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Para incrementar nossa discussão sobre urticária e anafilaxia Heloísa Simonini Delfino 2019

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  • Para incrementar nossa discussão sobre urticária e anafilaxia

    Heloísa Simonini Delfino2019

  • • Comum não se diagnosticar casos onde não há acometimento cutâneo

    • Problema especialmente comum, severas crises asmáticas que preenchem critérios de anafilaxia

  • Anafilaxia continua

    subdiagnosticada, pouco relatada e

    tratada inadequadamente

    • Estudos analisando atendimentos em serviços de emergência

    • Aproximadamente 30-50% reações diagnosticadas como alérgicas preenchem critérios diagnóstico de anafilaxia

    • Uso de corticosteróides e antihistamínicos continuam superando uso epinefrina, mesmo quando anafilaxia é diagnosticada

    Partnership for Anaphylaxis: Enhancing Recognition, Treatment and Outocomes. American Journal of Medicine, vol 127, Jan 2014

  • Diagnóstico de anafilaxia

    WAO: Severa reação sistêmica de hipersensibilidade potencialmente fatal.

    Quadro súbito, geralmente minutos até duas horas após exposição ao alérgeno

    Dois ou mais sistemas (cutâneo, respiratório, gastrintestinal, cardiovascular)

    Exceção: hipotensão após exposição à alérgeno conhecido para paciente

    Resolução também rápida

  • Anafilaxia fatal

    1% dos casos

    Maioria dos óbitos 30-60 min início sintomas

    Estudo de 164 casos fatais: tempo médio entre início sintomas e PCR:

    iatrogênica: 5 minutos

    venenos insetos: 15minutos

    alimentos: 30 minutos

    Fatalidades: maioria não recebeu adrenalina nos primeiros 30 minutos

  • Anafilaxia fatal

  • Etiologia

    Muitas vezes não é possível se fazer

    diagnóstico etiológico em situação de

    emergência

    Porém exposição a alérgenos suspeitos

    fortalece muito o diagnóstico

    Faz parte dos critérios diagnósticos

    Rapidamente questionar exposição aos fatores etiológicos

    mais comuns: Alimentos,

    medicamentos, ferroadas insetos

    himenópteros

  • Manifestações cutâneas

    90% casos•Rubor •Prurido•Urticária•Angioedema•Urticária e

    angioedema

  • Manifestações respiratórias

    Até 70% episódios

    Asma: dispnéia, sibilância (50%)

    Edema laríngeo: estridor, tosse seca, rouquidão, disfagia, prurido e aperto na garganta (24%)

    Rinite (16%)

  • Sintomas cardiovasculares

    Até 45% casos

    Taquicardia, pode ocorrer bradicardia(estímulo vagal por isquemia ventricular)

    Depressão miocárdica: diminuição débito cardíaco (hipoxemia)

    Arritmias

    Sugestivos de hipotensão arterial

  • Hipotensão arterial

    • 30% casos• Inicialmente: vasodilatação, taquicardia,

    aumento débito cardíaco, baixa resistência periférica

    • Aumento permeabilidade vascular→perda volume intravascular pode ser dramática podendo levar a uma perda de até 30% volemia dentro de 10 minutos

    • Podendo levar ao aumento resistência periférica

  • Sintomas gastrintestinais

    Até 45% episódios

    Início abrupto, sintomas severos

    Náuseas

    Vômitos Cólicas abdominais Diarréia

  • Fases da reação

    anafilática

    • Anafilaxia unifásica: maioria, reação aguda e resolução dentro de minutos a horas

    • Anafilaxia bifásica: recorrência dos sintomas após aparente remissão dos mesmos (5% casos, 1-30 hs após remissão dos sintomas iniciais – média 10 horas, um caso 72 horas)

    • Anafilaxia protraída: reações graves, persistentes, podem durar dias

  • Gravidade da anafilaxia

    Leve: regressão espontânea através da produção endógena de mediadores como epinefrina e angiotensina II

    Severa: evoluir em minutos para óbito

  • Critérios diagnósticos

    Anafilaxia é muito provável se pelo menos um de 3 critérios é preenchido..

    Sampson, HA, Munoz-Furlong, A, Campbell, RL, et al. Secondsymposium on the definition and management ofanaphylaxis: summary report-Second National Institute ofAllergy and Infectious Disease/Food Allergy and AnaphylaxisNetwork symposium. J Allergy Clin Immunol 2006; 117:391. Copyright ©2006 The American Academy of Allergy, Asthma, and Immunology.

  • Critério diagnóstico -

    “1”

    Início abrupto de condição (minutos à algumas horas) com envolvimento de pele, mucosas ou ambos

    (urticária, prurido, eritema, angioedema)E PELO MENOS UM DOS SEGUINTES:

    A. Sintomas respiratórios (dispnéia, sibilância – broncoespasmo, tosse, rinite,estridor, hipoxemia)

    B. Pressão arterial diminuída ou sintomas associados (hipotonia, choque, síncope, incontinência esfincteriana, tonturas, sudorese, palidez)

    90% reações anafiláticas apresentam sintomas cutâneos, critério mais utilizado

  • Critério diagnóstico

    “2”

    DOIS OU MAIS DOS SEGUINTES

    que ocorrem rapidamente

    após exposição a um provável alérgeno

    A. Envolvimento de pele, mucosas ou ambos (urticária, prurido, eritema, edema labial, de úvula ou língua)

    B. Sintomas respiratórios (dispnéia, sibilância –broncoespasmo, estridor, hipoxemia)

    C. Pressão arterial diminuída ou sintomas associados (hipotonia, choque, síncope, incontinência)

    D. Sintomas gastrintestinais persistentes (cólicas abdominais, vômitos)

  • Critério diagnóstico

    “3”

    Baixa pressão arterial após exposição à um alérgeno conhecido para aquele paciente (minutos à algumas horas)

    Lactentes e crianças: Queda maior de 30% da pressão sistólica basal ou:

    < 70 mm Hg 1 mês- 1 ano

    < 70 mm Hg + (2x idade) entre 1 e 10 anos< 90 mm Hg entre 11 e 17 anos

  • Particularidades de anafilaxia em lactentes

    Não sabem descrever sintomas: prurido, aperto na garganta, sensação de morte iminente

    Irritabilidade, choro inconsolável (podem dificultar avaliação)

    Sintomas inespecíficos: alteração de comportamento, se agarrar ao cuidador, sonolência, hipotonia, rouquidão, salivação, flushing, incontinência, regurgitações

  • Causas comuns de falha no diagnóstico da anafilaxia

    Anafilaxia sem choque

    Hipotensão arterial não detectada ou medida, principalmente em crianças

    Sintomas decorrentes de hipotensão arterial: confusão, incontinência esfincteriana, sudorese, síncope, tonturas.

    Ausência de sintomas cutâneos (10-20%)

    Exame físico incompleto de pele

  • Avaliação rápida na suspeita de anafilaxia

    Airway

    Breathing

    Circulation

    Disability

    Exposure

    Sempre examinar pele

  • Copyright © 2011 World Allergy Organization Journal. Published by Lippincott Williams & Wilkins. 23

  • Tratamento Tratamento imediatoimediato

    Adrenalina

    Oxigenioterapia (sintomas respiratórios, hipotensão)

    Infusão de SF

  • •Adrenalina é o único medicamento que salva vidas e evita internações

    •Anti-histamínicos H1, anti-histamínicos H2, corticosteróides: medicamentos de segunda ou terceira linha.

  • Adrenalina

    Início de ação: minutos

    Rapidamente metabolizada

    Vasoconstritor

    Broncodilatador

    Diminui edema mucosa

    Efeito inotrópico e cronotrópico positivo

    Inibe liberação de mediadores

  • Adrenalina

    • Efeitos colaterais comuns: tremores, palpitações, ansiedade, cefaléia, palidez. Ocorrem em doses terapêuticas

    • Sintomas semelhantes reação fisiológica de liberação de epinefrinas em situações agudas de estresse

    • Raramente arritmias, aumento PA súbito, hemorragia intracraniana (EV, erro doses)

    • Não há contra-indicação absoluta para o uso da adrenalina

  • Adrenalina na anafilaxia

    Administração

    Intramuscular anterolateral de coxa

    Melhor absorção levando à níveis mais altos atingidos mais rapidamente em comparação à via subcutânea, ou IM deltóide

    0,01 mg/kg

  • Dose da adrenalina

    Adrenalina aquosa - 1/1000

    0,3 a 0,5 ml IM em adultos

    Crianças: 0,01 mg ou ml/kg até 0,3 ml

    Até 30 Kg: calcular dose para peso

    Acima de 30 Kg: 0,3 ml

    Acima de 50 kg: 0,5 ml

  • Adrenalina na anafilaxia

    1 em cada 3 ou 4 reações: necessária

    segunda dose de adrenalina

    Pode ser repetido a cada 5 ou 15

    minutos (2-3 vezes)

  • Anti-histamínicos

    Aliviam prurido e urticária

    Não tem ação sobre obstrução respiratória alta ou baixa, pressão arterial

    Tratamento complementar

  • Anti-histamínicos

    Difenidramina EV lentamente ou IMDifenidramina EV lentamente ou IM

    2525--50 mg/dose adulto 50 mg/dose adulto

    1 mg/kg na criança até 50 mg/dose1 mg/kg na criança até 50 mg/dose

    AntiAnti--histamínicos segunda geração VOhistamínicos segunda geração VO

  • Prometazina

    Menores de 2 anos: potencial depressão respiratória fatal

    IM: início ação 20 minutos

    Alerta FDA 2006: 7 óbitos, 22 casos depressão respiratória < 2 anos

  • Prometazina

    Administrar com cuidado doses mínimas indicadas

    0,25 mg/kg/dose=0,01 ml/Kg/dose

    Não exceder 25 mg = meia ampola! 25 mg/ml amp 2 ml

    Hipotensão após administração EV

    Confusão mental, reações extrapiramidais, convulsões

  • Corticosteróides

    Início ação: horas mesmo na administração endovenosa

    Anafilaxia: empírico para prevenção de reações bifásicas (3 dias)

    EV ou IM

    Casos leves: prednisona ou prednisolona VO

  • • Sem evidência de boa qualidade sobre indicação de uso de anti-histamínicos ou corticosteróides na anafilaxia

    • Preocupação: frequentemente são utilizados como medicação de primeira linha!

  • Fatal posture in anaphilactic shockPumphrey, Manchester UK J Allergy Clin Immunol aug 2003

    Atividade cardíaca sem pulso detectada por ocasião do óbito (falha enchimento ventricular por hipotensão severa).

    Síndrome ventrículo vazio.

    4 casos de óbito ocorreram segundos após mudança para posição mais vertical.

    Quando há sinais de hipotensão manter paciente em decúbito dorsal

  • Tempo de observação?

    • Reações moderadas ou graves: internar

    • Reações mais leves, com resposta rápida e completa após medidas iniciais: observação mínima de 4 horas, 8-10 horas no caso de sintomas respiratórios ou cardiovasculares

  • Avaliação inicial paciente com urticária angioedema

    • Atenção especial quadros de instalação súbita e piorando

    • Avaliação circulação, vias aéreas, padrão respiratório

    • Edema facial, cervical, língua, úvula, assoalho de boca: risco aumentado para edema laríngeo (manter em observação ou internar) especialmente se severos e aumentando.

    • Atenção para alterações de voz, rouquidão e disfagia

  • Embora muitas vezes chamada como tal, urticária não é sinônimo de alergia!

    • Alergia não é a causa mais comum de urticária em crianças e adolescentes

    • Causas mais comuns: infecções e idiopática

    • Muitas vezes evoluem durante dias a semanas

  • PrevençãoAdrenalina

    auto-injetávell

    Medicação eficaz, de administração muito simples

    Deve estar sempre disponível

    Demonstrar técnica de aplicação

    Alto custo, pouca disponibilidade, validade 1 ano

  • Epinefrina autoinjetável

  • • Impossibilidade de aquisição de epinefrina autoinjetável

    • Crianças com menos de 10 Kg

    • Ampola ou seringa com dose pré aspirada

    • Alternativa não preferível

  • Onde adquirir a epinefrina auto injetável?

    • Fundação Rubem Berta: (11) 5041 9263 [email protected]

    • Trade Farma: (11) 5539 6677

    • Mont Farma: 0800 7770293

    • Medexpress: 0800 7715522

    • Medic Suplly: (11) 5085 5888