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ADRIANA HELENA DE ALMEIDA ESTIMATIVA DO DIA DO PARTO EM CADELAS DA RAÇA BOXER POR MEIO DE MENSURAÇÕES ULTRA-SONOGRÁFICAS NO CONCEPTO Dissertação apresentada para a obtenção do título de Mestre junto à Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo Departamento: Cirurgia Área de concentração: Anatomia dos Animais Domésticos Orientador: Prof. Dr. Franklin de Almeida Sterman São Paulo 2002

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Page 1: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

ADRIANA HELENA DE ALMEIDA

ESTIMATIVA DO DIA DO PARTO EM CADELAS DARAÇA BOXER POR MEIO DE MENSURAÇÕES

ULTRA-SONOGRÁFICAS NO CONCEPTO

Dissertação apresentada para a

obtenção do título de Mestre junto à

Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia da Universidade de São

Paulo

Departamento:Cirurgia

Área de concentração:Anatomia dos Animais Domésticos

Orientador:Prof. Dr. Franklin de Almeida Sterman

São Paulo2002

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ADRIANA HELENA DE ALMEIDA

ESTIMATIVA DO DIA DO PARTO EM CADELAS DARAÇA BOXER POR MEIO DE MENSURAÇÕES

ULTRA-SONOGRÁFICAS NO CONCEPTO

Dissertação apresentada para a

obtenção do título de Mestre junto à

Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia da Universidade de São

Paulo

Departamento:

Cirurgia

Área de concentração:

Anatomia dos Animais Domésticos

Orientador:

Prof. Dr. Franklin de Almeida Sterman

São Paulo

2002

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DEDICO

À Deus que nos abençoa todos os dias.

Aos meus pais, Maurício e Laerte, por tudo que sou.

Ao meu filho Raphael, pelo silêncio e compreensão durante aconfecção deste trabalho.

Ao amigo e orientador, Prof. Dr. Franklin de Almeida Sterman, pelahonra de sua orientação.

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AGRADECIMENTOS

Ao Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia da Universidade de São Paulo e aos docentes Antônio Augusto

Coppi Maciel Ribeiro, Arani Nanci Bomfim Mariana, Maria Angélica Miglino e

Pedro Primo Bombonato, por terem me oferecido esta oportunidade e pelos

conhecimentos que adquiri neste período.

À FAPESP pelo apoio financeiro que viabilizou a realização deste trabalho.

Aos queridos amigos Flávia, Assis e Giuli pela ajuda na confecção desta

dissertação e apoio nos momentos difíceis.

Ao Prof Dr Fernando Ferreira e Marcos do Departamento de Medicina

Veterinária Preventiva e Saúde Animal pela paciência e tratamento

estatístico dos resultados deste trabalho.

À colega Luciane do serviço de ultra-sonografia do Hospital Veterinário da

FMVZ – USP, pelo treinamento e auxílio na realização da etapa

experimental piloto deste projeto.

À colega Tilde pelo auxílio na escolha das imagens ultra-sonográficas que

ilustram esta dissertação.

Aos funcionários da Biblioteca da Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia da Universidade de São Paulo pela ajuda na confecção das

Referências.

Às secretárias do Departamento de Cirurgia da FMVZ – USP, Kazue

Takiishi, Jaqueline Martins Santana e Paula Maciel Ribeiro pela amizade e

suporte burocrático durante todo o curso.

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Ao Prof Dr Silvio Arruda Vasconcellos e à Profa Lara Borges Keid do

Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, pela

realização dos exames de brucelose.

À grande amiga e proprietária do Canil DeCesário, em Guaratinguetá – SP,

Monique Rodrigues Cesário Silva, pelo apoio irrestrito e ajuda na obtenção

dos animais.

Ao amigo e proprietário do Canil Gama Grass, em Sorocaba – SP, Gilberto

Rocha, por ter disponibilizado seus cães, funcionários e estrutura para a

realização dos exames ultra-sonográficos durante todo o período

experimental.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto(DAP). Animal em decúbito lateral, onde a bexiga urinária (B)apresenta-se como uma área anecóica. Observa-se também, emsecção sagital, o corpo do útero (U) relativamente hipoecóico,ventral ao cólon descendente (C)................….................................47

Figura 2 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 42o DAP, ilustrando aprimeira verificação do concepto (C) como estrutura esféricaanaecóica, com suas margens dorsal e ventral representados porlinhas paralelas hiperecóicas, no interior do útero (U).....………...48

Figura 3 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 42o DAP, demonstra aplacenta (P), como uma formação hiperecóica constituindo aparede de cada vesícula embrionária e no seu interior, uma massatambém hiperecóica, representado o embrião (e) em secçãotransversal. O DTC foi aferido por meio da secção transversal do

concepto em suas distâncias ventro-dorsal ( e látero-lateral ( ), osaco vitelino (sv) aparece como a área anaecóica no interior doconcepto....................................................………………….............49

Figura 4 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 22o DAP. Observa-se aplacenta tipicamente zonária anular (PZ), em secção sagital, a EP

foi mensurada como indicado pelo sinal e a LP pelo +. Nota-setambém, nas extremidades da placenta, um aumento de volume,caracterizando o hematoma marginal (HM).............……................50

Figura 5 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 34o DAP, ilustrando o sacovitelino (sv) como 2 linhas hiperecóicas, paralelas e moderadamenteenrugadas, que vão de um extremo ao outro do concepto. Nota-setambém um feto em secção sagital...….......……………………….....51

Figura 6 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 30o DAP. O feto encontra-se em secção dorsal, onde se pode notar os brotos dos membros(setas), a cabeça (c) claramente distinta do tronco (t) fetal e o sacoamniótico (A) como uma linha hiperecóica envolvendo o feto. O CCRé mensurado entre as extremidades rostral e caudal do corpo fetal talcomo mostrado por cabeças desetas.......................……………………........................…........….......52

Figura 7 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 24o DAP ilustrando acabeça fetal (c) em secção transversal, os marcadores + estãoindicando a mensuração da altura da cabeça (HC)...……..............53

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Figura 8 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 16o DAP. A cabeça fetal (c)está representada em secção transversal e os marcadores + estãoindicando o DBP.........................................…………........................54

Figura 9 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 24o DAP ilustrando o corpofetal em secção transversal, passando pelo estômago (e) e pelofígado fetal (f), de onde se obtêm as variáveis DC, PC e AC. O sacovitelino (sv) também é mostrado, em secção transversal, já bempequeno, alguns dias antes de não poder ser mais observado pormeio de ultra-som...............................………………………………...55

Figura 10 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 13o DAP mostrando ofêmur fetal (F) em secção mediana, onde os marcadores + indicama mensuração do CF.............……...............…………...................56

Anexo 1 – Fotografia mostrando, da esquerda para a direita, uma vídeoimpressora da marca Sony®, modelo UP890MD, um transdutorlinear de 7,5 MHz, um transdutor setorial de 5 MHz e um aparelhode ultra-sonografia, portátil, da marca GE®, modelo Logic � 100MP.............................................................…………………...........97

Anexo 2 – Fotografia mostrando a realização de um exame ultra-sonográfico emuma cadela boxer no 7o DAP. O transdutor apresentado é setorial de5 MHz e está em contato com gel solúvel em água, para que nãohaja ar entre o transdutor e a pele do animal e assim otimizar aqualidade da imagem ultra-sonográficaobtida.........................................................................……................98

Anexo 3 – Fotografia de uma cadela da raça boxer cuja gestação foiacompanhada neste estudo e sua ninhada de 25 dias deidade.............................................................................…….........99

c

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diâmetro Transversal do Concepto (DTC) médio, por animal, duranteo período em que foi aferido – São Paulo –2002................................................................…..........................58

Tabela 2 – Espessura da Placenta (EP) média, por animal, durante o períodoem que foi aferido – São Paulo –2002.........................................................................…....................60

Tabela 3 – Diâmetro do Corpo (DC) médio, por animal, durante o período emque foi aferido – São Paulo –2002...........................................................................…..................62

Tabela 04 – Área do Corpo (AC) média, por animal, durante o período em quefoi aferido – São Paulo –2002..............................................................................…............64

Tabela 05 – Perímetro do Corpo (PC) média, por animal, durante o período emque foi aferido – São Paulo –2002............................................................................…..............66

Tabela 06 – Comprimento Crown-Rump (CCR) médio, por animal, durante operíodo em que foi aferido – São Paulo –2002................................................................................…..........68

Tabela 07 – Comprimento do Fêmur (CF) médio, por animal, durante o períodoem que foi aferido – São Paulo –2002..............................................................................…...........70

Tabela 08 – Diâmetro Biparietal (DBP) médio, por animal, durante o período emque foi aferido – São Paulo –2002................................................................................……........72

Tabela 09 – Comprimento da Cabeça (CC) médio, por animal, durante o períodoem que foi aferido – São Paulo –2002................................................................................….........74

Tabela 10 – Altura da Cabeça (HC) média, por animal, durante o período emque foi aferida – São Paulo –2002.....................................................................................……...76

Tabela 11 – Coeficientes e erros padrão obtidos da análise de regressãomultivariada e construção do modelo para estimar o dia do parto– São Paulo –2002................................................................................….........78

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Dispersão entre o Diâmetro Transversal do Concepto (DTC) médio eDias Antes do Parto (DAP), com representação da equação deregressão ajustada e R2 – São Paulo – 2002...............……..……...64

Gráfico 2 – Dispersão entre a Espessura da Placenta (EP) média e Dias Antesdo Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002............………..………...............66

Gráfico 3 – Dispersão entre o Diâmetro do Corpo (DC) médio e Dias Antes doParto (DAP), com representação da equação de regressão ajustadae R2 – São Paulo – 2002....................................…...…...................68

Gráfico 4 - Dispersão entre a Área do Corpo (AC) média e Dias Antes do Parto(DAP), com representação da equação de regressão ajustada e R2– São Paulo – 2002.................................................………..............70

Gráfico 5 - Dispersão entre o Perímetro do Corpo (PC) médio e Dias Antes doParto (DAP), com representação da equação de regressão ajustadae R2 – São Paulo – 2002.....................................…........………......72

Gráfico 6 - Dispersão entre o Comprimento Crown-Rump (CCR) médio e DiasAntes do Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002.......................……………..…....74

Gráfico 7 - Dispersão entre o Comprimento do Fêmur (CF) médio e Dias Antesdo Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002................……......………...........76

Gráfico 8 - Dispersão entre o Diâmetro Biparietal (DBP) médio e Dias Antes doParto (DAP), com representação da equação de regressão ajustadae R2 – São Paulo – 2002.....................................…………..............78

Gráfico 9 - Dispersão entre o Comprimento da Cabeça (CC) médio e Dias Antesdo Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002.............……….........……...........80

Gráfico 10 - Dispersão entre a Altura da Cabeça (HC) média e Dias Antes doParto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002....................……………..........82

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LISTA DE ABREVIATURAS

hormônio luteinizante (LH),

diâmetro transversal do concepto (DTC),

espessura da placenta (EP),

largura da placenta (LP),

diâmetro biparietal (DBP),

comprimento da cabeça (CC),

altura da cabeça (HC),

diâmetro do corpo (DC),

perímetro do corpo (PC),

área do corpo (AC),

comprimento Crown - Rump (CCR),

comprimento do fêmur (CF),

dias antes do parto (DAP)

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RESUMO

ALMEIDA, A. H. Estimativa do dia do parto em cadelas da raça Boxerpor meio de mensurações ultra-sonográficas no concepto. [Estimationor parturition day in Boxers by ultrasonographic mensuration of conceptus].2002. 99 f. Dissertação (Mestrado em Anatomia dos Animais Domésticos) –Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo,São Paulo.

Apesar do crescente número de pesquisas na área de reprodução canina,ainda não foram desenvolvidos métodos que possibilitem datar a gestação eestimar a data do parto utilizando variáveis obtidas de mensurações pormeio de ultra-som, como há muito tempo se faz e se aplica na espéciehumana. A ultra-sonografia é o método mais adequado para a obtenção detais valores por ser indolor, inócuo para a mãe e conceptos ,nãonecessitando de sedação. O objetivo deste estudo foi o de utilizar a ultra-sonografia para saber quais parâmetros podem ser utilizados paradeterminar a idade gestacional e estimar o dia do parto em cadelas da raçaBoxer. Examinou-se 10 cadelas da referida raça com um aparelho portátil damarca GE®, modelo Logic � 100 MP, equipado com um transdutor convexo5,0 MHz e outro linear de 7,5 MHz, de 2 a 3 vezes por semana a partir do18o dia de gestação até o parto. Foram mensurados parâmetrosembrionários e fetais tais como: diâmetro biparietal, altura e comprimento dacabeça, diâmetro, perímetro e área do corpo, comprimento C-R,comprimento do fêmur, espessura e largura da cinta placentária. Taisinformações foram plotadas em gráficos de dispersão das mensurações emfunção do número de dias antes do parto , tendo sido aplicada uma análisede regressão linear multivariada. Concluiu-se que as mensurações dosparâmetros selecionados foram consistentes entre as gestações estudadase altamente correlacionadas com o dia do parto. As variáveis que, quandocombinadas , melhor estimam o dia do parto são diâmetro biparietal (DBP),diâmetro do corpo (DC) e a espessura da placenta (EP). O modelo obtido (p< 0,0001) estima o dia do parto com um índice de correlação (R2) de 0,98,por meio da fórmula Y = - 40,816 + 0,509 EP + 0,714 DBP + 0,254 DC, ondeY = número de dias antes do parto. Observou-se também que a data doacasalamento não é um método preciso para datar a gestação, a diferençado tamanho da ninhada e da duração da gestação entre as primíparas e asmultíparas não foi significativa, a gestação pode ser dividida em 3 períodosde aproximadamente 20 dias cada um com base nas observações doaparecimento e relação anatômica entre as estruturas estudadas.

Unitermos: Ultrasonografia, Prenhez, Parto, Cadelas, Cão Boxer.

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SUMMARY

ALMEIDA, AH. Estimation or parturition day in Boxers byultrasonographic mensuration of conceptus. [Estimativa do dia do partoem cadelas da raça Boxer por meio de mensurações ultra-sonográficas noconcepto] São Paulo, 2002, 99f. Dissertação (Mestrado em Anatomia dosAnimais Domésticos) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,Universidade de São Paulo, São Paulo.

Despite increasing research on reproduction in dogs, methods hadn’tstill been developed to allow dating the gestation and predict the parturitionday under definitive measurable parameters, as it has been done for humanbeing gestation for ages. Ultrasonography is the most suitable method forthis propose because it is painless, harmless for the mother and conceptusand no needing of sedation. The aim of this study is use ultrasonographicscannings to establish which parameters can be used to date the gestationand to predict the parturition day in Boxers. Serial ultrasonographicexaminations were performed in 10 pregnant Boxers biches, 2 or 3 times perweek from 18o day of gestation until the whelping, the used device was aportable GE®, Logic 100 MP, equipped with a sectorial transducer 5,0 MHzand another linear one of 7,5 MHz. Embryonic and fetal parameters hadbeen measured such as: biparietal diameter, height and length of the head,diameter, perimeter and area of the body, C-R length, length of femur,thickness and width of the placenta. Such informations had been located ingraphics of dispersion of the mensuration in function of the number of daysbefore parturition and a multivariated linear regression analysis wasperformed. It was concluded that the mensurations of selected parameterswere consistent between studied gestations and hightly correlated with theparturition day. The combined parameters that better estimate the parturitionday are: body diameter (DC), biparietal diameter (DBP) e placenta thickness(EP). The resulted model (p < 0,0001) predicts the parturition day with acorrelation (R2) of 0,98, the formula is: Y = - 40,816 + 0,509 EP + 0,714 DBP+ 0,254 DC. Others conclusions are that the breeding day isn’t a goodmethod to date the gestation, the difference of the size of the litter and lengthof gestation between primiparous and multiparous bitches were notsignificant and the gestation can be divided in 3 periods of about 20 daysbased on ultrasonographics observations of the appearing and anatomicalrelations of the studied structures.

Uniterms: ultrasound, gestation, parturition, bitches, Boxer

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................12

2. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................15

3. MATERIAL E MÉTODO.....................................................................38

4. RESULTADOS...................................................................................43

4.1. DETECÇÃO E APARÊNCIA DAS ESTRUTURAS ESTUDADAS

NA GESTAÇÃO............................................................................43

4.1.1. Duração da Gestação e Número de Filhotes por Ninhada.......43

4.1.2. Segundo Período Gestacional....................................................43

4.1.2.1. Placenta e Membranas Fetais.....................................................44

4.1.2.2. Embrião e Feto............................................................................45

4.1.3. Terceiro Período Gestacional.....................................................46

4.2. Mensurações dos parâmetros gestacionais selecionadas.....57

4.2.1. Diâmetro Transversal do Concepto (DTC).................................57

4.2.2. Espessura da Placenta (EP)........................................................59

4.2.3. Diâmetro do Corpo (DC)..............................................................61

4.2.4. Área do Corpo (AC)......................................................................63

4.2.5. Perímetro do Corpo (PC).............................................................65

4.2.6. Comprimento Crown-Rump (CCR).............................................67

4.2.7. Comprimento do Fêmur (CF)......................................................69

4.2.8. Diâmetro Biparietal (DBP)...........................................................71

4.2.9. Comprimento da Cabeça (CC)....................................................73

4.2.10. Altura da Cabeça (HÁ)...............................................................75

4.3. Estimativa da data do parto........................................................78

5. DISCUSSÃO.......................................................................................80

6. CONCLUSÕES...................................................................................91

7. REFERÊNCIAS..................................................................................93

ANEXOS.............................................................................................97

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1. Introdu1. Introdu1. Introdu1. Introdu1. Introdu1. Introdu1. Introdu1. Introduççççççççãoãoãoãoãoãoãoão

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução 12

1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da gestação, seja no homem ou nos animais, é

marcado por grandes alterações do sistema reprodutor feminino e também

pelo surgimento e maturação de estruturas antes inexistentes naquele local,

tais como conceptos: embrião ou feto e membranas fetais. Por isso, faz-se

necessário um acompanhamento detalhado de todas as fases da gestação

através de um método seguro, indolor e não estressante.

A ultra-sonografia encaixa-se bem neste perfil pois não oferece riscos

comprovados à mãe ou ao concepto, mesmo quando é utilizada diversas

vezes em uma mesma gestação, não é invasiva, possibilita uma boa

observação dos eventos da prenhez e pode ser utilizada sem a necessidade

de sedação.

O Boxer é um cão bastante popular e amplamente difundido no Brasil,

como se pode observar no relatório de atividades da CBKC (Confederação

Brasileira de Cinofilia) (2001)1, os quais referem que esta raça tem estado

entre as 15 mais registradas nos últimos anos. Segundo os padrões da FCI

(Federação Cinológica Internacional), o boxer deve ser um cão dócil, alegre

e amistoso nas brincadeiras, mas ao mesmo tempo corajoso e vigilante, o

que lhe confere habilidades de guardião e também de um ótimo cão de

companhia. Anatomicamente classifica-se como um cão de formato

eumétrico, proporções braquimorfas, perfil concavilíneo e o crânio

apresentando grandes dimensões transversais (quando comparado às

1 RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES CINÓFILAS CBKC (2001)

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução 13

longitudinais), caracterizando-o como braquicefálico (FERREIRA, 1991).

Tais aspectos arquitetônicos devem ser considerados ao tentar padronizar

valores que caracterizem a gestação canina em geral por meio de ultra-som.

O diagnóstico preciso e precoce da gestação permite que o

veterinário diferencie falha de concepção, de morte embrionária e ainda

distinguir doenças uterinas, tais como, mucometra, hidrometra ou piometra,

de aumento das dimensões do útero no período médio da gestação (SHILLE

e GONTAREK, 1985). Além disso, para o manejo geral de canis é útil à

medida que o diagnóstico precoce da gestação permite separar as cadelas

prenhes das não prenhes, o mais cedo possível para que os cuidados pré-

natais possam ser tomados (LORIOT et al., 1997).

A obtenção de valores que caracterizem a idade gestacional por meio

da ultra-sonografia é importante pois permite confrontar a cronologia do

surgimento dos órgãos e estruturas fetais e sua ecogenicidade, com o

tamanho de estruturas relacionadas ao concepto. Tal procedimento auxilia a

detecção de conceptos pequenos ou subdesenvolvidos, assim como

possibilita estimar o dia do parto em gestações normais. A estimativa do dia

do parto auxilia no manejo de cadelas prenhes de data(s) de acasalamento

desconhecidas ou quando o dia do pico de hormônio luteinizante (LH) não

foi determinado. Clinicamente pode-se fazer uso de tal informação em casos

onde é necessário diferenciar os sintomas de parto normal, prematuro ou

aborto, como por exemplo, refere PURSWELL (1991) quando há

insuficiência luteal e a necessidade de tratamento com progesterona para a

manutenção da gestação até a data programada para o parto.

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução 14

Ao revisar a bibliografia, a procura de dados sobre parâmetros

gestacionais em cães, nota-se que as referências são escassas e, com

exceção das raças beagle (CONNCANON et al., 1992), retriever do labrador

(ENGLAND et al., 1990), yorkshire terrier e maltês (SON et al., 2001) não

existem estudos que definam tais parâmetros nas demais raças caninas, por

meio de ultra-som. Sendo assim, este trabalho tem o objetivo de utilizar a

ultra-sonografia para saber quais parâmetros podem ser utilizados para

determinar a idade gestacional e estimar o dia do parto em cadelas da raça

boxer, e assim contribuir para a caracterização da evolução da gestação em

cadelas desta raça.

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2. Revisão da 2. Revisão da 2. Revisão da 2. Revisão da 2. Revisão da 2. Revisão da 2. Revisão da 2. Revisão da LiteraturaLiteraturaLiteraturaLiteraturaLiteraturaLiteraturaLiteraturaLiteratura

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 15

2 REVISÃO DA LITERATURA

HELPER (1970) utilizou-se do ultra-som Doppler a fim de diagnosticar

gestação em cadelas. Para tanto detectou batimentos cardíacos fetais com,

no mínimo, 32 dias de gestação, fazendo-se exceção a uma cadela, com 29

dias. O fluxo sanguíneo placentário também pôde ser detectado por este

método, com 25 dias de gestação.

O estudo de LAMN (1972) feito com detector de pulso fetal em 65

cadelas acasaladas, diagnosticou prenhez uma semana antes que o

possível diagnóstico radiográfico. E ainda concluiu que o diagnóstico ultra-

sonográfico era menos preciso que o radiográfico e que o número de fetos

era mais facilmente determinado por radiografia.

PHEMISTER (1974) dividiu o desenvolvimento pré-natal dos cães em

3 períodos: (1) período do ovo, que se inicia com a fertilização do ovócito e

vai até o momento em que o blastocisto chega ao útero (2o ao 17o dia de

gestação); (2) período do embrião, que começa com a implantação do

blastocisto e engloba todo o período embrionário (19o ao 35o dia de

gestação); (3) período do feto: período no qual surge a aparência

característica do cão e ocorre a maior parte do crescimento (35o dia ao

nascimento).

Page 21: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 16

ALLEN e MEREDITH (1981) examinaram 82 cadelas de raças

variadas, algumas delas não acasaladas e de acasalamento incerto, com o

intuito de determinar a precisão dos métodos utilizados para a detecção da

prenhez. Os métodos utilizados foram a palpação abdominal, o exame ultra-

sonográfico e o Doppler. Os resultados obtidos por meio de exames ultra-

sonográficos foram 90% de precisão em cadelas prenhes e 83% em cadelas

não prenhes sendo o período ótimo para o exame de 32 a 62 dias após o

acasalamento. Apesar da alta eficiência dos métodos utilizados, eles não

são capazes de fornecer o número preciso de fetos em cada gestação.

NYLAND et al. (1981), demonstraram que a ultra-sonografia pode ser

útil para o diagnóstico de vários acometimentos abdominais em cães, é

seguro, não invasivo e não requer muitos preparativos do paciente.

Tamanho, forma e localização dos órgãos abdominais podem ser

prontamente determinados e ainda permitem detecção e caracterização de

massas e lesões parenquimatosas patológicas associadas aos órgãos

abdominais. O uso efetivo da ultra-sonografia requer o conhecimento de

suas vantagens, limitações e como pode complementar outros métodos

diagnósticos.

Em 1983, BONDESTAM utilizou ultra-som em um estudo para

diagnosticar prenhez em cadelas de várias raças, além da contagem de

fetos por gestação examinando as cavidades pélvicas e abdominais. Com

um aparelho de 2,4 MHz e um transdutor linear, este pesquisador detectou

fetos na quarta semana de gestação, mas não pode contá-los com precisão.

Antes de 28 dias de gestação, os fetos eram muito pequenos para a

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 17

detecção de detalhes do corpo, sendo somente evidenciados pelos

batimentos cardíacos. Estômago, bexiga, veia umbilical e as medições

biparietais puderam ser demonstradas após 40 dias de gestação.

No mesmo ano, CONCANNON et al, estudaram a duração da

gestação canina e sua variação relacionada ao dia do acasalamento e à vida

fértil do espermatozóide. Tal trabalho foi realizado em cães da raça beagle

nos quais a duração aparente da gestação, contada a partir do dia do

primeiro acasalamento até o dia do parto, variou de 57 a 72 dias, e uma

média de 65,3 ± 0,2 dias. O intervalo do dia do pico de LH até o parto variou

menos, de 64 a 66 dias, com uma média de 65,1 ± 0,1 dias. As gestações

que duraram até 61 dias resultaram de acasalamentos após 3 dias ou mais

do pico de LH, aquelas gestações com duração de 68 dias ou mais seguiram

do primeiro ou único acasalamento ocorridos 2 ou mais dias antes do pico

de LH. Únicos acasalamentos férteis ocorridos 3 dias antes do pico de LH

evidenciaram que a longevidade pós-coital fértil do espermatozóide canino é

de, pelo menos, 6 dias, e portanto contribui juntamente à variabilidade do

início do estro, para a variação aparente da duração da geração no cão.

Em 1984, CARTEE et al. publicaram um estudo preliminar de

diagnóstico ultra-sonográfico de prenhez e desenvolvimento fetal em cães,

no qual examinou 18 cadelas, de várias raças, durante a gestação. Os

objetivos foram: a detecção mais precoce possível da gestação em cadelas,

por meio de ultra-som; descrever a aparência ultra-sonográfica do útero,

membranas fetais e fetos durante a gestação; realizar medições do útero,

membranas fetais e feto a fim de estabelecer padrões do crescimento e do

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 18

desenvolvimento do embrião e feto e, finalmente, comparar os resultados

com outros estudos anatômicos e outras observações ultra-sonográficas. Os

parâmetros medidos e avaliados neste experimento foram: diâmetro do lume

uterino (diâmetro intra-uterino ventro-dorsal do saco fetal), comprimento

“crown-rump” (comprimento do corpo do feto), diâmetro biparietal (largura do

crânio), diâmetro do corpo (medida transversal do tórax fetal), atividade fetal

e cardíaca. Os fetos foram observados no décimo dia de gestação e,

movimentos fetais e batimentos cardíacos foram detectados aos 28 dias.

Relatou aumentos rápidos do comprimento “crown-rump” e do diâmetro

biparietal entre a quarta e a quinta semana e entre a sexta e a sétima

semana de gestação, respectivamente.

PIERSON e GINTHER (1984) utilizaram o ultra-som, em modo B,

para avaliar as mudanças uterinas associadas com o ciclo estral em 12

novilhas nulíparas e constataram que áreas anaecóicas e irregulares nos

cornos uterinos, referentes a fluidos intra-luminais, muco viscoso que

precede a ovulação e muco com sangue após a ovulação. Acasalaram 8

novilhas para estudar a morfologia ultra-sonográfica do concepto,

observaram o saco gestacional como sendo uma vesícula anaecóica nas

novilhas posteriormente com prenhez comprovada, sempre no corno uterino

ipsilateral ao corpo lúteo. Detectaram também o embrião como uma região

ecogênica e os batimentos cardíacos, além do desenvolvimento embrionário.

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 19

PIPERS e ADAMS-BRENDEMUEHL, naquele mesmo ano, estudaram

técnicas e aplicações de ultra-sonografia trans-abdominal em éguas prenhes

afim de verificar a exeqüibilidade da utilização do ultra-som de alta

freqüência para acompanhar o desenvolvimento fetal nesta espécie. Foram

feitas observações in vitro e in vivo, para tanto 3 fetos foram coletados de

éguas que morreram por diversas causas e examinados ultra-

sonograficamente, in vitro, na tentativa de obter imagens fetais de várias

orientações e para as observações in vivo, um total de 50 éguas foram

examinadas por ultra-som, diariamente, dos 100 dias de gestação até o

parto. Estruturas fetais, liquido amniótico, membranas placentárias e

padrões de movimentação puderam ser identificados. Batimentos cardíacos

fetais, orientação fetal, viabilidade e o reconhecimento de gêmeos

representaram aplicações práticas da técnica.

PIPERS et al., também em 1984, testaram a ultra-sonografia como

um adjunto na abordagem da gestação em éguas, para tanto realizaram o

diagnóstico de gestação em 952 éguas de raça cruzada e acompanharam as

gestações para estabelecer curvas de crescimento utilizando o diâmetro

horizontal do blastocisto em função da data de acasalamento. Também

observaram que artefatos uterinos tais como cistos endometriais e linfáticos

podem resultar em diagnósticos falso-positivos, mas que podem ser

apropriadamente identificados considerando suas características

morfométricas e de crescimento.

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 20

SHILLE (1985) utilizou a ultra-sonografia, associada à palpação

abdominal, para diagnosticar prenhez em cadelas da raça greyhound.

Dessas cadelas, 9 foram monitoradas, a partir do décimo dia de prenhez, a

cada 3 dias, somente por ultra-som, com o objetivo de observar os sacos

gestacionais, e determinar o dia da primeira detecção de movimentos fetais

e batimentos cardíacos. Os outros 14 animais foram examinados, por meio

de ultra-sonografia e palpação abdominal, no mesmo dia toda semana a

partir do dia 19 pós-ovulação. A efetividade dos 2 métodos foi comparada, e

concluiu-se que o exame ultra-sonográfico é o método mais prático e eficaz

para este fim. O primeiro diagnóstico correto de gestação foi feito 18 dias

após a ovulação, mas movimentos fetais e batimentos cardíacos não

puderam ser identificados até o dia 28 e 35, respectivamente.

DAVIDSON et al. (1986) examinaram, com aparelho ultra-sonográfico,

7 gatas prenhes com datas de coberturas conhecidas, em dias sucessivos

com a finalidade de estabelecer indícios de prenhez. O aumento do tamanho

do útero, sacos gestacionais e pólos fetais foram reconhecidos como

características de estágios iniciais de gestação felina e foram observados,

respectivamente, nos dias 4, 11 e 15 após o acasalamento. A atividade

cardíaca foi detectada no dia 16 e morfologia felina reconhecível percebida

no dia 16, as membranas fetais no dia 21 e movimentos fetais generalizados

foram notados no dia 28. O tamanho da ninhada não pôde ser precisamente

determinado por exame ultra-sonográfico. O estudo concluiu que o

diagnóstico de prenhez e a idade gestacional precoce no gato doméstico

podem ser realizados por meio de exames ultra-sonográficos seriais.

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KÄHN, em 1989, realizou um estudo da fetometria bovina por

sonografia, foram utilizadas 19 novilhas, num total de 485 exames, durante a

gestação, com transdutor setorial trans-retal. Observou as mudanças no

tamanho dos órgãos fetais, a freqüência relativa de diferentes

posicionamentos intra-uterinos, acessibilidade da cabeça, tórax, abdome e

pelve fetais nos diferentes períodos da gestação e ainda correlacionou a

idade gestacional com as seguintes estruturas fetais: olhos, crânio, traquéia,

estômago, veia cava, bexiga urinária, escroto, costelas, vértebras cervicais,

torácicas, lombares e caudais, escápula, úmero, radio e ulna, metacarpos,

ossos ílio e ísquio, fêmur, tíbia, metatarsos, tronco, comprimento Crown-

Rump e cordão umbilical. Observou também os batimentos cardíacos fetais

e concluiu que o desenvolvimento intra-uterino do feto bovino e sua idade

gestacional podem ser julgadas a partir de seus órgãos e partes de seu

corpo.

KÄHN et al. (1990), estabeleceram valores padrões e limitações para

o uso da ultra-sonografia no diagnóstico de gestação em éguas, vacas,

ovelhas, cabras, porcas, cadelas e gatas. Utilizaram transdutor trans-retal

em éguas e vacas e diagnosticou prenhes a partir do 14o dia em éguas e do

25o ao 28o dia em vacas, Em ovelhas, cabras e porcas, fizeram uso, além da

sonografia transretal, da transcutânea, e diagnosticaram gestação nas

ovelhas, cabra e porcas a partir dos 25 e 35 dias respectivamente e nas

cadelas e gatas utilizaram a sonografia transcutânea o diagnóstico foi feito a

partir do 24o dia de gestação.

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SERGEEV et al. (1990) realizaram um estudo ultra-sonográfico em

ovinos com a finalidade de estimar a idade fetal, para tanto observaram a

largura da cabeça e a profundidade do torax fetal por meio de ultra-som em

12 gestações únicas, 12 gemelares duplas e 4 gemelares triplas, uma vez

por semana durante o terço médio da gestação. E concluíram que as

variáveis utilizadas apresentaram medidas aceitavelmente lineares para a

estimativa da idade fetal em ovinos.

Em 1990, BOSU et al., realizaram, pela primeira vez, um estudo ultra-

sonográfico (transdutor mecânico setorial de 5 MHz), em gatas prenhes, a

fim de estabelecer curvas de crescimento fetais durante o seu crescimento.

Com a finalidade de testar a confiabilidade e a aplicabilidade das medições

dos diâmetros cranial e do tronco através das curvas, usando-as para

determinar a data do parto de gatas de idade de gestação desconhecida. E

concluíram que tais medições são instrumentos práticos e precisos para a

avaliação da idade gestacional e um indicador útil do dia do parto. Mas serão

necessários novos trabalhos para avaliar os efeitos do tamanho da ninhada

e variação entre as raças.

Naquele mesmo ano, ENGLAND et al. desenvolveram um trabalho,

com cadelas das raças Labrador Retriever e Golden Retriever, e cadelas

mestiças com essas raças, no qual, através de exames ultra-sonográficos,

acompanharam o desenvolvimento de conceptos a fim de estabelecer quais

eventos da gestação poderiam ser utilizados para caracterizar o crescimento

embrionário e fetal e a idade gestacional. Os parâmetros utilizados no

começo da gestação foram: diâmetro do embrião, espessura combinada do

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 23

útero e membranas fetais e comprimento occipto-sacral. Em um período

mais tardio da gestação mediu-se: diâmetro biparietal (cabeça fetal em

secção longitudinal), diâmetro dorso-ventral do tronco fetal (secção

transversal circular ao nível do estômago fetal), diâmetro da bexiga fetal,

espessura combinada do útero e membranas fetais, comprimento do fêmur e

taxa de batimentos cardíacos fetais (utilizando eco Doppler ultra-sônico).

Também foram avaliados ossificação espinhal e movimentos fetais. A

análise do método utilizado e dos resultados obtidos levou às seguintes

conclusões: a) o desenvolvimento de estruturas fetais reconhecíveis é de

extrema ajuda na determinação da idade gestacional; b) a contagem de

fetos é menos precisa no final da gestação; c) as medidas dos conceptos de

animais de mesmo tamanho estão relacionadas à idades gestacionais, ou

seja, têm uma relação diretamente proporcional ao tempo, com exceção do

diâmetro do concepto; d) a variabilidade para a estimativa de um parâmetro

isolado ficou na faixa de 3,78 a 4,70 dias, o que é consideravelmente melhor

que estimativas maiores que 28,8 dias utilizando o diâmetro biparietal, no

homem, e 17,6 dias para parâmetros múltiplos em bovinos, contudo, a

duração da gestação é maior nestas espécies que no cão; e) a combinação

de regressões para diâmetro biparietal e diâmetro do tronco reduziu a

variabilidade em, pelo menos, 24% quando comparado a esses parâmetros

isolados e os valores de significância dos diâmetros biparietais e do tronco;

f) ao contrário do que acontece no homem, este estudo mostra que no cão a

precisão deste método é menor quando se utilizam regressões múltiplas.

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 24

Em 1992, SAUNDERS afirma que há uma séria de vantagens no uso

de ultra-som sobre a radiografia e a palpação na detecção da gestação por

ser mais sensível e precisa. Relata também que viabilidade fetal é

determinada mais precisamente por meio da detecção dos batimentos

cardíacos (21 a 22 dias após o pico de LH), movimentação fetal (31 a 32

dias após o pico de LH) e desenvolvimento normal do corpo, refere ainda

que mensurações fetais, relacionadas à idade fetal, podem ser obtidas por

ultra-sonografia e daí serem utilizadas para predizer o dia do parto. A

desvantagem do uso da ultra-sonografia é que este método não permite

precisão na estimativa do tamanho da ninhada. Este autor afirma que a

freqüência utilizada em exames ultra-sonográficos em cães varia de 3 a 10

MHz, pois esta espécie apresenta uma grande variedade de peso e

tamanho, os transdutores de 5 e 7,5 MHz são os mais freqüentemente

utilizados. A bexiga urinária e o cólon descendente são estruturas de

referência para a localização do útero e o diagnóstico de gestação é feito

quando da observação do blastocisto (vesícula embrionária), estrutura

hipoecóica com 2 a 3 mm de diâmetro e margens hiperecóicas no interior do

útero. A determinação da idade fetal por ultra-sonografia pode ser obtida por

2 métodos: mensuração e aparência de estruturas visíveis. SAUNDERS

então conclui que o uso das mensurações fetais como indicadores da idade

gestacional é limitado devido à variedade de conformação das cadelas e à

dificuldade técnica de realização das mensurações e que a detecção das

estruturas fetais é mais precisa pois não depende da raça, da conformação

da cadela, do tamanho da ninhada e sua observação é mais fácil que a

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 25

obtenção das mensurações fetais.

CONCANNON (1992) realizou um estudo com a finalidade de

caracterizar a aparência ultra-sonográfica da gestação em cães da raça

beagle em idade gestacional conhecida e o dia da primeira detecção da

prenhez. Para tal, detectou o aparecimento de algumas estruturas, tais

como: cavidade coriônica, camadas da placenta na parede uterina, placenta

zonária, embrião e batimentos cardíacos, saco vitelínico, alantóide, plexo

coróide, movimentos fetais, esqueleto, estômago, bexiga, rins e ainda

comparou a ecogenicidade do fígado e do pulmão. Mediu estruturas extra-

fetais e fetais e concluiu que a medida do diâmetro da cavidade coriônica

(extra-fetal) e diâmetro da cabeça (fetal) foram as mais precisas para a

estimação da idade gestacional. Este pesquisador não observou tendências

na variação dos tamanhos das estruturas fetais, durante a gestação em

relação ao tamanho da ninhada. Em seres humanos, a estimativa da idade

gestacional é bem caracterizada por tais medições obtidas por exames ultra-

sonográficos. Em eqüinos, ovinos, bovinos, caprinos, cervos, gatos e em

cães das raças Labrador Retrievers e Golden Retrievers esta estimativa está

parcialmente caracterizada.

A atividade cardíaca é observada, segundo PETER e

JAKOVLJEVIC (1992), a partir do 20° dia, e após o 24° dia o batimento

cardíaco varia de 120 a 140 btm. Entre o 27° ao 30°dia a placenta

aparece como um espessamento cilíndrico focal ficando mais evidente

pelo 36° dia. O alantóide pode ser reconhecido nos dias 27° a 31° de

gestação como menos ecogenicidade. Entre o 34° e o 37° dias a cabeça

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 26

e o corpo podem ser observados e entre o 38° e o 45° dias há o

desenvolvimento de órgãos, o fígado aparece como uma estrutura

hipoecóica, e o estômago é reconhecido por seu conteúdo anaecóico.

OKKENS et al. (1993), estudaram a influência do tamanho da

ninhada e raça na variação da duração da gestação em cães. Utilizaram

77 cães de diferentes raças, a data do acasalamento foi determinada por

meio da dosagem de progesterona sérica. A duração média da gestação

foi de 62,1 ± 0,2 dias, com variação de 11 dias, o número de filhotes

aparentou influenciar a duração da gestação, mas apresentou-se

negativamente correlacionado com a duração da gestação (R2 = -0,96, p <

0,001, n = 44). A condição primípara/multípara da cadela não influenciou

na duração da gestação.

CARTEE et al. (1993) relatam que no exame ultra-sonográfico de

um órgão pode-se avaliar seu tamanho, forma e ecotextura (distribuição

de alta ou baixa intensidade de eco). Quatro termos são utilizados para a

definição da ecotextura, são eles: hiperecóico (alta intensidade de eco),

hipoecóico (baixa intensidade de eco), anaecóico (nenhum eco) e

isoecóico (ecotextura similar à estrutura adjacente).

EVANS (1993) observou o desenvolvimento pré-natal em cães, o que

inclui os estágios de clivagem, gastrulação, implantação e formação dos

primeiros somitos (completos antes dos 20 dias de gestação), até o

completo desenvolvimento que culmina no nascimento dos filhotes. Refere

também que o desenvolvimento embrionário ocorre em seqüência

cefalocaudal, iniciando-se com as pregas cefálicas e terminando com o

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 27

crescimento dos brotos dos membros. Alguns dias após a implantação o

saco amniótico se forma por meio de uma dobra que surge em sua

superfície dorsal. Com 21 dias o embrião possui 4,5 cm de comprimento, o

saco vitelino preenche a vesícula coriônica e o alantóide é identificado pela

primeira vez como um broto na região caudal do embrião. Aos 23 dias de

gestação, o embrião tem 5 mm de comprimento e o saco vitelínico

apresenta-se grande e vascularizado. Aos 25 dias o embrião tem 14 mm de

comprimento, uma proeminente flexura cefálica, formação da lâmina dental e

condrificação dos elementos vertebrais, o saco vitelino separa-se do córion,

permanecendo conectados apenas em seus pólos. Aos 30 dias a largura da

placenta ainda é maior que o comprimento do embrião de 19 mm e aos 33

dias ocorre o início da ossificação dos ossos do crânio. Relaciona algumas

características externas e internas com a idade gestacional. Além das

medidas de algumas estruturas externas, também observou a maturação de

vários órgãos e a aparência dos centros de ossificação. Com 35 dias,

aproximadamente no meio da gestação, o período embrionário se encerra,

com a formação da maioria dos órgãos e é a partir deste momento que se

pode reconhecer a espécie e que se inicia o período fetal. O hematoma

marginal é primeiro reconhecido no estágio do início do desenvolvimento dos

brotos dos membros, como uma região levemente espessada entre a

membrana coriovitelina e o endométrio em cada extremidade da placenta.

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 28

LEIDL (1993) concluiu em seu estudo sobre o uso de ultra-som em

ginecologia que a gestação pode ser diagnosticada por meio da

demonstração da vesícula embrionária ou feto: em éguas, a partir do 14o dia,

em vacas, a partir do 25o ou 26o dia, no 35o dia diagnosticou gestação em

pequenos ruminantes, do 28o ao 30o dia em porcas, do 25o ao 28o em

cadelas e do 20o ao 25o em gatas. Refere também que o controle da

ovulação por ultra-sonografia tem importância crescente em éguas,

especialmente na prática da inseminação artificial e que o diagnóstico de

processos patológicos uterinos em éguas, cadelas e gatas melhorou

consideravelmente pela ultra-sonografia.

MORIYOSHI et al. (1996) utilizaram a ultra-sonografia para

observar o processo de crescimento de embriões e fetos de cães da raça

Beagle. Realizaram mensurações diárias do diâmetro transversal do

abdome fetal, diâmetros da cabeça e do coração fetais, além da obtenção

de curvas de crescimento significativas (equações de regressão

secundária) a partir do dia da gestação e valores mensurados (p < 0,01).

O resultado deste estudo mostrou que este método pode ser aplicado

para estimar a idade gestacional e estado de crescimento fetal em cães

nos quais o dia do acasalamento é desconhecido.

CHAVEZ et al. (1996) correlacionaram freqüência cardíaca fetal e

fetometria sonográfica para determinar a idade fetal em ovinos, para tanto

examinou 84 ovelhas prenhes, de diferentes raças, utilizando Doppler e

ultra-sonografia de modo M, uma vez por semana. Foram mensurados:

comprimento C-R, largura da cabeça, distância entre os olhos, altura do

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 29

tórax, diâmetros do tórax e do abdome (látero-lateral e ventro-dorsal). As

seguintes variáveis dependentes foram testadas por meio de análise de

regressão múltipla: dias antes do parto, método do exame, tamanho da

ninhada, peso ao nascer dos cordeiros, freqüência cardíaca, raça e

doenças das ovelhas. Concluíram que a fetometria é mais apropriada

para a determinação da idade fetal e estimativa do dia do parto do que a

freqüência cardíaca.

Em 1997, KAUFFOLD et al., investigaram a gestação da porca por

meio de ultra-som. Durante 2 anos examinaram 4086 marrãs e 12506

porcas, entre o 20o e o 110o dias após o acasalamento ou inseminação,

com o objetivo de diagnosticar a gestação. Concluíram que a ultra-

sonografia é um método apropriado para detectar porcas prenhes e não

prenhes em períodos bem precoces da gestação.

LORIOT et al. (1997) afirmam que para a avaliação ultra-sonográfica

do aparelho reprodutor feminino de cães e gatos, os transdutores setoriais

são os mais adequados a menor superfície de contato com a pele do animal

permite o adequado posicionamento da sonda com mais facilidade, sendo

que a freqüência pode variar de 3,5 a 7,5 MHz. A seleção da freqüência

utilizada em gestações depende da distância que separa a pele do útero e

do feto. Em cadelas não gestantes, o corpo do útero e por vezes a

bifurcação que dá origem aos cornos uterinos podem ser identificados, o

restante dos cornos uterinos não podem ser individualizados pois misturam-

se às alça intestinais presentes entre o transdutor e o útero. A ultra-

sonografia permite estimar a idade gestacional, monitorar o desenvolvimento

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 30

das gestações múltiplas e detectar a morte fetal, a monitoração do

sofrimento fetal é limitado devido ao número de fetos, geralmente elevados.

O diagnóstico de gestação é realizado por meio da observação das

vesículas gestacionais, nesta fase, o interior anaecóico das vesículas

corresponde ao saco vitelino, o córion e o endométrio formam um anel

ecogênico ao redor da vesícula vitelina. Entre a terceira e a quinta semana

de gestação, o saco vitelino diminui de volume até assumir um formato

cilíndrico que dá lugar à cavidade amniótica. A partir dos 30 dias de

gestação pode-se distinguir bem o embrião de seus anexos e é dos 25 aos

35 dias que o embrião toma a forma característica de sua espécie e passa a

ser chamado de feto.

MARTINEZ et al. (1998) utilizaram a ultra-sonografia trans-retal

para avaliar o uso do ultra-som modo B para o diagnóstico precoce de

gestação em caprinos, para definir critérios para o diagnóstico preciso e

para monitorar o crescimento embrionário por meio de ultra-som do 13o

ao 40o dia após o acasalamento. Para isso examinaram 16 cabras

acasaladas em datas conhecidas utilizando um transdutor linear de 5MHz.

Os parâmetros avaliados foram: aparência de áreas anaecóicas no útero,

presença de embriões, comprimento C-R e batimentos cardíacos do

embrião. Concluíram que a detecção do embrião caprino por ultra-

sonografia e a confirmação de sua viabilidade por meio de batimentos

cardíacos mostraram ser um bom método para o diagnóstico precoce de

gestação em caprinos e que a mensuração ultra-sonográfica co

comprimento C-R foi útil na estimativa da idade do embrião.

Page 36: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 31

ENGLAND (1998) relata que há uma diferença entre a duração real

e a aparente da gestação em cadelas, sendo que a duração real é relativa

ao dia do da ovulação, e é de 63 ± 1 dias, e a aparente, em relação ao

dia(s) do acasalamento, podendo variar de 58 a 72 dias. A gestação pode

ser confirmada a partir de 17 dias após o pico pré-ovulatório de hormônio

luteinizante (LH), por meio de exame ultra-sonográfico quando se pode

observar os sacos gestacionais que aparecem como estruturas esféricas

anaecóicas com aproximadamente 2 mm de diâmetro. As margens dorsal

e ventral do concepto apresentam-se caracteristicamente como eco

especular brilhante. Aos 22 dias pós-pico de LH, o concepto aparece com

7 mm de diâmetro e o embrião pode ser visualizado como uma estrutura

hiperecóica e homogênea, projetada no saco vitelino anaecóico. Os

batimentos cardíacos puderam ser percebidos a partir de

aproximadamente, 23 dias após o pico de LH. O alantóide pode ser

identificado como aparece como uma estrutura anaecóica de conteúdo

líquido, numa região adjacente ao embrião, aos 23 dias após o pico de

LH, e com 30 dias apresenta-se como o anexo embrionário mais

proeminente, sendo que a membrana alantóide é menos ecogênica que a

vitelina. Aos 28 dias o saco vitelino apresenta-se como uma membrana

pregueada de modo a ficar quase obliterada, em secção longitudinal, o

quase colapsado saco vitelino pode ser identificado como uma estrutura

tubular, completamente circundado pelo alantóide. O âmnio pode ser

notado a partir de 26 dias após o pico de LH, o qual vai aumentando de

volume e ser uma estrutura grande no final da gestação. Aos 32 dias

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 32

observa-se o broto dos membros e a partir dos 35 pode-se diferenciar

claramente a cabeça, tronco e abdome fetais e com 40 dias o diâmetro do

corpo é maior que o da cabeça, o tecido pulmonar é hiperecóico

comparado ao fígado e o diafragma pode ser facilmente identificado, é

neste período também que o estômago anaecóico é visualizado caudal ao

fígado e a bexiga urinária pode ser observada poucos dias depois na

parte caudal do abdome. O esqueleto torna-se evidente a partir dos 33

dias mostrando-se hiperecóico e com sombras acústicas.

LUVONI e GRIONI (2000) realizaram um estudo com a finalidade

de estimar a idade gestacional, em dias antes do parto, em cães de

pequeno e médio porte. Utilizaram exames ultra-sonográficos em 4

cadelas de porte médio prenhes durante 2 gestações consecutivas e em 3

cadelas de pequeno porte durante 1 gestação, com a finalidade de

determinar a variação no tamanho das estruturas fetais selecionadas

durante a gestação. Fórmulas foram derivadas para estimar a data do

parto, para ambos os grupos de cadelas, mensurando-se componentes

da anatomia fetal. A precisão da data do parto é de 1 dia, e utiliza

medidas do diâmetro da vesícula gestacional, em períodos iniciais da

gestação e o diâmetro biparietal em períodos mais adiantados.

Observaram também que é importante prever o dia do parto em casos

onde as datas de acasalamento são incertas ou não foi determinado o dia

do pico de LH.

Page 38: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 33

BYSTED et al., em 2001, afirmam que apesar das crescentes

pesquisas em reprodução canina, várias questões permanecem sem

respostas. Muitas destas questões estão relacionadas a maturação dos

ovócitos, fertilização e desenvolvimento embrionário precoce. Os ovócitos

dos cães são ovulados como ovócitos primários entre 36 e 48 horas após

o pico de LH e a subseqüente maturação no oviduto se faz em mais 48 a

60 horas (HOLST e PHEMISTER, 1971). Este longo período entre o pico

de LH e o desenvolvimento dos ovócitos secundários, somado ao número

de dias em que o espermatozóide permanece viável no trato genital

feminino, de 7 a 10 dias (DOAK et al., 1967) e ainda à possibilidade da

fecundação ocorrer durante a maturação do ovócito contribuem para

variação da duração da gestação nesta espécie (HAY et al., 1994).

SON et al. (2001) estabeleceram uma tabela que prediz o dia do

parto com uso da ultra-sonografia em pequenos cães de estimação. Para

tanto realizaram exames ultra-sonográficos em 8 Malteses e 10

Yorkshires Terriers prenhes, a partir do 18o dia de gestação até o parto (a

ovulação foi considerado como o dia 0 da gestação), mensurando-se

estruturas fetais e extra-fetais de todos os conceptos. Os parâmetros que

mostraram melhor correlação com o parto foram usados para a

construção da tabela de previsão do dia do parto. Para testar a precisão

da tal tabela foram examinadas, por meio de ultra-som, 15 cadelas

Malteses e 13 Yorkshire Terriers, prenhes, com dia da cobertura

desconhecido. O diâmetro interno da cavidade coriônica entre os dias 18

e 37, e o diâmetro da cabeça fetal do dia 38 até o parto, foram as

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 34

variáveis que mostraram melhor correlação com a idade gestacional e

mais pertinentes na estimativa da idade gestacional e predição do dia do

parto. Os dois parâmetros foram analisados estatisticamente com análise

de regressão simples e as equações obtidas, utilizadas para a construção

da tabela. Verificaram então, que 64,3% das cadelas pariram exatamente

na data predita e 32,1% pariram dentro de 1 dia da previsão. E

concluíram que a tabela de previsão de parto parece ser um instrumento

útil na prática.

OKKENS et al. (2001) estudaram 113 cadelas de 6 raças diferentes

(West Highland White Terrier, Pastor Alemão, Retriever do Labrador,

Doberman, Bernesiano e Golden Retrievers) e observaram uma relação

negativa entre a duração da gestação e o tamanho da ninhada para

aquelas gestações com 13 ou menos filhotes, contudo para cada raça, a

análise de regressão múltipla não mostrou influencia do tamanho da

ninhada sobre a duração da gestação. Sugeriram portanto que a raça é o

fator mais determinante na duração da gestação em cadelas e que a raça

da cadela é responsável por diferenças em tamanho de ninhadas

relacionadas à raça.

MARINAC-DARBIC et al. (2002) evidenciaram que o fato do

crescente uso do diagnóstico ultra-sonográfico nos cuidados pré-natais

causa um aumento da exposição pré-natal às ondas de ultra-som. A

maioria dos estudos epidemiológicos tende a apoiar a segurança do uso

do diagnóstico ultra-sonográfico durante a gestação, contudo, há relatos

de que pode haver relação entre a exposição pré-natal ao ultra-som e a

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 35

incidência de vários efeitos adversos, tais como: restrição do crescimento,

atraso da fala, dislexia e de não destros. Recomendam portanto que

novos estudos precisam ser feitos para melhor avaliação dos fatores de

risco e que seja criado uma conferência para o desenvolvimento de um

consenso para a obtenção da informação necessária e estabelecer

diretrizes para a necessidade de estudos futuros, bem como respostas ao

rápido avanço desta tecnologia.

NYLAND e MATOON (2002) afirmaram que antes de discutir o

diagnóstico da gestação e o desenvolvimento fetal, deve-se observar os

aspectos relativos à ovulação, à concepção e à definição da idade

gestacional. A ovulação na cadela pode ocorrer entre 24 a 72 horas após

o pico de LH, o estro inicia-se 1 ou 2 dias antes e dura de 5 a 9 dias, a

cobertura pode ocorrer uma ou várias vezes durante o estro e o

espermatozóide resiste e pode ser fértil por, pelo menos, 4 a 6 dias após

o acasalamento correspondente. Sendo assim, o momento exato da

concepção (e portanto a idade gestacional) é desconhecido. Os autores

consideram a idade gestacional a partir do dia do pico de LH, salvo

anotações do contrário, com o uso deste critério a gestação na cadela é

de 65 ± 1 dias. A partir do 7° dia após a cobertura pode-se verificar um

aumento uterino (em gatos a partir do 4° dia). O diagnóstico ultra-

sonográfico precoce de gestação ocorre a partir do 18° até o 22° dia de

gestação, período que ocorre o implante do blastocisto, identificado como

uma pequena estrutura esférica e anecóica rodeada por uma delgada

parede hiperecóica (o trofoblasto). O embrião aparece entre o 23o e o 25o

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Revisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da LiteraturaRevisão da Literatura 36

dia como uma estrutura ecogênica de alguns milímetros de comprimento,

a vesícula gestacional, neste período, é envolta por uma fina e

hiperecóica camada referente à posição mais interna da parede do útero

(a placenta em desenvolvimento). A placentação zonária pode ser

reconhecida do 27o ao 30o dia como um espessamento cilíndrico focal da

placenta, tornando-se evidente no 36o dia. Os autores também afirmam

que a detecção do saco gestacional é o diagnóstico de prenhez e a

observação ultra-sonográfica da atividade cardíaca e, mais tarde, dos

movimentos fetais, indicam viabilidade fetal. A atividade cardíaca é notada

simultaneamente ao reconhecimento do embrião do 23o ao 25o dia pós

pico de LH.

CORREA (2002) utilizou a ultra-sonografia em seu estudo para

realizar o diagnóstico precoce da gestação, acompanhar o desenvolvimento

das estruturas relacionadas a ela e confirmar a viabilidade fetal em cadelas

da raça Rottweiller. Utilizou 10 cadelas da referida raça, examinando-as a

partir do 20o dia de gestação (data do acasalamento foi considerada o dia 0).

A autora observou características do desenvolvimento embrionário e fetal e

mensurou as seguintes estruturas: diâmetro da vesícula embrionária

transversal e longitudinal, diâmetro dos cornos uterinos, comprimento

Crown-Rump fetal, distância biparietal, espessura e largura da placenta

zonária, diâmetro abdominal e torácico, volume da vesícula embrionária e

comprimento dos ossos longos (fêmur). Fórmulas foram derivadas para cada

variável para estimar a idade gestacional.

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3. Material e 3. Material e 3. Material e 3. Material e 3. Material e 3. Material e 3. Material e 3. Material e MMMMMMMMéééééééétodotodotodotodotodotodotodotodo

Page 43: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

Material e MétodoMaterial e MétodoMaterial e MétodoMaterial e Método 38

3 MATERIAL E MÉTODO

Neste estudo foram utilizadas 10 cadelas da raça boxer, sendo 6

primíparas e 4 multíparas, com idades variando de 1 ano e 3 meses a 7

anos e 1 mês, acasaladas com cães da mesma raça, em datas conhecidas.

Os machos utilizados, 5 cães, tiveram seu sêmen avaliado e foram

considerados normais, segundo resultado do espermograma.

O ciclo estral foi acompanhado por meio de exames de citologia

vaginal. Foram realizados esfregaços vaginais a partir da detecção visual

dos primeiros sintomas de pró-estro, com uma freqüência mínima de 3 vezes

por semana, a fim de observar o comportamento das células do epitélio

vaginal e determinar o melhor período para a realização do acasalamento.

A coleta do material foi feita introduzindo-se um “swab” de Rayon –

INLAB na vagina no sentido crânio-dorsal até a porção mais cranial da

mesma, de onde foram retiradas as amostras do epitélio. As células foram

depositadas sobre uma lâmina para microscopia - INLAB, e então coradas

com conjunto para coloração “Panótico Rápido” - LABORCLIN.

Todas as cadelas foram acasaladas entre 2 a 4 vezes conforme fosse

mais conveniente para o criador ou disponibilidade do padreador. O dia do

primeiro acasalamento foi considerado o dia zero da gestação para datar os

exames até o dia do parto, a partir do qual contou-se retroativamente os dias

dos exames realizados em cada gestação, tendo o dia do parto como dia 0.

Os exames ultra-sonográficos foram realizados de 2 a 3 vezes por

semana, a partir do 18o dia da gestação até o dia do parto, com um aparelho

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Material e MétodoMaterial e MétodoMaterial e MétodoMaterial e Método 39

portátil da marca GE®, modelo Logic �100 MP, equipado com um transdutor

convexo de 5,0 MHz e outro linear de 7,5 MHz (Anexo 1). As imagens

obtidas a partir dos exames foram impressas e documentadas por meio de

uma vídeo impressora da marca Sony®, modelo UP890MD (Anexo 1) e

papel térmico da mesma marca, modelo UPP-110HG.

Os exames ultra-sonográficos foram realizados com o animal em

decúbito dorsal ou lateral e as regiões abdominal ventral e lateral

tricotomizadas (Anexo 2) (máquina de tosa de 1 velocidade, da marca

Oster® e modelo Golden A5, e lâmina número 10), sem sedação e

acompanhado pelo proprietário. O transdutor linear de 7,5 MHz foi utilizado

em todos os exames, enquanto que o transdutor setorial de 5 MHz foi útil a

partir do exame em que o CCR ultrapassa os limites da placenta zonária,

para avaliar o corpo fetal em seu comprimento, e nos 2 últimos exames para

que fosse possível a observação adequada de estruturas com dimensões

muito grandes, tais como as dimensões do corpo fetal (DC, PC e AC). Foi

aplicado gel solúvel em água Aquasonic 100, da marca Parker, para diminuir

a quantidade de ar e melhorar o contato entre o transdutor e a pele do

animal.

Foram mensuradas, em milímetros, as seguintes variáveis:

diâmetro transversal do concepto (DTC),

espessura da placenta (EP),

largura da placenta (LP),

diâmetro biparietal (DBP),

comprimento da cabeça (CC),

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Material e MétodoMaterial e MétodoMaterial e MétodoMaterial e Método 40

altura da cabeça (HC),

diâmetro do corpo (DC),

perímetro do corpo (PC),

área do corpo (AC),

comprimento do corpo (CCR),

comprimento do fêmur (CF).

Sempre que possível, foram observados 2 conceptos de cada

gestação e preferivelmente 1 de cada corno uterino, em cada exame.

A gestação foi detectada a partir da visualização de estruturas

esféricas anecóicas no interior do útero, consideradas como sendo sacos

gestacionais ou conceptos (Fig 2). Nesta ocasião mensurou-se o diâmetro

do concepto em secção transversal (DTC), tal variável foi calculada a partir

da média aritmética das distâncias dorso-ventral e látero-lateral desta

estrutura, devido ao fato do formato da secção transversal do concepto não

ser necessariamente circular (Fig 3).

A partir desta fase as outras estruturas foram examinadas conforme

foram surgindo, a placenta foi considerada como sendo a camada mais

interna da parede uterina no local de implantação do concepto e sua

espessura (EP) foi mensurada, em secção sagital, em sua maior dimensão

(Fig 4).

Antes da identificação da placenta zonária anular, a mensuração da

largura da placenta (LP) foi feita considerando o comprimento longitudinal da

vesícula embrionária (concepto) em secção sagital. Após este período, a

própria largura da placenta zonária foi mensurada por meio de uma linha

Page 46: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

Material e MétodoMaterial e MétodoMaterial e MétodoMaterial e Método 41

reta entre suas extremidades (Fig 4).

A cabeça fetal foi mensurada a partir de quando se apresentou

distinguível do corpo e foi abordada em sua distância ou diâmetro biparietal

(DBP), na sua maior secção transversal, assim como a altura (HC) (Fig 7),

por meio de uma linha reta entre os limites dorsal e ventral. O comprimento

da cabeça (CC) foi analisado por meio da maior secção mediana do crânio,

entre a extremidade caudal do osso occipital e o ponto mais rostral do crânio

(osso incisivo).

O corpo fetal foi mensurado, em secção mediana (Fig 5), na sua

maior dimensão, até quando da primeira visualização do estômago. Deste

momento em diante o diâmetro do corpo (DC) teve sua medida determinada,

em sua maior secção transversal, na região onde fígado e do estômago

fetais são encontrados (Fig 09). A área (AC) e o perímetro do corpo (PC)

foram calculados pelo aparelho de ultra-som.

O comprimento Crown-Rump (CCR) foi mensurado a partir do

momento em que foi possível a visualização do embrião. Esta medida foi

obtida, em secção dorsal do embrião, por meio de uma linha reta entre as

extremidades cranial e caudal enquanto a cauda não foi evidenciada. Nas

fases seguintes o CCR foi obtido a partir da distância entre o ponto mais

rostral do crânio até a base da cauda. (Fig 6).

O comprimento do fêmur (CF) foi abordado a partir do 22o ao 18o DAP

até o último exame antes do parto, em secção mediana, abordando suas

extremidades proximal e distal (Fig 10).

Page 47: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

Material e MétodoMaterial e MétodoMaterial e MétodoMaterial e Método 42

A gestação foi dividida em 3 períodos:

- O primeiro não apresentou estruturas evidenciáveis pela ultra-

sonografia,

- O segundo iniciou-se do 43o ao 40o DAP com a identificação

dos conceptos e termina entre o 26o e o 23o DAP, quando da observação do

ventrículo gástrico fetal como uma vesícula anaecóica, junto ao fígado,

- O terceiro período foi marcado pela detecção do ventrículo

gástrico, do 26o ao 23o DAP até o parto.

Os dados obtidos foram organizados em forma de tabelas, por

período gestacional, uma para cada variável, levando-se em consideração: a

média das medidas obtidas dos exames ultra-sonográficos e número de dias

antes do parto.

Para predizer os dias mais prováveis para o parto realizou-se uma

análise de regressão linear multivariada. As variáveis independentes: DTC,

EP, DBP, CC, HC, DC, PC e CF foram correlacionadas, e para aquelas que

apresentaram um coeficiente de correlação elevado selecionou-se apenas

uma delas, restando apenas as variáveis: EP, DBP e DC.

Com as variáveis remanescentes construiu-se um modelo (p< 0,0001)

para ser utilizado em todo o período gestacional detectável pela ultra-

sonografia.

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4. Resultados4. Resultados4. Resultados4. Resultados4. Resultados4. Resultados4. Resultados4. Resultados

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ResultadosResultadosResultadosResultados 43

4 RESULTADOS

4.1. DETECÇÃO E APARÊNCIA DAS ESTRUTURAS ESTUDADAS NA

GESTAÇÃO

4.1.1. Duração da Gestação e Número de Filhotes por Ninhada

A duração da gestação, baseada no dia do primeiro acasalamento até

o dia do parto, variou entre 61 e 68 dias, com uma média de 64,7 ± 0,6 dias

(desvio padrão = 1,95 dias). O número de filhotes nascidos (incluindo os

natimortos), por ninhada, variou de 4 a 12 sendo a média de 6,1 filhotes e

um total de 61.

Entre as cadelas primíparas o número de filhotes por ninhada foi de

5,5 ± 0,62 (desvio padrão = 1,52), a duração da gestação foi de 64,67 ± 0,8

dias (desvio padrão = 1,97 dias). E para as multíparas observou-se que o

número de filhotes foi de 7 ± 1,35 (desvio padrão = 2,71) e a gestação

durou, em média, 64,75 ± 1,11 dias (desvio padrão = 2,22 dias). Quanto ao

número de filhotes por ninhada foi constatado, por meio de análise

estatística, que os dados de ambos os grupos (primíparas e multíparas) tem

distribuição normal e que a diferença entre as médias não foi significativa.

4.1.2. Segundo Período Gestacional

Os primeiros exames ultra-sonográficos foram realizados do 46° ao

43° DAP, com o animal apresentando a vesícula urinária moderadamente

repleta, com a finalidade de otimizar a observação do corpo do útero,

localizado entre o cólon dorsalmente e à bexiga ventralmente, apresentando-

se relativamente hipoecóico (Fig. 1).

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ResultadosResultadosResultadosResultados 44

Do 43o ao 41o DAP, foi observada a primeira evidência de gestação, e

consta da visualização de estruturas anaecóicas de formato esférico, com 3

mm de diâmetro e margens dorsal e ventral hiperecóicas (Fig. 2). Tais

vesículas foram consideradas como sendo conceptos (também chamados

de blastocistos ou vesículas embrionárias).

4.1.2.1. Placenta e Membranas Fetais

A placenta, foi identificada do 43o ao 39o DAP, com 1,0 ± 0,0 mm de

espessura e 18,4 ± 2,36 mm de largura. Esta estrutura foi identificada como

uma formação hiperecóica, que constitui a parede de cada vesícula

embrionária (Fig. 3). Com o decorrer do segundo período da gestação, a

placenta zonária apresentou-se típica, por volta do 41o a 39o DAP como uma

estrutura cilíndrica, com as margens aumentadas de volume, caracterizando

o hematoma marginal (Fig. 4).

O saco vitelino (SV) foi notado do 43o ao 41o DAP como sendo a área

hipoecóica no interior do concepto (Fig. 3), tanto em secção mediana quanto

transversal. Do 37o ao 34o DAP, o SV apresentou-se, na secção transversal

do concepto, como uma membrana hiperecóica linear e do 34o ao 32o DAP

começou a mostrar-se, em secção sagital, como duas linhas paralelas que

vão de um extremo ao outro do concepto (Fig. 5), e em secção transversal,

como uma vesícula com limites hiperecóicos e moderadamente enrugada,

daí em diante apresentou-se cada vez menor e mais pregueada (Fig. 9). A

partir do 21o ao 17o DAP não foi mais possível a e visualização do SV por

meio do exame ultra-sonográfico.

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ResultadosResultadosResultadosResultados 45

O âmnio foi primeiro observado dos 35o ao 30o DAP como uma

membrana hiperecóica que envolve o embrião e continuou visível até o

último exame antes do parto (Fig. 9).

4.1.2.2. Embrião e Feto

O embrião apresentou-se visível, com contornos definidos, do 43o ao

36o DAP, quando foram tomadas as primeiras medidas DC. A secção

transversal do corpo, neste período, foi considerada como sendo circular até

o ventrículo gástrico ser detectado (Fig. 9), por este motivo os valores PC e

AC foram calculados a partir das fórmulas PC=2πr e AC=πr2, as quais

correspondem ao cálculo do perímetro e da área de um círculo,

respectivamente.

O CCR foi mensurado a partir do exame em que foi possível

identificar claramente os limites do embrião, isso ocorreu entre o 46o e o 34o

DAP. O último exame ultra-sonográfico em que o corpo do embrião

permaneceu inscrito nos limites da placenta zonária ocorreu do 29o ao 26o

DAP (Fig. 6), quando mediu 36,11 ± 1,35 mm (desvio padrão = 4,04 mm). e

o primeiro exame em que o comprimento do corpo fetal apresentou-se maior

que a largura da placenta ocorreu entre o 26o e o 23o DAP com 55,3 ± 1,13

mm (desvio padrão = 3,58 mm).

Os batimentos cardíacos foram percebidos entre o 43o e o 41o DAP,

os brotos dos membros torácicos e pélvicos foram detectados do 36o ao 31o

DAP, a bexiga urinária evidenciou-se pouco antes do ventrículo gástrico

fetal, como uma vesícula anaecóica na parte caudal do abdome fetal, do 26o

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ResultadosResultadosResultadosResultados 46

ao 29o DAP. O aparecimento de áreas hiperecóicas, do 33o ao 28o DAP na

região da cabeça fetal, costelas e coluna vertebral foi considerado como

sendo o início da ossificação, tais regiões foram aumentando em extensão e

intensidade até o fim da gestação evidenciando progressivamente o

esqueleto fetal.

4.1.3. Terceiro Período Gestacional

O terceiro período da gestação, com início por volta do 26o ao 23o

DAP, é marcado pela identificação do ventrículo gástrico fetal e pelo fato de

o CCR ultrapassar os limites da placenta zonária. A partir deste momento os

parâmetros DC, AC e PC foram obtidos da secção transversal do corpo fetal

passando pelo ventrículo gástrico e pelo fígado fetais (Fig. 9). Nesta ocasião

DC apresentou-se medindo 16,78 ± 0,38 mm (desvio padrão = 1,22 mm), a

AC = 2,22 ± 0,12 cm2 (desvio padrão = 0,37 cm2) e PC = 52,75 ± 1,37 mm

(desvio padrão = 4,33 mm).

Foi também neste período que se verificou a mineralização

progressiva mais intensa dos ossos fetais, o que prejudicou a qualidade da

imagem ultra-sonográfica devido à formação de sombra acústica, o

comprimento do fêmur (CF) também foi aferido, neste período, a partir dos

22 DAP até o parto.

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ResultadosResultadosResultadosResultados 47

Figura 1 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto(DAP). Animal em decúbito lateral, onde a bexiga urinária (B)apresenta-se como uma área anecóica. Observa-se também, emsecção mediana, o corpo do útero (U) relativamente hipoecóico,ventral ao cólon descendente (C)

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ResultadosResultadosResultadosResultados 48

Figura 2 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 42o DAP, ilustrando aprimeira verificação do concepto (C) como estrutura esféricaanaecóica, com suas margens dorsal e ventral representadospor linhas paralelas hiperecóicas, no interior do útero (U)

U

C

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ResultadosResultadosResultadosResultados 49

Figura 3 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 42o DAP,demonstrando a placenta (P), como uma formaçãohiperecóica constituindo a parede de cada vesículaembrionária e no seu interior, uma massa tambémhiperecóica, representado o embrião (e) em secçãotransversal. O DTC foi aferido por meio da secçãotransversal do concepto em suas distâncias ventro-dorsal

( e látero-lateral ( ), o saco vitelino (sv) aparece como aárea anaecóica no interior do concepto

P

eSV

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ResultadosResultadosResultadosResultados 50

Figura 4 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 22o DAP. Observa-se aplacenta tipicamente zonária anular (PZ), em secção sagital, a

EP foi mensurada como indicado pelo sinal e a LP pelo +.Nota-se também, nas extremidades da placenta, um aumento devolume, caracterizando o hematoma marginal (HM)

PZ

HM

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ResultadosResultadosResultadosResultados 51

Figura 5 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 34o DAP, ilustrando osaco vitelino (SV) como 2 linhas hiperecóicas, paralelas emoderadamente enrugadas, que vão de um extremo ao outro doconcepto. Nota-se também um feto em secção sagital

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ResultadosResultadosResultadosResultados 52

Figura 6 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 30o DAP. O fetoencontra-se em secção dorsal, onde se pode notar os brotosdos membros (setas), a cabeça (c) claramente distinta dotronco (t) fetal e o saco amniótico (A) como uma linhahiperecóica envolvendo o feto. O CCR é mensurado entre asextremidades rostral e caudal do corpo fetal tal como mostradopor cabeças de setas

� c t

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ResultadosResultadosResultadosResultados 53

Figura 7 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 24o DAP ilustrando acabeça fetal (c) em secção transversal, os marcadores + estãoindicando a mensuração da altura da cabeça (HC)

c

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ResultadosResultadosResultadosResultados 54

Figura 8 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 16o DAP. A cabeça fetal(c) está representada em secção transversal e os marcadores +estão indicando o DBP

c

ef

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ResultadosResultadosResultadosResultados 55

Figura 9 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 24o DAP ilustrando ocorpo fetal em secção transversal, passando pelo estômago (e) epelo fígado fetal (f), de onde se obtêm as variáveis DC, PC e AC.O saco vitelino (sv) também é mostrado, em secção transversal,já bem pequeno, alguns dias antes de não poder ser maisobservado por meio de ultra-som

e f

sv

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ResultadosResultadosResultadosResultados 56

Figura 10 – Imagem ultra-sonográfica de gestação no 13o DAP mostrando ofêmur fetal em secção mediana, onde os marcadores + indicama mensuração do CF

F

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ResultadosResultadosResultadosResultados 57

4.2 MENSURAÇÕES DOS PARÂMETROS GESTACIONAIS

SELECIONADAS

Foram mensuradas estruturas fetais e extra-fetais durante a

gestação, sendo que em cada exame a mesma variável foi abordada, no

mínimo, de 2 conceptos e preferencialmente de cornos uterinos diferentes.

4.2.1 Diâmetro Transversal do Concepto (DTC)

No 43o dia antes do parto, o concepto apresentou-se como uma

vesícula anecóica de formato esférico e diâmetros semelhantes em secção

transversal e mediana, após este período o concepto assumiu um formato

ovóide na qual o diâmetro longitudinal passou a ser maior que o transversal.

O DTC foi obtido mensurando-se, em secção mediana, a maior distância

entre os limites dorsal e ventral do concepto. Esta variável foi aferida no

período entre o 43o e o 13o DAP, variando de 4,00 ± 1,00 cm (desvio padrão

= 1,41 cm) a 47,5 ± 0,00 cm (desvio padrão = 0,00) (tab 01). Os dados foram

plotados num gráfico de dispersão dos valores do DTC em função do

número de DAP, o índice de correlação R = 0,9116 (Graf. 1).

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ResultadosResultadosResultadosResultados 58

Tabela 1 – Diâmetro Transversal do Concepto (DTC) médio, por animal,durante o período em que foi aferido – São Paulo - 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro padrãoda média

desviopadrâo

-46 8 8 0,00 0,00-43 8,5 11 9 9,5 0,75 1,32-42 3 5 4,0 1,00 1,41-41 6 10,5 8,3 2,25 3,18-39 16,5 12 10,5 10 12,3 1,48 2,96-38 14,5 15,5 15,0 0,50 0,71-37 19 19,0 0,00 0,00-36 19 21,5 19 14,5 19,5 19 18,5 18,7 0,79 2,10-35 18,5 20 19,3 0,75 1,06-34 22 25 25 24,0 1,00 1,73-33 27 25,5 24 23 24,9 0,88 1,75-32 22,5 22,5 0,00 0,00-31 27,5 26,5 28 27,3 0,44 0,76-30 22 24,5 23,3 1,25 1,77-29 27 28 31 28,7 1,20 2,08-28 30 27 30,5 27 28,6 0,94 1,89-27 28,5 27,5 34,5 30,2 2,19 3,79-26 40 30 30,5 33,5 3,25 5,63-25 32 30,5 33 42,5 34,5 34,5 2,10 4,70-24 32 32,0 0,00 0,00-23 46 35,5 32 34,5 35,5 44,5 38,0 2,36 5,78-22 35 34 35,5 34,8 0,00 0,76-21 37 37,0 0,00 0,00-20 38 34,5 37,5 36 38 36,8 0,68 1,52-18 39,5 48 47 44,8 2,68 4,65-17 46,5 38 46,5 44 47,5 48 45,1 1,52 3,73-14 46,5 46,5 0,00 0,00-13 47,5 47,5 0,00 0,00

DTC

animal

Dias

antes

do

parto

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ResultadosResultadosResultadosResultados 59

Gráfico 1 – Dispersão entre o Diâmetro Transversal do Concepto (DTC)médio e Dias Antes do Parto (DAP), com representação daequação de regressão ajustada e R2 – São Paulo - 2002

4.2.2 Espessura da Placenta (EP)

A espessura da placenta foi considerada, inicialmente, como sendo a

espessura da própria parede do concepto, com o evoluir da gestação a

placenta evidenciou-se e por volta do 30o DAP tornou-se caracteristicamente

zonária anular. Pôde ser aferida a partir do 43o DAP com 1 ± 0 mm e desvio

padrão 0 mm, até 1 DAP quando apresentou-se com 11 ± 0 mm e desvio

padrão 0 mm (tab 2). O gráfico 2 mostra que a dispersão é linear e o R2 =

0,91.

y = 1,3716x + 67,681R2 = 0,9134

0

10

20

30

40

50

60

-50 -40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 60

Tabela 2 – Espessura da Placenta (EP) média, por animal, durante o períodoem que foi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro

padrão damédia

desvio

padrâo-43 1 1,0 0,75 0,00-41 1 1 1,0 0,00 0,00-40 1 1,0 0,00 0,00-39 2 1 1 1 1,3 0,25 0,50-38 2 2 2,0 0,00 0,00-37 3 2 2,3 0,25 0,35-36 2 3 3 2 2 3 2 2 2,3 0,13 0,38-35 2,5 2 2,3 0,25 0,35-34 2 3 3 2 2,4 0,24 0,48-33 3 2 4 3 2,8 0,32 0,65-32 3 2,5 0,00 0,00-31 4 3 3 2,8 0,33 0,58-30 4 3 3,0 0,50 0,71-29 2,5 3 4 3,0 0,29 0,50-28 4 3 3 4 3,4 0,38 0,75-27 4 3 4 3,5 0,29 0,50-26 5 3 5 4,2 0,60 1,04-25 5 6 6 5 4 5,1 0,33 0,74-24 5,5 5,5 0,00 0,00-23 7 6 5 7 7 6 6,1 0,30 0,74-22 6 8 7 6,8 0,60 1,04-21 8 8,0 0,00 0,00-20 7 7 6,5 8 8 6 6,9 0,34 0,58-18 6 8 6 8 6,8 0,35 0,87-17 7 6 8 7 7 7 6,9 0,20 0,49-16 7 7,0 0,00 0,00-15 7 8 8 7 7,5 0,29 0,58-14 7,5 8 10 8,3 0,60 1,04-13 7,5 7,5 0,00 0,00-12 9 7 9 8 8,0 0,46 0,91-11 8 8 9 8,2 0,44 0,76-10 9 8,5 0,00 0,00-9 8 11 10 9 9 8 9,0 0,43 1,05-7 11 9 7 10 8 8,5 0,71 1,58-6 9 8,5 10 9,2 0,44 0,76-5 9 9 8,8 0,25 0,35-3 10 10 9 9,7 0,33 0,58-2 10 8 10 11 9,8 0,63 1,26-1 11 11,0 0,00 0,00

EP

animal

Dias

antes

do

parto

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ResultadosResultadosResultadosResultados 61

Gráfico 2 – Dispersão entre a Espessura da Placenta (EP) média e DiasAntes do Parto (DAP), com representação da equação deregressão ajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.3 Diâmetro do Corpo (DC)

O diâmetro corpo do embrião foi mensurado da imagem em secção

mediana, a partir do exame em que foi possível identifica-lo com contornos

definidos, no 43o DAP. Quando da identificação do ventrículo gástrico fetal,

no 27o DAP, o DC foi obtido a partir do corte transversal do corpo fetal,

abrangendo o ventrículo gástrico e o fígado fetais. Tais medidas foram

tomadas do 43o DAP até 0 DAP (dia do parto) variando de 5,5 ± 0 mm

desvio padrão = 0 mm a 181 ± 0 mm, desvio padrão = 0 mm (Tab. 3). A

dispersão é satisfatoriamente linear e o R2 = 0,95 (Graf. 3).

y = 0,2399x + 10,828R2 = 0,9109

02468

1012

-50 -40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 62

Tabela 3 – Diâmetro do Corpo (DC) médio, por animal, durante o período emque foi aferido – São Paulo – 2002.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro

padrão damédia

desvio

padrâo-43 5,5 5,5 0,00 0,00-41 5,5 5,5 0,00 0,00-39 2,5 3 2,8 0,25 0,35-38 6 4,5 5,3 0,75 1,06-37 3 3,0 0,00 0,00-36 6,5 4 5 4 4 5 4 4,6 0,36 0,94-35 6,5 6,5 0,00 0,00-34 8 6 6 6 6,5 0,50 1,00-33 5 5,5 5,5 6 5,5 0,20 0,41-32 8 8,0 0,00 0,00-31 9 8 9 8,7 0,33 0,58-30 10 8 9,0 1,00 1,41-29 8,5 11 10 9,8 0,73 1,26-28 11,5 8,5 12,5 10,25 10,7 0,86 1,72-27 12,5 11,5 13 12,3 0,44 0,76-26 19 11 17,25 15,8 2,43 4,21-25 16 16 16,5 16,5 17 16,4 0,19 0,42-24 17 17,0 0,00 0,00-23 22,5 23 14,5 23 18 21,5 20,4 1,41 3,46-22 19,25 22,25 22,75 21,4 1,09 1,89-21 22,25 22,3 0,00 0,00-20 28 28 23,75 25,75 24,5 23,5 25,6 0,83 2,03-18 24,75 32,5 27 27,75 28,0 1,63 3,26-17 33 28 33,25 35 28,5 35,5 32,2 1,31 3,22-16 30,75 30,8 0,00 0,00-15 29 40,5 34,5 32 34,0 2,44 4,88-14 29,75 38 34,5 34,1 2,39 4,14-13 36,5 36,5 0,00 0,00-12 38,5 39,25 39,5 38,5 38,9 0,26 0,52-11 37 40,5 34,75 37,4 1,67 2,90-10 43,5 43,5 0,00 0,00-9 43,5 38 49,75 45,75 45,5 47 44,9 1,62 3,96-7 50,5 50,5 48,25 50,5 41,5 48,3 1,74 3,90-6 52,5 49,25 50,75 50,8 0,94 1,63-5 50 49,5 49,8 0,25 0,35-3 55,25 54,5 51,25 53,7 1,23 2,13-2 55,75 53,5 65 53 56,8 2,79 5,59-1 51 51,0 0,00 0,000 57,75 57,8 0,00 0,00

DC

animal

Dias

antes

do

parto

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ResultadosResultadosResultadosResultados 63

Gráfico 3 – Dispersão entre o Diâmetro do Corpo (DC) médio e Dias Antesdo Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.4 Área do Corpo (AC)

A AC, até a identificação do ventrículo gástrico, foi obtida aplicando-

se a fórmula da área de um círculo (AC = π r2), sendo r = DC/2, já que a

secção transversal do corpo do embrião na região mensurada foi

considerada como sendo circular. Após este período a AC foi calculada pelo

aparelho de US. Esta variável foi mensurada a partir do 43o DAP até 0 DAP

(dia do parto) e variou de 0,24 ± 0 cm2 (desvio padrão = 0 cm2) a 26,04 ± 0

cm2 (desvio padrão = 0 cm2), respectivamente (Tab. 4). A dispersão não é

linear e o R2 = 0,96 (Graf. 4).

y = 1,4933x + 56,35R2 = 0,9525

0

10

20

30

40

50

60

70

-50 -40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

miím

etro

s

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ResultadosResultadosResultadosResultados 64

Tabela 4 – Área do Corpo (AC) média, por animal, durante o período em quefoi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerropadrãodamédia

desviopadrâo

-43 0,24 0,24 0,00 0,00-41 0,24 0,24 0,00 0,00-39 0,05 0,05 0,05 0,00 0,00-38 0,28 0,17 0,23 0,06 0,08-37 0,07 0,07 0,00 0,00-36 0,33 0,13 0,2 0,13 0,13 0,2 0,13 0,18 0,03 0,07-35 0,5 0,50 0,00 0,00-34 0,5 0,28 0,28 0,28 0,34 0,06 0,11-33 0,2 0,24 0,24 0,29 0,24 0,02 0,04-32 0,5 0,50 0,00 0,00-31 0,64 0,5 0,64 0,59 0,05 0,08-30 0,79 0,51 0,65 0,14 0,20-29 0,57 0,95 0,79 0,77 0,11 0,19-28 1,04 0,57 1,23 0,86 0,93 0,14 0,28-27 1,23 1,04 1,37 1,21 0,10 0,17-26 2,93 0,95 2,44 2,11 0,60 1,03-25 2,02 2,11 2,24 2,35 2,1 2,16 0,06 0,13-24 1,82 1,82 0,00 0,00-23 4,51 4,28 1,67 4,32 2,54 3,79 3,52 0,47 1,15-22 3,03 3,96 4,31 3,77 0,38 0,66-21 4,11 4,11 0,00 0,00-20 6,24 6,46 4,61 5,42 4,88 4,34 5,33 0,36 0,87-18 4,91 8,47 5,95 6,34 6,42 0,75 1,50-17 8,84 6,36 8,83 9,93 6,27 10,2 8,41 0,70 1,71-16 7,76 7,76 0,00 0,00-15 6,71 13,3 9,61 8,17 9,45 1,41 2,83-14 7,28 11,7 9,57 9,50 1,26 2,19-13 10,5 10,47 0,00 0,00-12 11,9 12,1 12,5 11,7 12,05 0,18 0,36-11 11,3 13,3 12,7 12,45 0,58 1,00-10 15,1 15,06 0,00 0,00-9 14,9 11,4 19,8 16,7 16,7 17,8 16,20 1,17 2,87-7 18,6 20,2 18,6 18,6 13,5 17,88 1,14 2,54-6 22,2 19,4 20,6 20,73 0,83 1,43-5 19,9 19,3 19,64 0,30 0,42-3 24 23,6 20,9 22,80 0,98 1,70-2 25,1 22,7 32,7 21,8 25,55 2,47 4,94-1 20,5 20,46 0,00 0,000 26 26,04 0,00 0,00

AC

animal

Dias

antes

do

parto

Page 71: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

ResultadosResultadosResultadosResultados 65

Gráfico 4 - Dispersão entre a Área do Corpo (AC) média e Dias Antes doParto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002.

4.2.5 Perímetro do Corpo (PC)

Até a identificação do ventrículo gástrico, o PC foi obtido aplicando-se

a fórmula do perímetro de um círculo (PC = 2 π r), sendo r = DC/2, já que a

secção transversal do corpo do embrião na região mensurada foi

considerada como sendo circular. Após este período o PC foi calculado pelo

aparelho de US. Esta variável foi mensurada a partir do 43o DAP até 0 DAP

(dia do parto) e variou de 8,25 ± 0,75 mm (desvio padrão = 1,06 mm) a

181,5 ± 0 mm (desvio padrão = 0 cm2) (Tab 5). A dispersão ilustrada no

gráfico 5 é linear e o R2 = 0,95.

y = -9E-05x3 + 0,0156x2 + 1,4354x + 27,119R2 = 0,9602

0

5

10

15

20

25

30

35

-50 -40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

cm2

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ResultadosResultadosResultadosResultados 66

Tabela 5 – Perímetro do Corpo (PC) média, por animal, durante o períodoem que foi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerropadrãodamédia

desviopadrâo

-43 17,5 17,50 0,00 0,00-41 17,5 17,50 0,00 0,00-39 7,5 9 8,25 0,75 1,06-38 19 14,5 16,75 2,25 3,18-37 9 9,00 0,00 0,00-36 22 13 16 13 13 16 13 15,14 1,26 3,34-35 20,5 20,50 0,00 0,00-34 25 19 19 19 20,50 1,50 3,00-33 16 17,5 17 19 17,38 0,63 1,25-32 25 25,00 0,00 0,00-31 28 25 28 27,00 1,00 1,73-30 31 25 28,00 3,00 4,24-29 26,5 35 31 30,83 2,46 4,25-28 38 26,5 39,5 32,5 34,13 2,95 5,91-27 41 36,5 41,5 39,67 1,59 2,75-26 60 35 55,5 50,17 7,69 13,33-25 47 51,5 52,5 54 51 51,20 1,17 2,61-24 54 54,00 0,00 0,00-23 75 73 45,5 73,5 57 69 65,50 4,81 11,79-22 62 70 73 68,33 3,28 5,69-21 71,5 71,50 0,00 0,00-20 88,5 90 76 82 78,5 74 81,50 2,69 6,59-18 78,5 103 86 89 89,13 5,13 10,25-17 105 89 105 111 89 113 102,00 4,31 10,56-16 98,5 98,50 0,00 0,00-15 91 129 110 101 107,75 8,08 16,15-14 95,5 120 109 108,17 7,09 12,27-13 114 114,00 0,00 0,00-12 121 125 125 121 123,00 1,15 2,31-11 117 129 126 124,00 3,61 6,24-10 138 138,00 0,00 0,00-9 136 119,5 158 145 143 149,5 141,83 5,37 13,15-7 160 160 152,5 159 132 152,70 5,36 11,99-6 167 156 161,5 161,50 3,18 5,50-5 158 158 158,00 0,00 0,00-3 173,5 174 163 170,17 3,59 6,21-2 177 170,5 206 168,5 180,50 8,69 17,38-1 170 170,00 0,00 0,000 181,5 181,50 0,00 0,00

PC

animal

Dias

antes

do

parto

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ResultadosResultadosResultadosResultados 67

Gráfico 5 - Dispersão entre o Perímetro do Corpo (AC) médio e Dias Antesdo Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.6 Comprimento Crown-Rump (CCR)

O CCR foi obtido a partir do exame em que foi possível a observação

do embrião com contornos definidos até que o comprimento do corpo fetal

ultrapassasse os limites da imagem setorial do aparelho de ultra-som. As

medidas foram tomadas entre o 46o e 17o DAP, variando de 4 ± 0 mm

(desvio padrão = 0 mm) a 88,25 ± 0,60 mm (desvio padrão = 1,19 mm) (Tab

6). A dispersão não é linear, como está indicado pela linha de tendência e

pela fórmula do gráfico, e o R2 = 0,95 (Graf. 6).

y = 4,7714x + 180,01R2 = 0,956

050

100150200250

-50 -40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 68

Tabela 6 – Comprimento Crown-Rump (CCR) médio, por animal, durante operíodo em que foi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro

padrãodamédia

desvio

padrâo-46 4 4,00 0,00 0,00-43 5 5,00 0,00 0,00-42 8,5 4 6,25 2,25 3,18-40 12,5 12,50 0,00 0,00-39 10 4,5 6 11 7,88 1,56 3,12-38 12,5 10,5 11,50 1,00 1,41-37 13 13,00 0,00 0,00-36 13,5 14 13 12 13,5 13 13,5 13,21 0,24 0,64-35 14,5 14,50 0,00 0,00-34 19,5 19 18 14 17,63 1,25 2,50-33 16 16 19 14,5 16,38 0,94 1,89-32 19 19,00 0,00 0,00-31 23,5 25,5 25 24,67 0,60 1,04-30 26,5 21,5 24,00 2,50 3,54-29 30 35 28,5 31,17 1,97 3,40-28 39 26,5 38 32,5 34,00 2,88 5,76-27 44 34 36 38,00 3,06 5,29-26 54 36,5 53,5 48,00 5,75 9,96-25 53,5 51,5 59 48 51 52,60 1,83 4,08-24 59 59,00 0,00 0,00-23 74,5 61,5 53 59 57 61,5 61,08 2,98 7,30-22 79,5 75 85 79,83 2,89 5,01-21 72 72,00 0,00 0,00-20 84 84 80,5 85 89 81 83,92 1,25 3,07-18 89 89,5 87,5 87 88,25 0,60 1,19-17 88,5 87 88,5 88,00 0,35 0,87

CCR

animal

Dias

antes

do

parto

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ResultadosResultadosResultadosResultados 69

Gráfico 6 - Dispersão entre o Comprimento Crown-Rump (CCR) médio eDias Antes do Parto (DAP), com representação da equação deregressão ajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.7 Comprimento do Fêmur (CF)

O CF pôde ser mensurado a partir da abordagem em que se

apresentou suficientemente mineralizado e nitidamente distinguível de outras

estruturas até o último exame antes do parto. As medidas foram obtidas

entre o 22o e o 1o DAP, variando de 8,5 ± 0 mm (desvio padrão = 0) a 26,5 ±

0 mm (desvio padrão =0) (Tab. 7). A dispersão é linear e o R2 = 0,85 (Graf.

7).

y = -0,0077x3 - 0,5906x2 - 10,279x + 46,302

R2 = 0,9575

0

20

40

60

80

100

120

-50 -40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 70

Tabela 7 – Comprimento do Fêmur (CF) médio, por animal, durante operíodo em que foi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro

padrãodamédia

desvio

padrâo-22 8,5 8,5 0,00 0,00-20 5,5 7,5 10 23,5 11,6 3,32 8,13-18 9 9,0 0,00 0,00-17 9 11 14,5 14 12,1 1,06 2,59-16 10 10,0 0,00 0,00-15 12 20,5 16 16,2 2,13 4,25-14 12 16 13 13,7 1,20 2,08-13 13,5 13,5 0,00 0,00-12 16 18 18 17,3 0,58 1,15-11 16 15,5 16,5 16,0 0,29 0,50-10 17 17,0 0,00 0,00-9 21,5 18 22 19 19 17 19,4 0,80 1,96-7 24 21 20 19,5 19 20,7 0,89 1,99-6 20 24 22,0 1,63 2,83-5 22,5 21 21,8 0,75 1,06-3 29 25,5 25 26,5 1,26 2,18-2 21,5 23,5 22,5 22 22,4 0,43 0,85-1 26,5 26,5 0,00 0,00

CF

animal

dias

antes

do

parto

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ResultadosResultadosResultadosResultados 71

Gráfico 7 - Dispersão entre o Comprimento do Fêmur (CF) médio e DiasAntes do Parto (DAP), com representação da equação deregressão ajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.8 – Diâmetro Biparietal (DBP)

O DBP foi mensurado a partir do exame em que a cabeça

apresentou-se diferenciada do corpo, no 36o DAP até o dia do parto e variou

entre 4,8 ± 0,26 mm (desvio padrão = 0,70 mm) e 27,7 ± 1,76 mm (desvio

padrão = 3,06 mm) (Tab. 8). O gráfico 8 ilustra que a dispersão é linear e o

R2 = 0,96.

y = 0,894x + 26,734R2 = 0,8559

0

5

10

15

20

25

30

35

-25 -20 -15 -10 -5 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 72

Tabela 8 – Diâmetro Biparietal (DBP) médio, por animal, durante o períodoem que foi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro

padrão damédia

desvio

padrâo-36 5 6 4,5 4 5 5 4 4,8 0,26 0,70-35 7,5 7,5 0,00 0,00-34 7,5 8 6 5 6,6 0,69 1,38-33 6 5 7 6,5 6,1 0,43 0,85-32 8 8,0 0,00 0,00-31 9 10 9 9,3 0,33 0,58-30 10 8,5 9,3 0,75 1,06-29 10 11 11 10,7 0,33 0,58-28 12,5 9,5 9,5 8 9,9 0,94 1,89-27 11 11 11,5 11,2 0,17 0,29-26 13,5 11,5 12 12,3 0,60 1,04-25 16,5 11 12,5 12,5 12 12,9 0,94 2,10-24 12,5 12,5 0,00 0,00-23 14 15 12,5 13,5 13 13 13,5 0,37 0,89-22 12,5 14 15,5 14,0 0,87 1,50-21 14 14,0 0,00 0,00-20 17 16 13,5 16 15,5 15 15,5 0,48 1,18-18 17 18 17,5 16,5 17,3 0,32 0,65-17 18 16 19,5 18 17 19,5 18,0 0,56 1,38-16 18,5 18,5 0,00 0,00-15 17,5 21 20 18,5 19,3 0,78 1,55-14 18,5 19,5 20 19,3 0,44 0,76-13 19 19,0 0,00 0,00-12 23 21,5 21 20,5 21,5 0,54 1,08-11 19,5 21 20,5 20,3 0,44 0,76-10 23 23,0 0,00 0,00-9 22,5 22 22 22,5 22,5 22 22,3 0,11 0,27-7 21 23,5 25,5 24,5 23 23,5 0,76 1,70-6 25,5 24,5 23,5 24,5 0,58 1,00-5 26,5 24 25,3 1,25 1,77-3 27 25 31 27,7 1,76 3,06-2 26 27 26,5 26,5 26,5 0,20 0,41-1 25,5 25,5 0,00 0,000 27 27,0 0,00 0,00

DBP

animal

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ResultadosResultadosResultadosResultados 73

Gráfico 8 - Dispersão entre o Diâmetro Biparietal (DBP) médio e Dias Antesdo Parto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.9 – Comprimento da Cabeça (CC)

O comprimento da cabeça foi aferido a partir do exame em que foi

possível identificar os limites caudal e rostral, em secção dorsal da cabeça

fetal, a variável CC foi mensurada entre o 34o DAP até o último exame antes

do parto e variou de 8 ± 0 mm ( desvio padrão = 0mm) a 58,3 ± 2,84 mm

(desvio padrão = 5,68 mm) (Tab. 9). Esta variável apresentou dispersão

linear e R2 = 0.96 (Graf. 9).

y = 0,6374x + 28,301R2 = 0,9664

0

5

10

15

20

25

30

35

-40 -30 -20 -10 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 74

Tabela 9 – Comprimento da Cabeça (CC) médio, por animal, durante operíodo em que foi aferido – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 médiaerro

padrão damédia

desvio

padrâo-34 9 8 8,5 0,50 0,71-33 8 8,0 0,00 0,00-32 9 9,0 0,00 0,00-31 10,5 10,5 9,5 10,2 0,33 0,58-30 10 11 10,5 0,50 0,71-29 11,5 14 10 11,8 1,17 2,02-28 14 10,5 14 13 12,9 0,83 1,65-27 17,5 12 14 14,5 1,61 2,78-26 20,5 15 18 17,8 1,59 2,75-25 21 15,5 18 17 17,5 17,8 0,90 2,02-24 19,5 19,5 0,00 0,00-23 26 26 20,5 22 20,5 26 23,5 1,14 2,79-22 23 24,5 25,5 24,3 0,73 1,26-21 23 23,0 0,00 0,00-20 28 30,5 22,5 27,5 27 25 26,8 1,12 2,73-18 28,5 36 29,5 30,5 31,1 1,68 3,35-17 29,5 28 36 32,5 28 37 31,8 1,63 3,98-16 34 34,0 0,00 0,00-15 35,5 45 42 35 39,4 2,46 4,92-14 34 40 36 36,7 1,76 3,06-13 40 40,0 0,00 0,00-12 45 45 40,5 40 42,6 1,38 2,75-11 43 45 44 44,0 0,58 1,00-10 47 47,0 0,00 0,00-9 48 44,5 45,5 49,5 45 46,5 46,5 0,79 1,92-7 49 46,5 54 56 46,5 50,4 1,96 4,38-6 48 50 50 49,3 0,67 1,15-5 54 52,5 53,3 0,75 1,06-3 58 50 57 55,0 2,52 4,36-2 54 59 66 54 58,3 2,84 5,68-1 54 54,0 0,00 0,000 55 55,0 0,00 0,00

CC

animal

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ResultadosResultadosResultadosResultados 75

Gráfico 9 - Dispersão entre o Comprimento da Cabeça (CC) médio e DiasAntes do Parto (DAP), com representação da equação deregressão ajustada e R2 – São Paulo – 2002

4.2.10 – Altura da Cabeça (HC)

A HC foi mensurada a partir do exame em que foi possível identificar,

em secção transversal da cabeça fetal, os ramos horizontais da mandíbula,

ventralmente e o osso parietal dorsalmente. Entre 34o e 1o DAP esta variável

mediu entre 7,3 ± 0,88 mm (desvio padrão = 1,53 mm) e 45,5 ± 0 mm

(desvio padrão = 0 mm) (Tab. 10). O gráfico 10 mostra que a dispersão é

linear e o R2 = 0.94.

y = 1,6575x + 60,843R2 = 0,9625

010203040506070

-40 -30 -20 -10 0

Dias antes do parto

mm

Page 82: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

ResultadosResultadosResultadosResultados 76

Tabela 10 – Altura da Cabeça (HC) média, por animal, durante o período emque foi aferida – São Paulo – 2002

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 média

erropadrão

damédia

desvio

padrâo-34 9 6 7 7,3 0,88 1,53-33 7 7,0 0,00 0,00-32 8 8,0 0,00 0,00-30 10 9 9,5 0,50 0,71-29 14 11 12,3 1,25 1,77-28 14 13 11 12,7 0,88 1,53-27 10 12 13 11,5 0,76 1,32-26 17 12 17 15,3 1,67 2,89-25 15 13 17 14 15 14,5 0,57 1,27-24 16 15,5 0,00 0,00-23 24 20 18 19 16 18 19,0 1,10 2,70-22 20 21 20 20,2 0,17 0,29-21 19 18,5 0,00 0,00-20 28 26 21 26 23 19 23,7 1,41 3,46-18 24 30 27 22 25,8 1,75 3,50-17 28 23 26 31 23 29 26,5 1,33 3,26-16 23 23,0 0,00 0,00-15 26 34 30 28 29,3 1,79 3,57-14 26 33 29 29,2 2,17 3,75-13 33 33,0 0,00 0,00-12 34 31 36 30 32,6 1,34 2,69-11 35 33 34 34,0 0,58 1,00-10 35 35,0 0,00 0,00-9 40 30 40 38 33 36 35,8 1,65 4,05-7 39 34 42 42 40 39,3 1,46 3,27-6 40 35 40 38,3 1,67 2,89-5 39 41 39,8 0,75 1,06-3 41 39 44 41,2 1,30 2,25-2 40 41 45 44 42,5 1,19 2,38-1 46 45,5 0,00 0,000 42 42,0 0,00 0,00

HC

animal

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ResultadosResultadosResultadosResultados 77

Gráfico 10 - Dispersão entre a Altura da Cabeça (HC) média e Dias Antes doParto (DAP), com representação da equação de regressãoajustada e R2 – São Paulo – 2002.

y = 1,1867x + 46,107

R2 = 0,9431

0

10

20

30

40

50

-40 -35 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0

dias antes do parto

mm

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ResultadosResultadosResultadosResultados 78

4.3. Estimativa da data do parto

Para predizer os dias mais prováveis para o parto realizou-se uma

análise de regressão linear multivariada. Foram consideradas apenas as

variáveis que apresentaram uma relação linear com a variável dependente

DAP, são elas: EP, DC, PC. AC, CF, DTC, DBP, CC e HC. Essas variáveis

independentes foram correlacionadas calculando-se o coeficiente de

correlação de Pearson, e para aquelas que apresentaram um coeficiente de

correlação elevado selecionou-se apenas uma delas, restando as variáveis:

DC, EP e DBP.

Com as variáveis remanescentes construiu-se um modelo linear

multivariado, com auxílio do programa SPSS para Windows versão 9.0. No

modelo multivariado permaneceram as variáveis: EP, DC e DBP. Os

coeficientes e respectivos erros-padrão estão representados na tabela 11.

Tabela 11 – Coeficientes e erros padrão obtidos da análise de regressão

multivariada e construção do modelo para estimar o dia do parto

– São Paulo – 2002.

Coeficiente Erro padrão P

constante -40,816 0,609 <0,0001

EP 0,509 0,146 0,001

DBP 0.714 0,094 <0,0001

DC 0,254 0,040 <0,0001

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ResultadosResultadosResultadosResultados 79

A equação final está representada abaixo:

Y = -40,816 + 0,509 EP + 0,714 DBP + 0,254 DC

Y = dias antes do parto

EP = espessura da placenta

DBP = diâmetro biparietal

DC = diâmetro do corpo

O modelo final apresentou-se altamente significante (p < 0001) com R2

ajustado de 0,98, ou seja, o modelo explica 98% da variabilidade dos dados.

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5. Discussão5. Discussão5. Discussão5. Discussão5. Discussão5. Discussão5. Discussão5. Discussão

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 80

5 DISCUSSÃO

A ultra-sonografia é um bom método de diagnóstico pois permite a

observação de órgãos e estruturas internas, de um modo não invasivo,

indolor, requer pouca preparação do paciente, além do aparelho poder ser

portátil e o exame ter um custo relativamente baixo. O ultra-som também

evidencia tamanho, forma, posição, relação espacial com outros órgãos e

diferenciação de tipos teciduais, inclusive dentro do mesmo órgão (NYLAND,

1981). Por esses motivos a ultra-sonografia tem sido cada vez mais

utilizada, tanto para estudos sobre anatomia ultra-sonográfica, quanto como

método de diagnóstico e também para acompanhamento pré-natal, tanto no

homem como já se faz rotineiramente há mais de 20 anos, quanto nos

animais.

Neste estudo foi utilizado apenas ultra-som de modo B, pois se

mostrou ser o mais adequado permitindo que o exame seja dinâmico, e

assim, mais preciso que os demais modos para esta finalidade. É

amplamente aceito que a exposição do embrião e feto às ondas B de ultra-

som seja segura, mas estudos ainda precisam ser realizados para melhor

avaliação dos possíveis efeitos adversos da utilização desta tecnologia em

gestações. MARINAC-DABIC et al. (2002) observaram que pode haver

correlação entre a exposição ao ultra-som e a incidência de restrição de

crescimento, retardo no início da fala, dislexia e de não destros em crianças.

Por outro lado, NYLAND et al. (2002) insistem que não há confirmação de

efeitos biológicos tanto nos pacientes como nos operadores de aparelhos de

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 81

ultra-som e que os conhecimentos atuais indicam que os benefícios obtidos

por este método claramente se sobrepõem a quaisquer riscos potenciais.

Em medicina veterinária não há referências que evidenciem os efeitos do

ultra-som no transcorrer da gestação ou em relação ao aparecimento de

alterações no desenvolvimento dos animais nascidos.

A ultra-sonografia tem sido um instrumento muito útil para o estudo e

monitoramento da gestação em muitas espécies, entre elas: eqüinos,

suínos, bovinos, caprinos, ovinos, felinos e caninos (PIERSON, 1984;

PIPERS, 1984a; PIPERS, 1984b; DAVIDSON et al., 1986; KAHN, 1989;

KAHN, 1990; SERGEEV, 1990; SAUNDERS, 1992; LEIDL, 1993; CHAVEZ,

1996; KAUFFOLD, 1997 e MARTINEZ, 1998).

Estudos sobre diagnóstico e acompanhamento ultra-sonográfico da

gestação em cães e gatos tiveram início na década de 70, quando HELPER,

utilizando-se de um Doppler, verificou batimentos cardíacos fetais no 32o dia

de gestação e fluxo sanguíneo placentário no 25o dia. LAMN, em 1972,

detectou pulso fetal, diagnosticou prenhez uma semana antes que o possível

diagnóstico radiográfico e concluiu que a ultra-sonografia é menos precisa

que o exame radiográfico para a contagem de fetos.

Vários autores realizaram estudos comparados sobre os diversos

métodos para detecção e acompanhamento da gestação em cadelas

(LAMN, 1972; ALLEN e MEREDITH, 1981; SHILLE, 1985 e SAUNDERS,

1992), tais métodos correspondem à palpação abdominal, radiografia e ultra-

sonografia e concluíram que o último é o melhor método pois apresenta

diversas vantagens sobre os demais, tais como, maior precisão,

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 82

sensibilidade e ainda determinação da viabilidade fetal por meio da detecção

dos batimentos cardíacos, movimentação e desenvolvimento normal do

corpo fetal. Mas a ultra-sonografia limita-se por ser um indicador impreciso

para a contagem de filhotes, como também foi observado neste estudo e

está de acordo com ALLEN e MEREDITH (1981); BONDESTAM (1983);

DAVIDSON et al. (1986), SAUNDERS (1992) e CONCANNON et al (1992).

Os transdutores empregados nesta oportunidade foram: um setorial

de 5 MHz e um linear de 7,5 MHz (Anexo 1), pois no início da gestação

quando as estruturas a serem observadas são de pequenas dimensões e

mais superficiais, um transdutor de maior freqüência proporciona uma

penetração menor e uma melhor resolução da imagem obtida e ao contrário,

conforme a gestação evolui, as estruturas relacionadas a ela vão ficando

maiores e mais profundamente localizadas no abdome e portanto o

transdutor de 5 MHz mostra-se mais adequado para a abordagem de

algumas estruturas presentes no fim do segundo período e terceiro períodos

da gestação. Esta metodologia está de acordo com diversos autores

(CONCANNON, 1992; SAUNDERS, 1992; LORIOT, 1997 e NYLAND, 2002).

A duração da gestação na cadela varia de acordo com o método

utilizado para determinar seu início, o dia 0 pode ser considerado o dia em

que ocorre o pico de LH (CONCANNON et al., 1992), o dia estimado da

ovulação (SHILLE e GONTAREK, 1985) ou o dia do acasalamento

(CERTEE e ROWLES, 1984). Esta variação ocorre devido ao longo período

fértil das cadelas. Os ovócitos dos cães são ovulados como ovócitos

primários entre 36 e 48 horas após o pico de LH e a subseqüente maturação

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 83

no oviduto se faz em mais 48 a 60 horas (HOLST e PHEMISTER, 1971 apud

BYSTED et al., 2001). Este longo período entre o pico de LH e o

desenvolvimento dos ovócitos secundários, somado ao número de dias em

que o espermatozóide permanece viável no trato genital feminino, de 7 a 10

dias (DOAK et al., 1967 apud BYSTED et al., 2001) e ainda à possibilidade

da fecundação ocorrer durante a maturação do ovócito contribuem para

variação da duração da gestação nesta espécie (HAY et al., 1994 apud

BYSTED et al., 2001). CONCANNON (1983) conclui que o dia do início da

gestação deve ser aquele em que ocorre o pico de LH pois proporciona uma

variação menor da duração da gestação, que é de 65 ± 1 dias.

A determinação da data para o início dos acasalamentos foi realizada

por meio da observação do comportamento da cadela, das alterações na

genitália externa, aliada ao exame de citologia vaginal desde o proestro

quando as células da parede vaginal se apresentaram relativamente

pequenas com membrana plasmática de aspecto liso e regular e núcleo

grande, representando as células parabasais, até a máxima porcentagem de

células queratinizadas observadas na lâmina, indicando o início do estro, as

cadelas começaram a ser acasaladas no dia seguinte a esta observação, na

tentativa de aproximar ao máximo o evento do pico de LH e o acasalamento.

Visto que neste estudo não foi determinado o dia do pico de LH pré-

ovulatório e a duração da gestação datada a partir dos acasalamentos

mostrou-se muito variável, os resultados foram expressos, apenas, em

número de dias antes do parto (DAP). Assim como fizeram ENGLAND et al

(1990); MORIYOSHI et al. (1996), LUVONI e GRIONI (2000) e SON et al.

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 84

(2001), que utilizaram a data do parto como o dia 0, e a correlação das

medidas tomadas durante a gestação com a idade gestacional foi feita em

função de dias antes do parto.

Este trabalho propõe a divisão de gestação em 3 fases na tentativa de

relacionar os eventos da gestação a períodos referentes a 3 terços de

tamanhos semelhantes. O primeiro período, não demonstrável por meio de

ultra-som, inicia-se na fertilização e estende-se entre o 46o ao 43o DAP,

quando ocorre a implantação do blastocisto, o que PHEMISTER, em 1974,

denominou de período do ovo. O segundo período inicia-se com a

identificação dos conceptos (implantação dos blastocistos) e segue até entre

o 26o e 23o DAP, quando da observação do ventrículo gástrico fetal e do

CCR ultrapassando os limites da placenta zonária. O terceiro período inicia-

se onde termina o segundo e encerra-se com o parto. As divisões do 2o e 3o

períodos mencionados acima não estão de acordo com PHEMISTER (1974),

que os denomina de período do embrião e do feto, respectivamente. Isso se

deve ao fato de que a identificação do fim do período embrionário e início do

período fetal não ter sido precisamente realizada neste estudo, a não ser

pelo início da ossificação, a qual foi observada justamente no fim do período

embrionário.

Entre as cadelas examinadas nesta oportunidade, 4 delas eram

multíparas e 6, primíparas. O número médio de filhotes por ninhada nas

primíparas (5,5 ± 0,62 filhotes) foi aparentemente menor que nas multíparas

(7 ± 1,35 filhotes), mas a análise estatística mostrou que a diferença entre as

médias não foi significativa, assim como ocorre com a duração média da

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 85

gestação entre os 2 grupos. Tal como também afirmam OKKENS et al.

(1993) ao concluírem que não há diferença na duração da gestação entre

cadelas primíparas e multíparas, assim como o tamanho da ninhada pode

influenciar na duração da gestação. Mas OKKENS et al. (2001) concluíram,

após terem estudado 113 cadelas de 6 raças diferentes, que a duração da

gestação é, na verdade, influenciada pela raça da cadela mais do que

puramente o tamanho da ninhada.

Os animais deste estudo foram examinados a partir do 46o ao 41o

DAP, quando se pôde realizar as primeiras observações do concepto, sendo

que o aspecto mais precoce foi detectado em uma cadela, no 42o DAP,

identificado como uma imagem anaecóica circular com as margens dorsal e

ventral hiperecóicas, medindo 3 mm de diâmetro (DTC) e localizado no

interior do corpo do útero. CONCANNON et al. (1992) e ENGLAND (1998)

afirmam que a primeira detecção do concepto é realizada dos 17 aos 20 dias

pós-pico de LH, com 1 a 2 mm de diâmetro, tais autores referem também

que a duração da gestação a partir do pico de LH é, em média, 65 ± 1 dias.

Os conceptos foram, então, visualizados num período aproximado do 44o ao

41o DAP (Fig. 2), estando de acordo com o que foi constatado neste estudo.

Nos outros animais os conceptos foram observados maiores, DTC = 7,21 ±

1,1 mm (desvio padrão = 2,71 mm), como também refere CORREA (2002)

em rottweillers.

A variável DTC foi facilmente identificada e mensurada entre o 46o e o

13o DAP (segundo período inteiro e metade do terceiro), a dispersão dos

valores médios das mensurações do DTC em cada exame mostrou-se linear

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DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 86

e altamente correlacionada (R2 = 0,91) (Graf. 1), com a idade gestacional

expressa em número de dias antes do parto (DAP). Mas foi rejeitada pelo

modelo estatístico por diminuir o índice de correlação da predição do dia do

parto quando combinada com as variáveis EP, DBP e DC.

Nos dias compreendidos do 46o ao 41o DAP, além das primeiras

observações dos conceptos, também foi detectada uma massa hiperecóica,

de contornos mal definidos, quando em secção mediana, no interior da

maioria dos conceptos, considerada como sendo a massa embrionária, além

dos batimentos cardíacos (do 43o ao 41o DAP). Esses 3 fatores confirmam o

diagnóstico de gestação, como também afirmam CARTEE e ROWLES

(1984); SHILLE e GONTARECK (1985); CONCANNON et al. (1992);

SAUNDERS (1992) e MORYIOSHI et al. (1996).

De acordo com CONCANNON (1992), a placenta é representada pela

camada mais interna, ecogênica, da parede uterina, nos locais de

implantação dos blastocistos. Sendo assim, foi primeiro identificada, neste

estudo, do 43o ao 41o DAP com 1,0 ± 0,0 mm de espessura (EP) tal como

refere LUVONI e GRIONI (2000) e SON et al. (2001) e apresentou-se

tipicamente zonária anular do 41o ao 39o DAP, o que se aproxima dos

resultados obtidos por SON et al. (2001) em seu trabalho com yorkshire

terriers e malteses e por PETER e JAKOVLJEVIC (1992), mas não coincide

com os resultados de CONCANNON et al. (1992) que mensurou a placenta

de beagles e CORREA (2002) que estudou a gestação em rottweillers. Mais

estudos precisam ser realizados para verificar a relação do período da

detecção da placenta zonária e a idade gestacional.

Page 94: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 87

A EP pôde ser aferida desde o início do segundo período da gestação

até o fim do terceiro período, a análise de regressão mostrou que a

dispersão entre a média da EP por exame e dias antes do parto foi

satisfatoriamente linear e altamente relacionada ao número de dias antes do

parto (R2 = 0,91) (Graf. 2). Esta variável é utilizada para predizer o dia do

parto.

Assim como a EP, o DC pôde ser estudado nos segundo e terceiro

períodos da gestação e além de possuir uma dispersão aproximadamente

linear e altamente correlacionada ao número de dias antes do parto (R2 =

0,95) (Graf. 3). E também está representada no modelo que estima o dia do

parto.

Neste trabalho, a largura da cinta placentária não foi considerada,

pois a distância linear entre suas extremidades variou muito e não

corresponde à largura real da estrutura devido ao seu arqueamento, como

um segmento de circunferência, o grau de arqueamento da placenta variou

muito, de maneira que não foi possível estabelecer correlação entre esta

medida e a idade gestacional.

Os anexos placentários: saco vitelino, membrana amniótica e

alantóide foram observados neste estudo. O saco vitelino foi notado do 46o

ao 41o DAP, concomitantemente à detecção do concepto e foi considerado

como sendo a área anaecóica no interior deste (Fig. 3). O saco vitelino

apresentou-se relativamente grande no início do segundo período mas

diminui de tamanho progressivamente até colapsar-se e não poder ser mais

observada do 21o ao 17o DAP. O alantóide foi observado dos 36o aos 32o

Page 95: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 88

DAP como uma membrana menos ecogênica que o saco vitelino, aumentou

de tamanho e envolveu o saco vitelino à medida que este diminua, até

desaparecer. O âmnio foi visível a partir do 36o ao 33o DAP até o último

exame antes do parto (Fig. 6). Considerando que a duração real da gestação

é de 65 ± 1 dias, tanto a cronologia quanto a aparência dos anexos

placentários estudados conferem com o que já foi observado por

CONCANNON et al. (1992); ENGLAND (1998) e CORREA (2002). Das 3

membranas estudadas, aquela que é mais facilmente observada e tem

comportamento notável é o saco vitelino, de modo que sua forma em

determinado momento da gestação pode, aparentemente, estar associada à

idade gestacional.

Não foi possível, nesta oportunidade, estudar a influência do tamanho

da ninhada sobre o desenvolvimento das estruturas relacionadas à

gestação, devido ao pequeno número de cadelas estudadas para este fim, e

conseqüentemente também pequeno número de gestações com mais de 6 e

menos de 4 filhotes.

Os gráficos de dispersão das mensurações dos parâmetros

selecionados para este estudo mostraram que todos eles (DTC, EP, DBP,

CC, AC, DC, PC, HC, CCR, CF) estão positivamente correlacionados com a

idade gestacional. As variáveis EP, DC e DBP apresentaram-se mais

adequadas para serem aplicadas num modelo para estimar o dia do parto,

pois além de não serem altamente correlacionadas umas com as outras

(índice de correlação de Pearson), possuem progressão linear, são

tecnicamente fáceis de serem aferidas e são detectáveis a partir do 43o DAP

Page 96: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 89

até o parto, com exceção do DBP que é mensurável apenas a partir do 36o

DAP.

Baseado unicamente nas mensurações dos parâmetros acima

mencionados, sugere-se uma fórmula obtida de modelo estatístico. Esta

fórmula estima o dia do parto em cadelas da raça boxer que acasalaram

com padreadores da mesma raça, com um índice de correlação (R2) de

0,98, utilizando a média das mensurações de, no mínimo, 2 variáveis,

aferidas naquele exame. O resultado é obtido em número de dias antes do

parto (DAP). CONCANNON et al., em 1992, realizaram um estudo

semelhante a este em cães da raça beagle e também sugerem fórmulas

para estimar a idade gestacional, assim como fizeram ENGLAND et al., em

1990, em cães labrador retrievers, golden retrievers e cães mestiçados, SON

et al, em 2002, utilizando yorkshire terriers e malteses e BOSU, em 1990,

também em gatos.

A habilidade de prever o dia do parto por meio de fórmulas só é válida

em gestações normais, ou seja, na eventualidade de alterações que

provoquem diminuição ou aumento do tamanho normal das estruturas a

serem mensuradas em determinado período da gestação, resultará em erro

de estimativa do dia do parto. Por esse motivo, deve-se aliar a este método

a observação do surgimento e aparência ultra-sonográfica dos órgãos e

estruturas fetais, pois comprovadamente apresentam cronologia, aparência

e ecogenicidade muito semelhantes entre os cães, independentemente do

tamanho e da raça, como foi observado por SAUNDERS (1992) e EVANS

(1993).

Page 97: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 90

Mais estudos precisam ser realizados para verificar se o tamanho e o

tipo constitucional da cadela e/ou do padreador influenciam no tamanho do

concepto e do embrião, e mais tarde no diâmetro do corpo e da cabeça

fetais e nas dimensões da placenta. Não se sabe também se as dimensões

da cabeça de cães braquicefálicos, mesaticefálicos e dolicocefálicos

apresentam diferenças significativas entre si durante o desenvolvimento pré-

natal. Essas informações são necessárias para verificar a possibilidade da

existência de um método comum para datar a gestação e prever o dia do

parto independentemente do tamanho e raça caninas, utilizando-se medidas

obtidas de exames ultra-sonográficos pré-natais.

Page 98: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

6. Conclusões6. Conclusões6. Conclusões6. Conclusões6. Conclusões6. Conclusões6. Conclusões6. Conclusões

Page 99: PAGINA DE ROSTO - USP · 2007. 4. 9. · LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Imagem ultra-sonográfica de gestação no 46o dia antes do parto (DAP). Animal em decúbito lateral, onde

ConclusõesConclusõesConclusõesConclusões 91

6 CONCLUSÕES

Com base nas observações dos resultados deste trabalho, conclui-se que:

1. A ultra-sonografia demonstrou ser um bom método para a realização do

diagnóstico precoce da gestação, o qual foi realizado entre o 46o e 42o

dias antes do parto (DAP).

2. A duração das gestações, datadas a partir do primeiro acasalamento,

observadas neste estudo variou de 61 a 68 dias, com uma média de

64,7 ± 0,6 dias (desvio padrão = 1,95 dias), indicando que a data do

acasalamento não se apresentou como um método preciso para datar a

gestação.

3. A diferença do número médio de filhotes por ninhada e da duração

média da gestação entre as cadelas primíparas e multíparas não foi

significativa.

4. Embora não tenha sido objetivo deste estudo, observou-se que a ultra-

sonografia não é um bom método para estimar o número de filhotes em

uma gestação canina.

5. É possível dividir a gestação em 3 períodos de aproximadamente 20

dias cada um, com base nas observações do aparecimento e relação

anatômica entre as estruturas estudadas. O primeiro não é detectável

por meio de ultra-som, o segundo período inicia-se com a observação

dos conceptos, entre o 46o e o 43o DAP, e termina quando se evidencia

o estômago fetal e nota-se que o CCR (comprimento Crown-Rump)

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ConclusõesConclusõesConclusõesConclusões 92

ultrapassa os limites da placenta zonária anular, entre o 26o e o 23o

DAP. O terceiro período inicia-se quando termina o segundo e segue

até o dia do parto.

6. Das membranas fetais observadas, o saco vitelino foi o mais

notavelmente correlacionado com a idade gestacional, porém mais

estudos precisam ser realizados para quantificar tal correlação.

7. As mensurações dos parâmetros selecionados neste trabalho foram

consistentes entre as gestações estudadas, e altamente

correlacionados ao número de dias antes do parto, denotando ser um

bom indicador de idade gestacional.

8. Segundo a metodologia utilizada, as variáveis que, quando

combinadas, melhor estimam o dia do parto em cadelas da raça boxer,

são: EP (espessura da placenta), DBP (diâmetro biparietal) e DC

(diâmetro do corpo).

9. É possível estimar o dia do parto em cadelas da raça boxer por meio da

fórmula; Y = -40,816 + 0,509 EP + 0,714 DBP + 0,254 DC, onde Y =

dias antes do parto, EP = espessura da placenta, DBP = diâmetro

biparietal, DC = diâmetro do corpo. Onde EP, DBP e DC. Este modelo

final apresentou-se altamente significante (p < 0001) com R2 ajustado

de 0,98, ou seja, o modelo explica 98% da variabilidade dos dados.

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7. Referências 7. Referências 7. Referências 7. Referências 7. Referências 7. Referências 7. Referências 7. Referências

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AnexosAnexosAnexosAnexosAnexosAnexosAnexosAnexos

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AnexosAnexosAnexosAnexos

97

ANEXOS

Anexo 1 – Fotografia mostrando, da esquerda para a direita, uma vídeo

impressora da marca Sony®, modelo UP890MD, um transdutor

linear de 7,5 MHz, um transdutor setorial de 5 MHz e um

aparelho de ultra-sonografia, portátil, da marca GE®, modelo

Logic �100 MP

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AnexosAnexosAnexosAnexos

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Anexo 2 – Fotografia mostrando a realização de um exame ultra-sonográfico

em uma cadela boxer no 7o DAP. O transdutor apresentado é

setorial de 5 MHz e está em contato com gel solúvel em água,

para que não haja ar entre o transdutor e a pele do animal e

assim otimizar a qualidade da imagem ultra-sonográfica obtida

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AnexosAnexosAnexosAnexos

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Anexo 3 – Fotografia de uma cadela da raça boxer cuja gestação foi

acompanhada neste estudo e sua ninhada de 25 dias de idade