paper a importância do ambiente para a aprendizagem da criança

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A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE PARA ORGANIZAÇÃO DO APRENDIZADO DA CRIANÇA Antônia Alexandra Moreira da Silva Dailza Freitas da Cruz Elívia Dias Santiago dos Santos Maria do Socorro Paz Faria Simone Ramos Gonçalves Prof. Tatiana Maués Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI Licenciatura em Pedagogia (PED 0871) PRÁTICA MODULO IV 13\06\2015 RESUMO No ambiente de ala de aula, a existência de ambientes interativos como cantinhos de leitura estimulam o desenvolvimento das crianças, como cada instituição possui uma estrutura física que geralmente não é adquirida por decisão dos educadores eles podem intervir com sentido de tornar o ambiente escolar acolhedor através de uma decoração e organização adequada do espaço proporcionando harmonia e funcionalidade para os alunos e todos que fazem parte da instituição escolar de forma direta ou indireta quando se aborda a organização do espaço pedagógico. Na etapa de desenvolvimento, os aspectos emocionais devem se levados em conta como um papel fundamental no progresso dos diferentes âmbitos da educação infantil desde intelectual, social e cultural. 1-INTRODUÇÃO Os processos pedagógicos de integração da criança no ambiente escolar incluir um espaço interativo como cantinho para atividades de leitura, de matemática entre outros sendo essencial o professor estabelecer um roteiro de pesquisa envolvendo perguntas, pesquisas individuais e coletivas podendo ser interdisciplinar ou abrangendo mais de uma disciplina com objetivo metodológico de aprendizagem.

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Paper a Importância Do Ambiente Para a Aprendizagem Da Criança

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  • A IMPORTNCIA DO AMBIENTE PARA ORGANIZAO DO APRENDIZADO DA

    CRIANA

    Antnia Alexandra Moreira da Silva

    Dailza Freitas da Cruz

    Elvia Dias Santiago dos Santos

    Maria do Socorro Paz Faria

    Simone Ramos Gonalves

    Prof. Tatiana Maus

    Centro Universitrio Leonardo da Vinci- UNIASSELVI

    Licenciatura em Pedagogia (PED 0871) PRTICA MODULO IV

    13\06\2015

    RESUMO

    No ambiente de ala de aula, a existncia de ambientes interativos como cantinhos de leitura

    estimulam o desenvolvimento das crianas, como cada instituio possui uma estrutura fsica que

    geralmente no adquirida por deciso dos educadores eles podem intervir com sentido de tornar o

    ambiente escolar acolhedor atravs de uma decorao e organizao adequada do espao

    proporcionando harmonia e funcionalidade para os alunos e todos que fazem parte da instituio

    escolar de forma direta ou indireta quando se aborda a organizao do espao pedaggico. Na etapa

    de desenvolvimento, os aspectos emocionais devem se levados em conta como um papel

    fundamental no progresso dos diferentes mbitos da educao infantil desde intelectual, social e

    cultural.

    1-INTRODUO

    Os processos pedaggicos de integrao da criana no ambiente escolar incluir um espao

    interativo como cantinho para atividades de leitura, de matemtica entre outros sendo essencial o

    professor estabelecer um roteiro de pesquisa envolvendo perguntas, pesquisas individuais e

    coletivas podendo ser interdisciplinar ou abrangendo mais de uma disciplina com objetivo

    metodolgico de aprendizagem.

  • Referente organizao do espao as crianas necessitam de espao para que possam

    possa chegar brincar, aprender, comer e realizar atividades e at dormir. Quanto aos professores

    necessitam de um espao que possa se reunir para trabalhar em equipe receber visitas dos pais, para

    guardar matrias, entre outros. Ressaltando que muitas escolas no possuem espao fsico suficiente

    para preencher essas necessidades.

    Os exerccios da vida em sociedade se iniciam na famlia e ampliar-se quando a criana

    frequenta a escola, escolhe os amigos auxiliando na sua aprendizagem social e desenvolvimento da

    prpria conscincia de sua personalidade em vista a ideia de WALLON cabe ao professor organizar

    pratica junto aos seus alunos de modo que a relao do grupo possa ocorrer de forma que ele no

    seja a figura central com isso as crianas necessitam de espao para exercerem sua criatividade e

    para contestarem o que desaprovam.

    2-MODELO DE CRIAO DO AMBIENTE ESCOLAR

    A sala de aula pode conter os cantinhos de leitura, de matemtica, de cincia, histria e

    geografia, de artes, da psicomotricidade, da dramatizao, por exemplo.

    O cantinho da Leitura, incluindo livros de histria de papel, de tecido, de plstico, e outros

    materiais; revistas em quadrinhos, por exemplo, e livros confeccionados pelos prprios alunos.

    O cantinho de Matemtica, incluindo jogos relativos disciplina, como, por exemplo:

    Domins; baralho; jogo da memria; bacos; cuisinaire; material dourado; numerais em lixa e

    outros que podero ser adquiridos ou confeccionados pelo prprio professor e pelos alunos. Poder

    ser montado um minimercado com estantes incluindo embalagens vazias de produtos e uma "caixa

    registradora".

    O cantinho das Cincias, que poder incluir livros referentes disciplina; experincias

    realizadas pelos alunos como o plantio do feijo; um terrrio; um aqurio; por exemplo.

    O cantinho de Histria e Geografia, que poder incluir materiais como um quebra-cabeas

    do mapa do municpio onde os alunos residem e outro do Brasil confeccionados pelo professor e

    pelos alunos e maquetes dos Planetas da Galxia, incluindo o Planeta em que vivemos A Terra,

    utilizando bolas de isopor de tamanhos diversos para representarem os planetas.

    O cantinho de Artes, incluindo, materiais necessrios para os alunos realizarem atividades

    de artes, como, por exemplo: tinta guache, pintura a dedo, anilina dissolvida no lcool, massa de

    modelar, revistas para recorte, tesouras, cola, folhas brancas para desenho, lpis de cor, giz de cera,

    hidrocor e outros.

    O cantinho da Psicomotricidade, que poder conter materiais como tnis (de madeira) com

    cadaro para o aluno aprender a amarrar, telaios (material montessoriano) com botes, colchete,

  • velcron ( para as crianas aprenderem a utiliz-los), tabuleiro de areia, materiais e jogos de encaixe,

    de "enfiagem", como, por exemplo, ( para enfiar os macarres ou contas no barbante para trabalhar

    a motricidade refinada das crianas).

    O cantinho da Dramatizao, que poder incluir um espelho afixado de acordo com o

    tamanho das crianas, trajes dentro de um ba como, por exemplo, fantasias, acessrios como

    chapus de mgico, de palhao, enfim de diversos tipos, cachecis, echarpes, bijouterias, estojo de

    maquiagem e outros. Poder ser construdo um pequeno tablado de madeira, onde as crianas

    podero apresentar as dramatizaes.

    O mobilirio dever ser adequado ao tamanho das crianas: mesas, cadeiras, estantes,

    gaveteiro (para guardar o material pessoal dos alunos: escova de dentes, creme dental, pente ou

    escova, avental e outros), cavalete de pintura e outros.

    Os murais da sala podem ser confeccionados com materiais como cortia, no estilo

    flanelgrafo, utilizando tecido prprio, onde devero ser expostos os trabalhos dos alunos:

    pesquisas, exerccios, atividades de artes e outros.

    Quadro de giz afixado de acordo com tamanho dos alunos.

    Todo material que for afixado na parede, como por exemplo: murais quadros de chamada

    de giz, linhas do tempo, janelinhas do tempo, cartazes, e outros devero ser colocados de acordo

    com o tamanho dos alunos para que estes possam visualizar.

    As paredes da sala devem ser de cores claras, pois alm de clarear o ambiente, "passam"

    tranquilidade s crianas.

    fundamental que haja um cantinho reservado para colocar colchezinhos, caso alguma

    criana adormea, pois nessa fase algumas ainda dormem durante o dia. necessrio tambm o

    travesseirinho e uma manta ou edredom para os dias mais frios.

    Concluindo, a sala de aula de Educao Infantil deve ser clara, arejada e deve conter

    "estmulos" apropriados ao desenvolvimento integral da criana.

    Desenvolver o esprito crtico na seleo das informaes pertinentes ao

    tema;

    Refletir sobre os resultados obtidos;

    Compreender os conceitos envolvidos, levantando e testando hipteses.

  • Uma das maiores vantagens em desenvolver uma pesquisa no computador a economia de

    tempo. Por meio de uma enciclopdia eletrnica ou da Internet, possvel obter, em poucos

    segundos, a mesma informao contida em qualquer outro meio. No entanto, "pesquisar" no

    "copiar". Um texto transcrito da Internet para um editor de texto, anexado a uma capa de trabalho,

    jamais pode ser considerado uma pesquisa escolar. Isso frequentemente praticado pelos alunos,

    mas faz perder todo o sentido, o objetivo metodolgico da aprendizagem.

    O professor deve evitar cpias, falando aos alunos que elas no trazem nenhum benefcio e

    conscientizar-se acerca da necessidade de problematizar os temas de pesquisa.

    fundamental que o professor fornea um roteiro de pesquisa, apresentado em tpicos ou

    perguntas. Tambm recomendvel, incluir sugestes de sites.

    A pesquisa escolar pode ser individual ou coletiva, e pode ser interdisciplinar, no caso de

    reunir mais de uma disciplina. Os alunos podem gravar os endereos dos sites, os artigos e as

    imagens que selecionarem, assim como podem editar anotaes no processador de texto. O

    professor atua como orientador, auxiliando os alunos pesquisadores a:

    Estabelecer critrios de busca;

    Definir prazos (para o planejamento e execuo das pesquisas);

    Fazer uma seleo e classificao das informaes;

    Organizar os resultados (atravs da realizao de sntese);

    Elaborar uma apresentao dos resultados obtidos (alcanados) atravs da

    pesquisa realizada.

    O professor deve propor aos alunos uma situao-problema, ao invs de uma simples

    apresentao do tema da pesquisa, como por exemplo, no lugar de lanar o tema "gua", o professor

    pode elaborar uma questo ou problema: "Por que a gua importante para a vida do ser humano?".

    Esse tipo de questo leva o aluno a selecionar as informaes colhidas, de maneira a respond-la e

    no apenas copiar o material da Internet.

    De acordo com Almeida e Fonseca Jnior (2000) na construo de um projeto devem ser

    planejadas as seguintes etapas:

    Identificao de um problema;

  • Levantamento de hipteses, soluo e provveis respostas;

    Mapeamento do aporte cientfico (recursos materiais ou tecnolgicos

    necessrios);

    Seleo de parceiros;

    Definio de um produto (seria um site na Internet? Um trabalho impresso?

    Um CD-ROM?);

    Documentao e registro (um registro dirio com anotaes dos endereos

    consultados, livros, visitas, entre outros);

    Mtodo de acompanhamento e avaliao;

    Publicao e divulgao (apresentar e divulgar os trabalhos na prpria escola

    e fora dela, em simpsios, congressos, encontros, etc.

    3-O ESPAO PEDAGGICO

    Cada instituio de ensino possui uma estrutura fsica que geralmente no adquirida por

    deciso dos educadores, porm eles podem intervir no sentido de tornar o ambiente escolar

    acolhedor atravs de uma decorao e organizao adequada do espao.

    O ambiente escolar deve proporcionar harmonia e funcionalidade, no apenas para os

    alunos, mas para todos que fazem parte da instituio escolar de forma direta ou indireta. O que

    acontece que na maioria das vezes quando se aborda a organizao do espao pedaggico o que

    vem em mente so as crianas da Educao Infantil, o importante que, apesar delas necessitarem

    de um espao maior, os demais trabalhadores devem se sentir vontade para exercer suas tarefas de

    forma qualificada.

    Ao iniciar a organizao do espao importante lembrar que crianas necessitam de

    espao que possam chegar brincar, aprender, comer, realizar as necessidades fisiolgicas e at

    mesmo dormir.

    Quanto aos professores, esses necessitam de um espao onde possam se reunir trabalhar

    em equipe, receber visitas de pais, para guardar material e outros.

    Ressalta-se que muitas escolas no possuem espao fsico suficiente para preencher as

    necessidades, nesse caso a imaginao aspecto fundamental para a organizao.

  • A decorao deve partir do princpio de uma elaborao de propostas realizadas pelos

    educadores de forma que tenham uma distribuio e organizao do espao que corresponda s

    reais necessidades.

    A esttica importante, porm a prioridade deve ser a sensao de bem-estar, um lugar

    acolhedor no qual, com o decorrer do ano letivo, realizem modificaes de acordo com as

    necessidades das crianas e do grupo.

    O ideal no esquecer que o ambiente est sendo preparado para crianas e no para

    adultos, portanto requer bastante cautela no momento das escolhas.

    4-A IMPORTNCIA DO ESPAO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

    A discusso sobre a importncia do espao no desenvolvimento infantil tem diversas

    correntes da psicologia como um suporte fundamental tendo como exemplo a corrente cognitiva

    enfatiza a funo desempenhada pelas experincias espaciais primarias na construo das estruturas

    sensoriais das crianas. FRAGO (2004) cita como exemplo dessa vertente os estudos

    PIAGETIANOS sobre a psicognese das estruturas tipolgicas na infncia nas quais se destaca a

    valorizao das primeiras experincias sensoriais na casa e na escola como fatores essenciais do

    desenvolvimento sensorial, motor e cognitivo. Segundo Piaget (apud HORn,2004,p.16, a

    representao do espao da criana uma construo internalizada a partir de aes e das

    manipulaes sobre o ambiente espacial do qual faz parte.

    No basta a criana ter um espao organizado de modo a desafiar suas competncias

    necessrio que ela interaja com espao para viv-lo intencionalmente quer dizer que essas vivncias

    na realidade se estruturam em uma rede de relaes que expressam em papis que as crianas

    desempenham em um contexto no qual os mveis, os materiais, os rituais de rotina, a professora e a

    vida das crianas, fora da escola interferem nessas vivncias (ROSSETTI FERREIRA, apud

    HORN, 2004, P.16).

    A discusso acerca da importncia do meio no desenvolvimento infantil tem WALLON

    (1879-1962) e Vygotsky (1996-1934) seus principais representantes com a perspectiva scio-

    histrica de desenvolvimento, esses tericos relacionaram afetividade, linguagem e cognio com

    as prticas sociais ao discutirem a psicologia humana em seu enfoque psicolgico, na viso de

    ambos, o meio social fator preponderante no desenvolvimento dos indivduos.

    Os exerccios da vida em sociedade se iniciam na famlia e ampliar-se quando a criana

    comea a frequentar a escola, a escolher os amigos, a ter solidariedade do grupo, a enfrentar

  • desavenas. De acordo com WALLON, o grupo social indispensvel criana no somente para

    sua aprendizagem social, como tambm o desenvolvimento da tomada de conscincia de sua

    prpria personalidade, a confrontao dos companheiros lhe permite constatar que uma entre

    outras crianas que ao mesmo tempo igual e diferente delas.

    Tendo em vista as ideias de WALLON, cabe ao professor organizar pratica junto aos seus

    alunos de modo que a relao do grupo possa ocorrer de forma que ele no seja a figura central com

    isso as crianas necessitam de espao para exercerem sua criatividade e para contestarem o que

    desaprovam.

    5-A CONCEITUAO DE ESPAO E AMBIENTE

    Estudos de Zabalza (1998), Forneiro (1998) e Barbosa (2006) analisam o desenvolvimento

    do conceito de ambiente e espao a partir de trs dimenses com a primeira vinculando-se aos

    espaos estticos como acolhedores, belos e profissionais e a segunda aos funcionais como

    adequados, recursos disponveis, exercendo sua finalidade educativa e a terceira por fins ambientais

    como o frio, o calor, a luminosidade, a segurana essas trs dimenses segundo autores no trabalho

    pedaggico dos professores e na aprendizagem e no desenvolvimento das crianas na educao

    infantil.

    Para Zabalza (1998), a educao infantil tem caractersticas muito particulares no que se

    refere organizao dos espaos sinalizando que a infncia precisa de espaos amplos bem

    diferenciados de fcil acesso e especializados em que as crianas possam movimentar-se, interagir,

    viver e conviver desenvolvendo integralmente salientando a necessidade de espaos oferecerem

    oportunidade diversas de interao e de aprendizagem sejam elas coletivas envolvendo grupo de

    crianas e adultos ou mesmo individualizadas nas quais objetos dispostos sejam o foco da ateno.

    Nas palavras do autor:

    O espao acaba tornando-se uma condio bsica para poder levar

    adiante muitos dos outros aspectos-chaves. As aulas convencionais com

    espaos indiferenciados so cenrios empobrecidos e torna impossvel (ou

    dificultam seriamente) uma dinmica de trabalho baseada na autonomia e na

    ateno individual de cada criana (ZABALZA,1998,P.50

    Forneiro (1998) estabelece conceituando uma distino importante entre espao e

    ambiente. Refere aos espaos locais para atividade caracterizada pelos objetos, pelos materiais

    didticos, pelo mobilirio e pela decorao (1998, p.232). Os espaos com seus qualificativos

    fsicos constituem locais de aprendizagem e desenvolvimento com ambiente por sua vez

  • corresponde ao conjunto de espao fsico e das relaes que nele estabelecem (FORNEIRO, 1998).

    O termo ambiente procedente do latim significa ao que cerca ou envolvem, dito de outra forma

    seria assim definido:

    Como um todo indissocivel de objeto, odores, formas, cores, sons

    e pessoas que habitam e se relacionam dentro de uma estrutura fsica

    determinada que contenha tudo e que, ao mesmo tempo contida por todos

    esses elementos que pulsam dentro dele como se tivesse vida [...] o

    ambiente fala e transmite sensaes, evoca recordaes, passa-nos segurana ou inquietao, mas nunca nos deixa indiferentes (FORNEIRO,

    1998, p.223).

    Essa autora estabelece quatro dimenses claramente definidas, mas inter-relacionadas para

    caracterizar o ambiente, a saber: a dimenso fsica, a funcional, a temporal e a relacional.

    A primeira dimenso, a fsica, refere-se aos aspectos materiais do ambiente. E os espaos

    fsicos, suas condies estruturais, objetos e toda sua organizao. Trata-se da arquitetura, da

    decorao, da forma como esto estruturadas e disposies de materiais e divisrias, o ptio, o

    parque infantil, as possibilidade de arranjos espaciais e fsicos do que se denomina instituio de

    educao infantil.

    A segunda dimenso, a funcional relaciona-se com a forma de utilizao dos espaos, sua

    polivalncia e o tipo de atividade ao qual se destinam. Os espaos multifuncionais podem ser

    utilizados autonomamente peal criana, mas com orientao do professor com um mesmo espao

    assumindo diferentes funes. Por exemplo: o tapete de sala de aula que em um momento pode se

    transformar em um canto de construes, do jogo simblico da msica e o espao pedaggico em

    permanente construo.

    A terceira dimenso, a temporal, trata da organizao do tempo e, portanto, dos momentos

    em que sero utilizados so diferentes espaos. O tempo das diferentes atividades est

    necessariamente ligado ao espao em que se realiza cada uma delas, com o tempo de brincar nos

    cantos, de comunicar-se com os outros na assembleia, de contar histrias, o tempo do lanche. Com a

    dimenso temporal pode ser estendida tambm organizao da rotina de uma instituio de

    educao infantil.

    A quarta e ltima dimenso a relacional que se refere s diferentes relaes que se

    estabelecem dentro da sala de aula. Tais relaes so influenciadas pelos diferentes arranjos

    institudos, tais como: a distribuio dos alunos por faixa etria; a forma como se constitui a

    construo de regras na relao professor\criana; a diviso do trabalho que acontece no pequeno ou

    grande grupo; a interao do professor durante o desenvolvimento das atividades propostas, essas

    questes e muitas outras configuram uma determinada dimenso relacional do ambiente

    (FORNEIRO, 1998). O ambiente, nessa perspectiva, visto como um movimento, e no como algo

    esttico um ambiente vivo, que existe medida que os elementos que o compem possam interagir entre si.

    6- A DENOMINAO DE AMBIENTE E ESPAOS NOS TEXTOS OFICIAIS PRODUZIDOS

    A PARTIR DA DCADA DE 1990

    O primeiro documento a tratar da especificidade dos espaos para a educao infantil foi o

    Subsidio para credenciamento e Funcionamento das Instituies de Educao Infantil (SCFIEI),

    criado pelo MEC, em 1998, por inciativa da Secretria de Ensino Fundamental (SEF), da Diretoria

    do Departamento de Poltica da Educao Fundamental (DPE), e da Coordenadoria Geral de

  • Educao Infantil (COEDI). Nesse documento, as referncias ao espao vm delimitadas pelas

    denominaes ambientes\espao fsico e espao\espao fsico. A princpio, tais denominaes so

    tratadas como sinnimas e, na tentativa de compreend-las, exploramos o documento.

    A denominao de ambiente est expressa no documento como um conceito que prev

    dinamicidade na sua organizao, envolvendo espaos diversos na instituio, ou seja, o ambiente

    considerado em uma dimenso mais ampla que o espao, conforme expressa o excerto abaixo:

    [...] o ambiente contemplar processos e produtos, que devero ser

    planejados pelas (os) professoras (ES), organizando o espao e o tempo

    adequadamente para o convvio de todos os usurios e envolvidos. Desta

    maneira, as instituies de educao infantil estaro em permanente

    desenvolvimento, sempre aprimorando seu desempenho e construindo sua

    pedagogia (BRASIL, 1998a, p.96).

    Outra questo que importante depreender do SCFIEI refere-se responsabilizao do

    professor quanto organizao do espao como se ela estivesse atrelada sua boa vontade,

    independente das condies fsicas e materiais que a cerceiam e determinam. Esse protagonismo

    docente, em muitos contextos considerados como um fator de valorizao do profissional confere

    ao professor, a nosso ver, uma responsabilidade demasiada. papel de o Estado suprir condies

    estruturais e materiais adequados educao das crianas.

    Se por um lado responsabilidade pelo movimento da estrutura fsica do Estado

    compreendendo o papel dos entes federados no regime de colaborao, por outro preciso

    considerar que essas estruturas compreendem concepes de espao pedaggico no podendo

    prescindir do olhar e interveno do professor. As questes como altura das janelas, a dimenso das

    salas, dos corredores, dos banheiros, bem como tipo imobilirio e materiais incidem sobre o espao

    pedaggico na direo de atender a necessidade das crianas no seu processo de aprendizagem

    desenvolvimento em consonncia com a concepo de educao do professor.

    No que diz respeito ao uso da denominao do ambiente, est dito no documento:

    [...] as crianas pequenas e suas famlias devem encontrar nos

    centros de educao infantil um ambiente fsico e humano, por intermdio

    das estruturas de funcionamento adequadas, como enfatizando e outros

    textos desta publicao, que propiciem experincias e situaes planejadas

    intencionalmente, de modo a democratizar o acesso de todos, aos bens

    culturais e educacionais, que proporcionam uma qualidade de vida mais

    justa, equnime e feliz (BRASIL, 1998, p. 58).

    O ambiente tomado nas dimenses fsica e humana na direo de estabelecer relaes de

    convvio e conforto enfatizando a primeira delas quando destaca a necessidade de prover estruturas

    adequadas ao funcionamento das instituies.

    A segunda ao salientar a necessidade de propiciar experincias e situaes planejadas de

    modo possibilitar o acesso aos bens culturais e educacionais. Embora, essa referncia indica a

    necessidade de construo de projeto pedaggico pelas instituies dedicadas compreendido como

    sendo mais abrangente que espao fsico, conforme podemos constatar na sequncia (BRASIL,

    1998a, p.68).

    Ao tratar do espao fsico e sua constituio, o documento assim se refere:

    [...] que contenha equipamentos e mobilirios adequados. Neles necessria a

    observncia de exigncias tcnicas quanto ao tamanho, ventilao, som e iluminao dos

  • aposentos. No devem existir barreiras arquitetnicas para os deficientes fsicos e h

    necessidades especiais nas turmas regulares. Cada proposta pedaggica exige a presena de

    determinados materiais para atividades e brincadeiras: jogos, papel, tintas, argilas, livros

    infantis, aparelhos de som e outros recursos (BRASIL, 1998a, p.91).

    A nfase posta na questo dos equipamentos, mobilirios e materiais, diferindo do que

    ocorre quando se trata do ambiente na media em que pode influir no ambiente pela possiblidades

    das interaes. O espao encontra destaque na medida em que pode influir no ambiente pela

    possibilidade de interao criana\criana e criana\adulto, desde que contemple o convvio de

    crianas de vrias idades entre si e tambm com adulto. Alm das possibilidades da interao entre

    crianas e adultos o espao exige cuidados e especificidades que podem promover a interao da

    criana com o mundo externo permitindo a visualizao do que se passa l fora: olhar a chuva, o

    sol, a neblina, os transeuntes, os animais isto e muitos miam pode ser considerado parte da

    organizao, da rotina e processo educativo que se desencadeia na educao infantil. A adequao

    do mobilirio outra questo extremamente relevante e, ao contrrio d apercepo que muitas

    escolas desenvolvem, necessrio planej-lo considerando tanto as necessidades das crianas

    quanto as dos professores. Os mveis grandes e pequenos devem conviver no mesmo espao, uma vez que a criana no ter, no convvio social mais amplo e familiar, uma estrutura sempre

    adaptada as suas necessidades.

    O documento revela um avano na preocupao com essa organizao:

    [...] as instituies de educao infantil devero ser espaos que

    garantam o imprevisto (e no a improvisao) e possibilitem o convvio das

    mais variadas diferenas, apontando para a arbitrariedade das regras (da o

    jogo e a brincadeira serem essenciais nesta fase da vida), permitindo o

    exerccio da contradio, da provisoriedade e da necessidade de

    transformaes. (BRASIL, 1998a, p. 95).

    Embora o termo espao seja bastante citado no documento no h uma definio precisa

    para ele, j que se observam conceitos que enfatizam aspectos da organizao em uma dimenso

    mais alargada. Espao e espao fsico so utilizados em determinados momentos para designar,

    alm da estrutura material, a relacional e a funcional da instituio confundindo-se com a noo de

    ambiente apresentada por Forneiro (1998) caracterizado pelas condies fsicas, relacionais,

    funcionais e temporais, em outros momentos refere-se s pequenas organizaes das questes

    materiais restringindo-se a parte fsica ou tratando dos arranjos de sala, dos banheiros, do refeitrio,

    das moblias, decorao, brinquedos e toda sua disposio, conforme se constata na citao.

    [...] os espaos organizados devem dispor de boas condies de

    higiene nos sanitrios, nos locais de atividades, no preparo de alimentos e na

    limpeza das roupas e dos brinquedos e demais objetos usados pelas crianas.

    (BRASIL, 1998a, p. 91).

    O documento mostra-se pouco preciso em relao s denominaes de ambiente\ambiente

    fsico, mas apesar disso trouxe para o debate a preocupao com a organizao de polticas pblicas

    que pensassem o espao a partir de uma perspectiva pedaggica com a insero de tal preocupao

    representa um avano no sentido da construo de instituies que considerem as especificidades e

    necessidades infantis.

    O segundo documento em anlise o Referencial Curricular Nacional para a Educao

    Infantil (RCNEI), elaborado no ano de 1998, na ampliao das aes governamentais oriundas do

    governo Fernando Henrique Cardoso, quando as orientaes dos organismos internacionais

    delineavam as discusses sobre a poltica educacional. De acordo com Cerisara (2002), um

    documento produzido pelo MEC que integra a srie de documentos Parmetros Curriculares

  • Nacionais, criado para atender especificamente a educao infantil. preciso verificar, no entanto,

    em que medida ele efetivamente garante as especificidades anunciadas e defendidas, considerando,

    especialmente, esse contexto de influncia. A verso final desse documento est estruturada em trs

    volumes: Introduo; Formao Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo.

    8-Organizando o espao escolar

    Organizar o espao escolar no uma tarefa fcil exigindo muito trabalho, dedicao e

    fora de vontade deve incluir a comunidade e privilegiar todas as reas de conhecimentos,

    desenvolvendo projetos que incentivem a participao e desperte o interesse das crianas

    considerando a utilizao desse espao e o tempo disponvel para tais atividades envolvendo a

    famlia nas relaes escolares criando vnculos formando crculos de ideais e alternativas de

    melhorias.

    O tempo e o espao das relaes da infncia na famlia tem sua

    especificidade na fragilidade do ser infantil e na sua dependncia,

    inicialmente total, depois vagarosamente relativizada nos aspectos fsicos,

    intelectual, emocional e afetivo, de aprendizagens bsicas para a

    sobrevivncia e a convivncia com outras pessoas e com o mundo (REDIN,

    1998, P.49).

    Na busca por apoio terico sobre assunto foi encontrado em ZABALBA (1998, p.55)

    argumentos para tal, ele defende no apenas a participao das famlias como continuidade do

    trabalho escolar em casa, mas sim que os pais entrem nas salas de aulas e compartilhem

    experincias trazendo para dentro da escola elementos comuns que constituem a vida das crianas.

    ...ao incorpora-los ao trabalho formativo o que fazemos facilitar o

    cumprimento de um dos objetivos bsicos da educao infantil: que a criana

    conhea cada vez melhor o seu meio de vida e tornem-se donas do mesmo para ir

    crescendo com autonomia.

    As prticas educativas devem ser continuamente refletidas, pensadas e planejadas para

    poder despertar nas crianas a conscincia crtica tornando-os sujeitos capazes de interferir na

    sociedade de forma produtiva, ativa participativa, criativa e acima de tudo com maturidade e

    responsabilidade. Respeitando limite de espao do tempo cronolgico, isso quer dizer, agindo

    conforme a idade e o espao que a sociedade disponibiliza para cada fase da vida e seus

    semelhantes como passveis de opinies favorveis ou contraditrias as suas havendo um consenso

    das partes, isto , uma forma de dialogar.

    Um espao escolar deve ter profissional qualificado e interessado em tentar mudar e

    transformar a educao buscando novas maneiras para isso ocorrer podendo ser mudanas fsicas,

    cronolgicas, estruturais, ldicas, etc. Para Rendi (1998), isso s acontece com o mnimo de

    disciplina, de organizao e intencionalidade sendo preciso querer e estar disponvel para fazer

    acontecer, estar atento e entender a psicologia das crianas, das suas descobertas, das suas

    invenes, dos seus medos, angstias e encantamentos para isso o papel do educador de

    fundamental importncia na vida de uma criana que frequenta o ambiente escolar, em especial na

    educao infantil, idade da formao da personalidade, construo e identidade e instruo para

    socializao com a comparao que este profissional passa coma criana maior que ela passa com

    seus pais. Cabe a este profissional ensinar todas as regras fundamentais para a convivncia social

    dessas crianas como um ser ativo e participante de um grupo. toda relao humana educativa. Todo contato com a criana deixa marcas que definem posies. (REDIN, 1998, P.49). com essa relao que a criana se desenvolve, aprender e se prepara a vida.

  • Uma escola deve ter boa infraestrutura, espao bem organizados e prprios para receber

    todos os seus alunos, independente de raa, cor, religio, classe social, seja ela portadora de

    necessidade especial ou no promovendo acessibilidade universal conforme orienta os paramentos

    bsicos da infraestrutura para instituies de educao infantil:

    Garantia de que o ambiente construdo seja o menos restritivo

    possvel, incluindo espaos dimensionados de acordo com os preceitos de

    acessibilidade universal, considerando acessos a salas, rea de servio,

    cozinha, banheiros, reas de brincar interna e externa, dentre outros espaos,

    de acordo com as normas brasileiras e os decretos em vigor. (BRASIL,

    2006, p.16).

    A escola deve ser considerada como um espao de amizades, respeito, convivncias, no

    qual a criana possa se sentir confiante e segura para que isso acontea cabe ao educador criar um

    ambiente afetivo, a colhedor, estimulante, despertando o interesse da criana por esse espao e pelas

    pessoas comas quais ela se relaciona. quanto mais emoo na sala de aula, mais chances de que a memria seja acionada, conforme Mar ilice Costa comenta seu artigo, Percepo e Limites- Ambiente Escolar, comportamento e cognio: interferncias complexas, 2007.

    Para tanto, os aspectos emocionais devem ser privilegiados:

    No apenas porque nesta etapa do desenvolvimento os aspectos emocionais

    desempenham um papel fundamental, mas porque, alm disso, constituem a base ou a condio necessria para qualquer progresso nos diferentes mbitos do desenvolvimento

    infantil. Tudo na Educao infantil influenciado pelos aspectos emocionais: desde o

    psicomotor, at o intelectual, o social e o cultural. (ZABALZA, 1998, p.51)

    Se o espao escolar no for um espao estimulador, envolvente e que desperte o interesse

    das crianas de alguma forma elas tentaro demonstrar suas insatisfaes. Essas insatisfaes

    podem ser expressas em seu comportamento, na forma como se relacionam uns com os outros e

    com e educadora. Com a falta significativa, espao e brinquedos adequados para brincar geram

    ansiedade e agitao.

    7- ASPECTOS LEGAIS QUANTO A CONTEXTUALIZAO DA ESTRUTURA FSICA DO

    AMBIENTE

    O espao educativo deve ser concebido enquanto lugar onde a criana constri os seus conhecimentos e o prprio espao a sua volta, de tal forma que contribua, facilita e promova a

    constituio da identidade, de grupos e de comunidade reconhecendo a criana como sujeita do

    processo educacional e como principal usurio do ambiente educacional sendo necessrio

    identificar os parmetros essenciais de ambientes fsicos que oferea condies compatveis com os

    requisitos definidos pelo PNE, bem como com os conceitos de sustentabilidade, acessibilidade

    universal e com a proposta pedaggica. Assim, a reflexo sobre as necessidades de

    desenvolvimento da criana (fsico, psicolgico, intelectual e social) constitui-se em requisito

    essencial para a reformulao dos espaos\lugares destinados educao infantil.

    Considera-se no mbito internacional, que a educao infantil ter

    um papel fundamental cada vez maior na formao integral da pessoa, no

    desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem e na elevao do nvel

    de inteligncia das pessoas, mesmo porque inteligncia no herdada

    geneticamente nem transmitida pelo ensino, mas construda pela criana, a

    partir do nascimento, na interao social mediante a ao dos objetos, as

    circunstncias e os fatos. (BRASIL, 2006, p.13)

  • No se constri ou organiza uma escola sem seguir algumas instrues e em mos

    planejamento porque essa a palavra chave para toda e qualquer movimentao que venha ser feita

    na escola, o espao escolar j no pode ser construdo sem critrios ou com critrios pobres e

    antipedaggicos. Em geral, as escolas possuem umas infraestruturas bem diferenciadas. Existem

    espaos que so chamados de escola apenas por possurem aluno e professor em busca da

    sustentao para este pensamento, Parmetros Bsicos da Infraestrutura de Educao infantil,

    aspectos para o projeto, a edificao e as reforma destas instituies que devem ser buscados

    (BRASIL, 2006, p.21):

    A relao harmoniosa com o entorno garantindo conforto ambiental dos seus usurios como conforto trmico, visual, acstico, olfativo\qualidade do ar e qualidade

    sanitria dos ambientes;

    O emprego adequado de tcnicas e de matrias de construes, valorizando as reservas regionais com enfoque na sustentabilidade.

    O planejamento do canteiro de obras e a programao de reparos e manuteno do ambiente construdo para atenuar os efeitos da poluio no perodo de

    construo ou reformas: reduo do impacto ambiental; fluxo de produtos e servios

    consome de energia; rudos; dejetos, etc.

    A adequao dos ambientes internos e externos (arranjo especial, volumetria, materiais, cores e texturas) com as prticas pedaggicas a cultura, o desenvolvimento

    infantil e a acessibilidade universal, envolvendo o conceito de ambientes inclusivos.

    Privilegiar a iluminao natural sempre que possvel. O conforto visual depende de um bom projeto de iluminao que integre e harmonize tanto a iluminao

    natural quanto o artificial. Um bom projeto reduz o consumo de energia e requerimento

    fundamental para as tarefas visuais, realando as cores e a aparncia dos objetos prevendo a

    utilizao de fontes alternativas de energia, de aquecimento de gua e de condicionamento

    do ambiente garantindo e promovendo o uso eficiente da energia, o conforto ambiental e

    proteo ao meio ambiente.

    Nos itens citados acima, h uma preocupao em valorizar e considerar as condies

    ambientais do lugar, da regio em que a escola se localiza, alm da cultura e a historicidade do

    lugar considerando as condies climticas podendo utilizar espaos de recreao para

    atividades a que venha favorecer os alunos e educadores para que a rotina no seja interrompida

    com imprevistos da natureza, por exemplo, levando em considerao a prtica pedaggica a ser

    desenvolvido, o conforto, bem estar e sade das crianas e funcionrios.

    Ao propor uma estruturao do ambiente escolar deve-se levar em conta o tipo de

    atividade que ser executada em tal ambiente, como por exemplo, cita-se o planejamento da

    quadra de esportes identificando quais esportes sero praticados, necessrio construo de

    arquibancadas e na construo do ptio escolar tambm no diferente que tipo de atividade

    pedaggica pode ser desenvolvido nesse espao quais questionamento deve ser considerados na

    tomada de deciso na elaborao do projeto e planejamento para a construo ou adequao de

    um espao educacional.

    A escola um conjunto de salas e reas de trabalho formando uma estrutura que assim

    como a sala de aula deve ser planejada e pensada para melhor atendimento educacional,

    desenvolvimento da aprendizagem e promoo da socializao.

    8- A IMPORTNCIA DA EDUCAO AMBIENTAL NA EDUCAO INFANTIL

  • A poltica nacional de educao ambiental define a educao ambiental assim:

    [...] processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais,

    conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente,

    bem como uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e a sustentabilidade. (BRASIL,

    1999)

    Esta definio apresentada pela poltica nacional corrobora o conceito de educao

    ambiental mencionado para que venha acrescentar aquisio de conhecimentos, habilidades,

    atitudes e competncias, venha permeada pela construo de valores sendo voltados para a

    proposio de solues que atuem nas solues de problemas como exemplo o tratamento da agua

    nas estaes evitando poluio e contaminao.

    Na educao infantil, o RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a) Educao Infantil,

    documento elaborado pelo MEC (Ministrio da Educao) em 1998, vem com objetivo de auxiliar

    os professores da educao infantil como um guia, um referencial no existindo obrigatoriedade de

    ser seguido, contudo, um material de alto nvel que deve ser seguido.

    Em seu terceiro volume, o RCNEI traz um captulo sobre a Natureza e Sociedade no qual aborda relaes existentes entre ambos e sugere temas que podem ser trabalhados, com o

    trabalho dos conhecimentos derivados das Cincias Humanas e Naturais deve ser voltado para

    ampliao das experincias das crianas e para construo de conhecimentos diversificados sobre o

    meio social e natural (BRASIL, 1998, P.166).

    O RCNEI explica que os mitos, as lendas, as brincadeiras podem ser instrumentos

    utilizados pelos professores para esclarecer fenmenos da natureza e da sociedade, a diversidade de

    culturas e crena entre os povos, a geografia e hidrografia dos lugares, questes sobre o cu, tempo

    e o espao, entre outros acrescentando tambm as prticas adotadas pela instituio de educao

    infantil tem desconsiderado o interesse, a imaginao e a capacidade da criana pequena para

    conhecer locais e histrias distantes espao e no tempo e lidar com informaes sobre diferentes

    tipos de relaes sociais. (BRASIL, 1998,P.65), limitando a riqueza dos contedos trabalhados

    coma criana.

    Contudo, o RCNEI prope caminhos para que [...] as crianas

    tenham contato com diferentes elementos, fenmenos e acontecimentos do

    mundo, sejam instigadas por questes significativas para observ-los e

    explic-los e tenham acesso a modos variados de compreend-los e

    represent-los. (BRASIL, 1998, p. 166)

    Fazendo uma anlise dos objetivos propostos s crianas de quatro a seis anos, possvel

    fazer-se uma analogia com os caminhos traados pela Educao Ambiental (EA). Segundo o

    RCNEI, importante que as crianas sejam capazes de:

    interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando solues para compreend-lo, manifestando opinies prprias sobre os

    acontecimentos, buscando informaes e confrontando ideias;

    estabelecer algumas relaes entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem, valorizando sua importncia para a preservao das espcies e para a qualidade da

    vida humana. (BRASIL, 1998, p. 175)

    O exposto nestes objetivos est tambm implcito e explicito no conceito de educao

    ambiental em adquirir conhecimento, imaginar solues, estabelecer relaes, valorizar a

    preservao de espcies, melhorar a qualidade de vida humana ficando evidente no RCNEI, a

  • importncia de se trabalhar os contedos referentes a cincias naturais na educao infantil

    evidenciando que a educao ambiental uma parceira nesta tarefa

    Outro documento essencial para todos os nveis de educao a LDB (Lei de Diretrizes e

    Bases da educao Nacional Lei no 9394\96 que em seu artigo 29 estabelece que a educao infantil na primeira etapa da educao bsica tem como finalidade o desenvolvimento integral da

    criana, em seus aspectos, fsicos, psicolgicos, intelectual e social, complementando ao da

    famlia e da comunidade. (BRASSIL,1996)

    A Resoluo CEB N1, de 1999, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

    Educao Infantil, em seu artigo 3 apresenta a seguinte diretriz:

    IV - As Propostas Pedaggicas das Instituies de Educao Infantil, ao reconhecer as

    crianas como seres ntegros, que aprendem a ser e conviver consigo prprios, com os

    demais e o prprio ambiente de maneira articulada e gradual, devem buscar a partir de atividades intencionais, em momentos de aes, ora estruturadas, ora espontneas e livres, a

    interao entre as diversas reas de conhecimento e aspectos da vida cidad, contribuindo

    assim com o provimento de contedos bsicos para a constituio de conhecimentos e

    valores. Para a LDB, a Educao Infantil tem como meta final desenvolver a criana de

    maneira integral e esta diretriz vem ratificar a LDB no que concerne a uma criana com

    formao integral, alm de enriquecer seu conceito ao mencionar a convivncia das

    crianas umas com as outras, com adultos e com o ambiente, e de que as Propostas

    Pedaggicas devem seguir em direo constituio de valores.

    8.1- A INTERAO ENTRE A CRIANA E O MEIO AMBIENTE

    Dentro das instituies de ensino infantil, as crianas, por vezes, ficam muito presas dentro

    de salas de aula ou em ptios com solo de cimento, o que dificulta sua interao com o meio

    ambiente. Elas, em geral, so muito curiosas e gostam do contato com a natureza, de olhar como as

    formigas se comportam, de abrir as torneiras e brincar com a gua, fazem festa no ptio de areia,

    querem subir nas rvores, enfim, procuram por cada canto de sua escola um vestgio de natureza

    com a qual possam ter contato.

    Eali (2003) fez um estudo interessante pesquisou e a estrutura e organizao do espao

    escola na Educao infantil como os espaos sero utilizados e qual a percepo do usurios. De

    acordo com a autora as escolas no priorizam o contato da criana com a natureza e quando este

    acontece tais lugares so disputados pelas crianas, pois, elas sentem falta desses espaos

    concluindo que as crianas anseiam por reas aberta e naturais com rvores, gramas, animais, etc.,

    No se questiona aqui os aspectos estticos ou a segurana, estes itens tambm se fazem

    essenciais nas instituies de ensino infantil. O que chama ateno neste trabalho a pesquisa

    voltada para a relao homem-natureza. O contato que algumas pessoas tm atualmente com a

    natureza se resumem a uma planta artificial na mesa do escritrio ou da copa em casa. E assim tem

    sido desde a escola na EI, que deveria ser um lugar de descobertas, onde a criana, em contato com

    o solo - terra e areia, gua, pode presenciar o ciclo de vida de uma planta e perceber como rica

    essa experincia, como relata a autora, ao referir-se horta.

    Para embasar sua ideia, Elali (2003) traz uma srie de outros autores, dentre eles,

    pesquisadores, pedagogos, psiclogos que falam da importncia do contato com a natureza para as

    crianas. Segundo Korpela (2002, apud ELALI, 2003), a criana tem uma necessidade declarada de

    ter contato com reas externas e ambientes naturais, e essa necessidade aumentam conforme a

    criana menor. Para Tuan (1983, apud ELALI, 2003), plantando, assistindo a planta crescer,

    colhendo, a criana pode compreender os mecanismos da natureza, reconhecer-se como parte dela e

    questionar sua prpria participao ecolgica.

  • Alm de Elali (2003) e Tuan (1893, apud ELALI, 2003), Fritjof Capra (2008) tambm

    utiliza a horta. Para ele, a horta uma sala de aula, pois nesse ambiente as crianas so religadas aos fundamentos bsicos da comida na realidade, com a essncia da vida ao mesmo tempo em que integra e enriquece praticamente todas as atividades escolares (p. 14-15). O autor explica que a horta, quando faz parte do currculo, proporciona criana aprender sobre os ciclos alimentares e

    sua integrao com outros ciclos, como o ciclo do plantio, cultivo, colheita, compostagem e

    reciclagem. Dessa forma, descobre-se que estes ciclos fazem parte de ciclos maiores, como o da

    gua, das estaes, etc. Nas palavras de Capra,

    [...] todos eles [ciclos] formando conexes na teia de vida planetria. Na horta,

    aprendemos que o solo frtil o solo vivo que contm em cada centmetro cbico bilhes

    de organismos vivos. Essas bactrias que existem no solo realizam muitas transformaes

    qumicas essenciais para a manuteno da vida na Terra. [...]. Esse princpio, baseado

    num profundo respeito pela vida, faz parte de muitos mtodos tradicionais de cultivo da

    terra e est sendo hoje resgatado num movimento mundial de retomada da agricultura

    orgnica. (2008, p. 15)

    Ensinamentos desse tipo podem parecer complexos para crianas de at seis anos, mas no

    so, pois as crianas se encantam de tal modo com a possibilidade de plantar e cultivar, e ainda tm

    a oportunidade de comer o que produziram, tornando fcil a compreenso de tais conceitos.

    De acordo com Sampaio (2007), Freinet foi outro estudioso que abordou a relao das

    crianas com a natureza. Para Freinet, o que est do lado de fora da sala de aula gera muito mais

    encantamento nas crianas do que o que est dentro, pois, nas salas, as crianas no encontravam

    motivao, permaneciam sentadas. Freinet ento teve a ideia de levar as crianas para a rua, fazendo

    surgir a aula passeio, onde as crianas andavam pelas vias estreitas da vila onde moravam, podendo, dessa forma, admirar o trabalho do marceneiro ou do ferreiro, perceber as mudanas que

    ocorriam no clima, na paisagem, conforme mudassem as estaes do ano. A fora da natureza sensibilizava cada uma das crianas de acordo com sua personalidade, sua percepo de mundo e

    sua curiosidade (SAMPAIO, 2007, p. 16). Quando voltavam dos passeios, havia uma aula rica, todos queriam compartilhar o que viram, aprender e compreender o que observaram.

    Atualmente seria invivel praticar as aulas passeio da mesma forma que Freinet fez.

    Entretanto possvel organizar visitas aos Parques da cidade, tanto os Urbanos quanto os Naturais,

    s praias (nas cidades litorneas), s reservas, enfim, aos locais onde a criana possa ter contato

    amplo e direto com a natureza.

    Nesse contexto, percebe-se que so muitas as maneiras de se trabalhar a Educao

    Ambiental na esfera escolar, sem que esta necessite ser de maneira formal, mas no cotidiano da sala

    de aula, aproveitando que as crianas so facilmente seduzidas pelo meio que as cerca. A unio da

    Educao Ambiental e da Educao Infantil primordial para criar uma nova gerao que conhea

    e compreenda a natureza, tratando-a com respeito e admirao, reconhecendo-se parte integrante

    dela.

    9-CONCLUSO

    Cada instituio de ensino possui uma estrutura fsica que no adquirida pela deciso dos

    educadores, mas pode haver interveno deles para tornar o ambiente escolar acolhedor com

    decoraes e uma organizao adequada doe espao proporcionando harmonia e funcionalidade

    para alunos e todos da instituio de forma direta ou indireta.

    Com relao a importncia do espao no desenvolvimento infantil tem diversas correntes

    da psicologia como um suporte fundamental como exemplo a funo desenvolvida pela corrente

    cognitiva na construo das estrutura sensoriais das crianas como cita FRAGO(2004) nas vertentes

  • os estudos PIAGETIANOS sobre a psicognese das estruturas tipolgicas na infncia valorizando

    as primeiras experincias sensoriais da criana na casa e na escola.

    A educao infantil tem caractersticas muito particulares no que se refere organizao

    dos espaos sinalizando que a infncia precisa de espaos amplos bem diferenciados de fcil acesso

    e especializados em que as crianas possam movimentar-se, interagir, viver e conviver

    desenvolvendo integralmente salientando a necessidade de espaos oferecerem oportunidade

    diversas de interao.

    Conceituando uma distino importante entre espao e ambiente refere aos espaos locais

    para atividade caracterizada pelos objetos, pelos materiais didticos, pelo mobilirio e pela

    decorao com seus qualificativos fsicos constituem locais de aprendizagem e desenvolvimento

    com ambiente por sua vez corresponde ao conjunto de espao fsico e das relaes que nele

    estabelecem.

    9- REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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