painel i medida de seguranÇa medida de seguranÇa e a lei n. 10.216/2001 luciana barbosa musse

22
PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Upload: internet

Post on 16-Apr-2015

118 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI

n. 10.216/2001

LUCIANA BARBOSA MUSSE

Page 2: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

“As diretrizes aqui estabelecidas [Seminário Nacional para a reorientação dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico] iniciam uma nova etapa na reforma psiquiátrica. Tornou-se consensual a compreensão de que o Sistema Único de Saúde e a rede de atenção à saúde mental devem responsabilizar-se pelo tratamento da pessoa submetida à medida de segurança. Trata-se, sem dúvida, de um passo importante para a consolidação da reforma e para a garantia dos direitos dessas pessoas. Permanece, no entanto, o desafio do fortalecimento da rede de atenção extra-hospitalar e da capacitação dos profissionais da saúde e da justiça para o redirecionamento da assistência ao louco infrator.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, p. 6; grifos nossos).

Page 3: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

Page 4: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

Page 5: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

Page 6: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

Page 7: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

Page 8: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA NA LEI n. 10.216/2001

• Releitura da aplicação da Medida de Segurança à luz da lei n. 10.216/2001

“Ao submeter o agente inimputável ou semi-imputável à medida de

segurança, deve o juiz dar preferência ao tratamento ambulatorial, somente

determinando a internação “quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem

insuficientes” (art. 4º, caput). Impõe-se agora a interpretação da regra do

parcialmente derrogado art. 97 do CP conjugadamente com o art. 4º, caput, da Lei

nº 10.216/2001, de forma que, mesmo que o fato seja punível com reclusão, deve o

juiz preferir a medida de segurança não-detentiva, utilizando a internação apenas

nos casos em que esta severa medida mostrar-se comprovadamente necessária.”

(SILVA, 2006).

Page 9: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

• Transtorno mental e periculosidade “[...] não há evidências científicas da relação doença mental e

periculosidade” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA et al., 2006, p. 46; COHEN, 2006, p. 124; SEGRE, 2006, p. 59), logo:

• deve-se excluir da legislação penal brasileira o rótulo da “periculosidade” que é atribuído exclusivamente à Pessoa com Transtorno Mental que praticou algum delito pelo fato de padecer de um sofrimento psíquico.

• viola o art. 1o da lei n. 10.216/2001, que proíbe a discriminação das Pessoas com transtornos mentais, dentre outros motivos pela, “[…] gravidade ou tempo de evolução do seu transtorno.

Page 10: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

• Inconstitucionalidade da Medida de Segurança

– A legislação penal estabelece apenas o período mínimo para que seja aplicada a medida de segurança – de 01 a 03 anos.

– Findo este prazo e ainda não “cessada a periculosidade” do agente, a medida de segurança passa a vigorar por prazo indeterminado, sujeita a avaliação anual, até que cesse a periculosidade.

– Esse dispositivo legal – art. 97, § 1º do CP - viola a Constituição Federal, no seu art. 5º, II, XXXIX, XLVII, “b”, LIV, LV

Page 11: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001

Da teoria à prática

A experiência do Programa de Atenção Integral ao

Louco Infrator (PAILI) do Estado de Goiás (GO)

Page 12: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (PAILI)

Page 13: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (PAILI)

Fundamentação Legal do PAILI

• Lei n. 10.216/2001

• Legislação Penal vigente

• Universalização do atendimento pelo SUS, utilizando-se a rede conveniada

“O PAILI coloca a pessoa submetida à medida de segurança no ambiente universal e democrático do Sistema Único de Saúde, sem distinção de outros pacientes, o que poderá favorecer sobremaneira a almejada inclusão à família e à sociedade.” (SILVA, 2006).

Page 14: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (PAILI)

Fundamentação Legal do PAILI

• Desburocratização das rotinas de atendimento, pois “o tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio”. (art. 4o, § 1o da Lei n. 10.216/2001).

• Autonomia do Programa“O PAILI supervisiona o tratamento conferido ao paciente nas clínicas psiquiátricas conveniadas ao SUS e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e, ao mesmo tempo, faz a mediação entre o paciente e o juiz, em canal direto de comunicação que favorece, simplifica e desburocratiza o acesso permanente à Justiça.” (MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS, 2009, p. 19).

• Mudança de paradigma da execução das medidas de segurança: “se a medida de segurança não tem caráter punitivo – e de direito não tem – a sua feição terapêutica deve preponderar.” (SILVA, 2006)

Page 15: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Equipe Técnica do PAILI

Page 16: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Público-alvo do PAILI

Page 17: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Rotina de Funcionamento do PAILI

Page 18: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

Comissão estadual de acompanhamento das medidas de segurança (GO)

Page 19: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

O PAILI em númerosTotal de Pacientes Encaminhados ao PAILI = 128Total de Pacientes Acompanhados pelo PAILI = 108 Sendo:

o falecidos = 12;o presos = 16;o em tratamento ambulatorial (CAPS, Ambulatório de Psiquiatria, PSF, e

outros) = 64;o internados = 15;o foragidos = 05;o não localizados = 03;o medida de segurança foi extinta = 13

o Pacientes que ainda não receberam a sentença de Medida de Segurança,

mas que receberam orientação do PAILI = 13

Page 20: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

O PAILI em números

Informações gerais sobre os usuários 1) Crime mais freqüente: Homicídio2) Diagnóstico mais freqüente: Esquizofrenia3) Renda pessoal: a maior parte dos usuários não possui renda

Benefícios Assistenciaisa) Benefício de Prestação Continuada (BPC) = 16b) De volta para casa = 01c) Auxílio-doença = 02d) Aposentadoria = 02

4) Grau de escolaridade: a maior parte estudou até a primeira fase do ensino fundamental

5) A maior parte encontrava-se preso na ocasião do encaminhamento ao PAILI

Page 21: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

AGRADECIMENTO E CONTATO

Muito obrigada!

[email protected]

Page 22: PAINEL I MEDIDA DE SEGURANÇA MEDIDA DE SEGURANÇA E A LEI n. 10.216/2001 LUCIANA BARBOSA MUSSE

REFERÊNCIAS

• LEVORIN, Marco Polo. Princípio da Legalidade na medida de segurança: determinação do limite máximo de duração da internação. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2003.

• MATTOS, Virgílio de. Crime e psiquiatria: uma saída: preliminares para a desconstrução das medidas de segurança. Rio de Janeiro: Revan, 2006.

• MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS. Centro de Apoio Operacional de Defesa do Cidadão. Implementação da Reforma Psiquiátrica na Excecução das Medidas de Segurança (Cartilha do PAILI). Disponível em: <http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/2/docs/cartilhadopailli.pdf>.

• MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Relatório Final do Seminário Nacional para a reorientação dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Brasília: Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 2002.

• MUSSE, Luciana Barbosa. Novos sujeitos de direito: as pessoas com transtorno mental na visão da bioética e do biodireito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

• SILVA, Haroldo Caetano da. Execução Penal. Porto Alegre: Magister, 2006.