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GÊNERO TEXTUAL NAS AULAS DE ESPANHOL PANFLETO

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GÊNERO TEXTUAL NAS AULAS DE ESPANHOL

PANFLETO

POR QUE TRABALHAR COM GÊNEROS DISCURSIVOS?

A língua não é expressão do pensamento nem instrumento de comunicação, e sim elemento social de interação, seu ensino não deve se dar a partir de elementos abstratos, mas através de situações concretas de enunciações. Os gêneros dos discursos são uma possibilidade de ensino da língua, levando em consideração sua dimensão social para desenvolver, nos alunos, habilidades e capacidades de uso da língua oral ou escrita, permitindo-lhes seu uso adequado, nas diversas esferas sociais, de acordo com o objetivo almejado.

O que é um panfleto? Ele é diferente de um folheto?

Escreva no papel a resposta.

Qual a diferença entre folheto, folder, flyer e panfleto?

O panfleto nasceu no século XII, quando circulou na Inglaterra um breve poema de amor, anônimo, escrito em latim, com o nome de ‘Pamphilus seu de amore’, que se tornou extremamente popular e foi traduzido para inglês como Phamphlet.

Até o fim do século XIV a palavra pamphlet era usada em inglês para designar qualquer texto de tamanho menor do que os enormes livros manuscritos daquela época, antes da invenção da imprensa e nos séculos seguintes, o sentido do vocábulo evoluiu até significar um libelo difamatório, folheto escrito em estilo satírico ou violento, especialmente sobre assuntos políticos.

Em português o pamphlet acabou virando panfleto, mas a tradução real de pamphlet seria folheto. Não há diferença entre folheto e panfleto, pelo menos, não em sua origem vocabular.

Com a evolução dos processos de impressão os flyers, muito comuns para divulgação de eventos e casas noturnas.

O flyer, que em inglês significa voador, ganhou este nome devido a sua velocidade de distribuição e preserva a característica básica do panfleto, pois é direto e possui pouca informação, porém sua qualidade é bem maior. Por sua vez, a palavra folder, em inglês, significa pasta e é derivada de fold, que por sua vez significa dobra. Então agora ficou fácil entender a diferença entre um folder e um folheto ou panfleto, não é mesmo?

Se tem dobra, é folder. Se não tem, é folheto, panfleto ou flyer.

Observe o texto e responda as questões que lhe foram entregues

Um exemploA análise de um panfleto produzido para

atender a uma necessidade da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo no combate a dengue. É, portanto, um enunciado concreto pertencente à esfera social da saúde, atrelado aos recursos da esfera publicitária.

Por que este texto é um panfleto? O suporte é uma folha avulsa, preenchida, geralmente, de um

lado apenas);A circulação é entregue diretamente às pessoas ou é deixado em

lugares acessíveis, a fim de que possa circular livremente;Tem seu enunciado direto e objetivo; Tem poucas informações; O texto é composto por poucas e pequenas frases ou unidades

discursivas; Traz as marcas dos patrocinadores através de logotipos; É colorido (na maioria das vezes); Utiliza-se da linguagem verbal e não verbal; O tamanho e o tipo de papel através do qual é veiculado

correspondem ao modelo convencionalmente instituído pela sociedade.

Momento histórico da produção do panfleto

O panfleto circulou por ocasião do aumento no índice de óbitos por dengue no Estado de São Paulo. No início de 2010, o município encontrava-se entre os oito Estados que apresentavam números recordes de óbitos nos últimos três anos em decorrência da dengue.

São dados do site: Em 2010, São Paulo registrou 2.310 casos graves de dengue, o que inclui as mortes por febre

hemorrágica e de DCC (dengue com complicação). Com as 120 mortes já confirmadas, o índice de letalidade da doença chega a 5,19% dos casos graves,

taxa cinco vezes maior que o considerado aceitável pela OMS (Organização Mundial da Saúde)5. Segundo o site, o aumento da doença é ocasionado por vários fatores, entre eles: problemas no

atendimento aos pacientes que se apresentam aos serviços de saúde; o diagnóstico tardio e um tratamento inadequado, além da automedicação ao invés da procura por assistência médica tão logo quanto possível.

Como a dengue é uma doença de evolução rápida, a procura pelo atendimento médico, a tempo, pode significar a vida do paciente. Uma das saídas imediatas para diminuir o problema é educar a população e capacitar os profissionais de saúde.

Diante do exposto, o governo Estadual de São Paulo, em parceria com a Empresa metropolitana de Transportes Urbanos - EMTU/SP - uma sociedade anônima de economia mista e de capital fechado controlada pelo Governo do Estado de São Paulo; com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transportes do Estado de São Paulo – ARTESP; com o Departamento de Vigilância à Saúde de São Paulo – COVISA, entre outras, fez circular um panfleto que tinha como tema a dengue.

O objetivo era conscientizar a população sobre os cuidados ao contrair a doença para evitar mais complicações e possíveis óbitos por dengue.

Contextualizando o panfleto: conteúdo temático A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo mandou confeccionar um

panfleto informativo, destinado a circular nos órgãos públicos, em especial nas diversas unidades da Secretaria de Saúde do Estado, abordando os principais sintomas e os cuidados a serem tomados para evitar possíveis complicações da doença, ou a morte de pacientes, em decorrência da automedicação e ou falta de atendimento em tempo hábil.

A escolha do gênero panfleto, neste caso, se justifica porque permite ser reproduzido num grande números de exemplares para cumprir a função social de informar, se não todo, pelo menos uma grande parte do público alvo que corresponde à população do Estado de São Paulo.

Sua forma e tamanho, facilitam o manuseio pela população e sua circulação nas diversas unidades que compõem a esfera da saúde.

Outro fato que determina a escolha deste gênero é a relação entre os interlocutores que não dá pra acontecer boca a boca, em virtude de o público alvo ser composto por um grande número de pessoas, por isso, também, a parceria com os meios de transportes públicos nos quais o panfleto irá circular para fazer chegar a informação ao público alvo.

Estrutura composicional

Os autores do texto – profissionais da empresa contratada para confeccionar o panfleto (provavelmente da esfera publicitária) – se basearam nas características convencionalizadas socialmente por este gênero, já que a organização de seu enunciado se apresenta mais menos da mesma forma em outros textos.

Escreveram tendo em vista o interlocutor (cidadãos da cidade de São Paulo), os propósitos comunicativos (informar ao público sobre os sintomas da dengue); a situação imediata (momento marcado pelo aumento dos casos da doença); a situação mais ampla (geralmente a doença se alastra em determinada época do ano).

O gênero permite intercalar a linguagem verbal e a não verbal, o que o torna mais atrativo e acessível a diferentes interlocutores.

Neste panfleto, especificamente, as características comum ao gênero são: o enunciado direto; poucas informações; as frases ou unidades discursivas são pequenas; traz as marcas dos patrocinadores através de logotipos; é colorido; utiliza-se da linguagem verbal e não verbal; o tamanho e tipo de papel através do qual é veiculado corresponde ao modelo convencional.

Estilo

Os autores exploram estilo próprio como: o texto é iniciado com uma frase exclamativa que tem um tom argumentativo: “PODE SER DENGUE!”. Exploraram bastante as cores, predominando o preto, o vermelho e o amarelo; utilizaram o recurso dos sinais de adição, na cor preta, para dá um efeito somatório dos sintomas, os quais se apresentam em forma de desenhos sinonímicos sobre fundo de cores distintas em tons de amarelo, verde, roxo e vermelho, e representado abaixo de cada desenho a forma verbal do sintoma sob forma de letras garrafais preta. Na sequência da representação dos sintomas, os autores utilizam o sinal de subtração em cor vermelha e, logo à frente, o desenho de uma pessoa assoando o nariz sobre fundo vermelho, escrito abaixo, “RESFRIADO”, em letras garrafais vermelhas. Logo depois, em cor preta, o sinal de igualdade seguido da frase (unidade discursiva injuntiva): procure um médico ou posto de saúde. E como é característico do gênero, os logotipos das empresas responsáveis pela confecção e publicação do panfleto que fazem parceria com a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, entre eles: a CONVISA, EMTU/SP, ARTESP, Governo estadual, entre outros.

O enunciado é composto com utilização de cores, figuras, sinais de adição, subtração e igualdade para facilitar a compreensão do interlocutor. E a utilização das cores (predominando a cor vermelha, preta e amarela), além de chamar a atenção do interlocutor por tornar o texto mais atrativo visualmente, sugere outra interpretação: vermelho pode estar relacionado com o perigo da doença; preto pode referir-se ao luto, à morte, pois uma vez não tratada devidamente, a dengue pode levar a pessoa à óbito; e, finalmente, amarelo que é sinal de alerta à população.

A estratégia de utilizar os sinais matemáticos, provalvemente, se justifica pela intenção de enfatizar, que a dengue apresenta todos os sintomas mencionados, menos (“-”) o resfriado. Talvez estes recursos possam sinalizar para um público menos esclarecido, mas que possuem contato com as operações básicas do dia a dia comum a “todos” os cidadãos. Isso facilita a constituição do sentido pretendido pelos autores. Ou seja, o sentido não é único, mas é direcionado pelos locutores do texto.

BibliografiaALVES, Andresa Guedes Kaminski; COSTA-HÜBES, Terezinha da

Conceição. O gênero panfleto no ensino de língua portuguesa numa perspectiva sociointeracionista, 2010. Disponível em: < http://cac-php.unioeste.br/eventos/iisnel/CD_IISnell/pages/simposios/simposio%2006/O%20GENERO%20PENFLETO%20NO%20ENSINO%20DE%20LINGUA%20PORTUGUESA%20NUMA%20PERSPECTIVA%20SOCIOINTERACIONISTA.pdf > Acesso em 01/03/2016.

RENAN, Pedro. Qual a diferença entre folheto, folder, flyer e panfleto?, 2016. Disponível em: < http://blog.wedologos.com.br/diferenca-entre-folheto-e-panfleto/ > Acesso em 01/03/2016.

LEÃO, Ana. Atividade com folheto de supermercado, 2009. Disponível em: < http://aproanaleao.blogspot.com.br/2009/09/atividade-com-folheto-de-supermercado.html > Acesso em 01/03/2016.