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Caros e caras participantes do IV Sincelpe,

Para a equipe de PLE do Celin-UFPR é uma grande satisfação poder fazer parte dessa trajetória que se iniciou em dezembro de 2012, em Brasília, du-rante o I Encontro Internacional de Formação de Coordenadores de Postos Aplicadores do Exame Celpe-Bras. Como ocorreu ao longo das três primeiras edições do evento, nosso objetivo principal é fomentar o debate e a comunicação de estudos e pesquisas reali-zadas no âmbito acadêmico sobre os mais diversos aspectos que envolvem a concepção teórica do exame, suas especificações, parâmetros de avalia-ção, bem como a operacionalização desse modelo de avaliação integrada.Nesta quarta edição do Sincelpe, colocamos em foco debates e reflexões que abordam o Celpe-Bras como instrumento de política linguística, pro-pondo ações que ampliem o impacto do exame sem deixar de avaliar e dis-cutir as práticas dos atores envolvidos na elaboração e aplicação da prova, visando seu constante aprimoramento.Para a Comissão Organizadora é uma honra e um prazer fazer parte desta história e colaborar para a consolidação do Exame Celpe-Bras como instru-mento de avaliação e de promoção internacional da língua portuguesa.

Desejamos a todos e todas um ótimo evento!

Nossas cordiais saudações,Ester Roos de Menezes, Norma Müller e Layana Christine de Oliveira

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Quinta-feira 09/11/2017

Horário Atividade Participantes Ensalamento

7:45 - 8h Credenciamento

8h - 10:30

Cerimônia de Abertura

1. Abertura e boas vindas

2. Fala dos Representantes do Inep / Cebraspe / Comissão Técnica Celpe-Bras

3. Conferência de Abertura: “A internacionalização da língua portuguesa é um projeto viável?”

1. Direção do Celin (Prof. Me. Luiz Gardenal / Profª Me. Regina Darriba) - Coordenação PLE Celin (Prof. Dr. Francisco del Olmo)

2. Prof. Marcus Vinicius Araújo Soares (Cebraspe) / Shirley Franx Silva (INEP) / Profa. Dra. Matilde Scaramucci (Comissão Técnica Celpe-Bras)

3. Prof. Dr. Carlos Alberto Faraco

UFPR - Campus Reitoria

R. Gal. Carneiro, 460

Edifício D. Pedro I

1° andar - Anfi 100

10:30 - 12:30Sessões Coordenadas/ Comunicações Individuais

Celin - Sede XVRua XV de

novembro, 1441

12:30 - 13:30 Almoço

13:30 - 15:30

1. Palestra: Desafios institucionais para o acesso a dados do Celpe-Bras.

2. Mesa Redonda: Processo de Capacitação e Acompanhamen-to – Administrativo e Pedagógico – da Avaliação da Parte Escrita (Cebraspe)

1. Prof.Me. Elysio Soares Santos Junior (INEP)

2. Sra. Maria Cristina Moura / Prof. Marcos Vinicius do Nascimento / Profa. Ludmila Machado dos Santos / Profa. Dra. Vilma Reche Correa (Cebraspe)

UFPR - Campus Reitoria

R. Gal. Carneiro, 460 - Edifício D. Pedro I 2° andar - Anfi Bib CH - Entrada pela

Biblioteca (Necessário deixar

pertences antes de entrar)

15:30 - 16h Coffee Break

16h - 18h

1. Palestra: Visões de proficiência em compreensão oral e em leitura na Parte Escrita do exame Celpe-Bras 2. Palestra: O Exame Celpe-Bras como instrumento de uma política linguística propositiva para o Português do Brasil: possibilidades e desafios

1. Profa. Dra. Margarete Schlatter (UFRGS)

2. Prof. Dr. Elias Ribeiro da Silva (UNIFAL-MG)

UFPR - Campus Reitoria

R. Gal. Carneiro, 460Edifício D. Pedro I

4° andar - Anfi 400

Programação

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Sexta-feira 10/11/2017

Horário Atividade Participantes Ensalamento

8:30 - 10h

Mesa redonda:

A operacionalização do construto teórico do Celpe-Bras nas tarefas da Parte Escrita

Prof. Dr. Juliana Schoffen (UFRGS), Prof. Me. Meirélen Almeida (UNICAMP) e Prof. Dra. Cirlene Sanson (UFF)

UFPR - Campus Reitoria

R. Gal. Carneiro, 460 - Edifício D. Pedro I

2° andar - Anfi Bib CH - Entrada pela Biblioteca

(Necessário deixar pertences antes

de entrar)

10h - 10:30 Intervalo

10:30 - 12h

Minicursos:

1. Da elaboração à aplicação: uma discussão sobre aspectos relativos à Parte Oral do exame Celpe-Bras

2. Avaliação oral face a face do Exame Celpe-Bras

3. Elaboração de tarefas didáticas para preparação de estudantes à Parte Escrita do Celpe-Bras

4. Reflexões e análises do Protocolo de acolhimento pré-PEC-G no Celin-UFPR

5. Parâmetros de avaliação no Exame Celpe-Bras: um olhar para a prática do professor avaliador

1. Profa. Me. Natália Moreira Tosatti (CEFET-MG)

2. Profa. Dra. Valdilena Rammé e Profa. Me. Larissa Tirloni, (UNILA)

3. Profa. Mda. Ellen Yurika Nagasawa (PPG Letras/UFRGS)

4. Profa. Ma. Bruna Ruano e Profa. Mda. Layana Oliveira (Celin -UFPR)

5. Prof. Letícia Grubert dos Santos (UFRGS)

Celin - Sede XVRua XV de novembro,

1441

12h - 13h Almoço

13h - 15:30Sessões Coordenadas e Comunicações Individuais

Celin - Sede XVRua XV de novembro,

1441

15:30 - 16h Coffee Break

16h - 18hMesa Redonda:

Discursos sobre a relação Brasil/África “lusófona” em políticas linguísticas e de cooperação educacional

- Profa. Dra. Ana Cecília

Cossi Bizon (Unicamp)

- Prof. Dr. Leandro Ro-

drigues Alves Diniz (UFMG)

- Profa. Dra. Kaline Araújo

Mendes de Souza (UNILAB)

- Profa. Dra. Cloris Por-

to Torquato (UEPG)

- Mdo. Rachide Djau

UFPR - Campus Reit-

oria

R. Gal. Carneiro, 460

Edifício D. Pedro I

5° andar - Anfi 500

20h Jantar Churrascaria Alto da Glória (por adesão)R. Ubaldino do Amaral,

63 - Alto da Glória

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Sábado 11/11/2017

Horário Atividade Participantes Ensalamento

9h - 12h 1. Mesa redonda:

Internacionalização das Universidades / (Pec-G) / CelpeBras (retomada do debatido no 08/11)

2. Conferência de Encerramento:

O exame Celpe-Bras: letramento em avaliação e efeitos retroativos positivos

1. Prof. Me. Luiz Maximiliano Gardenal / Prof. Dr. Francisco Calvo del Olmo / Prof. Dr. Leandro Diniz

2. Profa. Dra. Matilde Scaramucci (Unicamp)

UFPR - Campus Reitoria

R. Gal. Carneiro, 460

Edifício D. Pedro I

7° andar - Anfi 700

12h- 13h Assembleia de encerramento UFPR - Campus ReitoriaR. Gal. Carneiro, 460

Edifício D. Pedro I 7° andar - Anfi 700

Comissão Organizadora

Coordenação Geral: Prof. Dr. Francisco Javier Calvo del OlmoCoordenação Adjunta: Prof. Me. Luiz Maximiliano Santin GardenalComissão Temática e Científica: Prof. Me. Ester Roos de Menezes e Mda. Layana Christine de OliveiraSecretaria Geral: Norma Caroline Demamann Müller e Tuanny Aparecida EugenioDesign gráfico: Érico AlmeidaEstagiário design gráfico: Vinícius Tanaka de Andrade

Comissão Científica

Profa. Dra. Ana Cecília Cossi Bizon (IEL/Unicamp)Prof. Dr. Elias Ribeiro da Silva (ICHL/UNIFAL-MG)Prof. Me. Fernanda Deah Chichorro (UTFPR – CT)Prof. Me. Jeniffer Imaregna Alcantara de Albuquerque (UTFPR – CT)Prof. Dr. Jocenilson Ribeiro dos Santos (UNILA- ILAACH)Prof. Me. Larissa Paula Tirloni (UNILA- ILAACH)Prof. Me. Laura Márcia Luiza Ferreira (UNILA- ILAACH)Prof. Dr. Leandro Rodrigues Alves Diniz (Faculdade de Letras/UFMG)Profa. Dra. Marcia Elenita França Niederauer (UNB)Prof. Me. Samira Abdel Jalil (Unila, em cooperação técnica na UTFPR)Prof. Dta. Simone Paula Kunrath (Dta UFRGS)Profa. Dra. Valdilena Rammé (UNILA- ILAACH)Profa. Dra. Viviane Bagio Furtoso (UEL/SIPLE)

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Palestras

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Prof. Me. Elysio Soares Santos Junior (INEP)

Elysio Soares Santos Junior, pesquisador-tecnologista em informações e avaliações educacionais, integrante da Equipe Gestora do Celpe-Bras no Inep, supervisor de estágio, Mestre em Linguística Aplicada na área de Ensi-no e Aprendizagem de Línguas pela UnB e doutorando em Linguística pela mesma universidade, com particular interesse na Parte Oral do Exame.

Palestra: Desafios institucionais para o acesso a dados do Celpe-BrasA partir da Portaria nº 856/09, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas em Educação Anísio Teixeira – Inep assu-me a responsabilidade pela elaboração, aplicação, correção e divulgação dos resultados do exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros – Celpe-Bras, tornando-se o responsável pela custódia de todo material referente ao Exame, o que inclui as imagens das respostas às tarefas da Parte Escrita e as gravações em áudio das interações face a face da Parte Oral do Exame. Por se tratar de um exame inovador, essa base de dados tem atraído a comunidade científica que pesquisa sobre avaliação, proficiência em língua estrangeira e ensino de língua portuguesa para estrangeiros. Logo, o Inep se viu em meio à discussão sobre o caráter ético e legal do acesso a essa base. Partidários de ambos os lados pautam seus argumentos no texto da Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), ao passo que outros se apoiam na Resolução nº 510/16, do Conselho Nacional de Medicina, para defenderem a liberação de acesso aos dados. Assim, este trabalho visa a trazer para o debate os argumentos de ambos os lados, discutir o atual cenário de atendimento às demandas de pesquisa, divulgar o protocolo de acesso aos dados com vistas à preservação da identidade dos participantes e devolução ao Instituto dos resultados das pesquisas realizadas a partir desses dados. Esperamos, com isso, estreitar a relação entre o Inep e a comunidade científica, favorecendo a produção de conhecimento e o aprimoramento do Exame, cumprindo a missão deste Ins-tituto de “promover estudos, pesquisas e avaliações com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas na área educacional, bem como produzir informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisa-dores, educadores e público em geral”.

Prof. Dr. Carlos Alberto Faraco

Carlos Alberto Faraco é Professor Titular (aposentado) de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Paraná. Fez mestrado em linguística na Unicamp e doutorou-se em linguística românica na Inglaterra, tendo feito um estágio de pós-doutorado em linguística na University of California. Foi reitor da UFPR de 1990 a 1994. Publicou vários livros entre os quais Linguagem & Diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin, Norma culta brasileira: desatando alguns nós, e História sociopolítica da língua portuguesa.Atualmente, é o coordenador da Comissão Nacional do Brasil junto ao Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), da CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Conferência de Abertura: A internacionalização da língua portuguesa é um projeto viável?Aproveitando minha participação nos últimos oito anos, nos fóruns político-linguísticos da CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e do IILP-Instituto Internacional da Língua Portuguesa como coordenador da Comis-são Nacional do Brasil junto ao IILP, vou apresentar algumas reflexões sobre as perspectivas positivas para a inter-nacionalização da língua portuguesa e, principalmente, sobre os embaraços que afetam esse projeto.

Palestras

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Profa. Dra. Margarete Schlatter (UFRGS)

Margarete Schlatter é professora de Linguística Aplicada e de Estágio de Docência em Inglês como Língua Adicional e compõe a equipe coordenadora do Programa de Português para Estrangeiros na Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul. Orienta alunos de mestrado e doutorado em Linguística Aplicada e lidera o Grupo de Pesquisa Português/Língua Adicional, especializado em práticas de ensino (presencial e a distância), materiais didáticos, avaliação e formação de professores. É uma das idealizadoras do exa-me Celpe-Bras, foi coordenadora da Comissão Técnica do exame de 2000 a 2006. É uma das autoras da proposta curricular de Língua Estrangeira Moderna/Espanhol e Inglês dos Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul e coautora do livro “Línguas Adicionais na escola: aprendizagens colabora-tivas em inglês”. Coordenou a criação de design e conteúdos para cursos a distância: “Curso de Espanhol e Português para Intercâmbio” (CEPI - UFRGS), “Português Online para a Saúde” (PORTOS - UNASUS/UFSCPA) e “Leitura vai, escrita vem: práticas em sala de aula” (OLPEF/CENPEC). Trabalha com formação de professores de línguas adicionais em diferentes contextos de ensino, integrou a equipe pedagógica do Programa Linguagem das Letras e dos Números, formação de professores de ensino Fundamental e Se-cundário de PALOPS. Coordenou a elaboração da proposta de Línguas Estrangeiras para a Base Nacional Comum Curricular – 2ª versão revista.

Palestra: Visões de proficiência em compreensão oral e em leitura na Parte Escrita do exameCelpe-BrasO objetivo desta fala é refletir sobre a avaliação de proficiência em compreensão oral e em leitura nas tarefas da Parte Escrita do exame Celpe-Bras. No Celpe-Bras, a proficiência em língua portuguesa é aferida por meio de tarefas que integram a compreensão e a produção: o propósito de produção condiciona o de compreensão, sina-lizando o que é relevante compreender nos textos (em vídeo, áudio e impressos) que compõem as tarefas. Tendo por base a descrição de 160 tarefas da Parte Escrita do exame, elaborada pelo grupo de pesquisa Avalia (UFRGS), os propósitos de produção das tarefas 1 e 2, que utilizam como insumo segmentos de vídeo e de áudio, foram cotejados com os das tarefas 3 e 4, que utilizam textos impressos, a fim de verificar de que modo esses propó-sitos de produção constroem os propósitos de compreensão. Os resultados indicam que há uma tendência em tratar a compreensão oral como decodificação (de trechos) do texto com o objetivo de reproduzi-lo(s) no texto a ser produzido, e a leitura como identificação de tópico(s) e/ou de argumento(s), seleção de determinadas infor-mações e/ou interpretação de ponto(s) de vista para responder ao texto de insumo em uma produção escrita. A discussão de exemplos de tarefas representativas dessas tendências permite inferir que diferentes concepções de compreensão de texto podem estar subjacentes à compreensão oral (áudio e vídeo) e à leitura. Com base nessas amostras, busca-se refletir sobre a complexidade das práticas avaliativas para os fins propostos: avaliar níveis de desempenho de compreensão oral e de leitura em língua adicional desde uma perspectiva de uso da linguagem e gêneros do discurso. Por fim, são levantadas implicações dessa análise para a matriz de especifica-ções do exame e, consequentemente, para a elaboração e a correção das tarefas da Parte Escrita e para o ensino de compreensão oral e de leitura.

Prof. Dr. Elias Ribeiro da Silva (UNIFAL-MG)

Elias Ribeiro da Silva é graduado em Letras (Português/Inglês) e mestre em Estudos Linguísti-cos (Linguística Aplicada – Ensino/Aprendizagem de Línguas) pela Universidade Estadual Pau-lista (UNESP) e doutor em Linguística Aplicada: Língua Estrangeira pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Desde 2013, é Professor Adjunto, nível I, da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), instituição na qual atua na área de Metodologia de Ensino de Português como língua materna e estrangeira/adicional. Quanto à pesquisa, vem se ocupando das prá-ticas de política linguística em vigor no Brasil relativamente às línguas estrangeiras (inglês e espanhol, notadamente) e ao português como língua materna e estrangeira/adicional.

Palestra: O Exame Celpe-Bras como instrumento de uma política linguística propositiva para o Português do Brasil: possibilidades e desafiosCom diferentes ênfases, a avaliação de línguas (language testing) vem ocupando, nas últimas décadas, um lugar de destaque na agenda de pesquisa da Linguística Aplicada brasileira. Em períodos mais recentes, passou-se

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a se atentar para as implicações sociopolíticas dos processos avaliativos: de uma ênfase no “como”, isto é, na tecnologia da prática avaliativa, passou-se também a se discutir o “por quê” ou “para quê” dessa prática, ou seja, passou-se a se atentar para sua validade e consequências sociais. Minha intervenção, nesta oportunidade, inscreve-se nessa perspectiva relativamente ao Celpe-Bras. Orienta-me a constatação de que, em um contexto de crescente demanda nacional e internacional pela aprendizagem de português como língua estrangeira, se-gunda língua e/ou língua adicional e pela certificação de proficiência na variedade brasileira, é urgente que os envolvidos com esse empreendimento, professores-pesquisadores, debrucem-se sobre as implicações sociais e político-linguísticas da prática docente na qual estão envolvidos. A partir dessa abordagem, procurarei discutir, de forma mais restrita, se e como o exame Celpe-Brasil pode funcionar como um instrumento de uma política linguística propositiva para o português do Brasil.

Profa. Dra. Matilde Scaramucci (UNICAMP)

Matilde Scaramucci possui graduação em Letras Português/Inglês pela Universidade do Vale do Paraíba (1974); mestrado em Linguística (TESOL) pela San Jose State University (1980), Califórnia; doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1995); e pós-doutorado pela University of Melbourne, Austrália (2008). Atualmente é professora titular do Departamento de Linguística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas. Foi Diretora do Instituto de Estudos da Linguagem no quadriênio 2010-2014 e editora da Revista Traba-lhos em Linguística Aplicada no período 2006-2014. É membro da Comissão Técnico-Cien-tífica do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) (1993-2006) e (2012-atual), tendo sido uma das responsáveis pelo desenvolvimento do exa-me. Sua área principal de pesquisa é avaliação em contextos de ensino/aprendizagem de línguas, com inúmeras publicações e orientações nessa área.

Conferência de Encerramento: O exame Celpe-Bras: letramento em avaliação e efeitos re-troativos positivos

Letramento em avaliação (assessment literacy) é um conceito ainda em construção, utilizado para des-crever o nível de conhecimento, habilidades e entendimento dos princípios e práticas de avaliação de diferentes grupos de protagonistas, de acordo com suas necessidades e contexto -- alunos, professores, orientadores educacionais e oficiais do governo, responsáveis pelas políticas e pelas decisões base-adas em resultados de testes, a mídia e o público em geral (Taylor, 2008). Meu objetivo, nesta fala, é explorar alguns aspectos desse conceito, destacando suas contribuições, especialmente para professo-res e alunos no âmbito do exame Celpe-Bras. Mais especificamente, pretendo mostrar em que medida o desenvolvimento do letramento em avaliação dos envolvidos pode potencializar efeitos retroativos positivos e minimizar efeitos negativos do exame no ensino e na aprendizagem.

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Mesas Redondas

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Mesa redonda: A operacionalização do construto teórico do Celpe-Bras nas tarefas da Parte Escrita

Profa. Dra. Juliana Schoffen (UFRGS)

Juliana Roquele Schoffen é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e trabalha com formação de professores de português como língua materna e adicional na graduação e na pós-graduação. É lider do grupo de pesquisa Avalia - avaliação de uso da linguagem e foi a idealizadora do Acervo Celpe-Bras. Desenvolve pesquisa na área de avaliação de proficiência e é membro da Comissão Técnico-Científica do exame Celpe-Bras.

As especificações do Celpe-Bras e as características das tarefas da Parte EscritaA disponibilização do Acervo Celpe-Bras em 2014, além de democratizar o acesso às informações sobre o exame, possibilitou aos pesquisadores analisar os documentos produzidos no âmbito do Celpe-Bras e as provas já aplicadas, de modo a buscar uma maior compreensão e explicitação do construto teórico subjacente e da noção de proficiência efetivamente avaliada no exame. Apresentaremos, aqui, dados provenientes da descrição e análise das 160 tarefas já aplicadas na Parte Escrita do exa-me. Os resultados já obtidos, além de ratificarem a opção do Celpe-Bras por avaliar tarefas de compreensão e produção de forma integrada a partir de textos autênticos circulantes na sociedade brasileira, apontam para a recorrência de determinados tipos de tarefa e possibilitam esboçar diferentes perfis para as quatro tarefas da Parte Escrita. As implicações desses resulta-dos podem apontar para debates importantes nas etapas de elaboração das tarefas do exame, bem como para uma discussão teórica mais aprofundada sobre avaliação de proficiência de forma integrada. Estes resultados geram, também, uma proposta de refinamento para as especificações do exame, de forma a aproximar as especificações do Celpe-Bras do que é efetivamente avaliado, contribuindo assim para que o exame seja melhor compreendido por todos os atores envolvidos no processo (avalia-dores, gestores, professores e estudantes de PLA) e também para uma maior validade da avaliação realizada.

Prof. Me. Meirélen Almeida (UNICAMP)

Professora de Português para Estrangeiros no Centro de Ensino de Línguas da Unicamp. Douto-randa em Linguística Aplicada no Instituto de Estudos da Linguagem/Unicamp. Mestre em Lin-guística Aplicada pela Unicamp. Licenciada em Letras e bacharel em Linguística pela Unicamp. Aplicadora, corretora e elaboradora do exame Celpe-Bras desde 1999. Atua principalmente nos seguintes temas: ensino de português para falantes de outras línguas e avaliação/exames de larga escala (Celpe-Bras, Vestibular Unicamp, Enem).

Entre o construto teórico e a operacionalização do exame Celpe-Bras: a integração de habilidades nas tarefas de leitura e escritaA integração de habilidades tem se tornado foco de estudo na área de avaliação, principalmente por conta de exames de alta relevância que utilizam a integração em suas provas (por exemplo, o Toefl e a redação do vestibular Unicamp). Entretanto, ain-da existem poucas pesquisas que abordem a complexidade desse conceito, principalmente em contexto nacional. Diferentes propostas de produção escrita podem apresentar níveis distintos de integração das habilidades de escrita e de leitura, o que pode resultar em um conflito com o construto do exame e causar resultados divergentes ou não confiáveis na avaliação. O construto de um exame (referencial teórico e visão de linguagem) é operacionalizado a partir da materialidade de suas provas e de seus procedimentos e grades de correção. No caso do exame Celpe-Bras, a proficiência dos examinandos é avaliada, na parte escrita, através de tarefas de habilidades integradas, que fornecem um insumo base (áudio, vídeo ou texto escrito) e uma situação de produção (propósito, gênero, interlocução) para o examinando produzir seu texto.Apresentamos uma análise das tarefas III e IV do exame Celpe-Bras, dos anos de 2012 a 2016 (segunda edição), que integram a compreensão e a produção escritas. O objetivo é investigar os enunciados dessas tarefas, procurando entender como a visão de linguagem do exame é operacionalizada em suas propostas. Buscamos identificar que aspectos uma tarefa deve contem-plar para ser considerada adequada e que possíveis variações e/ou inadequações podem ocorrer, analisando o impacto dessas variações no construto do exame.

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Profa. Dra. Cirlene Sanson (UFF)

Possui Mestrado e doutorado em Letras (Estudos da linguagem) pela Universidade Federal Fluminense. É professora adjunta do Setor de Português para Estrangeiros, no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, na UFF, onde é vice-coordenadora do Programa Português para Estrangeiros para estudantes PEC-G e vice-coordenadora da aplicação do Exame Celpe-Bras. Participa, desde 2001, de bancas de elaboração, aplicação e avaliação do exame para certificação de proficiência em língua portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras). Pesquisa, desde 2006, - de acordo com a Teoria das Representações Sociais - as representações do Bra-sil e dos brasileiros em materiais didáticos de Português. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: Português para estrangeiros, representações sociais, gêneros textuais.

Cenários de interlocução esboçados nos enunciados das tarefas 1 e 2 da Parte Escrita do Celpe-BrasIntegrando um exame de proficiência que tem como proposta a realização de uma ação de linguagem – definida em fun-ção do gênero do discurso especificado nos enunciados - as tarefas do Celpe-Bras dispõem-se a apresentar ao estrangeiro postulante à certificação situações de escrita cotidianas de uso do Português brasileiro. Tais situações permitem ao exa-minando cumprir o propósito comunicativo de cada tarefa, com base em sua experiência como leitor e produtor de textos diversificados - tanto em sua língua materna quanto na língua estrangeira - de acordo com o nível de conhecimento alcan-çado até o momento da avaliação. Esse conhecimento prévio dos gêneros, espécie de receita textual amoldável, possibilita a interação verbal situada em um determinado contexto, razão pela qual julgamos altamente relevante para a situação de avaliação em foco a proposição de gêneros amplamente utilizados e acessíveis a estudantes e profissionais de diversas áreas – público que habitualmente se submete à certificação do Celpe-Bras. Neste trabalho, a partir de uma análise de dez edições do exame do período compreendido entre 2012 e 2016, lançamos uma reflexão sobre os cenários de interlocução apontados nos enunciados das tarefas 1 e 2. Levando em conta os gêneros discursivos implicados nesses enunciados, cuja probabilidade de ocorrência no cotidiano de leitura e/ou produção de textos dos examinandos consideramos que deva sempre ser significativa, pretendemos delinear os cenários em que as ações de linguagem escrita solicitadas nas tarefas de vídeo e áudio do exame deveriam se inscrever. Para tal, examinaremos as possíveis relações entre enunciadores e inter-locutores no espaço/tempo sugerido, o caráter simétrico ou assimétrico da interlocução, as características de seus perfis apresentadas, enfim, os variados papéis sociais implicados na interação verbal proposta.

Mesa redonda: Discursos sobre a relação Brasil/África “Lusófona” em políticas linguísticas e de cooperação educacional

Profa. Dra. Ana Cecília Cossi Bizon (UNICAMP)

Mestre e doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ana Cecília Cossi Bizon é docente do Departamento de Linguística Aplicada no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), Unicamp, onde atua na Segunda Habilitação em Português LE/L2 e no Programa de Pós-Graduação. Seus interesses de pesquisa estão voltados especialmente à área de Português como Língua Adicional (PLA) em contextos de minorias, enfocando temas como formação de professores, internacionalização, identidades, territorializações e demo-cracia. Atuante na área de PLA desde a década de 1990, é autora de livros didáticos como Estação Brasil (2005), Estação Brasil-Edição Revisada e Ampliada (2017) e Diga 33 ... em portu-guês! (2017). É a atual Coordenadora Geral do Idiomas sem Fronteiras na Unicamp e membro da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, sendo responsável por projetos da instituição para o ensino de português a refugiados.

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Prof. Dr. Leandro Rodrigues Alves Diniz (UFMG)

Bacharel, mestre e doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Leandro Rodrigues Alves Diniz é professor adjunto na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde atua, particularmente, na área de Português como Língua Adicional (PLA). Nessa universidade, é membro do corpo docente do Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (Poslin), coordenando, ainda, o Curso de PLA para Candidatos ao Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), as disciplinas regulares e os cursos pré-semestrais de PLA e, em conjunto com a Profa. Dra. Regina L. P. Dell’Isola, o posto aplicador do Certificado de Proficiência em Língua Portu-guesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). É vice-presidente do Programa Idiomas sem Fronteiras - Português e da Associação Mineira de Professores de Português Língua Estrangeira (AMPPLIE), além de membro da comissão técnico-científica do Celpe-Bras e da equipe de coordenadores do eixo de Português Língua Estrangeira do Projeto Mais Médicos para o Brasil. Tem ministrado palestras e cursos de curta duração em diferentes universidades, na área de PLA. É autor de livros didáticos de PLA, parecerista de diferentes periódicos e membro do Conselho Consultivo da Sociedade Internacional Português Língua Estrangeira (SIPLE).

A exigência do Celpe-Bras para examinandos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): que política linguística é esta?O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) é um tratado de cooperação educacional do governo brasileiro, gerido pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Educação, por meio do qual jovens de diferentes países em desenvolvimento têm o direito de frequentar gratuitamente um curso em uma Instituição de Ensino Superior brasileira, sem passarem por vestibulares ou pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Conforme o Decreto Presencial n. 7.948, de 2013, que rege atualmente o programa, “Poderão se inscrever no PEC-G os estudantes estrangeiros: [...] que apresentarem certificado de conclusão do ensino médio e Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros – Celpe-Bras”. Dessa forma, atualmente, todos os candidatos ao PEC-G – incluindo os oriundos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – de-vem realizar a prova. Ainda que tenhamos em vista a necessidade de que alguns candidatos ao PEC-G vindos de países da CPLP realizem cursos de língua portuguesa – cursos esses que poderiam ser ofertados pelos Centros Culturais Brasileiros com sede na CPLP, a partir de uma análise das necessidades específicas de cada aluno – e de que sejam avaliados, consideramos equivocada essa nova exigência (DINIZ & BIZON, 2015). Em nossa fala, discutiremos algumas importantes consequências da aplicação do exame para esse público, levando em consideração questões de validade e confiabilidade da prova, diretamente relacionadas, a nosso ver, a um funcionamento político que acaba por participar de um processo que, ao capitalizar linguisticamente (ZOPPI-FONTANA, 2009) o português brasileiro, descapitaliza outras variedades da língua constitutivas do espaço da CPLP.

Avaliação de Língua Portuguesa: Colocando a Lusofonia à prova Para este trabalho, elegemos o Processo Seletivo de Estudantes Estrangeiros (PSEE) da Universidade da Integração Inter-nacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) como foco de atenção. Apresentamos e analisamos as configurações do referido exame e, a partir disso, refletimos acerca do lugar do português na realidade de estudantes oriundos de países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com os quais a já mencionada Instituição de Ensino Superior (IES) brasileira mantém intercâmbio.

Profa. Dra. Kaline Araújo Mendes de Souza (UNILAB)

Kaline Araujo Mendes de Souza é docente da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Af-ro-Brasileira (UNILAB), onde coordena a área de PLA/PLE no Núcleo de Línguas (Nucli) do Idiomas sem Fronteiras. Licenciou-se em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), instituição na qual obteve o título de mestre também em Letras. Realizou doutorado em Linguística na Universidade Federal do Ceará (UFC), com estágio na Université Sorbonne Nouvelle - Paris III. O início de sua experiência no en-sino de português para falantes de outras línguas data de 2002. Atuou no Programa de Pesquisa, Ensino e Extensão de Português (ProPEEP), na UFBa; no Curso de Português Língua Estrangeira: língua e cultura brasileiras, na UFC; e no Programa Mais Médicos para o Brasil, no âmbito do qual exerceu as funções de professora e coordenadora do eixo de Língua Portuguesa, nas sedes de Fortaleza e Beberibe. Tem ex-periência na elaboração, aplicação e correção do Exame Celpe-Bras (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros).

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Profa. Dra. Cloris Porto Torquato (UEPG)

Graduada em Letras Português pela Universidade Federal do Paraná (1995), mestre em Linguística Apli-cada pela Universidade Estadual de Campinas (2003) e doutora em Linguística pela Universidade Esta-dual de Campinas (2009). Professora na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde leciona na graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem. Atua principalmente no campo da Linguística Aplicada e Sociolinguística (da Mobilidade), atuando principalmente nos se-guintes temas: multilinguismo, políticas linguísticas, ideologias linguísticas, formação de professores, prática pedagógica, letramentos e discurso (este último, pelo viés dos estudos do Círculo de Bakhtin). Sua pesquisa atual versa sobre multilinguismo, políticas e ideologias linguísticas, interculturalidade e identidades em novos contextos migratórios e focaliza contextos educacionais, religiosos e digitais. Coordena o projeto de extensão intitulado “Português Língua Materna e Português Língua Adicional: Interculturalidade, Letramentos e Identidades”, que se volta tanto para o ensino de português língua adi-cional (PLA) para a comunidade interna (estudantes estrangeiros de graduação e pós-graduação) e para a comunidade externa (migrantes e refugiados) da UEPG como para a formação de professores de PLA.

Relações entre Brasil e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa: ideologias linguísticas em foco.Nesta mesa, focalizo alguns enunciados produzidos na esfera política com vistas a refletir sobre as ideologias linguísticas que constituem e orientam as relações entre o Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Ideologias linguísticas referem-se aos modos como valoramos e os valores atribuídos às línguas, aos modos de usá-las e aos falantes; referem-se ao que pensamos sobre como e o que são ou deveriam ser os usos linguístico-discursivos nas interações sociais (WOOLARD, 1998). Socialmente construímos e somos orientados por “representações, tanto implícitas quanto explícitas, dos entrecru-zamentos entre linguagem e mundo social” (WOOLARD, 1998, p. 3). Ideologias linguísticas são constituídas por e dialogam com outras ideologias, como de gênero, raça, de classe e de nação. Todas essas ideologias são construídas e negociadas em relações de poder. Portanto, essas ideologias dizem respeito aos valores (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1987) que negociamos nas interações sociais não apenas em relação às línguas e usos da linguagem mas também (ou talvez, sobretudo) em rela-ção a nós mesmos e sobre o(s) outro(s) com quem interagimos. Neste sentido, o estudo de ideologias linguísticas requer que focalizemos não apenas as representações relativas às línguas mas também as relativas aos interlocutores. Os enun-ciados analisados são documentos oficiais, artigos e discursos publicados no site do Ministério das Relações Exteriores e tratam de relações políticas mais amplas e de acordos de cooperação, especialmente daqueles referentes à cooperação educacional. Esses enunciados são carregados valorativamente tanto em relação à questão linguística quanto em relação às representações e valores construídos sobre o Brasil e sobre o(s) outro(s) na/da interação. Assim, analiso os enunciados focalizando as representações e valores relativos às línguas e também relativos aos falantes e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Mdo. Rachide Djau (UFPR)

Rachido Djau, natural de Bissau, Guiné – Bissau, ex estudante de convénio Pec- G, Licen-ciado em Letras (Português e Inglês) – UFPR, Mestrando em Estudos linguísticos – UFPR, Bolsista da CAPES, pesquisando política e planejamento linguística da Guiné – Bissau.

Crioulo como elemento de resistência no contexto etnolinguístico da Guiné-BissauA Guiné-Bissau é um país situado na costa ocidental da África. O país foi colônia de Portugal desde século XV até proclamar unilateralmente a sua independência em 24 de setembro de 1973, reconhecida pela metrópole lusitana em 10 de setembro de 1974. Em termos demolinguístico ou no seu mosaico sociolinguístico, o pequeno país dispõe de 1,7 milhão de habitantes, são faladas cerca de 23 línguas, e mais de dezessete grupos étnicos.Nessa diversidade multilíngue e/ou pluriétnica, o país conta com a presença de Crioulo, falada por cerca de 95% da população e Português, língua oficial, de jure, falada por cerca de 8% da população guineense. Por outro lado, numa perspectiva geopolítica, a Guiné – Bissau conta ainda com falantes das línguas alóctones oriundas dos países circunvizinhos (Árabe, Inglês, Wolof e Francês) na sua composição etnolinguística.

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Dessa forma, minha comunicação procura desenvolver discussão sobre língua Crioulo, sua função ou determi-nação social frente à língua portuguesa e às demais línguas que compõem complexa realidade etnolinguística da nação guineense, enfocando três (3) momentos diferentes da sua relevância: (1) compreende período colo-nial – Crioulo como elemento de resistência face ao jugo colonial e imperialista no contexto da então Guiné por-tuguesa; (2) no período imediatamente pós-colonial que culminou com a independência do país, Crioulo serviu como símbolo de identidade nacional, língua inter étnica ou de fusão entre diferentes grupos multilíngue ou pluriétnica; (3) já nos dias atuais, não obstante política e planejamento linguística no país em favor de prestígio da língua portuguesa, do seu ensino nas escolas, da sua utilização nas instâncias estatal legislativo/jurídicas e da sua utilização nos fóruns internacionais, o Crioulo configura como língua veicular, usada quase em todos os domínios sociais no país ou falada por quase todos os guineenses.

Mesa redonda: Internacionalização das Universidades / (Pec-G) / CelpeBras (retomada do debatido no 08/11)

Prof. Dr. Leandro Diniz (UFMG)

Prof. Me. Luiz Maximiliano Gardenal (UFPR)

Luiz Gardenal é professor do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas do Setor de Ciências Huma-nas desta Universidade. Possui formação em língua portuguesa, língua japonesa e atualmente seu foco é na área de formação de professores, com interesse específico na relação interpessoal em sala de aula. Atualmente, é coordenador do programa de extensão intitulado Espaço integrado para o ensino e apren-dizagem, pesquisa e formação de professores de línguas e culturas diversas, centro aplicador do Celpe Bras. É também o atual coordenador de políticas linguísticas junto a Agência UFPR Internacional, além de membro do Núcleo Gestor do Programa Idiomas sem fronteiras, como vice presidente do idioma japonês.

Prof. Dr. Francisco Calvo del Olmo (UFPR)

Doutor em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina, atua como Pro-fessor Auxiliar II no Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal do Paraná, UFPR, e é coordenador das áreas de espanhol e português língua estrangeira no Celin, centro de extensão de línguas e interculturalidade da UFPR. Orienta pesquisas de mestrado e doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Letras da UFPR, na área dos Estudos Lin-guísticos. Possui licenciatura em Filologia Românica pela Universidade Complutense de Madri na Espanha e mestrado em Investigación en Lengua Española pela mesma Universidade. Rea-lizou estadias na Scuola Normale e Superiore di Pisa, Itália (2010) na Universidade de Santiago de Compostela, Galiza (2010) e na Université Paul-Valéry Montpellier III, França (2008). É autor de artigos em periódicos, livros e capítulos publicados no Brasil, na Argentina, na Espanha, na Colômbia, no México e na Polônia abordando sempre as relações linguísticas e culturais entre as línguas neolatinas.

Apresenta-se aqui a proposta conjunta para o Curso de Português Língua Estrangeira/Adicional para Candida-tos ao Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), fruto do Grupo de Trabalho especial Pré-PE-C-G, realizado no dia 08 de novembro de 2017. O Grupo foi representado por coordenadores e professores das Instituições de Ensino Superior que ofertam cursos dessa natureza, por alunos participantes do programa em diferentes IES e pela representação discente PEC-G da Universidade Federal do Paraná. Neste GT, foram com-partilhadas experiências com o objetivo de discutir, coletivamente, referências comuns para o acolhimento e atendimento do aluno Pré-PEC-G. Os temas discutidos foram: (i) Acolhimento ao/à estudante Pré PEC-G; (ii) Diretrizes curriculares e material didático para o/a estudante Pré PEC-G; e (iii)) Vínculo institucional do/da estudante Pré PEC-G. Essas discussões culminaram na redação desta proposta, a ser lida e assinada pelos re-presentantes PEC-G das IES acolhedoras, e que será, futuramente, apresentada aos órgãos públicos federais responsáveis pelo Programa.

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Minicursos

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Parâmetros de avaliação no Exame Celpe-Bras: um olhar para a prática do professor avaliador

Ao ter como conceito de proficiência “o uso adequado da língua para desempenhar ações no mundo” (BRA-SIL, 2006), e apresentar tarefas integradas de leitura e produção escrita, o Exame Celpe-Bras configura-se como um exame de vanguarda, cujos pressupostos de linguagem alinham-se à concepção de linguagem do Círculo de Bakhtin. Avaliar dentro da perspectiva bakhtiniana é “entender que cada enunciado é único e irrepetível e, dessa forma, cada enunciado precisa ser avaliado dentro da sua singularidade” (SCHOFFEN, 2009). À luz desses conceitos, o professor avaliador da parte escrita do Exame Celpe-Bras deve ter um olhar voltado para as situa-ções de comunicação estabelecidas pelos enunciados das tarefas e assumir um posicionamento interlocutivo de acordo com as restrições impostas em cada contexto comunicativo, a fim de ser coerente com o construto teórico do Exame. Este minicurso tem por objetivo discutir os parâmetros de avaliação da parte escrita do Exame Celpe-Bras e o papel do professor avaliador a partir de uma perspectiva de uso da linguagem. Para tanto, serão discutidos os critérios que orientam a avaliação da parte escrita do Exame, assim como serão analisados e ava-liados exemplos de textos de examinandos, com o objetivo de refletir sobre questões vinculadas à perspectiva do professor que avalia as tarefas da parte escrita do Exame Celpe-Bras e sobre os desafios que lhe são impostos no processo de avaliação.

Prof. Letícia Grubert dos Santos

Letícia Grubert dos Santos é doutoranda em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e possui graduação em Licenciatura em Letras (2005) e Mestrado em Linguística Aplicada (2007) pela UFRGS. É professora de Português como língua adicional e coordena-dora pedagógica na Escola Bem Brasil, em Porto Alegre/RS. Atuou como Professora de extensão e pesquisadora de Português como língua adicional no Programa de Português para Estrangeiros da UFRGS (2003 a 2009) e como Professora de PLA na Hankuk University of Foreign Studies, em Seul, Coreia do Sul (2007/2008). Trabalhou com assessoramento pedagógico para avaliação de proficiência de PLA na Comissão Técnico-Científica do Exame Celpe-Bras, junto ao Ministério da Educação (2012 a 2015). Suas áreas de interesse são: ensino e aprendizagem de línguas adicionais, elaboração de material didático para o ensino de línguas adicionais, formação de professores e políticas educacionais linguísticas.

Elaboração de tarefas didáticas para preparação de estudantes à Parte Es-crita do Celpe-Bras Considerando a demanda de ensino de Português como Língua Adicional com foco na preparação de candida-tos ao Exame Celpe-Bras, este minicurso pretende apresentar e discutir possibilidades de elaboração de ma-terial didático com foco no preparo para a realização da Parte Escrita do exame. A partir de uma abordagem teórico-prática, baseada em experiência de análise de provas já aplicadas e desenvolvimento de material didá-tico voltado à preparação de candidatos ao exame, os participantes do minicurso terão a oportunidade de: a) discutir conceitos teóricos subjacentes às provas; b) discutir conceitos metodológicos de elaboração de tarefas pedagógicas para sequências didáticas; e c) experimentar a prática de elaboração de tarefas para o ensino de PLA visando à preparação de estudantes ao exame e às práticas sociais que se dão a partir de diferentes gêneros do discurso.

Profa. Ellen Yurika Nagasawa (PPG Letras/UFRGS)

Ellen Yurika Nagasawa é licenciada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestranda em Liguística Aplicada pela mesma universidade. É bolsista de mestrado CNPq, desenvolvendo pesquisa sobre elaboração de material didático para a preparação de estudantes para o exame Celpe-Bras. É membro do grupo de pesquisa Avalia, que investiga o Exame Celpe-Bras, e professora de Portu-guês como Língua Adicional no Programa de Português para Estrangeiros da UFRGS.

Minicursos

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Da elaboração à aplicação: uma discussão sobre aspectos relativos à Parte Oral do exame Celpe-Bras.

Tendo como bases teóricas visões contemporâneas sobre avaliação em língua estrangeira, o Celpe-Bras, com-posto por duas partes (Escrita e Oral), caracteriza-se por ser um exame de proficiência de alta relevância, inova-dor e, por isso, também complexo. A proposta deste minicurso é refletir sobre a Parte Oral do exame, abordando desde a seleção de temas para a composição dos Elementos Provocadores e elaboração de roteiros à discussão dos efeitos dessa seleção durante a interação provocada pelo examinador responsável pela condução da entre-vista. Nessa etapa do exame, durante uma interação de 20 minutos, um entrevistador, por meio de elementos provocadores, busca engajar o examinando em uma conversa similar às que ocorrem no cotidiano, de modo que o texto produzido nessa situação seja suficiente para acessar o nível de proficiência linguística do entrevistado. Assim, os elementos provocadores servem como motivadores da interação, porém não excluem a interferência de compreensões marcadas por experiências interculturais e visões de mundo que se fazem presentes durante a situação de avaliação. Diante disso, quais são os cuidados e critérios que envolvem a seleção de materiais para a composição de um elemento provocador? Que reflexos essas seleção pode gerar no momento da interação? Durante este minicurso, temos como propósito desenvolver essas questões e enfatizar os aspectos culturais e interculturais subjacentes à Parte oral do exame Celpe-Bras.

Profa. Me. Natália Moreira Tosatti

Natália Moreira Tosatti é professora de Língua Portuguesa no Departamento de Linguagem e Tecnologia do CEFET-MG. Graduada em Le-tras (UFMG), Mestre em Estudos Linguísticos (UFMG), Doutoranda em Estudos Linguísticos (UFMG). Pesquisadora do INFORTEC – Núcleo de Pesquisas em Linguagem e Tecnologia (CNPq). Atuou como consultora do MEC/INEP e fez parte da Comissão Técnico-Científica do exame Celpe-Bras. Atua como colaboradora do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) na aplica-ção e avaliação do Exame de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Desenvolve pesquisa na área de avalia-ção de proficiência, produção de materiais e capacitação de professores de Português como Língua Estrangeira e Português como Língua de Acolhimento. É membro da atual diretoria da Sociedade Internacional de Português como Língua Estrangeira (SIPLE) e da Associação Mineira de Professores de Português Língua Estrangeira (AMPPLIE).

Avaliação oral face a face do Exame Celpe-Bras

Esta oficina tem por objetivo apresentar e discutir o formato do Exame de avaliação oral do Celpe-Bras - a En-trevista, assim como seu efeito retroativo nas práticas de ensino-aprendizagem da expressão e interação oral em português língua estrangeira (PLE). Serão abordadas questões como: a concepção de língua que orienta o Exame e suas consequências na avaliação da expressão/interação oral; relação entre a concepção de língua e de avaliação considerados pelo exame e o gênero da avaliação oral: Entrevista; critérios de avaliação: avaliação holística vs. avaliação discreta; efeito retroativo do Exame no nsino-aprendizagem de PLE; dificuldades da ava-liação do critério/conceito “interação”; avaliação oral para falantes de línguas próximas vs. falantes de outras línguas. Na ocasião, os participantes desenvolverão atividades práticas de avaliação de simulados de Entrevis-tas do Celpe-Bras.

Profa. Me. Larissa Tirloni (UNILA)

Larissa Tirlone é professora da área de Letras e Linguística na Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA). Licenciada em Letras Português, Espanhol e Respectivas Literaturas (2011), pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI. Mestre em Letras (2013), também pela URI, com pesquisas desenvolvidas na Universidad Nacional Autónoma de México. É doutoran-da em Letras - Estudos de Tradução (2014-2017) pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Atuou como docente de Português Língua Estrangeira na Casa do Brasil, na Cidade do México (2012-2013). Na Universidade Estadual do Oeste do Paraná e na Universidade Federal da Fronteira Sul atuou como professora de Língua Espanhola e Linguística Aplicada (2014-2015). Como Professora - Leitora de Língua Por-

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Reflexões e análises do Protocolo de acolhimento pré-PEC-G no Celin-UFPR

Refletindo sobre as demandas específicas dos grupos Pré-PEC-G (Programa Estudante-Convênio da Graduação), recebidos pela Universidade Federal do Paraná e acolhidos pelo seu Centro de Línguas e Interculturalidade (Ce-lin-UFPR) para aulas de língua portuguesa em prepararação para o Celpe-Bras (Exame para Certificado de Pro-ficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros), e também sobre a experiência de outras IES no tratamento das mesmas demandas com o Evento em comemoração dos 50 anos de existência do PEC-G (“Encontro Nacional do PEC-G”) em novembro de 2014, bem como da prática dos profissionais que trabalham com estes grupos, o Celin-UFPR, através do departamento interno responsável pelo atendimento ao estrangeiro (Núcleo Tandem) desenvolveu um protocolo de acolhimento a estes estudantes. Este protocolo visa não somente o atendimento educacional, como também abrange a outras temáticas que envolvem estes candidatos como suporte emocional e, por vezes, emergencial. O entendimento que se faz aqui é que, pela carência de assistência a estes alunos, algu-mas situações extrapolam o currículo educacional e acabam refletindo negativamente na certificação do exame – requisito para que possa estudar nas IES em que foram designados no acordo bilateral e deem continuidade ao Programa. Este mini-curso tem como objetivo discutir, refletir e analisar as ações da sistematização do aco-lhimento Pré-PEC-G no Celin-UFPR, tendo em vista a melhora no atendimento aos alunos nas IES que acolhem estes grupos.

Profa. Me. Bruna Ruano (Celin-UFPR)

Doutoranda em estudos linguísticos na Universidade Federal do Paraná. Atua como professora cooperada do Centro de Línguas e Intercul-turalidade da Universidade Federal do Paraná (CELIN - UFPR), onde atuou como professora de alemão e, desde 2005, na área de Português como Língua Estrangeira (PLE). Coordena o Núcleo Tandem Celin, órgão responsável pela recepção de alunos estrangeiros. É assessora da área de Português como Língua Estrangeira no Celin-UFPR e participa desde 2005 como aplicadora do exame de proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE-BRAS). É uma das idealizadoras e coordenadoras do projeto de extensão PBMIH- Português Brasile-iro para Migração Humanitária.

Profa. Layana Oliveira (Celin-UFPR)Mestranda em Linguística Aplicada na Universidade Federal do Paraná. Atua como professora cooperada de português como língua estrangeira (PLE) no Centro de Línguas e Interculturalidade da Universidade Federal do Paraná (CELIN-UFPR), trabalhando com gru-pos pré-PEC-G desde 2013. É aplicadora do exame CELPE-BRAS desde 2014 e atua como assessora especial do grupo Pré-PEC-G no Celin-UFPR em 2017.

tuguesa junto ao Ministério das Relações Exteriores, atuou por um breve período na Universidade Nacional Mayor de San Marcos (2016), no Peru. Tem experiência na área de Estudos de Tradução, trabalhando com aspectos interculturais e linguísticos em traduções no par português-espanhol. Em Linguística Aplicada, interessa-se por questões de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras (LE): didática de LE, Linguística Contrastiva no ensino-aprendizagem de línguas próximas, elaboração de material didático, Tandem e didática de LE.

Profa. Dra. Valdilena Rammé (UNILA)Valdilena Rammé é professora da área de Letras e Linguística na Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA). Tem me-strado (2012) e doutorado (2017) em Estudos Linguísticos pela UFPR. Tem experiência em duas áreas: em Teoria Linguística e Análise Gramatical, trabalhando na interface Sintaxe-Semântica com ênfase nos seguintes temas: nanossintaxe, estrutura conceitual, semântica lexical, semântica conceitual e cognitiva, verbos de movimento e preposições espaciais, mudança linguística e aquisição; e em Linguística Aplicada, interessando-se por questões de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras (LE): didática de LE (Teoria e prática de ensino: metodologias e abordagens), desenvolvimento de material didático e ensino-aprendizagem-avaliação da expressão oral.

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Sessões Coordenadase Comunicações Individuais

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Exame Celpe-Bras: competências e habilidades integradas

Sessão coordenada: PROPOSTA DE UMA MATRIZ DE ESPECIFICAÇÕES PARA A PARTE ESCRITA DO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Coordenadoras: Juliana Roquele Schoffen / [email protected] Schlatter / [email protected]

SINÓPSE:

Esta sessão coordenada de comunicações pretende apresentar o conjunto de pesquisas que vêm sendo de-

senvolvidas no âmbito do grupo de pesquisa Avalia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e tem por

objetivo propor uma nova matriz de especificações para a Parte Escrita do exame Celpe-Bras. A disponibilização

pública do Acervo Celpe-Bras, realizada por este grupo de pesquisa em 2014, além de democratizar o acesso

às informações sobre o exame, possibilitou aos pesquisadores analisar as provas e documentos públicos do

Celpe-Bras, permitindo, assim, uma descrição abrangente dos materiais já utilizados. A pesquisa está fazendo

um inventário dos gêneros do discurso explorados nas tarefas da Parte Escrita do exame, analisando os textos

de insumo e as propostas de escrita quanto a esfera social, temática, formato, suporte, propósitos de compre-

ensão e de produção textual, e relação de interlocução. A partir da descrição das 160 tarefas aplicadas entre

1998 e 2017-1, identificou-se que as especificações apresentadas nos manuais do Celpe-Bras divergiam, em

alguma medida, das características das tarefas, justificando, assim, a proposta de uma nova matriz de especi-

ficações. As especificações de um instrumento de avaliação reúnem informações sobre suas características: a

natureza do objeto a ser avaliado, o conteúdo e o formato das tarefas ou questões, o tipo de resposta esperada,

os critérios de correção, as condições necessárias para a avaliação (DOUGLAS, 2000). As especificações têm o

objetivo de informar os usuários (examinandos, avaliadores, elaboradores, instituições que o adotam) sobre o

exame e devem estar refletidas nas tarefas da prova, de modo que o exame responda aos objetivos propostos e

que operacionalize de modo coerente o construto descrito. Os trabalhos apresentados nesta sessão tratam da

descrição das tarefas da Parte Escrita do Celpe-Bras, e os resultados apresentam características do exame que

têm sido consolidadas ao longo de sua trajetória em relação a determinadas condições de produção e recepção

dos textos de insumo e dos textos a serem escritos. Com base na análise das tarefas, propõe-se um conjunto

de especificações quanto a aspectos que compõem os gêneros do discurso presentes no exame, visando a um

refinamento das especificações apresentadas nos manuais, de modo a torná-las mais coerentes com o que efe-

tivamente tem sido realizado. Foi possível, também, traçar um perfil de cada uma das tarefas quanto a temática,

formato, propósito de produção textual e relação de interlocução e verificar que algumas delas possuem carac-

terísticas mais estáveis que outras. O percurso para chegar na proposta que apresentamos exigiu algumas deci-

sões que também serão problematizadas pelos trabalhos aqui apresentados. A pesquisa busca contribuir para a

construção de uma matriz de especificações que possibilite aos usuários do exame Celpe-Bras fazer inferências

mais válidas sobre a natureza do exame, seus objetivos e seus resultados.

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Exame Celpe-Bras: competências e habilidades integradas

RESUMO 1: DA DESCRIÇÃO DAS TAREFAS JÁ APLICADAS À PROPOSIÇÃO DE UMA NOVA MATRIZ DE ESPECIFICAÇÕES PARA A PARTE ESCRITA DO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Juliana Roquele Schoffen / [email protected] Mendel / [email protected]

As especificações do exame Celpe-Bras foram publicadas em 2002, data da edição do primeiro Manual do Candi-dato (BRASIL, 2002). Desde então, apesar da publicação de várias edições do Manual do Examinando, não houve alterações na lista de especificações. Em uma fase anterior de nossa pesquisa, descrevemos as 160 tarefas apli-cadas na Parte Escrita do exame Celpe-Bras entre 1998 e 2017-1 e tentamos aproximar as características dessas tarefas às especificações do exame apresentadas no Manual do Examinando (BRASIL, 2012). Os resultados dessa aproximação mostraram que, muitas vezes, as tarefas da Parte Escrita do Celpe-Bras apresentavam caracte-rísticas que não estavam previstas nas especificações em vigor, ao mesmo tempo em que algumas temáticas, formatos e propósitos descritos nas especificações não eram contemplados nas tarefas do exame (SCHOFFEN, 2016; MENDEL, 2016). Esta fala tem por objetivo apresentar uma nova proposta de matriz de especificações para a Parte Escrita do exame Celpe-Bras, baseada na descrição das tarefas já aplicadas. Nesta comunicação, defi-nimos as categorias analisadas (temática, formato, propósito, relação de interlocução) e apresentamos como esses componentes do gênero do discurso vêm sendo operacionalizados pelas tarefas da Parte Escrita ao longo do tempo. A definição das categorias propostas resultou dos pressupostos teóricos que embasam o exame e das próprias características das tarefas analisadas. Nossa proposta pretende, ao mesmo tempo, ser representativa do que já acontece no Celpe-Bras e estar adequadamente relacionada ao seu construto teórico, de forma a con-tribuir para que as especificações do exame estejam em consonância com a proposta de avaliar compreensão e produção de forma integrada, com tarefas que solicitam a produção de textos escritos a partir de materiais autênticos. Com essa proposta, nosso objetivo é fornecer subsídios para aumentar a validade do Celpe-Bras e consolidar o exame na área de avaliação de proficiência.Palavras-chave: Exame Celpe-Bras; Parte Escrita; Especificações; Gêneros do discurso.

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Exame Celpe-Bras: competências e habilidades integradas

RESUMO 2: PERFIL DAS TAREFAS DA PARTE ESCRITA DO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Simone Paula Kunrath / [email protected] Rodrigues Sirianni / [email protected]

Para que os testes sejam medidas confiáveis dos níveis de proficiência que estão avaliando, precisam fornecer evidências de que são teoricamente válidos (construct-valid), ou seja, que os níveis avaliados possam ser rela-cionados de modo coerente com o contexto de uso da língua, a base teórica e os parâmetros de avaliação (WEIR, 2005). Para isso, é necessário que as especificações do exame sejam claras. A presente fala tem por objetivo apresentar a análise das características de cada tarefa (Tarefas 1, 2, 3, e 4) da Parte Escrita do exame Celpe-Bras, levando em conta a temática, a interlocução, o propósito e o formato. Para este trabalho, foram analisadas as 160 tarefas da Parte Escrita de todas as edições do Celpe-Bras aplicadas de 1998 até 2017-1. As tarefas foram descritas de acordo com as categorias analisadas a fim de construir o perfil de cada uma e compreender de que modo compõem a Parte Escrita do Celpe-Bras. Os resultados apontam para uma semelhança entre as caracte-rísticas das Tarefas 1 e 2 principalmente em termos de propósito e formato, ambas se distinguindo das Tare-fas 3 e 4. Dentre as quatro tarefas, a Tarefa 4 apresenta um perfil mais estável ao longo das edições do exame em relação ao propósito da produção escrita solicitada. Para ilustrar os resultados encontrados, apresentamos exemplos de enunciados que melhor representam o perfil de cada tarefa. Para Bouwer et al. (2015), quanto mais estáveis forem as tarefas, maior a possibilidade de consolidação do que é esperado como resposta e mais confiáveis serão os resultados da avaliação. Nessa perspectiva, uma descrição mais robusta das especificações do exame Celpe-Bras poderá contribuir no sentido de oferecer parâmetros para a elaboração de tarefas e para a preparação para o exame.Palavras-chave: Exame Celpe-Bras; Parte Escrita; Especificações; Descrição de tarefas.

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Exame Celpe-Bras: competências e habilidades integradas

RESUMO 3: A CONSTRUÇÃO DE UMA MATRIZ DE ESPECIFICAÇÕES PARA A PARTE ESCRITA DO EXAME CELPE-BRAS: DECISÕES E DESAFIOS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Margarete Schlatter / [email protected] Yurika Nagasawa / [email protected]

O objetivo desta fala é refletir sobre critérios para a construção de especificações da Parte Escrita do exame Celpe-Bras. Tendo como construto o uso da linguagem e a noção de gênero do discurso, as especificações do Celpe-Bras que têm sido apresentadas nos manuais do exame desde sua primeira edição (BRASIL, 2002) trazem um repertório de temas, interlocutores e propósitos que poderão compor o conteúdo do exame e explicitam que as tarefas usam textos autênticos (em vídeo, áudio e impressos) como pontos de partida para a escrita de textos dirigidos a interlocutores específicos, com determinados propósitos comunicativos. As características da tarefa (esfera social, temática, formato, suporte, propósitos de compreensão e de produção textual, relação de interlocução) são, assim, os critérios que constituem e constroem a expectativa de uso da língua e do que será considerado adequado como resposta. Para este trabalho, foram analisadas as 160 tarefas (Tarefas 1, 2, 3 e 4) da Parte Escrita das 40 provas do Celpe-Bras aplicadas de 1998 a 2017-1 em relação a temática, formato, propósito de produção de texto e relação de interlocução. Nesta fala, refletimos sobre os critérios utilizados para a defini-ção das categorias de análise, discutindo a utilidade de uma categorização detalhada dos gêneros do discurso que compõem a Parte Escrita do exame. A seguir, levantamos e ilustramos algumas dificuldades encontradas no percurso da análise, e apresentamos as decisões tomadas com vistas a aprimorar as especificações do exame. Por fim, refletimos sobre a necessidade de especificações robustas para orientar a elaboração de tarefas e a pre-paração dos candidatos ao exame e levantamos implicações da proposta feita para a construção de enunciados de tarefas, para a validade e a confiabilidade do Celpe-Bras.Palavras-chave: Exame Celpe-Bras; Parte Escrita; Construção de especificações.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

Sessão coordenada: PERSPECTIVAS PEDAGÓGICAS NO CONTEXTO DA DIVERSIDADE NO ENSINO DE PLE

Universidade Federal da BahiaUniversidade Federal de Minas Gerais

Coordenadores: Ricardo Gualda / [email protected] Corrêa Ferreira / [email protected]

SINÓPSE:Este simpósio temático trata de uma das principais marcas do ensino de PLE, que é a enorme diversidade de públicos, objetivos e circunstâncias que são atendidos e, portanto, dialoga com a impossibilidade de estabele-cer práticas teórico-metodológicas uniformizadas e a priori. Com isso, a reflexão e experimentação no campo de enfoques pedagógicos é essencial para atender as necessidades e desafios que surgem no planejamento, execução e avaliação de cursos de PLE, lançando mão dos recursos e oportunidades disponíveis em cada con-texto. Nessa discussão, abordaremos 3 perspectivas experimentais focadas em públicos e circunstâncias muito variadas, mas representativas do universo do PLE no Brasil e no exterior. A primeira comunicação descreverá brevemente a estrutura da licenciatura em Letras-PLE da UFBA e do Profici, curso de extensão de PLE que aten-de a diversos públicos (pré-PECG, intercâmbio de graduação e PAEC-OEA), demonstrando como os dois progra-mas estão integrados. O curso de PLE aplica a pedagogia de projetos em estrutura multinível com o Celpe-Bras como um de seus principais objetivos. Os estudantes de graduação realizam sessões de tandem, observam as aulas do Profici, atuam na recepção dos estudantes estrangeiros, realizam vídeos online que ajudam a alimentar o canal YouTube do Profici, ministram tutorias presenciais e online, de acordo com as necessidades e caracte-rísticas de cada grupo de alunos que o Profici atende. A segunda comunicação discute o projeto Pró-Imigrantes, uma iniciativa de professores voluntários para a preparação de imigrantes, principalmente haitianos, que de-sejam realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Celpe-Bras. A intervenção pedagógica enfoca na produção escrita, centrada nas capacidades de significação, as quais estão articuladas às demais capacidades de linguagem empregando princípios teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo. A terceira co-municação apresenta uma discussão de enfoque intercultural na Universidade de Macau. O posto aplicador do Celpe-Bras não se restringe à avaliação de candidatos à proficiência de origem chinesa e atende todos os can-didatos de países localizados no Mar da China Meridional. Esta comunicação apresenta e discute os diferentes perfis desses candidatos e as interações face a face através dos elementos provocadores no exame oral, sempre com enorme distância entre a cultura dos candidatos e a brasileira. Com isso, são necessárias estratégias espe-cíficas de preparação intercultural, bem como de avaliação, no contexto do exame em si. Esse simpósio temático tem como objetivo ilustrar e discutir a enorme variedade de contextos de ensino de PLE com 3 exemplos muito representativos de preparação para o Celpe-Bras (um curso de extensão de universidade brasileira, um curso para imigrantes e um curso em uma universidade estrangeira). Com base nessa realidade, pretendemos eviden-ciar os desafios da área e a impossibilidade de adotar perspectivas e práticas uniformizadas e centralizadas no ensino de PLE. Palavras-chave: Ensino de PLE; Formação de Professores em PLE; Novas Tecnologias no Ensino de PLE; Metodo-logias de Ensino de LE.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

RESUMO 1: O CURSO DE PLE NA UFBA: PEDAGOGIA DE PROJETOS, FERRAMENTAS DIGITAIS E INTEGRAÇÃO COM A LICENCIATURA EM PLE

Universidade Federal da Bahia

Ricardo Gualda / [email protected]

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem uma das 3 licenciaturas no Brasil em Letras-PLE. Paralelamente, conta com 2 programas de extensão, um para atender a comunidade em geral e outro, o Profici, que atende os estudantes de pré-PECG, graduação, pós, pesquisadores e professores estrangeiros. O curso é multinível e estruturado em projetos, com forte componente de ferramentas digitais. Essa comunicação descreverá breve-mente a estrutura da licenciatura em Letras-PLE e do Profici, demonstrando como os dois programas estão integrados. Os estudantes de graduação realizam sessões de tandem, observam as aulas do Profici, atuam na recepção dos estudantes estrangeiros, realizam vídeos online que ajudam a alimentar o canal YouTube do Pro-fici, ministram tutorias presenciais e online, de acordo com as necessidades e características de cada grupo de alunos que o Profici atende. Com isso, acumulam experiências no convívio com alunos estrangeiros do mundo inteiro, aprendem a acolher esses estudantes, o que em muito transcende simplesmente dar aulas de língua estrangeira, além, é claro, de ganhar experiência e refletir sobre a prática didática tanto presencialmente como a distância. Para os estudantes estrangeiros, a experiência também é muito positiva, na medida em que o contato com os alunos de graduação brasileiros facilita a integração na universidade e em Salvador. As tutorias online e presenciais também diversificam e enriquecem o aprendizado de português. Com essa comunicação, espero compartilhar a experiência da UFBA na formação de professores de PLE e da estruturação de um programa de imersão em língua portuguesa para estrangeiros na universidade de forma integrada.Palavras-chave: Ensino de PLE. Formação de Professores em PLE. Novas Tecnologias no Ensino de PLE.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

RESUMO 2: O ENSINO DE REDAÇÃO NO CONTEXTO DO PROJETO PRÓ-IMIGRANTES

Universidade Federal de Minas Gerais

Luciane Corrêa Ferreira / [email protected]ée de Almeida Oliveira / [email protected]

A segunda comunicação discute o projeto Pró-Imigrantes, uma iniciativa de professores voluntários para a preparação de imigrantes, principalmente haitianos, que desejam realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Celpe-Bras. A intervenção pedagógica enfoca a produção escrita, centrada nas capacidades de sig-nificação, as quais estão articuladas às demais capacidades de linguagem empregando princípios teórico-me-todológicos do Interacionismo Sociodiscursivo. Apresentamos o recorte de uma pesquisa-ação realizada pela professora de redação com o intuito de intervir pedagogicamente para o desenvolvimento da escrita de alunos haitianos. Embasamos o estudo nos princípios teórico-metodológicos do Interacionismo Sociodiscursivo e na concepção de sequência didática. O corpus da pesquisa inclui transcrições das aulas, excertos dos textos pro-duzidos por uma aluna e segmentos da sequência didática aplicada. Os dados são analisados qualitativamente com o objetivo de verificar a maneira como as capacidades de significação foram trabalhadas em aula e o reflexo desse trabalho nas produções textuais. Os resultados demonstram que o trabalho realizado a partir de critérios específicos das capacidades de significação foi fundamental para o desenvolvimento da escrita da aluna, pois permitiu a construção de representações e conhecimentos que, posteriormente, foram mobilizados nos textos. Por fim, esta pesquisa se caracteriza pelo seu potencial de impacto social, uma vez que visa beneficiar a apren-dizagem de seus participantes, os quais pertencem a um grupo minoritarizado e, como tal, vulnerável.Palavras-chave: Imigração Haitiana; Interacionismo Sociodiscursivo; Capacidades de Significação; Sequência Didática.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

RESUMO 3: EXAME ORAL NO POSTO DA UNIVERSIDADE DE MACAU: PANORAMA E PERSPECTIVAS

Universidade de MacauUniversidade Federal de Minas Gerais

Márcia Schmaltz / [email protected]

No Departamento de Português da Universidade de Macau há ao todo vinte e oito professores a tempo inte-gral entre portugueses, chineses e brasileiros. Uma finalidade fundamental do Departamento é promover o de-senvolvimento de habilidades avançadas em língua Portuguesa, com ênfase em história e cultura. Os cursos de português atendem um grupo muito heterogêneo de estudantes, entre alunos de Licenciatura em Estudos Portugueses, Direito em português e em chinês e também a oferta de cursos de português geral para toda a universidade em quatro níveis, como disciplinas opcionais, além de estudantes de intercâmbio de toda a Ásia. Em geral, há vinte alunos nas turmas da Licenciatura e de Português Geral. Há ainda o tradicional curso de ve-rão que, cada vez mais concorrido, reúne cerca de trezentos alunos de toda a Ásia (Tailândia, Vietnã, Indonésia, Japão e Coreia do Sul, por exemplo). Esta comunicação apresenta uma discussão de enfoque intercultural do ensino de português como língua não materna na Universidade de Macau. O posto aplicador do Celpe-Bras não se restringe à avaliação de candidatos à proficiência de origem chinesa e atende todos os candidatos de países localizados no Mar da China Meridional. Esta comunicação apresenta e discute os diferentes perfis desses can-didatos e as interações face a face através dos elementos provocadores no exame oral, sempre com enorme distância entre a cultura dos candidatos e a brasileira. Com isso, são necessárias estratégias específicas de pre-paração intercultural, bem como de avaliação, no contexto do exame em si.Palavras-chave: Interculturalidade; Celpe-Bras; Ensino de Português para Estudantes Asiáticos.

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ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL PARA FINS ESPECÍFICOS DE PREPARAÇÃO AO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Federal de Rio Grande do sul

Ellen Yurika Nagasawa / [email protected]

O Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) é considerado um exame de alta relevância por não se restringir ao âmbito acadêmico (SCHLATTER ET AL., 2009); por outro lado, Spratt (2005) diz que exames de alta relevância são os que geram publicações de materiais didáticos específicos. No mercado editorial, há disponíveis atualmente três livros didáticos de ensino de Português como Língua Adicio-nal para Fins Específicos (PLAFE) de preparação ao exame Celpe-Bras; o objetivo deste trabalho é averiguar de que maneira esses livros se aproximam do construto do exame. Os critérios de análise se baseiam em pressu-postos teóricos estabelecidos a partir dos documentos oficiais do exame, que, dentre outras recomendações, indicam, como possibilidade de preparação para as provas, “procurar cursos que ofereçam oportunidades para criação de textos orais ou escritos com propósitos diversos em diferentes contextos e dirigidos a interlocutores variados e que promovam a discussão de aspectos textuais e discursivos que poderão auxiliar sua compreensão e produção oral e escrita na Língua Portuguesa” (BRASIL, 2015, p. 22). Com base numa perspectiva dialógica de linguagem (BAKHTIN, 1929; 1953), a análise empreendida focaliza três aspectos: (a) a ênfase no uso da língua, (b) o uso de textos autênticos e (c) a avaliação integrada de compreensão e produção oral e escrita (BRASIL, 2015, p. 8). Para atingir o objetivo do trabalho, início com descrições das propostas pedagógicas dos autores e dos aspectos gráficos dos três livros didáticos e, em seguida, parto das indicações do Manual do examinando (BRA-SIL, 2015) para analisar os recursos encontrados nos livros, ilustrando cada análise com exemplos de tarefas. Finalizo problematizando o potencial do exame Celpe-Bras para orientar a elaboração de materiais didáticos específicos e, desse modo, influenciar a formação docente.Palavras-chave: Preparação de examinandos; Efeito Retroativo; Português como Língua Adicional para Fins Es-pecíficos; PLAFE.

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UMA ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA DOS LIVROS DIDÁTICOS "MUITO PRAZER" E "PONTO DE ENCONTRO" À LUZ DO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Fernanda Deah Chichorro Baldin / [email protected] Germano de Abreu / [email protected] Fernandes Freitas / [email protected] Orientação: Fernanda Deah Chichorro Baldin / [email protected]

O presente estudo tem como temática a produção escrita em português por estudantes estrangeiros. No Brasil, o exame Celpe-Bras é o grande instrumento de política linguística orientador do ensino da escrita, trazendo-a integrada às demais habilidades e a partir da concepção de língua em uso, que vê a linguagem como uma prática social que se manifesta em diferentes gêneros discursivos. Em uma cultura em que a escrita ocupa lugar privile-giado nas relações, é importante que os estudantes aprendam a ler e escrever textos em diferentes gêneros. O trabalho com a escrita, portanto, deve ser central não somente com aqueles estudantes que pretendem fazer o Celpe-Bras, mas com todos, uma vez que apoderar-se das noções de construção de gêneros facilita nossa intera-ção e nos dá a possibilidade de entender melhor as relações sociais. Neste trabalho, nosso objetivo é comparar as tarefas da Parte Escrita do Celpe-Bras, bem como a proposta teórica do exame, com as propostas e atividades de produção escrita contidas em dois livros didáticos amplamente utilizados na área: "Muito Prazer" (1ª edição revista, de 2008, com 20 propostas de produção escrita em seções intituladas “Redação”) e "Ponto de Encontro" (2ª edição, de 2013, com 15 atividades relacionadas à escrita constantes de seções nomeadas “Para escrever”). Como referenciais teóricos principais, foram utilizados os Manuais do Exame Celpe-Bras e a dissertação de Pe-drina Barros (2006), que analisa as propostas de escrita de outros dois livros didáticos ("Avenida Brasil" e "Bem-Vindo") também à luz da concepção teórica proposta pelo exame. Nossos resultados apontam para diferentes níveis de desconexão entre, de um lado, as propostas de produção escrita e as atividades exibidas pelos livros didáticos e, de outro, as tarefas e as noções de língua e texto (discurso) preconizadas pelo exame Celpe-Bras.Palavras-chave: Celpe-Bras; Livro Didático; Produção Escrita; Gêneros Discursivos.

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MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE PLE: TECENDO CAMINHOS PEDAGÓGICOS

Universidade Federal da Paraíba

Jessye Késsia de Carvalho Pereira / [email protected]ícia D'Araujo Guimarães de Lima / [email protected]

Este estudo tem como motivação a experiência como professoras de português para estrangeiros, mais especi-ficamente para os alunos do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ao longo das aulas, notou-se a escassez de materiais didáticos que abordem o ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE), o que nos leva a questionar o porquê de ser tão difícil encontrar fer-ramentas, livros e atividades que auxiliem o aprendizado na sala de aula, e fora dela, do Português como uma língua estrangeira. Nesse contexto, esta pesquisa, tomando como base a abordagem comunicativa e pesquisas desenvolvidas no Brasil por estudiosos do PLE, como Almeida Filho, Souza e Silva, entre outros, tem como ob-jetivo analisar, agrupar e construir diferentes textos e atividades para a elaboração de materiais sólidos para o ensino de PLE. Trata-se de um trabalho fundamental para o exercício da prática docente de PLE, uma vez que há poucos materiais que abordem nossa língua com o viés estrangeiro, o que prejudica/dificulta a elaboração de aulas para os estudantes que visam a aprender o português como língua adicional. Para tanto, busca-se, em diversas atividades online, textos de jornais, revistas, blogs e vídeos, assim como no próprio desenvolvimento reflexivos por parte da equipe, reunir ferramentas para a construção de um material didático a contento para ser utilizado nas aulas de produção textual. Resultados prévios indicam que a utilização de vídeos do Youtube e exercícios presentes em edições anteriores do Celpe-Bras tem se mostrado bastante frutífera nas aulas de PLE, pois os alunos conseguem desenvolver os textos em sala de aula e aplicar na prática em seu cotidiano.Palavras-chave: Materiais didáticos; PLE; Abordagem comunicativa; Produção de texto.

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A INCLUSÃO DE MATERIAIS AUTÊNTICOS NA ELABORAÇÃO DE UNIDADES TEMÁTICAS

Universidade Federal do Paraná

Tuanny Aparecida Eugenio / [email protected] Regiane Soranzo / [email protected]

Celpe-Bras é uma prova de natureza comunicativa que não avalia conhecimentos por meio de gramática e vo-cabulário. Mas sim, a capacidade de uso da língua. Para tanto, o Centro de Língua e Interculturalidade (CELIN-UFPR) desenvolveu um curso preparatório visando auxiliar os candidatos a entrarem em contato com o portu-guês brasileiro através da elaboração de materiais didáticos que servem de suporte para o aprimoramento das habilidades necessárias para a realização do exame. Baseadas em Almeida Filho e Lombello (1997) que afirmam que os alunos devem ser o centro do processo de ensino aprendizagem, ou seja, o ensino de português como língua estrangeira voltado para as necessidades dos alunos; e em Santos (2014), que aponta para a necessidade de se produzir materiais específicos para públicos específicos, nesta comunicação, apresentaremos algumas observações sobre nossa pesquisa, ainda em desenvolvimento, referente a elaboração de materiais didáticos que colaborem para um melhor desempenho dos candidatos. Para tanto, levamos em conta o ensino pautado em uma abordagem por tarefas que de acordo com Santos (2014), se faz necessário utilizar etapas para a organi-zação das tarefas propostas pela unidade temática envolvendo nas práticas didáticas objetivos socioculturais e discursivos e não apenas conteúdos linguísticos. Nossos primeiros resultados, portanto, apontam para a utilida-de de se elaborar unidades temáticas fundamentadas em materiais autênticos com intuito de colocar os alunos em contato com a língua de uso real.Palavras-chave: material didático; materiais autênticos; ensino por tarefas.

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PROPOSTA PARA COMPLEMENTAÇÃO DE ATIVIDADE DE UNIDADE DIDÁTICA: EFEITO RETROATIVO DO CELPE-BRAS EM TURMAS DE PFOL

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Ruan Paollo Rosa / [email protected]árbara Martins Godoy / [email protected] Boava Rocha / [email protected]

A UTFPR - Campus Curitiba - CT, oferece como programa de extensão o curso de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL). Nesse programa, os discentes de Licenciatura em Letras podem participar ativamente como monitores em sala de aula, acompanhando o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes com a orientação e supervisão das professoras responsáveis. As aulas do curso tem como pressuposto teórico o con-ceito de língua utilizado pelo Exame Celpe-Bras. Nós, autores deste trabalho, atuamos como monitores durante o primeiro semestre de 2017 na turma de nível básico (chamada PFOL 2). Durante este período desenvolvemos uma sequência de atividades utilizando o livro didático Novo Avenida Brasil 2, a partir de uma atividade propos-ta pela Unidade 3 intitulada Roupas. O objetivo geral deste trabalho, portanto, é investigar de que maneiras a sequência de atividades proposta pelos estudantes-pesquisadores respalda ou não a concepção de língua como prática social e se corrobora com a concepção de língua utilizada pelo exame Celpe-Bras. Para esta pesquisa, foi feito um recorte da unidade trabalhada com o tema Costumes Brasileiros. Esta atividade trabalha com a produ-ção oral e a compreensão escrita. Para fundamentação teórica, foram utilizadas as noções de dialogismo e de gêneros do discurso (BAKHTIN). Com a aplicação da sequência de atividades, observamos que o exercício da unidade analisada do livro não apresenta elementos necessários para alcançar o entendimento de língua como prática social. Para atingir os propósitos delineados pelo exame Celpe-Bras, elaboramos atividades extras que dessem continuidade com o tema do exercício, sem substituí-lo, mas adicionando a ele um caráter comunica-tivo/interacional. Através desse trabalho, percebemos que o professor não deve apoiar-se totalmente no livro didático, ao contrário, deve utilizá-lo como guia para suas práticas em sala de aula, acrescentando elementos para a noção de língua do Celpe-Bras, facilitando a experiência de aprendizagem dos estudantes.Palavras-chave: PFOL; Celpe-Bras; Livro Didático; Interação.

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“AI QUE DOR, DOUTOR!”: ELABORAÇÃO DE UMA UNIDADE DIDÁTICA DE PORTU-GUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL PARA CONTEXTOS DE REFÚGIO

Universidade Estadual de Campinas

Izabel da Silva / [email protected]êgo Ramon dos Santos Alencar / [email protected]

Como temos observado nos últimos anos, a vinda de refugiados e imigrantes tem sido crescente no país, e com ela, a demanda pelo ensino de língua portuguesa para as interações sociais básicas, como o trabalho, o comér-cio, a vida religiosa etc. Entretanto, ainda são recentes as iniciativas que envolvem uma política linguística de en-sino/aprendizagem de português aos refugiados e/ou imigrantes. Do mesmo modo, para que uma dada política linguística se efetive de fato, é importante pensar também, nos aspectos técnicos que envolvem seu processo, como a produção de materiais didáticos. Apesar de observarmos um aumento considerável de publicações de materiais didáticos de Português como Língua Estrangeira e Adicional (doravante PLE/PLA), ainda constatamos uma escassez de materiais e estudos voltados à área da política linguística, sobretudo, com relação à análise e produção de materiais didáticos de PLA/PLE para contextos específicos de ensino-aprendizagem. Neste sentido, esta pesquisa procurou elaborar, coletiva e individualmente, uma unidade didática de PLA voltada ao ensino da língua a estrangeiros em situações de refúgio. As escolhas teórico-metodológicas que fundamentam este estudo se alinham à Linguística Aplicada (doravante LA), por ser uma área multi/pluri/interdisciplinar (CELANI, 1998; PENNYCOOK, 1998). O planejamento coletivo da unidade didática envolveu a priori uma ampla pesquisa em apostilas e livros didáticos de PLE e PLA. O material foi pensado para atender a um nível de aprendizagem direcionado a um público de aprendizagem básica/inicial em PLA. A unidade didática “Ai que dor, Doutor!” foi produzida sob o tema central “Saúde”, apontado como relevante para os refugiados. As tarefas do material fo-ram construídas com base em gêneros textuais e discursivos autênticos, visando incentivar os estudantes a en-gajar-se em interações sociais que contribuam para a consciência linguística, o posicionamento crítico e sua formação cidadã.Palavras-chave: Política Linguística; PLA; Refugiados; Material Didático.

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VERBOS “SER” E “ESTAR”: CONTÍNUO PERMANENTE-TEMPORÁRIO E O ENSINO DE PLE/PLA/PFOL

Universidade Federal do Espírito Santo

Carmelita Minelio da Silva Amorim / [email protected] Ferreira de Souza / [email protected] Rocha Vieira de Mello / [email protected]

Esta comunicação tem como objeto uma proposta de organização de material didático de ensino-aprendizagem dos verbos “ser” e “estar” para utilização com estudantes de português como língua estrangeira ou como língua adicional ou para falantes de outras línguas (PLE/PLA/PFOL). O objetivo geral é apresentar uma maneira de se trabalhar as diferenças entre os usos dos verbos “ser” e “estar” por estrangeiros em cursos de PLE/PLA/PFOL, demonstrando um contínuo nas noções de caráter permanente e temporário, veiculadas por esses verbos, par-tindo do que propõem as gramáticas tradicionais e focando no uso efetivo da língua em contextos interacionais. O aporte teórico adotado é a Linguística Centrada no Uso (LCU), para a qual a língua é um sistema adaptativo complexo e, por conseguinte, a gramática é um fenômeno sociocultural, sendo sua estrutura e sua regularida-de originadas no discurso e moldadas em um processo contínuo. Assim, dominar a gramática de uma língua significa não apenas dominar mecanismos de natureza morfossintáticos, mas também processos associados à organização textual e a fenômenos interacionais, que envolvem, portanto, aspectos linguísticos e cognitivos. A metodologia consiste em observar ocorrências de uso dos verbos “ser” e “estar” em gêneros e textos variados e proceder à organização qualificada dessas ocorrências num continuum que espelhe com mais clareza as noções de permanência e temporalidade que as constituem. Palavras-chave: Linguística Centrada no Uso; PLE/PLA/PFOL; verbos “ser”/“Estar”; material didático.

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A CONSTRUÇÃO DE GÊNEROS DISCURSIVOS ESCRITOS A PARTIR DO TEMA FES-TA JUNINA

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Thalya Gonçalves de Castro / [email protected] Canela Ferreira / [email protected]

Este estudo é resultado de um projeto que se centrou em gêneros discursivos produzidos pelos alunos do nível 4 do curso de extensão em Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) da Universidade Tecnológica Fe-deral do Paraná (UTFPR-CT), durante os meses de abril e maio de 2017. A motivação do trabalho com gêneros discursivos é efeito retroativo do Exame Celpe-Bras. Compreendemos a importância do trabalho com gêneros do discurso porque partimos da noção de que é na interação que realizamos nossas práticas cotidianas. Bakh-tin (1979) fez reflexões pragmáticas sobre as características que definem o gênero, considerando-o como um enunciado de natureza histórica, sócio interacional, ideológica e linguística relativamente estável. Nos gêneros do discurso está inteiramente implicada a cultura, uma vez que cultura e língua são uma unidade inseparável (MENDES, 2015). Entendendo que língua e cultura são indissociáveis e sabendo que a escolha temática num curso de língua pode ser central, optamos por trabalhar um tema reconhecidamente cultural – a festa junina – e a partir dela, realizar leituras e escritas que promovessem apropriação de gêneros da escrita. Recolhemos as produções textuais e com auxílio e supervisão de uma de nossas orientadoras, buscamos avaliar o texto a partir – especialmente – da interação criada nele. No decorrer das aulas, propusemos aos alunos a produção de três textos de diferentes gêneros. O projeto encontra-se em andamento, portanto, possuímos apenas os resultados parciais. Com este trabalho foi possível perceber as potencialidades dos estudantes ao identificar sentido para além da sala de aula e as possibilidades de construção de língua a partir de situações reais. É possível afirmar, que emergem nos textos dos estudantes tanto o que eles já trazem como conhecimento de determinados gêne-ros nas línguas que usam, como o que as discussões promovem do que é comum e esperado nesses enunciados relativamente estáveis no Brasil.Palavras-chave: Festa Junina, CELPE-Bras, PFOL.

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O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA NÍVEIS INICIAIS: UMA REFLEXÃO SOBRE SEUS EFEITOS NO ENSINO DE PFOL

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Alana Evanguelia Ciunek / [email protected] Imaregna Alcantara de Albuquerque / [email protected]

Este trabalho se insere na esteira de estudos de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL), os quais versam sobre elaboração de material didático e o processo de ensino-aprendizagem em contexto de imersão. Para tanto, refletimos sobre a importância que o exame Celpe-Bras - o qual possui como uma de suas premissas-base a língua como maneira de agir no mundo - tem em relação à pesquisa e ensino de PFOL e como o Ensino de Línguas por Tarefas (SCHLATTER;GARCEZ; SCARAMUCCI, 2004) é capaz de promover situações comunicativas específicas que favoreçam o uso da língua em contextos reais. Tal reflexão está alocada dentro do contexto do PFOL da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o qual contempla aulas de português para públi-cos mistos (majoritariamente formado de intercambistas, refugiados, estrangeiros portadores de visto de auxílio humanitário). Dessa forma, o presente trabalho tem como intuito discutir a elaboração de material didático como um processo que retroalimenta o planejamento das aulas de PFOL. Mais especificamente, nos interessa discutir questões acerca das habilidades de compreensão e produção oral nos níveis iniciais, uma vez que ao mesmo tempo em que assumimos que as competências e habilidades (i.e. compreensão e produção oral e escri-ta) são integradas, entendemos que o componente oral ganha destaque no rol de necessidades comunicativas do público previamente mencionado.Palavras-chave: PFOL; MATERIAL DIDÁTICO; ORALIDADE; NÍVEIS INICIAIS.

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ELABORAÇÃO DE UM TESTE NIVELAMENTO PARA CURSO A DISTÂNCIA DE PLE: EXPERIÊNCIA REALIZADA NO CELIN-UFPR

Centro de Línguas e Interculturalidade UFPR

Ayumi Nakaba Shibayama / [email protected]ânia Maria Perin dos Santos / [email protected]

Visamos com essa comunicação compartilhar uma experiência realizada no Celin-UFPR (Centro de Línguas e Interculturalidade da Universidade Federal do Paraná) na elaboração de uma proposta de teste de nivelamento para o módulo do curso de PLEaD (Português como Língua Estrangeira a distância). O maior desafio do curso é desenvolver propostas que sejam usadas no ambiente virtual e que proporcionem a prática de gêneros orais e a interação entre os participantes e seus tutores. Esse curso tem como base o (ELT) Ensino de Línguas por Tarefas como descrito por Santos (2014) e a análise da experiência de aprendentes realizada por Shibayama (2016). Entendemos que o teste de nivelamento é um primeiro contato entre alunos, professores e a proposta didática do curso. Para essa avaliação, é necessário um grau de progressão de conteúdos de acordo com o programa de curso. Além disso, a avaliação inicial deve estar de acordo com a visão de língua e a abordagem a ser utilizada durante o restante do curso. O teste de nivelamento segue a perspectiva teórica apresentada por Bosch e Santos (2016). Compartilharemos uma atividade realizada com o aplicativo padlet e as atividades do módulo ambien-tação (parte 1 e parte 2).Palavras-chave: Ensino de Português como Língua Estrangeira a distância; Teste de nivelamento; Ensino de Línguas por tarefas; Gêneros discursivos.

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CURSOS AVANÇADOS DE PLE/PLA: O QUE ENSINAR?

Universidade Federal de Pernambuco

Cláudia Mendonça / [email protected]

Embora exista uma crescente demanda por cursos avançados de Português como língua estrangeira (PLE/PLA) em nosso país, seja em função da internacionalização das universidades, da busca por revalidação de diplomas e consequente necessidade de submissão ao Celpe-Bras, entre outros motivos, são ainda raros os materiais didáticos voltados para este nível de proficiência. Esta carência se apresenta mais acentuada em relação aos cursos de imersão quando, em contato diário com a língua, o aluno apresenta dificuldades pontuais, muitas das quais de improvável previsão, sendo, portanto, difíceis de serem planejadas a priore na elaboração de ma-teriais didáticos. Dificuldades que se fazem mais presentes na modalidade escrita da língua, quando a ausência de elementos contextuais exige maior domínio de recursos linguístico-discursivos que permitam uma comu-nicação mais proficiente. Diante deste contexto, temos desenvolvido, na UFPE, uma metodologia centrada no aluno, cujos conteúdos das aulas para o nível avançado são definidos a partir da análise das produções escritas dos alunos. Nosso objetivo é contemplar problemas ainda presentes no nível avançado, atendendo assim às necessidades específicas dos alunos. Este procedimento, ao qual temos referido como reescrita colaborativa, tem se revelado uma eficiente estratégia na identificação de dificuldades específicas a serem trabalhadas com cada grupo de alunos, levando-os a um exercício metacognitivo que tem resultado na percepção do progresso coletivo e individual.Palavras-chave: Cursos; Avançados; Materiais.

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O EXAME CELPE-BRAS COMO INSTRUMENTO DIRECIONADOR DE TAREFAS PARA O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE ESPANHOL

Universidade Estadual de Campinas

Ana Lígia Barbosa de Carvalho e Silva / [email protected] Gabriela Silva Pileggi / [email protected]

O presente trabalho toma como base o construto do exame Celpe-Bras para a produção de materiais didáticos no ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) e tem por objetivo analisar duas tarefas que compõem um curso de português para falantes de espanhol, nível inicial, para estudantes universitários. O exame avalia as quatro habilidades (compreensão oral, compreensão escrita, produção oral e produção escrita) de forma integrada (BRASIL, 2013) e busca avaliar o uso da língua em situações de comunicação. Com a criação do exa-me, seus idealizadores já pensavam em um possível efeito retroativo (backwash effect). Este conceito é usado por alguns autores para referir-se às relações entre avaliação e aprendizagem (SHOHAMY, DONITSA-SCHMIDT e FERMAN, 1996) e, para outros, à influência ou impacto da avalição no ensino/aprendizagem (ALDERSON & WALL, 1993; HUGHES, 1989; GATES, 1995; MESSICK, 1996; SCARAMUCCI, 2004). Como afirma Hughes (1983), é muito mais provável ocorrer um ensino de línguas comunicativo quando a avaliação também é comunicativa, visto que a avaliação exerce uma importância tanto nos professores, como nos elaboradores de materiais e nos estu-dantes, fazendo com que o efeito retroativo do exame seja benéfico ao ensino de línguas. Como resultado deste (possível) efeito benéfico, espera-se que o foco do ensino e da aprendizagem de PLE, no contexto estudado, esteja centrado na língua em uso, e não em seus aspectos estruturais. Palavras-chave: Celpe-Bras; material didático; efeito retroativo; habilidades integradas.

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A CRIAÇÃO DE UM BANCO DE DADOS ETIQUETADO PARA O CERTIFICADO DE PROFICIÊNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA (CELPE-BRAS)

Universidade Federal de Santa Catarina

Fernando dos Santos Pedretti / [email protected]

O Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa (CELPE-BRAS) é o único certificado brasileiro de profici-ência em português como língua estrangeira reconhecido oficialmente no Brasil, aceito internacionalmente em empresas e instituições de ensino como comprovação de competência na língua portuguesa e, no Brasil, exigido pelas universidades para ingresso em cursos de graduação e em programas de pós-graduação. Sen-do assim, desde seu surgimento, o número de examinandos só tem aumentado, fazendo com que cursos de preparação para o exame fossem criados, como é o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A partir dessa experiência como docente, um dos maiores desafios foi o da elaboração desse curso, uma vez que a maioria dos materiais estão disponíveis de forma cronológica, ou seja, separada pela cronologia de aplicação do exame e não pelas temáticas abordadas. Dessa forma, o curso de preparação de nossa instituição trabalha com as diferentes temáticas de tarefas do exame, tanto na parte escrita quanto oral, sendo necessária uma verificação das mesmas, criando assim o trabalho a ser apresentado. Após uma sistemática averiguação dos temas de maior e menor recorrência, começando por uma ordem cronológica decrescente, categorizando todas as atividades das partes escrita, como vídeo, áudio e textos escritos, bem como a parte oral, especifica-mente falando dos elementos provocadores, foi criada a interface com a Linguística Computacional, na área de corpus e etiquetagem, elaborando um corpus CELPE-Bras, aplicando um método de etiquetagem, pensando no seu tamanho e qualidade para que futuramente esteja disponível na elaboração de cursos de preparação para o exame, utilizando o conjunto de etiquetas e o conjunto de regras. Os resultados são promissores e ser-vem para direcionar a continuação dessa pesquisa, uma vez que, com experimentos realizados em um escopo de aplicação ainda limitado, foi atingida a meta de acurácia de etiquetagem de tarefas superior a 99%.Palavras-chave: exame de proficiência; linguística computacional; corpus.

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A INFLUÊNCIA DA AVALIAÇÃO ORAL DO CELPE-BRAS NA CRIAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA AS PRÁTICAS DE TANDEM

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Diego Giovanni Vargas Rodríguez / [email protected] Stefanía Piñerer Cerpa / [email protected] Paula Tirloni / [email protected]

A importância de observar as correlações entre a prova oral do Celpe-Bras e os materiais de apoio do Tandem radica em que ambas práticas têm a competência interacional como um dos principais critérios para avaliação do desempenho oral, dado que contempla as estratégias utilizadas para a promoção de situações reais de co-municação. O exame Celpe-Bras apresenta tarefas com conteúdos autênticos, extraídos de diversos contextos linguísticos e que não estão necessariamente voltados para o ensino de línguas, mas sempre moldados dentro de um contexto maior de comunicação, permitindo ao candidato adaptar o seu registro de linguagem (SCARA-MUCCI, 2001). No Tandem, os princípios de reciprocidade e autonomia promovem a formação de parcerias entre estudantes de distintas culturas e idiomas. Essa ferramenta complementar proporciona contextos reais de inte-ração em que responsabilidades são compartilhadas a fim de que os tandenistas possam definir seus objetivos de aprendizagem e, consequentemente, as estratégias necessárias para alcançar suas metas (BRAMMERTS & CALVET, 2003). Por esse viés, este trabalho pretende elucidar como a avaliação oral do Celpe-Bras influencia na criação de materiais didáticos para as práticas de Tandem. Para tanto, analisaremos a fundamentação teórica do exame Celpe-Bras presente no Manual do Candidato, a grade de avaliação oral, elementos provocadores e ro-teiros de interação face a face das duas últimas edições. Tal corpus será comparado com os dados gerados atra-vés do acompanhamento de sessões do Projeto “Tandem en la Triple Frontera: aproximando línguas-culturas latino-americana” na Universidade Federal da Integração Latino-Americana e da análise dos materiais de apoio elaborados para os encontros. A partir dos resultados, pretendemos: 1. desenvolver materiais para as práticas de Tandem e para a preparação de candidatos ao Celpe-Bras; 2. auxiliar estudantes\docentes no planejamento de estratégias e materiais com foco na oralidade; 3. refletir sobre o efeito retroativo do Exame Celpe-Bras no ensino de português para hispanofalantes.Palavras-chave: Material didático; Avaliação e prática oral; Celpe-Bras; Tandem.

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ATIVIDADES ORAIS PARA ALUNOS SUL-COREANOS PARA O CURSO PREPARATÓ-RIO PARA O EXAME CELPE-BRAS DO CELIN UFPR

Universidade Federal do Paraná

Vanessa Donadel / [email protected] de Freitas / [email protected]

Levando em conta a dificuldade e desafio de estudantes asiáticos – mais especificamente sul-coreanos - frente à prova oral do exame Celpe-Bras, esta comunicação se propõe a apresentar uma experiência da elaboração de atividades para as aulas de oralidade do curso preparatório para o Exame Celpe-Bras no Centro de Línguas e Interculturalidade da Universidade Federal do Paraná (CELIN-UFPR). Estas são desenvolvidas pelos próprios professores da instituição, visto que há carência no mercado editorial de materiais que se preocupem com as es-pecificidades dos alunos, suas necessidades e dificuldades particulares no processo de preparação para o exa-me. Dessa forma, com base no estudo de Li (2009), a preparação das atividades leva em consideração, primeira-mente, o perfil dos egressos, na sua grande maioria, sul-coreanos. Por se tratar de um exame de desempenho, no qual as habilidades avaliadas incluem o uso da língua em situações reais, abordando diferentes contextos de comunicação e de diferentes esferas sociais, utilizando-se para esse fim de exemplos reais de interação: uso da língua enquanto pratica social. Em relação ao desenvolvimento das tarefas, dá-se ênfase à autonomia do aluno nas produções orais, o que é um grande desafio, visto que a maioria dos alunos é de origem asiática e dentro de suas culturas há outras práticas sociais de usos da língua que diferem das práticas do contexto brasileiro; as atividades incentivam os alunos a perceberem, por exemplo, os diferentes níveis de formalidade presentes na cultura do Brasil que se diferem dos níveis de formalidade da cultura sul coreana.Palavras-chave: Celpe-Bras; atividades; oralidade.

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ELABORAÇÃO DE UNIDADE DIDÁTICA COM TAREFA DE COMPREENSÃO AUDIO-VISUAL DO CELPE-BRAS PARA INTENSIVO PRÉ-PEC-G

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Bárbara Petry Machado / [email protected] da Silva Bulla / [email protected]

O objetivo deste trabalho é apresentar uma unidade didática (UD) elaborada para utilização com os alunos de português do Programa de Estudante-Convênio de Graduação (PEC-G) no curso Intensivo Pré-PEC-G do Progra-ma de Português para Estrangeiros (PPE) da UFRGS, com o propósito de prepará-los para o Celpe-Bras. O con-ceito de proficiência que fundamenta o exame consiste no uso adequado da língua para desempenhar ações no mundo, configurando a interlocução nos enunciados de um gênero do discurso e contexto de produção específi-cos (Schoffen, 2009); nesse sentido, a prática de uso da linguagem precisa levar em conta contexto, propósito(s) e interlocutor(es) (Brasil, 2006). Com base nessa perspectiva, e inspiradas em Andrighetti (2009), Schlatter (2009) e Simões et al. (2012), elaboramos uma UD para exploração da singularidade de uma tarefa de compreensão audiovisual do Celpe-Bras, com os objetivos de: a) familiarizar os alunos com as especificações do exame; b) promover o letramento com relação ao tipo de tarefa da parte escrita (tarefas integradas de leitura e escrita); c) promover práticas de multiletramentos (Rojo, 2012; 2013), aprimorando a habilidade de compreensão audiovi-sual de textos em língua portuguesa através do trabalho com diferentes níveis de leitura e exploração de caracte-rísticas da língua falada e da linguagem audiovisual; d) possibilitar a ampliação de vocabulário sobre o assunto do texto-base; e) oportunizar o acesso e a compreensão de variedades do português diferentes da utilizada em Porto Alegre; e f) contribuir com a preparação dos alunos para atingirem, no mínimo, o nível Intermediário no Celpe-Bras. O trabalho realizado foi bem recebido pelos alunos do Intensivo Pré-PEC-G, contribuindo especial-mente para que se sentissem mais seguros e potencializados para a realização do exame. A produção desta UD também contribuiu para a formação dos professores-bolsistas do PPE que atuam nesse curso, ao se engajarem na elaboração coletiva de novos materiais dessa natureza.Palavras-chave: Português Língua Adicional; Pré-PEC-G; Preparação para o exame Celpe-Bras; Elaboração de material didático.

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A ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DE PORTUGUÊS PARA HISPANOFALAN-TES E O DESEMPENHO ORAL NO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Rocío Esther González Fariña / [email protected] Milena Julio Vergara / [email protected] Giovanni Vargas Rodríguez / [email protected]ção: Profa. Larissa Paula Tirloni

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana recebe estudantes da América Latina e do Caribe, com uma proposta bilíngue na qual as disciplinas de Português e Espanhol Língua Adicional (PLA\ELA) são obrigató-rias e integram a matriz curricular de todos os cursos da instituição. Em tal contexto, uma das maiores inquie-tações dos estudantes hispanofalantes é a prova oral do Celpe-Bras, posto que devem demonstrar proficiência na língua portuguesa em um teste que avalia de forma integrada conhecimento da língua e a habilidade em mobilizar distintas estratégias de comunicação em uma situação que se quer comunicativa. No que se refere ao material utilizado na entrevista, parte-se de um conteúdo autêntico que se insere em um determinado contexto linguístico exigindo do examinando uma adaptação no registro de linguagem (MCNAMARA, 1996; SCARAMUCCI, 2001). Nessa perspectiva, considerando as complexidades que envolvem a avaliação da oralidade de línguas próximas como o português e o espanhol (SCHOFFEN, 2003) e, consequentemente, a carência de materiais que elucidem tais particularidades, este trabalho objetiva elaborar uma proposta didática que contemple aspectos que norteiam a produção oral em português de estudantes hispanofalantes. Para tanto, inicialmente obser-vamos aulas de PLA do nível básico na referida universidade, a fim de detectar as principais dificuldades dos estudantes. Posteriormente, realizaremos um minucioso estudo das principais características da prova oral do Celpe-Bras, da grade de avaliação e dos materiais que compõem a entrevista (elementos provocadores e roteiro de interação face a face) da edição de 2017\1. Em suma, com o propósito de contribuir com a progressão do de-sempenho oral de estudantes hispanofalantes aprendizes de português, esperamos também: 1. refletir sobre o efeito retroativo do Celpe-Bras na criação de material didático; 2. contribuir com a preparação de candidatos ao Exame; 3. auxiliar acadêmicos\docentes da área de Letras em questões teórico-práticas de fonética e fonologia.Palavras-chave: Material didático; Português para hispanofalantes; Desempenho oral; Celpe-Bras.

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O POTENCIAL COMUNICATIVO DAS QUESTÕES DO EXAME CELPE-BRAS PARA O TRABALHO EM SALA DE AULA DE PLA

Universidade Federal de Minas Gerais

Silvana Maria Mamani / [email protected] Pordeus / [email protected]

Os cursos de Português Língua Adicional (PLA), oferecidos como disciplinas de graduação na Universidade Fe-deral de Minas Gerais (UFMG), são cursos regulares de ensino-aprendizagem de português, embora grande parte dos alunos tenha em mente também obter a certificação de proficiência através do exame CELPE-BRAS. Esse público é formado por alunos estrangeiros matriculados na graduação ou pós-graduação em diversos cursos. A obtenção desse certificado por vezes é uma exigência das Universidades de origem, e, mesmo não existindo essa exigência, alguns alunos desejam prestar o exame. Uma vez que o CELPE-BRAS é de natureza comunicativa, a utilização de tarefas e elementos provocadores de exames passados oferece ao professor uma fonte valiosa para seleção e elaboração de materiais que podem ser utilizados em aula. Com o objetivo de trabalhar a competên-cia comunicativa dos aprendizes, em diferentes níveis de proficiência, o presente trabalho traz exemplos dessas aplicações em dois tipos de tarefas, uma de produção escrita e outra de produção oral. Assim, os alunos têm a oportunidade de aprender o português através de tarefas comunicativas e, ao mesmo tempo, familiarizar-se com as questões do referido exame. Essa proposta nos remete ao conceito de Backwash, que se refere ao efeito retroativo que provas e exames de proficiência em língua estrangeira/adicional têm no ensino dessa língua. No caso do exame CELPE-BRAS, a orientação para situações reais de comunicação, além do trabalho com gêneros discursivos, pode ter um efeito positivo nas práticas docentes, além do trabalho focado em estruturas gramati-cais e exercícios tradicionais comumente encontrados nos livros didáticos, oferecendo aos alunos oportunida-des significativas de desenvolvimento linguístico-cultural.Palavras-chave: Gêneros discursivos, Tarefas comunicativas, Backwash, Exame CELPE-BRAS.

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PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO PARA FINS ACADÊMICOS: PRO-POSTA DE MATERIAL DIDÁTICO

Universidade Federal do Paraná

Bruna Pupatto Ruano / [email protected] Faria Martins Francisco / [email protected]

A presente comunicação tem como objetivo apresentar parâmetros de elaboração de materiais didáticos para ensino de português como língua de acolhimento (Ançã, 2004; Grosso 2007; Cabete 2010). Para desenvolver essa discussão, partiremos da análise do material desenvolvido exclusivamente para o curso “Acolhimento Linguís-tico e Acadêmico” que foi oferecido aos alunos do ano letivo de 2017 selecionados pelo edital Reingresso (Pro-grama de aproveitamento de vagas remanescentes para a reinserção de migrantes/refugiados na Universidade Federal do Paraná a partir da Resolução Nº 13/14-CEPE), em uma iniciativa do Programa “Política Migratória e Universidade Brasileira” (PMUB-UFPR), juntamente com o Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin-UFPR). Com duração de 5 semanas, o curso incluiu 50 horas de aulas de Português para fins acadêmicos em um con-texto muito específico de ensino-aprendizagem (Mangiante e Parpette, 2011, Adami, 2009, Archibald &Chiss, 2007). Até o presente momento 39 alunos já foram reinseridos através deste edital em cursos de graduação nas mais diversas áreas do conhecimento da UFPR. O material didático que será explorado nessa comunicação foi elaborado especialmente para o curso e abordou o uso do português para fins acadêmicos, enfatizando gêneros textuais como relatório, resumo e apresentação oral. Os conteúdos linguísticos foram trabalhados com base em textos autênticos, muitos deles materiais informativos relacionados à vida na universidade, como a utilização do sistema de bibliotecas, Intercampi, R.U., as normas da ABNT, etc. Esse material almejou ainda, na medida do possível, preencher lacunas nos processos de aprendizagem que não foram formalizados ao longo do processo educacional do aluno, visando um aprendizado processual e duradouro, preparando-os para a vida acadêmica que segue a este processo.Palavras-chave: Português como língua de acolhimento; Material Didático; Propósitos Específicos; Português para fins acadêmicos.

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DESENVOLVIMENTO DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM PLA/PLE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES EM TAREFAS INTEGRADAS

Universidade Federal do Rio Grande

Luciana Pilatti Telles / [email protected]

O presente estudo integra o projeto de pesquisa intitulado “A produção de atividades didáticas de pronúncia em línguas estrangeiras”, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande pelas docentes Luciana Pilatti Telles e Luciene Bassols Brisolara. Na fase atual do projeto, analisamos oportunidades de desenvolvimento de consciên-cia fonológica de português língua adicional/estrangeira no manual “Brasil Intercultural” e propomos atividades em tarefas integradas. Para tanto, além das considerações da análise de Allegro (2014), sobre ensino de pronúncia de PLA/PLE em livros didáticos, buscamos analisar no manual oportunidades de abordagem a aspectos fonético-fonológicos em suas diferentes unidades, anunciadas em seções próprias de fonologia, mas também em seções de análise linguística de outros níveis gramaticais, como morfossintaxe, semântica e pragmática, nos quais há interação de processos fonológicos sem que, contudo, esses sejam anunciados. Partindo da análise de atividades de pronúncia ou que visem à consciência fonológica no referido manual, propomos a integração de tarefas, con-textualizadas em projetos pedagógicos, para o desenvolvimento de consciência fonológica do português falado no Brasil, considerando processos de variação e relações interlinguísticas, tendo em vista as línguas maternas dos aprendizes. Ancoramos nossa análise e nossa proposta em Alves (2012), Bulla, Lemos & Schlatter (2012), Ja-nowska (2014), Torresan (2010), Puren (2014), Calabrò (2015) e Telles & Brisolara (2017, no prelo). Indicamos, com este estudo, possibilidades de desenvolvimento de consciência fonológica como complemento às propostas dis-poníveis no método em análise.Palavras-chave: Português Língua Estrangeira/Adicional; Consciência Fonológica; Desenvolvimento de Materiais.

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DESENVOLVIMENTO DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA EM PLA/PLE: PROPOSTAS DE ATIVIDADES EM TAREFAS INTEGRADAS

Universidade Federal do Rio Grande

Luciana Pilatti Telles / [email protected]

O presente estudo integra o projeto de pesquisa intitulado “A produção de atividades didáticas de pronúncia em línguas estrangeiras”, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande pelas docentes Luciana Pilatti Telles e Luciene Bassols Brisolara. Na fase atual do projeto, analisamos oportunidades de desenvolvimento de consciên-cia fonológica de português língua adicional/estrangeira no manual “Brasil Intercultural” e propomos atividades em tarefas integradas. Para tanto, além das considerações da análise de Allegro (2014), sobre ensino de pronúncia de PLA/PLE em livros didáticos, buscamos analisar no manual oportunidades de abordagem a aspectos fonético-fonológicos em suas diferentes unidades, anunciadas em seções próprias de fonologia, mas também em seções de análise linguística de outros níveis gramaticais, como morfossintaxe, semântica e pragmática, nos quais há interação de processos fonológicos sem que, contudo, esses sejam anunciados. Partindo da análise de atividades de pronúncia ou que visem à consciência fonológica no referido manual, propomos a integração de tarefas, con-textualizadas em projetos pedagógicos, para o desenvolvimento de consciência fonológica do português falado no Brasil, considerando processos de variação e relações interlinguísticas, tendo em vista as línguas maternas dos aprendizes. Ancoramos nossa análise e nossa proposta em Alves (2012), Bulla, Lemos & Schlatter (2012), Ja-nowska (2014), Torresan (2010), Puren (2014), Calabrò (2015) e Telles & Brisolara (2017, no prelo). Indicamos, com este estudo, possibilidades de desenvolvimento de consciência fonológica como complemento às propostas dis-poníveis no método em análise.Palavras-chave: Português Língua Estrangeira/Adicional; Consciência Fonológica; Desenvolvimento de Materiais.

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O ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL A PARTIR DE GÊNEROS TEXTUAIS

Universidade Federal de Mato Grosso

Flavia Girardo Botelho Borges / [email protected]

Este trabalho se inscreve dentro do ideário dos letramentos críticos para o ensino de línguas. As práticas aqui expostas fazem parte de um conjunto de ações propostas pela coordenação dos cursos de Português para Es-trangeiros da Universidade Federal de Mato Grosso, durante o ano de 2017, a partir de um movimento crescente de internacionalização universitária. Iniciando-se no primeiro semestre, foram oito cursos ofertados até o mo-mento, que abordaram desde a produção oral e escrita em português até a preparação para exames de profi-ciência, além de duas práticas interculturais envolvendo internacionalização de mão dupla. As ações do grupo foram pensadas para atender à demanda de 25 estudantes estrangeiros, em sua maioria latina, oriundos de parcerias internacionais da UFMT. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo descrever o processo de forma-ção e desenvolvimento de cursos de língua portuguesa como língua adicional, de curta e média duração, para estudantes universitários estrangeiros, num contexto de imersão. O grupo atuante conta com dois licenciados e uma licencianda, ambos de Letras. A matriz teórica que orienta a ação do grupo é de natureza sociointeracionis-ta, dentro da visão contemporânea para o ensino de língua estrangeira/adicional (Schlatter; Garcez, 2012; Monte Mór, 2013) e dos letramentos críticos (Pennycook, 2001), utilizando-se da metodologia dos gêneros textuais, já que cada aula parte de um gênero como motivador para a aprendizagem da língua, observando-se os diversos contextos comunicacionais. Os resultados revelam um maior domínio da língua oral e escrita em contextos so-ciocomunicativos acadêmicos e maior interação entre os estudantes nativos e não nativos, como mostra um projeto desse grupo de estudantes sobre cinema lusófono. Em síntese, é possível afirmar que a abordagem con-temporânea de ensino de língua adotada aliada aos gêneros textuais tem se mostrada frutífera e criativamente animadora para os estudantes estrangeiros e seus professores.Palavras-chaves: português como língua adicional; ensino de línguas; gêneros textuais.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

Sessão Coordenada: CURSO DE PLA PARA CANDIDATOS AO PEC-G NA UFMG: FUNCIONAMENTO, PROJETOS E CONTRIBUIÇÕES PARA UM PRO-CESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO EM CASA

Universidade Federal de Minas Gerais

Coordenadoras: Marcela Dezotti Cândido / [email protected] Carolina Campos de Miranda / [email protected]

SINÓPSE:O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) teve sua origem em 1920 e, somente em 1965, pas-sou a ser operacionalizado. Desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) em parceria com o Mi-nistério da Educação (MEC) e algumas universidades públicas e privadas – as Instituições de Ensino Superior (IES) –, o PEC-G permite que estrangeiros que tenham completado o ensino médio realizem seus estudos de graduação no Brasil. Mesmo com seus mais de cinquenta anos de implementação, o PEC-G ainda é apagado nos discursos de internacionalização das universidades brasileiras, revelando um desconhecimento desse pro-grama que figura como aquele que mais traz estudantes estrangeiros para essas mesmas universidades (BI-ZON, 2013). Todos os anos, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vinculada ao mencionado convê-nio, oferece o Curso de Português como Língua Adicional (PLA) para Candidatos ao PEC-G. O curso é destinado aos estudantes participantes da seleção para o programa cujos países não contam com a aplicação do Exame Celpe-Bras. Na presente sessão coordenada de comunicação, apresentamos três trabalhos desenvolvidos por três das professoras-pesquisadoras do curso em questão. Nosso objetivo é apresentar seu funcionamento e a proposta de trabalho desenvolvida pelo grupo de professoras-pesquisadoras e seu coordenador, alicerçados na perspectiva da Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) e nos pressupostos do Letramento Crítico (MATTOS; VALÉRIO, 2010). Assim também, apresentamos alguns dos projetos desenvolvidos no decorrer das edições de 2015, 2016 e 2017 do curso – entre eles, o Projeto Pelo Mundo, que se tornou tema da dissertação de mestrado de uma das professoras-pesquisadoras (MIRANDA, 2016) –, e suas contribuições para um processo de internacionalização em casa no âmbito da UFMG. Finalmente, trazemos os relatos e análises de iniciativas que, a partir do trabalho desenvolvido pelos estudantes, pelas professoras e pelo coordenador do Curso de Português como Língua Adicional para Candidatos ao PEC-G na UFMG, contribuíram para a interculturalidade e a educação do entorno (MAHER, 2007) não somente no contexto da universidade mencionada, mas para além de seus mu-ros, abrindo possibilidades também para a comunidade externa e contribuindo para a formação de estudantes de escolas públicas e privadas da cidade de Belo Horizonte. Em vista disso, apontamos para a consonância de iniciativas, como as que apresentaremos nesta sessão, com os três pilares de sustentação das universidades: o ensino, a pesquisa e a extensão. Destarte, sinalizamos também a relevância de um processo de internacionali-zação em casa como quarto pilar, apresentando-se como um processo pluricêntrico (NÓVOA, 2014), dinâmico e diverso, capaz de derrubar fronteiras e visibilizar as tantas possibilidades que essa perspectiva de internaciona-lização pode agregar às IES brasileiras em seu desejo de internacionalização.Palavras-chave: Internacionalização. Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Educação do Entorno. UFMG.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

RESUMO 1: TRABALHO COLABORATIVO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A CONSTRUÇÃO DE UM CURSO DE PLA PARA O PEC-G

Universidade Federal de Minas Gerais

Marcela Dezotti Cândido / [email protected]

Devido à obrigatoriedade de certificação no exame Celpe-Bras para todos os estudantes internacionais partici-pantes do convênio PEC-G, o edital do programa permite que aqueles advindos de países que não possuem Pos-to Aplicador do exame Celpe-Bras frequentem curso de PLA em IES brasileiras, de modo que possam se preparar para prestar o exame no Brasil. Sobretudo no ano em que chegam no país, período dedicado exclusivamente às aulas de língua portuguesa, notamos obstáculos enfrentados por esses estudantes, com destaque para difi-culdades financeiras, questões de convívio social, enfrentamento de construções culturais brasileiras bastante distintas das suas, dentre outras. Podemos afirmar que esses desafios interferem na atuação das professoras, que precisam lidar com essas situações, uma vez que refletem na aprendizagem dos estudantes. É importante ressaltarmos que não há uma diretriz geral que guie o trabalho dos professores e coordenadores nas aulas de PLA realizadas nas diferentes IES, gerando diferentes abordagens de ensino nas distintas instituições. O recorte feito para essa apresentação faz parte de minha tese de doutorado e tem como objetivo analisar a construção do plano de ensino do curso de PLA para o PEC-G promovido pela Universidade Federal de Minas Gerais, instituição cujos estudantes do referido convênio apresentam, geralmente, baixa porcentagem de reprovação no exame Celpe-Bras. O curso focalizado é elaborado de forma colaborativa pelas cinco professoras responsáveis que, motivadas pela Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006), elaboram materiais didáticos pautados pelo Letramento Crítico (MATTOS; VALÉRIO, 2010) e procuram posicionar-se na perspectiva da educação do en-torno (MAHER, 2007), a fim de preparar os estudantes não apenas para o exame Celpe-Bras, mas também para os possíveis enfrentamentos que terão em seu período no Brasil. Para esse estudo, analisaremos os relatórios escritos pelas professoras ao final de cada aula, trechos de materiais didáticos, além de partes de entrevistas concedidas pelas docentes.Palavras-chave: Curso de PLA para o PEC-G. Formação de professores. Plano de ensino. Trabalho colaborativo.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

RESUMO 2: INTERNACIONALIZAÇÃO EM CASA: PROJETOS PARA INTERCULTURALIDADE E EDUCAÇÃO DO ENTORNO NO ÂMBITO DO PEC-G

Universidade Federal de Minas Gerais

Yara Carolina Campos de Miranda / [email protected]

Na presente comunicação, apresento alguns dos projetos realizados nas edições de 2015, 2016 e 2017 do Curso de PLA para Candidatos ao PEC-G, sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os projetos foram elaborados e desenvolvidos em uma proposta de trabalho colaborativo entre as cinco professoras do curso, seu coordenador e os/as estudantes estrangeiros/as que passaram por ele nesses três anos selecionados para estudo. A partir do Projeto Pelo Mundo – cuja análise apresento em minha dissertação de mestrado (MIRANDA, 2016) –, elaborado e desenvolvido em 2015 no contexto anteriormente mencionado, abriram-se diferentes pos-sibilidades para o ensino, a pesquisa e a extensão, os três pilares de sustentação das universidades, acrescidos de um quarto pilar: a internacionalização, aqui, entendida não apenas como aquela de um único centro ou que “exterioriza”, mas que seja, sim, pluricêntrica (NÓVOA, 2014), como um processo de internacionalização em casa (GONÇALVES, 2009). Nesse sentido, apresento uma breve análise do desenvolvimento desses projetos no âmbito da UFMG e suas contribuições para o processo de internacionalização em progresso nessa universidade, assim como para a interculturalidade, a educação do entorno (MAHER, 2007) e as mudanças na forma como os estudantes do PEC-G se posicionavam e eram posicionados pelos Outros (BIZON, 2013), tanto no contexto aca-dêmico quanto para além dele.Palavras-chave: PEC-G. Internacionalização. Interculturalidade. Educação do Entorno.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

RESUMO 3:O CURSO DE PLA PARA CANDIDATOS AO PEC-G: CONTRIBUIÇÕES PARA ALÉM DA UNIVERSIDADE

Universidade Federal de Minas Gerais

Clarice Batista Farina / [email protected]

Este trabalho tem como objetivo apresentar projetos realizados por estudantes e professoras do Curso de Portu-guês como Língua Adicional (PLA) para Candidatos ao Programa de Estudantes- Convênio de Graduação (PEC-G) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fora do ambiente acadêmico. Esses trabalhos, sobretudo, de natureza artística e cultural, mostram que o programa pode ter impactos positivos não só para a comunidade acadêmica da qual faz parte, mas, também, para a comunidade externa à universidade. Mostraremos diferentes eventos em escolas da rede pública e da rede privada de ensino de Belo Horizonte, realizados para promover a interação e a troca cultural entre os/as estudantes candidatos/as ao programa e os/as estudantes das escolas de ensino regular. Considerando que um dos princípios da extensão universitária é ampliar a relação da universi-dade com a sociedade, este trabalho pretende mostrar que esse diálogo traz contribuições para as duas partes. O PEC-G é um programa frequentemente desconhecido pelas pessoas que estão dentro da universidade e ainda mais desconhecido pelas que estão fora dela. Assim, além de colocar em diálogo a comunidade acadêmica e a comunidade externa à universidade, este trabalho visa a contribuir para visibilizar a importância do PEC- G e dos estudantes a ele vinculados, que atuam como agentes de desconstrução de preconceitos e estereótipos não só dentro da Academia, mas também para além de suas fronteiras. Palavras-chave: PEC-G. Extensão. Universidade.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES AÇÕES DA COORDENADORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CRINT - PARA INTEGRAÇÃO E ACOLHIMENTO DO ALUNO ‘PRÉ-PEC-G’: EXPERIÊNCIAS DE/PARA INTERNACIONALIZAÇÃO

Universidade Federal de Roraima

Izaulina Videira Ramos Lourenço / [email protected]

Na UFRR, as atividades de mobilidade acadêmica tiveram início efetivo em 2011/2012, com o apoio do Banco SANTANDER, vinculado ao Projeto Amazônia 2020. A mobilidade acadêmica é realizada, em geral, por programas de bolsas captadas por meio de convênios com instituições de fomento, instituições estrangeiras ou promovidas por programas da própria universidade, o que possibilita a vários alunos, bem como aos estudantes estrangei-ros, a oportunidade de vivenciar uma experiência internacional. No entanto, internacionalizar não é somente quantificar, mas também promover ações de qualidade e para isso, a CRINT necessitou de apoio logístico e par-cerias com os setores internos da instituição, para atender a demanda de alunos ingressantes, principalmente os alunos pré PEC-G ou “alunos PLE”, em número significativo na UFRR. A CRINT também tem desenvolvido parceria com o curso de Psicologia da UFRR, em especial com a disciplina de Psicologia Social, desde 2016. Os resultados deste trabalho já puderam ser avaliados a partir da confrontação dos próprios estudantes PLE com suas dificuldades e responsabilidades, nas análises conjuntas e individuais durante as dinâmicas apresentadas. Questões como: pontualidade, projetos de vida, confiança no outro, preconceito, disciplina e medos foram pon-tuadas e trabalhadas durante os encontros promovidos pelos alunos do 5º e 7º semestres do curso de Psicologia durante um mês.Palavras-chave: internacionalização; acolhimento; integração; parcerias.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES CELPE-BRAS COMO ORIENTAÇÕES CURRICULARES: UM PANORAMA DOS CUR-SOS DE PLA PARA ESTUDANTES PEC-G

University of Edinburgh/Moray House School of Education

Michele Saraiva Carilo / [email protected]

O presente estudo discute a influência do exame para Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Es-trangeiros (Celpe-Bras) nos processos de elaboração e implementação curricular em cursos de Português como Língua Adicional (PLA) para participantes do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G). Para re-fletir a respeito do impacto do exame no desenvolvimento curricular, vê-se o Celpe-Bras como um instrumento (a) de política linguística; (b) de política para educação de língua; e (c) para orientações curriculares. Em relação à influência do exame nos processos de implementação curricular, nota-se a priorização das noções de (a) lín-gua; (b) uso de língua; (c) proficiência/competência; e (d) cultura que informam o Celpe-Bras. Nove coordenado-res e dez professores, representando sete dos doze programas de PLA que ofereceram cursos para estudantes PEC-G no ano de 2015, participaram de uma entrevista em profundidade, semiestruturada e personalizada. Os coordenadores responderam questões referentes à organização estrutural e pedagógica dos cursos de PLA para estudantes PEC-G. Os professores, por sua vez, justificaram suas escolhas linguístico-pedagógicas a fim de ex-plicar a condução de suas práticas em sala de aula. A análise dos dados oriundos dessas entrevistas permite as seguintes afirmações: (1) o Celpe-Bras representa a maior influência no desenvolvimento curricular dos cursos de PLA para estudantes PEC-G; (2) o grau de influência do Celpe-Bras na implementação curricular depende da participação dos professores de PLA nos processos de desenvolvimento curricular; e (3) os materiais didáticos utilizados nesses cursos tendem a promover o construto teórico no qual o Celpe-Bras é baseado. Conclui-se, portanto, que, apesar das amplas críticas em relação à sua relevância e eficácia para fins de internacionalização, a abordagem comunicativa e, consequentemente, suas noções de língua, uso de língua, proficiência/competên-cia e cultura, ainda são utilizadas como referências teórico-pedagógicas para a construção de cursos de PLA para estudantes Celpe-Bras.Palavras-chave: Celpe-Bras; Estudantes PEC-G; Orientações Curriculares; Abordagem comunicativa.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES “NÃO VAI SER FÁCIL MAS A GENTE TEM QUE PASSAR, NÉ?”: NARRATIVAS DE CANDIDATOS AO PEC - G NO AMAPÁ SOBRE O EXAME CELPE - BRAS

Universidade Estadual de Campinas

Tiêgo Ramon dos Santos Alencar / [email protected]

O presente trabalho tem por objetivo analisar, à luz da pesquisa qualitativa, narrativas de cinco candidatos ao Programa Estudantes Convênio de Graduação (PEC – G), no que diz respeito ao Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE – BRAS) e suas implicações no contexto de ensino-aprendizagem de Português como Língua Adicional (PLA). Nesse sentido, faz-se importante ressaltar que, no contexto especí-fico do Amapá, o desenvolvimento de ações de internacionalização que contemplem o PLA na universidade é relativamente recente – tanto que, apenas em 2017, houve a oferta do primeiro curso de PLA para candidatos ao PEC – G, do qual os participantes da pesquisa são alunos. Assim, a partir das narrativas destes estudantes, foi possível verificar a necessidade de um ensino mais ligado ao exame CELPE – BRAS, que explore o construto da prova e que os direcione para um ensino específico de PLA. Além disso, as narrativas apontam para a ausência de um material didático que seja adequado para a situação dos candidatos ao PEC – G e que priorize o que é cobrado no exame. E por fim, infere-se que, apesar das limitações narradas pelos estudantes, existe a positivi-dade com relação à prestação do exame CELPE – BRAS, uma vez que a obrigatoriedade do êxito no exame para a obtenção da vaga no PEC – G possibilitou um maior engajamento com a aprendizagem de PLA, tanto dentro quanto fora da sala de aula.Palavras-chave: Português como Língua Adicional; Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Es-trangeiros; Programa Estudantes Convênio de Graduação; Internacionalização.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES ALUNOS PRÉ-PEC-G: AÇÕES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO ACADÊMICO PROPOR-CIONADAS PELA COORDENAÇÃO DO CURSO PLE/PLA

Universidade Federal de Roraima

Maria da Conceição Lopes / [email protected]

As Instituições de Ensino Superior brasileiras vêm passando por um intenso processo de internacionalização o qual tem colaborado para ampliar as parcerias com Instituições do mundo inteiro e tem proporcionado o au-mento do número de pessoas em mobilidade acadêmica internacional. Durante o incentivo à internacionaliza-ção das universidades e em particular na UFRR, muitas dificuldades foram enfrentadas, inclusive a dificuldade de acolher e integrar esses alunos ingressantes, principalmente os alunos pré PEC-G ou “alunos PLE”, como são denominados na UFRR. Neste ano (2017) a CRINT assumiu a coordenação do PLE, a partir de um enfoque dife-renciado do aprendizado do Português como Língua de acolhimento e me convidou para coordenar o projeto. Com o intuito de minorar as contingências locais, acolher melhor e integrar os alunos, mantivemos a parceria da CRINT com o curso de Psicologia da UFRR, em especial com a disciplina de Psicologia Social de forma que propiciasse aos professore envolvidos no PLE/PLA um feedback das necessidades e interesses dos alunos. Pen-sando em propiciar, aos alunos pré- PEC-G, uma experiência de imersão total na Língua portuguesa, os condu-zimos a participação em eventos de interação. Como resultados das ações de integração desenvolvidas pela coordenação do PLE/PLA destacamos o seguinte: o feedback para os professores, que também são alunos da UFRR e tiveram a oportunidade de se percerber enquanto profissionais, planejar, replanejar, se adaptar ou não ao projeto e suas peculiaridades, aquisição de novos conhecimentos, e até ensinamentos, de suas vivências ma-ternas passadas em Língua portuguesa, falar sobre suas experiências para uma equipe jornalística, participar de momentos de ensino/aprendizagem com os alunos do Colégio de Aplicação e com professores de todo o estado de Roraima presentes no , 65º EREA, Encontro regional de ensino de astronomia e com a equipe do observatório de Boa Vista.Palavras-chave: mobilidade; ações de integração; meio acadêmico.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES ACOLHIMENTO E PROTOCOLOS DE ORIENTAÇÕES CURRICULARES NAS INSTITUI-ÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PARA ALUNOS NÃO LUSÓFONOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA ESTUDANTES-CONVÊNIO DA GRADUAÇÃO

Universidade Federal do Paraná

Layana Christine de Oliveira / [email protected]

A presente comunicação tem como objeto investigar as especificidades do contexto de ensino-aprendizagem do português em sua variante brasileira, além de verificar se há orientações, nos currículos das Instituições de Ensino Superior (IES), que satisfaçam as demandas de candidatos não lusófonos, participantes do Programa de Estudantes-Convênio da Graduação (PEC-G). Estes, por não possuírem o português como língua materna, necessitam participar de aulas de Português como Língua Estrangeira (PLE) em uma IES credenciada pelo Mi-nistério das Relações Exteriores para participarem do exame Celpe-Bras (Certificação de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros). A continuidade do programa só é possível para o candidato que obtenha nível intermediário no exame. Os candidatos que não obtém certificação são excluídos do programa. Muitos candida-tos têm a permanência comprometida por não cumprirem os requisitos exigidos pelo programa. São diversos os casos de candidatos que chegam ao Brasil sem condições financeiras para se manter e apresentam mazelas educacionais que refletem profundamente no processo de aprendizagem de PLE – o que corrobora para o resul-tado negativo de sua certificação no Celpe-Bras, precisando retornar, portanto, ao país de origem. Este traba-lho se desenvolve a partir da análise do projeto de curso para o Programa Estudantes-Convênio da Graduação, existente dentro da Universidade Federal do Paraná, através do Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR (Celin-UFPR), do qual participo como professora cooperada de PLE. Busca-se o estabelecimento de parâmetros entre as IES que acolhem o programa, para que seja possível comparar os protocolos e os resultados alcançados pelos candidatos PEC-G de todas as instituições no ensino e aprendizagem de PLE.Palavras-chave: PEC-G; Pré-PEC-G; Celpe-Bras.

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LETRAMENTO EM AVALIAÇÃO DE TESTES DE LARGA ESCALA: O ENTREVISTADOR DO EXAME CELPE-BRAS EM PAUTA

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Fernanda Ricardo Campos / [email protected] Rose Mara Silva / [email protected] Agossa / [email protected]

Os testes de proficiência linguística têm ganhado grande importância desde o século passado e com a necessi-dade cada vez maior de se desenvolver “letramentos múltiplos” como indivíduos e como comunidades, há tam-bém a necessidade de conhecimentos de linguagem e os padrões de discurso pertencentes a estes domínios, incluindo a avaliação em geral e o letramento em avaliação. Este artigo aborda as concepções de letramento em avaliação como um tema ainda pouco discutido na área da Linguística Aplicada, bem como por estudiosos brasileiros, além de refletir sobre a perspectiva de letramento nas avaliações em larga escala, especificamente, no Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros – o Celpe-Bras. Desta forma, buscamos analisar qualitativamente o Curso Online Celpe-Bras 1/2016 oferecido pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção de Promoção de Eventos (CEBRASPE) em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a fim de verificar se o mesmo propiciou a aquisição de letramen-to em avaliação àqueles que participaram do curso. Para isso, selecionamos de forma aleatória, como corpus da pesquisa, um grupo de entrevistadores da Parte Oral do exame, participantes do Curso Online Celpe-Bras 1/2016, com a finalidade de investigar, através de um questionário disponibilizado online, qual o letramento existente e o necessário para atuar como entrevistador-avaliador, na visão dos mesmos.Palavras-chave: Letramento em avaliação; Exame Celpe-Bras; Entrevistador-avaliador.

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ANÁLISE DE PADRÕES DE ESCOLHA DE ELEMENTOS PROVOCADORES PARA A INTERAÇÃO FACE A FACE DO EXAME CELPE-BRAS

Universidade de Brasília

Marcia Niederauer / [email protected] Chamone Carvalho de Sousa / [email protected] da Costa Silva / [email protected]

Pesquisas na área de Sociolinguística têm mostrado claramente que mudanças contextuais e sociais, tais como o tópico sobre o qual se deve falar, têm impacto no desempenho dos falantes em uma língua adicional, alte-rando a fluência e aspectos fonológicos e sintáticos de sua fala (TARONE, 2007). Daí a importância da escolha dos temas sobre os quais os examinandos devem falar em exames de proficiência oral. Um tópico sobre o qual o examinando não tenha familiaridade, por exemplo, pode impactar negativamente em seu desempenho oral no exame. No caso da parte oral do exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portugue-sa para Estrangeiros, os participantes devem interagir com um avaliador a partir de diferentes assuntos, que são escolhidos pelos próprios avaliadores, conforme orientações do Inep. Um estudo estatístico das interações realizadas na segunda edição de 2015 e da primeira de 2016 revelou que uma parte significativa das escolhas dos Elementos Provocadores (EP) tem sido feita oportunisticamente pela sequência em que os Elementos são organizados no conjunto disponibilizado pelo Inep. A análise mostrou que 17,2% das 4.448 Interações realizadas na segunda edição de 2015 basearam-se em EPs escolhidos de acordo com a sequência numérica, assim como 15,2% das 4.585 das Interações realizadas na primeira edição de 2016. Este padrão de escolha pode revelar que os avaliadores não procederam a uma análise prévia dos Elementos e de seus roteiros de interação que buscasse a diversidade e a adequação dos temas sobre os quais cada participante deveria falar.Palavras-chave: Celpe-Bras; Interação Face a Face; Proficiência Oral; Tópicos.

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A CONFIGURAÇÃO DA INTERLOCUÇÃO NAS TAREFAS DA PARTE ESCRITA DO EXA-ME CELPE-BRAS SOB A ÓTICA DO PROFESSOR-AVALIADOR: IMPLICAÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DE AVALIADORES DO EXAME

Universidade Federal do Rio Grande do SulUniversidade Estadual de Campinas

Instituto Federal do Rio Grande do Sul

Letícia Grubert dos Santos / [email protected] Cecília Cossi Bizon / [email protected]íra da Silva Gomes / [email protected]

Por ser de natureza comunicativa e apresentar um conceito de proficiência como “uso adequado da língua para desempenhar ações no mundo” (BRASIL, 2006), a concepção de linguagem subjacente ao Exame Celpe-Bras pode ser vinculada ao construto de linguagem do Círculo de Bakhtin. Nessa perspectiva, a linguagem tem um caráter dialógico, pois todos enunciados estão ligados uns aos outros através de elos “na corrente complexamente or-ganizada de outros enunciados” (Bakhtin, 2003). Desse modo, todo falante é por si mesmo um respondente em maior ou menor grau, porque pressupõe a existência de alguns enunciados antecedentes- dos seus e alheios – com os quais o seu enunciado dialoga. No entendimento do Círculo, a enunciação nunca é monológica, já que é sempre direcionada a um ou mais interlocutores. Avaliar dentro da perspectiva bakhtiniana de linguagem é, portanto, entender que cada enunciado é único e irrepetível e, dessa forma, cada enunciado precisa ser avaliado dentro da sua singularidade (SCHOFFEN, 2009). Neste trabalho, discutimos acerca das diferentes possibilidades de inserção do professor-avaliador na situação de comunicação estabelecida pelos enunciados das tarefas da parte escrita do Exame Celpe-Bras e refletimos sobre como esse posicionamento interlocutivo pode influenciar os aspectos de validade, confiabilidade e autenticidade no processo de correção do Exame. Para isso, é focalizado o enunciado da tarefa 3 da edição de 2017-01 do Exame Celpe-Bras, com o objetivo de analisar a configuração de interlocução projetada nessa tarefa. Pretendemos, com este estudo, contribuir com a discussão a respeito da formação de professores avaliadores em português como língua adicional, sobretudo com o processo de capaci-tação de avaliadores do Exame Celpe-Bras.Palavras-chave: Avaliação em PLA; Formação de avaliadores para o Exame Celpe-Bras; Dialogismo da linguagem.

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EFEITO RETROATIVO DO CELPE-BRAS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA EXPERIÊNCIA

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Fernanda Deah Chichorro Baldin / [email protected]

Esta comunicação tem por objetivo apresentar uma experiência de efeito retroativo do Certificado de Proficiên-cia em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) na formação inicial de língua estrangeira em contexto universitário. Para tanto, primeiramente apresenta o Certificado, revisitando suas bases teóricas, as característi-cas da parte Coletiva (Escrita) e o conceito de tarefa cunhado pelo Exame (BRASIL, 2006). Depois, discute efeito retroativo (SCARAMUCCI, 2004) no ensino de línguas estrangeira e mostra que é possível estender o efeito retro-ativo do exame à formação de professores de línguas em geral, alargando suas possibilidades. Apresentamos, para isso, a proposta realizada com uma turma de primeiro período de licenciandos em Letras – Inglês de uma universidade federal do sul do Brasil, descrevendo os propósitos e as etapas do trabalho e algumas produções desses estudantes e discutindo-as à luz do conceito chave do Celpe-Bras: a interação. A análise dos textos pro-duzidos por esses estudantes brasileiros mostra a força das propostas exigidas no Ensino Médio realizado por eles, uma vez que se pode observar que nas primeiras produções, não importando a consigna, a produção se consistia em dissertações clássicas. Ao longo das disciplinas foi-se percebendo adequação aos gêneros discur-sivos solicitados e entendimento – na prática – de língua em uso, ou seja, de textos no mundo para interações sociais possíveis. Essa experiência pretende ser potencializadora da e na formação desses professores de inglês, uma vez que os conceitos de texto e discurso são importantes para qualquer professor, especialmente profes-sores de línguas.Palavras-chave: Celpe-Bras; Efeito retroativo; Formação de professores.

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O CONSTRUTO FLUÊNCIA NO EXAME CELPE-BRAS: UM ESTUDO PRELIMINAR

Universidade Federal do ParanáUniversidade Federal do Rio Grande do Sul

Maria Gabriel / [email protected] Albuquerque / [email protected]

O exame Celpe-Bras trabalha com um modelo de entrevista oral que tem como base uma conversação face a face entre dois interlocutores, a saber o entrevistador e o candidato estrangeiro. A partir dessa interação, o ob-servador avalia as 5 competências (competência interacional, lexical, gramatical, fluência e pronúncia) levando em consideração uma grade de avaliação analítica contendo descritores. O exame trabalha com as competên-cias supracitadas de forma integrada, no entanto, em vista de um recorte metodológico este trabalho tem por objetivo realizar uma análise mais detida acerca do construto de fluência, uma vez que: i) é um dos menos es-tudados, comparativamente com os outros construtos levados em consideração pelo exame; ii) é um conceito que, conforme apresentam alguns autores (RICHARDS, 1990), se sobrepõe a questões relacionadas à interação e desenvoltura; iii) apresenta uma possível lacuna entre o modo como é teoricamente concebido e sua mensura-ção em relação aos critérios disponíveis na grade do observador de acordo com o manual do aplicador (BRASIL, 2015). Para tanto, por um lado, este trabalho pretende apresentar um panorama reflexivo sobre o construto de fluência dentro da área de linguística aplicada ao ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras e, por outro, contribuir com a reflexão sobre o construto a partir de dados coletados em questionários aplicados com profes-sores-avaliadores do exame Celpe-Bras.Palavras-chave: Fluência; Celpe-Bras; Avaliação.

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UM OLHAR MICROINTERACIONAL SOBRE A ORGANIZAÇÃO DA ENTREVISTA DE PROFICIÊNCIA DO EXAME CELPE-BRAS: PRÁTICAS DESEJÁVEIS PARA UMA AVA-LIAÇÃO ORAL DO USO DA LINGUAGEM

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Melissa Santos Fortes / [email protected]

Único certificado de proficiência em português como língua adicional reconhecido oficialmente no Brasil e no exterior, o exame Celpe-Bras é uma avaliação de proficiência em larga escala que se caracteriza por ser inclusi-va e por promover o (multi)letramento em contextos de prática social onde a língua portuguesa é usada como preferível (Fortes, 2010). Nesta comunicação, temos como objetivo refletir sobre algumas práticas avaliativas inclusivas observadas na interação face a face entre examinadores e examinandos em contextos de avaliação de proficiência oral do Celpe-Bras que buscam aferir, em última análise, a capacidade dos avaliados de usar a língua portuguesa para agirem no mundo (Clark, 1996). Para tanto, serão apresentadas e discutidas transcrições de excertos de uma aplicação da Parte Oral (PO) do exame Celpe-Bras que foram objeto de análise (Fortes, 2010) no escopo do arcabouço teórico-metodológico da Análise da Conversa Etnometodológica (ACE) e da Etnometo-dologia (EM) com o objetivo maior de compreender, da perspectiva microinteracional das ações humanas, como a entrevista de proficiência oral do Celpe-Bras contribui para que o exame seja uma avaliação de desempenho válida e confiável para o construto uso da linguagem para ação no mundo (Clark, 1996). Mais especificamente, pretendemos aqui apresentar uma descrição, da perspectiva das ações dos participantes, de como se organiza a entrevista de proficiência oral do exame Celpe-Bras e de quais práticas são consideradas desejáveis para uma avaliação de desempenho oral em português como língua adicional que tem como premissa o entendimento de que examinandos de todos os níveis são capazes de realizar ações em língua portuguesa em diferentes contex-tos de uso dessa língua.Palavras-chave: Uso da linguagem; Língua como prática social; Português como língua adicional; Exame de proficiência.

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“LE BRÉSILIEN” COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: DISCURSOS SOBRE AS LÍNGUAS E REPRESENTAÇÃO DA LÍNGUA DO OUTRO

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Jocenilson Ribeiro / [email protected]

Que o Português Europeu (PE) se difere em aspectos constitutivos internos e externos do Português Brasileiro (PB) isso já é consenso na comunidade acadêmica, nos dois países (mesmo entre os leigos no assunto), face às inúmeras pesquisas já desenvolvidas. Contudo, isso não é suficiente para se definir como sendo duas línguas distintas, como é o espanhol e o catalão na Espanha, o português e o galego na Região Ibérica, o lenga d’òc (occitano) e o francês na cidade de Toulouse, França. Diante desta reflexão, cabe a questão: como se constituem os limites internos e ex-ternos na definição do nome de uma dada língua? Esta não é, evidentemente, uma questão fácil de se responder; contudo, a nomeação de uma língua depende, antes de tudo, do modo como seus falantes se identificam nesta língua, porque para além de seu sistema, a língua traduz a história e a cultura no interior das quais os falantes (na-tivos ou não) se identificam. Está posta então um problema de ordem discursiva ligado às questões de identidade e de representação. Este trabalho é fruto de uma pesquisa pós-doutoral (em 2015) quando se estudaram algumas práticas de representação do português brasileiro, no espaço de enunciação (Guimarães, 2002; 2006) francês, e las representaciones ideológicas del linguaje (Arnoux; Del Valle, 2010) na esfera dos estudos de discurso glotopolítico (Arnoux, 2010) em 2015. O objetivo deste trabalho então é apresentar algumas análises das representações imagi-nárias da língua “le brésilien”, no olhar do enunciador/aprendiz de PLE francês. Faremos um exercício de reflexão sobre o modo como os sujeitos refletem sobre a língua do “outro” em consonância com um imaginário cultural e identitário constituído historicamente. Para isso, partimos de uma questão central, ou seja, como a língua portu-guesa falada no Brasil é nomeada no espaço de enunciação francês, para compreender as diferentes formas de nomeação do português brasileiro e os lugares em que tal nomeação se materializa. Partimos de uma reflexão mais geral, para entender a formulação dos usos cotidianos da expressão “le brésilein” na França. Baseamo-nos nas no-ções antropológicas de experiência e estranhamento, pensadas por Souza (2007), procurando, em seguida, flagrar os lugares de formulação daquilo que tínhamos como uma percepção: a língua que falam os brasileiros não tem o mesmo nome daquela falada pelos portugueses (nem por aqueles dos outros 8 países da CPLP que a têm como língua materna) no imaginário francófono.Palavras-chave: português língua estrangeira; le brésilien; discursos sobre a língua, glotopolítica; livro didático

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CELPE-BRAS E CELU. TRAJETÓRIAS CONJUNTAS E RELAÇÕES ENTRE CENTRO E PERIFERIA, UMA QUESTÃO DE ESCALAS

Universidade Federal do Paraná

Alejandro Néstor Lorenzetti / [email protected]

Neste trabalho procuramos olhar a trajetória dos exames de proficiência internacionais Certificado de Español Lengua y Uso (CELU) e CELPE-BRAS, parceiros que nasceram num espaço de trabalho conjunto e dentro de um contexto geopolítico comum, o Mercosul. Tendo como eixo para a reflexão a língua como invenção política e social (MAKONI e PENNYCOOK, 2007) e como objeto ideológico (BLOMMAERT 2005), destacamos algumas linhas comuns na trajetória do CELU e o CELPE-BRAS exprimidas em documentos oficiais e de trabalho, junto com a produção acadêmica que ambos os exames geram nos seus próprios espaços (os Colóquios CELU e o Simpósio SINCELPE) procurando compreender a contribuição que estas Políticas Linguísticas fazem para consolidar (ou não) um conjunto de noções tais como “língua segunda”, “uso da língua”, “lengua heredada”, “língua interna-cional” e “internacionalização das línguas”. Parte da análise introduz também o papel das línguas espanhola e portuguesa no marco geopolítico, de onde resulta a construção da relação conceitual do espaço em relação à escala proposto por Blommaert et al. em Spaces of multilingualism (2005) para descrever relações de desigual-dade entre centro e periferia, com a Europa e no interior do Mercosul, assim como as variedades aceitas ou não nos exames, motivo de inúmeras discussões que resultam em diferentes atitudes reveladas pelos responsáveis destas políticas. Também abordamos outras noções que circulam no âmbito das avaliações de domínio linguís-tico, como a capacidade de atingir a competência plena em diferentes línguas, dentro de uma realidade regional que concebemos como multilíngue.Palavras-chave: CELU Celpe-Bras; Política Linguística; Ideologias; Escala.

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PANORAMA DOS NÍVEIS DE CERTIFICAÇÃO OBTIDOS PELOS EXAMINANDOS NO CELPE-BRAS: IMPLICAÇÕES PARA A PESQUISA E A AVALIAÇÃO

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Luiza Sarmento Divino / [email protected] Roquele Schoffen / [email protected]

A disponibilização pública do Acervo Celpe-Bras, ocorrida em 2014, a partir do trabalho do grupo de pesqui-sa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi de fundamental importância para a democratização do acesso aos dados do exame Celpe-Bras. Além de ser o único exame brasileiro reconhecido como certificação de proficiência em língua portuguesa, o Celpe-Bras tem tido uma crescente procura por pessoas interessadas em certificar sua proficiência, tendo contabilizado, somente no ano de 2016, mais de 10.900 examinandos inscritos. Essas questões fazem com que o Celpe-Bras possa ser considerado um exame de alta relevância (SCHLATTER et al., 2009). Apesar da importância do exame para a divulgação e a promoção da língua portuguesa no mun-do, bem como para políticas de internacionalização das instituições de ensino brasileiras, poucas ainda são as informações e estatísticas disponíveis sobre o desempenho dos examinandos no Celpe-Bras. Com o intuito de contribuir para a disponibilização pública do maior número possível de dados sobre o exame, esta comu-nicação tem por objetivo apresentar um panorama dos resultados obtidos pelos examinandos no Celpe-Bras desde a sua primeira aplicação, em 1998. Para tal, foram contabilizados, em cada edição do exame, o número de examinandos que atingiram cada nível de certificação (Intermediário, Intermediário Superior, Avançado e Avançado Superior). A contabilização desses dados, disponíveis publicamente no Diário Oficial da União, traz uma importante contribuição para a preservação da história do exame, além de possibilitar diversas análises em relação às provas aplicadas nas diferentes edições do Celpe-Bras.Palavras-chave: Celpe-Bras; Acervo Celpe-Bras; Níveis de Certificação.

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ATUALIZAÇÃO E ANÁLISE DAS PESQUISAS DISPONÍVEIS NO ACERVO CELPE-BRAS

Universidade Federal do Rio Grande do SulLuana Ramos Truyllio / [email protected]

O desenvolvimento do Acervo Celpe-Bras teve por objetivo disponibilizar a estudantes, professores de Portu-guês como Língua Adicional e pesquisadores os documentos públicos do Celpe-Bras e as provas já aplicadas, bem como trabalhos de pesquisa já realizados sobre o exame. Os altos índices de acesso ao Acervo desde sua disponibilização online demonstram a relevância deste trabalho, que, além de democratizar o acesso aos ma-teriais do exame, tem contribuído para a divulgação do Celpe-Bras no Brasil e no exterior. Esta comunicação tem por objetivo relatar o trabalho de atualização da aba “Pesquisas” do Acervo Celpe-Bras, que consistiu no levantamento e na compilação de todas as produções científicas presentes na plataforma Lattes-CNPQ que mencionam o Celpe-Bras no título, no tema ou nas palavras-chave. As informações levantadas propiciaram um aumento substancial na base de Pesquisas do Acervo, contribuindo para a circulação da produção acadêmica sobre o exame e auxiliando pesquisadores interessados nesta área de estudo. O levantamento realizado possi-bilitou também um estudo aprofundado dos padrões das pesquisas sobre o Celpe-Bras, permitindo análises por região, instituição, ano, tema e tipo de produção. Entendemos que os estudos realizados com base nas pesqui-sas disponibilizadas no Acervo podem trazer contribuições para o sistema de avaliação Celpe-Bras, fomentar a produção científica sobre o Celpe-Bras e sobre PLA, dar maiores subsídios para a preparação de examinandos e auxiliar na elaboração de materiais didáticos.Palavras-chave: Celpe-Bras; Acervo Celpe-Bras; PLA.

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A IDEOLOGIA LINGUÍSTICA NA BASE NACIONAL COMUM: CONSIDERAÇÕES SO-BRE AS CONCEPÇÕES DE LINGUA(GEM) ADOTADAS PELO DOCUMENTO

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Meire Anne Alves Bochnia / [email protected]

A partir da análise de alguns textos – texto de apresentação, princípios orientadores, objetivos de aprendiza-gem e texto introdutório da área de Linguagens – do documento intitulado Base Nacional Comum (2015), este trabalho tem por objetivo identificar quais as concepções de língua(gem) trazidas pelo documento, bem como relacionar estas concepções a questões relativas aos conceitos de identidade e ideologia que nele aparecem. A Base Nacional Comum – BNC (2015) – é um documento posto para apreciação da sociedade civil e, também, de especialistas das diversas áreas de conhecimento, professores da Educação Básica e gestores. Novos caminhos para Educação Básica estão sendo propostos e, por isso, o trabalho com ideologias linguísticas tem por intenção entender em que sentido as concepções de língua(gem) adotadas pela BNC representam – e se representam – realmente um avanço em relação às tradicionais perspectivas de língua(gem) concebidas por muito tempo no ambiente escolar. Como abordagem teórica deste trabalho foram utilizados os autores: Blommaert (2006, 2006), Jung (2007), Kleiman (2003), Rivas (2014), Rojo (2012), Saleh (2007), Torquato (2013), Moita Lopes (2013), Woo-lard (1994) e Woodward (2000). Adotamos, além da pesquisa bibliográfica, a análise documental – haja vista a consulta à Base Nacional Comum (2015) no intuito de se saber o que ela propõe para o estudo da língua(gem) no ambiente escolar. Com a problematização de questões como as que foram apontadas neste trabalho não se pretende de forma alguma esgotar a temática, mas sim propor a ampliação dessas e outras discussões que possam efetivamente colaborar para que as alunas e alunos – sujeitos da educação básica – possam reconhecer as relações de poder nas quais estão inseridos e, mais ainda, possam se tornar sujeitos capazes de demarcarem suas vozes nesses contextos.Palavras-chave: Língua(gem); Ideologia linguística; Ambiente escolar.

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E O ENSINO DE PORTUGUÊS BRASILEIRO PARA ESTRAN-GEIROS: A ABORDAGEM DO MODO IMPERATIVO NO MATERIAL DIDÁTICO

Universidade Federal Fluminense

Carolina da Silva Vieira Magalhães / [email protected]

Neste estudo, nos preocupamos em observar a variante contemplada em materiais didáticos de português bra-sileiro para estrangeiros (PBE) publicados a partir de 2009 e em grande circulação, a fim de verificar se tal va-riante condiz com a real atividade linguística dos falantes nativos de português brasileiro. O foco deste trabalho se dá sobre a abordagem do modo imperativo. Sabemos que o uso real da língua, em muitos casos, não ocor-re conforme previsto pela gramática normativa, que não estabelece a possibilidade de variação de uso desse modo de acordo com aspectos extralinguísticos. A escolha do tema se deu considerando a grande influência que esses materiais exercem na aprendizagem dos estrangeiros. Tendo como respaldo o exame CELPE-Bras, que avalia o candidato a partir de tarefas que apresentam propostas e situações relacionadas à eventos reais do nos-so cotidiano, nos propomos a verificar a mesma proposta no ensino. No Manual do Candidato desse exame de natureza comunicativa encontramos a seguinte descrição “não se busca aferir conhecimentos a respeito da lín-gua, por meio de questões sobre a gramática e o vocabulário, mas sim a capacidade de uso dessa língua. A com-petência do candidato é, portanto, avaliada pelo seu desempenho em tarefas que se assemelham a situações que possam ocorrer na vida real.” (COURA-SOBRINHO et al., 2009) Desse modo, permite a adaptação do texto produzido pelo falante de acordo com o propósito e contexto comunicativos envolvidos. Sabemos ainda, no que diz respeito a norma, que esta “qualquer que seja, não pode ser compreendida apenas como um conjunto de formas linguísticas [variantes]; ela é também (e principalmente) um agregado de valores socioculturais articula-dos com aquelas formas” (FARACO, 2002, p.39 apud MONTEAGUDO, 2011, p.42). Isto posto, achamos relevante a preocupação para que as variantes contempladas nos materiais didáticos aproximem ao máximo o aprendiz da língua alvo e sua cultura, contribuindo para seu melhor desempenho em situações reais de comunicação.

Palavras-chave: Ensino de português língua estrangeira; Variação linguística; Material didático.

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Políticas linguísticas, promoção do idioma e certificação

OS EXAMES CAPLE E O CELPE-BRAS EM CONTRASTE: A ESTRUTURA E O CONCEI-TO DE PROFICIÊNCIA NOS EXAMES OFICIAIS DE PORTUGAL E DO BRASIL

Universidade Federal de Minas Gerais

André de Sousa Figueiredo Freitas / [email protected] Gomes dos Santos / [email protected]

O trabalho teve por objetivo caracterizar e comparar os exames de proficiência do CAPLE (Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira) e o Celpe-BRAS. A partir da comparação da metodologia das provas, da es-truturação dos testes e da elaboração das questões, buscou-se perceber as diferenças do conceito de profici-ência em língua estrangeira (SCARAMUCCI, 2000), afim de contribuir com a validade dos testes. (CONSELHO DA EUROPA, 2001).Como aponta DELL’ISOLA (no prelo), os níveis dos exames CAPLE são definidos de acordo com o Quadro Euro-peu Comum de Referência (QECR). De acordo com KEDDLE (2004), os níveis do QECR se baseiam em aspectos funcionais e, sobretudo, situacionais. O Celpe-BRAS, por sua vez, possui quatro níveis certificados e funda-menta-se abertamente “na ideia de proficiência enquanto uso adequado da língua para desempenhar ações no mundo” (INEP, 2017). Enquanto o CAPLE possui um exame diferente para cada nível certificado e afere os conhecimentos sobre compreensão leitora e oral; produção escrita e oral e, nos níveis mais avançados, cobra também competência estrutural explicitamente, o Celpe-BRAS possui uma única prova para todos os níveis e possui quatro tarefas de caráter comunicativo para avaliar todas as competências de forma integrada.O trabalho utilizou-se dos dados e exemplos de cada exame, ambas as informações disponibilizados pelo CAPLE (PASCOAL; OLIVEIRA, 2013), bem como das informações dispostas nos manuais sobre o Celpe-BRAS e provas desse exame disponibilizadas online pelo Instituto de Letras da UFRGS. Foram observadas diferenças metodológicas na composição das provas do CAPLE e do Celpe-BRAS, tornando-se possível observar como o conceito de proficiência se manifesta em cada um dos exames e se, apesar da diferença de estruturação evi-dente entre eles, esse conceito é o mesmo nos dois testes.Palavras-chave: CAPLE; Celpe-BRAS; Proficiência em LE; Exames de proficiência.

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Avaliação e letramento

REVISITANDO O CONSTRUTO DE PROFICIÊNCIA ORAL DO EXAME CELPE-BRAS

Instituto de Estudos da Linguagem – Unicamp

Maria Gabriela Silva Pileggi / [email protected]

O presente trabalho concentra-se na Parte Oral do exame Celpe-Bras. Nessa parte do exame espera-se que o participante seja capaz de conversar em língua portuguesa de forma a soar o mais natural possível, sendo ca-paz de compreender a fala do avaliador, bem como as ideias presentes nos textos verbais e não verbais dos elementos provadores (BRASIL, 2013). Essa é uma das únicas informações sobre como os participantes serão avaliados, com isso, percebe-se uma falta de clareza no construto de proficiência oral. Uma vez que o objetivo do teste deve conduzir para a definição do seu construto e que esse construto deve ser útil para o propósito do teste (FULCHER, 2014), a falta de clareza sobre o construto de proficiência oral do exame Celpe-Bras constitui o problema desta pesquisa. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho é tentar definir o construto de profici-ência oral do exame. Assim, os objetivos específicos são: entender como os elementos provocadores e o Roteiro de Interação Face a Face contribuem para a operacionalização desse construto e verificar se a produção oral dos examinandos reflete esse construto. Para tal, analisam-se os documentos oficiais do exame, os instrumentos de avaliação e a produção dos participantes das edições 2017/1 e 2016/2 de dez postos aplicadores. A abordagem metodológica deste trabalho é a qualitativa interpretativista (SUASSUNA, 2008) e a coleta de dados foi feita atra-vés de análise documental, uma vez que todos os dados foram gerados antes da pesquisa e sem a participação do pesquisador. Os resultados preliminares revelam que os materiais oficiais do exame Celpe-Bras pouco reve-lam sobre seu construto e as perguntas do Roteiro de Interação Face a Face são úteis para avaliar a compreensão tanto dos elementos provocadores quanto da fala do avaliador-interlocutor. Espera-se encontrar evidências do construto na produção oral dos participantes.Palavras-chave: Avaliação; Proficiência oral; Testes de proficiência; Celpe-Bras.

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Avaliação e letramento

TAREFAS ESCRITAS DO EXAME CELPE-BRAS: UMA PERSPECTIVA DE LETRAMENTO

Universidade Federal do Paraná

Regiane Soranzo / [email protected] de Freitas / [email protected]

Para Franz Fanon (2007), aquele que possui a linguagem, possui, em contrapartida, o mundo que essa linguagem expressa e lhe é implícito. Partindo desse pressuposto, entendemos que ao adquirir uma língua estrangeira - isto é, possuir esta linguagem - o sujeito está também aprendendo como é estar socialmente nessa língua: quais são as práticas sociais de usos da língua, oral e escrita, que essa cultura apresenta. Dessa forma, ancoradas na concepção bakhtiniana de linguagem e também no modelo ideológico de letramento proposto por Brian Street (1984), que são concebidos a partir de uma perspectiva social e culturalmente situada, em que, respectivamente, a linguagem e as práticas de letramento assumem sentidos diferentes para grupos sociais distintos, sem, con-tudo, negar os processos de hibridação que nelas estão presentes, esta comunicação - uma pesquisa ainda em desenvolvimento - tem por objetivo demonstrar como o Exame Celpe-Bras orienta o ensino de português brasi-leiro como língua estrangeira à luz dos estudos de letramento. Para tanto, analisaremos algumas tarefas da prova escrita propostas pelo Exame Celpe-Bras, procurando apontar de que maneira os enunciados são perpassados pelas reflexões sobre letramento e como isso se reflete no ensino de português brasileiro no Centro de Línguas e Interculturalidade da Universidade Federal do Paraná (CELIN-UFPR). Nossos primeiros resultados indicam que as tarefas exigem que o texto do candidato, para cumprir o enunciado, seja pautado no uso da língua enquanto prática social; conscientizar o aluno dessa prática faz parte das estratégias de letramento que demonstraremos em nossa apresentação.Palavras-chave: Celpe-Bras; Letramento; Português como Língua Estrangeira.

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Avaliação e letramento

EFEITO RETROATIVO DO EXAME CELPE-BRAS NA AVALIAÇÃO DE LETRAMENTO EM LÍNGUA MATERNA

Universidade Federal de Santa Catarina

Renata Maria Santos Ferreira / [email protected]

Este trabalho relata a transposição de experiência de professora de PLA e avaliadora do exame CELPE BRAS (tanto como aplicadora da parte oral quanto colaboradora ad hoc das comissões avaliadoras da parte escrita por mais de quinze anos) para a elaboração de instrumento de avaliação conceitual de língua portuguesa como língua materna no Instituto Federal do Paraná. Ainda que a avaliação de proficiência seja evidentemente distinta da avaliação processual, conforme explicita Scaramucci (2002), a concepção de língua portuguesa que constituiu o exame CELPE BRAS (SCHOFFEN, 2004) tem como construtos as reflexões de letramento que constituem os sujeitos por meio da linguagem, que se apro-ximam dos construtos de letramento em língua materna, principalmente no que diz respeito à escrita.Em meio às discussões da implantação de um sistema de avaliação qualitativa e holística em que o IFPR se en-contrava em 2015 e às discussões sobre às Novas Bases Nacionais Curriculares de Língua Portuguesa, a autora, professora de língua portuguesa agora para estudantes brasileiros de Ensino Médio Profissional, usa os concei-tos de avaliação holística do exame para elaborar instrumentos de avaliação de textos para a disciplina, elabo-rando assim, junto aos demais professores da área, grades de avaliação para as produções de texto dos estudan-tes, no modelo da parte escrita do exame, a partir de quatro faixas de avaliação conceitual, sejam elas A, B C e D.Palavras-chave: avaliação; letramento; conceito de língua.

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Avaliação e letramento

INTERLOCUÇÃO ENIGMÁTICA NA PARTE ORAL DO CELPE-BRAS: REFLEXÕES SOBRE A ELABORAÇÃO DE ELEMENTOS PROVOCADORES E ROTEIROS DE PERGUNTAS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Gabriela da Silva Bulla / [email protected]

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o design de itens da Parte Oral do Celpe-Bras, em especial sobre a seleção e edição de textos para a produção de Elementos Provocadores (EP), bem como sobre a elaboração de Roteiros de Perguntas (RP) que orientam a interação face a face relativa aos EP. Partindo da perspectiva bakh-tiniana de linguagem e de contribuições de pesquisas em Análise da Conversa Etnometodológica, em especial relativas a distinções entre organização interacional da conversa cotidiana e da fala-em-interação institucional, são analisados qualitativamente os conjuntos de EP e RP dos últimos três anos, considerando gênero do dis-curso do texto que constitui cada EP e tipos de perguntas propostas em cada RP. A análise evidencia diferentes tipos de interlocução projetados pelas relações estabelecidas entre RP e EP, algumas mais próximas da conversa cotidiana, outras fortemente institucionais com potencial para a produção de sequências interacionais de Ini-ciação-Resposta-Avaliação (IRA), típicas da fala-em-interação de sala de aula tradicional, na qual o professor faz uma pergunta de resposta conhecida (pelo professor), cabendo ao aluno adivinhar a resposta considerada certa pelo professor. O modo como algumas perguntas de leitura são propostas nos RP contribuem para tal potencial. Além da questão do design das perguntas, destaca-se a problemática de EP cujos textos-base sofreram edições que culminaram no apagamento do gênero do discurso, contribuindo também para a construção de interlocu-ções aqui chamadas de enigmáticas, nas quais os examinandos precisam adivinhar o contexto de produção dos textos dos EP para poder falar sobre. São sugeridas edições no design de EP e RP de modo a lidar com tais pro-blemáticas, contribuindo, assim, para reflexões sobre a atualização da perspectiva bakhtiniana de linguagem nos materiais da Parte Oral do exame.Palavras-chave: Avaliação de proficiência oral; Interação; Elaboração de materiais; Design de perguntas.

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Avaliação e letramento

UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS PARTES ORAIS DOS EXAMES CELPE-BRAS E CELU

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Daniel Germano de Abreu / [email protected] Lemes da Silva Schlemm / [email protected]

O presente trabalho tem como temática os exames de proficiência Celpe-Bras (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros) e CELU (Certificado de Español: Lengua y Uso), importantes instrumentos de política linguística no Brasil e na Argentina para o ensino das línguas portuguesa e espanhola como línguas estrangeiras, respectivamente. Ambos os exames compartilham da mesma concepção teórica (de língua em uso, segundo a qual a linguagem é uma prática social que se manifesta por meio de gêneros discursivos) e avaliam as diferentes habilidades (compreensão e produção, orais e escritas) de maneira integrada. Os dois exames tam-bém têm estruturas muito semelhantes: dividem-se em uma Parte Escrita e uma Parte Oral na qual o examinan-do interage com um avaliador, enquanto um segundo avaliador apenas os observa. Nas Partes Orais de ambas as provas há um primeiro momento de entrevista, com função de “quebra-gelo”, e um segundo momento em que o avaliador e o examinando dialogam sobre temas diversos presentes em textos motivadores. A grande diferença entre as Parte Orais dos dois exames reside no fato de o CELU incluir um terceiro momento no qual avaliador e examinando atuam num “jogo de papéis”, com o candidato tendo um objetivo específico para a inte-ração. Neste estudo, com base sobretudo em Schlatter et alii (2008) e em documentos oficiais dos exames, bem como na análise de entrevistas simuladas ao estilo de cada uma das provas, pretendemos comparar os exames Celpe-Bras e CELU no que concerne à maneira como, em suas Partes Orais, atualizam a proposta teórica que os orienta e verificar quais tipos de produção e quais padrões interacionais cada um deles promove. As análises preliminares apontam para algumas diferenças devidas sobretudo à terceira parte constante do CELU e ausente no Celpe-Bras.Palavras-chave: Celpe-Bras; CELU; Produção Oral; Padrões Interacionais.

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Avaliação e letramento

A COMPOSIÇÃO DA NOTA ORAL DO EXAME CELPE-BRAS: UMA ANÁLISE FATORIAL

Unila - Institulo Latino Americano de Letras Artes Cultura e História Laura Márcia Luiza Ferreira / [email protected] Por meio da prova oral do Celpe-Bras, um construto de proficiência oral em língua portuguesa para falantes de outras línguas é operacionalizado e mensurado. Messick (1987) sugere que a análise da nota deve ser o foco do processo de validação de instrumentos, porque é por meio dos resultados que se avalia a relação construto-no-ta. Na prova oral, duas grades de avaliação operacionalizam conceitos teóricos, por meio dos quais o avaliador-interlocutor atribui uma nota única ao desempenho oral e o avaliador-observador atribui uma nota para cada um dos seis parâmetros de avaliação que compõem a grade analítica, a saber: compreensão, competência inte-racional, fluência, adequação lexical, adequação gramatical e pronúncia. Para analisar os construtos que estão sendo avaliados e como eles se relacionam e compõem uma nota final oral única, apresento a análise fatorial do conjunto de notas de 1.000 examinandos que submeteram ao exame na primeira edição de 2016. O resultado da análise aponta que a nota da prova é uma medida unidimensional, ou seja, apenas uma habilidade está sendo avaliada, pois as notas referentes aos parâmetros estão fortemente correlacionados entre si. Empiricamente, os parâmetros que mais pesam na nota oral são nota do avaliador-interlocutor (33,6%), adequação lexical (18%), adequação gramatical (12,4%) e fluência (16,9%). A nota analítica como um todo representa 66% da nota to-tal da prova. Ao analisar apenas a composição da nota do avaliador-observador pelo conjunto dos parâmetros analíticos de sua grade, temos 70% da nota sendo explicada pelos parâmetros da adequação lexical (27.9%), a adequação gramatical (18,2%) e a fluência (25.5%) e uma diminuição de 16% para 6%, aproximadamente, na contribuição da nota analítica pelo parâmetro compreensão. Por meio das análise fatorial, proponho a mudan-ça de peso dos parâmetros analíticos na composição da nota do avaliador-observador.Palavras-chave: avaliação de língua adicional; proficiência oral, validade; Celpe-Bras; análise fatorial.

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Avaliação e letramento

A PARTE ORAL DO EXAME CELPE-BRAS: TEMAS E HABILIDADES

Universidade de Brasília

Priscilla da Silva Santos / [email protected]

Trabalhos como os de Fortes (2009), Ferreira (2012), Niederauer (2014), Trouche (2014) e Faria (2017) evidenciam a relevância de estudos acerca da Parte Oral do Exame Celpe-Bras. Com o objetivo de proporcionar mais uma oportunidade de reflexão acerca do único exame de proficiência de Língua Portuguesa para falantes de outras línguas reconhecido pelo governo brasileiro, este trabalho parte da análise temática dos Elementos Provoca-dores de 5 edições do Exame Celpe-Bras — 2015, 2016 e 2017/1 — e de seus Roteiros de Interação Face a Face. A partir disso, buscaremos respostas às seguintes questões: os Elementos Provocadores realmente contribuem para sustentar a interação, como propõe o Manual do Candidato (versão de 2015) ao Exame? Que habilidades os Elementos Provocadores mobilizam no participante? Com isso, as discussões aqui suscitadas almejam comple-mentar os estudos de Ferreira (2012) e Faria (2017), os quais concluem que os Elementos Provocadores vão além do que o Manual do Candidato informa. A partir disso, assumimos, nesta pesquisa, que há descompasso entre a teoria do Manual e a prática do Elemento Provocador, e que, por isso, mais duas perguntas de pesquisa se fazem pertinentes: como o participante deve se preparar para a Parte Oral? Como devem ser formados os Avaliadores-Interlocutores? Por se tratar de uma pesquisa em fase inicial, não pretendemos apresentar todas as respostas, mas, sim, os resultados e as reflexões alcançados até aqui. Acreditamos que nossos resultados poderão ser mais uma ferramenta para que profissionais da área e pesquisadores possam refletir sobre suas práxis e sobre a pró-pria natureza do Exame Celpe-Bras.Palavras-chave: Interação face a face; Parte Oral; Habilidades; Temas.

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Avaliação e letramento

COMPREENSÃO, COMPETÊNCIA INTERACIONAL E FLUÊNCIA NO CELPE-BRAS: UM ESTUDO ESTATÍSTICO DAS NOTAS ATRIBUÍDAS A ESSES CRITÉRIOS

Universidade de Brasília

Marcia Niederauer / [email protected] Filipe Ribeiro de Lima / [email protected] de Castro Amorim / [email protected]

Supondo que os critérios compreensão, competência interacional e fluência são coerentes com o propósito do Exame Celpe-Bras e relevantes para o construto de oralidade no qual o Exame se alicerça, empreendemos uma análise estatística das notas atribuídas a esses critérios pelos avaliadores-interlocutores na interação face a face de participantes das edições de 2009.2 a 2016.1. A análise evidenciou que o número de participantes que alcança notas altas nesses critérios não é proporcional ao número de participantes que recebe notas finais altas na Parte Oral. Considerando o peso que compreensão, competência interacional e fluência têm para o cálculo da nota final da Parte Oral, podemos sugerir que a nota atribuída pelos avaliadores-interlocutores ao desempenho dos participantes nesses critérios pode estar elevando a nota final dos participantes na Parte Oral.Palavras-chave: Compreensão, Competência interacional, Fluência, Proficiência Oral

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Avaliação e letramento

DESCRIÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO EM UMA TAREFA DE LEITURA E ESCRI-TA DO EXAME CELPE-BRAS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Gabrielle Rodrigues Sirianni / [email protected]

Este trabalho tem por objetivo descrever os níveis de desempenho verificados em uma tarefa de leitura e escri-ta do exame Celpe-Bras aplicada para alunos em um curso Preparatório Celpe-Bras. A concepção teórica que norteia o trabalho é a perspectiva bakhtiniana de língua e a noção de gêneros do discurso de Bakhtin (1953), definidos como “tipos relativamente estáveis de enunciados”. Essa concepção de língua apresenta característi-cas compatíveis com a concepção que orienta o exame Celpe-Bras, que entende a linguagem como “uma ação conjunta entre participantes com um propósito social” (SCHLATTER et al., 2009, p. 105). A partir da noção bakh-tiniana de gêneros do discurso, entendemos proficiência em língua adicional como “a capacidade de produzir enunciados adequados dentro de determinados gêneros do discurso, configurando a interlocução de maneira adequada ao contexto de produção e ao propósito comunicativo” (SCHOFFEN, 2009, p. 163). Neste trabalho, utilizamos a tarefa IV da edição de 2015/2 e um corpus de 22 textos de alunos do curso Preparatório Celpe-Bras produzidos em resposta à tarefa, juntamente com os parâmetros de avaliação utilizados na avaliação da Parte Escrita do exame. A partir desses textos, foi possível chegar a uma descrição dos níveis de desempenho dos alunos e adaptar os parâmetros gerais do exame, tornando-os específicos para esta tarefa. Os resultados do trabalho indicam que nos níveis mais avançados não houve problemas relacionados à configuração da relação de interlocução e à construção do gênero e, também, que a seleção e recontextualização das informações do texto-base foram determinantes na diferença entre todos os níveis avaliados. As análises e a descrição dos níveis de desempenho realizadas neste trabalho contribuem para fomentar a discussão sobre as diferenças entre os níveis avaliados na Parte Escrita do exame e podem colaborar com a qualificação de professores-avaliadores de cursos preparatórios para o Celpe-Bras.Palavras-chave: Parte Escrita do exame Celpe-Bras; Avaliação de proficiência; Níveis de desempenho; Prepara-tório Celpe-Bras.

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Avaliação e letramento

A INTEGRAÇÃO DE HABILIDADES NO EXAME CELPE-BRAS E A AVALIAÇÃO DE LEITURA E ESCRITA

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Kaiane Mendel / [email protected]

O Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) se propõe a avaliar proficiên-cia integrando habilidades de compreensão e de produção (Brasil, 2015). A avaliação integrada, ainda que seja uma questão controversa, está em consonância com o construto teórico do Celpe-Bras, fundamentado na visão dialógica da linguagem. Dessa forma, esta comunicação propõe uma reflexão acerca da avaliação integrada no Celpe-Bras, analisando como tal conceito é apresentado e operacionalizado pelo exame. Com base na descrição e análise dos materiais que compõem o corpus de pesquisa, este trabalho investiga de que modo o Celpe-Bras apresenta a avaliação integrada em seus documentos públicos, especificações e parâmetros de avaliação, além de discutir a integração das habilidades de leitura e escrita nas tarefas III e IV da edição 2016/2 do exame. Os resultados apontam para a necessidade de uma melhor descrição e operacionalização da avaliação integrada no Exame Celpe-Bras, de modo que os documentos, as especificações e os parâmetros de avaliação do exame contemplem habilidades de compreensão e de produção. A análise das tarefas de leitura e escrita demonstra a importância dos enunciados para a integração das habilidades e ressalta a complexidade da avaliação de com-preensão nas tarefas integradas, evidenciando o que é discutido na área de avaliação de proficiência (Cumming, 2013; Pileggi, 2015; Scaramucci, 2016; Yu, 2013). As reflexões sobre avaliação integrada de leitura e escrita apre-sentadas neste trabalho podem contribuir para a descrição da avaliação integrada no Exame Celpe-Bras, bem como para o fomento de novas discussões sobre o uso de tarefas integradas para a avaliação de proficiência.Palavras-chave: Exame Celpe-Bras; Avaliação integrada; Tarefas integradas; Leitura

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

CELPE-BRAS NO CEFET-MG: DA AQUISIÇÃO DA LÍNGUA À PREPARAÇÃO PARA O EXAME

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Fernanda Ricardo Campos / [email protected]áucio Geraldo Moura Fernandes / [email protected] Fabio Cardoso de Faria / [email protected]

Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência com a disciplina Leitura e Produção de Textos Escritos em Língua Portuguesa para Estrangeiros, ligada ao Programa de Estudante Convênio de Gradu-ação (PEC-G) do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). O nosso público alvo são estudantes do PEC-G que, para ingressar em cursos de Graduação no Brasil, devem primeiramente comprovar o nível intermediário de proficiência em língua portuguesa por meio do Certificado de Proficiência de Português para Estrangeiros (Celpe-Bras). Para a obtenção dessa certificação, os intercambistas de diversos países se sub-meteram a um período de 8 meses de exposição à língua portuguesa no CEFET-MG / unidade Belo Horizonte. As aulas foram elaboradas com base em unidades didáticas desenvolvidas pelos professores responsáveis pela disciplina, assim como em pesquisas no acervo do Celpe-Bras e tiveram como objetivo não só levar os alunos a um bom desempenho no exame, mas também contribuir com a formação desses alunos enquanto leitores e produtores de textos em língua portuguesa, levando-os a participarem criticamente na sociedade. Para isso, nos ancoramos na noção bakhtiniana de gêneros do discurso (BAKHTIN, 2003) e na visão de linguagem como ação social (CLARK, 2000), histórica e culturalmente construída através da participação dos sujeitos no mundo social (SIMÕES, 2012). Diante disso, buscamos com este trabalho apresentar o processo de aprendizagem destes inter-cambistas do português como segunda língua na preparação para o exame Celpe-Bras. Palavras-chave: Leitura e Produção de Texto; Gênero Textual; Exame Celpe-Bras; PEC-G.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

AS METAMENSAGENS NA PARTE ORAL DO CELPE-BRAS 2016/1

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio TeixeiraUniversidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Elysio Soares Santos Junior / [email protected] Brito Seixas Fraga / [email protected]

O exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros – Celpe-Bras é dividido em duas etapas integradas (Parte Escrita e Parte Oral) que visam à avaliação do desempenho do par-ticipante no uso da Língua Portuguesa. Realizamos um estudo qualitativo sobre os Elementos Provocadores integrantes da Parte Oral do Celpe-Bras 2016/1, com o objetivo de analisarmos o gênero “Elemento Provocador” como instrumento facilitador da interação face a face da parte oral do Exame. O referencial teórico deste estudo contemplou o conceito de metamensagens proposto por Tannen (1992) e de gêneros do discurso trazido por Bakhtin (1997), no âmbito de uma concepção interacional de textos veiculada tanto por Cavalcante (2014) quan-to por Marcuschi (2009). No campo da Semiótica Social, recorremos a Van Leeuwen (2006) e Kress e Van Leeuwen (2006) para realizar a interpretação dos recursos não-verbais presentes no material base para a composição dos Elementos Provocadores. A análise desse material nos leva à conclusão de que há importantes observações so-bre o emprego de recursos semióticos, presentes no gênero “Elemento Provocador”, como forma de transmitir metamensagens e, assim, favorecer ou dificultar a interação entre avaliador-interlocutor e participante durante a Parte Oral do Exame. Acreditamos que este trabalho venha a contribuir para a compreensão do papel das me-tamensagens nos gêneros discursivos, especialmente no caso dos Elementos Provocadores empregados nesse contexto de avaliação de proficiência em língua estrangeira mediada pelo discurso.Palavras-chave: Metamensagens; Celpe-Bras; Avaliação oral em LE; Comunicação não-verbal.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO (PLAc) NO PANORAMA DE INTER-NACIONALIZAÇÃO DAS IES BRASILEIRAS

Universidade Federal de São João del-Rei

Ana Paula de Araújo Lopez / [email protected]

As recentes migrações internacionais têm provocado mudanças na dinâmica demográfica brasileira (OLIVEIRA, 2015) desde que o Brasil passou a figurar como país receptor de migrantes internacionais advindos de diferentes processos de migração forçada (AYDOS, 2010) ou de crise (CLOCHARD, 2007). Além dos refugiados – que já so-mam 8.863 pessoas, representantes de 79 nacionalidades diferentes (CONARE, 2016) – a convergência de outros deslocados forçados para o país também é expressiva, tais como demonstram dados da imigração haitiana, cuja população reconhecida no Brasil já chega aos quase 85 mil habitantes (MJC, 2016). Com esse panorama se tor-nando comum no país, aumenta a procura pelo acesso ao ensino superior no país pelos imigrantes deslocados forçados. Sendo esse acesso uma preocupação em nível internacional – incluído na Declaração de Nova York sobre Refugiados e Migrantes, em que 193 Estados-Nação (dentre eles, o Brasil) se comprometeram a reforçar a proteção dessa população em seus territórios, estabelecendo como uma de suas metas principais o acesso ao ensino superior pelos imigrantes (ONU, 2016) – não podemos deixar de discutir as ações para admissão de des-locados forçados nas instituições de ensino superior (IES) brasileiras. Diante desse contexto, o presente trabalho buscará traçar um panorama de iniciativas de diversas IES relativas à área de Português como Língua de Acolhi-mento (PLAc), além de medidas voltadas para o acesso à educação superior pelos imigrantes e para a validação de seus diplomas. Com isso buscaremos, ainda, discutir o papel do exame de Certificação de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (CELPE-BRAS) no contexto de ensino de PLAc e examinar a sua utilização como requisito para admissão de deslocados forçados no ensino superior brasileiro. Palavras-chave: Deslocamento forçado; Instituições de Ensino Superior; Internacionalização; Português como Língua de Acolhimento; CELPE-BRAS.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES

OS CAMINHOS DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PRÉ-PEC-G NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Universidade de Brasília

Verônica Vinecký / [email protected]

A Universidade de Brasília (UnB) é uma das Instituições de Ensino Superior (IES) participantes do Programa Estu-dantes-Convênio de Graduação (PEC-G), administrado pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Ministério da Educação. Os estudantes estrangeiros interessados em se inscrever no PEC-G devem apresentar o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros – Celpe-Bras, aplicado no Brasil e em vários países. No caso de o candidato ser proveniente de um país onde não haja a aplicação do exame, algumas IES oferecem, anualmente, vagas no curso de Português para Estrangeiros preparatório para o Celpe-Bras. A formalização des-se curso ocorre por meio de assinatura junto ao MEC do Termo de Adesão ao PEC-G, nos termos do artigo 18 do Decreto no 7.948/2013, no qual as IES se comprometem a assegurar as condições e o cumprimento do Programa (BRASIL, 2013). Sendo assim, desde 2014, a área de Português para Estrangeiros do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da UnB tem promovido ações cujo objetivo é institucionalizar e formalizar a presença desse grupo discente, visando garantir o cumprimento do Termo supracitado. Por se tratar de um grupo em fase probatória, esses estudantes receberam a denominação “pré-PEC-G” nas IES para diferenciá-los daqueles que já integram plenamente o Programa. Ante o exposto, o objetivo desta comunicação é relatar esse processo de institucionalização do pré-PEC-G na UnB e discutir a importância de que ele tenha um caráter permanente no que se refere ao acolhimento e à permanência desses alunos nessa instituição como pertencentes à comuni-dade acadêmica, o que lhes garantirá direitos semelhantes aos dos alunos regulares dos cursos da UnB no que concerne à aquisição de transporte gratuito e ao acesso a serviços que a Universidade oferece à comunidade discente. Ademais, essa institucionalização proporcionará, tanto à equipe docente quanto à discente, melhores condições que visem o cumprimento do curso de Português para Estrangeiros preparatório para o Celpe-Bras.Palavras-chave: Convênio PEC-G, Institucionalização do pré-PEC-G, Curso de Português para Estrangeiros pre-paratório para o Celpe-Bras.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES PRÁTICAS DE IMERSÃO E APRENDIZAGEM COM GRUPOS PEC-G

Universidade Federal do Paraná

Bruna Pupatto Ruano / [email protected] Christine de Oliveira / [email protected]

Esta comunicação tem como objetivo apresentar como as Atividades Culturais que fazem parte do programa do curso de Português como Língua Estrangeira (PLE) ofertado pelo Celin UFPR podem contribuir de forma efetiva para obtenção de resultados positivos no aprendizado do português brasileiro dos alunos do Programa Estu-dante Convênio da Graduação (PEC-G). Em um contexto de imersão em língua estrangeira, essas atividades extraclasse, sobretudo quando contextualizadas anterior e/ou posteriormente dentro de sala de aula, podem ser utilizadas como catalizadores do aprendizado de LE por seu caráter de encontro real com o uso da língua. De acordo com a proposta de cada atividade, como por exemplo, a visita a espaços culturais, públicos e comuni-tários é possível elaborar tarefas (ANDRIGHETTI e SCHOFFEN, 2012; SANTOS, 2014) para os diferentes níveis de conhecimento de língua dos alunos PEC-G. Objetiva-se, através desta apresentação, compartilhar os materiais desenvolvidos tanto relativos às pré-tarefas que preparam esses estudantes para essas vivências como também as pós-tarefas que retomam essas dinâmicas no ambiente formal de ensino. Essas atividades são planejadas le-vando em conta temáticas relevantes da sociedade e que podem culminar, como ilustraremos de forma prática em nossa apresentação, em discussões do próprio exame Celpe-Bras. Desta forma, as Atividades Culturais têm também como objetivo, auxiliar a preparação destes estudantes para a obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa (Celpe-Bras).Palavras-chave: Programa Estudante Convênio da Graduação (PEC-G); Atividades Culturais; Ensino de línguas por tarefas.

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Celpe-Bras, Convênio Pec-G e Internacionalização das IES INTERCULTURALIDADE NO ENSINO DE PLE

Universidade Federal de Pernambuco

Jade Santos Rosas / [email protected]

Esse trabalho tem por objetivo refletir sobre as atividades interculturais realizadas com um grupo de dezoi-to africanos, estudantes de Português como Língua Estrangeira (PLE), oriundos do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e que serão submetidos ao exame Celpe-Bras com o intuito de ingressar em uma Instituição de Ensino Superior (IES) no Brasil. Essas atividades vêm contribuindo para a aprendizagem e a inserção dos estudantes no país, bem como a integração entre esses e outros estudantes brasileiros. Tais ações são viabilizadas através do projeto de extensão “Português como Língua Estrangeira: um novo olhar sobre o ensino de língua materna”, do Programa Linguístico-Cultural para Estudantes Internacionais (PLEI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Para a execução do projeto, foram planejadas intervenções culturais com os estudantes de PLE da UFPB para serem apresentadas em escolas públicas do ensino fundamental do munícipio de João Pessoa/PB. Esse processo de troca de experiências através da disseminação da cultura afri-cana nas escolas é fundamental para os estudantes que estão em imersão na língua estrangeira, pois possibi-lita-lhes o entrosamento e o diálogo com falantes nativos de Língua Portuguesa e incentiva-os a expressarem suas opiniões por meio de uma segunda língua. Em contrapartida, consideramos ser de extrema relevância essa troca também para os estudantes das escolas públicas, já que passam a conhecer melhor a realidade do continente africano. Como ferramenta teórico-metodológica, nos pautamos na abordagem comunicativa, pois acreditamos que essa perspectiva teórica proporciona aos intercambistas experiências reais de produção de linguagem. Para isso, durante as aulas, os estudantes foram preparados para elaborar apresentações em Lín-gua Portuguesa referentes aos aspectos políticos, socais e culturais de seus países. Resultados prévios indicam que esse intercâmbio linguístico-cultural pode ser considerado um fator motivacional e diferencial no processo de aquisição de segunda língua.Palavras-chave: Português como Língua Estrangeira; Fala; Cultura.

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Aspectos interculturais do Exame Celpe-Bras

REPRESENTAÇÃO INTERCULTURAL NO EXAME CELPE-BRAS: UM ESTUDO DISCUR-SIVO DA BRASILIDADE E ESTRANGEIRIDADE EM ‘ELEMENTOS PROVOCADORES’

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Julia Pereira Matias / [email protected] Ribeiro / [email protected]

A partir de um projeto de pesquisa intitulado “Discurso, imageria e representação sobre o Outro-Estrangeiro: um estudo sobre linguagem e interculturalidade”, que vem sendo desenvolvido na Universidade Federal da Integra-ção Latino-Americana (UNILA), envolvendo questões como as imagens e as representações interculturais dos/nos elementos provocadores do exame Celpe-Bras, e em contexto de ensino de PLE/PLA, essa comunicação tem por objetivo apresentar algumas questões envolvendo os diferentes modos de representação de subjetividade entre brasileiros e não brasileiros em situação de avaliação de interação comunicativa em português língua não-materna. Um dos problemas se pauta nas seguintes questões: como são representados os sujeitos brasileiros e estrangeiros no CELPE-BRAS? Quais saberes interculturais são mobilizados em situações de avaliação? De que modo os Elementos Provocadores (EP) suscitam o problema da representação intercultural? Sob uma perspectiva teórico-metodológica que envolve os estudos discursivos (COURTINE,2011; FOUCAULT, 2001; ZOPPI-FONTANA, 2009) em diálogo com o campo da linguística aplicada (ALMEIDA FILHO, 1993, 2005; CORACINE, 1999; MENDES, 2004; COTA, 2013), particularmente as reflexões em torno das noções de interculturalidade e representação no/para ensino de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOS), esta pesquisa busca fomentar debates acerca da dicotomia EU-OUTRO a partir do levantamento e da análise de EP de algumas edições do Celpe-Bras. É preciso compreender melhor esta questão na ordem do discurso, como ela se dá num processo de ensino-aprendizagem de línguas, mais especificamente, do Português para falantes de outras línguas (PFOL) num contexto de avaliação. Nas análises serão considerados, dentre outros aspectos, aqueles relacionados às noções de subjetividade, inter-culturalidade, estrangeiridade, saberes linguísticos e história, afim de que, no decorrer deste empreendimento, se possa contribuir com a formação de professores e pesquisadores de português como língua não-materna. Palavras-chave: discurso, representação, interculturalidade, português língua estrangeira, exame Celpe-Bras

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Aspectos interculturais do Exame Celpe-Bras

REPRESENTAÇÕES DO MASCULINO NOS ELEMENTOS PROVOCADORES DO EXA-ME CELPE-BRAS

Universidade Federal Fluminense

Adriana Leite do Prado Rebello / [email protected]

Esta pesquisa trata das representações do masculino brasileiro configuradas em Elementos Provocadores (EPs) da Parte Individual do Exame para obtenção do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangei-ros – Celpe-Bras. Nossa motivação surgiu da observação dos textos que integravam as tarefas da parte individual do exame, a partir de nossa atuação como aplicadora e avaliadora da parte individual do exame, desde 2003. Temos como objetivo identificar nos textos verbais e não verbais dos EPs desde 1998, data de sua primeira edi-ção, até 2017, ano limite para coleta de dados desta pesquisa, a caracterização estereotipada ou não do homem brasileiro, incluindo os papéis sociais, os espaços e esferas de atividades atribuídas a ele. O estudo está fun-damentado em Zarate (1995), com vistas à construção da noção de estereótipo, na Teoria das Representações Sociais de Moscovici (2003), retomada por Jodelet (2001), e na Teoria da Análise Crítica do Discurso de Van Dijk (1992, 2002).Palavras-chave: Celpe-Bras; Representações sociais; Cultura brasileira.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

REFLEXÃO SOBRE A PROGRESSÃO CURRICULAR E O DESENVOLVIMENTO DO CURRÍCULO DE CURSO DE PLE NO CELIN-UFPR

Universidade Federal do Paraná

Jovania Maria Perin Santos / [email protected]

Essa comunicação tem por objetivo analisar a progressão curricular descrita em um currículo de curso de PLE (Português como Língua Estrangeira) aplicado no Celin-UFPR (Centro de Línguas e Interculturalidade da Univer-sidade Federal do Paraná). Como posto aplicador do exame Celpe-bras (Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros), os cursos de PLE desenvolvidos na instituição recebem influência desse exame. Queremos observar, com esse estudo, em que medida essas interferências podem ser percebidas no currículo dos cursos de PLE elaborado pelo Centro e especialmente na descrição da progressão dos cursos. Como currí-culo entendemos um plano com a descrição dos principais objetivos e de atividades educacionais a serem se-guidas, assim como, guias de ação, organização e avaliação das práticas de ensino. Seguimos como base teórica um estudo realizado por Kraemer (2012) em que a autora defende a criação de oportunidades para o uso da língua portuguesa por meio de tarefas que coloquem os aprendizes em contato com textos de diferentes gêneros discursivos e, além disso, defende o uso integrado de competências, habilidades e recursos linguísticos neces-sários para compreender e produzir textos em situações significativas. Como esses parâmetros estão de acordo com as bases teóricas do exame de proficiência Celpe-Bras, seguiremos como orientação para a nossa análise. O currículo do curso de PLE no Celin-UFPR vem sendo elaborado considerando diferentes parâmetros que vão desde estudos e reflexões sobre o perfil, necessidades e interesses dos alunos da instituição e o que é esperado nos diferentes níveis de proficiência do exame Celpe-Bras.Palavras-chave: Ensino de Português como Língua Estrangeira; Progressão curricular; Desenvolvimento de cur-rículo; Ensino de Línguas por tarefas.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

IMPLEMENTAÇÃO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA NA UNIVERSI-DADE FEDERAL DE PELOTAS: POSSIBILIDADES

Universidade Federal de Pelotas

Vanessa Doumid Damasceno / [email protected] dos Santos / [email protected] Berres Hartmann / [email protected]

O ensino e a aprendizagem de Português como Língua Estrangeira, em situação de formação de professores ou não, carece de muitas reflexões, pois em muito precisamos avançar. Nosso objetivo é apresentar, através de dados de pesquisas realizadas na Universidade Federal de Pelotas, em projetos desenvolvidos e em desenvol-vimento, a trajetória da implementação do PLE nessa instituição. Para isso, tratamos das iniciativas feitas e dos desafios encontrados ao longo do último ano. Os dados foram coletados em entrevistas realizadas e em questio-nários aplicados durante o semestre de 2017/1, na referida instituição. Nossas reflexões se pautam num contexto maior que endossará uma discussão a respeito da política de implementação de PLE na UFPEL, e, dessa forma também problematizará a questão do seu espaço, inclusive, como responsável pela formação de professor. Ob-servamos que vêm acontecendo tentativas de ofertar PLE na UFPEL, no entanto, para a implementação de um projeto frutífero dentro da instituição faz-se necessário o investimento político da própria instituição, bem como regulamentação das ações voltadas para a formação de professores. Dessa forma, a implementação do projeto objetiva a promoção da Língua Portuguesa dentro do ambiente acadêmico, além do fomento e incentivo aos professores em formação pela pesquisa e discussão de aspectos relacionados ao ensino de Português como língua estrangeira.Palavras-chave: Formação de Professor; Português língua estrangeira; Projeto de PLE na UFPEL.

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Projetos políticos e pedagógicos para o ensino de PLE/PLA/PFOL

CONTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DE TANDEM PARA A PERFORMANCE INTERATIVA DE EXAMINANDOS CELPE-BRAS

Centro de Línguas e Interculturalidade – UFPR

Fabíola Araujo de Oliveira Weber / [email protected] Caroline Demamann Müller / [email protected]

A presente comunicação tem como objetivo apresentar o Programa Tandem do Centro de Línguas e Intercul-turalidade da UFPR (Celin-UFPR), e demonstrar em que medida esse método de aprendizagem pode contribuir positivamente na performance de seus participantes na Parte Oral do exame de proficiência Celpe-Bras. O mé-todo Tandem de aprendizado autônomo de língua estrangeira caracteriza-se pela troca de conhecimentos entre dois falantes nativos ou proficientes em um idioma, de modo que um falante auxilia o outro em seu processo de aquisição de língua de forma espontânea e recíproca. O Programa Tandem Celin-UFPR promove encontros presenciais entre estudantes de idiomas, entre eles estrangeiros em preparação para o exame Celpe-Bras. Por sua natureza comunicativa, que se alinha às concepções do exame Celpe-Bras, o tandem parte do princípio de que a aquisição de língua estrangeira envolve diferentes aspectos, valorizando a interação entre os participantes e a comunicação espontânea sobre diferentes assuntos. Os encontros tandem proporcionam oportunidades de vivências de diferentes situações comunicativas autênticas com falantes nativos em situações reais de comuni-cação. Partindo da análise dos pilares teóricos do exame Celpe-Bras (CLARK, 2000; RODRIGUES, 2006; SCARA-MUCCI, 1995), sua visão de linguagem, cultura e tarefas e dos princípios que norteiam o método tandem (RUANO, 2012), propõe-se analisar a conformidade da prática de tandem como complementação do trabalho de sala de aula na preparação de candidatos para o exame. Palavras-chave: Tandem; Celpe-Bras; Interação.

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Políticas linguísticas, promoção do idioma e certificação

POLÍTICAS LINGUÍSTICAS: A REALIZAÇÃO DO CELPE-BRAS NA COLÔMBIA

Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Yudi Lorena Gomez Bravo / [email protected] Milena Julio Vergara / [email protected]

Um dos processos de integração social entre o Brasil e a Colômbia se dá a partir das condições que oferecem os marcos jurídicos das relações bilaterais existentes em torno desses dois países, como as políticas linguísticas que promovem a inclusão do português como língua estrangeira na Colômbia. Nesse contexto, nesta pesquisa, pretende-se mostrar como acontece o processo da certificação de proficiência em Língua Portuguesa para Es-trangeiros (Celpe-Bras), realizado na Colômbia, por intermédio dos acordos firmados nos marcos regulatórios entre os dois citados países. Para tal fim, realizou-se um análise bibliográfica dos acordos estabelecidos entre Brasil e Colômbia com relação ao ensino da língua portuguesa naquele país. Para tanto, este estudo foi feito a partir do aporte teórico da Sociolinguística, mais especificamente no campo das políticas linguísticas.Palavras-chave: Politicas linguísticas; Colômbia; Português como língua estrangeira; Celpe-Bras.

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Políticas linguísticas, promoção do idioma e certificação

O CREDENCIAMENTO DA UNIVERSIDADE MARIA CURIE SKŁODOWSKA COMO POSTO APLICADOR DO CELPE-BRAS E AS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E POLÔNIA

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Renata Scheibler / [email protected]

O trabalho propõe construir uma narrativa organizada sobre como se deu o processo de credenciamento da Uni-versidade Maria Curie Skłodowska (UMCS) como primeiro Posto Aplicador do exame CELPE-Bras na Europa do Leste, para que se reflita sobre as influências que essa ação teve na aproximação entre a Polônia e o Brasil e na disseminação da língua portuguesa na vertente brasileira. Através de atos diplomáticos e artigos da área, fez-se um histórico das relações entre os dois países, colocando, inclusive, algumas das condições que possibilitaram que a língua portuguesa pudesse conquistar espaço no sistema de ensino polonês. Utilizou-se levantamento bibliográfico e documental para discorrer sobre a criação de uma certificação brasileira, sobre as intenções por trás dessa decisão e para constatar a disseminação do CELPE-Bras em diversos países do mundo, uma vez ela-borado. Utilizou-se de comunicações eletrônicas, relatos, fotografias e outros documentos como fontes históri-cas para reconstruir o processo de busca por um Posto Aplicador na Europa do Leste – descrevendo como esse processo que, a princípio era direcionado para a universidade que possuía leitorado do Ministério das Relações Exteriores (Universidade de Varsóvia), acabou se concretizando com o credenciamento da UMCS, de Lublin. Por fim, colocam-se os reflexos do CELPE-Bras na disseminação da vertente brasileira da língua portuguesa na Polônia e as aproximações e intercâmbios entre os dois países nos últimos 12 anos que foram possibilitados em virtude da UMCS ter sido credenciada.Palavras-chave: CELPE-Bras; relações Brasil-Polônia; Brasil no exterior.

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Políticas linguísticas, promoção do idioma e certificação

SE LÍNGUA É MOTIVAÇÃO TURÍSTICA, O PREPARATÓRIO DO CELPE-BRAS PODE SER UM RECLAMO DE MARKETING?

Universidade de Santiago de Compostela e da Universidade da Coruña

Jakson Renner Rodrigues Soares / [email protected]

O turismo idiomático é um segmento turístico que sempre esteve em alta. Aprender uma língua em outro país foi muitas vezes uma desculpa para se fazer turismo. Nos últimos anos, com uma ligeira democracia no ingresso à uni-versidade, muitos foram os indivíduos que tiveram acesso não só a possibilidade de aprender línguas, como tam-bém realizar estadias de investigação e aprendizagem em outros países, o que vem sendo denominado de turismo acadêmico. Soares (2015) conclui que universidades e destinos turísticos têm uma grande oportunidade de utiliza-rem a qualidade e o prestígio dos seus centros de ensino e pesquisa para atraírem visitantes por um largo período de tempo, como são os estudantes internacionais. Assim, não seria também interessante utilizar o Celpe-Bras como reclamo para atrair novos estudantes estrangeiros? Além disso, havendo uma estreita colaboração entre destino turístico, universidade e centros aplicadores do Celpe-Bras, todos sairão ganhando com a criação de embaixadores não oficiais, o que vem sendo o trabalho de paradiplomacia, quando o labor de diplomatas é assumido por indiví-duos que não ostentam esse título. Este trabalho visa apresentar um argumento mais para que universidades ofe-reçam cursos preparatórios para o Celpe-Bras não apenas no Brasil, mas também nos países onde existem cátedras de estudos lusófonos e interesse por aprender português brasileiro. Palavras-chave: Turismo acadêmico, turismo idiomático, estudantes estrangeiros, centros de línguas.

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Aspectos interculturais do Exame Celpe-Bras

NARRATIVAS DE APRENDIZES: IDENTIDADE, INVESTIMENTO E O APRENDIZADO DE PLE/A

Universidade Federal de Minas Gerais

Isis Rodrigues Pordeus / [email protected]

O conceito de ‘comunidades imaginadas’ foi cunhado por Benedict Anderson em 1983 e refere-se à noção de pertencimento a uma comunidade ou grupo – em última análise, a uma nação – sem que seja necessário que conheçamos todos os indivíduos pertencentes àquela comunidade/grupo/nação. Indivíduos constroem identi-dades imaginadas que se encaixam naquela comunidade. Já o conceito de motivação, originário da psicologia, tem sido, desde a segunda metade do século XX, um elemento essencial na avaliação do sucesso ou fracasso na aquisição de uma língua. Norton (2010; 2013) propõe substituir motivação por investimento, defendendo que a motivação apenas não pode responder pelo resultado do aprendizado de uma língua. O conceito de investi-mento representaria o esforço e o empenho que o aprendiz tem em se engajar em atividades e práticas que con-duzam a maximizar seu aprendizado, independentemente de suas motivações. Buscando compreender melhor como as questões de identidade e investimento de aprendizes de PLE/A podem ser potencializadoras na aquisi-ção da língua, um questionário gerador dessas informações foi desenvolvido e aplicado a alunos participantes de um curso semestral de PLA – Produção Oral e Escrita. Esses alunos são de nacionalidades diversas e seu nível de proficiência é em torno de B2/C1, de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência. Muitos dos estudantes cursando PLA desejam obter a certificação do CELPE-Bras, por livre iniciativa, ou por exigência das Universidades de origem, e esse curso é elaborado com base nos materiais de exames anteriores. Essa proposta se apoia no conceito de Backwash (Scaramucci, 2004), o efeito retroativo de testes no ensino/aprendizagem de uma língua. Um componente adicional é a oportunidade de trabalhar com temas atuais da cultura e dos hábitos dos brasileiros, oferecendo aos aprendizes oportunidades significativas de conhecer melhor essa cultura. O pre-sente trabalho é uma análise dos dados obtidos com esse questionário, à luz dos conceitos acima, por entender que a forma como os aprendizes projetam essas comunidades imaginadas é um elemento facilitador e potencia-lizador no processo de aquisição da língua estrangeira/adicional.

Palavras-chave: Identidade, Investimento, Comunidades Imaginadas, Aquisição de PLE/A.

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

ARQUITETURA VIRTUAL DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS BRASILEI-RO PARA ESTRANGEIROS

Universidade Federal do Espírito Santo

Santinho Ferreira de Souza / [email protected] de Lira Tavares / [email protected]íssa Arruda de Araújo / [email protected]

Esta pesquisa tem como objeto de análise o português do Brasil em contexto de ensino-aprendizagem para estrangeiros e adota como aporte teórico a conjugação entre Linguística Centrada no Uso e Ciência da Compu-tação. Do ponto de vista linguístico-discursivo, projetam-se cenários variados de uso da língua; tem-se o texto (sentido ampliado) do aprendiz como ponto de referência; institui-se a relação de diálogo, seja entre professor e estudante ou estudantes, seja entre estudantes. Os conteúdos de estrutura linguística ganham relevância na produção do estudante e são tratados no escopo do que se chama análise linguístico-discursiva do texto. Sob a perspectiva tecnológica, especificam-se os requisitos de um ambiente de ensino-aprendizagem, com a utili-zação de agentes sintéticos inteligentes e a configuração de arquiteturas pedagógicas em cenários contextua-lizados; b) implementa-se o ambiente para uso a distância, via web (world wide web). A plataforma de base é o Moodle, com extensão de uso da Kahoot, de apoio à criação de jogos educativos no formato de perguntas e respostas, bem como de ferramentas não específicas para educação, no entanto com recursos e aplicativos da Google e chatterbots. A organização e o desenvolvimento desse ambiente de ensino-aprendizagem são avalia-dos em 3 (três) cursos ofertados a públicos de origem diferenciada: estudantes estrangeiros de graduação da Ufes, ex-estudantes de português dos Cursos de Línguas para a Comunidade/Ufes, estrangeiros com interesse na aprendizagem do português.Palavras-chave: Ensino-aprendizagem de português do Brasil para estrangeiros; Arquitetura virtual; Linguísti-ca Centrada no Uso; Ciências da Computação.

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

A ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES LINGUÍSTICAS A PARTIR DE UMA WEBSÉRIE BRASILEIRA, PARA DESENVOLVER A COMPREENSÃO AUDITIVA EM PLE/PLA/PFOL

Universidade Federal de Viçosa

Idalena Oliveira Chaves / [email protected]ávia Rodrigues de Souza / [email protected]

O uso de conteúdos autênticos e atuais que enfatizem a comunicação e interação é essencial na prática de en-sino de Português como Língua Estrangeira (PLE), especialmente quando há interesse dos alunos na realização do exame para obtenção do Certificado de proficiência em língua portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Conforme observado por pesquisadores da área, como Furtuoso (2001) e Mendes (2010), aspectos da cultura brasileira são ainda pouco trabalhados em aulas e nos materiais que orientam o ensino de PLE, cabendo ao professor conduzir e organizar o seu trabalho, considerando a língua uma prática cultural. Objetiva-se nesta co-municação, apresentar uma experiência linguística, utilizando uma websérie brasileira, denominada Lado Nix, produzida pela Mambo Jack Filmes, disponível no Youtube. A série tem sido utilizada como recurso audiovisual de aproximação multicultural em aulas de Língua Portuguesa para estudantes estrangeiros, em contexto de imersão, com o propósito de desenvolver a compreensão auditiva em PLE. Com personagens e conteúdo de in-teresse do público jovem, retratando situações cotidianas no Brasil, a websérie é composta de cinco episódios curtos (6 minutos) e já foi apresentada em seis turmas regulares de alunos intercambistas vinculados à Univer-sidade Federal de Viçosa. A cada episódio são propostas tarefas que possibilitam ao aprendiz perceber o uso da língua-alvo em circunstâncias informais e desenvolver habilidades de compreensão auditiva, comunicação oral e a fluência na língua, em consonância com o que é proposto para o exame de proficiência. E, ainda, pro-põem-se atividades de escrita, contemplando uma variedade de situações comunicativas do dia a dia, como expressões idiomáticas, gírias, etc, que preparam o aprendiz, de maneira lúdica, para um melhor desempenho nas tarefas do exame. Palavras-chave: contexto de imersão, PLE, práticas de ensino, multiculturalidade

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

O ENSINO DO PLE PARA OS ALUNOS DO PEC-G - LÍNGUA, CULTURA E APRENDI-ZAGEM: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELOS PROFESSORES

Universidade Federal de Roraima

Maria da Conceição Lopes / [email protected]

A mobilidade acadêmica internacional dos estudantes de graduação do Programa PEC-G tem sido incentivada por governos que estimulam a troca de conhecimentos e aprendizado intensivo para que, após a conclusão do curso, o profissional venha a utilizar os conhecimentos adquiridos em seu próprio país. Este Programa seleciona estrangeiros, entre 18 e 23 anos, com ensino médio completo, para realizar estudos de graduação no Brasil, ofe-recendo oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais, localizados nos seguintes continentes: África, América Latina, Ásia e também no Caribe. Na Universidade Federal de Roraima, este Programa existe desde 2001, sendo que em 2012 passou a ser administrado pela Coordenadoria de Relações Internacionais da UFRR – CRINT. O objetivo deste trabalho é apresentar as estratégias utilizadas pelos professores do curso PLE/PLA para o desenvolvimento de habilidades sociais que demandem o uso da oralidade e da escrita, considerando-se que a interlocução e o proposito da interação promovido através de vivências significativas do uso da linguagem, em contextos reais do cotidiano, são capazes de prepará-los para a aprovação no CELPE-BRAS, que é o exame de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros, e assim poder continuar seus estudos no Brasil. Importa ter em mente as relações entre língua, aprendizagem, cultura e vivência. Para tanto, foram usadas estratégias de interação com os alunos do Colégio de Aplicação- CAP/ UFRR, passeios ao shopping, visitas a exposição fotográfica e a pontos turísticos da capital Boa Vista, visita ao Campus Murupu/UFRR, apresentação de trabalhos em eventos promovidos pelo CAP/UFRR, simulados, seguindo todas as etapas avaliativas, do CELPE-BRAS, exploração dos elementos provocadores e dos vídeos na sala de aula, utilização de fotografias regionais como elemento provo-cador, vídeos com músicas brasileiras como ferramenta para desenvolvimento da compreensão, interpretação e produção escrita, dentre outras, corroborando para que aconteça o empoderamento da língua portuguesa do Brasil a partir do ouvir, falar, ler e escrever. Entender as características, necessidades e estratégias utilizadas na aprendizagem do PLE/PLA é de fundamental importância para desenvolver um círculo de aprendizagem eficaz.Palavras-chave: Ensino PLE. Estratégias de aprendizagem. CELPE-BRAS

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

CONTRIBUIÇÕES DO LETRAMENTO CRÍTICO PARA O CURSO DE PLA PARA CANDI-DATOS AO PEC-G

Universidade Federal de Minas Gerais

Marcela Dezotti Cândido / [email protected] Carolina Campos de Miranda / [email protected]

Há mais de cinquenta anos, o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) tem permitido a estu-dantes de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordo educacional, cultural ou científico-tecnológico a realização de seus estudos de graduação em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras. Al-gumas dessas IES oferecem curso preparatório de português para aqueles estudantes cujos países não contam com a aplicação do exame Celpe-Bras. O objetivo deste estudo é apresentar e analisar uma unidade didática elaborada para esse curso preparatório, que foi elaborada e aplicada no ano de 2016 em uma universidade federal brasileira, e discutir seu impacto no processo de aprendizagem dos estudantes. Como parte do módulo de necessidades imediatas do curso, a unidade foi elaborada a partir da abordagem do Letramento Crítico (MAT-TOS; VALÉRIO, 2010) com o intuito de trabalhar questões referentes à moradia e a possíveis situações que os estudantes poderiam enfrentar em seus primeiros meses no Brasil, como contratação de serviços domésticos, desafios de morar sozinho(a), entre outras. Por meio desse material e pela concepção de curso pautada pela Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) as professoras puderam promover reflexões críticas a respeito da moradia (ou da falta dela) e sobre como a desigualdade social brasileira se relaciona a essa temática. Essa abordagem suscitou questionamentos dos estudantes sobre a realidade dos negros no Brasil e sobre o ra-cismo que alguns deles enfrentaram em território brasileiro, levando as professoras a elaborarem outros mate-riais e a planejarem atividades que lhes auxiliassem a refletir sobre essas vivências. Por meio dessas discussões, as educadoras conheceram questões complexas enfrentadas pelos estudantes em sua vida no Brasil, como o ra-cismo, e puderam trabalhar, em um curso de nível inicial de PLA, desde uma perspectiva do Letramento Crítico.Palavras-chave: PEC-G; Material didático; Letramento Crítico.

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL: INFLUÊNCIA DO FRANCÊS NA PRODUÇÃO ESCRITA DOS ALUNOS DO PEC-G

Universidade Federal da Paraíba

Cinthia Raquel Teixeira da Silva / [email protected]

Este trabalho pretende verificar e levantar algumas das principais influências linguísticas do francês recorrentes na aquisição do português pelos alunos francófonos do Programa Estudante Convênio Graduação (PEC-G), da Universidade Federal da Paraíba na aprendizagem da língua portuguesa e, a partir dos dados levantados, sugerir exercícios que abordem essas dificuldades específicas visando contribuir para a melhora da produção textual dos alunos. No processo de aquisição de uma língua estrangeira, percebemos interferências naturais de cunho fonológico, morfológico, sintático e lexicais da língua materna. A investigação de como a língua materna interfe-re no processo de aquisição de L2, será feita através de análise de produções textuais, exercícios e questionários em língua portuguesa feitos em sala de aula pelos alunos do PEC-G. Para tanto, recorreremos às teorias da aqui-sição da linguagem como as propostas por S. P Corder e Selinker em torno da descrição e análise da interlingue, como também, buscamos referencial teórico-metodológicos nas contribuições da lingüística aplicada ao ensino de línguas estrangeiras. No caso do grupo alvo da pesquisa, resultados prévios revelam que algumas dessas interferências se sobressaem nas construções gramaticais escritas da língua portuguesa como: a negação dupla do francês, uso excessivo e inadequado da preposição a, o emprego da grafia ph, entre outros. Dessa forma, o desenvolvimento de materiais voltados para essas interferências poderá auxiliar no processo de aprendizagem da língua dos alunos e fornecer suporte para professores de PLE.Palavras-chave: interferência; PLA; língua materna.

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

A IMPORTÂNCIA DO CONTEXTO SÓCIOSITUACIONAL NAS TAREFAS ESCRITAS DO CELPE-BRAS

Universidade Federal de Pernambuco

Cláudia Mendonça / [email protected]

A partir de textos que servem como insumos informativos, apresentados nos formatos de vídeo, áudio e escri-to, o exame Celpe-Bras propõe atividades de produções escritas em contextos sócio-situacionais muito bem delimitados através da definição dos seus elementos constitutivos: gênero textual, propósito comunicativo, enunciador e interlocutor. Com base nestes parâmetros, temos desenvolvido materiais didáticos com vistas a preparar candidatos ao exame. Estes materiais consistem em propostas de produções escritas baseadas em um mesmo texto insumo (vídeo, áudio ou escrito), porém, com alterações dos elementos constitutivos, estabelecen-do desta forma diferentes contextos sócio-situacionais. Esta prática tem se revelado bastante produtiva no sen-tido de conscientizar os candidatos ao exame a respeito da importância destes elementos nas suas produções escritas, uma vez que, mesmo derivadas de um único texto insumo, devem apresentar diferenças significativas com relação às formas, às informações selecionadas do texto base e aos níveis de formalidade, em função das alterações de gêneros textuais, propósitos comunicativos e relações entre enunciador e interlocutor em cada uma das produções textuais solicitadas. Ou seja, em função dos diferentes contextos sócio-situacionais.Palavras-chave: Produção escrita; Contexto sócio-situacional.

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Desenvolvimento de materiais para o ensino e a apren-dizagem de PLE/PLA/PFOL

MATERIAL DIDÁTICO DE PLA: UMA PROPOSTA A PARTIR DO GÊNERO CARTA DE APRESENTAÇÃO

Universidade Federal de Minas Gerais

Thayane Silva Campos / [email protected] Florencia Codeglia / [email protected]

A partir da disciplina Português Língua Adicional: debates contemporâneos, ministrada pelo Prof. Dr. Leandro Rodrigues Alves Diniz, para alunos do mestrado e doutorado em Linguística Aplicada ao Ensino/Aprendizagem de Língua Estrangeira, foi-nos dada a tarefa de elaborar uma unidade didática para falantes de espanhol como língua materna que estejam aprendendo o português como língua adicional. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo apresentar o processo de elaboração de uma unidade didática destinada a hispano falantes, que estejam aprendendo o português como língua adicional em nível avançado. O material foi feito tendo como norte o gênero discursivo carta de apresentação, considerando, dessa forma, os princípios teóricos de Bakhtin (2015 [1953-1953/1979]) sobre os estudos dos gêneros discursivos, considerando também o fato da prova escrita do Exame Celpe-Bras ser baseada em gêneros do discurso. Além disso, levou-se em consideração aspectos que envolvem o ensino da cultura e do letramento digital. Sendo assim, esta comunicação pretende mostrar que as escolhas feitas para a elaboração desse material não vieram ao acaso, mas sim com o objetivo de mostrar o trabalho realizado a partir de aspectos que aparecem devido ao gênero discursivo proposto, com o objetivo não apenas de preparar o aluno para o exame, mas também para as práticas comunicativas reais da língua. Por fim, pretendemos discutir o papel desse material em sala, bem como refletir sobre o trabalho que fizemos com os gêneros discursivos, a gramática, a cultura e o letramento digital.Palavras-chave: Gênero discursivo; Carta de apresentação; Unidade didática.