 679.310,34 358.817,49

    Rio do Sul 665.810,34 427.861,7

    Ituporanga 691.810,34 470.784,95

    Ibirama 704.810,34 510.769,22

    Blumenau 681.810,34 581.744,32

    Brusque 664.810,35 443.362,86

    Itaja 673.010,35 571.523,43

    So Jos 718.810,35 562.481,41

    Laguna 677.810,35 438.284,96

    Tubaro 697.810,35 476.508,53

    Cricima 682.310,35 484.157,4

    Ararangu 683.810,35 374.226,35

    Joinville 798.810,35 641.439,45Jaragu do Sul 582.810,35 411.728,9

    Mafra 573.810,35 355.457,99

    Canoinhas 569.810,35 456.131,92

    Lages 585.810,35 574.844,43

    So Joaquim 570.810,35 395.640,7

    Palmitos 570.310,35 385.269,19

    Total 19.390.300,00 13.839.941,88

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2003

    As despes as das regio nais, em 2003, repre sentar am

    despesas da administrao direta do Estado. Essa p

    presentatividade no total de despesas, porm, no d

    se nos prximos anos. As secretarias gastar am pouco

    pelo planejamento regional e a anlise das aes projetadas pelo

    governo em suas regies.

    Mas vamos voltar anlise de alguns resultados da reforma admi-

    nistrativa implementada em 2003. preciso salientar que s na

    anlise da prestao de contas de 2004 ser possvel verificar com

    maior preciso o impacto que as mudanas na estrutura do Executi-

    vo tero sobre o planejamento e a execuo do Oramento Estadual.

    Em 2003, as secretarias representaram uma parte muito pequenado bolo dos gastos do Estado. Como no estavam previstas na poca

    da elaborao do Oramento - final de 2002 - foram criados crditos

    especiais. No total, as regionais tiveram despesas autorizadas de R$

    19,39 milhes, mas gastaram apenas R$ 13,84 milhes. A secretaria

    de Joaaba foi a responsvel pelo maior desembolso: R$ 652,16 mil.

    Mafra, com R$ 355,46 mil, foi a que menos gastou.

    Crdito Especial

    uma modalidadede crdito adicional

    prevista no art. 41 da

    Lei Federal n 4.320/64.Constitui em autorizao

    do Poder Legislativo,por meio de lei, para

    que determinadorgo ou entidadedo governo realize

    despesa no constantena Lei Oramentria

    Anual - LOA -,utilizando recursos de

    arrecadao maior quea prevista, economia

    (supervit) de exerccioanterior, obtenode emprstimos ou

    anulao de dotaesexistentes no oramento

    que se destinavam aoutras finalidades.

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    Anterior Sumrio

    novas e o governo no teve tempo hbil para transferir mais

    recursos para as estruturas, o que deve ocorrer nos prximos

    oramentos. Considerando as limitaes financeiras do Estado,

    o aumento dos oramentos das secretarias regionais, provavel-

    mente, vai refletir em diminuio do volume de recursos dis-

    posio das secretarias centrais.

    Outro aspecto relevante da execuo oramentria das secreta-

    rias regionais que de 30 de janeiro, quando foi aprovada a Lei243/2003 que previa sua criao, a 18 de junho de 2003, data em

    que surgiu a Lei 12.592, que garantiu recursos para cobrir as des-

    pesas das estruturas, as secretarias regionais tiveram suas despesas

    pagas por outras secretarias, procedimento incompatvel com as

    normas de finanas pblicas.

    Conforme levantamento do Tribunal de Contas do Estado, a folha

    de pessoal representou 46,07% do total de gastos das secretarias, o

    equivalente a R$ 6,38 milhes. As despesas com servios de tercei-

    ros consumiram R$ 1,61 milho, com equipamentos foram mais R$

    1,42 milho e com dirias R$ 631 mil.

    Como as secretarias gastaram seus recursos

    Item FR Especificao da DespesaDespesa

    Empenhad(R$)

    319011 00 Venc imen tos e vantagens fixas - Pessoa l c iv il 6 .376 .221

    319013 00 Obrigaes patronais 1.205.750,

    31909 6 00 R essa rc iment o Des pesa s P esso al R equi si tado 95. 476,

    339014 00 Dirias - Civil 673.386,

    339030 00 Material de consumo 941.217,

    339033 00 Passagens Despesas com Locomoo 53.232,339036 00 Outros servios de terceiros - Pessoa Fsica 27.918,

    339037 00 Locao de mo-de-obra 663.321,

    339039 00 Outros servios de terce iros - Pessoa ju rdica 1 .612 .763

    339046 00 Auxlio - Alimentao 285.679,

    339047 00 Obrigaes Tributrias Contributivas 48,

    449051 00 Obras e Instalaes 485.231,

    449052 00 Equipamentos e material permanente 1.419.693,

    Total 13.839.941,

    Fonte:Balano Geral do Estado de 2003

    Alm de criar as secretarias regionais, a reforma admin

    plantada pelo governo mudou o nome de alguns rgos

    centrais, com redistribuio de funes. As funes da SEstado da Segurana Pblica e a Secretaria de Estado

    Cidadania, por exemplo, foram consolidadas na Secre

    tado da Segurana Pblica e Defesa do Cidado. O mes

    com o Departamento de Engenharia e Obras Hidrulic

    o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que f

    dos no Departamento Estadual de Infra-estrutura (Dei

    A atual estrutura do Poder Executivo conta com 15 se

    capital, 29 secretarias regionais, sete autarquias, seis fu

    empresas estatais.

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    Resumo

    Anterior Su

    mrio

    Em 2003, as secretarias regionais gastaram

    R$ 13,84 milhes.

    A maior parte das despesas das secretarias

    regionais, 46,07% do total, ou R$ 6,38 milhes,

    com pessoal.

    As secretarias regionais gastaram R$ 1,61 milh

    com servios de terceiros, R$ 1,42 milho com

    equipamentos e material permanente e R$ 673

    com dirias.

    A criao de secretarias regionais representou uma

    desconcentrao administrativa. A descentralizao

    propriamente dita se caracteriza pela atuao das

    autarquias, fundaes e empresas.

    As 29 secretarias devem ajudar a planejar o oramento

    estadual levando em considerao as aspiraes de

    cada regio.

    Os conselhos de desenvolvimento regional, grupos

    responsveis pela discusso dos principais projetos das

    secretarias, so formados por prefeitos, vereadores e

    lideranas comunitrias.

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    ptulo

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    Anterior Su

    mrio

    Governo gasta mais do que arrecada

    Os ltimos tempos no tm sido dos mais fceis para os bra-

    sileiros. Enfrentando crise econmica, preos em alta e ren-

    da em queda, a maior parte da populao teve de apertar

    o cinto para equilibrar o oramento domstico. Quem no fez isso

    viu o dinheiro terminar antes do fim do ms e teve de apelar para

    emprstimos. Ou, no pior dos casos, simplesmente deixou para pa-

    gar as contas mais tarde, comprometendo salrios futuros e criando

    uma espcie de crculo vicioso.

    Ainda que em patamar diferente, os governantes convivem com si-

    tuaes semelhantes. Quando as receitas ficam abaixo do previsto,

    o jeito diminuir tambm as despesas. Se isso no ocorre, ou se o

    corte nos gastos menor do que o necessrio, o resultado o surgi-

    mento de dficits.

    E foi exatamente o que ocorreu em Santa Catarina em 2003. Quan-

    do definiu o oramento para o ano, na Lei 12.563, de 15 de janeiro, ogoverno previu que as receitas chegariam aos R$ 9,52 bilhes. Como

    determina a lei, as despesas foram definidas em valor igual ao das

    receitas. O Estado, porm, arrecadou R$ 6,86 bilhes. O destaque

    positivo foi o Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios

    (ICMS), que somou R$ 4,63 bilhes em 2003, aproximadamente

    dois teros da receita total. O valor, que representa um aumento de

    15,64% em comparao com os R$ 4 bilhes do ano anterior, garan-

    tiu o repasse de R$ 1,16 bilho para os municpios, que tm direito

    a 25% da arrecadao.

    A produo e distribuio de combustveis, a presta

    de telecomunicaes e a distribuio de energia eltr

    setores mais representativos na arrecadao de ICMS e

    tarina. Veja o peso de cada uma delas no total arrecada

    Por outro lado, a maior frustrao de receita ocorreu nde crdito internas. Da expectativa inicial de R$ 1,54 b

    tado recebeu apenas R$ 7,27 milhes. O resultado refle

    mente a no-concretizao da venda do Banco do Esta

    Catarina (Besc), que, segundo as estimativas usadas pa

    amento, garantiria R$ 1,48 bilho para a administra

    O ritmo de diminuio da receita no foi acompanhad

    sas. Tanto que os gastos, em 2003, chegaram aos R$ 7

    Nessa conta, os itens que mais pesaram foram o pagam

    soal e encargos, as despesas com a manuteno dos

    Outros68,23%

    Combustveis8,73%

    Telecomunic10,29%

    Energ12

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    AnteriorSu

    mrio

    blicos (classificadas como outras despesas correntes) e os investi-

    mentos. Como a queda nesses itens no correspondeu da receita,

    houve um excesso de gastos de R$ 203,70 milhes no ano. o que

    se chama dficit oramentrio.

    Balano Oramentrio Consolidado da

    Administrao Direta e IndiretaEm R$

    Receitas Execuo Despesa RealizadaReceitas Correntes 6.710.476.214 Despesas C orrentes 6.272.912.213,69

    Receita Tributria 4.656.210.814 Pessoal e Encargos 3.058.337.946,03

    Receitas de Contribuio 271.731.782 Juros e Encargos da Dvi da 404.264.779,50

    Receita Patrimonial 114.404.741 O utras D espesas C orrentes 2.810.309.488,16

    Receita Agropecuria 2.040.459

    Receita Industrial 9.369.303

    Receitas de Servios 86.828.512

    Transferncias C or rentes 1.345.296.921

    Outras Recei tas Correntes 224.593.682

    Receitas de Capital 149.684.958 Despesas de Capital 790.954.089,18

    Operaes de Crdito Internas 7.271.000 Investimentos 511.702.071,84

    Operaes de Crdito Exter nas 104.784.059 Inverses Financeir as 51.119.558,09

    Alienao de Bens 693.316 Amortizao da Dvida 228.132.459,25

    Amortizao de Emprstimos 22.186.533 Reserva de Contingncia 0,00

    Transferncias de Capital 11.684.922Outras Receitas de Capital 3.065.128

    Subtotal 6.860.161.172

    Dficit 203.705.131

    Total Geral 7.063.866.303 To ta l d as Desp esa s 7. 06 3. 86 6. 30 2, 87

    Fonte: Balano Geral Consolidado do Estado de 2003

    No Poder Executivo, as secretarias e as fundaes fizeram a sua

    parte. Gastaram menos do que arrecadaram e tiveram supervit. J

    nas autarquias e nas empresas estatais dependentes a situao foi

    bem diferente. As despesas superaram as receitas. Nos fundos, por

    exemplo, a diferena chegou aos R$ 128,31 milhes.

    Resultado da Execuo Oramentria por rgos e

    rgos/ EntidadesReceita

    (A)

    TransfernciasIntragoverna-mentais (B)

    TotalReceita

    Disponvel

    Despesa(C)

    Administrao Direta 6.138.018.191 (851.095.672) 5.286.922.519 5.271.136.34

    Autarquias 363.140.161 242.879.698 606.019.859 699.505.09

    Fundaes 17.738.240 125.140.023 142.878.263 140.413.43

    Fundos 296.279.608 290.015.049 586.294.657 714.608.53

    Empresas EstataisDependentes

    44.984.968 193.060.902 238.045.870 238.202.88

    Total 6.860.161.168 6.860.161.168 7.063.866.30

    Fonte: Balano Geral Consolidado do Estado de 2003

    O desequilbrio mereceu comentrios do TCE no Parecer Pr

    Contas do Governo do Estado. Isso porque a Lei de Responscal (LRF) determina que, ao constatar o desencontro entre r

    pesas, o governo controle os seus gastos atravs do continge

    Assim como ocorre com qualquer cidado, em moment

    que surgem os cortes em investimentos. No caso dos

    se manifestam no corte de despesas adminisrativas e

    bolsos para obras ou transferncias de recursos para m

    entidades atravs de convnios.

    Em 2003, o governo implementou medidas para tentardespesas e aumentar as receitas. Por um lado, editou d

    mudaram o horrio de funcionamento do servio pb

    gao do horrio de vero) e as regras para compra

    Alm disso, definiu normas para a conteno de gastostrao. Por outro lado, com outro decreto, prorrogou

    recebimento de impostos vencidos, medida que tinha co

    atrair para os cofres do Estado receitas que, de outra fo

    inscritas em dvida ativa (conta de crditos do Estad

    mente dependem de cobrana judicial para entrar no c

    A receita arrecadadapelo Estado, em2003, no atingiuas metas previstasno oramento. Aomesmo tempo,as despesas nocaram tanto quantoo necessrio eultrapassaram areceita. O excedenteno ano chegou a R$203,70 milhes.

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    22

    AnteriorSu

    mrio

    Mas as medidas no foram suficientes para equilibrar o caixa. Tanto

    que no fim do ano o governo no tinha recursos para pagar todas as

    despesas relativas a 2003. O ativo financeiro, formado por todos os

    recursos que podem ser usados sem exigir mudanas no Oramen-

    to, chegava a R$ 754,70 milhes. Ao mesmo tempo, o Passivo Fi-

    nanceiro, somatrio de todos os itens que formam a dvida de curto

    prazo da administrao, batia no R$ 1,17 bilho. Ou seja: se fosse

    obrigado a pagar todas as contas de uma s vez, o governo teria que

    arrumar soluo para um dficit financeiro de R$ 410,39 milhes.

    Contas a pagar superam os recursos

    R$ 1.000

    Ativo PassivoTtulo Valor Ttulo Valor

    Ativo Financeiro Passivo FinanceiroDisponvel 214.666 Restos a Pagar 569.906

    V in cu la do 4 07 .3 20 Dep s it os d e D iversa s O rigen s 4 78 .2 29 Realizvel 121.842 Depsitos Especiais 8.171 R esultado Pendente 10.866 Consignaes 103.407 Resultado Pendente 5.370Total do Ativo 754.694 Total do Passivo 1.165.083Dficit Financeiro 410.389

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2002 e 2003.

    Nota: Total do Ativo e do Passivo Financeiro de 2003 ajustado pelo TCE/SC

    Para clarear a situao, h que se diferenciar dficit oramentrio e

    financeiro. O primeiro, como o prprio nome diz, tem relao com o

    Oramento. Portanto, relativo a um ano e mostra que em 2003 o

    governo gastou R$ 203,70 milhes a mais do que podia. J o dficit

    financeiro leva em considerao perodos mais longos. Por isso, re-

    flete diretamente nos governos subseqentes. Quando um governo

    gasta mais do que arrecada, obrigado a aumentar as dvidas do

    Estado ou a rolar contas de um ano para o outro, aumentando o

    dficit financeiro.

    Os dados apurados pelo TCE mostram o desempenho

    nos ltimos anos.

    Evoluo da Situao Lquida Financeira Valores c

    exerccios de 2000 a 2003

    Exerccios Ativo Financeiro1 Passivo Financeiro2 Situa

    2000 498.959 1.461.747

    2001 776.049 1.176.291

    2002 626.410 997.272

    2003 754.694 1.165.083

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2000 a 2003.Notas: Total do Ativo Financeiro de 2003 ajustado pelo TCE/SC

    Total do Passivo Financeiro de 2003 ajustado pelo TCE/SCInflator: IGP-DI (dezembro)

    Ainda assim, as dvidas cujo pagamento adiado para o

    te chamadas de restos a pagar - se acumulam. No fi

    chegaram aos R$ 569,91 milhes. A maior parte desse

    430,30 milhes, formada por dvidas que ainda no

    cobradas porque o credor est executando ou aguard

    o para fornecer bens, realizar servios ou obras. Outrmilhes so dbitos que j esto prontos para pagam

    chamados restos a pagar processados.

    Em volume maior do que o registrado no ano de 2002, qu

    ram a R$ 469,64 milhes, os restos a pagar no final de 2

    impacto direto na expanso da dvida de curto prazo. Em

    bitos com prazo de vencimento menor do que um ano est

    997,27 milhes. No ano passado, somaram R$ 1,16 bilh

    mento de 16,83%. A maior parte, R$ 761,50 milhes, res

    de do Executivo, mas os outros Poderes tambm tm pen

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    AnteriorSu

    mrio

    Dvida Flutuante do Estado Por Poder e rgos Constitucionais

    R$ mil

    TtulosRestosa Pagar

    DepsitoDiversasOrigens

    DepsitoEspeciais

    Consigna-es

    ResultadoPendente Total %

    Poder Executivo 510.124 150.022 8.171 87.463 5.370 761.150 65,33

    Poder Legislativo 871 - - - - 871 0,07

    Poder Judicirio 56.608 328.200 - 10.179 - 394.986 33,90

    Tribunal Contas 913 7 - 2 - 922 0,08

    Ministrio Pblico 1.391 - - 5.763 - 7.154 0,61

    Total 569.906 478.229 8.171 103.407 5.370 1.165.083 100,00

    Fonte:Balano Geral do Estado de 2003.Nota: Valor do Resultado Pendente de 2003 ajustado pelo TCE/SC.

    Os valores do Poder Judicirio correspondem aos valores do Tribunal de Justia do Estado,acrescidos dos valores do Fundo de Reaparelhamento da Justia.

    Os valores do Ministrio Pblico correspondem aos valores da Procuradoria-Geral de Justia,acrescidos dos valores dos seguintes Fundos: Fundo para Reconstituio dos Bens Lesados,Fundo Especial do Centro de Estudos e Aperfeioamento Funcional do Ministrio Pblico, e

    Fundo Especial para Modernizao e Reaparelhamento do Ministrio Pblico.

    Alm da dvida de curto prazo, o Estado tem as dvidas de longo pra-

    zo, aquelas cujo pagamento ocorrer em perodo superior a doze me-

    ses, com vencimentos parcelados que chegam a 20 e at 30 anos.

    A pedido da Assemblia Legislativa, em 2003 o TCE fez uma profunda

    investigao sobre a dvida catarinense. A anlise levou em conta dados

    de mais de 20 anos. Em 31/12/1983 o Estado devia o equivalente a R$

    3,24 bilhes. Com inflao acumulada no perodo, medida pelo IGP-

    DI, de mais de cinco trilhes por cento, e seis trocas de moeda (Cruzei-

    ros, Cruzado, Cruzado novo, Cruzeiro, Cruzeiro real e Real), encerrou

    2003 com R$ 9,06 bilhes de Dvida Consolidada Interna e Externa.

    Ao final do longo perodo analisado, o TCE verificou que o Estado de-

    sembolsou entre amortizaes, juros e encargos financeiros, o montan-

    te de R$ 16,78 bilhes. Em termos comparativos, signific

    Estado pagou mais de cinco vezes a dvida existente ao fin

    Alm dos aumentos provocados por novas operaes

    contratadas e rolagem de outras tantas pelos divers

    que se sucederam ao longo desse perodo, a inflao

    cambial foram as maiores responsveis pelos aumen

    da dvida consolidada.

    Composio da dvida pblica Valores Atualizado

    Exerccios de 1996 a 2003

    Ano

    DvidaFlutu-Ante %

    OutrasDvidas %

    Dvida Fundada

    %Total DvidPbli

    Interna Externa Total

    1996 1.914.995 21,06 10.081 0,11 6.668.784 500.003 7.168.787 78,83 9.093

    1997 2.054.576 21,26 3.371 0,03 7.083.534 520.586 7.604.120 78,70 9.662

    1998 2.123.753 19,85 3.314 0,03 8.050.426 521.674 8.572.101 80,12 10.699

    1999 1.706.613 15,08 10.666 0,09 9.008.064 590.643 9.598.707 84,82 11.315

    2 00 0 1. 461 .74 7 1 3, 62 9. 714 0 ,0 9 8. 704 .07 0 55 4. 331 9 .2 58. 401 8 6, 29 1 0. 729

    2 00 1 1. 176 .29 2 1 2, 24 8. 799 0 ,0 9 7. 908 .21 9 51 8. 537 8 .4 26. 756 8 7, 67 9. 611

    2002 997.272 8,97 720.862 6,48 8.779.830 618.687 9.398.516 84,54 11.116

    2 00 3 1. 165 .20 9 1 0, 63 7 32. 242 6 ,6 8 8. 569 .48 0 49 5. 237 9 .0 64. 717 8 2, 69 1 0. 962

    Fonte:Balano Geral do Estado de 1996 a 2003.Nota: Total do Passivo Flutuante de 2003 ajustado pelo TCE/SC.Inflator: IGP-DI (dezembro)

    A soma de todos os dbitos de longo prazo catarinens

    dezembro de 2003, chegou aos R$ 10,96 bilhes. o

    ma de Passivo Permanente. Se considerarmos os va

    nais (sem a correo inflacionria) nota-se que hou

    da dvida, que passou de R$ 10,33 bilhes em dezem

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    AnteriorSu

    mrio

    para R$ 10,96 bilhes um ano depois. Com a correo pelo ndice

    Geral de Preos Disponibilidade Interna - IGP-DI, no entanto, o

    resultado se inverte. E a comparao passa a demonstrar uma

    diminuio de 1,39% no valor bruto da dvida.

    Com tamanho endividamento, e ainda considerando as altas ta-

    xas de juros praticadas no Pas, boa parte dos recursos do Estado

    acaba sugado pelos juros e encargos e pelas amortizaes (paga-

    mentos do valor bruto que fazem diminuir a dvida). Em 2003,segundo os dados analisados pelo TCE, as amortizaes represen-

    taram R$ 241,57 milhes. Os juros e encargos, bem mais pesados,

    consumiram R$ 430,33 milhes. Ou seja: apesar de o Estado ter

    desembolsado R$ 671,90 milhes para pagamento da dvida, o va-

    lor total permaneceu praticamente o mesmo.

    Amortizaes e Encargos da Dvida Fundada

    Em R$ 1,00

    Dvida Fundada Amortizaes Encargos Total %

    Interna 164 .649 .523 ,03 386 .835 .192 ,89 551 .484 .715 ,92 82,08

    Externa 76.924.671,25 43.494.766,94 120.419.438,19 17,92

    Total 241.574.194,28 430.329.959,83 671.904.154,11 100,00

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2003

    Ainda assim, apesar das pesadas despesa s com as dvidas e do

    desequilbrio no oramento, o Estado conseguiu cumprir u m dos

    principais parmetros da Lei de Responsabilidade Fical (LRF), o

    controle dos gastos com pessoal. Pela regra, as despesas com a

    folha podem atingir o mximo de 60% da Receita Corrente Lqui-

    da. Em 2003, consumiram R$ 2,76 bilhes, valor que representa

    53,86% da receita.

    Despesa Total com Pessoal - Estado

    DiscriminaoDespesa

    com Pessoal

    ReceitaCorrente

    Lquida - RCL

    %dos Poderes

    e rgossobre a RCL

    % Defipela

    Poder Executivo 2.262.678 5.129.577 44,11 49

    Poder Legislativo (-) 144.581 5.129.577 2,82 3,0

    Assemblia Legislativa 105.994 5.129.577 2,07 2,

    Tribunal de Contas 38.587 5.129.577 0,75 0,8

    Poder Judicirio 245.108 5.129.577 4,78 6,0

    Ministrio Pblico 110.554 5.129.577 2,16 2,0

    Total 2.762.921 5.129.577 53,86 60

    Fonte:Prestao de Contas do Governo do Estado de 2003

    O excesso nas despesas com pessoal em qualquer dos P

    gos pode trazer graves conseqncias para o Estado. S

    ou rgo extrapolar seu limite mximo e no promove

    es para enquadramento nesse limite, no prazo previst

    Estado pode sofrer diversas restries, dentre elas, no

    torizao do Senado Federal para emprstimos interno

    Com isso, um Poder ou rgo pode prejudicar todo o Est

    A LRF, porm, no o nico balizador para as aes d

    rea oramentria. A Constituio Estadual determina, p

    que anualmente o Executivo aplique 2% das receitas co

    contados os repasses para os municpios) em cincia e te

    ano passado, essas receitas totalizaram R$ 4,68 bilhes.

    verno deveria aplicar R$ 46,84 milhes no Fundo Rota

    mulo Pesquisa Agropecuria do Estado de Santa Cata

    quantia semelhante na Fundao de Cincia e Tecnologi

    Os desembolsos efetivos, no entanto, ficaram bem abaixo

    nado. Juntos, a Funcitec e o Fepa receberam R$ 29,39 m

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

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    28

    AnteriorSumrio

    Aplicao do Percentual Mnimo em Cincia

    e Tecnologia - Artigo 193 da Constituio Estadual

    R$

    Exerccio 2001

    Receita CorrenteArrecadada

    Deduzidas asParcelas

    dos Muncipios

    Valor Mnimo Legalde Aplicao

    Recursos Empenhados

    Valor(A)

    % SobreReceita

    Corrente

    Valor(B)

    % SobreReceita

    Corrente

    %B/A

    FEPA 46.846.181,11 1,00 14.477.000,00 0,31 30,90

    FUNCITEC 46.846.181,11 1,00 14.915.625,60 0,32 31,84

    Total 4.684.618.111,53 93.692.362,22 2,00 29.392.625,60 0,63 31,37

    Fonte: Balano Geral do Estado/Balanos do Fundo e Fundao

    Outro fato mereceu ateno especial por parte do TCE. No fim de

    2003, o Estado recebeu R$ 40 milhes de uma companhia privada

    a ttulo de antecipao de Imposto sobre Circulao de Mercado-

    rias e Servios (ICMS). O Tribunal ainda no tinha posio fir-

    mada sobre a operao acima, em julho de 2004, mas a lei probe

    operaes de antecipao de receita, que na realidade no passam

    de emprstimo. Alm desse aspecto, a entrada dos R$ 40 milhes

    no caixa do Estado e posterior repasse de 25% aos municpios foifeita sem previso oramentria. E a lei clara tambm quando

    veda a execuo de de spesas sem previso no Oramento.

    Na anlise da prestao de contas de 2003, o TCE constatou ain-

    da que o Executivo liberou R$ 61,66 milhes e a Assemblia, R$

    3,78 milhes para subvenes sociais. Essas subvenes servem

    de auxlio a entidades sem fins lucrativos que atuam em reas re-

    lacionadas sade, educao, assistncia social e a atividades

    culturais e esportivas.

    Transferncia de Recursos Financeiros a Municpios

    Instituies Privadas sem fins lucrativos

    ElementoDenominao

    Valor

    334.000 Transferncias a Municpios (Corrente) 52.293.158,33

    334.041 Contribuies 51.791.653,95

    334.092 Despesas de Exerccios Anteriores 501.504,38

    444.000 Transferncias a Municpios (de Capital) 44.999.233,26444.041 Contribuies 159.063,00

    444.042 Auxlios 44.798.170,26

    444.051 Equipamentos e Material Permanente 42.000,00

    335.000Transferncia a Instituies Privadas sem finsLucrativos (Corrente)

    103.857.084,32

    335.039 Outros servios de Terceiros Pessoa Jurdica 1.074.960,19

    335.041 Contribuies 37.341.740,02

    335.043 Subvenes Sociais 65.440.384,11

    445.000Transferncia a Instituies Privadas sem finsLucrativos (de Capital)

    10.620.131,73

    445.041 Contribuies 424.239,09

    445.042 Auxlios 9.440.790,96

    445.051 Obras e Instalaes 750.000,00

    445.052 Equipamentos e Material Permanente 5.101,68

    Total Geral 211.769.607,64Fonte:Balano Geral do Estado de 2003Nota: Os valores constantes da tabela acima excluem as transfernc ias realizad

    relativas participao constitucional, nos termos do art. 158 da Coinclusive de participaes legais de receitas

    Parte das verbas foi liberada pela Secretaria da Fazenda

    Legislativa, que no detm essa atribuio. No parecer prv

    comenda que essas liberaes sejam feitas pelas secretarias

    o direta com os setores beneficiados. Por exemplo: o recu

    entidade que atende hemoflicos deveria ser liberado pela

    Sade, assim como ocorre com o repasse de verbas para a

    de Pais e Professores (APP) feito pela Secretaria da Educa

    ReceitaCorrente Lquida

    A Receita CorrenteLquida o resultado

    de uma complexaconta matemtica.

    Todas as receitascorrentes obtidas pelaadministrao direta,

    autarquias, fundaese pelas empresas

    estatais dependentes

    so somadas aosrecursos recebidoscomo compensao pelo

    abatimento do ICMSsobre as exportaes

    e ao dinheiro que vemda Unio para o Fundo

    de Manuteno eDesenvolvimento doEnsino Fundamental

    e Valorizao doMagistrio (Fundef).

    Desse total, sodeduzidos os recursosaplicados no Fundef,

    as transfernciasfeitas aos municpios,

    as contribuiesprevidencirias

    e qualquer valorcontabilizado em

    duplicidade nos itensde receitas. No total, a

    receita corrente lquidacatarinense, em 2003, foi

    de R$ 5,13 bilhes.

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

    16/65

    Resumo

    AnteriorSumrio

    O Governo registrou dficit financeiro

    e oramentrio em 2003.

    As medidas implementadas para reduzir os gastos eaumentar as receitas foram insuficientes para impedir que o

    Estado tivesse um dficit de R$ 203,07 milhes.

    O adiamento no pagamento de contas de um ano para outro

    aumentou a dvida catarinense de curto prazo (passivo

    financeiro/dvida flutuante).

    Somadas, as dvidas de curto e longo prazo tiveram uma

    reduo de 1,39% em relao a 2002.

    O Estado manteve-se dentro dos limites da LRF n

    diz respeito s despesas com pessoal.

    O setor de cincia e tecnologia recebeu recursosbastante inferiores ao determinado pela Constit

    Estadual.

    O TCE estuda operao de antecipao de recei

    de tributo feita pelo Estado no montante de R$ 4

    milhes. A Lei de Responsabilidade Fiscal prob

    tipo de operao.

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

    17/65

    UmcoveCa

    ptulo

    3

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

    18/65

    34

    AnteriorSumrio

    Recursos para educaoso insuficientes

    No faz muito, a Organizao para a Cooperao e o De-

    senvolvimento Econmico (OCDE) divulgou os resulta-

    dos de uma avaliao feita com estudantes de 41 pases

    e mostrou o que todo mundo j sabe. Em termos educacionais, o

    Brasil est entre os piores do mundo e Santa Catarina, apesarde se sair melhor do que outros estados, no foge muito mdia.

    Segundo a avaliao, que levava em conta conhecimentos de por-

    tugus, matemtica e cincias, o Pas est frente de apenas um

    outro analisado: o Peru.

    Para os entendidos no assunto, a diferena entre os lanterninhas

    e os lderes da disputa a Finlndia e o Canad basicamente o

    volume de investimentos feitos no setor por cada um. E o reflexo

    direto dessa desigualdade tambm conhecido. Enquanto os lde-

    res do ranking tendem a crescer economicamente, os retardatrios

    perdem cada vez mais espao.Para tentar reverter essa situao, e talvez recuperar um pouco do

    tempo perdido pelo Pas, a prpria Constituio Federal criou me-

    canismos que obrigam os governantes a aplicar recursos em educa-

    o. Segundo a regra, os estados devem investir um quarto das re-

    ceitas arrecadadas com impostos ou recebidas em transferncias na

    manuteno do ensino. Em 2003, em Santa Catarina essas receitas

    totalizaram R$ 4,41 bilhes. Assim, o gasto com educao deveria

    ser de pelo menos R$ 1,10 bilho.

    Base de Clculo da Receita para Aplicao Mnima n

    Manuteno e Desenvolvimento do Ensino

    Receita De Impostos E Transferncias Receitas

    Sobre o Patrimnio e a Renda 331.365.076,64

    ITBI 81.227,36

    IPVA 129.131.081,79

    IRRF 189.558.883,81

    ITCMD 12.512.656,61

    Sobre a Produo e a Circulao 3.469.587.769,83

    ICMS Estadual 3.449.030.060,93

    REFIS - ICMS Estadual 20.557.708,90

    Participao na Receita da Unio 531.982.182,26

    FPE 277.907.944,89

    IPI exportao 138.409.070,44

    Lei n 87/96 - Kandir 115.665.166,93

    Outras Receitas Correntes 74.785.289,41

    Multas e Juros de Mora de Impostos 32.425.663,93

    ICMS 15.255.560,16

    IPVA 6.105.494,87

    ITBI 28.706,61

    ITCMD 257.762,52

    Dvida Ativa - ICMS 4.054.271,36

    Dvida Ativa - IPVA 138.908,57

    Dvida Ativa - ITCMD 367,85

    Dvida Ativa - ITBI 366,55

    REFIS - ICMS 6.584.225,44

    Dvida Ativa 42.359.625,48

    ICMS 42.205.588,46

    IPVA 152.474,17

    ITCMD 1.231,38

    ITBI 331,47

    Total 4.407.639.091,07

    Percentual mnimo de 25% a ser aplicado 1.101.909.772,76

    Fonte: Balanos Financeiros dos meses de janeiro a dezembro de 2003 expedidos

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

    19/65

    36

    AnteriorSumrio

    Segundo os dados do governo, somados os gastos da Secretaria Es-

    tadual da Educao, da Universidade do Estado de Santa Catarina

    (Udesc) e da Fundao Catarinense de Educao Especial (FCEE),

    o total de recursos empenhados chegou a R$ 1,28 bilho. Ou seja:

    levando-se em conta esses nmeros, o i nvestimento total em educa-

    o seria equivalente a 29,02% das receitas, portanto acima do de-

    terminado pela Constituio. importante esclarecer, no entanto,

    que os dados precisam de uma anlise mais aprofundada.

    Isso porque R$ 347,73 milhes foram usados no pagamento de apo-

    sentados e pensionistas, despesa que no deve ser includa nos clcu-

    los para cumprimento da norma constitucional. Feita a excluso, os

    nmeros mostram que o gasto real com educao ficou em R$ 931,41

    milhes, o que representa 21,13% das receitas. Assim, o total aplicado

    pelo Estado em educao ficou abaixo do valor determinado.

    Esse o mais abrangente, mas no o nico parmetro estabelecido

    para gastos do governo com educao. Alm de determinar que 25%

    das receitas sigam para a aplicao mnima na rea, a Constituio

    busca definir como os recursos sero gastos. Diz, por exemplo, que

    o ensino fundamental (de 1 a 8 srie) deve ficar com a maior parte

    dos recursos. No total, de cada R$ 100 que o governo deve aplicar

    (cabe destacar que o percentual definido sobre os 25% das recei-

    tas, no sobre o efetivamente gasto), R$ 60 precisam ir para o ensino

    fundamental. Tudo para garantir que as escolas atendam a todos os

    cidados e garantam remunerao adequada para os professores.

    No total, as despesas com ensino fundamental consumiram R$ 711,79

    milhes. O valor representa 64,55% do total que deveria ser investido

    em educao R$ 1,10 bilho. O problema que boa parte desses re-

    cursos, mais exatamente R$ 129,95 milhes, foi usada n

    de professores aposentados e pensionistas. Descontado

    percentual efetivamente aplicado pelo Estado no ensino

    cai para 52,76%. Vale destacar, porm, que a situao

    apenas nesse ano nem exclusividade de Santa Catarin

    o TCE recomendou que o Estado retire gradativamente o

    aposentados da conta dos investimentos totais no setor

    o objetivo das regras de investimento em educao a

    ensino, o que ocorrer por meio de aes que envolvasionais que seguem em atividade, os equipamentos, as i

    material didtico, o transporte escolar e outros aspectos

    diretamente educao. Embora se reconhea a grande

    j dada pelos professores aposentados, preciso levar e

    eles no mais participam do processo de ensino.

    Aplicao no Ensino Fundamental

    Atravs das Fontes de Recursos

    Especificao V

    1. Receita de Impostos e Transferncias

    2. 25% s/Receitas de Impostos e Transferncias

    3. Apli cao Mnima (60% s obre os 25%) no Ensino Fundamental

    4 . Despesas Empenhadas pela SED (FR 00 e 13 - subfunes 361,366 e 367)

    5 Despesas Empenhadas pela SED com inativos (ati vidade 2572)

    6 (+) P erda com o FUNDE F (di fe re na e nt re a con tr ib ui o e o ret orno )

    7 (= ) To ta l das De spes as com o Ensi no Fundamenta l - ar t. 60 /ADCT. CF

    8. Pe rcen tu al a pli cad o n o E nsi no F un da me nt al - ar t. 60/ AD CT. CF

    Fonte: Balancetes Financeiros da SEF/DCOG e Sistema de Acompanhamento Oda SED-2003

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

    20/65

    38

    AnteriorSumrio

    O detalhamento de como deve ser gasto o dinheiro no pra por a.

    Para garantir controle ainda maior sobre os recursos, foi criado o

    Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

    e Valorizao do Magistrio (Fundef). Formado por receitas arre-

    cadadas com impostos estaduais e outras repassadas pela Unio, o

    Fundo somou R$ 508,65 milhes em 2003.

    Acompanhamento Financeiro do Fundef

    R$

    Fluxo de Recursos/Fundef Valor

    Total de Repasses pelo Estado ao FUNDEF (A) 611.428.340,76

    Recebido do FUNDEF (B) 504.524.469,62

    Diferena - a considerar Art. 212 C.F. (C) = (A - B) 106.903.871,14

    Receita de Aplicao Financeira do FUNDEF (D) 4.131.432,64

    Total Financeiro a ser Aplicado = (B + D) 508.655.902,26

    Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda - 2003

    Na prtica, no entanto, os recursos financeiros do Fundo no fo-

    ram integralmente destinados s suas funes. Segundo apurou

    o TCE, a Secretaria da Educao gastou R$ 459,86 milhes comrecursos do Fundef. Parte desse valor, porm, foi entregue como

    auxlio financeiro a Associaes de Pais e Professores (APPs). As

    subvenes, que no esto previstas nas regras do Fundo, soma-

    ram R$ 33,01 milhes e no podem ser consideradas como inves-

    timento tpico do Fundef. Resultado: em 2003 o governo aplicou

    nesse item apenas 83,92% das verbas determinadas e deixou de

    investir R$ 81,8 milhes.

    Despesas empenhadas com recursos do Fundef

    Especificao Va

    1. Retorno de Recursos do FUNDEF

    2. (+) Resultado das Aplicaes Financeiras

    3. (=) Valor a aplicar

    4. Despe sas E mp enhadas nas subf un es 361, 366 e 367

    5.(-) Despesas Empenhadas em Subvenes Sociais

    6. (=) Total das Despesas Empenhadas

    7. Valores no aplicados no exerccio (3-6)

    8. Percentual aplicado das Receitas do FUNDEF

    Fonte: Sistema de Acompanhamento Oramentrio-ORC-da SED-2003 e Balanda SEF - 2003

    Com o investimento menor do que o determinado, o g

    cumpriu um dos pontos principais do Fundef: a destin

    dos recursos do Fundo remunerao dos professore

    fundamental ainda na ativa. O clculo simples. Com

    508,65 milhes para gastar, o governo deveria aplica

    milhes (60% do total) em salrios. Em vez disso, gasto

    milhes - 1,97% a menos.

    Fundef

    Criado pela LeiFederal 9.424, de 24de dezembro de 1996,o Fundef pretendegarantir justia nadistribuio dosrecursos arrecadadospelos estadose Municpios edestinados ao ensinofundamental. Porisso, prev que adiviso das verbasleve em consideraoo nmero de alunosmatriculados emcada localidade. Paragarantir recursos

    para o Fundef, a leiprev que o Fundoreceba 15% das cotasa que tm direitoos estados em umasrie de impostos econtribuies.

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    AnteriorSumrio

    Crditoeducativo

    40%

    Bolsas depesquisas

    10%

    Boles

    5

    Remunerao dos Profissionais do Magistrio

    R$

    Subfunes/AtividadesEnsino

    FundamentalJovens e Adultos

    EducaoEspecial S O M A

    Elementos de Despesa 2139 2384 2476

    3190.04 - Contrato por TempoDeterminado (ACT)

    5 2. 39 9. 10 2, 66 7 .7 73 .2 22 ,0 1 4 .8 88 .6 28 ,7 9 6 5. 06 0. 95 3, 46

    3190.09 - Salrio-Famlia 155.882,05 11.725,22 17.200,36 184.807,63

    3190.11 - Vencimentos e VantagensFixas - Pessoal Civil

    191.389.869,40 3.124.228,78 11.186.415,77 205.700.513,95

    3 19 0. 13 - Obr ig ae s P at ro na is 2 0. 52 7. 02 0, 68 1 .8 49 .5 84 ,1 5 1 .6 02 .9 40 ,7 3 2 3. 97 9. 54 5, 56

    3190.92 - Despesas de ExercciosAnteriores

    0,00 0,00 224.142,72 224.142,72

    Total 264.471.874,79 12.758.760,16 17.919.328,37 295.149.963,32

    Fonte: Comparativo da Despesa Autorizada com a Realizada, por rgo, Unidade Oramentria eProjeto/Atividade - dez.03/SED

    Outra fonte de financiamento para o ensino fundamental no inte-

    gralmente usada pelo Estado, em 2003, foi o salrio-educao, que

    garante recursos pelo recolhimento de uma alquota de 2,5% sobre

    a folha de pagamentos das empresas. No ano, o salrio-educao

    arrecadou R$ 93,20 milhes e garantiu investimentos de R$ 90,17

    milhes. Os R$ 3,03 milhes restantes, se somados s diferenas

    entre o recebido e o aplicado desde 1999, resultam em mais de R$45 milhes ainda no destinados aos fins estabelecidos em lei.

    Apesar de ser tratado como prioridade, o ensino fundamental no

    o nico a merecer ateno do Estado. Por isso, a Constituio Esta-

    dual determina tambm um piso de aplicaes no ensino superior.

    Diz a regra que o segmento deve receber, no mnimo, 5% de tudo o

    que deve ser gasto com educao. Como j se disse, Santa Catarina

    deveria ter aplicado R$ 1,10 bilho na rea em 2003. Assim, pelo

    menos R$ 55,09 milhes deveriam ir para o ensino universitrio.

    E a lei no pra por a: determina tambm subdivises do dinheiro

    90% do total para fundaes educacionais, que repar

    em 50% para bolsas de estudos, 40% para crdito educ

    para bolsas de pesquisas. O restante - 10% - segue par

    tituies de ensino superior, que repassam todo o din

    crdito educativo.

    Como as fundaes devem repassar seus recursos

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    42

    AnteriorSumrio

    Base de clculo para aplicao no Ensino Superior

    R$

    Receitas Total

    Impostos e Transferncias Constitucionais 4.407.639.091,07

    25% sobre Impostos e Transferncias 1.101.909.772,76

    Aplicao Mnima no Ensino Superior - 5% 55.095.488,64

    Distribuio dos 5%:

    Fundaes Educacionais - 90% 49.585.939,78

    Bolsa de Estudos - 50% 24.792.969,89

    Bolsa de Pesquisa-Mensalidades - 10% 4.958.593,98

    Crdito Educativo - 40% 19.834.375,91

    Instituies de Ensino Superior - 10% 5.509.548,86

    Crdito Educativo - 100% 5.509.548,86

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2003

    Na hora de passar da teoria para a prtica, no entanto, as coisas no

    saram to exatas quanto previa a Constituio. Em 2003, mostram

    os dados analisados pelo TCE, os gastos do Estado no ensino superior

    ficaram R$ 29,84 milhes abaixo do previsto. Houve diferena entre

    o valor a aplicar e o efetivamente gasto em todos os itens analisados.

    Comparativo do Limite Obrigatrio e a Aplicao

    Efetiva na Subfuno Ensino Superior

    Especificao a Aplicar (A) Empenhado(B) % Aplicado

    Aplicao Mnima no EnsinoSuperior - 5%

    55. 095. 488, 64 25. 250. 057, 00 45, 83

    Distribuio dos 5%:

    Fundaes Educacionais - 90% 49.585.939,78 25.250.057,00 50,92

    B ol sa de E st udos - 5 0% 2 4. 792. 96 9, 89 22. 992. 484, 57 92, 74

    Bolsa de Pesquisa-Mens. - 10% 4.958.593,98 2.257.572,43 45,53

    Crdito Educativo - 40% 19.834.375,91 0,00 0,00

    Instituies de EnsinoSuperior - 10%

    5.509.548,86 0,00 0,00

    Crdito Educativo - 100% 5.509.548,86 0,00 0,00

    Fonte: Balano Geral da SED de 2003

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    Resumo

    Anterior

    Sumrio

    Em 2003, o Estado deveria t er aplicado R$ 1,10 bilho

    em educao. Em vez disso, empenhou R$ 1,28 bilho,

    incluindo R$ 347,73 milhes pagos a aposentados e

    pensionistas.

    O TCE recomendou que o Estado retire gradativamente os

    gastos com inativos da conta de despesas com educao.

    O governo deixou de aplicar R$ 81,80 milhes do Fundef no

    ensino fundamental.

    A aplicao de verbas do Fundef na folha de pagamentos

    dos professores foi menor do que a prevista em lei.

    Os recursos liberados para o ensino superior fica

    milhes abaixo do mnimo determinado em 200

    Parte dos recursos do Fundef foi destinada a subvAssociaes de Pais e Professores (APPs). Gastos

    so permitidos pelas regras do Fundo.

    Mais de R$ 45 milhes arrecadados atravs do s

    no foram aplicados no ensino fundamental nos

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    Sa d

    Captulo

    4

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    48

    Anterior

    S

    umrio

    49

    Dificuldades para atendertoda a demanda

    Ocrescimento da populao, o saneamento bsico precrio e

    os recursos escassos para atender demanda transforma-

    ram a questo da sade num grave problema para a admi-

    nistrao pblica. Hoje, por mais que o governo invista, a sobrecar-

    ga do sistema inquestionvel.

    A presta o de contas do governo catarinense mostra isso. Em

    2003, o Estado investiu em sade mais do que a lei determina.

    Ainda assim, no conseguiu dar jei to na ma ior par te dos proble-

    mas existentes. E os nmeros analisados pelo TCE do contornos

    mais claros situao.

    Segundo a Constituio, em 2003 o Estado teria que aplicar 10,07%

    da receita tributria e das transferncias recebidas da Unio no se-

    tor. Os dados apresentados pelo governo mostram que essas duas

    fontes garantiram R$ 4,40 bilhes. Assim, a aplicao mnima em

    sade deveria ser de R$ 443,83 milhes. Em vez disso, a adminis-trao catarinense investiu R$ 491,14 milhes, um extra de R$

    47,30 milhes.

    Assim como ocorreu nos investimentos em educao, o governo in-

    cluiu na conta as despesas com aposentados e pensionistas do setor

    da sade. Essa forma de clculo foi tolerada pelo TCE, em 2003,

    porque o assunto ainda gerava discusses em todo o Pas. Mas o

    Tribunal prope, com base em decises do Conselho Nacional de

    Sade, que o sistema mude e as despesas com inativos no sejam

    mais somadas ao total de investimentos em sade.

    Valores Mnimos Alocados em Aes e Servios de

    Exerccio 2003 A

    1. Receitas Correntes

    1.1 Receita Tributria

    1.1.1 Impostos

    IRRF

    IPVA

    ITCMD

    ICMS

    ICMS - REFIS

    1.2 Transferncias Correntes

    1.2.1 Transferncias da Unio

    1.2.1.1 Participao na Receita da Unio

    FPE

    IPI

    1.2.2 Outras Transferncias da Unio

    Transferncias Financeiras Lei n. 87/96

    1.3 Outras Receitas Correntes

    1.3.1 Multas e Juros de Mora

    1.3.1.1 Multas e Juros de Mora dos Tributos

    Multas e Juros de Mora ICMS

    Multas e Juros de Mora IPVA

    Multas e Juros de Mora ITCMD

    Multas e Juros de Mora Dvida Ativa do ICMSMultas e Juros de Mora Dvida Ativa do IPVA

    Multas e Juros de Mora Dvida Ativa do ITCMD

    Multas e Juros de Mora ICMS - REFIS

    1.3.1.2 Receita da Dvida Ativa Tributria

    Dvida Ativas do ICMS

    Dvida Ativas do IPVA

    Dvida Ativa do ITCMD

    Valor Mnimo de Aplicao 10,07% (2003)

    Valor Aplicado - Empenhado = 11,14%

    Fonte: Demonstrativo da Receita Oramentria Arrecada - ms a ms - AdminisJ deduzidas as transferncias financeiras Constitucionais e Legais a Mun

    Clculos: Equipe Tcnica - TCE/SC

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    Anterior

    S

    umrio

    51

    A maior parte do dinheiro liberado pelo Estado para o setor, R$

    257,17 milhes, foi gasta pela Secretaria da Sade. O restante, R$

    233,97 milhes, seguiu para o Fundo Estadual da Sade. Respon-

    svel pela liberao de verbas para iniciativas como a assistncia

    hospitalar e a regionalizao da sade, o Fundo trabalha tambm

    com recursos prprios, que vem principalmente do SUS.

    Com isso, teve receita total de R$ 371,12 milhes em 2003. As des-

    pesas, porm, chegaram a R$ 481,10 milhes. Como o valor dasdespesas foi bem maior do que o das receitas, nem todas as contas

    foram pagas em 2003. Mesmo assim, as aes na rea de sade con-

    sumiram R$ 738,27 milhes.

    Para onde foram os recursos da sade

    R$

    rgos/Fundos - Programas Valor %

    Total Funo 10 - Sade 738.272.853,34 100,00

    Secretaria de Estado da Sade 257.171.078,82 34,83

    111 - Gesto Administrativa 257.171.078,82 34,83

    Fundo Estadual de Sade 481.101.774,52 65,17

    138 - A Primeira Chance 1.106.903,23 0,15

    351 - Regionalizao da Sade 22.604.366,04 3,06

    353 - A deq uao F si ca e Tc ni ca de U nidade s de S ade 5 .959. 39 7, 09 0, 81

    355 - Gesto Das Aes de Sade 199.063.944,16 26,96

    356 - Ass is tnc ia Ambulator ia l e Aes Bs icas de Sade 90.485.398,51 12,26

    357 - Assistncia Hospitalar 161.881.765,49 21,93

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2003

    Apesar do volume de investimentos, a anlise de uma

    dicadores feita pelo TCE mostra que ainda h muito a

    rea. Exemplo disso a disponibilidade de leitos hos

    Sistema nico de Sade (SUS). Segundo os dados re

    Tribunal, Santa Catarina tem 2,71 leitos para cada grup

    bitantes. O Paran, que lidera o ndice na regio, tem

    dia brasileira, tambm superior catarinense, de 2,

    mil habitantes.

    Nmero de Leitos Hospitalares (SUS) por habitante

    por

    Fonte:MS/SE/Datasus - Sistema de Informaes Hospitalares do SUS - SIH/SUS -

    Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) a situao

    diferente. Segundo determinao do Ministrio da Sad

    de leitos nessas unidades deve ser equivalente a 4% de

    tos disponveis. Portanto, de cada 100 camas hospitala

    ma nico, quatro devem ficar em UTIs. Em Santa Cata

    o nmero de leitos nas UTIs representa apenas 2,55%

    ponvel. Mais uma vez o ndice do Estado inferior m

    (3,11) e mdia nacional (2,69).

    P ar an S an ta C at ar in a Rio Grandedo Sul

    Mdia

    GestoAdministrativa

    da Secretaria daSade

    Programa 111Identifica as despesas

    com pagamento de

    salrios, manuteno deservios administrativose informtica, auxlio-

    alimentao dosservidores e encargos com

    inativos.

    Programa 138Identifica despesas com

    estagirios.

    Programa 351Gastos com manuteno

    das regionais de sadee desenvolvimento

    de aes de sade nasmacrorregies do Estado.

    Programa 353Despesas com construode unidades hospitalares.

    [Continua]

  • 7/22/2019 Para Onde Vai o Seu Dinheiro

    27/65

    52

    Anterior

    S

    umrio

    53

    Nmero de Leitos UTI (SUS)

    Fonte: MS/SE/Datasus - Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS - SIH/SUS - Perodo:Julho/2003

    Cabe destacar, porm, que h indicadores nos quais Santa Catarina

    se sai melhor do que a maior parte dos outros estados. A taxa de mor-

    talidade infantil ps-neonatal (para crianas entre 28 e 364 dias de

    vida) um deles. No Estado, 6,2 de cada mil crianas nascidas vivas

    morrem durante esse perodo. No Paran, o ndice de 6,7 mortos

    por mil. No Nordeste, regio onde o problema mais grave, a relao

    sobe para 18,4 mortes para cada mil crianas nascidas vivas.

    Taxa de Mortalidade Ps-Neonatal

    Fonte: MS/Funasa/Cenepi - Sistema de Informaes Sobre Nascidos Vivos - SINASC e Sistema de

    Informaes Sobre Mortalidade - SIM - Perodo:2000

    Outra comparao na qual Santa Catarina se sai bem

    em considerao as consultas realizadas pelo SUS. A, c

    sultas por habitante, o Estado fica frente do Paran (2

    Grande do Sul (2,16) e das regies Norte (1,63), Nordeste

    tro-Oeste (2,41). Fica abaixo apenas do desempenho do S

    em 2003 ocorreram 2,79 consultas pelo SUS para cada ha

    Nmero de Consultas Mdicas (SUS) por Habitante.

    Fonte:MS/SE/Datasus - Sistema de Informaes Ambulatoriais do SUS - SIH/SUS

    Apesar de maior doque o registradono Rio Grande doSul, o ndice demortalidade ps-neonatal em SantaCatarina menordo que o visto noParan e em outrasregies do Pas.

    Paran Santa Catar ina Rio Grandedo Sul

    Mdia

    Brasil

    em Relao ao Total de Leitos Cadastrados

    Paran Santa Catarina Rio Grandedo Sul

    Mdia

    Nmero de bitos na idade de 28 a 364dias p/1000 nascidos vivos

    Para n Sa nta Catarina Rio Grandedo Sul

    M

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    O Estado investiu mais do que o determinado por lei na

    rea da sade em 2003. Apesar disso, os indicadores da

    situao da sade ainda precisam melhorar para atingir os

    parmetros da Organizao Mundial de Sade.

    Despesas com inativos foram contabilizadas como gastos

    em sade, o que no recomendado pelo Conselho

    Nacional de Sade, e deveriam ser excludas nos prximos

    exerccios.

    O Fundo Estadual da Sade gastou mais do que a receita

    disponvel em 2003.

    Santa Catarina est abaixo da mdia nacional na relao

    entre o nmero de leitos hospitalares do Sistema nico de

    Sade (SUS) e a populao.

    Os catarinenses tm um dos menores ndices d

    no perodo ps-neonatal (entre 28 e 364 dias d

    Proporcionalmente populao, o nmero de

    pelo SUS no Estado o maior da regio Sul.

    A Secretaria Estadual da Sade e o Fundo Estad

    no tiveram recursos suficientes para cobrir to

    despesas em 2003.

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    InaspoCa

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    Ainda faltam policiaisnas ruas catarinenses

    Apreocupao com a segurana ou melhor, com a falta dela deixou de ser exclusividade de moradores dos grandes cen-tros urbanos como So Paulo e Rio de Janeiro. Com o aumento

    da criminalidade em lugares at pouco tempo atrs tranqilos comoFlorianpolis, Blumenau e Joinville -, roubos, seqestros e homicdiospassaram a fazer parte do cotidiano de medo das famlias catarinenses.

    Oferecer segurana aos cidados papel do Estado. De fato, trata-se de uma das principais funes que se enquadram nos chamados

    Direitos da Cidadania, que tambm resguardam o direito vida,proteo famlia e criana, liberdade pessoal, de pensamento e

    de crena e o direito previdncia social.

    no mbito dos Direitos da Cidadania que se concentram progra-

    mas como o de profissionalizao de detentos, de reduo no dficitde vagas nas penitencirias e nos presdios, e de garantia de direitosaos adolescentes infratores.

    Para garantir que todas essas aes funcionassem, em 2003 o Estado des-tinou R$ 58,80 milhes para a rea de Direitos da Cidadania. Nem todo o

    dinheiro foi usado em programas de segurana. O Primeira Chance, quegarante estgio remunerado para universitrios, por exemplo, recebeu R$97,92 mil. Volume bem maior de recursos R$ 31,38 milhes foi aplica-

    do em projetos do Fundo Penitencirio do Estado de Santa Catarina.

    Alm dos programas habituais, o Fundo destinou R$ 3 milhes paraas obras de concluso da penitenciria de So Pedro de Alcntara.Outros R$ 804,76 mil foram gastos nas penitencirias de Florian-

    polis, Curitibanos e Chapec.

    Participao dos rgos e Unidades Oramentrias

    Funo 14 Direitos da Cidadania Por Programas

    rgos/Entidades e Programas Valo

    Secretaria de Estado da Justia e Cidadania 1.72

    111 - Gesto Administrativa 10

    138 - A Primeira Chance

    473 - Apoio Cidadania 45

    474 - Penses Especiais 1.16

    Secretaria de Estado da Segurana Pblica e Defesa do Cidado 8.50

    138 - A Primeira Chance 9

    474 - Penses Especiais 2

    471 - Direitos da Criana e do Adolescente

    472 - Direitos do Adolescente Infrator 2.32

    473 - Apoio Cidadania 5.99

    475 - Programa Estadual de Defesa do Consumidor 6

    Secretaria de Estado da Organizao do Lazer 1

    473 - Apoio Cidadania 1

    Secretaria de Estado da Administrao 16.37

    474 - Penses Especiais 16.37

    Gabinete do Governador do Estado

    091 - Direitos Humanos e Cidadania

    Fundo Rotativo da Penitenciria de Curitibanos 17

    501 - Profissi onalizao nos Estabelecimentos Penais 17

    Fundo Rotativo da Penitenciria de Florianpolis 18

    501 - Profissi onalizao nos Estabelecimentos Penais 18

    Fundo Rotativo da Penitenciria de Chapec 44

    501 - Profissi onalizao nos Estabelecimentos Penais 44

    Fundo Penitencirio do Estado de Santa Ca ta rina 31 .37

    472 - Direitos do Adolescente Infrator 5

    521 - Humanizao do Sistema Penal 20.02

    522 - Reduo do Dficit de Vagas no Sistema Penal 11.26

    524 - Informatizao do Sistema Penal 4

    Total Funo 14 - Direitos da Cidadania 58.80

    Fonte: Balano Geral do Estado de 2003

    Nota:Os dados analisados pelo TCE levam em conta a existncia da Secretaria de ECidadania. Isso porque a pasta foi extinta apenas em 31 de janeiro de 2003. Para subs

    criou a Secretaria de Estado da Segurana Pblica e Defesa do Cidado.

    Direitos

    A funo Direitos daCidadania diz respeitoaos investimentos doEstado para garantir

    os direitos individuaise coletivos dos

    cidados, previstos naConstituio. Entre

    eles, o direito vida,proteo famlia e criana, liberdade

    pessoal, de pensamentoe de crena, direito seguridade social,

    sade, educao,ambiente saudvel,

    dignidade da pessoahumana (em que

    se insere a custdia ereintegrao de presos)

    e direito dos ndios.Nesta funo, esto

    tambm despesasinstitucionais do

    Ministrio Pblicorealizadas para defendere garantir direitos como

    o do consumidor, oEstatuto da Criana edo Adolescente e com

    aes de preservao domeio ambiente.

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    Nas penitencirias e nos presdios, os investimentos surtiram efei-

    to. Segundo anlise do TCE, no fim de 2002 havia um excesso de

    6,3% na ocupao das vagas existentes nas penitencirias. Um ano

    depois, graas aos gastos para aumento da capacidade, havia 426

    vagas sobrando.

    Capacidade e Ocupao das Penitencirias do Estado

    Penitenciria

    Fechado Semi-aberto Provisrio Total

    %Capa-cidade

    Ocu-pao

    Capa-cidade

    Ocu-pao

    Capa-cidade

    Ocu-pao

    Capa-cidade

    Ocu-pao

    Chapec 364 502 120 135 52 11 536 648 20,90

    Curitibanos 375 128 208 161 - x- 1 583 290 (101,03)

    Florianpolis 413 415 164 156 200 200 777 771 (0,78)

    So Pedro deAlcntara

    1.026 498 - X- - X - - X - 289 1.026 787 (30,37)

    Total 2.178 1.543 492 452 252 501 2.922 2.496 (17,07)

    Fonte: Secretaria de Estado da Justia e Cidadania - Diretoria de Administrao Penal DIAP/dadosde dezembro de 2003

    Nos presdios, a situao no to tranqila, mas tambm houve

    melhoras. Em dezembro de 2002, os 22 presdios catarinenses ti-

    nham 1,991 mil vagas e abrigavam 3,968 mil criminosos. A capa-

    cidade estava superada em 99,30%. Em um ano a capacidade dis-

    ponvel cresceu 28,72%. J o nmero de presos aumentou 8,01%.

    Assim, o excesso de ocupao caiu para 67,23%.

    Capacidade e Ocupao dos Presdios do Estado

    Presdios

    Masculino Feminino Tota

    Capa-cidade

    Ocu-pao

    Capa-cidade

    Ocu-pao

    Capa-cidade

    CoordenadoriaRegional Chapec

    390 376 8 20 398

    Chapec 148 150 6 8 154

    Concrdia 96 75 0 1 96

    Joaaba 52 88 2 4 54

    Xanxer 94 163 0 7 94

    CoordenadoriaRegional Curitibanos 540 926 42 79 582

    Blumenau 160 155 20 22 180

    Caador 76 212 0 14 76

    Lages 90 235 14 19 104

    Mafra 96 97 4 6 100

    Rio do Sul 42 93 0 13 42

    Jaragu do Sul 76 134 4 5 80

    CoordenadoriaRegional do Litoral

    1.178 2.322 250 336 1.428

    Ararangu 44 155 10 7 54

    Balnerio Cambori 80 292 18 47 98

    Biguau 26 77 0 0 26

    Cricima 204 390 87 64 291

    Feminino/Florianpolis 0 0 44 82 44

    Masculino/Florianpolis 220 232 0 0 220

    Itaja 120 414 22 55 142

    Joinville 298 386 37 50 335

    Tijucas 136 267 22 20 158

    Tubaro 50 109 10 11 60

    Unidades PrisionaisAvanadas

    151 222 4 5 155

    Indaial 35 66 0 0 35

    Ituporanga 36 29 0 1 36

    Imbituba 20 42 4 3 24

    Laguna 38 44 38

    So Miguel do Oeste 22 41 1 22

    Total Geral 2.259 3.846 304 440 2.563

    Fonte: Secretaria de Estado da Justia e Cidadania - Diretoria de Administrao

    de dezembro de 2003

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    Alm disso, Santa Catarina destaca-se em outros quesitos levados em

    considerao na avaliao das instalaes penais. Segundo os dados

    analisados pelo TCE, 15,86% dos presos no Estado estudam. Outros

    41,54% trabalham. Nos dois itens, considerados importantes para a

    recuperao dos prisioneiros, os catarinenses aparecem frente da

    mdia da regio Sul, que de 15,19% e 40,67% respectivamente.

    Recuperao do preso

    Presos Estudando

    Regio Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Mdia

    Sul 20,54 % 15,86 % 9,17 % 15,19 %

    Presos Trabalhando

    Sul 43,56 % 41,54 % 36,91 % 40,67 %

    Fonte: Estado de Santa Catarina - Secretaria de Estado da Justia e Cidadania - Diretoria de

    Administrao Penal DIAP/Dados de dezembro de 2003Estado do Paran - Secretaria de Estado da Justia - Departamento Penitencirio do Estado

    - DEPEN - PR - Dados de dezembro 2003Estado do Rio Grande do Sul - Secretaria da Justia e Segurana - SUSEPE - Departamento

    de Tratamento Penal - Dados de dezembro 2003

    Graas aos investimentos na expanso de vagas, os ndices de ocupao

    das penitencirias e presdios catarinenses melhoraram em 2003. Ape-sar disso, os presdios continuam abrigando mais gente do que o ideal.

    Tambm positivo, ainda que no satisfatrio, o aumento dos quadros

    das polcias civil e militar. Em 2002 , atuavam em Santa Catarina 15,979

    mil policiais. Na poca, a populao catarinense era de 5.527.707 pes-

    soas, o que garantia a relao de um policial para cada grupo de 345,93

    moradores. No fim de 2003, o nmero de policiais aumentou para

    16,322 mil. A populao cresceu com menos velocidade totalizando

    5.607.233 pessoas. Resultado: em 31 de dezembro de 2003 a relao

    era de um policial para cada grupo de 343,53 habitantes.

    Apesar da variao positiva, o Estado segue distante dcomo ideal pela Organizao das Naes Unidas (ONUtituio, a garantia de segurana requer a existncia depara cada grupo de 250 habitantes.

    Com essa distncia entre o cenrio ideal e o quadro viste apesar das melhorias nas penitencirias e presdios, oimpresso das pessoas est correta: as ruas realmente nos seguras. Trabalhando com dados das polcias milit

    tcnicos do TCE verificaram que houve um aumento dede ocorrncias registradas no Estado em 2003.

    primeira vista a variao pequena. Analisando osde perto, porm, nota-se que os maiores aumentos cose justamente nos crimes mais violentos. Os furtos empor exemplo, caram 3%. Os registros de homicdios doles em que o matador tem a inteno de matar a vtima89%. Os casos de estupro aumentaram 90%, os de trfi

    40%, e os acidentes de trnsito com vtimas fatais 29%

    Total de Ocorrncias Registradas

    Tipos de Delitos e Procedimentos 2002 2003 Homicdio Doloso 381 719

    Roubo (diversos) 7.807 9.080

    Roubo a Banco 54 33

    Estupro 302 574

    Furto de Veculos 4.555 6.484

    Furto em Residncia 31.226 30.245

    Furto em Estabelecimento Comercial 11.689 11.756

    Trfico de Drogas 269 376

    Uso/Porte de Drogas 2.148 1.700

    Acidente Trnsito com Vtima Fatal 523 673

    Acidente Trnsito sem Vtima Fatal 13.543 15.450

    Total de Ocorrncias destes Itens 72.497 77.090

    Fonte: Estado de Santa Catarina - Secretaria de Estado da Segurana Pblica e D- Polcia Civil - Dint

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    Em 2003, o Estado destinou R$ 58,80 milhes para as

    iniciativas destinadas a garantir os direitos essenciais dos

    cidados os chamados Direitos da Cidadania;

    O Fundo Penitencirio do Estado recebeu a maior parte dos

    recursos: R$ 31,38 milhes;

    As penitencirias catarinenses terminaram 2003 com vagas

    sobrando. Nos presdios, a ocupao superou a capacidade

    em 67,23%;

    O Estado aumentou o nmero de policiais, mas ele ainda

    insuficiente para atender a populao, de acordo com os

    indicadores da ONU para o setor.

    As obras para a concluso da Penitenciria de S

    Alcntara receberam R$ 3 milhes do governo

    O ndice de presos trabalhando e estudando nas catarinenses supera a mdia regional.

    O Estado registrou queda no total de ocorrncias

    houve aumento na incidncia de crimes violento

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    Fundos, autarquias, fundaes eempresas atuam em reas especficas

    Aestrutura do Governo catarinense pode ser dividida em duas:

    a administrao direta e a indireta. A primeira, conhecida de

    todos, integrada pelas secretarias de Estado, gabinetes do

    governador e vice, Tribunal de Justia, Assemblia Legislativa, Tri-

    bunal de Contas, Ministrio Pblico Estadual e pelos Fundos. J a ad-ministrao indireta menos visvel e conhecida, apesar de tambm

    ter papel fundamental no dia-a-dia dos cidados. formada pelas

    autarquias, fundaes e sociedades de economia mista - empresas to-

    talmente controladas ou que tm o Estado como scio majoritrio.

    Apesar de diferenas legais que os caracterizam, os integrantes da

    administrao indireta tm em comum a atuao em reas espec-

    ficas. Outras coincidncias, a restritas s autarquias, s fundaes

    e s sociedades de economia mista, so as estruturas prprias e a

    relativa liberdade de ao em suas reas de abrangncia.

    A caracterstica mais importante da administrao indireta, porm,no nenhuma dessas. O fundamental dizer que fundaes, socie-

    dades de economia mista e autarquias existem para atuar em reas

    de interesse pblico, ainda que nem sempre tpicas do Estado. E por

    isso recebem do Poder Executivo recursos para cobrir parte de suas

    despesas, geralmente superiores s receitas prprias. Em 2003, as

    transferncias do governo para as autarquias chegaram a R$ 247,10

    milhes. As fundaes receberam R$ 125,14 milhes.

    Ainda assim no foi possvel cobrir todas as despesas. No conjunto, as au-

    tarquias, por exemplo, tiveram receitas de R$ 363,14 milhes. Mas gasta-

    ram R$ 699,50 milhes. Ou seja: um dficit oramentrio d

    milhes, bastante superior ao volume de recursos recebido dtamente para evitar o desequilbrio nas contas das entidades

    O maior dficit oramentrio (sem levar em conta os re

    bidos do Executivo) ocorreu no Departamento Estadu

    Estrutura (Deinfra), que arrecadou R$ 20,41 milhes

    320,27 milhes. O Ipesc, que arrecadou R$ 290,41 milR$ 323,30 milhes e apresentou o segundo pior dese

    ano, com diferena entre receitas e despesas de R$ 32O Tesouro do Estado cobre essa di ferena.

    Os resultados das autarquias

    AutarquiasReceita

    Prevista Arrecadada Autorizada Realizada

    APSFS 59.370 17.429 67.920 19.279

    ARCO 650 0 650 0

    DEINFRA 0 20.412 744.561 320.269

    IOESC 12.750 11.904 16.820 12.245

    IPESC 352.335 290.412 352.335 323.305

    JUCESC 8.591 5.629 8.591 5.610

    DETER 12.422 15.706 15.481 13.997

    DER 196.910 1.648 3.704 3.704

    DEOH 750 0 1.096 1.096

    Total 643.778 363.140 1.211.158 699.505

    Fonte: Balano Geral das Autarquias - 2003

    Segundo os dados analisados pelo TCE, a maior parte

    gastos pelas autarquias foi usada pelo Ipesc para o pa

    penses e benefcios. Graas ao volume expressivo de

    do Deinfra, os investimentos tambm se destacam na li

    no do dinheiro das autarquias.

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    Participaodas autarquiasnos gastos

    APFSDEINFRAIOESCIPESCDETERJUCESCDERDEOH

    Como as autarquias gastaram seus recursos

    R$ 1.000

    Ttulos APSFS DEINFRA IOESC IPESC JUCESC DETER DER DEOH Total

    DespesaOramentria

    19.279 320.269 12.245 323.305 5.610 13.997 3.704 1.096 699.505

    DespesasCorrentes

    10.030 77.917 11.797 303.022 5.460 11.290 3.704 1.096 424.316

    Pessoal e Encargo 3.195 49.679 3.834 242.920 1.036 5.177 3.134 1.030 310.005 Outras Despesas

    Correntes6.835 28.238 7.963 60.102 4.424 6.113 570 66 114.311

    Despesas deCapital

    9.249 242.352 448 20.283 150 2.707 0 0 275.189

    Investimentos 9.249 242.352 448 20.283 150 2.707 0 0 275.189 Inverses

    Financeiras0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Transferncia deCapital

    0 0 0 0 0 0 0 0 0

    Participao % 2,76 45,79 1,75 46,22 0,80 2,00 0,53 0,16 100,00

    Fonte:Balano Geral das Autarquias - 2003

    As fundaes tambm tm receitas prprias. A Fundao do Meio Am-

    biente (Fatma), por exemplo, cobra para emitir licenas ambientais

    para empreendimentos comerciais ou residenciais e projetos empresa-

    riais. J a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) arrecada

    dinheiro prestando servios na rea educacional. Ainda assim, como

    ocorre tambm com as autarquias, os recursos obtidos pelas fundaestambm no so suficientes para cobrir todas as despesas.

    Em 2003, no entanto, as fundaes foram mais econmicas que as

    autarquias. Com os recursos recebidos do Executivo, conseguiram

    manter as contas em ordem. No total, as seis fundaes catarinen-

    ses arrecadaram R$ 17,74 milhes. Como receberam mais de R$ 125

    milhes em repasses governamentais, operaram no azul mesmo

    tendo gasto R$ 140 milhes. Responsvel pela maior parte das des-

    pesas R$ 92,91 milhes -, a Udesc teve sobra de R$ 1,49 milho.

    Um pouco menor, de R$ 1,17 milho, foi o supervit da Funcitec.

    Os resultados das fundaes

    TtulosReceita

    Oramentria* %

    Transfernciade Quotas do

    Tesouro%

    ReceitaTotal

    DespeOramen

    FCC 242 0,17 7.370 5,16 7.612

    FESPORTE 2.603 1,82 1.942 1,36 4.544

    FCEE 201 0,14 6.635 4,64 6.835

    FATMA 4.245 2,97 8.919 6,24 13.164 1

    UDESC 10.118 7,08 84.281 58,99 94.399 9

    FUNCITEC 330 0,23 15.994 11,19 16.323 1

    Total 17.738 12,41 125.140 87,59 142.878 14Fonte: Balano Geral das Fundaes - 2003

    * Diretamente arrecadada

    Em comum com as autarquias, as fundaes tm o pe

    pesas. Tambm entre elas, a folha de pessoal consumiu

    te dos recursos. Segundo os dados analisados pelo TC

    73,54 milhes. Os investimentos, bem mais modesto

    apenas R$ 8,12 milhes.

    Como as fundaes gastaram seus recursos

    Ttulos FCC FESPORTE FCEE FATMA UDESC FUNCITE

    Despesa Oramentria 7.952 5.025 6.983 12.394 92.908 15.1

    Despesas Correntes 7.395 4.740 6.902 12.120 88.413 12.7

    Pessoal e Encargos Sociais 3.256 596 4.295 7.992 56.965 4

    Ou tr as D es pes as C or ren te s 4. 13 9 4. 14 4 2. 60 7 4 .128 31 .4 48 12 .2

    Despesas de Capital 557 285 81 274 4.495 2.4

    Investimentos 557 285 81 274 4.495 2.4

    Participao Percentual 5,66 3,58 4,97 8,83 66,17 10

    Fonte: Balano Geral das Fundaes - 2003

    As autarquiascatarinenses

    Administrao do Portode So Francisco do Sul

    (APSFS)

    Departamento Estadualde Infra-Estrutura

    (Deinfra)

    Imprensa Oficial doEstado (Ioesc)

    Instituto de Previdnciado Estado de Santa

    Catarina (Ipesc)

    Junta Comercial doEstado de Santa Catarina

    (Jucesc)

    Departamento deTransportes e Terminais

    (Deter)

    Agncia Catarinense deRegulao e Controle

    (SC/Arco)*

    *A SC Arco existe apenas nopapel. A empresa no opera.

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    37/65

    72

    Anterior

    S

    umrio

    Integrantes mais conhecidas da administrao indireta, as 16 com-

    panhias controladas pelo governo catarinense tiveram, em 2003,

    um lucro de R$ 64,38 milhes. Quem mais ganhou foi a Centrais

    Eltricas de Santa Catarina (Celesc), que fechou o balano com um

    azul de R$ 168,19 milhes.

    A maior perda, de R$ 133,64 milhes, foi observada na Santa Ca-

    tarina Participaes e Investimentos S/A (Invesc), empresa criada

    para garantir investimentos em Santa Catarina com recursos cap-

    tados pela emisso de debntures (operao similar a um emprs-

    timo) da Celesc. O dinheiro obtido com as operaes da Invesc foi

    utilizado, mas os investidores ainda no receberam o que lhes

    devido. Atualmente, o dbito com eles chega a R$ 649,73 milhes.

    Com esse endividamento, e como no tem receita prpria, a Invesc

    tem seguidos prejuzos por causa dos juros e encargos que inci-

    dem sobre os recursos captados quando da criao da empresa.

    Em 2003, a Invesc fechou novamente no vermelho um prejuzo

    de R$ 133,64 milhes.

    Lucros e prejuzos das Sociedades de Economia Mis

    Empreesas ReceitasResultado

    OperacionalResultado no-Operacional

    Lucro

    Financeiro

    BADESC 139.771.000,00 17.367.000,00 (927.000,00) 4.609.000,

    BESCOR 2.704.480,26 (177.529,40) 0,00

    INVESC 0,00 (133.645.748,67) 0,00

    Subtotal 142.475.480,26 (116.456.278,07) (927.000,00) 4.609.000,

    Infra- Estrutura

    CASAN 332.529.000,00 20.736.000,00 41.000,00 18.872.000,

    CELE SC 2.973.938.000,00 219.254.000,00 (3.621.000,00) 168.189.000,

    IAZPE 0,00 0,00 0,00

    SANTUR 8.472.954,70 1.196.450,12 607,01 938.078,

    CIASC 42.070.906,00 316.765,00 (209.232,00) 4.790,

    Subtotal 3 .3 57 .0 10 .8 60 ,7 0 2 41 .5 03 .2 15 ,1 2 ( 3. 78 8. 62 4, 99 ) 1 88 .0 03 .8 68

    Econmico

    CEASA 1.000.571,40 (393.380,73) 27.117,41

    CIDASC 76.471.387,00 (7.053.327,00) 1.608.613,00

    CODESC 22.810.366,00 9.570.048,00 0,00 9.290.306,

    EPAGRI 126.235.298,00 (4.887.676,00) 41.572,00

    SCGS 238.463.640,00 22.567.155,00 5.193,00 18.762.417,

    REFLORESC 0,00 (4.725,00) 0,00

    CODISC 626.632,05 (161.385,38)

    Subtotal 4 64 .6 07 .32 3, 05 20 .0 30 .08 9, 62 1. 655 .3 78 ,00 2 8. 052 .7 23

    Social

    COHAB 56.288,00 (12.006.400,00) 0,00

    Subtotal 56.288,00 (12.006.400,00) 0,00

    Total 3 .9 64 .1 49 .9 52 ,0 1 1 33 .0 70 .6 26 ,6 7 ( 3. 06 0. 24 6, 99 ) 2 20 .6 65 .5 91

    Resultado Consolidado Anual Das Empresas, Lucro De: 64.3

    Fonte:Demonstraes de Resultados remetidas ou publicadas pelas empresas e

    A Invesc (SantaCatarinaInvestimentos S/A)registrou o maiorprejuzo, em 2003,dentre as empresascontroladaspelo governocatarinense.

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    74

    AnteriorSumrio

    Visto assim isoladamente, e levando-se em conta apenas os resul-

    tados anuais, o desempenho das estatais parece positivo. Quando

    analisado mais a fundo, porm, o quadro apresenta problemas.

    Juntas, as estatais catarinenses tm ativos circulantes (recursos

    com prazo de recebimento inferior a um ano) de R$ 1,32 bilho. J

    os passivos circulantes (dbitos com vencimento em at um ano)

    somam R$ 1,88 bilho. Nas contas de longo prazo a situao no

    muito diferente. As empresas tm a receber R$ 1,6 bilho e devem

    R$ 2,51 bilhes.

    Em valores brutos, a mais endividada das estatais catarinenses a

    Celesc. Tem dbitos de R$ 665,69 milhes no curto prazo e outros

    R$ 1,54 bilho com prazo de vencimento superior a um ano. A maior

    parte das pendncias, equivalente a R$ 1,10 bilho em dezembro de

    2003, com a Fundao Celesc de Seguridade Social (Celos), enti-

    dade previdenciria dos funcionrios da distribuidora de energia.

    Na poca, havia tambm pendncias de R$ 317,81 milhes com for-

    necedores de energia.

    Contas a receber e a pagar das estatais catarinense

    E mp re sa s A ti vo To ta l A ti vo Ci rc ul an te A ti vo Re al iz v el Passivo TotalPassivo

    Circulan

    Financeiro

    BADESC 817 .121 .000 ,00 241 .042 .000 ,00 565 .531 .000 ,00 817 .121 .000 ,00 136 .648 .0

    BESCOR 4.099.104,18 3.325.587,66 0,00 4.099.104,18 979.6

    INVESC 187.996.863,54 5.612.405,89 182.384.457,65 187.996.863,54 649.732.1

    Subtotal 1.009.216.967,72 249.979.993,55 747.915.457,65 1.009.216.967,72 787.359.8

    Infra-Estrutura

    CASAN 1 .205 .563 .000 ,00 89.359.000,00 7 .725 .000 ,00 1 .205 .563 .000 ,00 221 .507 .0

    CELESC 2.988.001.000,00 868.391.000,00 738.402.000,00 2.988.001.000,00 665.695.0

    IAZPE 9.478.879,97 154.145,46 0,00 9.478.879,97 209.3

    SANTUR 3.483.197,55 996.139,88 25.881,81 3.483.197,55 1.161.5

    CIASC 22.054.349,00 7.541.027,00 855.245,00 22.054.349,00 13.265.2

    Subtotal 4.228.580.426,52 966.441.312,34 747.008.126,81 4.228.580.426,52 901.838.2

    Econmico

    CEASA 3.776.155,66 492.266,96 0,00 3.776.155,66 187.7

    C IDA SC 40 .2 17 .87 2, 00 8 .7 43 .39 7, 00 5 .4 93 .94 8, 00 4 0. 21 7. 872 ,0 0 16 .50 4. 1

    C OD ES C 3 65 .3 16 .6 86 ,0 0 2 7. 33 9. 49 2, 00 2 6. 97 9. 47 9, 00 3 65 .3 16 .6 86 ,0 0 2 3. 96 8. 8

    E PA GR I 23 .7 22 .35 6, 00 5 .3 26 .67 6, 00 1 .7 00 .99 0, 00 2 3. 72 2. 356 ,0 0 57 .76 3. 8

    S CG S 1 92 .5 33 .5 66 ,0 0 5 3. 96 5. 83 6, 00 11 .2 12 .8 77 ,0 0 1 92 .5 33 .5 66 ,0 0 8 4. 80 1. 0

    REFLORESC 801.643,00 8.512,00 0,00 801.643,00 3.1

    CODISC 3.692.422,86 501.166,56 3.133.521,72 3.692.422,86 10.5

    Subtotal 630 .060 .701 ,52 96.377.346,52 48.520.815,72 630 .060 .701 ,52 183 .239 .4

    Social

    COHAB 65.602.627,00 8 .021 .403 ,00 57.096.039,00 65.602.627,00 10.921.4

    Subtotal 65.602.627,00 8 .021 .403 ,00 57.096.039,00 65.602.627,00 10.921.4

    Total 5.933.460.722,76 1.320.820.055,41 1.600.540.439,18 5.933.460.722,76 1.883.358.9

    Fonte: Balanos patrimoniais remetidos ou publicados pelas empresa estaduais

    preocupanteo crescenteendividamentodas estataiscatarinenses,especialmenteda Celesc, queem dezembro de2003 devia R$ 1,10bilho s para aFundao Celesc deSeguridade Social.Este quadro engessaa empresa e reduzsua capacidade de

    investimento.

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    AnteriorSumrio

    Com o endividamento, que pesa no caixa e diminui a quantida-

    de de recursos disponveis para investimentos, as companhias

    no puderam fazer os desembolsos no nvel desejado. A Casan,

    por exemplo, projetou investimentos de R$ 348,90 milhes

    para 2003. Em vez disso, aplicou apenas R$ 34,10 milhes,

    menos de 10% do previsto. A Companhia de Habitao do Es-

    tado de Santa Catarina (Cohab) apresentou previso de gastos

    de R$ 4,09 milhes. O gasto efetivo da empresa, porm, ficou

    em apenas R$ 953 mil. A Companhia de Gs de Santa Catarina(SCGS) aplicou R$ 27,30 milhes (a previso era de R$ 40,76

    milhes) e a Celesc R$ 134,90 milhes (para uma estimativa de

    R$ 148,79 milhes).

    Fundos servem para carimbar recursos

    Apes ar de integrarem a admi nistra o direta, os fundos tm

    em comum com os rgos da administrao indireta o fato

    de agirem apenas em atividades delimitadas. Alis, eles so

    criados e s existem para receber recursos carimbados p