painel ii - desenvolvimento sustentável e património: o moinho de água de alçaperna - carmo...

27
Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna freguesia de freguesia de Foz de Arouce EREDS EREDS – Aveiro 18 e 19.Março.2011 Aveiro 18 e 19.Março.2011 Maria do Carmo Carvalho Sequeira 1984

Upload: cidaads

Post on 05-Jun-2015

174 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

EREDS-Aveiro

TRANSCRIPT

Page 1: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

Desenvolvimento sustentável e património:

O moinho de água

de

AlçapernaAlçaperna

freguesia defreguesia de

Foz de Arouce

EREDS EREDS –– Aveiro 18 e 19.Março.2011 Aveiro 18 e 19.Março.2011

Maria do Carmo Carvalho Sequeira

1984

Page 2: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

AA elevadaelevada frequênciafrequência dede cursoscursos dede águaágua resultaresulta dadaexistênciaexistência dede valoresvalores dede pluviosidadepluviosidade bastantebastante elevaeleva--dosdos nasnas SerrasSerras dada LousãLousã ee dodo AçorAçor (as(as quaisquais formamformamumum obstáculoobstáculo àà passagempassagem dasdas massasmassas dede ar)ar) assimassimcomocomo dede solossolos poucopouco espessos,espessos, dede vegetaçãovegetação pobrepobreee dada presençapresença dede grandesgrandes declivesdeclives..

Page 3: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

«O homem não é só um ser social, mas também – eessencialmente – um ser cultural; isto é, um serque, pela própria constituição do seu espírito,organiza necessariamente todo o seu sistema devida e de relação, o seu apetrechamento materialpara o trabalho e a luta pela sobrevivência, e atépara o trabalho e a luta pela sobrevivência, e atémesmo grande número de dados naturais efunções fisiológicas, segundo regras fixadas deforma peculiar dentro do grupo.»

Ernesto Veiga de Oliveira

in «Princípios Basilares das Ciências Etnológicas»

Cadernos de Etnografia, n.º3

Page 4: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira
Page 5: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira
Page 6: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

“levada” sob a casa da moagem ou “sobrado”

Page 7: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

mecanismo motormecanismo motor: rodízios montados num pequeno túnel sob a casa ou “sobrado”: rodízios montados num pequeno túnel sob a casa ou “sobrado”

Page 8: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

O moleiro no contexto social e económicoO moleiro no contexto social e económico

«O diabo encontrou Nosso Senhor e disse-lhe:— Ó meu Divino Mestre, tens que vir ver uma obra que fiz!E depois Nosso Senhor foi ter com o diabo:— Olha, tu tens que te afastar daqui – disse o diabo – faço uma cruz e tãolonge é daqui a’qui como daqui a’li!longe é daqui a’qui como daqui a’li!Então Ele afastou-se e o diabo ficou com o moleiro:— Fica-te moleiro (…) trabalha que eu te ajudarei com o suor do teu rosto,mas hás-de trabalhar muito e viver sempre pobre (…) e é verdade; hás-deandar de porta em porta a pedir o grão, como quem anda a estender a mão àcaridade (…) não há nenhum moleiro rico; fica em paz que eu vou-meembora.»

A origem dos moinhoscontada pela Sr.ª Hermínia, mulher do moleiro

Page 9: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

—————— Percurso ou “volta” do moleiroPercurso ou “volta” do moleiro

Page 10: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

Porta de acesso ao “sobrado”Porta de acesso ao “sobrado”

Page 11: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira
Page 12: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

Interior do “sobrado”

Page 13: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

Casais de mós

Page 14: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

moega e pejadouro ou alavanca quelho, registo e o cadelo

Page 15: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

“Vocês não sabem?! (...) Aquela balança

que está ali no moinho, é a minha

balança da sorte! Se não fosse aquela

balança, eu não tinha sorte nenhuma na

minha vida! (...) Não a vendia por

quinhentos contos! (...)”

“...Quando vinha da minha volta,

encontrei duas serpentes a castiçarem-se

em cima da balança. em cima da balança.

Ai! Nossa Senhora! quem me acode?! (...)

Peguei num machado e cortei as duas ao

machado, não as deixei ir embora!!! Se

as deixasse ir embora, ia-se embora

a sorte!!!“

“D'antão p'ra cá, nunca mais me tornou

a faltar o dinheiro!!! “

Sr. Armandomoleiro

Page 16: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

peneira, pá, picão, vassoira e pesos

Page 17: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

Dada a necessidade de picar as pedras (mós), com certa frequência, o picão torna-se indispensável.Bastante semelhante a um martelo, tem um cabo de madeira, sendo as suas extremidades pontiagudas.

Do cabo às suas extremidades (bicos), está aplicado um cordel; este, depois de rodear os bicos, vai rodear o cabo, onde é atado. Este artificio, ditado pela experiência, evita que, ao picar a pedra, os detritos sejam projetados para os olhos do seu utilizador.

Page 18: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

O cozer do pãoO cozer do pão

a casa do forno utensílios: o rodo, a pá e o vassoiro

Page 19: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

«Tenho o meu pão amassado

E o meu velho p’ra morrer”

Antes o meu velho morra

Qu’ó meu pão se me perder

Porque se o meu velho morre

‘inda me torno a casar ‘inda me torno a casar

Mas se o meu pão se m’estraga

Não o posso aproveitar»

Cantado pela Sra. Hermínia

mulher do moleiro

Page 20: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira
Page 21: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

…o moinho de Alçaperna …o moinho de Alçaperna –– ontem e ontem e hoje!hoje!

Page 22: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

1984 2011

Page 23: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

1984 2011

Page 24: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

19841984 2011

Page 25: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

1984 2011

Page 26: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira

1984 2011

Page 27: Painel II - Desenvolvimento sustentável e património: O moinho de água de Alçaperna - Carmo Sequeira