pap - criação de uma instituição de apoio a crianças com
TRANSCRIPT
-
Escola Secundria do Padro da Lgua
(402412)
Pg. 1/ 114
Curso Profissional de Tcnico de Apoio Infncia
PROVA DE
APTIDO
PROFISSIONAL
TEMA: Criao de uma Instituio de Apoio a Crianas com Trissomia 21
Flvia Catarina Soares Cruz
-
_________________________________________________________________________
Pg. 2/114
Orientador: Dra. Ldia de Jesus Pessegueiro Serra
-
_________________________________________________________________________
Pg. 3/114
Prembulo
Produto Intelectual da Prova de Aptido Profissional apresentado Escola Secundria do Padro
da Lgua para efeitos de concluso do Curso Profissional de Tcnico de Apoio Infncia, de
acordo com o consagrado na Portaria 550-C/2004, de 25 de Maio, com as alteraes introduzidas
pela Portaria 797/2006, de 7 de Junho.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 4/114
Agradecimentos
Em primeiro lugar, sem menosprezar o estabelecimento educativo presente, quero agradecer
professora Ldia Serra, pelo apoio e incentivo em toda a fase de escolha do tema a abordar; por
toda a confiana e credibilidade depositada;
Em segundo lugar, Escola Secundria do Padro da Lgua, concretamente a Ex.ma
Sra. Diretora
Dra. Isabel Morgado e sua equipa, por todo ter tornado possvel a realizao deste projeto,
principalmente, autorizando os contatos com o exterior e a execuo de atividades para
angariao de fundos;
Em terceiro lugar, ao Diretor de Curso, professor Rui Castro por todas as lies de vida e, acima
de tudo, por todo o apoio na construo da nossa personalidade enquanto tcnicos de apoio
infncia; tambm, professora Isabel Aboim, pelo companheirismo e dedicao incondicional
turma.
Seguidamente, passo a agradecer Professora Ana Dias por toda a ajuda em aspetos
instituicionais da funcionalidade de uma associao; saliento tambm o professor Paulo Pais,
como um exemplo, um padro a seguir, por todas as lies do ser humano como pessoa, como
uma identidade formada e equilibrada; a todos os restantes professores que contriburam para os
diversos nveis da construo de uma identidade e de um tcnico profissional; agradeo tambm
Doutora Ana Filipa Vargas e gata Monteiro membros da Instituio APPT21, por toda a
disponibilidade demonstrada e todas as informaes fornecidas; um sincero obrigado tcnica de
necessidades educativas especiais da Escola Secundria do Padro da Lgua, Dr. Joana
Correira e ao Dr. Jos Jorge, pelo aconselhamento tcnico em questes legais que me prestou
fundamentais na realizao deste projeto; um agradecimento muito especial instituio
APPACDM Centro Dr. Leonardo Coimbra, pela disponibilidade em permitir a minha Formao
em Contexto de Trabalho (FCT) no seu estabelecimento; a Fernanda Rua e Rui Rua
Cabeleireiros, por todo o apoio e patrocnios.
A nvel pessoal, comeo por agradecer minha me, Fernanda Santos por ter dado vida a um
beb, que foi sem dvida a minha maior inspirao na realizao deste projeto, o meu irmo,
portador de Trissomia 21, Pedro Dinis; seguidamente ao Andr Rua, pelo incentivo e motivao,
assim como toda a ajuda a pacincia na execuo deste projeto e, por ltimo, a todos os membros
da turma 3A, pelo companheirismo ao longo de todo o processo e a todo o apoio incondicional,
em especial realce, a Ana Filipa da Silva Rocha, por toda a motivao e amizade assim como
todos os projectos realizados em comum. A todos escritos e talvez no escritos, um muito
obrigada por toda a ajuda para a concluso deste projeto.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 5/114
Vem at mim
com olhar de esperana,
deixando no ar
riso de criana
que inocente
e quer um amigo,
com quem partilhar
o que faz sentido
Sentimento puro
o que de repente
vejo no futuro
com um olhar diferente
de quem v o mundo
sem qualquer maldade
despido de tudo
o que for vaidade,
buscando somente
a grandeza imensa
de quem tem, por dentro,
uma alma intensa
Meno Honrosa Concurso de Poesia da APPACDM de Setbal
ano de 1999
Dedico este projeto ao meu irmo, Pedro Dnis Soares Santos!
http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://http://
-
_________________________________________________________________________
Pg. 6/114
ndce:
Introduo Pg. 9
Parte terica Pg. 11
Histria e causas da patologia Pg. 12
Tcnicas de diagnstico Pg. 16
Caractersticas do portador Pg. 17
reas de interveno Pg. 19
Desenvolvimento motor Pg. 23
Individuo portador e a socieda Pg. 25
Trabalho prtico Pg. 27
Estrutura/organizao Pg. 28
A - Metodologia
Contactos Pg. 28
Entrevistas/Resultados e anlise crtica Pg. 29
Inqurito a pais sem filhos com T21 Pg. 33
Inqurito a familiares de portadores Pg. 43
-
_________________________________________________________________________
Pg. 7/114
Inqurito a educadoras Pg. 50
B - Constituio
Documentos de abertura Pg. 60
Fluxograma do processo de constituio Pg. 61
Impressos do RNPC Pg. 62
Estatuto de utilidade pblica Pg. 64
Estatutos/ Regulamento interno da Associao Pg. 65
Primeiras propostas de gesto Pg. 72
Logotipo Pg. 73
Formulrio de inscrio Pg. 74
Papel timbrado e envelope Pg. 76
Patrocnios Pg. 77
Pgina web e Facebook Pg. 78
C Plano de atividades
Antes da abertura Pg. 80
-
_________________________________________________________________________
Pg. 8/114
Depois da abertura Pg. 83
D Documento final Pg. 90
Concluses Pg. 91
Bibliografia Pg. 94
Anexos Pg. 96
-
_________________________________________________________________________
Pg. 9/114
I. Introduo
A Trissomia 21 ou Sndrome de Down constitui um distrbio gentico causado pela
presena de trs cpias do cromossoma 21 em vez das habituais duas. A Trissomia 21 no
escolhe raa, surgindo em todas com uma incidncia de 1 em cada 800 nascimentos. Em
Portugal, apesar de no haver dados oficiais, estima-se que existam entre 12 mil a 15 mil
crianas portadoras da sndroma, nascendo anualmente cerca de 150 a 1701. Esta sndroma
est, normalmente, associada a dificuldades no mbito do desenvolvimento fsico e das
capacidades cognitivas, assim como a diferenas na aparncia facial e corporal. Tratar de
uma criana com Trissomia 21 no fcil, mas tratar de crianas normais tambm no . O
mais importante o reconhecimento dessa criana como uma pessoa e no como um
diminudo. Os portadores da Sndrome de Down so intelectualmente diminudos, mas apenas
numa escala que vai de leve a moderado, o que significa apenas que a sua capacidade de
aprendizagem mais lenta do que a de uma pessoa normal.
1 Revista: Farmcia Sade, n 58 - Julho de 2001.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 10/114
Efetivamente, a interveno precoce essencial para mitigar os efeitos negativos que a
trissomia 21 pode ter no desenvolvimento da criana e deve ser iniciada de preferncia logo
aps o nascimento. Atualmente existem servios to diversos e especficos como a psicologia
clnica e educacional, a pediatria do desenvolvimento, a sade mental, a fisioterapia, a terapia
da fala e a terapia ocupacional especialidades que, orientadas por profissionais qualificados,
so fundamentais na deteo e teraputica de problemas resultantes da Sndrome de Down.
Apesar de estas crianas necessitarem de ateno e apoio extra, os cuidados que se deve ter
com elas no diferem muito daqueles auferidos por outras crianas. Deve ensinar-se e ajudar
a criana a evoluir, mas sem que ela se torne dependente, porque quanto mais a criana
aprender a cuidar de si prpria, melhores condies ter para enfrentar o futuro. neste
contexto que a Criao de uma Instituio de Apoio a crianas com Trissomia 21 que d o
ttulo a este projeto de Prova de Aptido Profissional toma relevncia. Em Portugal verifica-se
que cerca de 8% da populao apresenta deficincia de qualquer o tipo, e a grande maioria
no habitam sozinhas, pelo contrrio esto inseridas num agregado familiar.
Concomitantemente, este problema social extensvel a 20 a 25% da populao da
portuguesa, transpondo para as instituies de solidariedade uma funo social deveras
importante. Especificamente, no que concerne Trissomia 21 operam, em Portugal, a
Associao de Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21), com sede em Lisboa, e
a Associao Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 do Algarve (Apatris21) sediada em
Faro. Na zona Norte do Pas no existe qualquer instituio sem fins lucrativos que apoie
estas crianas e seus familiares, representando, por isso, este projeto os primeiros passos
destinados a colmatar uma lacuna social.
Efetivamente, o principal objetivo do projeto subordinado criao da Associao
Portuguesa de Apoio Trissomia 21 (APAT21) ser a prestao de apoio a crianas com
Trissomia 21 e de orientao s respetivas famlias, partindo da premissa de que uma criana
portadora de Trissomia 21, se for acompanhada desde a nascena por uma equipa
multidisciplinar de profissionais, ter uma maior probabilidade de adquirir o mximo de
conhecimentos, capacidades e competncias sociais e pessoais. Efetivamente, hoje em dia
muitos portadores de trissomia 21 chegam idade adulta com as capacidades necessrias
para terem uma vida semi ou at totalmente independente, podendo viver sozinhos, ter um
emprego e at casar.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 11/114
II. Parte Terica
-
_________________________________________________________________________
Pg. 12/114
1. Histria da Trissomia 21
Em 1866, o mdico John Langdon Down apercebeu-se que havia ntidas semelhanas
fisionmicas entre certas crianas com atraso mental, identificando pela primeira vez as
caractersticas do portador de trissomia 21. Infelizmente usou o termo "mongolismo" para
descrever a sua aparncia, o que acabou por estigmatizar os portadores, numa altura em que se
acreditava que os mongolides eram seres inferiores. Entre os traos comuns descritos por Down
destacam-se o cabelo liso e fino, olhos em linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos,
semelhantes aos dos orientais, nariz pequeno e um pouco achatado, rosto redondo, baixa
estatura, pescoo curto e grosso, flacidez muscular, mos pequenas com dedos curtos e prega
palmar nica.
Quase um sculo depois, o geneticista Jerme Lejeune conseguiu identificar o cromossoma
excedente, no par 21, da surgindo a classificao cientfica da mutao por trissomia 21. Como
forma de homenagear o seu antecessor nestas descobertas, batizou a anomalia com o nome de
Sndroma de Down. Tambm, aqui se originaram alguns equvocos, pois os portadores eram
frequentemente designados como "sofrendo de Sndroma de Down". O que no faz sentido, pois a
criana no tem dores.
2. Causas biolgicas associadas Trissomia 21
No caritipo do ser humano encontram-se 46 cromossomos, 23 de origem paterna e 23 de
origem materna, estando dispostos em pares, formando assim 23 pares (fig. 1).
O distrbio gentico que resulta em Sndroma de Down est associado a trs tipos diferentes
de caritipos: a Trissomia 21 Simples, que abrange 93 a 95% dos casos, caraterizada por o
indivduo possuir trs cromossomas 21 como resultado de um erro na no disjuno
cromossmica verificada no momento da formao das clulas sexuais (fig. 2); na Trissomia 21 do
tipo Translocao (fig. 3), que ocorre em apenas 3% dos casos, o cromossoma extra do par 21
surge fundido a outro cromossoma, apresentando o indivduo 46 cromossomas; por fim, a
Trissomia 21 em mosaico, uma forma bastante rara, manifesta-se apenas em 2% dos casos e
constitui uma mutao em que a alterao gentica compromete apenas parte das clulas, ou
seja, algumas clulas tm 47 e outras 46 cromossomas (fig. 4).
-
_________________________________________________________________________
Pg. 13/114
A incidncia estimada da Trissomia 21 a nvel Mundial, isto o nmero de novos casos, por
ano, de 1 em cada 700 nascimentos2 .
De 1942 a 1952, de acordo com os relatos da imprensa mdica, menos de 50% das crianas
com Trissomia 21 viviam mais de 12 meses. Atualmente, mais de 80% das pessoas com
Trissomia 21 vivem mais do que 5 anos e, aproximadamente, 44% ultrapassam os 60 anos de
idade3 .
Em Portugal, apesar de no existirem dados fidedignos sobre esta matria, estima-se que
para a natalidade atual, de esperar o nascimento de 150 a 170 crianas com Trissomia 21 em
cada ano, havendo, por conseguinte, entre 12.000 a 15.000 pessoas afetadas por este distrbio4
Figura 1 Caritipo humano normal Figura 2 Caritipo de indivduo com Trissomia 21
Simples
(Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/ (Fonte: http://www.infoescola.com/wp- content/
uploads/
commons/thumb/4/4f/ Human_male_karyotpe. 2009/08/trissomia21.jpg)
gif/250px-Human_male_karyotpe.gif)
Figura 3 - Caritipo de indivduo com Trissomia 21
por translocao
(Fonte: www.chromoscitogenetica.com.br)
2 Trabalho PDF - Miguel Palha - Pediatra de Desenvolvimento
3 Trabalho PDF - Miguel Palha Pediatra de Desenvolvimento
4 Trabalho PDF Associao Nacional de Farmcias
Figura 4 Caritipo de indivduo com Trissomia 21 do tipo
Mosaicismo
(Fonte: www.dingdown.com.br/Down/slide1.jpg)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/
-
_________________________________________________________________________
Pg. 14/114
A idade materna um dos grandes fatores de risco, se no o maior, para a ocorrncia
desta patologia. Principalmente a partir dos 35 anos, a mulher corre o risco de ao engravidar gerar
um filho portador de Trissomia 21 (grfico 1). Este risco tambm denota maior incidncia em mes
adolescentes. No entanto, mais de 70 % dos casos - segundo a experincia da Associao
Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21) - nascem de uma mulher com menos de 35
anos. Tal resulta de se verificar uma prevalncia de nascimentos nas mulheres entre os 20 e os
30 anos e ausncia de indicao mdica para a realizao de amniocentese, o exame que
permite o diagnstico da trissomia 21 mas que s proposto a mulheres com mais de 35 anos.
A amniocentese (fig. 5) faz-se, geralmente, entre a 15 e 18 semana posterior
ultima menstruao e, enquanto tcnica de diagnstico pr-natal, permite avaliar se o embrio
possui alguma malformao ou doena, entre as quais: anomalia de cromossomas; doena
metablica; defeitos congnitos graves, como espinha bfida ou Trissomia 21; doenas
produzidas por um gene anormal; e doenas neurolgicas. Normalmente, este exame
realizado em mulheres com idade superior a 35 anos e/ou com historial de deficincia,
anomalia, ou doena, quer no casal, quer na famlia de ambos os progenitores.
Para alm da Amniocentese, existem mais tcnicas de diagnstico pr-natal da
Trissomia 21, nomeadamente:
Colheita de vilosidades corinicas: Realiza-se entre as 11 e 14 semanas, depois da
ltima menstruao para detetar a presena de anomalias como a Trissomia 21. Faz-se a
colheita de uma amostra de villus corinico por via transabdominal, menos perigosa e mais
confortvel para a paciente. Durante o procedimento feita uma ecografia que permite guiar o
mdico. Geralmente no causa dor, por isso no necessrio anestesia. Depois comprovam-
se os batidos do corao do beb. recomendvel que a mulher descanse umas horas aps
o exame.
Grfico 1 Idade da me como fator de
risco
(Fonte:http://laboratoriogene.info/DXPN/
Curva.jpg)
-
_________________________________________________________________________
Pg. 15/114
Este estudo implica um determinado risco para o beb e habitualmente recomenda-se com o
objetivo de realizar o rastreio bioqumico pr-natal positivo (1 trimestre), quando a grvida tem
mais de 35 anos, o casal j teve um filho com defeitos cromossmicos e quando existem
antecedentes familiares de nascimentos com malformaes genticas.
Contudo existem alguns riscos na execuo desta tcnica. Segundo as estatsticas, 0,5 % de
mulheres (1 em 200 casos) que realizam o teste sofrem perdas ou complicaes da gravidez. A
vantagem desta anlise em comparao com a amniocentese que a colheita de vilosidades
corinicas pode realizar-se mais cedo, enquanto para a amniocentese s pode ser feita no
segundo trimestre. Como contrapartida, este teste no deteta a espinha bfida. importante
esclarecer, que nenhum exame pr-natal pode garantir o nascimento de um beb saudvel; s
alguns defeitos de nascimento se podem antecipar com este exame. Portanto, a colheita de
Figura 5 Ilustrao da tcnica de Amniocentese (Fonte - http://1.bp.blogspot.com/-i-
33umbWmvA/TeuTbYxf2hI/AAAAAAAAP3U/gE3zxUbJgcU/s1600/AMNIOCENTESE.jpg)
-
_________________________________________________________________________
Pg. 16/114
vilosidades corinicas (fig. 6) s deve efetuar-se se os benefcios do resultado superam os
possveis riscos5.
Cordocentese: A cordocentese um exame de diagnstico feito por volta das 18 semanas de
gestao. Tambm conhecido como amostra de sangue fetal este exame serve para detetar
alguma deficincia cromossmica no beb ou suspeita de contaminao por rubola e
toxoplasmose tardia na gravidez. Neste exame retirada uma amostra de sangue do beb a partir
do cordo umbilical com a ajuda da ultrassonografia para minimizar o risco de erros. A
cordocentese no um exame de diagnstico de rotina pois tem um risco de aborto entre 1 a 2%,
e feito em unidades de sade especiais.
5 Site oficial Clnica Laboratorial Dra Ivone Mirpuri
Figura 6 Ilustrao da tcnica de colheita de vilosidades corinicas (Fonte - http://www.dnapaternidade.com.br/vilosidades.htm)
Figura 7 Ilustrao da tcnica Cordocentese
(Fonte - http://www.ultramedical.com.br/artigos/170-cordocentese.html)
-
_________________________________________________________________________
Pg. 17/114
3. Caratersticas do indivduo com trissomia 21
Embora as pessoas com sndrome de
Down tenham caractersticas fsicas
especficas, geralmente elas tm mais
semelhanas do que diferenas com a
populao em geral.
As caractersticas fsicas so importantes
para o mdico fazer o diagnstico clnico;
porm, a sua presena no tem nenhum outro
significado (fig. 8). Nem sempre a criana com
sndrome de Down apresenta todas as
caractersticas; algumas podem ter somente
umas poucas, enquanto outras podem mostrar
a maioria dos sinais da sndrome. Assim, a
sndrome de Down apresenta-se como uma
combinao especfica de caractersticas
fenotpicas apresentadas na figura 9.
Figura 9
Caratersticas
fsicas de
indivduos com
Trissomia 21
Figura 8 Criana com Trissomia 21
(Fonte:http://cromossoma21.files.wordpre
ss.com/2010/04/down-syndrome-child-
3.jpg?w=500)
http://cromossoma21.files.wordpress.com/http://cromossoma21.files.wordpress.com/
-
_________________________________________________________________________
Pg. 18/114
Efetivamente, logo nascena pode detetar-se se a criana portadora de Trissomia 21, com
base na simples observao das caratersticas mais comuns, como por exemplo, a cabea
pequena, o pescoo curto, as orelhas pequenas e implantadas no crnio numa posio inferior
dos indivduos normais, ponta do nariz achatada e, uma dos principais caratersticas, os olhos
oblquos, semelhantes aos da populao oriental. Com o desenvolvimento da criana, pode
verificar se um choro estridente e curto, assim como, os dedos dos ps largos e pequenos, a falta
de tnus muscular, a flexibilidade excessiva das articulaes e dos membros, um quociente de
inteligncia (QI) baixo, ou seja, se apresentar grande dificuldade na aprendizagem, existiro fortes
suspeitas de a criana ser portadora desta patologia, embora, alguns destes sintomas possam
ocorrer noutras circunstncias. Na figura 10 apresentam-se quer as caratersticas do aspeto
exterior, quer anomalias que podem existir no funcionamento do organismo.
A designada lngua protusa ou macroglossia caraterstica dos indivduos portadores de
Trissomia 21 resulta no s do seu tamanho mas tambm decorre de a cavidade oral ser mais
pequena que o normal (fig. 10). Esta alterao anatmica produz, associada e inevitavelmente,
perturbaes da fala. Adicionalmente, a macroglossia um dos mais significativos estigmas fsicos
da trissomia 21. A instabilidade atlanto-axial verificada entre a primeira e a segunda vrtebras do
pescoo motivada pela hipotonia, isto , falta de fora muscular. Consequentemente, para alm
de conduzir a um atraso na sustentao da cabea, esta condio determina que os ligamentos
articulares estejam mais frgeis e relaxados, o que poder provocar uma compresso ou mesmo
leso da espinhal.
Figura 10 Anomalias associadas Trissomia 21
(Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_jAwPob_Q-
r0/TTmJjbSESZI/AAAAAAAAAE8/i5hD_zXlf14/s1600/untitled.bmp)
http://3.bp.blogspot.com/_jAwPob_Q-r0/TTmJjbSESZI/AAAAAAAAAE8/i5hD_zXlf14/s1600/untitled.bmphttp://3.bp.blogspot.com/_jAwPob_Q-r0/TTmJjbSESZI/AAAAAAAAAE8/i5hD_zXlf14/s1600/untitled.bmp
-
_________________________________________________________________________
Pg. 19/114
3. reas de interveno
As crianas com sndrome de Down necessitam do mesmo tipo de cuidado clnico que qualquer
outra criana. Contudo, h situaes que exigem alguma ateno especial, que incluem:
Oitenta a noventa por cento das crianas com sndrome de Down tm deficincias de
audio, pelo que avaliaes audiolgicas precoces e exames de seguimento so
indicados;
Trinta a quarenta por cento destas crianas tm alguma doena congnita do corao
e muitas tero que se submeter a uma cirurgia cardaca e, frequentemente, precisaro
dos cuidados de um cardiologista peditrico;
Anormalidades intestinais tambm acontecem com uma frequncia maior em crianas
com sndrome de Down, por exemplo, estenose ou atresia do duodeno, imperfurao
anal e doena de Hirschsprung, pelo que estas crianas tambm podem necessitar de
correo cirrgica imediata destes problemas;
Crianas com sndrome de Down frequentemente tm mais problemas oculares que
outras crianas, por exemplo, trs por cento tm cataratas que requerem interveno
cirrgica; outras tm problemas oculares como estrabismo, miopia, e outras
condies;
Figura 11 Bebs com Trissomia 21
(Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_cJXicylhvGk/S5LWbljsD0I/AAAAAAAAADo/CI8QM3rfO
w/s320/Beb%C3%A9+com+trissomia+21.jpg e http://www.melhoramiga.com.br/wp-
content/uploads/2011/05/bebe-sidrome-de-down.jpg)
http://3.bp.blogspot.com/_cJXicylhvGk/S5LWbljsD0I/AAAAAAAAADo/CI8QM3rfOw/s320/Beb%C3%A9+com+trissomia+21.jpghttp://3.bp.blogspot.com/_cJXicylhvGk/S5LWbljsD0I/AAAAAAAAADo/CI8QM3rfOw/s320/Beb%C3%A9+com+trissomia+21.jpghttp://www.melhoramiga.com.br/wp-content/uploads/2011/05/bebe-sidrome-de-down.jpghttp://www.melhoramiga.com.br/wp-content/uploads/2011/05/bebe-sidrome-de-down.jpg
-
_________________________________________________________________________
Pg. 20/114
Outra preocupao relaciona-se aos aspetos nutricionais, pois algumas crianas,
especialmente as que apresentam doena cardaca severa, tm dificuldade constante
em ganhar peso e, por outro lado, a obesidade frequentemente vista durante a
adolescncia, o que requer aconselhamento nutricional apropriado e orientao
diettica preventiva;
Deficincias de hormonas da tiroide so mais comuns em crianas com sndrome de
Down do que em crianas normais, dado que 15 e 20% das primeiras tm
hipotireoidismo. importante identificar as crianas com sndrome de Down com
problemas de tiroide, uma vez que o hipotireoidismo pode comprometer o
funcionamento normal do sistema nervoso central;
Problemas ortopdicos tambm so vistos com uma frequncia mais alta em crianas
com sndrome de Down. Entre eles incluem-se a subluxao da rtula (deslocamento
incompleto ou parcial), luxao de quadril e instabilidade de atlanto-axial.
Aproximadamente 15% das pessoas com sndrome de Down tm instabilidade atlanto-
axial. Porm, a maioria destes indivduos no tem nenhum sintoma, e s 1 a 2 por
cento de indivduos com esta sndrome tm um problema de pescoo srio o
suficiente para requerer interveno cirrgica;
Outros aspetos mdicos importantes na sndrome de Down incluem problemas
imunolgicos, leucemia, doena de Alzheimer, convulses, apneia do sono e
problemas de pele, problemas que requererem a ateno de especialistas.
Para alm dos problemas fisiolgicos, importa considerar no individuo com Trissomia 21, as
dificuldades cognitivas relacionadas com o atraso mental. Estes indivduos, normalmente,
possuem um QI, abaixo da mdia, o que justifica algum atraso na aprendizagem e aquisio de
conhecimentos. O desenvolvimento um processo que se desenrola ao longo de toda a vida, e
por isso, o individuo tem oportunidade de evoluir, progredir, o que no diferente num individuo
com Trissomia 21. Na criana sem Trissomia 21, necessrio estimular toda a sua curiosidade na
descoberta do mundo real, proporcionar um ambiente suficientemente estimulante para um
desenvolvimento equilibrado e saudvel. Na criana com Trissomia 21, todos os aspetos
anteriormente referidos so tambm importantes, havendo apenas, a diferena, de que neste
caso, a estimulao ter que ser muito mais repetitiva e persistente, e para intervir de uma forma
eficaz, necessrio o constante incentivo nas seguintes reas: perceo, memria e domnio
psicomotor.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 21/114
3.1. Perceo
A percepo um processo complexo que consiste na recolha e interpretao da informao
que provm dos sentidos. A criana com Trissomia 21 no possu as estruturas cognitivas
plenamente desenvolvidas para que permitam a aprendizagem adequada do mundo percetivo.
Assim para trabalhar a percepo, qualquer aprendizagem perceptiva deve realizar-se atravs do
maior nmero possvel de vias sensitivas e o maior objetivo levar a criana a selecionar,
reconhecer e utilizar com preciso os estmulos num dado momento. Todos os recursos usados
devem ser estimuladores, proporcionando atividades de forma sistemtica para a sua
interiorizao.
3.2. Memria
A memria o resultado do reconhecimento dos estmulos visuais, auditivos, tateis e motores.
um dos aspectos da organizao dos dados provenientes da perceo que permite o
reconhecimento e a recordao de objetos, situaes ou fatos. No processo de memorizao
distinguem-se 3 momentos: (1) aquisio que consiste na percepo de dados ou factos; (2)
reteno, perodo de armazenamento da informao; (3) e reconhecimento / recordao que o
momento da atualizao da informao armazenada;
O grau de reteno de uma informao depende das condies em que se adequire a
informao (repeties, quantidade de dados, etc.), da natureza da informao (complexidade,
implicao afectiva, etc.), da ateno, da motivao, do interesse do individuo e do tempo
decorrido desde a sua aquisio.
A criana com Trissomia 21 apresenta dfices quanto perceo e ateno, sendo estes
fundamentais para uma boa memorizao, esta ter tambm dificuldades especficas de
organizao do informao memorizada. Sendo a memoria uma das reas mais importantes em
toda a vida do individuo necessario a persistncia neste campo.
As pessoas com sndrome de Down so geralmente expostas a um contexto culturalmente
pobre. Infelizmente as reaes das mes, e tambm dos pais, notcia do nascimento de um filho
com Sndroma de Down so mais frequentemente negativas do que positivas e a aceitao da
criana e o vnculo entre me e filho ou filha pode demorar a se estabelecer6 (fig. 12.).
6 Informao sobre reas de interveno - http://pediatrics.aappublications.org/cgi/reprint/115/1/64
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/reprint/115/1/64
-
_________________________________________________________________________
Pg. 22/114
Nos primeiros momentos de vida qualquer criana,
no contexto familiar, cria-se ou inicia-se a formao de
um tipo de plataformas de entendimento entre os pais e
a criana os formatos de ao conjunta que so
como a primeira oportunidade de cultura que os adultos
oferecem criana. Essa primeira experincia pode ser
interrompida no cenrio das famlias onde chega uma
criana com sndrome de Down, dado o impacto da
notcia dentro do ncleo familiar. Posteriormente, dado
que nenhum espao foi construdo para essas
experincias entre a me e a criana, nenhuma troca
estabelecida, originando um vazio na produo dos
formatos de ao conjunta. A presena de uma criana
com sndrome de Down pode interromper o dilogo
me-filho, originando uma lacuna cognitiva muito difcil
de se reparar.
Tambm no ambiente escolar, a relao que se estabelece com a pessoa com sndrome de
Down igualmente diferente. Muitas escolas estabelecem adaptaes curriculares e
simplificaes de contedo, que resultam numa educao destituda de significado, no
oferecendo ferramentas culturais que possam servir de instrumento para o desenvolvimento
cognitivo. Partindo do princpio de que no podem assimilar o abstrato, nada se lhes ensina, que
no seja concreto. No lhes sendo ensinado, no conseguem desenvolver o raciocnio, mas o que
se atribui carga gentica, deriva, na realidade, da expetativa que se estabelece ao incio em
relao s possibilidades de desenvolvimento dessas pessoas. No raramente, escuta-se dizer
que a escola no tem um compromisso com a educao dessas pessoas, que esto l apenas
para socializar-se.
O desenvolvimento das pessoas com sndrome de Down depende largamente do contexto
cultural oferecido, mais do que da carga gentica. Nos ltimos tempos, isso vem sendo
gradativamente reconhecido e um melhor contexto cultural oferecido a essas pessoas. Se
avaliamos uma pessoa com sndrome de Down hoje, as suas conquistas em relao ao seu
desenvolvimento so apenas de longe comparveis ao desenvolvimento apresentado por uma
pessoa com sndrome de Down, nas dcadas de 50 ou 60 do sculo passado. Decerto, a estrutura
gentica dos portadores da sndrome no se alterou nestes ltimos 50 anos, de modo que
podemos atribuir a melhoria apenas s intervenes realizadas no contexto.
Figura 12. Relao me/filho um fator
promotor do desenvolvimento da criana
com Sndrome de Down
(Fonte:http://topediatrica.blogspot.com/201
1_06_01_archive.html)
http://topediatrica.blogspot.com/2011_06_01_archive.htmlhttp://topediatrica.blogspot.com/2011_06_01_archive.html
-
_________________________________________________________________________
Pg. 23/114
Atualmente, h pessoas com sndrome de Down bem orientadas no tempo e no espao, e
desempenham com autonomia muitas tarefas. Hoje, no incomum que se encontrem pessoas
com sndrome de Down alfabetizadas, praticamente ao mesmo tempo que seus contemporneos
sem a sndrome. O aprendizado da leitura e da escrita uma conquista escolar importante na vida
de qualquer pessoa e deve ser muito valorizada. Ainda para muitos, com a crena de que no
aprendem, a linguagem escrita no ensinada a essas pessoas, ou ao menos, esse ensino no
leva em conta a peculiaridade dessas pessoas, impossibilitando que origine um aprendizado
efetivo. Hoje, reconhece-se que as pessoas com sndrome de Down necessitam ser estimuladas,
para que se desenvolvam (fig. 13).
Figura 13. Estimular o desenvolvimento da criana com
Sndrome de
Down
(Fonte:http://www.apsdown.com.br/wp-content/uploads/2009/05/
to-image.png)
3.3. Aspetos psicomotores
O problema do desenvolvimento psicomotor da criana com Trissomia 21, consiste no atraso
em adquirir o equilbrio, a preenso e a marcha. Associando os problemas sensoriais e
perceptivos (visuais, auditivos e tcteis), as condicionantes psicomotoras reflectir-se-o no
conhecimento do espao, desencadeando alteraes na coordenao, organizao prtica,
inrcia, alteraes no controlo postural e equilbrio, da a grande importncia de uma adequada
educao psicomotora. Os objetivos gerais, na perspectiva de Sampedro et al (1993) da
educao psicomotora incluem: (1) domnio do esquema corporal; (2) domnio da expresso
corporal; (3) domnio da motricidade global; (4) e motricidade fina;
H programas de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia orientados para oferecer
um reforo na aquisio de habilidades especficas, em geral motoras. Com isso, as crianas com
Sndrome de Down presentemente conseguem alcanar mais precocemente os marcos do
desenvolvimento motor, como sentar e andar.
3.4. Desenvolvimento Motor em portadores de Trissomia 21
Algumas caractersticas fsicas, no entanto, so comuns a quase todos: o formato das fendas
palpebrais, orelhas pequenas e malformadas, boca entreaberta com protuso de lngua, baixa
-
_________________________________________________________________________
Pg. 24/114
estatura e alteraes nos dedos das mos e ps, mesmo que em propores diferentes, nas
palmas das mos comum a existncia de uma prega transversal denominada prega simiesca. A
pele flcida, determinando o aparecimento de rugas nas frontes e os ligamentos so frouxos
causando uma marcha insegura. H tambm o atraso no desenvolvimento das funes motoras do
corpo e das funes mentais. No que se refere deficincia mental, embora sempre presente varia
bastante quanto ao grau de severidade. E esteja certo: no h relao entre o grau de
caratersticas fsicas e o grau de deficincia mental de cada paciente. No quadro 1 feita uma
descrio dos padres de movimentos em crianas portadoras de Trissomia 21, com idade de 4 a
10 anos (HOLLE, 1979).
Medo de cair; caminha com ps separados; pernas
ligeiramente flexionadas;
Dificuldade na pronncia de palavras; frases
soltas;
Menor nmero de pontos de apoio; centro de gravidade
elevado;
Dificuldade de fixao; falta de concentrao; viso de cores tardia;
No escuta os sons se no se houver concentrao
para ouvir;
Perceo de espao mais lenta.
Quadro 1. Caratersticas de portadores de Trissomia 21 (Fonte: http://www.efdeportes.com/efd124/desenvolvimento-motor-em-criancas-portadoras-de-sindrome-
de-down.htm)
-
_________________________________________________________________________
Pg. 25/114
4. Indivduo portador de Trissomia 21 e sociedade
A forma como a sociedade ao longo da histria foi encarando as pessoas com deficincia est
intimamente ligada a factores econmicos, sociais e culturais da poca. Contudo, as pessoas
diferentes foram sempre objeto de um tratamento especial. Todos os seres humanos so
resultado de dois factores - a hereditariedade e o meio. Com os indivduos portadores de trissomia
21 no poderia ser diferente. Ao longo dos anos foi existindo uma maior preocupao na
educao das crianas portadores de Trissomia 21, e a partir de 1973 criaram-se em Portugal,
Divises de Ensino Especial (DEE) que visavam melhorar a incluso destas crianas.
O Decreto-Lei n 174/77, de 2 de Maio, regulamenta o regime escolar dos alunos portadores
de deficincias integrados no sistema educativo pblico para os ensinos preparatrios e
secundrio, e posteriormente esta regulamentao alargada para o ensino primrio com o
Decreto-lei n 84/78 de 2 de Maio. O Decreto-Lei n 319/91, de 23 de Agosto, difundiu o conceito
de necessidades educativas especiais e decretou a substituio dos critrios mdicos por critrios
pedaggicos para a avaliao destes alunos. Foi estabelecido oficialmente, o regime educativo
especial que contempla uma srie de medidas a aplicar aos alunos com necessidades educativas
especiais, constantes de um plano educativo individual e de um programa educativo (art 15 e
16)7. O apoio centrado no aluno, ainda defendido no Decreto-Lei n 319/91, cede lugar ao apoio
centrado na escola introduzido pelo despacho conjunto n 105/97. De uma escola de integrao
passamos, a uma pretensa escola de incluso (quadro 2).
7 Sanches & Teodoro, 2006.
Apoio centrado no aluno Decreto Lei 319/91
Apoio centrado na escola Despacho Conjunto 105/97
Os alunos so agrupados por categorias Acentua-se a individualidade e as necessidades educativas de cada aluno e do grupo
Os professores intervm na categoria e cada Aluno
Os professores centram a interveno no processo educativo, gesto cooperativa da sala de aula e pedagogia diferenciada
O apoio realizado fora da sala em salas de apoio, procurando no interferir com a turma
Os apoios passam a acontecer dentro da sala de aula, realizando um trabalho em parceria pedaggica com o professor de turma
A interveno do professor no abrange os alunos sem necessidades
O professor de apoio um recurso da escola, todos os alunos podem beneficiar da sua interveno
A integrao dos alunos com necessidades na escola no provoca mudanas, quer no currculo quer nas estratgias pedaggicas
A escola inclusiva provoca alteraes a nvel da estrutura organizacional da escola, currculos, processos de avaliao dos alunos e formao dos professores
Quadro 2: Apoio centrado no aluno versus apoio centrado na escola (Fonte: Decreto-Lei n 319/91 no Dirio da Repblica N 193 de 23-8-1991 e Despacho Conjunto
105/97 no Dirio da Repblica N 149 de 1-07-1997.)
-
_________________________________________________________________________
Pg. 26/114
A partir deste novo conceito, a educao especial j no se concebe como a educao de um
tipo de alunos, mas como um conjunto de recursos pessoais e materiais postos disposio do
sistema educativo para que este possa responder adequadamente s necessidades e que de
forma transitria ou permanente possam apresentar alguns dos alunos. (Rodrigues, 2007).
Atualmente, considera-se a educao especial como parte integrante da educao geral.
Conceitos como a integrao e normalizao vieram contribuir para esta mudana, a qual est
patente no Decreto de Lei N. 319/91 e Despacho Conjunto N. 105/97 de 1 de Julho, que
estabelece o regime aplicvel prestao de servios de apoio educativo.
Em 7 de Janeiro de 2008 publicou-se o decreto de lei n 3/2008, que reorganiza a
educao especial, e tem por base a classificao internacional de funcionalidade e define os
apoios especializados a prestar na educao pr-escolar e nos ensino bsico e secundrio dos
sectores pblico, particular e cooperativo, visando a criao de condies para a adequao do
processo educativo s necessidades educativas especiais dos alunos com limitaes significativas
ao nvel da actividade e da participao num ou vrios domnios da vida decorrentes de alteraes
funcionais e estruturais, de carcter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nvel
da comunicao, da aprendizagem, da modalidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal
e da participao social.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 27/114
II. Trabalho prtico
-
_________________________________________________________________________
Pg. 28/114
O trabalho prtico desenvolvido no mbito deste projeto encontra-se estruturado em cinco
partes, visando o cumprimento dos objetivos enunciados. Assim, na primeira (Parte A)
apresentada uma anlise de contexto, definindo-se a metodologia do trabalho, expondo quer
contactos estabelecidos, quer as entrevistas e inquritos realizados, assim como o tratamento dos
dados e resultados dos mesmos. A segunda parte (Parte B) carateriza de forma fundamentada a
constituio da Associao de Apoio Criana com Trissomia 21, englobando os documentos
essenciais sua criao, os documentos de incio de atividade e as propostas de organizao da
gesto. A terceira parte, a Parte C, apresenta formalmente aes a empreender para demarcar o
incio da atividade da Associao, incluindo a elaborao de todos os elementos de identidade
(logotipo, carto visita, pgina timbrada, envelopes, panfletos, pgina web, redes sociais) assim
como, o formulrio para inscries de associados. A quarta parte (Parte D) engloba o plano de
atividades, estruturadas antes e aps a abertura da Associao. A ltima parte do trabalho (Parte
E),concretiza um plano de ao e um vdeo final.
A. Anlise de contexto referente Trissomia 21
1. Investigao
1.1. Contatos
O desenvolvimento deste projeto consumado na criao de uma Associao de Apoio
Criana com Trissomia, depende da abrangncia, diversidade e do nmero de contatos e
interaes que se podem estabelecer na sociedade. Por conseguinte, a vertente prtica do projeto
foi direcionada para o estabelecimento de contatos com pessoas e instituies com o mesmo
cariz, especialistas na rea para obteno de conhecimentos e informaes especficas. (Tabela
1) apresentam-se os contatos formalmente estabelecidos.
Tabela 1. Contatos estabelecidos no mbito do processo de criao de uma associao de apoio
criana com Trissomia 21.
Entidade / Pessoa contatada Motivo do Contato
Associao Portuguesa de
Portadores de Trissomia 21
(APPT21)
Contato por carta para pedido de estabelecimento de
parceria com a Instituio a ser criada (anexo I), que foi
rejeitado via correio eletrnico
Dra. Ana Filipa Vargas
Psicloga da APPT21
Contato via correio eletrnico para solicitao de apoio na
rea da psicologia (anexo II);
-
_________________________________________________________________________
Pg. 29/114
Tabela 1. (cont.)
Dra. gata Monteiro Contato via correio eletrnico e reunio solicitao de
apoio especializado (anexo III)
Fernanda Santos
Me de um bebe com Trissomia
21
Anlise de contexto familiar
APPACDM, centro Dr. Leonardo
Coimbra
Interveno no mbito do dia da primavera com a
representao da pea de teatro O Tio Lobo no dia 21
de Maro (Dia Mundial da Trissomia 21)
Local de formao em contexto de trabalho
Doao de fundos angariados
Dra. Joana Correia
Tcnica de Necessidades
Educativas Especiais
Realizao de uma entrevista para obteno de
informaes sobre a patologia
Dr. Jos Jorge
Advogado
Realizao de uma entrevista para obteno de
informaes sobre aspetos legais relativos constituio
de uma associao
1.2. Entrevista
Utilizando a tcnica no documental, observao no participante descrita na sociologia,
foram realizadas duas entrevistas no estruturadas, permitindo uma resposta aberta e mais
abrangente por parte dos entrevistados, uma destinada a um advogado e outra a um tcnico do
ensino especial. Para ambas foi definido um guio base, flexvel, que permitisse orientar o
questionamento e a obteno de informao relevante. Em baixo segue-se os respetivos guies
das entrevistas e sucessivamente os resultados das mesmas.
Entrevistado: Dr. Jos Jorge - Advogado;
Guio:
Assunto: Criao de uma Instituio de Apoio a crianas com Trissomia 21
Introduo: Eu, Flvia Catarina Soares Cruz, aluna do 3 ano do Curso Profissional de
Tcnico de Apoio Infncia, lecionado na Escola Secundria do Padro da Lgua, no mbito
do desenvolvimento do trabalho de projeto, enquadrvel com a Prova de Aptido Profissional,
subordinado ao Tema Criao de uma Instituio de Apoio a Crianas com Trissomia 21
venho por este meio solicitar a sua colaborao para a realizao deste projeto e desde j os
meus maiores agradecimentos por tal.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 30/114
As informaes relevantes retiradas da entrevista, em funo das questes realizadas
apresentam-se seguidamente.
Questo n 1
A abertura da Associao divide-se em dois grandes passos, sendo eles, os
seguintes:
Passo 1 Pedir autentificao do nome da Associao, no Registo Nacional de
Pessoas Coletivas, podendo ser feito on-line, com o prazo aproximado de 1 semana e com o
custo de aproximadamente 60 euros;
Passo 2 Marcar escritura; Indicar o nmero de pessoas envolvidas no Notrio;
dar inicio de atividade nas Finanas, assim como elaborar uma reunio com os membros da
Assembleia Geral, Direo e Conselho Fiscal, para a realizao da ata I.
Questo n 2
J referido na primeira pergunta.
Questo n 3
Todas as Associaes so livres de qualquer interferncia do Estado, se esta no
tiver nenhuma acordo estipulado com o mesmo, se for o caso, o Estado ao conceder dinheiro
pode fazer exigncias de funcionamento Associao
Questo n 4
A Instituio livre e independente, podendo realizar tudo por sua ideologia
Gostaria que me falasse, da forma mais objetiva possvel, acerca das diligncias que
necessrio empreender para a criao de uma associao de apoio criana com trissomia
21. Por isso sero colocadas algumas questes:
1. Quais os documentos essenciais abertura de uma Instituio?
2. Aonde me devo dirigir para formalizar a abertura da instituio?
3. Apesar de no governamental que tipo de controle tem o Estado sobre ela?
4. Existem normas obrigatrias na estrutura de uma Instituiao? Se sim quais?
5. Alm da funo de apoio esta Instituio ter a funo de formadora, que aspetos
legais esto envolvidos na promoo/implementao de uma formao?
6. Quer deixar alguma sugesto / mensagem especial que possa ser um contributo vlido
para a concretizao deste projeto?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 31/114
Questo n 5
Formao ligada rea da sade seria obriga a muitos requisitos.
Questo n 6
Para o futuro, muita sorte e muito trabalho
Entrevistado: Dr. Joana Correia, Tcnica de Necessidades Educativas Especiais
Guio:
Assunto: Criao de uma Instituio de Apoio a crianas com Trissomia 21
Introduo: Eu, Flvia Catarina Soares Cruz, aluna do 3 ano do Curso Profissional de
Tcnico de Apoio Infncia, lecionado na Escola Secundria do Padro da Lgua, no
mbito do desenvolvimento do trabalho de projeto, enquadrvel com a Prova de Aptido
Profissional, subordinado ao Tema Criao de uma Instituio de Apoio a Crianas com
Trissomia 21 venho por este meio solicitar a sua colaborao para a realizao deste
projeto e desde j os meus maiores agradecimentos por tal.
Gostaria que me falasse um pouco das necessidades de crianas com Trissomia 21, assim
como a patologia em concreto, que vou concretizar nas questes, seguintes:
1. Qual as grandes diferenas entre crianas ditas normais e em crianas com
Trissomia 21?
2. Quais as melhores formas de agir perante uma criana com esta patologia?
3. Que tipo de ofertas educativas tem este tipo de crianas?
4. Ainda existe desconhecimento acerca da patologia?
5. Qual a importncia da existncia de Instituies de apoio a estas crianas?
6. O que considera mais adequado na perspetiva da criana com Trissomia 21,
integr-la numa escola com crianas normais, respeitando as necessrias adequaes
curriculares, ou numa instituio especializada para necessidades educativas
especiais?
7. Quer deixar alguma sugesto / mensagem especial que possa ser um contributo
vlido para a concretizao deste projeto
-
_________________________________________________________________________
Pg. 32/114
A entrevista realizada Dra. Joana Margarida Correira, tcnica de necessidades
educativas especiais na Escola Secundria do Padro da Lgua, permitiu constatar o seguinte:
Questo n 1
A principal diferena referida pela professora o nmero de cromossomas;
O Q.I de uma criana portadora de Trissomia 21 inferior do de uma criana sem a
patologia;
Apresenta maiores dificuldades na fala, na marcha e na aquisio geral de
conhecimentos;
Existncia de quatro tipos de Trissomia 21 que vai influenciar no dito grau de gravidade,
que varia de leve a grave.
Questo n2
A palavra-chave estimular;
Uma boa estimulao e dependendo do grau de gravidade, o portador de Trissomia 21
pode atingir a normalidade, se houver um trabalho contnuo, apesar de todas as
limitaes;
Questo n3
Existncia do direito Escola Inclusiva;
Existncia de ofertas educativas em Instituies;
Existncia de Ensino Especial com currculo adaptado ou especfico para portadores de
deficincia;
Os acompanhantes escolares devem proporcionar situaes de repetio.
Questo n 4
Existe um desconhecimento social perante todas as patologias que se enquadrem fora da
normalidade;
Uma das funes da Professora Joana Correira passar a informao aos docentes e
no docentes da Escola em relao ao modo de intervir com essas crianas;
A professora tem experincia profissional com casos de Trissomia 21;
Questes n 5 e 6
Se a Instituio for para apoiar as famlias na prestao de ajudas, sim concordo;
Se a Instituio visar implementar aes com crianas em estado permanente ou
contnuo, no concordo;
-
_________________________________________________________________________
Pg. 33/114
Questo n 7
Todos os projetos acerca do tema so bem-vindos, so poucos os interessados mas
muito importante haver esse interesse.
No existe estruturas para eles, como por exemplos parques, livros, jogos, etc
Fico muito contente ao ver este projeto
Sugesto:
Criar Instituio virada para a famlia, pois existem muitas preocupaes nas famlias dos
portadores desta patologia, preocupam-se com o seu futuro e necessrio um acompanhamento;
Ajudar o portador a entrar no Mundo do trabalho tambm uma ideia muito boa.
Observao: Ambas as entrevistas encontram-se em gravao no anexo V.
1.3 Inquritos
Como mtodo de estudo foi realizado uma anlise intensiva, usando a tcnica no documental
por observao no participativa, em quatro inquritos com objetivos diferentes tendo em vista a
conseguir uma anlise social acerca do tema abordado.
O primeiro inqurito foi realizado a docentes e no docentes da Escola Secundria do Padro
da Lgua, (total de 40 inquiridos), com o fundamento de escolher o logotipo para a Instituio e de
iniciar a divulgao do projeto de constituio da Associao. O segundo foi realizado a pais de
crianas no portadoras de Trissomia 21 (total de 20 inquiridos), para verificar a sua postura
quanto ao tema e os seus conhecimentos do mesmo. O terceiro inqurito, destinado a educadores
(total de 20 inquiridos), teve por intuito averiguar a sua preparao para intervir com crianas
portadoras de Trissomia 21, assim como, analisar os seus conhecimentos e a sua atitude perante
a patologia. Por ltimo, foi criado um inqurito para familiares de portadores de Trissomia 21,
tendo em vista, conseguir uma opinio mais pessoal sobre o tema, para conhecimento das
dificuldades que estes apresentam no dia-a-dia. Seguidamente, apresentam-se os modelos dos
quatro inquritos realizados e respetivos resultados.
1.3.1. Inqurito a pais sem filhos com Trissomia 21:
O inqurito aplicado a pais sem filhos com Trissomia 21 consta da figura 14 e os inquritos
respondidos, um total 20 constam do anexo VI.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 34/114
Figura 14 Capa, e dados de inquiridos; conhecimentos da patologia
-
_________________________________________________________________________
Pg. 35/114
Os resultados obtidos no questionrio realizado aos pais sem filhos portadores de Trissomia
21, encontram-se apresentados nos grficos 2 a 13. O total de pessoas inquiridas foi de 20 e
verifica-se que nalgumas questes o total de respostas superior a 20, pois as perguntas
permitiam mais que uma nica resposta. Consequentemente, os dados no foram trabalhados em
percentagens, mas sim em valor numrico absoluto.
Em vinte inquritos realizados, dezoito deles foram preenchidos pelo sexo feminino, e
apenas dois no sexo masculino; relativamente idade observa-se uma vasta diversidade
rondando a casa dos trinta e cinquenta, sendo a mdia de quarenta e quatro anos. Em relao ao
nmero de filhos por casal, constata-se um grande realce para um nico filho, tendo mais de 50%
dos inquiridos, somente, um filho.
Grfico 2: Anlise questo 1 Sexo dos inquiridos
Grfico 4: Anlise questo 3 Nmero de filhos dos inquiridos
Grfico 3: Anlise questo 2 Idade dos inquiridos
-
_________________________________________________________________________
Pg. 36/114
Legenda de grfico:
(A) Hereditria
(B) Congnita
(C) Devida a erros alimentares ocorridos durante a gravidez
(D) Relacionada com o consumo de drogas pela me durante a gravidez
(E) Resultante do consumo de tabaco durante a gravidez
(F) Devido falta total do gene 21
(G) Resultante da existncia de um cromossoma a mais no gene 21
(H) Devido existncia de trs cromossomas 21
(I) Geralmente, relacionada com uma alterao do nmero de cromossomas nos
vulos
(J) De origem materna ou paterna
(K) Infeciosa que pode ser transmitida por contato com pessoas que a evidenciem
(L) Com cura, desde que a pessoa
Apesar de na grande maioria os inquiridos responderem corretamente de que esta
doena resulta da existncia de uma cromossoma a mais no par 21, verifica-se ainda um
certo desconhecimento, dado que, 2 em 20 inquiridos afirmaram resultar do consumo de
drogas durante a gravidez, e 3 em 20 inquiridos que se devia ao consumo de tabaco
durante a gestao. Verifica-se que ainda persiste alguma ignorncia em relao
Trissomia 21, na sociedade.
Grfico 5: Analise questo n 4 A Trissomia 21 uma doena:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 37/114
Legenda do grfico:
(A) Olhos amendoados
(B) Dedos cumpridos
(C) Flexibilidade excessiva nas articulaes
(D) Pontos amarelos na ris
(E) Pescoo curto
(F) Atraso mental leve a moderado
(G) Duas linhas nas palmas das mos
(H) Achatamento na parte de trs da cabea
(I) Tnus muscular inferior ao normal
(J) Dfice na audio
(L) Pele ruborizada
(M) Perda da capacidade de locomoo
Verifica-se que a populao inquirida reconhece maioritariamente as caracteristicas de
olhos amendoados em portadores de Trissomia 21, sendo esta, uma das principais e mais
evidentes, revelando um conhecimento superficial quanto ao tema, mas em suma, os inquiridos
demonstraram ter alguns conhecimentos em relao a atributos fsicos.
Grfico 6: Analise questo n5 Crianas que possuam Trissomia 21
apresentam as caractersticas seguintes:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 38/114
Constatou-se que 3 em 20 inquiridos no reconheceram a idade da me como um
fator de risco para a ocorrncia desta patologia, revelando conhecimentos pouco
profundos no tema, por oposio, 9 em 17 afirmaram que a idade da me um fator de
risco.
Grfico 7: Analise questo n 6 A idade materna um fator de risco para a ocorrncia desta patologia? Se sim, apartir de que idade?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 39/114
Quase 70% dos inquiridos afirmaram recorrer ao aborto em caso de ter um filho com
Trissomia 21, o que acaba por realar um certo tabu, ainda presente na sociedade atual, em volta
da patologia.
Legenda do grfico:
(A) Recusava-me a aceitar
(B) Protegia-o/a de todas as adversidades
(C) Culpava-me, sempre, pelo sucedido
(D) Trataria-o/a de uma forma mais cuidada
(E) Trataria-o/a de forma normal, mas com outros cuidados
(F) Outro
NR No responde
Apesar da assuno da inteno de recurso ao aborto (questo anterior) a populao inquirida
demonstrou, em maioria, saber reagir perante uma situao de ter um filho com Trissomia 21. Mas ,
necessrio, tambm salientar, que 9 inquiridos afirmaram proteger o portador de todas as adversidades, o
que apesar da sua diferena fsica e cognitiva em relao s crianas normais
Grfico 8: Analise questo n 7 Se atravs da amniocentese descobrisse que o seu/sua filho/a era portador/a de Trissomia 21, recorreria ao aborto?
Grfico 9: Analise questo n 8 Em caso de ter um filho/a com Trissomia 21 de que forma iria agir com ele/ela?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 40/114
Legenda do grfico: (A) Rigorosa e estimulante
(B) Estimulante, mas pouco repetitiva
(C) Bastante repetitiva e simples
(D) Simples mas persistente
(E) Idntica de uma criana normal
(F) No sei
(G) Outro
Exatamente 50 % da populao inquirida assinalou a alnea D (Simples mas persistente)
como resposta ao tipo de aprendizagem mais correto a aplicar nestas crianas, e efetivamente
optaram pela melhor opo, tendo realmente que ser simples, devido ao atraso cognitivo, mas com
um aumento gradual da complexidade, e deve ser bastante persistente, com vrias repeties at
sua assimilao.
Grfico 10: Analise questo n 9 A aprendizagem de uma criana com Trissomia 21 deve ser feita de forma:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 41/114
Legenda do grfico: (A) Atraso na fala
(B) Impossibilidade de realizar trabalhos minuciosos
(C) Atraso na aprendizagem
(D) Atraso em reconhecer os pais e familiares prximos
(E) Incapacidade de desenvolver linguagem verbal (fala)
(F) Apatia
(G) Maior risco de obesidade
(H) Incapacidade para aprendizagem da matemtica
A grande maioria das respostas esto dentro do que so realmente as limitaes de crianas
portadoras desta patologia, as opes A e C, foram as mais escolhidas, sendo exatamente o atraso
na aquisio da fala e de aprendizagem as mais evidentes em portadores. Contudo, 2 dos 20
inquiridos afirmaram que estas crianas sofrem de apatia, sendo exatamente o contrrio, visto que
so crianas muito afetivas e expressivas quanto aos seus sentimentos e emoes.
Grfico 11: Analise questo n 10 As crianas com Trissomia 21, possuem
certas limitaes. Quais destas so?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 42/114
Legenda do grfico:
(A) Participaria
(B) No participaria
(C) No um tema que suscite o seu interesse
(D) um tema que apenas interessa a pessoas ou familiares de
crianas com a patologia
(E) Outro
A maioria dos inquiridos, 17 em 20, mostrou-se recetiva em participar numa formao sobre Trissomia 21 a promover, futuramente, pela Associao, aps a sua constituio.
Grfico 12: Analise questo n 11 Caso tivesse acesso a uma formao gratuita sobre Trissomia 21:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 43/114
Legenda do grfico:
(A) Conhecimento da patologia
(B) Que intervenes podem promover o desenvolvimento de crianas com Trissomia
21?
(C) Quais as limitaes de crianas com trissomia 21
(D) Como lidar com crianas com Trissomia 21
(E) Diferena entre criana portadora de Trissomia 21 e criana dita normal
(F) Recursos / procedimentos despistar e estudar a patologia
(G) O meu filho tem um amigo com trissomia 21. O que fazer?
(H) Outro
A vasta quantidade de respostas demonstra um interesse alargado quanto ao tema, e
tambm, a necessidade de informao em muitos aspetos acerca desta patologia.
Os inquiridos que assinalaram a opo H (Outro) especificaram os temas Graus de Trissomia
21 e Informaes gerais sobre Trissomia 21
1.3.2. Inqurito a familiares de portadores de Trissomia 21:
O inqurito aplicado a pais sem filhos com Trissomia 21 consta da figura 16 e os inquritos
respondidos, um total 5, constam do anexo VII.
Grfico 13: Analise questo n 12 Sobre Trissomia 21, que temas gostaria de ser esclarecido numa futura formao?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 44/114
Figura 16 Inquiridos aplicados a familiares de portadores de Trissomia 21
Figura 17 Continuao de conhecimentos da patologia e formao, comentrios
-
_________________________________________________________________________
Pg. 45/114
Os resultados obtidos no questionrio realizado aos pais sem filhos portadores de Trissomia
21, encontram-se apresentados nos grficos 15 a 22. O total de pessoas inquiridas foi de 5 e
verifica-se que nalgumas questes o total de respostas superior a este valor, pois as perguntas
permitiam mais que uma nica resposta. Consequentemente, mais uma vez, os dados no foram
trabalhados em percentagens, mas sim em valor numrico absoluto. O nmero de inquiridos
reduzido porque foi difcil aceder a familiares de Portadores de Trissomia 21. A APPACDM Dr.
Leonardo Coimbra contatada para o efeito no viabilizou a sua aplicao por considerar um
desajustamento das questes face ao nvel sociocultural das famlias que baixo e por temer que
pudesse ferir suscetibilidades.
Grfico 15: Anlise questo 2 Sexo dos inquiridos
Grfico 16: Anlise questo 3 Idade dos inquiridos
Grfico 17: Anlise questo 4 Grau de parentesco dos inquiridos com o
portador de Trissomia 21
-
_________________________________________________________________________
Pg. 46/114
Legenda de grfico:
(A) Hereditria
(B) Congnita
(C) Devida a erros alimentares ocorridos durante a gravidez
(D) Relacionada com o consumo de drogas pela me durante a gravidez
(E) Resultante do consumo de tabaco durante a gravidez
(F) Devido falta total do gene 21
(G) Resultante da existncia de um cromossoma a mais no gene 21
(H) Devido existncia de trs cromossomas 21
(I) Geralmente, relacionada com uma alterao do nmero de cromossomas nos vulos
(J) De origem materna ou paterna
(K) Infeciosa que pode ser transmitida por contato com pessoas que a evidenciem
(L) Com cura, desde que a pessoa
Talvez devido grande proximidade familiar com portadores, todas as respostas a esta
questo foram claras e concretas, assinalando as mais corretas na descrio da patologia.
Apesar da pequeno nmero de inquiridos, os verifica-se que 3 dos inquiridos de sexo
feminino e 2 de sexo masculino, apresentando idades quer abaixo da casa dos 30, quer acima. O
grau de parentesco reporta a familiares muito prximos, sendo dois dos inquiridos mes de
crianas portadoras de Trissomia 21.
Grfico 18: Anlise questo 5 A Trissomia uma doena:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 47/114
Legenda do grfico:
(A) Olhos amendoados
(B) Dedos cumpridos
(C) Flexibilidade excessiva nas articulaes
(D) Pontos amarelos na ris
(E) Pescoo curto
(F) Atraso mental leve a moderado
(G) Duas linhas nas palmas das mos
(H) Achatamento na parte de trs da cabea
(I) Tnus muscular inferior ao normal
(J) Dfice na audio
(L) Pele ruborizada
(M) Perda da capacidade de locomoo
Novamente, todas as respostas foram de encontro s caratersticas mais comuns registadas
num portador, apesar de algumas de igual importancia no terem sido assinaladas, como por
exemplo opo J referente ao dfice na audio.
Grfico 19: Anlise questo 6 Crianas que possuam Trissomia 21 apresentam as caractersticas seguintes:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 48/114
Todos os inquiridos afirmaram corretamente que a idade maternal um fator de risco, e
todos salientaram que o incio de maior risco surge aos 35 anos, estando tambm cientificamente
provado este mesmo facto.
Grfico 20: Anlise questo 7 A idade materna um fator de risco para a ocorrncia desta patologia?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 49/114
Legenda do grfico:
(F) Participaria
(G) No participaria
(H) No um tema que suscite o seu interesse
(I) um tema que apenas interessa a pessoas ou familiares de crianas com a
patologia
(J) Outro
Grfico 22: Anlise questo 9 Sobre Trissomia 21, que temas gostaria de ser esclarecido numa futura formao?2
Grfico 21: Anlise questo 8 Caso tivesse acesso a uma formao gratuita
sobre Trissomia 21:
-
_________________________________________________________________________
Pg. 50/114
Legenda do grfico:
(A) Conhecimento da patologia
(B) Que intervenes podem promover o desenvolvimento de crianas com
Trissomia 21?
(C) Quais as limitaes de crianas com trissomia 21
(D) Como lidar com crianas com Trissomia 21
(E) Diferena entre criana portadora de Trissomia 21 e criana dita normal
(F) Recursos / procedimentos despistar e estudar a patologia
(G) O meu filho tem um amigo com trissomia 21. O que fazer?
(H) Outro
A formao teve recetividade por todos os inquiridos, o que demonstra mais uma vez que
seria uma das reas a privilegiar em termos de campos de ao da futura Associao de Apoio
Criana com Trissomia 21. Todos os inquiridos demonstraram interesse pelo tema Recusos para
despistar a patologia.
1.3.3. Inqurito a educadoras de infncia
O inqurito aplicado a educadoras de infncia consta da figura 18 e os inquritos respondidos,
um total 14 constam do anexo VIII. Os inquritos foram aplicados a educadoras de infncia que
exercem funes nos infantrio s: Centro Social do Manso (Lea do Balio); Centro Social da Junta
de Freguesia de Aldoar (Porto); Ponpons (Senhoa da Hora; e foi tambm entregue inquritos ao
Jardim de Infncia n2 de Custoias e na Escola Bsica Nogueira Pinto (Lea da Palmeira), mas no
foram respondidos, no comparecendo assim na anlise dos resultados.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 51/114
Figura 18 - Capa, e dados de inquiridos; conhecimentos da patologia
-
_________________________________________________________________________
Pg. 52/114
Os resultados obtidos no questionrio realizado educadoras de infncia, encontram-se
apresentados nos grficos 23 a 34. O total de pessoas inquiridas foi de14 e verifica-se que
nalgumas questes o total de respostas superior a este valor, pois as perguntas permitiam mais
que uma nica resposta. Consequentemente, mais uma vez, os dados no foram trabalhados em
percentagens, mas sim em valor numrico absoluto.
Grfico 23: Anlise questo 1 Sexo dos inquiridos
Grfico 24: Anlise questo 2 3Idade dos inquiridos
Grfico 25: Anlise questo 3 Trabalha ou j trabalhou com crianas com Trissomia 21?
Todos os inquiridos pertenciam ao sexo feminino, tendo maioritariamente entre 30 a 40
anos. Dos 14 inquiridos, 8 nunca trabalharam com crianas portadoras de Trissomia 21, mas em
contrapartida 6 j trabalharam e, atualmente nenhum dos inquiridos trabalha com essas mesmas
crianas.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 53/114
Legenda de grfico:
(A) Hereditria
(B) Congnita
(C) Devida a erros alimentares ocorridos durante a gravidez
(D) Relacionada com o consumo de drogas pela me durante a gravidez
(E) Resultante do consumo de tabaco durante a gravidez
(F) Devido falta total do gene 21
(G) Resultante da existncia de um cromossoma a mais no gene 21
(H) Devido existncia de trs cromossomas 21
(I) Geralmente, relacionada com uma alterao do nmero de cromossomas nos vulos
(J) De origem materna ou paterna
(K) Infeciosa que pode ser transmitida por contato com pessoas que a evidenciem
(L) Com cura, desde que a pessoa
Grfico 26: Anlise questo 4 A Trissomia 21 uma doena:
Dos 14 inquiridos, 13 responderam adequadamente questo, demonstrando um conhecimento especifico quanto patologia, 3 no responderam questo, no podendo avaliar o seu conhecimento quanto origem da patologia em si.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 54/114
Legenda do grfico:
(A) Olhos amendoados
(B) Dedos cumpridos
(C) Flexibilidade excessiva nas articulaes
(D) Pontos amarelos na ris
(E) Pescoo curto
(F) Atraso mental leve a moderado
(G) Duas linhas nas palmas das mos
(H) Achatamento na parte de trs da cabea
(I) Tnus muscular inferior ao normal
(J) Dfice na audio
(L) Pele ruborizada
(M) Perda da capacidade de locomoo
Grfico 27: Anlise questo 5 Crianas que possuam Trissomia 21 apresentam as caractersticas seguintes:
Todos os inquiridos assinalaram todas as opes identificveis com caratersticas
comuns de um portador. A maioria identificou a opo A, olhos amendoados, e a opo E,
pescoo curto, como sendo das mais comuns. Contrariamente, nenhum dos inquiridos
assinalou a opo D, pontos amarelos na ris, e esta tambm uma das caractersticas.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 55/114
Todos os inquiridos assinalaram que a idade da me um fator de risco, e 50% dos que
responderam questo relativa idade de risco afirmam ser a partir dos 35 anos, e o mesmo
nmero aponta para o inicio de maior risco a partir dos 40 anos. 2 do total de inquiridos no
responderam, talvez por no saberem especificamente qual a idade.
Grfico 28: Anlise questo 6 A idade materna um fator de risco para a ocorrncia desta patologia? Se sim, apartir de que idade?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 56/114
Legenda do grfico:
(A) Rigorosa e estimulante
(B) Estimulante mas pouco repetitiva
(C) Bastante repetitive e simples
(D) Simples mas persistente
(E) Idntica de uma criana normal
(F) No sei
(G) Outro
A maioria dos inquiridos respondeu que a aprendizagem deveria ser feita de uma forma simples
mas persistente, e tambm salientaram a repetio como vantajosa na aprendizagem. Tendo estas
crianas um atraso cognitivo necessrio uma enorme repetio de situaes, o mais simples
possvel, para a potenciar a sua compreenso.
Grfico 29: Anlise questo 7 A aprendizagem de uma criana com Trissomia 21 deve ser feita de forma:
Grfico 30: Anlise questo 8 Se um dia tivesse que trabalhar com crianas com Trissomia 21 aceitaria?
-
_________________________________________________________________________
Pg. 57/114
Todos os inquiridos aceitariam trabalhar com crianas portadoras de Trissomia21, o que
sem duvida, bastante positivo, visto que, demonstra uma sensibilidade quanto ao tema.
Alguns destes inquiridos j trabalharam com estas crianas, mas 8 dos 14 nunca trabalharam e
afirmaram aceitar essa situao. Demonstra uma forte noo de que o problema existe e deve-se
compreender como lidar com ele.
Grfico 31: Anlise questo 9 Em caso de ter uma criana com esta patologia de que forma iria agir com ele/ela?
Legenda do grfico:
(A) Recusava-me a aceitar e exclu-a/o do grupo
(B) Protegia/o das outras crianas
(C) No tocava no assunto de ela ser diferente
(D) Tratara-o/a de uma forma mais cuidada
(E) Tratara-o/a de uma forma normal, mas com outros cuidados
(F) Outro
A maioria dos inquiridos que responderam questo escolheram a opo E, como a mais
correta, o que salienta a postura adequada em intervir com uma criana portadora de Trissomia
21.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 58/114
Legenda do grfico:
(A) Atraso na fala
(B) Impossibilidade de realizar trabalhos minuciosos
(C) Atraso na aprendizagem
(D) Atraso em reconhecer pais e familiars
(E) Incapacidade de desenvolver linguagem verbal (fala)
(F) Apatia
(G) Maior risco de obesidade
(H) Incapacidade para aprendizagem de matemtica
Grfico 32: Anlise questo 10 As crianas com Trissomia 21, possuem certas limitaes.
Quais destas so?
Nesta questo os inquiridos demonstraram reconhecer o atraso cognitivo do portador,
mas ao mesmo tempo, um certo desconhecimento cientfico relativamente patologia, visto que,
5 em 14 afirmaram que estes seriam incapazes de desenvolver a linguagem verbal, 3 em 14 que
eram apticos e 5 em 14 de que eram incapazes de aprender matemtica. O que no se aplica
de todo, visto que, tudo ir depender da estimulao que for proporcionada criana portadora
da sndroma, sabendo-se que uma boa estimulao originar uma razoavelmente a um bom
nvel de aprendizado.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 59/114
Grfico 33: Anlise questo 11 Caso tivesse acesso a uma formao gratuita sobre Trissomia 21:
Grfico 34: Anlise questo 12 Sobre Trissomia 21, que temas gostaria de ser esclarecido numa futura formao.
Legenda do grfico:
(A) Participaria
(B) No participaria
(C) No um tema que suscite o seu interesse
(D) um tema que apenas interessa a pessoas ou familiares de crianas com a
patologia
(E) Outro
-
_________________________________________________________________________
Pg. 60/114
B. Constituio da Associao
Constituir uma Associao surge da necessidade de realizar algo em comum por parte de
duas ou mais pessoas, concretizando esse desiderato sem fins lucrativos. As Associaes so
pessoas coletivas cuja constituio e funcionamento est regulado pelo Cdigo Civil nos Artigos
167 e seguintes, bem como por Legislao conexa como seja a do Registo Nacional de Pessoas
Coletivas (R. N. P. C). O processo de constituio de associaes complexo e decorre num
conjunto de fase e procedimentos seguidamente caraterizados e sintetizados na figura 20.
1. Documentos de abertura:
De acordo com a Lei n. 40/2007, de 24 de Agosto que aprova um regime especial de
constituio imediata de associaes so necessrios os seguintes atos para registar uma
associao:
1. REUNIO DE FUNDAO e Aprovao de Estatutos, constituindo a primeira
Reunio dos seus Fundadores, em que estes vo deliberar, entre outros assuntos, sobre o NOME,
OBJECTO SOCIAL E SEDE, bem como, vo elaborar e aprovar a proposta de estatutos. Deste
ato oficial lavrada a respetiva ata.
Legenda do grfico:
(A) Conhecimento da patologia
(B) Que intervenes podem promover o desenvolvimento de crianas com
Trissomia 21?
(C) Quais as limitaes de crianas com trissomia 21
(D) Como lidar com crianas com Trissomia 21
(E) Diferena entre criana portadora de Trissomia 21 e criana dita normal
(F) Recursos / procedimentos despistar e estudar a patologia
(G) O meu filho tem um amigo com trissomia 21. O que fazer?
(H) Outro
Registou-se recetividade em relao formao sugerida, pelo total de inquiridos,
reforando mais um vez de que esta ser um dos contributos da Associao na sociedade. A vasta
quantidade de respostas demonstra um interesse alargado quanto ao tema, e tambm, a
necessidade de informao em muitos aspetos acerca desta patologia.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 61/114
Figura 20 - Fluxograma do processo da constituio da Associao
PROJETO DE ESTATUTOS
Na reunio informal com todos os membros da Associao foi realizado um projeto
de estatutos, que so as regras que a sua associao ter que cumprir no futuro.
RECONHECIMENTO DA ASSOCIAO - DENOMINAO
Trs nomes possveis:
Associao Portuguesa de Apoio a Trissomia 21 APAT21;
Associao Portuguesa Trissomia 21 APT21;
Associao Portuguesa Sndrome de Down APSD).
Seguidamente dirigir-se ao Registo Nacional de Pessoa Coletiva para verificar a
disponibilidade do nome.
Esta etapa do processo ter aproximadamente um custo de 60 euros.
CONSTITUIO/ ORGOS SOCIAIS
Reunio com todos os elementos do grupo; eleio dos elementos dos rgos
sociais (Assembleia Geral, Direo e Conselho Fiscal); realizao de ata, assinada
por todos os elementos, necessrio para a legalizao (ver ata em anexo ...)
REGISTO DA ASSOCIAO NO RNPC
Dirigir-se ao Registo Nacional de Pessoa Coletiva para a atribuio de nmero fiscal e
requrimento de certificado de admissibilidade ou denominao.
Documentos: ata da Assembleia Geral, os Estatutos e os Bilhetes de Identidade dos
elementos dos corpos sociais
PERSONALIDADE JURDICA
Depois de obter o nmero fiscal, solicitar Delegao Regional do IPJ da rea da
sede da associao a apreciao da legalidade e a publicao dos estatutos. Para o
efeito so necessrios os seguintes documentos:
Estatutos;
Ata da Assembleia Geral (assinada por pelo menos 20 associados);
Certificado de admissibilidade de firma ou denominao.
-
_________________________________________________________________________
Pg. 62/114
2. DUAS VIAS DOS ESTATUTOS, na ntegra, impressos independentes da ata de
constituio) com a assinatura do representante legal da associao em todas as pginas;
3. A RELAO DOS ASSOCIADOS FUNDADORES E DOS MEMBROS DA
DIREO ELEITA, com a indicao da nacionalidade, do estado civil e da profisso de cada um.
4. OFCIO ENCAMINHADO AO CARTRIO, solicitando o registro, assinado pelo
representante legal da associao, com a apresentao do seu endereo pessoal e do endereo
da sede da entidade.
De acordo com a Lei 9.096/95 os seguintes itens devem constar dos estatutos:
A denominao, os fins e a sede da associao, bem como o tempo de sua durao;
O modo como se administra e representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
Se o estatuto reformvel no tocante administrao, e de que modo.
Se os membros respondem ou no, subsidiariamente, pelas obrigaes sociais;
As condies de extino da pessoa jurdica e, nesse caso, o destino do seu patrimnio.
1.1. Impressos
Os documentos necessrios ao processo de abertura de uma associao esto
disponveis on-line8 e encontram-se ilustrados nas figuras 21 e 22 e esto preenchidos no
anexo VII. Estes modelos incluem, um para requerimento de denominao e outro para pedido
de inscrio.
8 http://www.irn.mj.pt/sections/irn/a_registral/servicos-externos-docs/impressos/rnpc/impressos-rnpc/
Figura 21 - Modelo para
requerimento de denominao Fonte:
http://www.irn.mj.pt/sections/irn/a_registral/servicos-externos-docs/impressos/rnpc/impressos-rnpc/
http://www.irn.mj.pt/sections/irn/a_registral/servicos-externos-docs/impressos/rnpc/impressos-rnpc/
-
_________________________________________________________________________
Pg. 63/114
Recebido o Certificado de Admissibilidade e aprovado a redaco final dos estatutos,
esto preenchidos os requisitos para a celebrao de Escritura Pblica a celebrar em
qualquer Cartrio Notarial;
Para a Escritura Pblica, os fundadores da Associao devero fornecer os seguintes
documentos:
- Certificado de Admissibilidade
- Carto Provisrio de Pessoa Colectiva
- Estatutos da Associao
- Lista definitiva dos outorgantes da Escritura, bem como as respectivas moradas
- Fotocpias dos Bilhetes de Identidade e Contribuinte
Celebrada a Escritura Pblica o Notrio ou o IPJ comunica oficiosamente a constituio
da Associao ao Governo Civil e ao Ministrio Pblico. Igualmente envia para a
Imprensa Nacional um extracto para a publicao na III Srie do Dirio da Repblica.
Feita a publicao no Dirio da Repblica dever ser feita a inscrio definitiva no
R.N.P.C., resultado desta a emisso do carto definitivo com a atribuio do NIPC
nmero de identificao de Pessoa Colectiva.
Constituda a Associao, esta fica sujeita a diversos deveres legais, de entre eles o
dever fiscal, de entregar a Declarao de Incio de Actividade na Repartio de Finanas
de Sede Social da Associao.9
9 http://www.fajdp.pt/docs/leg4.pdf
Figura 22 - Modelo de pedido de
inscrio Fonte:
http://www.irn.mj.pt/sections/irn/a_registral/servicos-externos-docs/impressos/rnpc/impressos-rnpc/
-
_________________________________________________________________________
Pg. 64/114
1.2. Estatuto de Utilidade Pblica:
As associaes ou fundaes que prossigam algum dos fins previstos no Artigo 416 do Cdigo
Administrativo podem ser declaradas de utilidade pblica imediatamente aps a sua constituio:
Consideram-se pessoas coletivas de utilidade pblica administrativa as
associaes beneficentes ou humanitrias e os institutos de assistncia ou educao,
tias como hospitais, hospcios, asilos, casas pias, creches, lactrios, albergues,
dispensrios, sanatrios, bibliotecas e estabelecimentos anlogos, fundados por
particulares, desde que umas e outros aproveitem em especial aos habitantes de
determinada circunscrio e no sejam administrados pelo Estado ou por um corpo
administrativo" 10
"
(in, Artigo 416, Pessoas coletivas de utilidade pblica administrativa)
Dado que a Associao de Apoio a Crianas com Trissomia 21em vista a ser criada, tem como
fins alguns dos presentes no artigo 416, ser automaticamente certificada de utilidade pblica logo
aps a sua constituio, ou seja, depois do registo no Registo Nacional de Pessoa Coletiva. Em
relao ao processo de declarao de utilidade pblica a tramitao inclui:
1. O requerimento para a concesso da declarao de utilidade pblica que efetuado
exclusivamente atravs do preenchimento do formulrio eletrnico adequado,
disponibilizado para o efeito no portal da Secretaria-Geral da Presidncia do Conselho de
Ministros, na Internet.
2. Sem prejuzo dos demais elementos que, nos termos do artigo 15, sejam determinados
como necessrios para a instruo do pedido, o requerimento deve identificar no
formulrio referido no nmero anterior:
A identificao da entidade requerente;
Os fins de utilidade pblica em funo dos quais se encontra organizada;
Os fundamentos que, em seu entender, sustentam a concesso do estatuto de
utilidade pblica;
A eventual prestao do consentimento para a consulta da respetiva situao
tributria ou contributiva regularizada, nos termos do n. 2 do Artigo 4 do Decreto-Lei
114/2007 de 19 de Abril;
Nome e qualidade do responsvel pelo preenchimento do requerimento.
3. A entidade competente pode solicitar pareceres adjuvantes a quaisquer entidades pblicas
ou privadas.
10
In Camara Municipal de Sesimbra
(http://www.cm-sesimbra.pt/NR/rdonlyres/F1F6CB22-0FE6-451C-ABD1-
45A9435857B5/29604/EstatutodeUtilidadePublica.pdf)
-
_________________________________________________________________________
Pg. 65/114
2. Documentos de incio de atividade
2.1 Estatutos da associao
Estatutos da Associao
Artigo 1
Denominao, sede e durao
1. A Associao, instituio particular sem fins lucrativos, adota a denominao de
Associao Portuguesa de Apoio a Trissomia 21 (APAT21), com a sub-denominao de
3X21.
2. A sede encontra-se situada, provisoriamente em Custoias - Matosinhos
3. A durao por tempo indeterminado.
Artigo 2
Objetivos
A Associao tem como objetivos:
o Prestao de cuidados a portadores de Trissomia 21;
o Prestao de apoio e orientao psicolgico a pais/familiares;
o Disponibilizao de recursos educativos como meio de interveno;
o Dinamizao de atividades para a divulgao;
o Sensibilizao da sociedade para com questes envolvendo o portador de trissomia 21;
o Dinamizao de workshops de formao a associad