panfleto calourada 2014-1
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grupo de estudo marxista que se organiza na ufpaTRANSCRIPT
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Grupo de Estudos
Marxistas
Marx Produtor de cincia ou mstica? Em tempos de crise, invocar o Hegel se tornou uma verdadeira celeuma, reflexo abstrata jamais teria a capacidade
nome do jurisprudente, filosofo, que de um lado os que invocavam o Estado de interpretar e ao mesmo tempo propor
economista, historiador, jornalista e como a realizao histrica da liberdade e uma transformao radical da realidade. O
socilogo alemo Karl Heinrich Marx o Estado monrquico parlamentarista comba t ivo movimento oper r io
(1818 a 1883) tornou-se um tanto prussiano como o exemplo ideal, esse parisiense fascinou Karl Marx, pela
corriqueiro, afinal Marx amava a cincia e grupo ficou conhecido hegelianos de primeira vez se deparou e sentiu a fora da
com nimo acompanhava as descobertas direita. Marx se agrupou aos jovens classe desfavorecida, e foi ali que iniciou
nas distintas reas do conhecimento e face hegelianos que viam que as leis civis do seu contato com o movimento socialista
a isso compreendia a marcha da Estado eram simples plgio da Bblia e francs, a respeito da gnese do marxismo
humanidade na histria com progresso, e que se deveria fazer uma feroz crtica a Lnin diz: O marxismo o sucessor
que o futuro da humanidade sempre seria religio (cristianismo) j que seria esse legtimo do que de melhor criou a
uma constante superao positiva de mal que prendia o homem reformar humanidade no sculo XIX: a filosofia
etapas j superadas. Por mais que sua vida politicamente Marx no demora em alem, a economia poltica inglesa e o
fosse marcada por longos perodos de romper com esse grupo, afinal tinha socialismo francs.[5] Falar da obra de
privaes e tristezas, houve momentos de descoberto que a religio era uma simples Marx e Engels impossvel nessa pequena
rpidas, porm profundas alegrias e cortina de fumaa que escondia o coluna, to pouco queremos cair no erro
felicidades. Sobre a certeza do futuro em verdadeiro elemento social necessrio e de tentar resumir uma cincia a qual o
uma das suas cartas sada o nascimento do determinante s ine qua non das marxismo, o que nos motiva no apenas
filho de seu amigo, com as seguintes transformaes sociais que se assentava o interesse cientifico reflexivo que o
palavras: seria impossvel escolher o nos meios de reproduo social O nosso marxismo pode proporcionar a um
momento melhor para vir ao mundo que jovem Marx percorreu um caminho longo acadmico universitrio, mas tomar para
este. Quando for possvel ir de Londres at desenvolver sua teoria da luta de si essa arma na luta de classes e pender a
para Calcut em sete dias ns deveremos classes e da revoluo proletria, quando balana da luta de classes a favor de uma
estar com nossas cabeas cortadas ou ainda redator do jornal Gazeta renana um revoluo social e tornar real o que lemos
debaixo da terra. Austrlia, Califrnia e o peridico liberal vivenciou uma lei no fim do Manifesto Comunista: uma
Pacfico! Os novos cidados do universo restritiva do rei Friedrich Wilhelm IV a s s o c i a o e m q u e o l i v r e
sero incapazes de perceber o quanto contra os camponeses que proibiam a desenvolvimento de cada um ser a do
nosso mundo era pequeno.[1] Hoje em retirada da madeira na floresta, caas livre desenvolvimento de todos.[6]
um dia se faz o trajeto de Londres a ilegais, invases etc... nesse perodo o O GEMARX se prope a
Calcut tornando onisciente a frase do Estado abriu 207.478 processos organizar os estudantes dos mais diversos
Manifesto comunista A burguesia no penais.[3] O lado humanista do jovem cursos a avanar coletivamente na
p o d e e x i s t i r s e m r e v o l u c i o n a r jornalista logo se aflorou e defendeu compreenso da cincia proletria,
constantemente os meios de produo e, veementemente em seus artigos o direito mantendo relaes fraternas com os
por conseguinte, as relaes de produo campons, no entanto , este raciocnio d is t in tos par t idos de esquerda ,
e, com elas, todas as relaes sociais[2] ainda baseado em consideraes de movimentos sociais e sindicatos
Essa nfima analogia um gro de rea justia e no de economia[4] reconhecendo neles o resultado legtimo
perante a enorme praia de conhecimento Logo que se casou foi morar em das ferramentas que os trabalhadores
sobre a qual Marx ia chegar sobre a Paris, e a necessidade de fundamentar criaram no decorrer de sua luta pelo poder.
sociedade de sua poca e o desenrolar da uma critica mais consistente a favor dos
historia humana. despossudos vinha perturbando sua Referncias:
[1]MEHRING, Franz. Marx - A histria de sua Logo que entrou na universidade mente desde 1836 foi que ento que o vida. So Paulo: ed. Sundermann, 2013. p. 219a filosofia o chamou ateno e para se Mouro decidiu entrar em sua oficina de [3]. p.55nutrir da mais badalada filosofia alem se produo, transcender o debate moral e [4]. p. 55
juntou de imediato ao grupo dos jovens cientificar em argumentos slidos a sua [2]MARX E ENGELS. Manifesto comunista.
hegelianos de esquerda, afinal defender os posio no que ele mesmo iria descobrir, a So Paulo: ed. Sundermann 2003. p. 29
pensamentos mais avanados e luta de classes. A realidade que vivenciou [6]LENIN, Vladimir.Obras completas de V.I
revolucionrios naquele momento era em Paris foi determinante na construo Lnine. So Paulo: 5ed. Avante. p. 40 necessrio, pois a herana filosfica de lgica do seu conhecimento, pois a
Boletim Calourada - GEMARX 2014
(91) 8913-5506
Gemarx Ufpa tem si dito: 'O marxismo esta morto' eu respondo viva o marxismo
Florestan Fernandes - em defesa do marxismo
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Afinal o que o GEMARX?O grupo de estudo marxistas surgiu ano passado atravs de um esforo coletivo de vrios estudantes da UFPA em criar
um espao capaz de proporcionar um debate sistemtico das obras de Marx e Engels e dos variados marxistas. Com
todas as dificuldades internas e externas o GEMARX em um curto perodo de tempo tornou-se referncia na
universidade promovendo debates internos e oferecendo cursos fora da prpria universidade.
As nossas reunies so realizadas quinzenalmente, sempre com um texto a ser estudado previamente, em
casos excepcionais professores so convidados nas reunies para fomentar o debate. O funcionamento do grupo no
promover aula, mas avanar conjuntamente na compreenso terica atravs do debate. Pela universidade a outros
grupos espalhados, que dentre o objetivo do GEMARX avanar na unidade desses grupos em eventos comuns de
divulgao terica, trazendo para nossa cidade tericos de longa tradio e produo do nosso pas, referente ao
marxismo. Entre em contato conosco e participe de nossas reunies.
Repensando o papel da universidade na luta
de classes e o protagonismo do
movimento estudantil Aps a revoluo francesa de restringiram a explorao sob a mais-valia falsas ideias da quebra de centralidade do
1789 poucas instituies ficaram de p, absoluta. E no podendo diminuir seus trabalho, ou pela estilhaada luta de
ante o furor revolucionrio dessa poca lucros que a burguesia corre para a classes. A burguesia atravs dos seus
onde as mudanas se gestavam de maneira necessidade de avanar cada vez mais na idelogos desferiram todos os golpes que
rpida. Dentre essas instituies que se explorao sob a mais-valia relativa, e as foram capazes contra a cincia proletria.
mantiveram de p podemos destacar a universidades pblicas uma pea chave Nesse perodo, como ainda hoje dizer que
universidade com sua existncia milenar. nesse projeto estratgico em que comea a apenas adepto ou simpatizante ao
Em uma sociedade fortemente marcada garantir pela primeira vez em seu espao a marxismo, motivo de ser chamado de
pela luta de classes, o Estado tem uma produo tecnolgica atravs das distintas arcaico, fssil acadmico ou invocador
i m p o r t n c i a d e t e r m i n a n t e n a engenharias. E a juventude burguesa e de rano a esses coveiros de Marx, o
hegemonizao da classe dominante, e a pequena burguesa que se apropria desse marxismo ganha ainda mais vigor, no s
universidade no foge dessa realidade. espao. Como no de interesse do Estado na nica teoria capaz de compreender a
Logo aps a burguesia ter derrotado as universalizar o ensino, ao contrrio crise, mas em apontar uma transformao
monarquias e ter hegemonizado seu somente atender o interesse produtivista social atravs da prxis. A universidade
domnio na sociedade, logo precisou das fbricas, o crivo do vestibular cai no ficou fora da nova reestruturao
reconstruir uma nova sociedade que como uma luva na mo da desigualdade capitalista, se no perodo fordista era
pudesse atender a suas necessidades. Foi burguesa, que se traveste na igualdade preciso formar mo de obra qualificada
na universidade que a burguesia encontrou individualista onde quem estudou passa para os megalomanacos projetos
um espao de reproduo ideolgica e e somente uma nfima parcela da capi tal is tas , sob o toyotismo a
cientifica para produo material de seu juventude ter acesso ao ensino, e o universidade tem outra misso, formar um
projeto social. Quanto mais as foras restante da juventude principalmente de exercito de reserva de mo de obra
produtivas se desenvolviam, mais era origem proletria e lumpemproletria qualificada, para voltar explorao
preciso se aprofundar nas pesquisas e resta o viu caminho da marginalizao atravs da mais valia absoluta, sob a
propagao do conhecimento, foi nessa social. flexibilizao e barganhas trabalhistas, e
necessidade que a gide da universidade A juventude universitria no essa atuao disfuncional bastante
moderna burguesa se erigiu. contexto social tem sua origem marcada danoso acarretando at mesmo o
Falar de luta de classe na por uma heterogeneidade (burgueses e achatamento da qualidade de vida da
univers idade ou a t mesmo da pequena burguesia) que pela permanncia classe mdia.
contribuio dos estudantes em tal luta, do tempo na academia desenvolver as Lutar por uma universidade
para alguns estranho, e ainda pior para suas potencialidades subjetivas, e por progressista e a servio das reais
muitos estudantes que fazem parte do mais que estejam presos numa aranha demandas sociais, perpassa sair do
movimento estudantil que veem com ideolgica mais conservadora que isolamento das lutas corriqueiras, no
estranheza, pensando que a contribuio progressista possibilita essa juventude ter anulando, mas ligando as conjunturas
do movimento se resume na simples maior sensibilidade, as mudanas sociais nacionais tornando-as bandeiras polticas.
presena nas greves ou em campanhas frente classe trabalhadora que se E a unidade do movimento estudantil de
salariais dos trabalhadores, esse texto tem desgasta fsica e mentalmente nos espaos esquerda ter uma importncia decisiva,
como objetivo expandir esse debate em de produo, que na sua exausto fsica, por mais que esteja debilitada pelo seu
um tempo de reestruturao da educao sentem na pele a explorao e a crises prprio fracionamento, e no marxismo
superior no Brasil e do trabalho no cclicas do capital e as mudanas sociais que devem buscar se armar que a fonte de
recorrer do sculo XX e XXI. mas no estamos afirmando o movimento todo pensamento revolucionrio. No se
Com o aprofundamento da diviso do estudantil como sujeito histrico pode ter nenhuma iluso que a
trabalho intelectual e manual, a independente, pelo contrrio sua universidade referenciada na classe
universidade deixa de produzir os formao pluriclassista o joga tanto uma trabalhadora surgir nos moldes do
tradicionais idelogos burgueses e contra noutra barricada na luta de classes, capital, somente com a derrubada desse
profissionais (juzes, socilogos, ento lutar ao lado do proletariado ao sistema social, que esse espao deixar de
economistas, mdicos e arquitetos) para mesmo tempo, lutar por polticas ser privilgio de poucos tornando o
suprir necessidade que a acumulao p r o g r e s s i s t a s i n t e r n a m e n t e n a destino certo de toda juventude, e mais
fordista empunhava no mundo do universidade. que nunca a aliana proletria estudantil
trabalho. Com as fortes greves e lutas Os anos da dcada de 1990 foram ecoa mais alto hoje do que no passado.
operrias a ferro e sangue os trabalhadores de um ataque feroz ao marxismo seja pelas
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