papel aceita tudo? - parte 2

Episódio 3: PAPEL ACEITA TUDO?

(Parte 2)

É verdade que o Novo Testamento foi corrompido, alterado, editado ao longo de tantos séculos? Será que o texto não foi alterado para apoiar os ensinos da igreja

dominante?

Crítica textualÉ a disciplina que procura determinar a

redação original de todos os documentos cujo original não mais

existe.

Muitos manuscritos• 5.824 manuscritos gregos

2.110.595 páginas

#01

Novo Testamento: 5.824 manuscritos

Platão: 210 manuscritos

Aristóteles: 49 manuscritos

Manuscritos muito antigos

#02

Papiro Rylands 52 – 125 d. C.

Biblioteca John Rylands, Universidade de Manchester

Inúmeros manuscritos das décadas seguintes

Tempo entre o original e o manuscrito mais antigo sobrevivente

Novo Testamento: 25-30 anos

Platão: 1.300 anos

Aristóteles: 1.400 anos

Traduções antigas do Novo Testamento

#03

Traduções antigas do Novo Testamento

• Siríaco, latim, copta, armênio, etíope etc.

• Mais de 25 mil manuscritos

Pais da Igreja

#04

Pais da Igreja• Entre 95 e 300 d.C. – mais de 106 mil

citações do Novo Testamento

Resumo

• Muitos manuscritos (mais de 5.800)• Manuscritos muito antigos (desde

125 d.C.)• Antigas traduções (mais de 25 mil

manuscritos• Citações de autores cristãos antigos

(mais de 106 mil entre 95 e 300 d.C.)

Por essas razões, quase todos os acadêmicos, mesmo não cristãos,

concluem que o Novo Testamento foi preservado de maneira íntegra e

confiável.

Universidade de Oxford (1991)

Universidade de Cambridge (2005)

Universidade de Cambridge (2008)

O Novo Testamento é o documento mais bem preservado da História!

Acadêmicos céticos apresentam várias razões para rejeitar o Novo

Testamento, mas a ideia de que ele foi modificado e corrompido não é

uma dessas razões.

Episódio 3: PAPEL ACEITA TUDO?

(Parte 2)

Quem decidiu quais livros fariam parte do Novo Testamento? E por que dezenas de

outros livros não entraram, como o Evangelho de Tomé, de Judas, de Maria Madalena? Será que houve uma grande

conspiração?

(Superinteressante, dezembro de 2004)

(National Geographic, maio de 2006)

(Superinteressante, maio de 2006)

(Galileu, novembro de 2012)

(Superinteressante, dezembro de 2008)

“A pressão de Constantino levou os mais influentes bispos cristãos a se reunirem no Concílio de Niceia, em 325, para colocar

ordem na casa de Deus. Ali, surgiu o cânone do cristianismo – a lista oficial de livros que,

segundo a Igreja, realmente haviam sido inspirados por Deus.”

(Sextante, 2004)

“No Concílio de Niceia, mais de 80 evangelhos foram estudados para compor o Novo

Testamento, e no entanto apenas alguns foram escolhidos – Mateus, Marcos, Lucas e João.”

(Dan Brown)

“As igrejas maiores e mais influentes tentavam impor seus textos, o que as menores não aceitavam. [...] A peleja continuou até o século 4, quando tudo

indicava que o cristianismo apostólico iria prevalecer sobre os outros cristianismos.

[...] Foi quando o imperador de Roma, Constantino, entrou em cena e interveio no

impasse.

“Os cristãos deixaram de ser perseguidos em 313 e apenas 12 anos depois seus

bispos foram convocados para o Concílio de Niceia, primeiro passo dado para a

criação do Novo Testamento. [...]

“Os evangelhos de Marcos, Lucas, Mateus e João foram escolhidos [...] por uma razão

muito simples: expressavam a visão dominante na Igreja. E todos os demais foram considerados apócrifos, falsos e

perigosos para o estabelecimento do novo livro.”

Quem escreveu esses ‘evangelhos’?

Quem eram os gnósticos?• Grego gnose = conhecimento


• Gnósticos = salvação através de um conhecimento oculto, revelado somente

a eles


• Gnósticos = salvação através de um conhecimento oculto, revelado somente

a eles

• Sincretismo entre judaísmo, cristianismo, mitologia grega e religiões orientais.

“Desde o início, o gnosticismo não tinha chances de ser bem-sucedido, pois rejeitava exatamente o livro que os primeiros cristãos consideravam

imbuído de autoridade: o Antigo Testamento.”

(Ben Witherington)

Evangelho de Tomé, o Israelita


“Certa vez, [Jesus] andava em meio ao povo e um rapaz que vinha correndo

esbarrou em suas costas. Irritado, Jesus lhe disse: ‘Não prosseguirás teu

caminho’. E imediatamente o rapaz caiu morto” (IV.1).


“E, no mesmo instante, aqueles que haviam falado mal dele ficaram cegos”

(V.1).

Evangelho de Tomé

Evangelho de Tomé

• Não contém histórias, mas apenas ditos de Jesus

Evangelho de Tomé

“Não se preocupem de manhã à noite, e da noite à manhã com o que haverão de vestir” (Tomé 36).

Evangelho de Tomé

“Deem a César o que é de César e deem a Deus o que é de Deus, e me

deem o que é meu” (Tomé 100).

Evangelho de Tomé

• Salvação através do autoconhecimento

“Jesus disse: ‘Aquele que busca continue buscando até encontrar.

Quando encontrar, ele se perturbará. Ao se perturbar, ficará maravilhado e

reinará sobre o Todo’” (Tomé 2).

Evangelho de Tomé

• Panteísmo (Deus = natureza)

“Jesus disse. ‘Eu sou a luz que está acima de tudo. Eu sou o tudo, o todo saiu de mim, e o todo voltará a mim. Cortem a madeira, ali estou. Ergam

uma pedra, e me acharão ali’” (Tomé 77).

Evangelho de Tomé

“Simão Pedro disse a eles: ‘Maria [Madalena] deve ir embora, porque as

mulheres não são dignas da vida!’ Jesus disse: ‘Eu a guiarei para que ela se torne homem. Assim, ela também se tornará

espírito vivo, semelhante a vocês homens. Pois toda mulher que se tornar homem entrará no Reino do Céu’” (Tomé

117).

Evangelho de Judas (200 d.C.)

Evangelho de Judas

Evangelho de Maria Madalena

Evangelho de Filipe

“E a companheira do [Salvador era Mar]ia Ma[da]lena. [Cristo amou] M[aria] mais do que [todos] os disc[ípulos, e costumava] beijá-la [frequentemente] na [boca]. Os

demais [discípulos se ofendiam com isso e expressaram seu descontentamento]. Eles disseram ‘Por que você a ama mais do que

a nós?’ O Salvador respondeu-lhes: ‘Por que eu não amo vocês como a amo?’”

Evangelho de Filipe

“O Evangelho de Filipe mais uma vez oferece imagens literais – beijo e ciúme –

para serem interpretadas de forma espiritual.”

(Karen King)

Evangelhos gnósticos• Muito tardios: escritos entre 150 e 400

d.C.

• Afastam-se totalmente daquilo que se conhece sobre a vida de Jesus

Oxford University Press, 1999

Agir, 2014

Loyola, 2002

O que aconteceu no Concílio de Niceia?


• O concílio tratou de vários assuntos, como a divindade de Cristo e a data

da celebração da Páscoa.


• O concílio tratou de vários assuntos, como a divindade de Cristo e a data

da celebração da Páscoa.

• O assunto da inclusão ou remoção de livros da Bíblia nem entrou na

pauta.


O importante livro de Bruce Metzger, The Canon of the New Testament

(Oxford University Press, 1997) nem sequer fala sobre o Concílio de Niceia.

Evangelhos gnósticos• Muito tardios: escritos entre 150 e 400

d.C.

• Afastam-se totalmente daquilo que se conhece sobre a vida de Jesus

Quem escolheu os livros do Novo Testamento?

Cânon = régua, padrão; lista dos livros sagrados


Com poucas exceções, os livros do Novo Testamento foram reconhecidos desde o

início.


Quando cessaram as perseguições e a igreja cristã se organizou mais

formalmente, alguns concílios apenas se pronunciaram oficialmente sobre o que

já era a crença da igreja, mas não decidiram quais livros fariam parte do

Novo Testamento.

Três critérios para pronunciamentos oficiais

Os livros deveriam conter os relatos mais antigos e mais fiéis sobre Jesus e a igreja

primitiva. Esse era o caso dos escritos pelos apóstolos ou pessoas intimamente

associadas a eles.

#01


Os livros deveriam estar em harmonia com os ensinos do Antigo Testamento do

restante do Novo Testamento.

#02


Os livros deveriam ter, desde o início, ampla aceitação entre os cristãos, e não

ser reconhecidos em apenas algumas regiões.

#03

(Galileu, setembro de 2008)

“Para especialistas, esses escritos perdem importância quando se constata que eles

tiveram como base os Evangelhos canônicos e seguiram o gnosticismo. [...]

“Há pesquisadores que vasculham esses livros, muitos dos quais em estado

fragmentário, em busca de informações valiosas que não teriam sido preservadas (ou teriam sido deliberadamente varridas

para debaixo do tapete) pelos evangelistas oficiais. O esforço vale a pena? O mais

provável é que não. [...]

“Além disso, a datação dos apócrifos aponta para uma composição décadas ou

até séculos depois dos Evangelhos oficiais.”

“Os livros que, com o tempo, foram confirmados pelos primeiros cristãos são exatamente aqueles acerca dos quais a

maioria dos estudiosos concorda que tiveram origem no período apostólico; e os

livros rejeitados pelos primeiros cristãos são aqueles acerca dos quais a maioria dos

estudiosos concorda que são tardios e secundários.”

(Andreas Köstenberger e Michael J. Kruger)

Podemos confiar no Antigo Testamento?

Hoje, acredita-se que o texto do Antigo Testamento foi ainda mais bem preservado

do que o Antigo.

Códice de Leningrado (1008 d.C.)

Caverna 4 (Qumran)

Cópia de Isaías

Santuário do Livro, Museu de Israel

Papiro

Por que não aceitamos os apócrifos?

TobiasJudite

1 Macabeus2 Macabeus

BaruqueSabedoria

EclesiásticoAcréscimos a Ester e Daniel


Não foram aceitos pelos judeus como parte da Bíblia hebraica

#01


Não foram citados ou recomendados por Jesus ou pelos apóstolos no Novo

Testamento

#02


Nenhum autor dos apócrifos afirma estar escrevendo Palavra de Deus, e alguns

negam isso explicitamente

#03


Nenhum autor dos apócrifos afirma estar escrevendo Palavra de Deus, e alguns

negam isso explicitamente

“Foi esta uma grande tribulação para Israel, como nunca houve desde o dia em que tinham desaparecido os profetas” (1

Macabeus 9:27).

“Se o fiz bem, de maneira conveniente a uma composição escrita, era justamente o que eu queria; se escrevi vulgarmente e de

modo medíocre, é isso o que me foi possível” (2 Macabeus 15:38).


Alguns livros apócrifos contêm graves erros históricos

#04

“[Os livros de Tobias e Judite] tratam a história e a geografia com muita liberdade.

De acordo com Tobias, o velho Tobit presenciou em sua juventude a divisão do

reino por ocasião da morte de Salomão (em 931 a.C.), foi deportado com a tribo de

Naftali (em 734 a.C.) e seu filho Tobias só veio a morrer após a ruína de Nínive (em 612 a.C.)” (Bíblia de Jerusalém, p. 661).

“O livro de Judite, sobretudo, manifesta uma soberba indiferença pela história e

pela geografia. O relato é situado no tempo de ‘Nabucodonosor, que reinou sobre os

assírios em Nínive’ (Judite 1:1). Ora, Nabucodonosor foi rei de Babilônia [e não da Assíria], e Nínive fora destruída por seu pai Nabopolassar” (Bíblia de Jerusalém, p.

662).


Apresentam ensinos totalmente contrários à Bíblia

#05

“É melhor praticar a esmola do que acumular ouro. A esmola livra da morte e

purifica de todo pecado. Os que dão esmola terão longa vida” (Tobias 12:8-9).

“A água apaga a chama, a esmola expia [ou seja, purifica] os pecados” (Eclesiástico

3:30).

“Abre o peixe, tira-lhe o fel, o coração e o fígado e guarda-os. [...] Se o coração ou o fígado do peixe são queimados diante de

um homem ou de uma mulher atormentados por um demônio ou por um espírito mau, a fumaça afugenta todo o mal e o faz desaparecer para sempre”

(Tobias 6:5, 8).

Em 2 Macabeus 2:40-45, incentiva-se a oração pelos pecados dos mortos.

“Apareceu a seguir, da mesma forma, um homem notável pelos cabelos brancos e

pela dignidade, sendo maravilhosa e majestosíssima a superioridade que o circundava. Tomando então a palavra, disse Onias: ‘Este é o amigo dos seus

irmãos, aquele que muito ora pelo povo e por toda a cidade santa, Jeremias, o profeta

de Deus’” (2 Macabeus 15:13-14).

SAIBA MAIS

Recursos on-line

• Daniel B. Wallace, “Deus nos deu um texto” (série de palestras) –

https://goo.gl/jQf6Mi

• Programa Evidências, “Como o Novo Testamento chegou até nós? Parte 1”

– https://goo.gl/NUj6Qh

• Programa Evidências, “Como o Novo Testamento chegou até nós? Parte 2”

– https://goo.gl/d9jL2Y

• Programa Evidências, “Podemos confiar no Novo Testamento? Parte

1” – https://goo.gl/uK2faE

• Programa Evidências, “Podemos confiar no Novo Testamento? Parte

2” – https://goo.gl/LZATh1

• Wilson Paroschi, “A confiabilidade do Novo Testamento” –

https://goo.gl/zm36ks

• BibleCast, episódios 20A e 20B, “A Bíblia no banco dos réus” –

http://goo.gl/I8jTTo

• BTCast, episódio 81, “Crítica textual” – http://goo.gl/efmdok

• KOVAR, Johannes. “O Textus Receptus e as traduções modernas da Bíblia.” Silver Spring, MD: Biblical Research

Institute, 2008. https://goo.gl/8Uc8i1

• “Modern Versions and the KJV.” Silver Spring, MD: Biblical Research

Institute, 1997. https://goo.gl/R7ytgX

• WALLACE, Daniel B. “O evangelho segundo Bart.” https://goo.gl/aX9jHq

Livros populares

(Unaspress, 2016)

http://goo.gl/KOASYL

(Editora Vida, 2001)

http://goo.gl/66xqA1

Sobre os temas abordados nestas palestras, veja a entrevista com

Bruce Metzger (p. 71-94).

(Casa Publicadora Brasileira, 2015)

https://goo.gl/xJSaFl

Sobre os temas abordados nestas palestras, veja os

primeiros capítulos.

(Vida Nova, 2013)

https://goo.gl/NkuaV8

Sobre os temas abordados nestas palestras, veja os capítulos 8 a 12.

Livros acadêmicos

(Vida Nova, 2014)

https://goo.gl/1z8D6h

(Sociedade Bíblica do Brasil, 2012)

http://goo.gl/I9czWl

(Hagnos, 2011)

http://goo.gl/fT5iIV

Contato:

Matheus Cardoso

[email protected]

papel aceita tudo? - parte 2

Spiritual