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verBos aportuguesados de angliCismos: indíCios de variação e mudança linguístiCa

Flavio Biasutti Valadares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

[email protected]

RESUMO:O artigo trata de verbos aportuguesados, derivados de anglicismos; expõe a visão de alguns teóricos que tratam da variação e mudança linguística; exemplifica verbos aportuguesados a partir de anglicismos; conclui que verbos aportuguesados podem ser enquadrados em processos de mudança linguística no Português Brasileiro atual.PALAVRAS-CHAVE: Variação. Mudança linguística. Estrangeirismos.

ABSTRACT:This article discourses upon Portuguesized verbs derived from Anglicisms; exposes the view of ome theorists who deal with language variation and change; exemplifies Por-tuguesized verbs from Anglicisms; concludes that this kind of verbscan be inserted in processes of language change in the current Brazilian Portuguese.KEY WORDS: Variation. Linguistic change. Loanwords.

Considerações iniciais.

Paiva e Duarte (2003, p. 13) afirmam que “a atividade humana da lingua-gem caracteriza-se por um conflito entre duas faces aparentemente contraditó-rias: de um lado, uma aparência de estabilidade e, de outro, a constante variação e mudança tanto no indivíduo como na comunidade”. Elas asseveram que “a conjugação entre essas duas faces tem sido o foco de interesse da Teoria da Variação [...] que tem como um dos seus principais axiomas o de que as línguas humanas estão em constante mudança”. Nesse aspecto, entendemos que uma questão relevante no Português Brasileiro atual tem sido o aportuguesamento de verbos derivados de anglicismos.

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Schmitz (2001, p. 106) posiciona-se no sentido de que “a língua portuguesa sempre foi acolhedora de palavras novas”. O autor explicita que “a presença de palavras de origem estrangeira no português contemporâneo de nenhuma forma empobrece a língua; muito ao contrário, as palavras emprestadas de outras línguas contribuem para enriquecer a língua portuguesa”. Nessa perspectiva, é relevante reiterarmos que o uso de estrangeirismos na língua portuguesa, assim como em qualquer língua, historicamente sempre ocorreu, ou por empréstimos devido ao contato linguístico, à necessidade de comunicação imediata, ou em ra-zão de uma necessidade técnica de uso e de entendimento de um novo conceito.

Fiorin (2001, p. 119) evidencia que “as línguas que têm hegemonia po-lítica, num determinado momento, fornecem mais empréstimos que outras”. Na visão de Possenti (2001, p. 170), “a história das línguas é em grande parte uma história de empréstimos”. Para Schmitz (2001, p. 86), “a existência de palavras estrangeiras numa determinada língua não coloniza o pensamento nem tolhe o raciocínio, a criatividade e a originalidade dos que querem se expressar oralmente ou por escrito”.

Dessa forma, nosso objetivo é demonstrar alguns casos de verbos apor-tuguesados a partir de empréstimos linguísticos externos – estrangeirismos/anglicismos – para ilustrar, com base na Teoria da Variação e Mudança, de linha laboviana, indícios de variação e mudança linguística no Português Brasileiro atual.

1. Variação, mudança linguística e estrangeirismos.

Alkmin (2001, p. 31) afirma que

o objeto da Sociolinguística é o estudo da língua falada, observada, descrita e analisada em seu contexto social, isto é, em situações reais de uso. Seu ponto de partida é a comunidade linguística, um conjunto de pessoas que interagem verbalmente e que compartilham um conjunto de normas com respeito aos usos linguísticos. Em outras palavras, uma comunidade de fala se caracteriza não pelo fato de se constituir por pessoas que falam do mesmo modo, mas por indivíduos que se relacionam, por meio de redes comunicativas diversas, e que orientam seu comportamento verbal por um mesmo conjunto de regras. (ALKMIN, 2001, p. 31)

Conforme Mollica (2003, p. 9), a Sociolinguística é “uma das subáreas da Linguística e estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, voltando a atenção para um tipo de investigação que correlaciona aspectos linguísticos e

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sociais”. A autora ressalta que “a Sociolinguística considera em especial como objeto de estudo exatamente a variação, entendendo-a como um princípio geral e universal, passível de ser descrita e analisada cientificamente”; além disso, ela explicita que a variação linguística pressupõe a existência de formas linguísticas alternativas denominadas variantes e que essas variantes são “diversas formas alternativas que configuram um fenômeno variável, tecnicamente chamado de variável dependente”. (MOLLICA, 2003, p. 11).

Na perspectiva de Labov (1994), não se deve parar no que é estritamente linguístico. Isso evidencia que, havendo maior contato, as trocas linguísticas dão-se de maneira mais acentuada e promovem uma série de alterações nos usos dos falantes, seja por razões efetivamente comerciais, seja por transmissão cultural. Desse modo, a língua, instituição social de domínio público, apresenta no uso cotidiano seu maior veículo de divulgação e, por consequência, de troca.

Labov (2008) demonstrou que a mudança linguística não pode ser com-preendida fora da vida social da comunidade em que ela se produz, uma vez que pressões sociais são exercidas constantemente sobre a língua, ou seja, a explicação da mudança linguística, em suas palavras, “parece envolver três problemas distintos: a origem das variações linguísticas; a difusão e propa-gação das mudanças linguísticas; e a regularidade da mudança linguística.” (LABOV, 2008, p. 19)

Weinreich, Labov e Herzog (2006, p. 17) apresentam um esboço dos problemas para os quais uma teoria da mudança deve fornecer respostas:

a) fatores condicionantes (mudanças e condicionantes possíveis); b) transição (os estágios intervenientes entre dois estados da língua); c) encaixamento (o entrelaçamento das mudanças com outras que ocorrem na estrutura linguística e na estrutura social); d) avaliação (os efeitos da mudança sobre a estrutura e o uso da língua); e) implementação (razões para mudanças ocorrerem em certa língua numa dada época). (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006, p. 17)

Nesse aspecto, cumpre considerarmos que a abordagem da Teoria da Va-riação e Mudança Linguística instrumentaliza, de acordo com Mollica (2003), a análise sociolinguística. A linguista observa que “esta linha é adotada em função de ser considerada teoricamente coerente e metodologicamente eficaz para a descrição da língua em uso numa perspectiva sociolinguística”. (MOLLICA, 2003, p. 11)

Com isso, entendemos que as línguas humanas estão em constante mo-vimento, por variação e mudança dentro da comunidade linguística, uma vez

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que a renovação de uma língua é algo imprescindível para a sua própria ma-nutenção e sobrevivência e só assim poderão ser criados novos significados e atender às novas demandas da sociedade. Dessa forma, observando o postulado de Labov (1994), toda língua apresenta variação, que é sempre potencialmente um desencadeador de mudança.

Decorrente disso, confirmamos que empréstimos podem ser feitos, cons-cientemente ou não, pelos usuários da língua e que, de eventuais intercâmbios e de alguma maneira, a “contaminação” linguística ocorra em graus maiores ou menores devido às necessidades comunicativas dos falantes. Isso é confir-mado pelo fato de que a língua tem a qualidade de ser, ao mesmo tempo, um fenômeno histórico-social e um elemento constitutivo da individualidade de cada falante, em particular. (ALKMIN, 2001; PRETI, 2000)

Assim, os empréstimos externos, ou seja, estrangeirismos, na visão de Faraco (2001), apresentam-se como

o emprego, na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de outras lín-guas. No caso brasileiro, posto simplesmente, seria o uso de palavras e expressões estrangeiras no português. Trata-se de fenômeno constante no contato entre comu-nidades linguísticas, também chamado de empréstimo. (FARACO, 2001, p. 15)

Campos (1986, p. 34) postula que “o estrangeirismo seria um empréstimo que ainda não se naturalizou”. Para Barbosa (2004, p. 71-72), “o estrangeiris-mo consiste em transferir (transcrever ou copiar) para a língua-alvo vocábulos ou expressões da língua-fonte que se refiram a um conceito, técnica ou objeto mencionado na língua-fonte que seja desconhecido para falantes da língua-alvo”.

Conforme Cunha (2003, p. 5-6), palavra estrangeira é “aquela palavra que, embora usada por alguns dos nossos escritores e, mais frequentemente, na linguagem da imprensa, ainda não foi completamente adaptada ao nosso idioma”. E complementa “aquela palavra que proveio de uma língua estrangeira (palavra esta que não pertence, portanto, ao nosso patrimônio latino) e que foi introduzida em português e nele perfeitamente adaptada”.

Andrade e Medeiros (2001, p. 260) conceituam estrangeirismo como “pa-lavra estrangeira utilizada dentro de um sistema linguístico sem que faça parte de seu acervo lexical. Ela é sentida como externa ao vernáculo dessa língua”. Para Weg e Jesus (2011, p. 26), “é o uso de termos ou expressões tomadas por empréstimo de outras línguas”.

Assim, é importante salientarmos que, de acordo com Alves (2004, p. 73), “o estrangeirismo é facilmente encontrado em vocabulários técnicos – es-

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porte, economia, informática... – como também em outros tipos de linguagens especiais: publicidade e colunismo social” e ampliarmos essa afirmação para compreendermos que, além de empréstimos linguísticos externos nestas áre-as, os usos se estendem a outras áreas da sociedade e expandem-se aos mais variados grupos sociais, inclusive com ampliação semântica.

2. Verbos aportuguesados de anglicismos: indícios de variação e mudança linguística.

A partir das considerações iniciais e da exposição teórico-conceitual, ana-lisamos alguns exemplos de verbos aportuguesados, derivados de anglicismos, a fim de comprovarmos que há indícios de um processo de variação e mudança linguística. Antes, apresentamos alguns comentários sobre aportuguesamento, neologismo e dicionarização.

Na visão de Mattoso Câmara Jr. (2002, p. 57), o aportuguesamento é um “fenômeno que consiste em adaptar, fonológica e morfologicamente, os estrangeirismos lexicais ao português”. Nesse aspecto, Sandmann (1997, p. 73) observa que o empréstimo pode estar bem adaptado à língua de chegada quando há palavras dele derivadas, como empréstimos advindos da língua inglesa que possuem termos derivados: snob que derivou esnobar, por exemplo, vocábulo bastante utilizado para designar uma pessoa que se considera superior à outra, menosprezando-a.

Nessa perspectiva, Torrano (2010, p. 22) indica que, “num primeiro mo-mento, a unidade léxica permanece como um elemento estrangeiro à língua, com sua forma original inalterada”. Ela complementa afirmando que, “com o aumento do uso pelo grupo, isto é, com o aumento da frequência, a unidade sofre alterações, atualizações, até que passa a ser sentida como unidade da língua de destino sujeita às regras de transformação morfológica da mesma, tornando-se um empréstimo”.

É importante salientarmos que alguns casos de empréstimo são feitos, mas o termo em português concorrente vem sobressaindo quanto ao uso, como é o caso de attachment, que significa anexar, e, mesmo tendo ocorrido seu aportu-guesamento, o uso de atachar na área da informática não é tão comum quanto anexar para designar a mesma ideia. Isso pode demonstrar que o uso de um estrangeirismo é dependente da aceitação por parte da comunidade linguísti-ca, ou seja, o uso de attachment levou ao seu aportuguesamento (atachar); no entanto, como há na língua portuguesa o termo anexar para a mesma ideia, é possível afirmarmos que a opção pela utilização de anexar no lugar de atachar

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deu-se muito mais pela preferência do falante/usuário da língua. Também, é importante frisarmos que os dois termos estão em concorrência e podemos até sugerir que no processo de mudança linguística haja uma tendência a perma-necer a opção anexar em vez de atachar.

Em contrapartida, há casos em que o aportuguesamento, especificamente de verbos, ocorre, como aponta Prado (2006, p. 58), “com a adaptação das unidades lexicais que já sofreram alteração de âmbito fonético, fonológico e morfológico, ou seja, que já se adaptaram ao sistema da língua portuguesa”. Ela exemplifica com acessar, conectar, deletar, escanear. Isto é, um processo aparentemente bastante rápido de adaptação e, por conseguinte, de aportugue-samento e uso, que pode gerar a dicionarização da forma aportuguesada.

Especificamente, Carvalho (1989) afirma que a importação da tecnologia da informática pelo Brasil na década de 60 trouxe junto sua terminologia, a princípio, formando um jargão profissional com radicais ingleses e sufixos por-tugueses: costumizar, formatar, dampear. A autora propõe três razões principais para uma tendência de se adotar os termos em inglês, quais sejam:

1. rápida evolução das técnicas: as novidades se sucedem em uma fração tão pequena de tempo que não se pode pensar em substituição;2. falta de tradução exata: os termos em português não se ajustam ao significado do termo inglês. Termos como input, output, realtime, mainframe não encontraram tradução exata;3. facilidade da comunicação: o intercâmbio com técnicos de outras línguas é facilitado pelo uso do inglês.

É importante também indicarmos que, conforme Prado e Massini-Cagliari (2011, p. 17), diante do dinamismo do léxico, “os lexicógrafos deparam-se com a complicada missão de observar a língua de uma comunidade em uma determinada época para decidir que palavras merecem (ou não) ter um registro permanente em dicionários”. Dessa forma, as autoras apontam que “a presença de determinadas unidades lexicais emprestadas de outros idiomas em obras de referência de uma língua pode revelar, entre outras coisas, não apenas a influ-ência de uma língua sobre a outra, mas também a influência de uma cultura sobre a outra”.

Outro ponto de destaque é a pesquisa de Alves et alii (2004), feita na Base de Neologismos do Português Contemporâneo do Brasil e constituída por unidades lexicais neológicas extraídas de jornais e revistas a partir do ano de 1993, que mostra: das 9.300 unidades lexicais neológicas, que constituem

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mais de 15.000 ocorrências, 17% dos neologismos são estrangeirismos e em sua maioria de origem inglesa. Além disso, essa pesquisa constatou que a maioria dos estrangeirismos que aparece uma única vez no corpus geralmente não é de origem inglesa e se encontra apenas em textos mais específicos, como repor-tagens que tratam de outros países e culturas, o que mostra que os anglicismos estão mais espalhados em diferentes áreas de interesse e de cultura brasileira. (PRADO e MASSINI-CAGLIARI, 2011)

Pressupondo o que destaca Alves et al (2004), citamos Biderman (1992, p. 5), acerca do papel do dicionário:

Um dicionário é um repositório da riqueza vocabular de uma língua [...]. Mas não é só isso. As palavras arroladas no dicionário dão testemunho de uma cultura; no caso da língua portuguesa, nosso vocabulário registra não só os símbolos da nossa cultura brasileira, mas também de muitas outras culturas de que somos herdeiros: a lusitana, a greco-latina, as culturas indígenas, as culturas africanas [...] e tantas outras mais que recebemos pelos mais variados caminhos. Por outro lado, vivendo num mundo em que os meios de comunicação de massa estão-nos transmitindo vocábulos de centenas de outras culturas [...] consequentemente esses bens culturais de outros povos e nações passam a fazer parte do nosso mundo, sendo registrados no nosso vocabulário através de nossas palavras. Assim, o nosso léxico contém atualmente um grande contingente de vocábulos estrangeiros e conceitos importados de outros povos. (BIDERMAN, 1992, p. 5)

Corroborando o que indica Biderman, Alves (2004, p. 125) afirma que “uma vez consagrado pelo uso, o elemento neológico é geralmente inserido num dicionário”. E acrescenta que “constitui o dicionário o critério final, segundo o qual um neologismo é integrado ao léxico da língua. Atribui-se, assim, ao lexicógrafo, o poder de decidir sobre a aceitabilidade ou não de um novo termo ou expressão e sobre sua incorporação à língua”.

Para Prado e Massini-Cagliari (2011, p. 24),

no atual momento histórico, diante da influência da língua inglesa, é esperado que os dicionários do PB [Português Brasileiro] passem a ter mais verbetes com palavras de origem inglesa consagradas pelo uso corrente no Brasil e necessárias à literatura e tecnologia, afinal um consulente procura no dicionário o aval para em-pregar determinada palavra ou para esclarecer dúvidas sobre seu uso ou o domínio a que pertence. Deste modo, o dicionário também se torna um veículo de acesso um saber sociocultural e científico dominante em uma ou mais comunidades, que deve ser aprendido, adquirido. (PRADO e MASSINI-CAGLIARI, 2011, p. 24)

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Torrano (2010, p. 25) confirma tal noção, citando que há três tipos de adoção de palavras: 1] adoção do signo todo, com algumas adaptações na for-ma (to acess – acessar); 2] adoção somente do significante a um significado já existente (reiniciar – reinicializar); e, 3] adoção de um significado novo para um significante já existente (baixar – receber dados de outro computador (baixar = expedir aviso ou ordem, descer o tom musical, descer, abaixar).

Alves (2008, p. 9) postula que, “de acordo com o critério fonológico, um estrangeirismo começa a integrar-se ao léxico da língua que o acolhe à medida que se integra a seu sistema fonológico”. E acrescenta que, “como afirmaram vários autores (MATTOSO CÂMARA, 1970, p. 263; GEORGE, 1976, p. 63; WEINREICH, 1953, p. 14), o elemento estrangeiro tende a adaptar-se ao sistema fonemático do idioma”. Conclui que “a adaptação fonológica é, não raro, seguida de uma adaptação ortográfica. A integração morfossintática ocorre quando o estrangeirismo adapta-se à morfologia da língua que o recebe, seja do ponto de vista flexional como derivacional”.

Freitas, Ramilo e Soalheiro (2009, p. 14) frisam que o processo de inte-gração de um estrangeirismo ocorre em três fases: transformações imediatas; transformações progressivas e integração no léxico. Os autores apontam que:

Na primeira fase são incluídos os fenômenos seguintes: adaptação fonética imediata, adaptação morfossintática imediata, monossemia: manutenção do significado com o qual a palavra é importada, grafia da língua de origem, hesitação nos tipos gráficos.Na segunda fase: adaptação fonética progressiva, adaptação morfossintática pro-gressiva, possibilidade de formação de novas palavras: composição e prefixação, formas concorrentes a nível gráfico, atestação lexicográfica (normativizada ou não).A última fase, integração no léxico, caracteriza-se por: estabilização fonológica – fixação do acento; plena integração morfossintática – fixação do gênero e da forma de plural; integração no sistema morfológico da língua – possibilidade de derivação; polissemia – tendência para extensão, restrição ou modificação do significado da forma original; atestação lexicográfica normativizada. (FREITAS, RAMILO e SOALHEIRO, 2009, p. 14-15)

A partir disso, selecionamos alguns verbos que se enquadram em nosso objetivo neste artigo e escolhemos a área de informática para demonstrar como isso vem ocorrendo no Português do Brasil, além de serem exemplos signifi-cativos para podermos constatar os indícios de variação e mudança linguística, uma vez que seu uso na língua escrita é relevante e recorrente1.

1 Os anglicismos foram selecionados a partir de observações de textos escritos (jornais, revistas e Internet).

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Em nossa análise, seguimos o que Torrano (2010, p. 25) apresenta “1] adoção do signo todo, com algumas adaptações na forma (to acess – acessar)”, para os verbos selecionados. Também, a noção de Carvalho (1989) de que os termos da informática chegaram ao Brasil e muitos deles sofreram seu aportu-guesamento, utilizando “radicais ingleses e sufixos portugueses”, bem como dicionarização quase que simultânea à entrada.

QUADRO COM VERBOS APORTUGUESADOS 2

TERMO EM INGLÊS APORTUGUESAMENTO PARA VERBO SIGNIFICADO2

add to add adicionar Ato de se acrescentar algo.blog blogar Manter (o internauta) um blog.

to click clicar

Produzir um ruído curto, leve e nítido, sem ressonância. O uso na informática significa um ato de premir um dos botões do mouse.

to connect conectar

Juntar, ligar. No uso da informática, estabelecer conexão entre (dispositi-vos ou computadores) com o objetivo de transferir dados; interligar; estabe-lecer conexão entre; unir, ligar.

to delete deletar Apagar, remover, suprimir.

to format formatar

Forma, tamanho. Na informática, efe-tuar a formatação de (um suporte de dados), estabelecer a disposição geral dos dados de (um cartão de controle, um registro ou um arquivo), indicando a ordem, o comprimento dos campos e as normas de codificação.

to twitter tuitar

Postar no twitter comentários, in-formações, fotos, etc. ger. de caráter pessoal ou institucional. Acompanhar os fatos, ideias, informações, etc. re-gistrados por alguém em seu twitter.

to zip zipar

Fechar ou abrir com um zíper ou com recurso semelhante. Na informática, nome de programa computacional para compactação de dados.

2 O significado dos verbos aportuguesados dicionarizados foi retirado de Houaiss (2009) e de Aurélio (2010).

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Considerando o quadro acima, citamos Silva (2007, p. 11), que apresenta alguns exemplos de verbos aportuguesados de anglicismos na área da infor-mática, o que ratifica nossos objetivos neste estudo:

ressetar (do verbo reset, usado para “zerar” uma máquina ou contador, este tradu-zido de counter); printar (de print, “imprimir”, vocábulo aliás que dispensaria o decalque); xerox (grafia idêntica à original inglesa, mas pronúncia com acentuação oxítona, quando o original inglês a tinha paroxítona); deletar (do verbo delete, “apagar”, palavra que, mais uma vez, dispensaria o decalque); plotar (de plot); reestartar ou restartar (de restart); rebutar (de reboot); inicializar (de initialize). A informática é rica em exemplos deste tipo: renderizar (de render); cropar (de crop); pixelar (de pixel, verbo); startar ou estartar (de start). Alguns termos são mais utilizados na fala e na Web, como (e)startar, já visto, forwardar (de forward, verbo), butar ou rebutar (de boot e reboot, verbos). Por serem ainda novos na língua portuguesa, existe hesitação quanto à grafia (butar ou bootar? rebutar ou rebootar? becapear ou backupear?). (SILVA, 2007, p. 11)

Em nossa coleta, dos verbos aportuguesados selecionados, clicar, conectar, deletar, formatar e zipar encontram-se no Dicionário Houaiss, versão eletrônica 2009; enquanto adicionar, blogar e tuitar estão dicionarizados no Aurélio (2010). Isso indica o processo de mudança linguística pelo qual tais verbos passaram e conduz ao entendimento de que sua entrada no dicionário já demonstra um avanço nesse processo, ou seja, o uso vem se tornando maciço fora de sua área restrita, o que também nos conduz ao entendimento de aceitação por parte dos usuários da língua, legitimando a implementação da variação.

Já no Houaiss (2009), como Prado e Massini-Cagliari (2011, p. 27) men-cionam, os novos verbos blogar e tuitar ainda não estão dicionarizados,embora as palavras blog (e o aportuguesamento blogue, em geral menos visto em textos do PB), blogueiro e blogosfera já estejam registradas. De acordo com as autoras, “isso pode acontecer porque na época em que o dicionário Houaiss (2009) foi lançado essas palavras ainda estavam começando a ser usadas e ainda estavam em fase de observação podendo sair em uma edição posterior desse dicionário”.

No entanto, é relevante identificarmos que casos de verbos aportugue-sados de anglicismos provenientes da informática, como dampear, debugar e costumizar, não apresentam usos exteriores à área de informática que possam ser considerados também em um processo de variação e mudança linguística, pelo menos no modo como estamos analisando aqui. Em outros casos, os verbos foram aportuguesados, estão em uso bastante restrito à área de informática, mas não foram ainda dicionarizados, como logofar, setupear, apendar, schedular.

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Prado e Massini-Cagliari (2011, p. 25) indicam que “... o fato de uma determinada palavra não estar em nenhum dicionário não a exclui necessaria-mente como pertencente ao léxico do PB, sendo ela de origem estrangeira ou não”. E complementam: “afinal, uma palavra pode não estar dicionarizada nesse momento por ser muito recente, mas pode ser incluída em momentos futuros”.

Em relação ao significado em português dos verbos aportuguesados sele-cionados, constatamos que foi mantido seu sentido original do empréstimo, ou seja, o aportuguesamento obedeceu ao processo de neologia morfossintática, como aponta Carvalho (1989), não sofrendo qualquer influência léxico-semân-tica inicialmente, isto é, não ocorreu alteração do significado original. Todavia, como citado anteriormente, em alguns casos, o maciço uso pela comunidade linguística produziu uma ampliação semântica.

Nesse sentido, exemplos de verbos aportuguesados com ampliação semântica a partir do uso no Português do Brasil são conectar e deletar, que migraram para outros contextos de uso, com sentido construídos a partir do que originalmente significavam e que, por isso mesmo, haviam sido aportuguesados. Nesse ponto, destacamos que é comum ouvirmos/lermos frases produzidas como “Você está conectado a quem?” (chamada para a novela Malhação, da TV Globo, em http://tvg.globo.com/novelas/malhacao/2011/teste-de-personalidade/Voce--esta-conectado-a-quem.html. Acesso em 20.12.2012) ou “Vou deletar aquela foto de quando te conheci”, da banda Sampa Crew, na música “É tudo ilusão”.

Com nomes, é possível também ocorrer o mesmo, como é o caso de show que, depois da sua integração, torna-se polissêmico; isto é, inicialmente signi-ficou só espectáculo, mas atualmente significa também exibicionismo, diver-timento. Contudo, verificamos, conforme Freitas, Ramilo e Soalheiro (2009), que existem vários casos de palavras importadas do inglês que, na sua origem, podem corresponder a acepções diversas mas que, no português, apresentam um significado restrito, como por exemplo a palavra mouse, que tem vários significados no inglês, mas para o português é importada apenas com o único “componente do computador”.

Outro aspecto importante é considerarmos que, quando uma determinada palavra funciona como base de um processo de derivação, essa palavra já está plenamente integrada, isto é, o seu radical passa a fazer parte do repertório de radicais disponíveis no léxico, como é o caso dos derivados de verbos como blogar > blogueiro > blogue e tuitar > tuiteiro > tuite.

Quanto às adaptações fonético-fonológico-morfológicas, é necessário entendermos que o processo de aportuguesamento, especificamente dos verbos selecionados por nós, decorreu de uma adaptação ao sistema da língua portu-

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guesa sem alterações significativas, com a sufixação, via de regra, seguindo a 1ª conjugação como parâmetro para o aportuguesamento, ou seja, isso eviden-cia que o processo de empréstimos lexicais se instalou e que a utilização dos verbos aportuguesados seguiu a estrutura da língua portuguesa, com as devidas adaptações fonético-fonológico-morfológicas, bem como eleição pelo usuário de tais formas linguísticas.

Considerações finais.

Em nosso artigo, procuramos apresentar alguns casos de verbos apor-tuguesados a partir de empréstimos linguísticos externos – estrangeirismos/anglicismos com o objetivo de demonstrarmos indícios de um processo de variação e mudança linguística e também ressaltarmos exemplos de casos de aportuguesamentos dicionarizados e não dicionarizados, bem como alguns casos, a título de exemplificação, de aportuguesados com ampliação semântica, a fim de ratificar os processos de variação e mudança linguística, no caso de verbos aportuguesados de anglicismos, no Português do Brasil na atualidade.

Nesse aspecto, a fim de ressaltarmos a importância de pesquisas nesta área, aludimos a Alves (2008, p. 13), que salienta: “as propostas lexicográ-ficas de aportuguesamento nem sempre são seguidas pelos usuários”. Ela exemplifica com “leiaute (de origem inglesa) e turnê (de origem francesa), registradas em Ferreira (1999) e em Houaiss (2001)” e informa que “esses dicionários registram também a forma estrangeira dessas palavras, lay-out e tournée, remetendo-as para as respectivas formas vernaculares”. A autora conclui que não se observam formas homogêneas de aportuguesamento de estrangeirismos à língua portuguesa.

Além disso, Silva (2007, p. 20) ressalta que

a chegada de uma palavra estrangeira, aliada aos processos de formação lexical do próprio português, provoca a criação de novas palavras, aumentando assim o repertório das palavras portuguesas de origem inglesa. Como exemplo, os termos xerox, printer, reset e plot não somente originaram xerocar, printar, ressetar e plotar (o que atesta que a nossa conjugação verbal de maior produtividade é a primeira), como também incor-poraram o termo xerox, além dos adjetivos derivados xerocado, printado, ressetado e plotado, sendo que este último ainda nos deu plotador, programa e/ou dispositivo de plotar. Fato similar ocorreu a partir de microcomputer, em inglês não reduzido a micro (o inglês prefere PC), passando ao português como microcomputador e abre-viadamente micro, gerando micrar, micragem e até micreiro. (SILVA, 2007, p. 20)

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Zimmermannová (2009, p. 35), em pesquisa realizada em Portugal, che-gou à conclusão de que “o uso dos anglicismos na área de informática é muito frequente. Mesmo que existam muitos nomes equivalentes no português, a maioria dos portugueses prefere usar os termos de origem inglesa, quer na forma original quer na aportuguesada (por exemplo e-mail ou clicar)”. E complementa: “Naturalmente também encontramos algumas palavras procedentes do inglês, as quais não se usam com muita frequência (por exemplo a palavra printar) e os falantes preferem o uso dos vocábulos vernáculos (no caso do exemplo prévio trata-se da palavra imprimir)”.

Dessa maneira, nossa perspectiva de análise é corroborada também por Prado e Massini-Cagliari (2011, p. 25), ao defenderem que

os termos novos, verbos do PB criados a partir de palavras do inglês, são re-sultantes da criatividade linguística, mas também consequência da criatividade humana nos outros campos. Os neologismos criados nos mais diversos setores (artístico, científico, tecnológico etc.) têm o objetivo de oferecer novos conceitos sobre o universo e, desse modo, acompanhar a evolução humana. Como esses novos conceitos e equipamentos vieram acompanhados de nomes em inglês, esses anglicismos passaram a pertencer à cultura brasileira, ao léxico do PB e, consequentemente, estiveram à disposição dos falantes para a criação de novas palavras em PB. (PRADO e MASSINI-CAGLIARI, 2011, p. 25)

Assim, acreditamos ter evidenciado, na perspectiva laboviana, que a difusão e propagação das mudanças linguísticas, bem como a regularidade dessas mudanças, vêm ocorrendo no Português do Brasil e que pesquisas po-dem demonstrá-lo, assim como os usuários da língua vêm elegendo as formas que consideram mais efetivas para o uso cotidiano, seja internamente na área da informática, seja exteriormente a esse contexto, inclusive com ampliação semântica, o que gera enriquecimento do nosso léxico.

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Recebido em 24 de fevereiro de 2013.Aceito em 5 de maio de 2013

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