papa faz alerta padre geral visit a sobre idolatria à...

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Em EDIçãO 47 ANO 5 AGOSTO 2018 INFORMATIVO DOS JESUíTAS DO BRASIL PAPA FAZ ALERTA SOBRE IDOLATRIA pág. 11 PADRE GERAL VISITA à BOLíVIA pág. 19 ENCONTRO DAS REDES DA CPAL pág. 21 especial pág. 12 60 ANOS DE EDIçõES LOYOLA Seis décadas de ousadia, inovação e promoção da vida

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  • JESUTAS BRASIL

    Em edio 47ANO 5AgOstO 2018InformatIvo dosJesutas do BrasIl

    PAPA fAz AlertAsObre idOlAtriA

    pg. 11

    PAdre gerAl visitA bOlviA

    pg. 19

    eNcONtrO dAs redes dA cPAl

    pg. 21

    especial pg. 12

    60 anos de edies loyolaseis dcadas de ousadia, inovao e promoo da vida

  • 4 5Em Em

    sumrio edio 47 | ANO 5 | AgOstO 2018

    edItorIal 60 anos a servio da f, da justia e da cultura

    Pe. Danilo Aparecido Mondoni, SJ

    CalendrIo lItrgICo

    entrevIsta PeregrInos em mIsso Espiritualidade e arte em sintonia

    Pe. Lus Renato Carvalho de Oliveira, SJ

    o mInIstrIo de unIdadena IgreJa santa s Papa pede combate ao trfico humano 450 anos da morte de Santo Estanislau Kostka Pena de morte inadmissvel Francisco faz alerta sobre idolatria

    esPeCIal A servio da f, da justia e da cultura

    mundo CrIa Processo de beatificao do padre Pedro Arrupe Direito dos migrantes no Japo Visita do Padre Geral Bolvia Arquivos histricos do Apostolado da Orao

    amrICa latIna CPal Onde est o teu irmo? Encontro dos coordenadores das redes da CPAL Curso para indigenistas Rede de enfrentamento ao trfico humano

    Promoo da JustIa soCIoamBIental Brasil acolhe Campanha pela Hospitalidade

    dIlogo Cultural e relIgIoso Filme sobre Vicente Caas ganha prmio da CNBB

    6

    78

    10

    12

    18

    20

    22

    23

    Desde 1972, a Edies Loyola est localizada no bairro do Ipiranga, em So Paulo (SP)

  • 4 5Em Em

    Unicap homenageada pelo Tribunal Regional Eleitoral Colgio So Lus promover Seminrio de

    Prticas Educativas

    Juventude e voCaes Universitrios participam de voluntariado no Cear Projeto de aproximao e escuta dos jovens no Maraj

    CuIdado da amaznIa Seminrio em memria do Pe. Cludio Perani

    na Paz do senhor Ir. Jos Alves Fernandes

    JuBIleus / agenda

    EmJESUTAS BRASIL

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    26

    28

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    31

    InformatIvo dosJesutas do BrasIl

    exPedieNte

    EM COMPANHIA uma publicao mensal dos

    Jesutas do Brasil, produzida pelo Escritrio de

    Comunicao BRA.

    ComuniCao [email protected]

    www.jesuitasbrasil.com

    diretor editorialPe. Anselmo Dias, SJ

    editora e jornalista responsvelSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

    redaoJuliana Dias

    Silvia Lenzi

    CapaIr. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ

    diagramao e edio de imagensHanderson Silva

    produo audiovisualrica Silva

    Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ

    Luza Costa

    ColaBoradores da 47 edioPe. Agnaldo Pereira de Oliveira Jnior, Ana Lcia

    Farias, Bruno Victor, Camila Queiroz, Pe. Francisco

    de Assis Secchim Ribeiro Kiko, Joo Elton de Je-

    sus, Pe. Valrio Sartor e Ana Ziccardi (reviso). Um

    agradecimento especial a todos que colaboraram

    com a matria especial desta edio.

    traduo das notCias mundo + Cria geralPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez

    eduCao

  • 6 7Em Em

    editorial

    60 anos a servio da f,da justia e da Cultura

    Editar, imprimir e publicar livros e revistas so atividades que fazem parte de uma tradio jesutica iniciada por Santo Incio de

    Loyola. Diante da necessidade de ma-

    nuais a preos acessveis aos alunos,

    no ltimo ano de sua vida 1556 , Incio decidiu fundar uma tipografia

    no Colgio Romano; em 1564, a grfi-ca adotou caracteres rabes em suas

    publicaes e, em 1577, hebraicos. No sculo XVII e nas redues guaranis, os

    jesutas erigiram a primeira tipografia

    da Amrica do Sul. A partir do sculo

    XIX, em quase todos os pases em que

    se encontravam, comearam a editar

    revistas e publicaes de interesse ge-

    ral ou especializadas nos campos da

    espiritualidade, da poltica, da religio

    e da cultura Christus, La Civilt Catto-

    lica, tudes, Stimmen der Zeit.

    A equipe de Edies Loyola, que,

    em 2018, completa 60 anos, haure da mstica inaciana e, em seu trabalho,

    se inspira em Antnio Vieira: O livro

    a mais perfeita imagem de seu autor:

    to perfeita, que no se distingue dele,

    nem tem outro nome; o livro visto por

    fora no mostra nada, por dentro est

    cheio de mistrios; o livro, se se impri-

    mem muitos volumes, tanto tem um

    como todos, e no tm mais todos que

    um; o livro est juntamente em Roma,

    na ndia e em Lisboa, e o mesmo; o li-

    vro, sendo o mesmo para todos, uns per-

    cebem dele muito, outros pouco, outros

    nada, cada um conforme sua capacida-

    de; o livro um mudo que fala; um sur-

    do que responde; um cego que guia; um

    morto que vive; e no tendo ao em si

    mesmo, move os nimos e causa grandes

    efeitos(Sermo de Nossa Senhora de

    Penha de Frana, Obra completa Padre

    Antnio Vieira, So Paulo: Loyola, 2015, t. II, v. VII, V, p. 167).

    Edies Loyola aberta a todos os

    horizontes de pensamento e ramos

    do saber e tem como misso o servi-

    o da f e a promoo da justia e da

    cultura. Divulga textos de autores bra-

    sileiros e estrangeiros que apresentam

    real interesse e qualidade em vista da

    formao das pastorais da Igreja Ca-

    tlica e do enriquecimento cultural e

    espiritual de seus leitores. Em virtu-

    de do dilogo entre o cristianismo e

    o contexto cultural contemporneo,

    suas publicaes j encontram lugar

    no dinamismo da cultura brasileira e

    suas edies vo do cientfico ao mais

    simples e popular.

    Consolidada com base na auste-

    ridade e na colaborao, em seus 60 anos, a Loyola constituiu um fundo

    editorial de mais de 5 mil ttulos. Entre

    EdiEs LoyoLa abErta a todos os horizontEs dE pEnsamEnto E ramos do sabEr [...]

    eles, esto obras de grande valor cultu-

    ral, como a Suma Teolgica, em latim e

    portugus; o Dicionrio de Filosofia, de

    Ferrater Mora; as obras completas de

    Anchieta, Nbrega e Vieira; e outros

    projetos de importncia capital para a

    difuso do saber no Brasil. A Loyola pu-

    blica a revista Mensageiro do Corao de

    Jesus, que tem cerca de 85 mil assinan-tes, e outros ttulos relacionados es-

    piritualidade do Corao de Jesus e do

    Apostolado da Orao, como o Manual

    do Corao de Jesus.

    Para todas essas atividades edito-

    riais, possui um moderno parque gr-

    fico, acrescido agora com impressoras

    digitais, que lhe permite conciliar

    rapidez, atendimento e qualidade. A

    equipe de Edies Loyola, atrada pela

    plenitude de Cristo, volta todo seu es-

    foro para que a excelncia que a tc-

    nica lhe permite se some esperana

    apaixonada de que dias melhores sur-

    jam e se consolidem para todos.

    Boa leitura!

    Pe. Danilo Aparecido Mondoni, SJ

    Diretor e Editor na Edies Loyola

  • 6 7Em Em

    calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus agosto

    DIA 2

    DIA 18

    DIA 15

    So Pedro Fabro

    Assuno de Nossa Senhora

    Santo Alberto Hurtado

  • 8 9Em Em

    entrevista PeregriNOs em missO

    pe. lus renato Carvalho de oliveira, SJ

    Em 2005, o padre Lus Renato Carvalho de Oliveira estudou Arte

    Sacra, em Roma (Itlia). Mais recentemente, alm de cursos

    em Teologia, pode dedicar-se tambm pintura na Faculdade

    de Artes na Colmbia, onde morou por dois anos. Atualmente,

    ele integra a equipe da Casa de Retiros Mosteiro de Itaici Vila

    Kostka, em Indaiatuba (SP), onde fez novas pinturas-murais.

    Acredito que toda minha ao na vida est impregnada de

    arte-liturgia-espiritualidade, contou o padre Lus Renato, em

    entrevista ao informativo Em Companhia.

    Conte-nos um pouco da sua his-

    tria de vida.

    Somos quatro filhos, trs homens e

    uma mulher Henrique, Lus Renato,

    David e Regina. Papai e mame, Jos e

    Joana, foram pessoas muito simples, de

    origem humilde e do campo. Papai tra-

    balhou muito na fazenda, com gado e

    plantaes, mas, depois, em empresas

    na cidade grande. Mame sempre foi

    professora. Nos ltimos tempos, eles

    voltaram para o interior e moraram,

    muitos anos, na fazenda. Nascemos

    todos em Orizona, cidade pequena no

    interior de Gois, Diocese de Ipameri.

    Mas, quando eu estava com quatro anos,

    fomos para Goinia, a capital. Essa mu-

    dana foi, principalmente, por causa dos

    estudos dos filhos. As frias, entretanto,

    sempre passvamos na fazenda, tempo

    muito bom de contato com os parentes

    e a saudvel vida do campo.

    Como conheceu a Companhia de

    Jesus? Por que decidiu ser jesuta?

    Minha famlia foi muito religio-

    sa e fui educado nessa participao

    na Igreja, desde sempre orientado

    para esses valores. Portanto sinto que

    minha vocao nasce a mesmo. Em

    Goinia, eu participava de uma par-

    quia dos Padres Estigmatinos. Quando

    meu grupo de jovens comeava a fazer

    contato com a Casa da Juventude (Je-

    sutas), eu precisei mudar para Viosa

    (MG), por causa do incio do curso de

    Engenharia Civil. Essa mudana me-

    xeu muito comigo e comecei a pensar,

    mais seriamente, em meu futuro. Mui-

    to atuante na Pastoral da Juventude, fui

    convidado a fazer uma experincia dos

    Exerccios Espirituais (EE) com padre

    Jos Ramn Fernndez de la Cigoa, na

    poca, o OL (Orao e Libertao), e foi

    uma grande descoberta. O retiro aju-

    dou-me muito e comecei, ento, um

    acompanhamento vocacional. Desde

    o incio, fiquei encantado com os EE e

    com o que estava conhecendo da Com-

    panhia de Jesus, vindo ao encontro de

    minhas buscas por mais amor e servio

    e tambm de sentido para minha vida.

    Antes da sua nova misso, como

    membro da Equipe do Mosteiro de

    Itaici Vila Kostka, o senhor esteve

    trabalhando na Amaznia. Como foi

    esse tempo? Quais desafios e ensina-

    mentos pode partilhar?

    Neste ms, completo 17 anos como presbtero e j vou com 29 anos na Com-panhia de Jesus, tempo intenso de mui-

    tas misses. Uma das mais desafiadoras

    foi, realmente, os quatro anos que vivi

    em Manaus (AM), trabalhando com os

    EE, sendo superior de comunidade por

    trs anos, numa itinerncia fantstica

    espiritualidade e arteem sintonia

  • 8 9Em Em

    por vrios estados deste norte brasileiro.

    Durante esse perodo, orientei Exerc-

    cios Espirituais para religiosos(as), clero

    secular e lideranas nas parquias. Um

    clima muito quente e exigente, porm

    uma riqueza cultural incrvel, de um

    povo muito acolhedor e aberto, que de-

    safia nossa ao pastoral s exigncias

    da inculturao e respeito as diferentes

    culturas e expresses.

    Recentemente, o senhor esteve es-

    tudando na Colmbia. Nos fale desse

    tempo de formao. Quais os aprendi-

    zados e percepes adquiridos?

    Nossa proposta de formao sem-

    pre contnua, somos eternos aprendi-

    zes e nunca paramos de nos formar. Re-

    almente, um aprendizado constante.

    A experincia internacional sempre

    muito rica, cheia de desafios frente a

    uma nova lngua e uma nova cultura.

    impressionante a diversidade e ri-

    queza cultural da Colmbia, em vrios

    aspectos, para um pas, relativamente,

    pequeno. Voltar aos estudos universi-

    trios depois de tanto tempo e j com

    50 anos foi maravilhoso, um presente de Deus e da Companhia. A proposta

    inicial era de apenas um ano sabtico

    de estudos na Faculdade de Teologia

    da Universidade Javeriana, mas acabei

    ficando dois. No primeiro ano, escolhi

    cursos por semestre na Teologia que

    mais me atraam, como tambm alguns

    diplomados (cursos intensivos). Alm

    disso, no CIRE (Centro Ignaciano de

    Reflexin y Ejercicios), fiz a belssima

    Escola dos Exerccios Espirituais du-

    rante todo o ano. J, neste ano, comecei

    a pintar muito, a Colmbia me inspira-

    va demais. Assim, fomos discernindo e

    veio a possibilidade de ficar no pas por

    mais um ano, mas, desta vez, na Facul-

    dade de Artes, o que foi maravilhoso.

    Tambm escolhi cursos que mais me

    interessavam, ajudado por colegas jesu-

    tas e pelo prprio diretor da faculdade.

    O que necessrio para trabalhar

    a arte sacra e, mais precisamente, a

    arte e a espiritualidade?

    Inicialmente, acredito que o dom,

    a iniciativa, a criatividade e a ousadia

    devem nos levar a experimentar e des-

    cobrir novos caminhos. Claro que a for-

    mao vem dar sua contribuio, mas

    nada como a fora da experincia para

    impulsionar esse movimento. O ser hu-

    mano tem uma abertura e sensibilidade

    fantsticas para a beleza, em suas mais

    variadas expresses. E isso maravilho-

    so, pois, em nossa vida, na natureza e

    nas culturas, estamos constantemente

    rodeados de arte, de cores, de sons, de

    formas e movimentos, de texturas e

    luzes e a espiritualidade sopra, desde

    o mais profundo do humano, o desejo

    de cuidar e de criar mais vida, mais li-

    berdade, mais sentido e felicidade para

    todos! O mundo ser salvo pela beleza

    (Fidor Dostoivski, escritor russo)! Acre-

    dito que toda minha ao na vida est

    impregnada de arte-liturgia-espiritua-

    lidade, mais concretamente, neste ano,

    na Casa de Retiros Mosteiro de Itaici

    Vila Kostka (Indaiatuba/SP), com as no-

    vas pinturas-murais e os EE pela Arte.

    Estamos passando por uma mudan-

    a de poca, a espiritualidade tambm?

    Realmente, vivemos em um mun-

    do em mudana e isso nos afeta, nos

    provoca, em vrios aspectos, como na

    viso de mundo, na viso do ser hu-

    mano e na viso de Deus. No mundo,

    sempre aconteceram mudanas, tal-

    vez, nem sempre para melhor! A vida

    assim, dinmica, sempre em movi-

    mento! Creio que a espiritualidade, de

    modo muito especial os Exerccios Es-

    pirituais, nos ajudam a discernir esses

    novos caminhos, sempre no compro-

    misso com nossa humanidade, sempre

    aberta para Deus. Nesses dias, estou,

    pela quarta vez, orientando os EE de 30 dias e fico encantado com a fora to

    eficaz dessa ferramenta, uma riqueza

    que ainda no descobrimos em sua to-

    talidade, pois sempre assim, as coi-

    sas de Deus nos ultrapassam!

    [...] Em nossa vida, na

    naturEza E nas cuLturas, Estamos constantEmEntE rodEados dE artE [...]

  • 10 11Em Em

    o ministrio de unidade na igreja sANtA s

    450 anos da morte desanto estanislau KostKa

    150 Bilhes

    21 milhes

    28%

    HORROR EM NuMEROS

    PAPA Pede cOmbAte AO trficO HUmANOO Dia Mundial contra o Trfico de Pessoas 30 de julho foi insti-tudo pela ONU (Organizao das Naes Unidas) em 2013. Para lembrar a data, no domingo (29), o Papa Francisco fez o seguinte apelo: Esta chaga escraviza

    muitos homens, mulheres e crianas para

    fins de explorao no trabalho e sexual,

    do comrcio de rgos, da mendicncia

    e da delinquncia forada. Mesmo aqui,

    em Roma. As rotas de migrao tambm

    costumam ser usadas por traficantes e

    exploradores para recrutar novas vtimas

    de trfico. responsabilidade de todos

    denunciar as injustias e combater firme-

    mente esse crime vergonhoso.

    Somando-se ao apelo do Papa, foi lana-

    da pelo Vaticano, por meio do setor Mi-

    grantes e Refugiados do Dicastrio para

    o servio do Desenvolvimento Humano

    Integral, uma campanha contra o trfi-

    co de seres humanos. Durante o ms de

    agosto, a iniciativa vai utilizar a fora das

    redes sociais para denunciar essa tragdia

    mundial e conscientizar as pessoas para

    que ajudem a combat-la. A hashtag da campanha do Vaticano: #EndHumanTrafficking

    Uno-me orao de agradecimen-to dos fiis da Diocese de Plock e de toda a Igreja na Polnia, que, dentro de pouco, em Rostkowo, local de

    nascimento do Santo, participaro das

    celebraes centrais do Ano a ele dedica-

    do, escreveu o Papa Francisco em men-

    * Dados da ONU, UNICEF e Grupo de Coordenao Interagncias contra o Trfico de Seres Humanos (ICAT).

    Fontes: Vatican News | UOL

    Os nmeros*, abaixo, indicam a dimenso do trfico e da escravido de

    seres humanos no mundo:

    de dlares, aproximadamente, o faturamento da indstria desse crime.

    de pessoas so submetidasa trabalhos forados.

    das vtimas do trfico so crianas.

    sagem dirigida a dom Piotr Libera, bispo

    de Plock, pelos 450 anos da morte de San-to Estanislau Kostka, celebrado em 15 de agosto, acrescentando: Com apenas 18 anos, este aluno do noviciado jesuta em

    Roma (Itlia), um dos filhos mais excelen-

    tes de seu pas e da Companhia de Jesus,

    concluiu sua peregrinao terrestre.

    Dirigindo-se aos jovens dos quais

    Santo Estanislau padroeiro , Francis-

    co ressaltou: O mundo tem necessidade

    da sua liberdade de esprito, de seu olhar

    confiante para o futuro, da sua sede de

    verdade, de bondade e de beleza.

    /

  • 10 11Em Em

    Fontes: Vatican News | G1 | Estado

    frANciscO fAz AlertAsObre idOlAtriA

    Importante modificao no Catecismo da Igreja Catlica, artigo 2267, sobre a pena de morte, foi aprovada pelo Papa Francisco. Alm de decla-

    rar inadmissvel essa prti-

    ca em todas as circunstn-

    cias, o Vaticano indicou

    o seu compromisso em

    encorajar sua abolio em

    todo o mundo.

    O novo Rescrito do

    Papa, ou seja, a deciso papal

    sobre a questo da pena de morte,

    foi publicado, em 2 de agosto, pelo Vati-cano: Durante muito tempo, o recurso

    pena de morte inadmissvel

    Em 1 de agosto, durante a au-dincia pblica geral das quar-tas-feiras, o Papa Francisco aconselhou os catlicos a rejeitarem

    o culto de todo tipo de dolo. O Pon-

    tfice alertou que reconhecer as pr-

    prias idolatrias um incio da graa

    e coloca no caminho do amor, acres-

    centando que o amor incompatvel

    com a idolatria: se algo se torna ab-

    soluto e intocvel, ento mais im-

    portante do que um cnjuge, de um

    filho, ou de uma amizade. O apego a

    um objeto ou a uma ideia nos deixa

    cegos para o amor. Levem isso no co-

    rao, os dolos nos roubam o amor.

    Os dolos nos tornam cegos ao amor.

    E, para amar verdadeiramente, pre-

    ciso ser livre de todos os dolos.

    Francisco ressaltou que o mundo

    oferece o que ele classifica de super-

    mercado dos dolos, que podem ser

    imagens, objetos, ideias ou papis na

    sociedade. Ele alertou ainda que h outro

    pena de morte, por parte da legtima

    autoridade, era considerado, depois de

    um processo regular, como uma

    resposta adequada gravida-

    de de alguns delitos e um

    meio aceitvel, ainda

    que extremo, para a tu-

    tela do bem comum.

    Um dos trechos do

    documento ressalta ain-

    da que, hoje, torna-se cada

    vez mais viva a conscincia

    de que a dignidade da pessoa no

    fica privada, apesar de cometer crimes

    gravssimos. Alm do mais, difunde-se

    uma nova compreenso do sentido das

    sanes penais por parte do Estado. En-

    fim, foram desenvolvidos sistemas de

    deteno mais eficazes, que garantem a

    indispensvel defesa dos cidados, sem

    tirar, ao mesmo tempo e definitivamen-

    te, a possibilidade do ru de se redimir.

    No reformulao do Catecismo,

    luz do Evangelho, a Igreja ensina que a

    pena de morte inadmissvel, porque

    atenta contra a inviolabilidade e digni-

    dade da pessoa, e se compromete, com

    determinao, em prol da sua abolio

    no mundo inteiro.

    tipo de dolo moderno, como as drogas,

    responsveis por muitos jovens arrui-

    narem a sua sade e, at mesmo, a vida.

    Fonte: Vatican News | Observadorfo

    to: v

    atic

    an N

    ews

  • 12 13Em Em

    espeCial

    A propagao da f consi-derada uma das misses mais importantes que um jesuta recebe ao ingressar na Com-

    panhia de Jesus. Mas que f essa e

    como difundi-la? Sobre esses ques-

    tionamentos, o padre Danilo Mon-

    doni afirma que essa f , justa-

    mente, a f em Deus, que ama o ser

    humano e deseja que ele atinja sua

    plenitude. Na busca por essa vida

    plena, a Ordem religiosa sempre

    teve nos livros, revistas e outros

    tipos de publicao instrumentos

    de apoio para ajudar as pessoas a

    refletirem e a se reconciliarem com

    Deus, consigo mesmas, com os ou-

    tros e com a criao.

    No Brasil, nessa misso de ajudar

    o ser humano a ser plenamente hu-

    mano, nasceu a Edies Loyola, edi-

    tora e grfica que celebra 60 anos de existncia em 2018. Atual diretor da instituio, padre Danilo conta que

    essa tradio dos jesutas no campo

    das publicaes teve incio ainda na

    poca de Santo Incio de Loyola, funda-

    dor da Ordem religiosa. No ltimo ano

    de sua vida, Incio fez questo de erigir

    uma tipografia para confeccionar e pro-

    duzir apostilas ou livros de baixo custo

    para os alunos, explica.

    Com o intuito de que os contedos

    chegassem ao maior nmero possvel

    de pessoas, os jesutas permanente-

    mente tiveram o esprito de se lana-

    rem em novos projetos. Sempre esti-

    vemos envolvidos com comunicao

    de livros e revistas, principalmente, a

    partir do sculo XIX. Esta uma longa

    tradio, que permeia diversos cam-

    pos, seja de espiritualidade, de atu-

    alidade, de poltica, de religio, etc.

    Ento, faz parte dessa dimenso da

    promoo cultural, que um modo

    de contribuir para que o ser humano

    realize sua misso de refletir, ressal-

    ta padre Danilo.

    Nesse contexto, como uma das v-

    rias obras da Companhia de Jesus, a

    Edies Loyola carrega consigo a iden-

    tidade inaciana, reconhecida pela ca-

    pacidade de estabelecer dilogo com

    diferentes culturas e reas do saber.

    A Edies Loyola um grande e pode-

    roso instrumento de evangelizao no

    Brasil. Durante esses 60 anos de sua existncia, muitas publicaes impor-

    tantes no campo das Sagradas Escritu-

    ras, da Teologia, da Histria da Igreja,

    da Filosofia, da Literatura e de outras

    cincias ajudaram a formar a vida reli-

    giosa e o clero brasileiro, afirma padre

    Joo Renato Eidt, provincial do Brasil.

    Ele lembra que muitas geraes

    de jesutas estudaram Filosofia e Te-

    ologia e se formaram na espiritua-

    lidade inaciana por meio dos livros

    publicados pela Loyola. Padre Joo

    Renato tambm destaca que a espiri-

    tualidade inaciana est sendo vivida

    cada vez mais por leigos e que isso se

    deve tambm graas s publicaes

    editadas pela Loyola. Alm disso, ele

    ressalta que a diversidade de conte-

    dos publicados pela editora ajudou na

    formao de geraes de brasileiros,

    sejam eles cristos ou no.

    12 Em

    h 60 anos, edies loyola evangeliza por meio de suas publicaes

    a servio da f,da justia e da Cultura

  • 12 13Em Em 13Em

    a servio da f,da justia e da Cultura

    nossa histria

    A inspirao para a fundao da

    Edies Loyola comeou em 1958, com a revista Coleo Horizonte, em Belo

    Horizonte (MG). Dedicada aos jovens,

    a publicao abordava temas delica-

    dos para a poca, como namoro, pri-

    meiro beijo e conflito entre pais e

    filhos, alm de trazer artigos de

    psiclogos, socilogos, educa-

    dores, mdicos, entre outros

    especialistas. Em 1961, com o sucesso da revista, o padre

    espanhol Antonio Matienzo,

    editor da Coleo Horizonte,

    decidiu consultar o provincial

    da poca para pedir transferncia

    para So Paulo, onde havia mais re-

    cursos para investir na publicao. Au-

    torizado pelo superior, ele e o compa-

    nheiro jesuta Fidel Garcia Rodrguez

    mudaram-se para a capital paulista.

    Em So Paulo, com a revista, comecei

    a visitar vrios colgios da cidade e a

    publicao teve uma aceitao muito

    grande. Chegamos a conseguir quase

    2 mil assinaturas, lembra padre Fidel, que hoje, aos 79 anos, dedica-se Espi-ritualidade Inaciana.

    Nessa poca, os dois jesutas im-

    primiam a revista na grfica chamada

    Tipografia Cansio de Ao Social, que

    pertencia FEI, atual Centro Universit-

    rio da Companhia de Jesus. Essa grfica,

    localizada na Rua Vergueiro, estava para-

    lisada. Ento, o padre Antnio e eu a rea-

    tivamos e passamos a imprimir a revista

    l, conta o jesuta. Em 1963, o irmo Fi-rio Allocchio foi destinado a colaborar

    na publicao. Nesse perodo, comea-

    mos a pensar que as coisas estavam mui-

    to complicadas, porque editvamos li-

    vros, mas no tnhamos editora por trs

    e nenhum grupo que nos apoiasse. En-

    to, em maio de 1964, fundamos a Loyola oficialmente, recorda padre Fidel.

    Em 1969, os equipamentos da Tipo-grafia Cansio foram adquiridos pela

    Edies Loyola, que ampliou sua gr-

    fica com novas mquinas tipogrficas,

    linotipos e o setor de acabamento,

    explica padre Danilo, atual diretor da

    instituio. Logo aps essas aquisi-

    es, no final de 1972, a Edies Loyola foi transferida para a atual sede. O pa-

    dre Fidel conta que as obras do metr

    tinham comeado e a Loyola no podia

    mais permanecer na Rua Vergueiro.

    Ento, samos para procurar um local

    e compramos onde est atualmente,

    na Rua Mil Oitocentos e Vinte e Dois,

    no bairro do Ipiranga, relembra.

    25 de julhoEm 2008, por ocasio das

    celebraes dos 50 anos da Edies Loyola, foi estabelecido que

    25 de julho a data oficial para comemorar a fundao da editora. No conhecemos a data precisa da fundao, por isso estabelecemos 25 de julho (Dia do Livro), por ser uma

    data mais emblemtica, explica padre Danilo.

    Com 30 volumes e 15 mil pginas, a obra Completa padre antnio vieira foi publicada pela edies loyola no Brasil

  • 14 15Em Em

    espeCial

    Para o padre Danilo, foi nesse pero-

    do que a Loyola se consolidou. O ano de

    1972 assinala o incio daquilo que perce-bemos como a Loyola atual, ou seja, essa

    unio da editora e da grfica, que depois

    comearia a se abrir para trabalhos ex-

    ternos, explica. Um pouco antes desse

    perodo, o jesuta recorda a chegada do

    padre Gabriel Corral Galache, que atuou

    quase 30 anos como diretor da Loyola. Grande parte daquilo que a editora

    hoje deve-se a esse perodo do padre

    Galache. Nessa poca, aconteceu o es-

    tabelecimento j mais seguro da Loyola

    e sua expanso, afirma o jesuta.

    Na dcada de 1990, o padre Galache deu um grande impulso com a criao

    da Loyola Multimdia. Inaugurada em

    1998, a ideia era produzir contedos au-diovisuais. Os programas eram de alta

    qualidade e os temas eram diversos.

    Tnhamos programas de entrevistas e

    chegamos a trazer pessoas como dom

    Paulo Evaristo Arns, o escritor Rubem

    Alves, o educador Iami Tiba, alm de

    jesutas como os padres Joo Batista

    Libanio e Frana Miranda. Eram progra-

    mas muito bons, muito bem prepara-

    dos. Tnhamos uma equipe muito boa,

    conta padre Fidel.

    Segundo ele, um dos programas de

    mais sucesso chamava-se Terceiro Mil-

    nio e era veiculado pela Rede Mulher e

    pela Rede Vida. Produzido na Loyola,

    esse programa existiu at 2004 e tinha

    uma audincia diria, medida pelo Ibo-

    pe, de mais de 4,5 milhes de pessoas, conta o jesuta.

    A Loyola Multimdia funcionou de

    1998 a 2005, quando encerrou suas ati-vidades por dificuldades financeiras.

    Nesse momento, optamos em nos

    concentrar naquilo que era prprio e

    foi a misso original da Loyola, que a

    edio de livros, explica padre Danilo.

    Em 2012, com a diminuio das vendas, a Loyola entrou em uma gra-

    ve crise financeira. Entretanto seu

    patrimnio cultural e sua contribui-

    o para a formao das pessoas, por

    meio de suas publicaes, foi essen-

    cial para a revitalizao da institui-

    o. Nesse momento, perguntaram

    se eu aceitaria reassumir a funo de

    diretor da Loyola. Sem nenhuma he-

    sitao, aceitei a misso porque j ti-

    nha na cabea o que, mais ou menos,

    precisava ser feito. Com isso, em vez

    de substituir pessoas, reestabeleci

    a direo colegiada, nomeando trs

    diretores e depois os gestores. Nessa

    mesma semana, ns fizemos reuni-

    es, estudos, reajustamos os preos

    e os clientes comearam a voltar. Al-

    guns at diziam Eu reconheo que o

    preo de vocs um pouco mais alto,

    mas a qualidade do servio vale a

    pena, conta padre Danilo.

    Nessa caminhada da Edies Loyo-

    la, os colaboradores tm papel funda-

    mental. Segundo padre Danilo, trata-se

    de um trabalho coletivo. Para termos

    alcanado esse resultado da revitaliza-

    o da Loyola, os nossos parceiros in-

    ternos, os nossos colaboradores, foram

    fundamentais. So pessoas, realmente,

    comprometidas com a obra e com esse

    tipo de trabalho. Felizmente, estamos

    conseguindo e as pessoas se sentem re-

    alizadas, afirma.

    Em seis dcadas, a Loyola contou

    com a contribuio de muitas pesso-

    as, jesutas e leigos. Para o padre Joo

    Renato, sem a colaborao delas, no

    seria possvel participar da formao

    dos brasileiros nas diversas reas do

    saber humano. Sou muito grato por

    tudo aquilo que os nossos colaborado-

    res nos ajudaram e nos ajudam a reali-

    zar em nossa misso de evangelizar e

    preparar cidados para o futuro, afir-

    ma o provincial.

    Hoje, a Loyola conta com o empe-

    nho de 125 colaboradores, divididos en-tre grfica (70%), editora (20%) e a revista Mensageiro do Corao de Jesus (10%).

    revista mensageiro Em 1981, a editora do Corao

    de Jesus, localizada no Rio de Janeiro (RJ), e tambm pertencente aos jesutas, foi associada a Edies Loyola. Por meio dessa fuso, a Loyola assumiu a edio e a administrao da revista Mensageiro do Corao de Jesus, que tem 122 anos. Essa publicao um meio de difuso e expresso do

    14 Em

    Apostolado da Orao. Hoje, a revista conta com mais de 85 mil assinantes, espalhados por todas as regies brasileiras, conta padre Danilo. O jesuta explica tambm que a Loyola administra toda a parte logstica e de envio da publicao pelos Correios. Alm disso, para atender os milhares de assinantes, conta com um call center, com dois turnos de trabalho.

  • 14 15Em Em 15Em

    125ColaBoradores

    70%grfiCa

    20% editora

    revista mensageirodo Corao de jesus

    10%

  • 16 17Em Em

    espeCial

    legio e muito bom ver que a Loyola faz

    parte dessa rede jesuta, afirma.

    Ele tambm ressalta o acolhimento

    dos colegas no ambiente de trabalho. As

    pessoas so muito tranquilas, educadas,

    atenciosas e, de verdade, confesso que

    minha preocupao em sair do emprego

    anterior era justamente isso: no achar

    novamente um local assim. Hoje em dia,

    cada vez mais raro encontrar um local

    onde as pessoas tm esse discernimento,

    essa tranquilidade e o respeito, que acho

    que o mais importante, conta Ronaldo,

    que tem grandes expectativas para o futu-

    ro. Em uma reunio de que participei, o

    provincial falou que somos parte de uma

    famlia levando a palavra de Jesus para

    todo mundo. Essa fala dele me inspirou e,

    quanto mais a gente conseguir dissemi-

    nar isso, mais contente ficarei, finaliza.

    perspeCtivas para o futuro

    Quando o logo da Edies Loyola foi

    pensado, a ideia era representar a ousa-

    dia, ou seja, a coragem de sempre ir em

    frente. O cavalo veloz, tem vigor, e o

    intuito era a velocidade da notcia, da Boa

    Notcia, explica padre Fidel, que partici-

    pou da idealizao do smbolo, que hoje

    est impresso em todas as publicaes da

    editora. Aps 60 anos de histria, assim como o cavalo alado, a Loyola continua

    imbuda de ousadia e nimo para conti-

    nuar sua trajetria. Devemos sempre ter

    ousadia, procurando tomar iniciativas

    ousadas que contribuam para a realiza-

    o da misso, defende padre Danilo.

    Nesse horizonte, vislumbrando o

    futuro, recentemente, a Loyola investiu

    em novos equipamentos. Estvamos

    com impressoras com 20, 30 anos de uso. Com esse tempo, muitas peas j no

    tm reposio, ento, voc tem de recor-

    rer a algumas adaptaes, a mecnicos.

    Ento, da vem a necessidade tambm

    de renovar. Outro fator decisivo foi a

    queda bem acentuada das tiragens. Hoje

    em dia, as editoras tiveram de reduzir,

    drasticamente, seus lanamentos. Ns

    tambm estabelecemos como meta cin-

    co ou seis lanamentos por ms, mas,

    felizmente, com o nosso ritmo, a gente

    est tendo oito, nove, s vezes, at 10 lan-amentos, conta padre Danilo.

    Segundo o jesuta, com essa reduo

    de tiragem, muitas vezes, necessrio

    reimprimir livros com quantidade redu-

    zida, 300 ou 500 exemplares, ou at 100, quando se trata de um livro importante

    que precisa ser mantido em catlogo.

    Assim, surgiu o pensamento de recor-

    rermos impresso digital, as impresso-

    ras de baixa tiragem. Nesse sentido, fao

    questo de salientar os colaboradores que

    trabalham aqui, realmente, os meus dire-

    tores e os gestores, os chefes da grfica,

    so pessoas muito srias. Eles pesquisa-

    ram bastante e foram atrs para conhe-

    cer os novos equipamentos do mercado.

    So pessoas como Carlos Arlindo Cust-

    dio, 48 anos. Conhecido por todos como Carlo, ele trabalha h 22 anos na Loyola, onde j desempenhou vrias funes.

    Durante vrios anos, eu trabalhei como

    servios gerais, atendia telefone, ficava

    na portaria, atuava na logstica, lembra.

    Atualmente, no cargo de gestor de Pa-

    trimnio, ele o responsvel por zelar

    pela estrutura fsica da instituio e

    pelo gerenciamento das equipes que

    cuidam da limpeza, da segurana, da

    recepo e da copa.

    Para Carlos, a Loyola lhe proporcio-

    nou bem mais do que crescimento pro-

    fissional. Aqui, encontrei pessoas muito

    especiais. A Sandra, com quem sou casa-

    do h 20 anos e que me deu duas filhas; o irmo Allocchio, que me marcou mui-

    to, pois foi como um pai para mim, uma

    pessoa boa, que procurava sempre ajudar

    os outros. Nesses anos, eu convivi com

    muitas pessoas boas, afirma ele, que

    completa: aqui, eu me sinto em casa e

    tudo o que fao com o maior gosto.

    Esse fazer com gosto, citado por

    Carlos, tambm sentido por Ronaldo Pe-

    reira Lima, 43 anos. Apesar de recm-con-tratado, ele est h cerca de trs meses na

    Loyola, o coordenador da rea Comercial

    conta que trabalhar em uma instituio

    jesuta uma grande felicidade. A Loyo-

    la uma obra muito importante. Ento,

    voc acaba aprendendo muita coisa. Eu

    sempre fui apaixonado pelo Pateo do Col-

    16 Em

    nosso smBolo

    Na mitologia grega, Pgaso

    o cavalo alado que representa

    a imortalidade. Para a Edies

    Loyola, ele representa a ousadia

    e a velocidade.

  • 16 17Em Em

    Com isso, j em outubro de 2017, ns contratamos, ento, a compra dessas

    novas impressoras digitais, afirma.

    Esses novos investimentos, que

    saram do oramento da Loyola, con-

    firmam que a instituio est pronta

    para os prximos 60 anos. Essas ino-vaes esto sendo feitas de forma

    muito realista. Nisso, destaco dois

    aspectos fundamentais: primeiro, o

    dinheiro prprio da Loyola, ou seja,

    um investimento nosso; o segundo

    que isso no resultou em demisso de

    ningum, as pessoas foram realocadas

    e treinadas para essas novas mquinas

    e ainda tivemos de contratar mais dois

    ou trs colaboradores. Ento, na parte

    de justia social, estou muito conten-

    te, ressalta padre Danilo.

    Atualmente, as vendas da Loyola

    so feitas pelo site www.loyola.com.br,

    mas grande parte delas ainda pe-

    los distribuidores. A editora jesuta

    no conta com lojas fsicas. Segun-

    do padre Danilo, desde o incio, essa

    foi uma opo. Como faz parte de

    uma associao filantrpica, Edies

    Loyola no pode ter loja. Sendo assim,

    o trabalho dividido para os distri-

    buidores, sempre trabalhamos com

    a colaborao das Paulinas, da Pau-

    lus e da Vozes. Mas o parceiro maior,

    responsvel por mais de 40%, a DLL, a Distribuidora Loyola de Livros. In-

    clusive, o pessoal confunde pensan-

    do que so nossas lojas por causa do

    nome Loyola, explica o jesuta.

    A Loyola est entre as maiores edi-

    toras do Brasil. O catlogo ativo tem

    mais de 2 mil ttulos dentre os mais de

    5 mil j publicados pela editora. Poucas editoras, no Brasil, tm um catlogo des-

    se tamanho. E temos outra caracterstica,

    a Loyola atende um pblico bem diver-

    sificado. Tem uma audincia efetiva no

    meio acadmico, com as suas publicaes

    na rea de Filosofia, Teologia, Educao,

    Psicologia, Biotica, entre outras reas, e

    tambm atende um pblico mais focado

    na rea da Espiritualidade, Pastoral e Ma-

    gistrio da Igreja. Nossas publicaes pro-

    pem, inclusive, um dilogo interessante

    entre diversas reas do conhecimento

    acadmico e a espiritualidade; por exem-

    plo, temos uma nutricionista (Dra. Gisela

    Savioli) que agrega a questo nutricional

    espiritual. Esse compromisso refora o

    nosso objetivo maior de promover os va-

    lores cristos e humanos, em uma combi-

    nao atual entre a f, a cultura e a justia.

    Isso permite a Loyola um dilogo bem

    abrangente com uma diversidade bem

    grande de pblico, explica Paulo Morego-

    la, diretor Comercial e de Marketing.

    Com todos esses investimentos e

    a diversidade de pblico, a instituio

    jesuta pode sonhar com os prximos

    anos. Para o padre Fidel, que participou

    da fundao da Edies Loyola, o impor-

    tante sempre acreditar. Eu acredito

    muito na importncia de veicular conte-

    dos que ajudem a florescer a vida, a for-

    talecer os vnculos das famlias, a educar

    em valores. Eu acredito muito nos meios

    de comunicao quando so ideias que

    vm somando para, realmente, enrique-

    cer as pessoas, para uma vida mais digna

    e, consequentemente, fortalecer os vn-

    culos humanos, para o exerccio pleno

    da cidadania, finaliza o jesuta.

    dEvEmos sEmprE tEr ousadia, procurando tomar iniciativas

    ousadas quE contribuam para a rEaLizao da missope. danilo mondoni, SJ

    17Em

    Para saber mais sobre a loyola, assista ao vdeo que preparamos para voc! Acesse pelo link https://youtu.be/iu_WksBuviy ou

    no Qr-code abaixo:

  • 18 19Em Em

    Companhia de jesus no mundo criA gerAl

    direitO dOs migrANtes NO JAPO

    proCesso de BeatifiCao do padre pedro arrupe

    A Diocese de Roma abriu a Causa de Beatificao do pa-dre Pedro Arrupe. O anncio foi feito pelo padre Arturo Sosa, Su-

    perior Geral da Companhia de Jesus,

    em 11 de julho, durante a Assembleia Mundial das Universidades Jesu-

    tas, realizada em Bilbao (Espanha).

    Comeamos, de forma empenhada,

    o processo de beatificao do padre

    Pedro Arrupe, afirmou o Pe. Geral,

    arrancando aplausos dos mais de 300 participantes do encontro. Ele acres-

    centou que Arrupe era um homem de

    verdade enraizado em Cristo, dedica-

    do sua misso, cujo milagre maior

    que todos ns estejamos aqui hoje.

    Vigsimo oitavo Geral da Companhia

    de Jesus, entre 1965 e 1983, Pedro Arru-pe nasceu na cidade de Bilbao. O cardeal

    vigrio de Roma, Angelo de Donatis, as-

    sentiu que a causa de beatificao fosse

    desencadeada pela diocese onde Arrupe

    faleceu, ou seja, Roma (Itlia). Com o in-

    cio desse processo, concretiza-se um de-

    sejo h muito sentido pela comunidade

    inaciana. O padre Arturo Sosa pediu ora-

    es de todos e a colaborao de pessoas

    que tenham informaes teis sobre a de-

    voo do jesuta. Para ns, Arrupe uma

    figura de grande importncia e queremos

    ressaltar que ele viveu a santidade de uma

    forma muito profunda e original em toda

    a sua vida: como jovem, como jesuta,

    como mestre de novios, como provincial

    e Geral, afirmou o Superior Geral.

    O Departamento de Migrantes do Centro Social Jesuta jun-tou-se, recentemente, a vrias ONGs de todo o Japo para realizar

    uma conveno nacional sobre os di-

    reitos dos migrantes no pas. Sob o t-

    tulo Campanha pelos direitos dos mi-

    grantes 2020 - Koko ni iru, Estou aqui, estamos aqui!, o tema da conveno

    foi o desenvolvimento de um dos con-

    ceitos centrais dos Jogos Olmpicos e

    Paralmpicos de Tquio 2020: unidade

    na diversidade. O Pe. Ando

    Isamu, diretor do Depar-

    tamento de Migrantes do

    Centro Social Jesuta, e

    dois outros membros da

    equipe fizeram parte dos

    150 delegados que se reu-niram em Hokkaido, nos

    dias 9 e 10 de junho, para participar da conveno orga-

    nizada pela rede Solidariedade

    com os Migrantes no Japo (SJM).

  • 18 19Em Em

    ArQUivOs HistricOs dO APOstOlAdO dA OrAO

    visita do padre geral Bolvia

    Entre os dias 14 e 19 de julho, o Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, visitou a Bolvia, percorrendo as cida-

    des de Santa Cruz de la Sierra, San Ig-

    nacio de Moxos, Cochabamba e La Paz.

    Durante a viagem, o padre Arturo

    Sosa encontrou-se com os povos ind-

    genas de San Ignacio de Moxos, em 16 de julho, e prometeu que os jesutas

    iro fazer todo o possvel para assegurar

    que a voz dos indgenas seja ouvida. Re-

    ferindo-se ao Snodo para a Amaznia,

    Uma nova ferramenta de pesquisa on-line est ago-ra disponvel para acessar os arquivos do Aposto-lado da Orao (agora Rede Mundial de Orao do Papa), mantidos no ARSI (Arquivos Romanos da Compa-

    nhia de Jesus).

    Fundado em 1844, o Apostolado da Orao celebrar 175 anos, em 2019. O guia inclui os documentos da fundao desse duradouro apostolado, no qual os jesutas esto pre-

    convocado pelo Papa Francisco para

    outubro de 2019, ele disse: Em nome da Companhia de Jesus e, pela parte

    que toca, faremos o nosso melhor para

    garantir que o tempo do Snodo seja

    uma caixa de ressonncia, um grito que

    possa ser ouvido em todas as partes do

    mundo. Os jesutas vivem e trabalham

    em San Ignacio de Moxos desde 1689.Em 18 de julho, em La Paz, o Su-

    perior Geral encontrou-se com re-

    presentantes das Obras Educativas da

    Companhia de Jesus na Bolvia. Todos

    os trabalhos apostlicos da Companhia

    devem ser caracterizados pelo apostola-

    do intelectual, afirmou o padre Arturo

    Sosa. Ele disse ainda: Muitas vezes, esse

    tipo de apostolado entendido como fi-

    nalidade exclusiva de universidades ou

    centros de pesquisa. Proponho que es-

    tendamos esse entendimento, de modo

    que todo o trabalho educativo e todas

    as obras apostlicas promovidas pela

    Companhia e pelas instituies sob sua

    responsabilidade sejam verdadeiramen-

    te um apostolado intelectual.

    sentes desde o seu incio. Alm disso, a correspondncia

    dos diretores regionais de todo o mundo catlico mostra

    como esse apostolado foi desenvolvido em vrios pases.

    Ali, encontram-se tambm os Congressos Eucarsticos.

    Acesse os arquivos do Apostolado da Orao:

    www.sjweb.info/arsi/Guide.cfm

    Fonte: Boletim da Cria Geral dos Jesutas (Edio 13 julho)

  • 20 21Em Em

    a Companhia de jesus na amriCa latina cPAl

    onde est o teu irmo?

    pe. roberto jaramillo Bernal, sjPresidente da CPAL

    A situao poltica e social de todo o continente continua piorando. A corrupo tem provocado metstases nos pases do

    continente, corroendo os sistemas po-

    lticos, jurdicos e legislativos, os pac-

    tos sociais, as instituies pblicas e

    privadas, o mundo empresarial, entre

    outras instituies. A Igreja no escapa

    de pecados e de culpa. verdade que

    nem todo mundo se deixou corromper

    e que, nessa reserva moral e tica, paira

    a esperana de dias melhores. Mas o pa-

    norama no deixa de ser desolador.

    So paradigmas dessa crise gene-

    ralizada a violncia oficial que, em

    quatro meses, fez mais de 450 assas-sinatos polticos e tem milhares de

    pessoas presas e feridas na Nicargua,

    assim como a intransigncia obtusa

    do governo venezuelano que continua

    agarrado ao poder e a seus privilgios,

    quando, s claras, o pas sangra social,

    econmica e politicamente. A bno

    de Nicols Maduro (Venezuela), Evo

    Morales (Bolvia) e Miguel Daz-Canel

    (Cuba) ao regime autoritrio de Daniel

    Ortega (Nicargua) uma mostra pa-

    ttica do poder da corrupo.

    Mas no so menos paradigmticas

    dessa nauseabunda situao a norma-

    lizao poltica do golpe dado no Bra-

    sil, justo no momento em que a Ode-

    brecht (empreiteira) operava a maior

    mfia corruptora do milnio, e as atu-

    ais dificuldades de governabilidade

    do gigante da Amrica, onde os altos

    juzes (na sua maioria tambm acusa-

    dos de corruptos) competem e fingem

    substituir os polticos, porque parece

    que no h nenhum que se salve.

    triste ver a incapacidade da OEA-

    -Organizao dos Estados Americanos

    (no do secretrio, mas a falta de de-

    ciso dos pases que a compem) para

    defender a democracia em Honduras,

    ou para exigir o respeito pelas decises

    soberanas na Bolvia, ou para fazer

    valer a ordem constitucional no Para-

    guai. E ainda nos falta ver o que acon-

    tece com os acordos de paz na Colm-

    bia, com a economia no Equador ou na

    Argentina, com a reforma judicial no

    Peru e com a governabilidade de pases

    como a Guatemala ou El Salvador.

    Ante essa complexa situao, res-

    soaram, novamente, neste 31 de julho, festa de Santo Incio de Loyola, as

    perguntas que o Pe. Arturo Sosa, Su-

    perior Geral da Companhia de Jesus,

    nos dirigiu no ano passado, no evento

    Impactando, realizado em Lima (Peru):

    qual seria hoje a resposta de Incio e de

    seus companheiros? Se eles estivessem

    fundando hoje a Companhia de Jesus,

    que misso e que forma lhe dariam? Se

    contemplarmos com os olhos da

    Trindade um mundo onde a corrup-

    o afetou no apenas as estruturas

    sociais, polticas e culturais, mas o

    ncleo das conscincias, qual seria o

    nosso maior e mais fundamental desa-

    fio? Como podemos garantir que, atra-

    vs das diversas misses em que atu-

    amos (em to grande diversidade de

    trabalhos), estamos permitindo que

    Deus toque e transforme a conscin-

    cia de pessoas e grupos?

    Padre, vocs fazem muitas coi-

    sas, dizia-me ontem uma pessoa com

    quem eu conversava; [...] e todas elas

    so lindas. Mas s uma indispens-

    vel: mudar a vida das pessoas. E isso

    s Deus pode fazer. Vocs esto a para

    ajud-Lo; se no for assim: estorvam.

    como podEmos garantir quE, atravs das divErsas missEs Em quE atuamos[...], Estamos pErmitindo quE dEus toquE E transformE a conscincia dE pEssoas E grupos?

    O texto na ntegra est disponvel

    link https://bit.ly/2wbWRTJ

  • 20 21Em Em

    cUrsO PArA iNdigeNistAs rede deenfrentamentoao trfiCohumano

    enContro dos Coordenadoresdas redes da Cpal

    ntre os dias 9 e 28 de julho, o padre Valrio Sartor participou do Curso

    de Extenso em Histria e Cultura

    Indgena do Brasil, promovido pelo CIMI

    (Conselho Indigenista Missionrio), em

    parceria com a ANILA (Universidade Fe-

    deral da Integrao Latino-americana).

    Realizado no Centro de Formao

    Vicente Caas, em Braslia, o curso, que

    existe h trs anos, contou com 31 par-ticipantes de diversos lugares do Brasil,

    grupo bastante heterogneo de pesso-

    as ligadas causa dos povos indgenas,

    formado por professores, funcionrios

    pblicos, religiosas, militantes dos mo-

    vimentos sociais, entre outros.

    m 30 de junho, membros da Rede de Enfrentamento ao

    Trfico Humano da Trplice

    Fronteira (Brasil, Peru e Colmbia)

    entre eles, o padre Valrio Sartor

    reuniram-se em Islndia (Peru), com

    o objetivo de partilhar as atividades

    desenvolvidas, ter um momento de

    formao e, tambm, planejar as ati-

    vidades futuras.

    Realizada a cada dois meses, a ini-

    ciativa um espao importante para

    o fortalecimento da Rede e para o es-

    tudo de estratgias de preveno e de

    conscientizao da questo do trfico

    humano bastante presente na re-

    gio fronteiria.

    Foram 20 dias muito intensos de aprendizagem sobre histria e resistn-

    cia indgena, terra e territorialidade, di-

    reitos desse povo, bem-viver, antropo-

    logia e conjuntura poltica indigenista.

    Alm das aulas ministradas pe-

    los assessores sobre essas temticas,

    houve tambm vrios momentos de

    convivncia, de reflexo e de par-

    tilha dos trabalhos dos participan-

    tes do curso. Na ocasio, Pe. Valrio

    teve a oportunidade de apresentar os

    trabalhos do SJPAM (Servio Jesuta

    Pan-Amaznico) e da REPAM (Rede

    Eclesial Pan-Amaznica) no territrio

    Pan-Amaznico.

    Fonte: Carta Mensal Pan-Amaznia (n 51/ Julho 2018) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.

    ntre os dias 24 e 27 de julho, o pa-dre Alfredo Ferro, coordenador do

    SJPAM (Servio Jesuta Pan-Amaz-

    nico), participou do encontro dos coorde-

    nadores de todas as Redes com a equipe

    de Coordenao da CPAL (Conferncia

    dos Provinciais Jesutas da Amrica Lati-

    na e Caribe), realizado em Lima (Peru).

    Com a participao de 20 pessoas, o encontro possibilitou um ambiente

    de construo coletiva. Foram postos

    em comum os POAs (Plano Operativo

    Apostlico) de cada uma das REDES e

    seus consolidados. Ao mesmo tempo,

    buscaram-se os passos a serem dados

    para en-RED-dar-nos melhor, tra-

    tando de encontrar aes bilaterais

    entre as REDES, bem como caminhos

    para percorrer de maneira conjunta.

    Desse modo, a iniciativa foi um bom

    exerccio para analisar, concretamen-

    te, o PAC (Plano Apostlico Comum)

    da CPAL e possibilitar compromissos

    concretos que sejam avaliveis.

  • 22 23Em Em

    5 Cidades 11 instituies1.500 pessoas

    Durante 40 dias, entre abril e maio, a Campanha pela Hospitalidade foi levada a:

    Manaus (AM), Boa Vista (RR), Belo Horizonte (MG), Rio de Ja-neiro (RJ) e So Paulo (SP).

    Companhia de jesus PrOmOO dA JUstiA sOciOAmbieNtAl

    Brasil aColhe Campanhapela hospitalidade

    1.500 pessoas alcanadas, entre leigos e jesutas, pela turn. Foi uma viagem car-

    regada de emoes e de afeto, abertura e,

    sobretudo, de solidariedade com a causa

    dos migrantes forados em nosso conti-

    nente, conta Luiz Fernando Gmez.

    A hospitalidade uma interao

    que permite humanizar o outro e a si

    mesmo e construda sobre o conhe-

    cimento da outra pessoa, na constru-

    o de pontes com ela, no acolhimen-

    to do diferente que chega at ns,

    ressalta Luiz Fernando, acrescentando

    que agir em prol de uma causa, como

    a defesa dos direitos dos migrantes

    forados, possvel se nascida de in-

    divduos conscientes de sua respon-

    sabilidade individual, na qual se reco-

    O Brasil foi escolhido para encer-rar a turn da Campanha pela Hospitalidade #SoyH por pases latino-americanos. A iniciativa da Rede

    Jesuta com Migrantes na Amrica Latina

    e no Caribe (RJM-LAC) tem o objetivo de

    construir uma rede de pessoas e institui-

    es envolvidas em Acolher, Proteger Pro-

    mover e Integrar migrantes e refugiados.

    Durante 40 dias, entre os meses de abril e maio de 2018, o casal colombiano Natalia Salazar e Luiz Fernando Gmez,

    acompanhado pelo padre Agnaldo Junior,

    diretor nacional do SJMR Brasil, visitou 11 instituies da Provncia dos Jesutas do

    Brasil-BRA, entre colgios, faculdade e

    obras sociais. A msica Depende de Mim

    foi o fio condutor dos dilogos com as

    Acesse o link, oua a msica

    Depende de Mim e saiba mais

    sobre a campanha #SoyH

    https://bit.ly/2KJ6Hlt

    foto

    : col

    gio

    so

    lu

    s (sP

    )

    nhecem diferentes e complementares

    e se projetam para a humanidade a

    partir de uma opo de generosidade.

    Retornar ao mnimo do sentido co-

    mum: somos Humanos.

  • 22 23Em Em

    filme sObre viceNte cAAsgANHA PrmiO dA cNbb

    O filme KIWXI - Memria, Mar-trio e Misso de Vicente Caas foi premiado como melhor curta-metragem pela CNBB (Confern-

    cia Nacional dos Bispos do Brasil) com

    o trofu Margarida de Prata, em julho.

    O prmio, importante apoio produ-

    o cultural livre do Pas institudo em

    1967, tem revelado nomes e confirmado diretores e produtores consagrados do

    cenrio cinematogrfico brasileiro.

    O curta-metragem tambm recebeu

    a meno honrosa trofu Ir. Dorothy,

    tendo sido o mais votado nas redes so-

    ciais. Em entrevista ao site Vatican News,

    o diretor Cireneu Kuhn afirmou que o

    filme resultado de um trabalho pro-

    duzido a muitas mos. Foi realmente

    uma alegria muito grande receber a

    notcia de que o Kiwxi estava entre os

    trs finalistas do prmio Margarida de

    Prata, da CNBB. O filme no s de uma

    pessoa: do diretor ou de quem quer que

    seja. So muitas mos, cabeas e, so-

    bretudo, muitos coraes que se unem

    numa produo. Por isso esta premia-

    o pertence a muita gente, ressaltou.

    O filme traz depoimentos de pes-

    soas que conviveram com o irmo

    jesuta Vicente Caas, brutalmente

    assassinado em 1987. Segundo o diretor do curta-metragem, o que fica mais forte

    nas falas das pessoas que Kiwxi, como

    o jesuta era chamado pelos indgenas,

    era uma pessoa fora do comum, radical

    em suas opes: coisas de santo.

    Kiwxi o segundo documentrio da

    srie Os mrtires da Amaznia, coorde-

    nada pela SIGNIS Amrica Latina e pela

    REPAM (Rede Eclesial Pan-Amaznica).

    A produo est a cargo da Verbo Filmes.

    Acesse https://bit.ly/2AQiw9N e as-sista ao filme!

    Fontes: Vatican News/Comunicao da Provncia dos Jesutas da Espanha

    Companhia de jesus dilOgO cUltUrAl e religiOsO

    viCente Caas

    Nascido na provncia de Albacete

    (Espanha), em 22 de outubro de 1939, Vicente Caas ingressou na Compa-

    nhia de Jesus em abril de 1961. Quase cinco anos depois, em janeiro de 1966, foi enviado em misso ao Brasil pas

    que adotaria como seu, naturalizando-

    -se brasileiro. O jesuta viveu, durante

    dcadas, em vrios povoados indge-

    nas, levando radicalidade o mandato

    de enculturao* nascido do Conclio

    Vaticano II. Vicente Caas foi um dos

    fundadores do Conselho Indigenista

    Missionrio do Brasil (CIMI) e membro

    da Operao Anchieta (OPAN).

    O missionrio foi morto por defen-

    der a vida e o territrio dos ndios Ena-

    wen Naw, no noroeste de Mato Gros-

    so, aos 48 anos de idade. Em 5 de abril de 1987, fez seu ltimo contato por rdio

    com os companheiros que estavam na

    capital mato-grossense. Na ocasio, ele

    avisou que pretendia subir para a aldeia

    indgena no dia seguinte. Assim, presu-

    me-se que sua execuo ocorreu entre

    6 e 7 de abril. Seu corpo foi encontrado mumificado 40 dias depois, em 16 de maio, junto ao barraco de apoio que ha-

    via construdo prximo ao Rio Juruena, a

    60 km da aldeia.

    *Enculturao processo em que a pessoa aprende as exigncias da cultura em que est inserida, adquirindo valores e comportamentos

    vistos como necessrios para aquela cultura.

  • 24 25Em Em

    Companhia de jesus edUcAO

    uniCap homenageada pelo triBunal regional eleitoral

    cOlgiO sO lUs PrOmOver semiNriO de PrticAs edUcAtivAs

    A Unicap (Universidade Catli-ca de Pernambuco) recebeu a Medalha do Mrito Eleitoral Frei Caneca, no final de julho. A honra-

    ria concedida pelo Tribunal Regional

    Eleitoral (TRE-PE) a servidores, magis-

    trados e instituies que prestaram ser-

    vios relevantes Justia Eleitoral Bra-

    sileira e, em especial, pernambucana.

    Com o intuito de proporcionar um espao de crescimento coletivo, o Colgio So Lus promover o Seminrio CSL de Prticas Educativas

    2018, entre os dias 21 e 22 de setembro. Com o tema Desafios do educar e aprender

    no sculo XXI, o encontro reunir edu-

    cadores, pesquisadores e estudantes da

    rea educacional para discutir os desa-

    fios e rumos da educao.

    O evento ser uma oportunidade para

    que os profissionais da rea possam esta-

    belecer trocas de experincias bem-suce-

    didas que respondam, de maneira eficaz,

    aos problemas vividos no cotidiano esco-

    lar. No encontro, sero apresentadas pes-

    quisas nas diferentes reas da educao.

    A partir das reflexes e trocas feitas ao

    longo do seminrio, espera-se contribuir

    com o debate acadmico e com o dilogo

    pedaggico que acontecem, respectiva-

    mente, nas universidades e nas escolas de

    Educao Bsica, aproximando esses uni-

    versos de produo de conhecimento.

    partiCipe!Inscries e mais informaes em

    www.saoluis.org/seminario

    A Unicap tem desenvolvido aes de

    combate corrupo durante o pero-

    do eleitoral. Uma delas a cartilha Vote

    Limpo, que traz informaes sobre como

    evitar e denunciar prticas abusivas e

    crimes durante a campanha eleitoral. A

    iniciativa fruto de uma parceria com

    a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-

    -PE) e a Arquidiocese de Olinda e Recife.

    Instituda em 1990, a comenda dividida nas categorias ouro, pra-

    ta e bronze. A Unicap foi agraciada

    com a categorias ouro, a mesma

    destinada a magistrados que j pas-

    saram pelo Tribunal. A medalha foi

    entregue ao reitor da instituio,

    Prof. Dr. Padre Pedro Rubens Ferrei-

    ra de Oliveira.

  • 24 25Em Em

    https://bit.ly/2ugraua

    https://bit.ly/2ugraua

    https://bit.ly/2uGRAUAhttps://bit.ly/2uGRAUA

  • 26 27Em Em

    Companhia de jesus JUveNtUde e vOcAes

    universitrios partiCipam de voluntariado no Cear

    O trabalho voluntrio uma expe-rincia de liberdade, pois uma doao livre sem esperar nada em troca, afirmou o padre Pedro Rubens

    Ferreira de Oliveira, durante a missa de

    acolhida dos estudantes que participa-

    ram da edio de julho do projeto Vo-

    luntariado Universitrio (VOU!), desen-

    volvido nas comunidades de Vazantes,

    distrito de Aracoiaba (CE).

    Resultado de uma parceria entre a

    Unicap (Universidade Catlica de Per-

    nambuco), o Programa MAGIS Brasil

    e a Fundao F e Alegria, a iniciativa

    reuniu alunos da Unicap e das univer-

    sidades espanholas Comillas, Deusto e

    Ramon Llull. Segundo o estudante je-

    suta Joo Elton de Jesus, coordenador

    do Voluntariado Universitrio, a expe-

    rincia teve incio com uma pequena

    peregrinao de, aproximadamente,

    dois quilmetros at a Igreja So Joo

    saiBa maisVoc tambm quer participar do Programa de Voluntariado Universitrio

    Unicap (VOU!)? Ento, fique atento ao site www.unicap.br/vou

    Evangelista. Foi um momento especial

    para que os voluntrios pudessem, lite-

    ralmente, pisar na terra onde atuaram,

    durante parte de suas frias, ajudando

    e aprendendo com os demais, contou.

    Durante o voluntariado, alm do in-

    tercmbio cultural e de conhecimentos,

    os estudantes participaram de oficinas

    de lngua portuguesa, promovidas pelo

    professor do curso de Letras da Unicap,

    padre Andr Lus de Arajo. O jesuta

    tambm desenvolveu atividades de auto-

    conhecimento e projeto de vida.

    Os voluntrios tiveram a oportunida-

    de de visitar a Casa de Cultura de Vazan-

    tes, onde puderam conhecer mais a co-

    munidade. Depois de sentir e saborear a

    realidade de Vazantes e olhar para os seus

    prprios dons e habilidades, os volunt-

    rios planejaram as oficinas que oferece-

    ram durante toda a experincia, explicou

    Joo Elton. O jesuta ressaltou que, alm

    de promover as oficinas, os voluntrios

    tambm aprenderam com a comunidade.

    Durante as semanas da experincia, bra-

    sileiros e espanhis receberam aulas de

    maracatu ministradas pelos alunos e pro-

    fessores de F e Alegria. Isso importante,

    pois mostra que todos podem aprender e

    ensinar, basta estar aberto e colocar, a ser-

    vio dos demais, os seus conhecimentos

    e habilidades, destacou Joo Elton.

    iniciativa resultado da parceria entre unicap, magis Brasil e f e alegria

  • 26 27Em Em

    PrOJetO de APrOximAO e escUtA dOs JOveNs NO mArAJ

    Em julho, encerrou-se o primeiro semestre do Projeto de Aproxi-mao e Escuta dos jovens da Ilha do Maraj (PA). Desenvolvido pelo

    Centro MAGIS Amaznia, o projeto o

    primeiro passo para ampliar o servio

    juventude. O objetivo da iniciativa

    mapear a diversidade de manifestaes

    e expresses juvenis no ato da aproxi-

    mao, alm de acompanhar, na me-

    dida do possvel, as singularidades das

    juventudes na Amaznia.

    Para o incio dessa aproximao,

    foram escolhidas as comunidades

    Santana do Arari e Arana, pertencen-

    tes aos municpios de Ponta de Pedras

    e Cachoeira do Arari. A primeira fase

    do projeto teve incio em abril, com

    o processo de aproximao, quando

    trs colaboradores visitaram as co-

    munidades apresentando o Programa

    MAGIS Brasil, assim como a espiritu-

    alidade Inaciana e a promoo da jus-

    tia socioambiental. A partir de uma

    dinmica de acolhimento, o Centro

    MAGIS Amaznia promoveu ativida-

    des eclesiais e culturais.

    No final da primeira fase, criou-

    -se um cronograma de atividades a

    serem promovidas pelo Centro MA-

    GIS mensalmente, nas duas comuni-

    dades. A programao foi construda

    com base no apelo e nas necessidades

    das comunidades e, principalmente,

    das juventudes. A presena do Centro

    MAGIS Amaznia s foi possvel pelo

    voluntariado de jovens que, todo ms,

    se propunham a ir e a promover as

    atividades nas comunidades ribeiri-

    nhas. Nesse contexto, os voluntrios

    foram postos em confronto com sua

    prpria realidade e puderam analisar

    o perfil da juventude daquela rea, de

    forma a compreender de quais ma-

    neiras o projeto poderia repercutir

    positivamente para aquela comuni-

    dade. Assim, ento, iniciou-se a se-

    gunda fase do projeto: a escuta.

    Nessa etapa, houve a aplicao de

    questionrio com questes sobre situa-

    o a socioeconmica e de identificao

    das realidades juvenis (religio, poltica,

    sexualidade, violncia, consumo). Por

    meio dele, foi possvel traar o perfil dos

    jovens que vivenciaram a primeira etapa

    do projeto. Diante da pluralidade de rea-

    lidades e contextos na Amaznia, prin-

    cipalmente, frente s vrias faces da ju-

    ventude presente na regio, conhecer de

    perto cada rosto e anseio desses jovens

    (aproximao) foi fundamental para ma-

    pear (escuta) todos que estiveram pre-

    sentes ao longo do projeto.

    Em 27

  • 28 29Em Em

    Companhia de jesus cUidAdO dA AmAzNiA

    seminrio em memriado pe. Cludio perani

    Entre os dias 8 e 11 de agosto, foi realizado o Seminrio Cludio Perani Legado Proftico: Desa-fios e Perspectivas, em Manaus (AM).

    O evento teve como objetivo celebrar

    a memria do padre jesuta Cludio

    Perani, falecido h 10 anos. Queremos resgatar sua espiritualidade, mstica

    e metodologia libertadora, de modo

    a inspirar a defesa da Amaznia e de

    seus povos, bem como construir pers-

    pectivas baseadas na Ecologia Inte-

    gral, explicou o padre David Hubald

    Romero, delegado para a Preferncia

    Apostlica Amaznia PAAM.

    Organizado pelo SARES (Servio

    Amaznico de Ao, Reflexo e Edu-

    cao Socioambiental), em parceria

    com a Equipe Itinerante Intercongre-

    gacional e Interinstitucional e o CIMI

    (Conselho Indigenista Missionrio),

    o evento tambm teve o apoio da Ar-

    quidiocese de Manaus, do ITEPES

    (Instituto de Teologia Pastoral e En-

    sino Superior da Amaznia), do CEAS

    (Centro de Estudos e Ao Social), do

    OLMA (Observatrio Nacional de Justi-

    a Socioambiental Luciano Mendes de

    Almeida), da Casa MAGIS Manaus e do

    Frum de Mudanas Climticas.

    Uma celebrao eucarstica, na Ca-

    tedral Metropolitana de Manaus Nossa

    Senhora da Conceio marcou o incio

    do seminrio, no dia 8 de agosto, reu-

    nindo cerca de 500 pessoas. A missa foi presidida pelo bispo emrito da Arqui-

    diocese, dom Luiz Soares Vieira, grande

    amigo do Pe. Cludio Perani. Durante a

    homilia, ele ressaltou que o Snodo para

    Amaznia, que acontecer em 2019, ser uma oportunidade para discutir e trazer

    alguma luz sobre a atuao da Igreja na

    Amaznia. Citando as palavras do Papa

    Francisco, ele lembrou que o todo

    maior que as partes. Segundo o bispo

    emrito, os ribeirinhos, os quilombolas,

    entre outros, so partes importantes que

    precisam de ateno, mas que a soluo

    para a Amaznia no vem somente para

    atender uma realidade e precisa ser pen-

    sada em termos mais amplos.

    Ainda em sua homilia, dom Luiz So-

    ares ressaltou que ns, cristos e crists,

    somos homens e mulheres de esperan-

    a, capazes de ver nos sinais dos tempos

    as tendncias da Igreja e olh-las com

    olhar proftico, olhar o mundo sonhado

    por Deus. E acrescentou: O Pe. Cludio

    teve esta viso e insistiu muito, de fazer

    conhecer a realidade de nossa regio para

    a instalao do reino de Deus.

    No fim da celebrao, Kiki Perani

    leu a carta que fez em memria do ir-

    mo, Pe. Cludio, dizendo que ele foi

    luz, guia e semeador e sua semente

    deu frutos, seja na Igreja ou de ajuda

    e luta pelo povo brasileiro, e entre es-

    tes, os mais pobres, mais desumani-

    zados, mais explorados.

    Em mesa-redonda durante o semi-

    nrio, o diretor do ITEPES (Instituto de

    Teologia, Pastoral e Ensino Superior da

    Amaznia), padre Ricardo Castro, apon-

    tou os elementos inspiradores no pen-

    samento do Pe. Cludio Perani para o

    Snodo para a Amaznia. Ele ressaltou

    que, de acordo com o pensamento do

    jesuta, alm das diferentes compreen-

    ses sobre a Amaznia, precisamos co-

    nhecer seus povos, nos aproximarmos

    das pessoas para aprender com suas ex-

    perincias, uma atitude que est muito

    presente no pensamento e discurso do

    Papa Francisco em referncia ao Snodo

    para a Amaznia, o qual ele deseja que

    brote da vida do povo, da escuta.

    Em sua participao durante a

    mesa-redonda, Francinara Martins,

    coordenadora geral da COIAB (Coorde-

    nao das Organizaes Indgenas da

    Amaznia Brasileira), alertou que est

    Amaznia: novos caminhos para a

    Igreja e por uma ecologia integral

    o ttulo do Snodo convocado

    pelo Papa Francisco e que ser re-

    alizado em outubro de 2019.

  • 28 29Em Em

    acontecendo, no Brasil, uma guerra fria

    entre o governo e os defensores dos di-

    retos. O que, segundo ela, tem levado ao

    sofrimento dos povos, sobretudo, mu-

    lheres, crianas e os mais velhos.

    Francinara questionou sobre o que

    fazer para ter garantias diante dos gran-

    des projetos de explorao cada vez mais

    presentes na Amaznia. Basta, chega de

    tanto retrocesso, de no nos ouvirem,

    de no nos enxergarem, de dizer que os

    povos indgenas no sabem, afirmou a

    Nascido na It-

    lia em 1932, Padre Cludio Perani foi um

    importante telogo e de-

    fensor das causas dos trabalhadores

    aqui no Brasil. Um dos fundadores do

    CEAS (Centro de Estudos e Ao Social),

    em Salvador (BA), e da CPT (Comisso

    Pastoral da Terra), foi figura importan-

    te no processo de redemocratizao do

    Pas, na poca da ditadura militar.

    Quem foiCludio perani? Dedicou 14 anos de sua vida regio

    amaznica, onde foi o primeiro Supe-

    rior do Distrito dos Jesutas da Ama-

    znia, hoje j extinto. Sempre muito

    envolvido no campo social, defendia a

    importncia de propor formao e ex-

    perincias profundas de encarnao

    nas diversas realidades amaznicas,

    aliando ao e reflexo. Com sua intui-

    o, foi dando pistas, desde o incio, de

    que a atuao na Amaznia marcada

    por inmeros desafios que envolvem

    megaprojetos, desmatamento, dis-

    puta de terras, diversidade de povos e

    lnguas, por isso precisa ser sentida e

    analisada de maneira muito concreta

    e com os ps no cho literalmente.

    Os traos pessoais do Pe. Cludio

    Perani no deixam dvida de que era

    algum que gostava de estar com o

    povo. Ele fazia uma anlise da reali-

    dade bastante minuciosa e com mui-

    to discernimento, sempre em defesa

    da Amaznia e de seus povos.

    coordenadora da COIAB, acrescentando:

    no temos medo de defender nossa fa-

    mlia, nosso territrio, pois nossa gran-

    de luta a luta pela Me Terra.

    Em outro momento da mesa-redon-

    da, lembrou-se tambm das comuni-

    dades indgenas urbanas presentes na

    Amaznia. A indgena Marcivana Ro-

    drigues Paiva, representante da COPIME

    (Coordenao dos Povos Indgenas de

    Manaus e Entorno), contou que existem

    45 povos e 15 lnguas diferentes na ca-

    pital amazonense. O indgena no dei-

    xa de ser indgena por estar na cidade,

    observou Marcivana, ressaltando que o

    que falta reconhecimento, o que im-

    plica falta de direitos. Ela alertou ainda

    sobre os perigos dos ndios nas cidades,

    como o fato de perder a cultura, uma

    vez que a cidade impe seus valores e

    traz novos modos de vida e afirmou que

    para ter um rosto amaznico, a Igreja

    deve respeitar e assumir a cultura ind-

    gena, suas simbologias.

    Fonte: Preferncia Apostlica Amaznia (PAAM) e Comunidades Eclesiais de Base do Brasil (CEBs)

  • 30 31Em Em

    Companhia de jesus NA PAz dO seNHOr

    na paz do senhorir. JOs Alves ferNANdesPor Pe. Carlos henrique mller

    Irmo Jos Alves Fernandes nasceu no dia 10 de agosto de 1931, em uma localidade chamada Mercs, no mu-nicpio de Alto Rio Doce (MG). Foi ba-

    tizado pelo padre Francisco Gaudio, na

    Parquia de Nossa Senhora das Mercs.

    Em 21 de abril de 1950, Ir. Fernandes ingressou na Companhia de Jesus em

    Monnerat (RJ), quando o padre Artur

    Alonso era provincial. Fez os votos no

    final do Noviciado, em 22 de outubro de 1952, em Itaici (Indaiatuba/SP). Os ltimos votos aconteceram na Igreja de

    Santa Teresinha do Menino Jesus, em

    Utiariti (MT), em 15 de agosto de 1962, re-cebidos pelo padre Henrique Froehlich.

    O Ir. Fernandes trabalhou em di-

    versos ofcios na Companhia. Com

    exceo de curtos perodos em Itaici

    (1953-1955), no Colgio Loyola em Belo Horizonte (1967) e no Centro Cultural de Braslia em Braslia (1968-1971) , vi-veu por muitos anos em Mato Grosso.

    Em Diamantino (MT), de 1956 a 1960, atuou como cozinheiro, hortelo e pe-

    cuarista. Em 1972 e 1973, na regio do Barranco Vermelho (Diamantino), na

    Estao Missionria Santo Incio, foi

    auxiliar no Posto Escondido. Depois,

    na Residncia Imaculada Conceio,

    ad omnia e motorista dos enfermos. De

    1961 a 1966 e de 1978 a 1983, em Utiariti, desenvolveu diversos trabalhos, como

    hortelo, cozinheiro, pecuarista, au-

    xiliar da administrao, enfermeiro,

    roupeiro e motorista. De 1986 at 2018,

    na Residncia Joo Bosco Burnier,

    exerceu diferentes funes, entre elas,

    a prestao de servios Congrega-

    o das Irmzinhas da Imaculada. Sua

    grande qualidade foi a fidelidade ao

    trabalho que lhe foi confiado na mis-

    so do Mato Grosso.

    O padre Carlos Viana d seu teste-

    munho sobre o jesuta:

    Mineiro, o Ir. Fernandes gostava de

    falar das coisas que compunham suas

    grandes paixes: os ndios do Mato Gros-

    so, a Misso Anchieta, as histrias de ir

    e vir nesse serto, o avio que cortava o

    estado a servio dos ndios, os tratores,

    caminhes, cavalos, barcos e outros meios

    de transportes, as aventuras a servio do

    Evangelho, os amigos que j tinham par-

    tido e que, agora, ele certamente j os re-

    encontrou. Na parede de nossa Residncia

    Burnier, tem uma fotografia dele com uma

    ona e, na outra, ele est sobre a cabine de

    um caminho e com os ndios Rikbaktsa.

    Nesses ltimos anos, ele ficou mais

    por Cuiab (MT), vivia na Casa de Trn-

    sito para ndios e missionrios. Todos

    os dias, ia missa cedo e, depois, to-

    mava um caf na casa das Irmzinhas

    de Santa Paulina. Ali prestava servios

    de motorista quando elas precisavam,

    comprava suas coisas: torresmo, po de

    queijo, sua cervejinha, o biscoito de pol-

    vilho (como pode tirar Minas de dentro

    de um mineiro?). Depois que foi constru-

    da a residncia dos jesutas em Cuiab

    e fechada a Casa de Trnsito, ele passou

    a morar em comunidade, mas tinha seu

    ritmo prprio e gostos marcados. Era

    um conserto de lmpada, uma torneira

    a trocar, arrumar o porto eletrnico,

    afiar facas, levar o carro na oficina, de

    tudo o Fernandes fazia. Era um homem

    bom, cuidadoso com a casa, servial e

    disponvel. Se algum ouvisse as modas

    antigas de viola na casa da frente de

    nossa residncia, j podia saber que era

    sbado ou domingo.

    Este jesuta original tinha vindo ao

    Mato Grosso logo depois do Noviciado,

    chegou Diamantino em 5 de maio de 1955 e passou a se dedicar ao sustento do Internato de Utiariti na criao de gado.

    No sbado, a gente acordava com o chei-

    ro do torresmo e a feijoada estava pronta.

    No domingo, era dia de sopa, preparada

    do jeito da Misso. Gostava de assistir

    aos filmes de bang bang e tinha grande

    amizade com os ndios e as pessoas sim-

    ples do bairro. Quando foi para a Casa

    de Sade e Bem-Estar Nossa Senhora

    da Estrada (So Paulo), em 2 de julho de 2018, estava muito fraco. Levou apenas uma malinha e deixou para trs coisas

    simples que couberam numa caixa: um

    rosrio antigo, o colar indgena que ele

    gostava de usar, a faca antiga, o canive-

    te, o bocal de luz e uma fotografia antiga

    dele tocando berrante. Recebemos not-

    cias em vdeo no whatsapp, mostrando-o

    contando histrias e rindo ao lado do seu

    companheiro de Noviciado, o Irmo No-

    gueira. Como mineiro e missionrio, vai

    agora contar seus causos l no cu. Aqui,

    deixou saudades. Homem bom esse ir-

    mo Fernandes. Homem Bom!

  • 30 31Em Em

    agenda

    centro mAgis inaciano da Juventudelocal fortaleza (ce) site www.cijmagis.comtel.: (85) 3231-0425

    centro loyola de f e cultura PUc-riotema: O livro da sabedoriaprofessor: carlos frederico schlaepfer, doutor em teologia bblica pela PUc-riolocal Rio de Janeiro (RJ)site www.centroloyola.puc-rio.brtel.: (21) 3527-2010

    centro loyola de bHtema machado de Assisorientadora raquel guimares local belo Horizonte (mg)site centroloyola.org.brtel.: (31) 3342-2847

    centro loyola de f, cultura e espiritualidade de goiniatema dana: linguagem do transcendente o corpo em oraoorientadora Prof conceio vianalocal goinia (gO)site centroloyola.com.brtel.: (62) 3251-8403

    cePAt (centro de Promoo de Agentes de transformao)tema dorothy dayassessor Paulo fernando carneiro de Andrade (PUc-rio) local curitiba (Pr) e-mail [email protected].: (41) 3349-5343

    casa mAgis manauslocal manaus (Am)facebook @casamagismanause-mail [email protected]

    casa de retiros mosteiro de itaici - vila Kostka tema iniciao experincia dos ee de santo incio e Princpio e fundamentoorientadores dita Oliveira e chris catellilocal indaiatuba (sP)site www.itaici.org.brtel.: (19) 2107-8501

    centro de espiritualidade cristo rei cecrei local so leopoldo (rs)orientadores Pe. gustavo de Paula, SJsite www.cecrei.org.brtel.: (51) 3081-4200

    vila ftimalocal florianpolis (sc) orientador Pe. Adroaldo Palaoro, SJsite www.vilafatima.com.brtel.: (48) 3237-9245

    Anchietanumlocal so Paulo (sP)site www.anchietanum.com.brtel.: (11) 3862-0342 / 96465-1414

    setemBro2

    2 A 6

    6

    gruPo de aComPanhamento voCaCIonal InaCIano (gavI)

    retIro de 4 dIas

    enContro de estudos soBre as realIdades JuvenIs

    Curso

    lIteraturas de lngua Portuguesa

    ofICIna

    rezar Com os mstICos

    voluntarIado na Pastoral do mIgrante

    exerCCIos esPIrItuaIs Para leIgos - eel1

    dIas de orao

    juBileus60 ANOs de cOmPANHiAEm 7 de setembroIr. Laudelino Costa

    Pe. Lauro Willy Barth

    50 ANOs de sAcerdciOEm 28 de setembroPe. Ilrio Govoni

    15

    15 e 22

    19

    22

    22 e 23

    28 A 30

    30

    Em 20 de setembroPe. Alfonso Carlos Palacio Larrauri

    Em 24 de setembroPe. Fidel Garcia Rodriguez

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