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MARCIA REGINA DIAS DE CARVALHO PADRÃO DE IMUNORREATIVIDADE DE FATORES DE CRESCIMENTO, METALOPROTEINASES DA MATRIZ E SEUS INIBIDORES NO AMELOBLASTOMA Belém 2006

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MARCIA REGINA DIAS DE CARVALHO

PADRÃO DE IMUNORREATIVIDADE DE FATORES DE

CRESCIMENTO, METALOPROTEINASES DA

MATRIZ E SEUS

INIBIDORES NO AMELOBLASTOMA

Belém

2006

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Marcia Regina Dias de Carvalho

Padrão de imunorreatividade de fatores de

crescimento, metaloproteinases da matriz e seus

inibidores no ameloblastoma

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará, para obter o título de Mestre, pelo Programa de Pós–Graduação em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. João de Jesus Viana Pinheiro

Belém

2006

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Carvalho MRD. Padrão de imunorreatividade de fatores de crescimento, metaloproteinases da matriz e seus inibidores no ameloblastoma [Dissertação de Mestrado]. Belém: Faculdade de Odontologia da UFPa; 2006.

Belém, 16/05/2006

Banca Examinadora : 1)Prof(a).Dr(a).___________________________________________________ Titulação:________________________________________________________ Julgamento:___________________ Assinatura:_______________________

2) Prof(a).Dr(a).___________________________________________________ Titulação:________________________________________________________ Julgamento:___________________ Assinatura:_______________________

3) Prof(a).Dr(a).___________________________________________________ Titulação:________________________________________________________ Julgamento:___________________ Assinatura:_______________________

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DEDICATÓRIA

Aos meus filhos, Lucas, Luiza e Mateus, minha razão de viver e lutar a cada dia por

um futuro melhor. Obrigada por compreenderem tantos momentos de ausência.

Ao meu marido, Luiz, meu amor e eterno companheiro, que me incentiva, apóia e

dá “suporte técnico” em todas as minhas empreitadas.

Ao meu amado pai, Leônidas, exemplo a ser seguido, não só profissionalmente, mas

na vida como um todo, humildade, perseverança, sabedoria e muita paciência. Pai,

onde você estiver, você estará sempre no meu coração.

À minha querida mãezinha Glycia, amiga de todas as horas, meu ombro pra chorar,

o ouvido que me escuta, a mão que me levanta, esta conquista também é sua.

Aos meus irmãos, Laura, Léo, Gilson e Hermínio, cunhados (as) e sobrinhos (as),

por tantas alegrias e tristezas compartilhadas.

Aos meus sogros, Lauro (in memorian) e June por todo o apoio que sempre me

deram.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A Deus, acima de todas as coisas, o nosso criador, aquele que nos guia no caminho

certo e nos ajuda a levantar.

Ao Prof. Dr. João de Jesus Viana Pinheiro, pela orientação brilhante e pela presença

constante em todos os momentos decisivos da realização deste trabalho. Além de

professor, orientador, colega de profissão, você é um amigo como poucos.

Ao meu irmão Prof. Dr. Leônidas Braga Dias Júnior, não só por ter aberto as portas

do Serviço de Patologia do Laboratório Dr. Paulo C. de Azevedo, para a realização

desta pesquisa, mas, principalmente, por todo o apoio que me deu desde o início.

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AGRADECIMENTOS

À Profa. Dra. Suely Lamarão, coordenadora, e à Profa. Dra. Regina Feio, vice-

coordenadora do Programa de Pós-graduação em Odontologia da UFPa, por terem

acreditado e lutado por mais esta conquista.

Ao Dr. Antenor Madeira Neto, chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa do

Hospital Ofir Loyola, por ter nos possibilitado acesso aos casos de ameloblastoma

deste hospital.

À Dra.Maria Vanda Catão Arnaud, chefe do Serviço de Patologia do Hospital Ofir

Loyola, por, tão gentilmente, ter cedido parte do material utilizado nesta pesquisa.

Às funcionárias do Serviço de Patologia do Hospital Ofir Loyola: Luciana, Lucinda e

Ivanilde, por sua relevante colaboração.

Ao técnico Michel, pela cooperação e disponibilidade na realização das reações

imunohistoquimicas.

À técnica Eliana, à biomédica Márcia e demais funcionários do Serviço de Patologia

do Laboratório Dr. Paulo C. de Azevedo, pelo auxílio prestado.

Às acadêmicas Adriane e Ana Celina, pela fundamental colaboração, dedicação e

amizade. Vocês terão um futuro brilhante.

Às amigas e companheiras de longas noites de estudo Cláudia, Helena e

Alessandra. Vocês, com certeza, foram um grande incentivo para que eu concluísse

mais esta etapa.

Aos meus colegas do Mestrado, novas e maravilhosas amizades que conquistei.

A todos os professores que, durante a minha vida, dedicaram seu tempo, boa

vontade e amor à minha formação.

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“Não somos o que deveríamos ser. Não somos o que iremos ser. Mas, graças a Deus, não somos o que éramos.” Martin Luther King

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Carvalho MRD. Padrão de imunoreatividade de fatores de crescimento, metaloproteinases da matriz e seus inibidores no ameloblastoma [Dissertação de Mestrado]. Belém: Faculdade de Odontologia da UFPa; 2006.

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RESUMO

O ameloblastoma é um tumor odontogênico de origem ectodérmica que apresenta

crescimento lento, porém localmente invasivo, o que dificulta sua erradicação,

possibilitando a ocorrência de recidivas. Diversas pesquisas vêm sendo realizadas

no intuito elucidar suas propriedades invasivas. A interação entre as

metaloproteinases da matriz (MMPs), proteases que degradam a matriz extracelular,

e os fatores de crescimento, polipeptídios envolvidos em várias funções celulares,

pode ser um dos fatores responsáveis pela invasividade desta neoplasia. Existem

estudos que comprovam a expressão de certas MMPs no ameloblastoma, portanto o

objetivo desse trabalho foi verificar se as células desse tumor expressam o receptor

EGFR, e os fatores de crescimento EGF, TGF-α e TGF-ß1, bem como compará-los

com a imunoexpressão de MMPs e TIMPs. Utilizando a técnica de

imunohistoquímica, foi detectado que os tecidos do ameloblastoma expressam

MMPs 1,2 e 9, TIMPs 1 e 2, receptor e os fatores de crescimento acima citados, e

que houve diferença de expressão estatisticamente significante entre MMP-2 e

MMP-9,TIMP-1 e TIMP-2, em células neoplásicas e do estroma, entre EGF/EGFR,

EGF/TGF-ß1, e TGF-α/TGF-ß1, nas células neoplásicas, e entre EGF/TGF-ß1 no

estroma. Esses resultados demonstram que o comportamento biológico do

ameloblastoma pode ser influenciado pelas moléculas estudadas.

Descritores: Ameloblastoma, Fatores de Crescimento, Metaloproteinases da Matriz,

Inibidores Teciduais das Metaloproteinases da Matriz.

Carvalho MRD. Padrão de imunoreatividade de fatores de crescimento, metaloproteinases da matriz e seus inibidores no ameloblastoma [Dissertação de Mestrado]. Belém: Faculdadede Odontologia da UFPa; 2006.

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ABSTRACT

Ameloblastoma is an epithelial odontogenic tumour that presents a slow growth, but,

because of it is locally invasive, its eradication is difficult, allowing the occurrence of

reincidence. A lot of researches were and are being realized as an attempt to

elucidate its invasive properties. The interaction between matrix metalloproteinases

(MMPs), proteases that degrade the extracellular matrix, and growth factors,

polypeptides involved in many cellular functions, may be one of the factors

responsible for the neoplasm´s invasiveness. Taking in account that there are studies

which prove the expression of certain MMPs in the ameloblastoma, the purpose of

this work was to verify if the tumour cells express the EGFR receptor, and the EGF,

TGF-α and TGF-ß1 growth factors, and also compare with MMPs and TIMPs

immunoexpression. Using immunohistochemistry techniques, it was detected that the

ameloblastoma tissues express MMP 1, 2 and 9, TIMP 1 and 2 and these receptor

and growth factors, and that was statistically significant expression diference

between MMP-2 and MMP-9, TIMP-1 and TIMP-2, both in the neoplasic cells and

stroma, between EGF/EGFR, EGF/TGF-ß1 and TGF-α/TGF-ß1, in the neoplasic

cells, and between EGF/TGF-ß1 in the stroma. These results show that the

ameloblastoma’s biological behavior may be influenced by these molecules.

Descriptors: Ameloblastoma, Growth Factors, Matrix Metalloproteinases, Tissue

Inhibitors of Matrix Metalloproteinases.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1- Arranjo estrutural das

MMPs...............................................................................................................29

Figura 2.2- Hipótese para invasividade local do ameloblastoma.....................50

Figura 5.1- Cortes histológicos corados em hematoxilina e eosina (HE), exibindo os padrões de ameloblastoma utilizados no estudo...................... ....66 Figura 5.2- Controle positivo e controle negativo..............................................68 Figura 5.3- Padrões de expressão de MMP-1 no ameloblastoma....................70 Figura 5.4- Padrões de expressão de MMP-2 no ameloblastoma....................72 Figura 5.5- Padrões de expressão de MMP-9 no ameloblastoma....................74 Figura 5.6- Padrões de expressão do TIMP-1 no ameloblastoma....................76 Figura 5.7- Padrões de expressão do TIMP-2 no ameloblastoma....................78 Figura 5.8- Padrões de expressão de EGFR no ameloblastoma.....................80 Figura 5.9- Padrões de expressão de EGF no ameloblastoma.........................82 Figura 5.10- Padrões de expressão de TGF-α no ameloblastoma..................84 Figura 5.11- Padrões de expressão de TGF-β no ameloblastoma.................86 Figura 6.1- Hipótese para ação dos fatores de crescimento na invasividade local do

ameloblastoma.......................................................................102

Gráfico 5.1 - Distribuição dos valores de IPepit encontrados para MMP-1, MMP-2 e MMP-9............................................................................................................87 Gráfico 5.2 - Distribuição dos valores de IPest encontrados para MMP-1,MMP-2 e MMP-9............................................................................................................88 Gráfico 5.3 - Distribuição dos valores de IPepit encontrados para TIMP-1 e TIMP-2......................................................................................................................90 Gráfico 5.4 - Distribuição dos valores de IPest encontrados para TIMP-1 e TIMP-2.........................................................................................................................91 Gráfico 5.5 - Distribuição dos valores de IPepit encontrados para EGF, EGFR, TGF-α e TGF-β1................................................................................................93

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Gráfico 5.6 - Distribuição dos valores de IPest encontrados para EGF, EGFR, TGF-α e TGF-β1................................................................................................94

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1- Metaloproteinases da matriz..........................................................28

Tabela 5.1 - Valores das medianas dos Índices de Positividade do Epitélio (IPepit) nas MMPs.............................................................................................87 Tabela 5.2 - Valores das medianas dos Índices de Positividade do Estroma (IPest)nas MMPs...………………...………..................….....................................89 Tabela 5.3 - Valores das medianas dos Índices de Positividade do Epitélio (IPepit) nas

TIMPs...............................................................................................90

Tabela 5.4 - Valores das medianas dos Índices de Positividade do Estroma (IPest)

nas TIMPs................................................................................................92

Tabela 5.5 - Valores das medianas dos Índices de Positividade do Epitélio (IPepit) nos

fatores de crescimento e receptor....................................................93

Tabela 5.6 - Valores das medianas dos Índices de Positividade do Estroma (IPest)

nos fatores de crescimento e receptor.....................................................95

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AgNORs do inglês “argirophilic nucleolar organiser regions”,traduzidocomo regiões organizadoras nucleolares argirofílicas.

BSA do inglês “bovin serum albumin”, traduzido como soro albumina bovina.

bFGF do inglês “basic fibroblastic growth factor”, traduzido como fator de crescimento básico de fibroblastos.

cAMP adenosina monofosfato cíclica.

DNA do inglês “deoxyribonucleic acid”, traduzido como ácido desoxirribonucléico.

EGF do inglês “epidermal growth factor”, traduzido como fator de crescimento epidermóide.

EGFR do inglês “epidermal growth factor receptor”, traduzido como receptor para o fator de crescimento epidermóide.

EMT FGF

do inglês “epithelial-to-mesenchymal transition”, traduzido como transição epitelial-mesenquimal. do inglês “fibroblast growth factor”, traduzido como fator de crescimento de fibroblastos.

IL interleucina. IP índice de positividade.

G0fase do ciclo celular em que as células permanecem metabolicamente ativas, mas não entram em proliferação até que seja necessário.

G1fase do ciclo celular que representa um intervalo entre a mitose e o início da replicação de DNA.

LAP do inglês “latency-associated protein”, traduzido como proteína associada de latência.

LSAB “Labelled Streptavidin-Biotin”

LTBP do inglês “latent TGFß-binding protein”, traduzido como proteína de ligação do TGF-ß latente.

Md mediana. MEC Matriz extracelular.

MMPs do inglês “matrix metalloproteinases”, traduzidas como metaloproteinases da matriz.

P.A. pró-análise.

PCNA do inglês “proliferative cell nuclear antigen”, traduzido como antígeno nuclear de proliferção celular.

RANKL do inglês “receptor activator of NFkB ligand”, traduzido para o português como ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa.

TGF do inglês “transforming growth factor”, traduzido como fator de transformação do crescimento.

TIMPs do inglês “tissue inhibitors of matrix metalloproteinases, traduzido como inibidores teciduais das metaloproteinases da matriz.

TNF do inglês “tumor necrosis factor”, traduzido como fator de necrose tumoral.

TRIS tri–hidroximetil-aminometano.

VEGF do inglês “vascular endothelial growth factor”, traduzido como fator de crescimento do endotélio vascular.

VPF do inglês “vascular permeability factor”, traduzido como fator de permeabilidade vascular.

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LISTA DE SÍMBOLOS

α alfa

ß beta

γ gama

º graus

% por cento

µ mícron

µm micrômetro

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SUMÁRIO

P. 1INTRODUÇÃO............................................................................................17

2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................19

2.1- AMELOBLASTOMA...................................................................................19

2.1.1. Invasividade Local do Ameloblastoma ..............................................24

2.2- METALOPROTEINASES DA MATRIZ E SEUS INIBIDORES TECIDUAIS

...........................................................................................................................26

2.3- FATORES DE CRESCIMENTO.................................................................35

2.3.1. Receptor para o Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR).............35

2.3.2. Fator de Crescimento Epidérmico (EGF) e Fator Transformador de

Crescimento α (TGF- α)..................................................................................39

2.3.3. Fator Transformador de Crescimento β1 (TGF- β1)..........................44

3 PROPOSIÇÃO..........................................................................................51

4 MATERIAL E MÉTODOS. ...............................................................52

4.1.MATERIAL...................................................................................................52

4.1.1. Amostras de tecido................................................................................52

4.1.2. Materiais de Laboratório.......................................................................52

4.2. MÉTODOS..................................................................................................54

4.2.1. Tratamento das amostras.....................................................................54

4.2.2. Histopatologia........................................................................................54

4.2.3. Imunohistoquímica................................................................................55

4.2.4. Análise do Resultados..........................................................................57

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5 RESULTADOS...........................................................................................58

5.1. HISTOPATOLÓGICO.................................................................................58

5.2. IMUNOHISTOQUÍMICA..............................................................................58

5.3. ÍNDICE DE POSITIVIDADE NAS MMPS...................................................87

5.3.1. Índice de Positividade (IP) nas células neoplásicas..........................87

5.3.2 Índice de Positividade (IP) nas células do estroma............................88

5.4. ÍNDICE DE POSITIVIDADE NAS TIMPs...................................................90

5.4.1. Índice de Positividade (IP) nas células neoplásicas..........................90

5.4.2 Índice de Positividade (IP) nas células do estroma............................91

5.5.ÍNDICE DE POSITIVIDADE NOS FATORES DE CRESCIMENTO E

RECEPTOR.......................................................................................................93

5.5.1. Ìndice de Positividade (IP) nas células neoplásicas..........................93

5.5.2 Índice de Positividade (IP) nas células do estroma.............................94

6 DISCUSSÃO...............................................................................................95

7 CONCLUSÕES. . . . . . . . . . . .......... ...........................................104

REFERÊNCIAS ........................ ........................ ..............105

APÊNDICE. . . . . . . . . . . . . . . ........................ ...................... .............112

APÊNDICE A - VALORES DOS ÍNDICES DE POSITIVIDADE DO EPITÉLIO

NEOPLÁSICO (IPepit) E DO ESTROMA (IPest)................................................112

ANEXOS…………………………………………………………………..113

ANEXO A - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA....................113 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO........114

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o ameloblastoma é um tumor de

origem ectodérmica formado por epitélio odontogênico com estroma fibroso e

maduro, porém sem a presença de ectomesênquima odontogênico (GARDNER et

al., 2005). Além de ser uma lesão de etiologia desconhecida, o ameloblastoma é

localmente invasivo, o que torna sua erradicação mais difícil e traumática, resultando

em recidivas freqüentes (PITREZ et al.,1995), com seqüelas estéticas, psicológicas

e, principalmente, funcionais.

Essa propriedade do ameloblastoma, em especial, vem intrigando

pesquisadores durante muitos anos. Vários estudos já foram conduzidos, e, a partir

deles, algumas teorias foram elaboradas para tentar explicar o comportamento

localmente agressivo dessa neoplasia. Uma hipótese que poderia explicar essa

característica seria o índice de proliferação celular, no entanto, verificou-se que

cerca de metade das células do tumor está em interfase (JORGE,1997; ROSA;

JAEGER; JAEGER, 1997).

Atualmente, as hipóteses baseadas na secreção de produtos capazes de

degradar a matriz extracelular pelas células tumorais, como as metaloproteinases da

matriz (MMPs), têm sido relatadas como justificativa para a invasividade do

ameloblastoma. Kumamoto et al.(2003), seguido por Pinheiro et al.(2004),

comprovaram esse fato verificando a expressão imunohistoquímica das MMPs -1, 2

e 9 nas células neoplásicas do ameloblastoma.

Por outro lado, sabe-se que o ameloblastoma, como qualquer tumor intra-

ósseo, cresce utilizando um mecanismo de reabsorção óssea local, e que, após a

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reabsorção óssea, ocorre a liberação de diversos fatores de crescimento e citocinas

como EGF, FGF-1, FGF-2, TGFβ, TGFα e TNF (VAES, 1988). Nagase e Woessner

(1999), demonstraram que a expressão de MMPs é regulada por fatores de

crescimento e citocinas, polipeptídeos envolvidos basicamente na proliferação e

motilidade celular, promoção de angiogênese, entre outros, tanto em células normais

quanto em células neoplásicas.

Apesar dos esforços para a elucidação do problema, os estudos nessa área

ainda são escassos e não esclarecem por completo o comportamento biológico do

ameloblastoma. Portanto, a proposta deste trabalho é verificar a imunoexpressão

das metaoproteinases da matriz, seus inibidores e fatores de crescimento,

evidenciando a prevalência de cada um deles, contribuindo para o esclarecimento

dessa complexa patogenia.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura foi dividida em tópicos para facilitar a compreensão do

texto, a saber:

2.1- Ameloblastoma

2.2- Metaloproteinases da matriz e seus inibidores teciduais

2.3- Fatores de crescimento

2.1- AMELOBLASTOMA

Salama e Hilmy (1951) descreveram o que provavelmente, foi o primeiro caso

de ameloblastoma encontrado, cerca de 2800 a.C., no Egito.

Malassez(1884,1885a,1885b) trouxe uma grande contribuição ao conhecimento

da patogênese e patologia de neoplasias e cistos odontogênicos e propôs uma

classificação geral dos mesmos, baseado em uma teoria unificada sobre a sua

patogenia com origem no que hoje são conhecidos como “restos epiteliais de

Malassez”.

Ivy e Churchill (1934) nomearam a neoplasia de “ameloblastoma”, a partir da

observação de que as células periféricas do folículo neoplásico eram células

epiteliais altas, colunares e polarizadas, semelhantes aos ameloblastos, e os centros

dos folículos eram estruturalmente semelhantes ao retículo estreado do órgão do

esmalte.

Morfologicamente, o ameloblastoma assemelha-se ao aparato epitelial

odontogênico em alguns aspectos, principalmente pelo fato de proliferar-se através

do ectomesênquima e diferenciar-se no órgão epitelial do esmalte (JOSEPH;

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SAVAGE, 1992). No entanto, o mecanismo detalhado da progressão tumoral, assim

como a oncogênese e a citodiferenciação dessa lesão ainda permanecem

desconhecidos (KUMAMOTO et al., 2003; REGEZI; SCIUBBA, 2000).

Diversas hipóteses acerca de sua origem já foram formuladas, atribuindo seu

surgimento a remanescentes da lâmina epitelial do órgão do esmalte, a células da

camada basal da mucosa oral (D`AGOSTINO et al., 2001; NEVILLE et al., 2004;

UENO et al., 1986), ao revestimento epitelial de um cisto odontogênico, como o cisto

dentígero, restos epiteliais de Malassez (KIM; JANG, 2001; REGEZI; SCIUBBA,

2000; UENO et al., 1986), órgão do esmalte de germes de dentes supranumerários

(D`AGOSTINO et al., 2001) e até à desregulação de certos genes no

desenvolvimento normal dos dentes (GARDNER et al., 2005).

Para Joseph e Savage (1992) a natureza agressiva do ameloblastoma pode

estar relacionada à semelhança entre suas características comportamentais e as da

lâmina dental. Ambos têm a habilidade de invadir tecido conjuntivo adjacente, e as

projeções digitiformes das células proliferativas da lâmina dental são bastante

semelhantes à expansão periférica invasiva observada em associação com o

crescimento do ameloblastoma.

Vários fatores já foram propostos como causas iniciais do mecanismo

patogênico do ameloblastoma, tais como irritações inespecíficas promovidas por

extrações, cáries, traumas, infecções, inflamações, erupção dentária (UENO et al.,

1986), desordens nutricionais ou patogêneses virais (KIM; JANG, 2001).

O ameloblastoma ocorre em três situações clínico-radiográficas distintas:

ameloblastoma sólido/multicístico, ameloblastoma unicístico e ameloblastoma

periférico (NEVILLE et al., 2004). Segundo Gardner (1999), a comunidade científica

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já não considera apropriado que, estudos epidemiológicos a respeito dessa lesão

não especifiquem as variantes encontradas, porque, segundo sua concepção, esses

subtipos podem apresentar alguma diferença comportamental entre si. Autores como

Ferretti, Polakow e Coleman (2000) afirmam, por exemplo, que o ameloblastoma

sólido/multicístico é o tipo que apresenta a maior tendência à recidiva, em

comparação com as outras variantes do ameloblastoma.

O ameloblastoma do tipo sólido/multicístico corresponde a 88% dos casos e

apresenta uma alta taxa de recorrência se não for removido adequadamente, apesar

de efetivamente não ter tendência de sofrer metástase. (NEVILLE et al., 2004 )

Como o tumor origina-se na porção central do osso, sintomas iniciais estão

normalmente ausentes ou são mínimos. Uma massa indolor é um achado comum na

doença (JOSEPH; SAVAGE, 1992), e raramente ocorre parestesia (GARDNER et

al., 2005; NEVILLE et al., 2004).

Radiograficamente, o ameloblastoma sólido/multicístico é representado por

radiotransparências uni ou multiloculares semelhantes a cistos, podendo apresentar

bordas festonadas (GARDNER et al., 2005; NEVILLE et al., 2004). Por possuir

crescimento lento, os limites radiográficos da lesão são bem definidos, havendo a

formação de um halo de esclerose e expansão de cortical óssea (REGEZI;

SCIUBBA, 2000).

Vários subtipos histológicos do ameloblastoma sólido/multicístico são

reconhecidos, mas esse fato parece ter pouco significado no comportamento do

tumor (REICHART; PHILIPSEN; SONNER, 1995; SANDRA et al., 2005). Piattelli et

al. (1998) verificaram que os variados subtipos histológicos do ameloblastoma não

apresentam diferenças significativas na atividade do antígeno nuclear de

proliferação celular (PCNA), o qual está relacionado ao estado proliferativo da célula.

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O padrão histológico folicular é o mais comum, correspondendo a 33% dos

casos de ameloblastoma sólido/multicístico, apresenta ilhas de epitélio, que lembram

o órgão do esmalte. O padrão plexiforme correspondente a 30,2% dos casos), são

observados longos cordões ou placas de epitélio odontogênico anastomosados

(REICHART; PHILIPSEN; SONNER, 1995). Tanto para o padrão histológico folicular,

quanto para o plexiforme, atividade mitótica e pleomorfismo celular são raramente

notados (GARDNER et al., 2005).

O padrão histológico acantomatoso é representado por extensa metaplasia

escamosa, envolvendo formação de ceratina nas porções centrais das ilhas de

epitélio de um ameloblastoma folicular. O padrão de células granulares é

caracterizado pela transformação de grupos de células epiteliais em células

granulares, as quais passam a apresentar citoplasma abundante e grânulos

eosinofílicos semelhantes a lisossomos. É considerado como amadurecimento ou

alteração de uma lesão de longa duração (NEVILLE et al., 2004). Ferretti, Polakow e

Coleman (2000) sugerem que o ameloblastoma de células granulares é mais

agressivo que os outros, mas nada ainda foi comprovado.

O padrão de células basais é o menos comum, e apresenta ninhos de células

basais uniformes, histopatologicamente semelhantes ao carcinoma de células basais

da pele. Não há presença de estrutura semelhante ao retículo estrelado e as células

da periferia tendem a ser cúbicas, e não colunares. (NEVILLE et al., 2004; REGEZI;

SCIUBBA, 2000).

O ameloblastoma unicístico é uma variante do tumor que se apresenta como

um cisto, e representa de 5 a 22% dos casos de ameloblastoma (PHILIPSEN;

REICHART,1998). Apesar de ser uma lesão expansiva capaz de destruir uma

porção significativa dos maxilares, o ameloblastoma unicístico não se comporta

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como o multicístico, sendo, portanto, menos agressivo (KIM; JANG,2001).

Histopatologicamente, o ameloblastoma unicístico, segundo Neville et al. (2004),

subdivide-se em 3 tipos: luminal, intraluminal e mural.

O ameloblastoma periférico é o correspondente extra-ósseo do ameloblastoma

multicístico, e envolve apenas tecido mole. Corresponde a 1,3% – 10% de todos os

ameloblastomas e provavelmente origina-se de restos da lâmina dentária abaixo da

mucosa bucal ou de células epiteliais da camada basal do epitélio da mucosa

(GARDNER et al., 2005; REGEZI; SCIUBBA, 2000). A lesão costuma localizar-se na

região da gengiva ou de mucosa alveolar em áreas edêntulas (GARDNER et al.,

2005).

Histopatologicamente, o ameloblastoma periférico é representado por ilhas de

epitélio ameloblástico que ocupam a lâmina própria abaixo do epitélio da superfície.

Essa proliferação epitelial pode mostrar qualquer um dos padrões já descritos para o

ameloblastoma multicístico, sendo os tipos folicular e plexiforme os mais comuns

(NEVILLE et al., 2004). O ameloblastoma periférico não demonstra comportamento

invasivo, e a excisão conservadora é o tratamento de escolha (GARDNER et al.,

2005).

O ameloblastoma representa cerca de 1% de todos os tumores orais

(CHIDZONGA; PEREZ; ALVAREZ, 1996; D`AGOSTINO et al., 2001; EVERSOLE;

LEIDER;HANSEN, 1984; HOUSTON et al., 1993; NASTRI et al., 1995; OLAITAN;

AROLE; ADEKEYE, 1998) e corresponde a 1/5 de todas as neoplasias que se

originam do aparato odontogênico (JOSEPH; SAVAGE, 1992).

É um tumor de crescimento lento e localmente invasivo (CHIDZONGA; PEREZ;

ALVAREZ, 1996; D`AGOSTINO et al., 2001; EVERSOLE; LEIDER;HANSEN, 1984;

JOSEPH; SAVAGE, 1992; UENO et al., 1986), possuindo curso benigno na maioria

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dos casos (NEWMAN et al., 1995). Mesmo assim, apresenta comportamento

localmente agressivo (REGEZI; SCIUBBA, 2000).

O ameloblastoma sólido/multicístico pode disseminar-se pelo espaço medular,

sendo que seu limite não é visível radiograficamente (UENO et al., 1986). Desse

modo, a ressecção marginal parece ser a técnica mais indicada para o tratamento

dessa variante. A margem da ressecção deve ser de pelo menos 1 cm além dos

limites radiográficos (FERRETTI; POLAKOW; COLEMAN, 2000). A taxa de

recorrência para essa modalidade de tratamento é de 15% (NEVILLE et al., 2004).

Outras técnicas terapêuticas, como curetagem, eletrocauterização e marsupialização

também são utilizadas (REICHART; PHILIPSEN;SONNER, 1995).

Olaitan, Arole e Adekeye (1998), em seu estudo, verificaram que 8,9% dos

ameloblastomas por eles analisados foram diagnosticados como lesões recorrentes.

Segundo esses autores, a recorrência reflete, em grande parte, a falha ou

inadequação do procedimento cirúrgico primário.

Após a remoção da lesão, um acompanhamento pós-cirúrgico por um extenso

período de tempo é essencial, desde que recorrências têm sido notadas em

períodos superiores a 10 anos depois do tratamento inicial (GARDNER et al., 2005).

2.1.1. Invasividade Local do Ameloblastoma

Uma das particularidades do ameloblastoma está relacionada à sua

invasividade local. De acordo com Pinheiro et al. (2004), os mecanismos que estão

relacionados à invasão tumoral do ameloblastoma ainda precisam ser melhor

esclarecidos.

Nas pesquisas realizadas por Rosa, Jaeger e Jaeger (1997) com base na

análise morfométrica das regiões organizadoras nucleolares argirofílicas (AgNORs),

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verificou-se que apenas metade das células do ameloblastoma estão em estado

proliferativo. Pode-se especular, então, que o ameloblastoma apresenta outros

mecanismos além da proliferação celular que contribuem para seu padrão de

crescimento. Este mesmo estudo também verificou que a outra metade das células

do tumor está em interfase, e que, provavelmente, encontram-se em atividade de

síntese de proteínas. Essa atividade parece participar, pelo menos em parte, do

crescimento do ameloblastoma, já que pode envolver enzimas proteolíticas

relacionadas ao fenótipo invasivo, como as metaloproteinases da matriz (MMPs).

Pripatnanont et al. (1998) verificaram, através de estudos imunocitoquímicos,

que o ameloblastoma produz interleucina-1 (IL-1), um potente modulador da

remodelação óssea. Isso poderia explicar parte de sua capacidade osteolítica.

Piattelli et al. (1998), em sua pesquisa, demonstraram que as células com maior

expressão de PCNA foram encontradas nas áreas periféricas do tumor, o que pode

ser importante para explicar o crescimento infiltrativo do ameloblastoma.

Salo et al.. (1999) encontraram em seus estudos a expressão de laminina-5,

uma importante proteína da matriz extracelular (MEC) no ameloblastoma e em

germes dentários. Essa proteína pode contribuir para o potencial de crescimento

progressivo e invasivo do ameloblastoma. Desse modo, a expressão aumentada de

laminina-5 pode estar associada ao comportamento agressivo desse tumor.

Sandra et al. (2005) comprovaram, através de seus estudos, que o

ameloblastoma expressa e secreta o fator de necrose tumoral α (TNF-α) e o ligante

do receptor ativador do fator nuclear kappa (RANKL), dois fatores que

comprovadamente induzem a osteoclastogênese. A atuação dessas duas

substâncias poderia então gerar espaço para que a lesão se expandisse no tecido

ósseo, e poderia também explicar sua invasividade.

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Até hoje, diversas pesquisas (LYONS et al., 1993; PINHEIRO et al., 2004;

VISSE; NAGASE, 2003; YU; STAMENKOVIC, 2002) já foram realizadas a respeito

das metaloproteinases da matriz (MMPs), enzimas cuja principal função é degradar

os componentes da matriz extracelular. Acredita-se que essas enzimas possam

estar envolvidas na invasividade local do ameloblastoma.

2.2- METALOPROTEINASES DA MATRIZ E SEUS INIBIDORES TECIDUAIS

A matriz extracelular (MEC) é uma rede tridimensional composta de uma

complexa mistura de macromoléculas insolúveis incluindo colágeno, laminina,

fibronectina, elastina, glicosaminoglicanas, entre outros. A MEC não somente

oferece suporte estrutural para as células, mas também atua como reservatório de

citocinas e fatores de crescimento. Através de receptores localizados em sua

superfície, as células recebem sinais e são capazes de perceber o microambiente

que as cerca e assim reagir a estímulos. Desta maneira, o estado das

macromoléculas dentro da MEC é de extrema importância, e a proteólise é a maior

responsável por mudanças ocorridas nessa matriz. A proteólise pode afetar a

aderência das células à MEC, bem como liberar fatores de crescimento e citocinas

(MOTT; WERB, 2004, SCHENK; QUARANTA 2003).

As metaloproteinases da matriz (MMPs) fazem parte de uma família de

endopeptidases zinco dependentes, que representam a maior classe de enzimas

responsáveis pela degradação de matriz extracelular (MEC) (KUMAMOTO et al.,

2003; LYONS et al., 1993; MOTT; WERB, 2004). Desse modo, participam da

remodelação da matriz extracelular, atividade inerente aos processos de cicatrização

e de crescimento epitelial invasivo, tanto durante a morfogênese e a organogênese

quanto durante o crescimento de carcinomas e cistos (LYONS et al., 1993). São

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altamente controladas por fatores de crescimento, hormônios, oncogenes, ésteres de

forbol e citocinas (NAGASE; WOESSNER,1999; PARDO; SELMAN, 1996; WERB et

al., 1996).

As mais recentes pesquisas a respeito da MEC veiculam que fragmentos ou

epítopos de macromoléculas presentes na matriz também podem apresentar alguma

atividade biológica. A partir desses dados, surgiu o termo cryptic (do Latin crypticus)

para se referir a sítios funcionais que estão escondidos dentro da estrutura das

macromoléculas da MEC, e que, portanto, não estão expostos na superfície da

proteína (SCHENK; QUARANTA, 2003). Em muitos casos, os fragmentos das

moléculas da MEC apresentam uma bioatividade que as moléculas progenitoras não

possuem (MOTT; WERB, 2004). Alguns desses fragmentos bioativos, gerados

principalmente através da ação das MMPs, estão relacionados à ativação de

receptores e fatores de crescimento nas células.

Segundo Visse e Nagase (2003), cerca de vinte e três MMPs já foram

detectadas em humanos. Elas são dividas em grupos baseados na especificidade de

seu substrato, similaridades na seqüência e organização do domínio. Já foram

identificados tipos citoplasmáticos e membranosos, e todos são sintetizados como

enzimas latentes (pro- MMPs) (NUTT et al., 2003).

São classificadas em 4 subfamílias: colagenases, gelatinases, estromelisinas e

metaloproteinases de matriz tipo membrana (MT-MMPs) (THOMAS; LEWIS;

SPEIGHT, 1999; KAHARI; KERE,1999).

As colagenases são capazes de iniciar a degradação de colágenos intersticiais

Tipos I, II, III e V. As gelatinases degradam colágenos previamente desnaturados. As

estromelisinas podem degradar especificamente fibronectina, elastina, laminina e a

proteína central das proteoglicanas. As MT-MMPs formam um grupo de 4 membros

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que possuem um domínio transmembrânico. Duas MMPs foram identificadas, a

MMP-19 e a enamelisina (MMP-20), e ainda não foram classificadas em nenhuma

subfamília (KAHARI; KERE, 1999).

Tabela 2.1- Metaloproteinases da matriz, adaptado de Visse e Nagase (2003).

GRUPO No. MMP lat/ativa

Colagenases

Colagenase 1 MMP-1 52/42

Colagenase 2 MMP-8 51/42

Colagenase 3 MMP-13 52/42

Gelatinases

Gelatinase A MMP-2 72/66

Gelatinase B MMP-9 92/84

Estromelisinas

Estromelisina-1 MMP-3 52/43

Estromelisina-2 MMP-10 52/44

Estromelisina-3 MMP-11 51/46

Tipo-membrana

MT1-MMP MMP-14 64/54

MT2-MMP MMP-15 72/61

MT3-MMP MMP-16 66/56

MT4-MMP MMP-17 62/51

Outros

Não denominada MMP-19 54/45

Matrilisina MMP-7 28/19

Metaloelastase MMP-12 52/20

Enamelisina MMP-20 54/22

As principais características estruturais das MMPs consistem de: 1) um domínio

pró-peptídeo responsável pela latência das pró-enzimas, que contém um resíduo

chave de cisteína formando uma ligação coordenada com o íon zinco presente no

domínio catalítico, mascarando o sítio ativo do zimogênio; 2) um domínio catalítico,

que possui sítios de ligação para íons zinco e cálcio, essencial para a atividade

enzimática; 3) uma seqüência rica em prolina, formando uma região de ligação e 4)

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um carboxil-terminal adicional com repetições semelhantes à hemopexina (PARDO;

SELMAN, 1996; KAHARI; KERE,1999).

ZZnn22++

CC CC

PEPTÍDIO SINAL

PRÓ-PEPTÍDIO

REGIÃO DE LIGAÇÃO

DOMÍNIO CATALÍTICO

DOMÍNIO SEMELHANTE A HEMOPEXINA

DOMÍNIO TIPO II DE FIBRONECTINA

DOMÍNIO SEMELHANTE AO COLÁGENO

DOMÍNIO TRANSMEMBRÂNICO

10-14 AMINOÁCIDOS CONTENDO A SEQUÊNCIA RX [K/R] R

CAUDA CITOPLASMÁTICA

Figura 2.1 – Arranjo estrutural das MMPs dos vertebrados, adaptado de Woessner e Nagase (2000).

As MMPs podem ser ativadas por diferentes agentes: substâncias químicas

como acetato aminofenilmercúrio, ácido hipocloroso (HOCL) e dodecil sulfato de

sódio; proteinases como a tripsina e a plasmina e agentes caotrópicos

(WOESSNER,1991). Conforme Fowlkes e Winkler (2002), elas podem ser ativadas

MMAATTRRIILLIISSIINNAA ((MMMMPP--77))

ZZnn22++

CC CCOOLLAAGGEENNAASSEESS,, EESSTTRROOMMEELLIISSIINNAASS

ZZnn22++CC CC

GGEELLAATTIINNAASSEESS ((MMMMPP--22,, MMMMPP--99))

CC CC CC ZZnn22++MMMMPP--22

CC CC CC ZZnn22++MMMMPP--99

EESSTTRROOMMEELLIISSIINNAA 33 ((MMMMPP--1111))

ZZnn22++CC CC CC

MMMMPPss TTIIPPOO MMEEMMBBRRAANNAA

ZZnn22++ CC CC CC

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através da remoção da seqüência pró-peptideo, via hidrólise química ou proteólise

realizada por outras MMPs.

O envolvimento das MMPs foi estudado em processos fisiológicos de

remodelação da matriz extracelular, como no desenvolvimento da glândula mamária

durante a gravidez e sua involução pós-desmame (WERB et al., 1996), na ovulação,

involução uterina, angiogênese, erupção dental, remodelação óssea e embriogênese

(PARDO; SELMAN, 1996).

No estudo da expressão de MMPs e TIMPs por células do ligamento periodontal

sob efeito de citocinas e de fatores solúveis produzidos pelos fibroblastos, na

diferenciação de células semelhantes a osteoclastos, as colagenases foram

produzidas em maior quantidade pelos fibroblastos do ligamento periodontal de

dentes decíduos que de dentes permanentes. Levando à conclusão de que MMPs e

TIMPs devem estar envolvidas na remodelação normal do ligamento periodontal

(WU;RICHARDS; ROWE, 1999).

Bolcato-Bellemin et al.(2000) observaram a diferença significativa na expressão

de MMP-1, MMP-2, TIMP-1 e TIMP-2 em fibroblastos do ligamento periodontal e da

gengiva submetidos à força de tensão contínua quando comparados a controles em

repouso. Associaram a presença destas MMPs e TIMPs com a remodelação da

MEC durante o movimento ortodôntico.

As MMPs são expressas em baixos níveis em tecidos normais de adultos, o

aumento desta expressão parece estar relacionado com o desenvolvimento de

vários processos patológicos incluindo artrite reumatóide, invasão tumoral, doença

periodontal e enfisema pulmonar (PARDO; SELMAN, 1996).

Para Lyons et al., (1993), muitas evidências sugerem que a invasividade tanto

de células normais quanto tumorais está associada com expressão elevada de

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MMPs e/ou expressão diminuída de seus inibidores. Para este autor, a indução de

enzimas degradativas como as MMPs é capaz de conceder agressividade a tumores

em desenvolvimento, podendo estar diretamente ligadas à sua atividade de

promoção. Yu e Stamenkovic (2002) afirmam que muitos tumores produzem suas

próprias MMPs como parte de sua maquinaria de invasão, mas que o mecanismo

através do qual esse processo ocorre ainda é pouco conhecido.

Há diversos estudos sobre a importância do papel das MMPs na invasão

neoplásica e metástase. Acreditava-se que sua ação limitava-se a facilitar a

degradação da matriz extracelular, atualmente o papel destas enzimas inclui, além

deste, a proliferação celular e liberação de fatores de crescimento, promoção de

angiogênese, migração celular e a modificação da matriz extracelular, expondo sítios

ocultos, alterando o ambiente tecidual (CURRAN; MURRAY, 1999; DECLERCK,

2000; STETLER-STEVENSON; YU, 2001).

Nagase e Woessner (1999) relatam que as MMPs participam da disseminação

de células cancerígenas promovendo o colapso da matriz extracelular, e também

são importantes na criação de um ambiente que suporta a iniciação e manutenção

do crescimento de tumores primários e metastáticos. Além de participarem da

destruição da matriz extracelular associada com invasão tumoral e metástase

(KUMAMOTO et al., 2003; PINHEIRO et al., 2004), as MMPs também podem

promover angiogênese, criando um meio favorável para o desenvolvimento de

tumores (YU; STAMENKOVIC, 2002).

O carcinoma adenóide cístico é uma das neoplasias malignas que mais

acometem as glândulas salivares, apresentando um alto índice de recidiva local,

metástase e invasão perivascular e perineural. Loureiro (2000) estudou a expressão

das MMPs no carcinoma adenóide cístico, in vitro e in vivo, tendo detectado a

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presença de MMP-1, MMP-2, MMP-3 e MMP-9 através da técnica de

imunofluorescência, e a presença de MMP-2 e MMP-9, nas suas formas ativa e

inativa, através de estudo zimográfico.

O adenoma pleomórfico é a neoplasia benigna mais freqüente nas glândulas

salivares, tanto maiores quanto menores. Em um estudo para verificar a expressão

de MMPs nesta neoplasia, verificou-se a presença de MMP-9 , latente e ativa, e

MMP-2, latente, através da zimografia; a imunofluorescência foi positiva para as

MMPs 1, 2 e 9; e na imunohistoquímica o tumor foi positivo para as MMPs 1, 2, 3 e

9, porém em expressões e padrões variáveis, não sendo conclusivas para relacionar

as MMPs com o padrão de invasão do mesmo (PEREIRA,2003).

Kumamoto et al. (2003) verificaram a expressão imunohistoquímica das MMP-

1, 2 e 9 em ameloblastomas para avaliar o papel dessas proteínas na progressão da

neoplasia. Os resultados mostraram que na maioria dos casos, a imunorreação das

MMPs foi especialmente proeminente no estroma ao redor das ilhas ou ninhos

celulares do ameloblastoma. Além do mais, verificou-se que a expressão de MMP-1,

apesar de detectada nas células do estroma, não foi detectada nas células do tumor,

denotando que as células do estroma têm uma grande participação na progressão

do ameloblastoma. MMP-2 e 9 também foram detectados nas células do estroma,

mas foram fracamente detectados nas células periféricas colunares ou cuboidais do

tumor. Um outro dado importante desse estudo é que o padrão de expressão das

MMPs não mostrou diferenças distintas entre os tipos folicular e plexiforme.

Pinheiro et al. (2004), através de estudo imunohistoquímico, zimográfico e

Western blotting, verificaram a presença de MMPs em ameloblastomas. Os

resultados desta pesquisa mostraram imunorreatividade para as MMPs 1, 2 e 9, e a

presença de suas formas lantente e ativa, sugerindo o envolvimento das MMPs na

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proliferação celular do ameloblastoma e contribuindo para a invasividade local deste

tumor.

A MMP-1 faz parte do grupo das colagenases, e participa da clivagem do

colágeno intersticial I, II e III, além de outras moléculas da matriz extracelular. Ela

participa de processos como a migração de queratinócitos e reepitelização, aumento

da proliferação celular e ação pro e antinflamatória (VISSE; NAGASE 2003).

Já a MMP-2 e a MMP-9 fazem parte do grupo das gelatinases, sendo por isso

denominadas, respectivamente, de gelatinase A e gelatinase B. Sua principal função

é clivar colágeno desnaturado, sendo importantes na degradação da membrana

basal. A MMP-2, mas não a 9, possui a capacidade de clivar colágeno tipo I, II e III, e

é importante para a osteogênese, migração celular, aumento da afinidade pelo

colágeno e ação antiinflamatória. A MMP-9 é responsável pelo aumento da afinidade

pelo colágeno, ação pró e antiinflamatória e resistência das células tumorais (VISSE;

NAGASE, 2003). De acordo com Fowlkes e Winkler (2002) e Ogawa et al.. (2004),

essas duas MMPs digerem o colágeno tipos IV e V da membrana basal. Ogawa et

al. (2004), relatam ainda que a MMP-9 é capaz de clivar fibrina, e está envolvida em

processos como a oncogênese.

A atividade proteolítica de degradação da MEC pelas MMPs, resulta do balanço

entre a concentração destas enzimas e de suas inibidoras endógenas (STETLER-

STEVENSON; LIOTTA; KLEINER, 1993; BIRKEDAL-HANSEN et al., 1993).

Os inibidores fisiológicos das MMPs são a α2 macroglobulina e, principalmente,

as TIMPs (inibidores teciduais de metaloproteinases)(PARDO; SELMAN,1996).

A maioria das MMPs, cuja atividade proteolítica está associada com

remodelação tecidual, é solúvel e eficientemente inibida pelos inibidores teciduais de

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metaloproteinases da matriz (TIMPs) (YU; STAMENKOVIC, 2002), através da

formação de um complexo não covalente estável (FOWLKES; WINKLER, 2002).

Há quatro tipos de TIMPs: TIMP-1, TIMP-2, TIMP-3 e TIMP-4, as quais são

produzidas por vários tipos celulares, como fibroblastos, queratinócitos, células

endoteliais e osteoblastos. A TIMP-3 é estimulada por mitógenos, ésteres de forbol e

TGF- β, e é inibida por TGF-α (KAHARI; KERE,1999). Todas as TIMPs são capazes

de inibir todas as MMPs ( WOESSNER, 1999).

As TIMPs inibem a invasão celular in vitro, tumorigênese, metástase in vivo e

angiogênese, e são importantes não somente no processo de renovação da matriz,

mas também em algumas atividades celulares. As MMPs também podem ser

inibidas por inibidores endógenos e α-macroglobulinas (NAGASE; WOESSNER,

1999).

Conforme Yu e Stamenkovic (2002) a remodelação tecidual associada ao tumor

está baseada em uma complexa relação entre pelo menos três classes de

moléculas: receptores de adesão, MMPs, citocinas e fatores de crescimento. Em

outras palavras, a regulação coordenada de metaloproteinases e seus inibidores

governam a clivagem, liberação de muitos fatores de crescimento importantes e de

receptores de superfície celular. E os fatores de crescimento, por sua vez, controlam

a expressão das MMPs.

Segundo Birkedal-Hansen (1993,1995), os fatores TGF-α, EGF e TGF-β, entre

outros, participam da indução de MMps, sendo que o TGF-β também participaria da

repressão de MMPs.

Em contrapartida, as MMPs tem sido relacionadas com a transformação de Pro-

TGF-α em TGF-α madura através da clivagem proteolítica do domínio pré-catalítico

da primeira (HINKLE et al.,2003).

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Para que se possa compreender o mecanismo através do qual esses processos

ocorrem, é necessário um breve comentário sobre esses fatores de crescimento e o

receptor EGFR na membrana celular, os quais, sabidamente, participam da

proliferação de células tumorais em outras lesões (SHRESTHA et al., 1992).

.

2.3. FATORES DE CRESCIMENTO

Os fatores de crescimento são polipeptídeos que estão presentes no soro ou

são produzidos pelas células, e que modificam a proliferação celular. A biologia

dessas moléculas difere um pouco da dos hormônios clássicos porque seus sítios de

síntese e de atuação estão restritos a tecidos definidos. Alguns fatores de

crescimento são chamados fatores de competência, pois não estimulam diretamente

a síntese de DNA, mas tornam as células em G0 e G1 competentes a fazê-lo. Outros

são considerados fatores de progressão, já que estimulam a síntese de DNA

(CARPENTER; COHEN, 1990; ROBBINS et al., 2000).

A MEC funciona como um reservatório para citocinas e fatores de crescimento

latentes. A liberação e ativação desses fatores de crescimento pode depender do

processo de proteólise mediado pelas MMPs (MOTT; WERB, 2004).

2.3.1. Receptor para o Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR )

O EGFR é uma glicoprotéina membro da família erbB de receptores

tirosinoquinases, por esse motivo sendo também conhecido por erbB1 (SOARES et

al., 2000). Em outras palavras, esse receptor é uma proteína transmembrana que

possui atividade intrínseca de ativação fosfotransferase (EL-RAYES; LORUSSO,

2004). A expressão de EGFR é observada no epitélio normal, incluindo a mucosa

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oral, além de ser encontrado em tecidos de desenvolvimento dentário (VERED;

SHOHAT; BUCHNER, 2003).

A porção extracelular do EGFR possui uma porção amino-terminal que funciona

como sítio de reconhecimento para determinados fatores de crescimento. Uma

região hidrofóbica que representa o segmento transmembrana, e sua estrutura

intracelular pode ser alinhada a proteínas tirosinoquinases e à subunidade catalítica

das quinases dependentes do cAMP (AMP cíclico). A ligação de moléculas a esse

receptor é específica e de alta afinidade (BOULOUGOURIS; ELDER, 2001).

O EGFR pode se ligar e ser ativado por alguns fatores de crescimento,

codificados por vírus, entre outros (BOULOUGOURIS; ELDER, 2001; EL-RAYES;

LORUSSO, 2004; SHRESTHA et al., 1992). EGF e TGF-α contêm vários tipos de

aminoácidos que possuem um papel importante em sua ligação com o receptor. A

estimulação promovida por um desses ligantes pode promover replicação de DNA

seguida por divisão celular. Esse sistema parece ser uma das influências mais

importantes no crescimento de células epiteliais e de outros tipos

(BOULOUGOURIS; ELDER, 2001).

A ativação de EGFR leva à proliferação celular, o que pode explicar como a

presença desse receptor em tumores pode contribuir para o seu crescimento

(BOULOUGOURIS; ELDER, 2001; EL-RAYES; LORUSSO, 2004).

A função de EGFR está desregulada em várias desordens malignas, nas quais

podemos encontrar super expressão do receptor (EL-RAYES; LORUSSO, 2004;

MULET et al., 2006; VERED; SHOHAT; BUCHNER, 2003; YAMADA et al., 1989),

mutação do receptor que resulta em ativação independente de ligante e ativação

autócrina a partir de superprodução dos ligantes (BOULOUGOURIS; ELDER, 2001;

EL-RAYES; LORUSSO, 2004). Nesses tumores, o EGFR está envolvido na

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transformação maligna e no crescimento tumoral, a partir da inibição da apoptose,

proliferação celular, promoção de angiogênese e metástase (EL-RAYES;

LORUSSO, 2004).

É importante ressaltar que, para que possa gerar proliferação exagerada, a

expressão de EGFR deve ser acompanhada da presença de ligantes ativos, já que o

surgimento de um fenótipo maligno depende da exposição das células a altas

concentrações de EGF. A hiperproliferação também pode estar relacionada a uma

alteração do meio que promova a apresentação do receptor à fluidos secretórios

contendo EGF, implicando em sinalização e proliferação inesperada.

(BOULOUGOURIS; ELDER, 2001).

Em relação à angiogênese, o EGFR presente em células endoteliais pode

participar indiretamente do crescimento tumoral, sinalizando a proliferação do

endotélio vascular (YAMADA et al., 1989).

Boulougouris e Elder (2001) verificaram, em seus estudos, que carcinomas

mamários que exibiam EGFR em suas células normalmente eram os que mais se

disseminavam. Este fato pode estar relacionado ao aumento da produção de

proteases que degradam a MEC através desse receptor, e às alterações que sua

ativação promove na adesão e motilidade celulares.

Uma correlação interessante entre o EGFR e as MMPs foi verificada por Mott e

Werb (2004), Schenk e Quaranta (2003) e Carpenter e Cohen (1990). Esses autores

comentam que a MMP-2, ao clivar a laminina-5, promove a liberação do Domínio III

da corrente γ2 da molécula (DIII), o qual pode ligar-se ao EGFR e ativar eventos

inerentes à sua sinalização, promovendo assim motilidade celular. Schenk e

Quaranta (2003) informam ainda que, em contraste com a molécula intacta de

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laminina-5, o DIII estimula a expressão do gene que codifica a MMP-2, e pode

aumentar a migração celular.

Shrestha et al. (1992) realizaram um estudo para verificar a presença de EGFR

em cistos e tumores odontogênicos, e relataram que as células neoplásicas do

ameloblastoma eram destituídas de EGFR. Segundo os autores, a ausência desse

receptor poderia explicar o comportamento biológico menos agressivo do

ameloblastoma e outros tumores odontogênicos, que é caracterizado por

crescimento lento do tumor e invasão mínima das estruturas adjacentes. No entanto,

o caráter agressivo, se presente, deve-se a outros fatores de proliferação que não os

mediados pelo EGFR.

Ueno et al. (1994) também se propuseram a investigar presença e localização

do EGFR no ameloblastoma. Em suas pesquisas, verificaram que, em

ameloblastomas foliculares, a imunorreação do receptor foi usualmente observada

nas células centrais das ilhas de tumor, e que a coloração era mais intensa quando

estas células apresentavam metaplasia escamosa. Já nas células colunares

periféricas, o EGFR foi raramente detectado, e geralmente era encontrado no lado

basal dessas células. Já o ameloblastoma do tipo plexiforme, algumas células

cuboidais periféricas apresentaram imunorreação ao anti-EGFR, principalmente em

suas membranas celulares. O tecido conjuntivo que compunha o estroma próximo às

células tumorais também apresentou alguma imunorreação ao EGFR. Desse modo,

observou-se que houve uma incidência significativamente maior da expressão de

EGFR nas células semelhantes ao retículo estrelado do que nas células colunares.

Neste mesmo estudo foi verificada também a expressão de PCNA, e concluiu-se que

a localização do EGFR no ameloblastoma não era concordante com a localização

das células positivas para PCNA. Então, os autores sugerem que a ativação do

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EGFR pode não estar agindo como um fator mitogênico no ameloblastoma. Como

EGFR é observado mais em áreas com queratinização, a interação desse receptor

com o fator de crescimento pode promover diferenciação escamosa no

ameloblastoma.

Vered, Shohat e Buchner (2003), realizando também um experimento para

verificar a presença de EGFR no ameloblastoma, verificaram que todos os

espécimes de ameloblastoma, independente do seu tipo histológico, eram

imunohistoquimicamente positivos para EGFR, e que a coloração encontrada era

membranosa e/ou citoplasmática. As discrepâncias de resultado entre sua pesquisa

e a de Shrestha et al. (1992) podem ter ocorrido devido ao uso de procedimentos

técnicos diferentes. Os autores sugerem ainda que, devido à presença extensiva de

EGFR no tumor, ele pode ser um candidato para o uso de tratamentos com anti-

EGFR, particularmente em casos de tumores extensos e recorrências.

2.3.2. Fator de Crescimento Epidérmico (EGF) e Fator Transformador de

Crescimento α (TGF- α)

Após alguns anos de estudo, foi descoberto que o EGF e o TGF-α fazem parte

da mesma família de fatores de crescimento, mas que são codificadas por genes

distintos. Dessa família também fazem parte os fatores de crescimento do pox vírus,

a anfiregulina, entre outros. Essas moléculas caracterizam-se por possuir alta

afinidade ao receptor EGFR e por produzir resposta proliferativa em células

sensíveis à sinalização de EGF (CARPENTER; COHEN, 1990).

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Ambos os fatores conservam uma estrutura molecular em comum, o domínio

EGF, compostos por seis resíduos de cisteína que formam uma estrutura importante

para sua ligação com o receptor. No entanto, os domínios transmembrana e

citoplasmático de TGF-α e EGF não apresentam similaridades, o que pode explicar

algumas diferenças de função entre eles (KUMAR; BUSTIN; MCKAY, 1995).

O EGF, também conhecido por urogastrona, é um fator de progressão que

estimula a divisão celular por se ligar a receptores específicos de tirosinoquinase na

membrana da célula. Foi descoberto inicialmente por sua capacidade em causar

erupção precoce de dentes, e está amplamente distribuído nas secreções e líquidos

tissulares como saliva, urina e conteúdos intestinais (ROBBINS et al., 2000).

O EGF possui um importante papel na regulação da proliferação tanto de

células normais quanto células neoplásicas (SHRESTHA et al., 1992). Sua presença

é essencial para a indução da mitose. Além do mais, reduz o contato célula-célula, o

que comprova sua habilidade em promover a motilidade de queratinócitos,

fibroblastos e células endoteliais (BOULOUGOURIS; ELDER, 2001). De acordo com

Ueno et al. (1994), o EGF também parece ter um papel na estimulação ou

manutenção da proliferação de células indiferenciadas durante os estágios iniciais

do desenvolvimento dental.

De acordo com Boulougouris e Elder (2001), para linhas de células tumorais

que apresentam super expressão de EGFR, o EGF pode atuar de duas maneiras.

Em baixas concentrações, ele estimula o crescimento, mas em altas concentrações

ele o inibe e parece induzir diferenciação.

Algumas evidências sugerem que o sistema regulatório celular estimulado por

EGF pode desenvolver um importante papel na carcinogênese. Esse fator de

crescimento é capaz de promover a carcinogênese viral e a expressão de proto-

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oncogenes, além de apresentar atividade imunossupressora (STOSCHECK; KING

JR; 1986).

Mori et al. (1987) pesquisaram, através de imuno-histoquímica, a distribuição de

EGF em 152 casos de tumores de glândulas salivares. A sua presença na maioria

dos casos estudados sugere que EGF pode ser um novo marcador para estas

neoplasias e que tem um papel biológico na proliferação do tumor.

O TGF-α é um polipeptídeo de 50 aminoácidos que foi extraído inicialmente de

células transformadas pelo vírus do sarcoma e por esse motivo foi considerado seu

envolvimento na transformação de células normais em cancerosas (ROBBINS et al.,

2000; KUMAR; BUSTIN; MCKAY, 1995). Ele é estrutural e funcionalmente similar ao

EGF, compartilhando uma identidade de 33%, segundo Soares et al. (2000), e de

42%, de acordo com Humphreys e Hennighausen, (2000).

O TGF-α maduro e solúvel é processado a partir de um precursor

transmembrana, o pró-TGF-α. Essa molécula é formada por um domínio extracelular

aminoterminal e está ancorado no plasma a partir de uma porção hidrofóbica

aminoácida intermediária, possuindo ainda uma porção citoplasmática C-terminal

(KUMAR; BUSTIN; MCKAY, 1995).

O pro-TGF-α passa por uma clivagem endoproteolítica seqüencial para que

haja a liberação da forma ativa do fator. A forma transmembrana também é

biologicamente ativa e pode interagir com o receptor EGFR em células adjacentes.

Existe ainda uma forma mais agressiva desse fator transmembrana, o pro-TGF-α

que sofreu apenas clivagem em sua porção N-terminal, e que foi detectado na

membrana plasmática em certas linhas de células tumorais. Esse precursor

apresenta uma capacidade aumentada de ativar EGFR e isso vem sendo associado

com maior crescimento em alguns tumores (MULET et al., 2006).

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O TGF-α é encontrado em embriões em desenvolvimento e em vários tecidos

normais adultos. Em muitos casos, sua distribuição está associada à do EGFR, o

que conduziu à idéia de que o TGF-α é um regulador autócrino e parácrino do

crescimento normal e desenvolvimento. Está relacionado à cicatrização e

homeostase em tecidos como pele, glândulas mamárias, fígado e rins. É produzido

por macrófagos ativos e eosinófilos, sugerindo uma função imunológica. Em

queratinócitos, o TGF-α promove migração celular e proliferação (HINKLE et al.,

2003; KUMAR; BUSTIN; MCKAY, 1995).

Além de sua função na formação, manutenção e reparação tecidual, tem sido

relacionada à progressão, invasão e metástase de uma série de neoplasias, tanto

pelo suprimento sanguíneo, devido ao potencial angiogênico de TGF-α que promove

a vascularização do tumor, quanto pela proliferação celular e depósito de matriz

extracelular (WELLS,1999; BOULOUGOURIS; ELDER,2001).

Sugere-se que o TGF-α também esteja envolvido com a iniciação da

proliferação vascular através da mediação de outros fatores angiogênicos, tais como

o VEGF. Assim, o TGF-α induziria fortemente a síntese de fator de permeabilidade

vascular (VPF) e fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF) em

queratinócitos, exercendo um papel significante na iniciação e na manutenção da

permeabilidade vascular aumentada e proliferação (SOARES et al, 2000). Segundo

Boulougouris e Elder (2001) e Mulet et al. (2006), o TGF-α é um fator angiogênico

mais potente que EGF.

A super expressão de TGF-α e/ou EGFR vêm sendo detectadas em muitos

tipos de tumores humanos (SOARES et al, 2000). Kumar, Bustin e Mckay (1995)

afirmam que existe uma alta prevalência de TGF-α em carcinomas escamosos,

melanomas e carcinomas mamários. Boulougouris e Elder (2001) comentam que

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carcinomas escamosos, renais e mamários, e tumores de origem neuroectodermal

como melanomas que têm expressão aumentada de EGFR, freqüentemente co-

expressam TGF-α. Segundo Mulet et al. (2006), co-expressão de TGF-α e EGFR

indicam um prognóstico ruim para diversos tipos de tumores epiteliais.

Mulet et al. (2006), em seus experimentos, observaram que seria possível

desenvolver uma imunoterapia para bloquear a via autócrina de EGFR/TGF-α, a

qual poderia ser eficaz no tratamento contra tumores que desenvolvessem

resistência à vacina contra EGF.

Experimentos realizados por Lyons et al. (1993), utilizando queratinócitos da

mucosa de camundongos em cultura, demonstraram que EGF e TGF-α são potentes

indutores das MMP-1 e MMP-9.

O-Charoenrat et al. (2000), estudando a ação de fatores de crescimento da

família EGF em carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço, através da

técnica de PCR, observaram que as células incubadas com TGF-α e EGF

expressavam uma maior quantidade de mRNA de MMP-9, que gera uma maior

produção dessa MMP. Liu e Klominek (2003), realizando estudos zimográficos no

mesotelioma maligno (tumor da cavidade pleural), verificou que o TGF-α, assim

como o EGF, são capazes de aumentar a atividade da MMP-9. Nos dois estudos,

observou-se também que a atividade da MMP-2 não foi alterada por nenhum desses

fatores de crescimento.

Ueno et al. (1994) verificaram a localização de EGF no ameloblastoma, e

observaram que a imunorreação ao anticorpo anti-EGF foi observada principalmente

nas células estreladas do ameloblastoma folicular, e raramente encontradas no

padrão plexiforme. Desse modo, a distribuição de EGF através das células do tumor

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foi semelhante à do EGFR, o que suporta o mecanismo autócrino de secreção desse

fator de crescimento.

Até a presente data, não foi verificado na literatura a existência de trabalhos que

relacionem o TGF-α ao ameloblastoma.

2.3.3. Fator Transformador de Crescimento β1 (TGF- β1)

O TGF- β corresponde a uma família de fatores de crescimento polipeptídicos

diméricos que também inclui proteínas morfogênicas ósseas e activinas. Existem

três isoformas do TGF-β: TGF-β1, TGF-β2 e TGF-β3, cada uma delas codificada por

um gene distinto (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH, 2000). Alguns membros da

família estão expressos apenas em algumas células ou por períodos limitados de

tempo durante o desenvolvimento, enquanto outros, como o TGF-ß1, estão

amplamente distribuídos pelas células (MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000 ). Cada uma

das isoformas do fator pode produzir efeitos diferentes dependendo do tipo, do

estado de diferenciação e das condições fisiológicas das células alvo (KAMINSKA;

WESOLOWKA; DANILKIEWICKS, 2005).

Todas as células do organismo, incluindo células epiteliais, endoteliais

(ROBBINS et al., 2000), hematopoiéticas, neuronais e células do tecido conjuntivo

produzem e apresentam receptores para TGF-ß (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH,

2000). Assim, é de se esperar que as células do epitélio odontogênico também

produzam esse fator de crescimento (TAKATA et al., 2000).

O TGF-ß regula a proliferação e diferenciação celular, bem como a cicatrização,

devido à indução da produção de componentes da MEC (KAMINSKA;

WESOLOWKA; DANILKIEWICKS, 2005), o desenvolvimento embriogênico, (OFT;

HEIDER; BEUG, 1998) e a angiogênese (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH, 2000). O

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TGF-ß também pode induzir morte celular programada, e a perda dessa função pode

permitir o acúmulo de células pré-malignas (MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000).

Em relação à sua estrutura molecular, o TGF-ß é um dímero, que apresenta

locais para ligar-se aos receptores do tipo I e II (MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000).

Cada isoforma é sintetizada como parte de uma grande molécula precursora, que

contém um pró-peptídeo em adição ao TGF-ß (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH,

2000; KAMINSKA; WESOLOWKA; DANILKIEWICKS, 2005). Esse pró-peptídeo,

conhecido como LAP (latency-associated protein), impede o acesso do TGF-ß aos

receptores da membrana (MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000).

Após sua secreção, a maior parte do TGF-ß é armazenada na matriz

extracelular como um complexo formado pelo fator de crescimento, pelo pró-

peptídeo (LAP) e por uma proteína chamada LTBP (latent TGFß- binding protein). A

união do TGF-ß a esta proteína faz com que o fator permaneça em estado latente

(BLOBE; SCHEIMANN; LODISH, 2000). A permanência do TGF-ß em estado latente

previne que o fator gere uma resposta sem que ocorram certas condições

fisiológicas ou até que a célula alvo tenha sido atingida (KAMINSKA; WESOLOWKA;

DANILKIEWICKS, 2005).

In vivo, o TGF-ß é ativado pela ação da trombospondina 1, que parece atuar

mudando a conformação da LTBP. O fator pode também ser ativado por clivagem do

complexo latente mediada por plasmina, que é capaz de clivar o LAP (BLOBE;

SCHEIMANN; LODISH, 2000; KAMINSKA; WESOLOWKA; DANILKIEWICKS, 2005;

YU; STAMENKOVIC, 2002). Outras proteínas que participam da clivagem da forma

inativa do TGF-ß são integrinas e as MMP-2 e -9. (KAMINSKA; WESOLOWKA;

DANILKIEWICKS, 2005).

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A principal resposta gerada pela sinalização do TGF-ß é a inibição da

proliferação celular. Em células epiteliais, endoteliais, hematopoiéticas, neurais, e

certos tipos de células mesenquimais, o fator é capaz de induzir respostas

antiproliferativas em qualquer ponto do ciclo celular, mas elas só são eficazes

durante a fase G1 (MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000). Em células normais, age como

supressor de tumor, uma vez que inibe a proliferação celular ou promove

diferenciação ou apoptose (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH, 2000).

De acordo com Blobe, Scheimann e Lodish (2000), o TGF-ß é um dos

reguladores mais potentes da produção de MEC, já que estimula fibroblastos e

outras células a produzirem proteínas (incluindo colágeno, fibronectina e integrinas),

e provoca a diminuição da produção de enzimas que degradam essa matriz

(colagenase, heparinase), bem como o aumento da outras enzimas que inibem a

sua ação (inibidor tecidual de metaloproteinases – TIMPs). Ele ainda estimula

diretamente a angiogênese in vivo.

Em carcinomas, o TGF-ß-1 é tanto um supressor quanto promotor da

tumorigênese (DUMONT; ARTEAGA, 2000; MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000). Os

resultados de algumas pesquisas permitiram a verificação de que, em estágios

iniciais do tumor, o TGF-ß age como supressor tumoral. Após algum tempo, as

células perdem a capacidade de ter seu crescimento inibido pela ação do TGF-ß,

como resultado da mutação ou perda da expressão de determinados genes. Em

estágios avançados, tanto as células tumorais quanto as célula do estroma ao redor

do tumor geralmente aumentam sua produção de TGF-ß e, em resposta a esse

aumento, tornam-se mais invasivas, em parte como resultado da angiogênese, da

mobilidade celular, da supressão do sistema imune e de uma maior interação das

células do tumor com a MEC (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH, 2000).

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O TGF-ß também possui a habilidade de induzir um processo denominado EMT

(epithelial-to-mesenchymal transition). O EMT é caracterizado pela inibição da

produção de proteínas envolvidas na adesão celular e aumento da produção de

moléculas importantes para associações na matriz extracelular, como as MMPs, que

por sua vez estimulam propriedades migratórias e invasivas da célula (MASSAGUÉ;

BLAIN; LO, 2000; DUMONT; ARTEAGA, 2005). O EMT faz com que células

epiteliais polarizadas e não invasivas adquiram fenótipo de células mesenquimais

(OFT; HEIDER; BEUG, 1998). Conforme Dumont e Arteaga (2005), o EMT parece

ser iniciado pelo TGF-ß produzido por células peritumorais e depois mantido por

TGF-ß autócrino, quando as próprias células do tumor passam a secretá-lo.

A estimulação da angiogênese pode ser um outro mecanismo através do qual

TGF-ß estimula o crescimento de tumores tardios (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH,

2000 ; DUMONT; ARTEAGA, 2005; MASSAGUÉ; BLAIN; LO, 2000; OFT; HEIDER;

BEUG 1998; YU; STAMENKOVIC, 2002). Particularmente o TGF-ß1 parece regular

formação de novos vasos sanguíneos tanto in vitro quanto in vivo, através de uma

combinação de respostas que inclui aumento da produção e facilitação de VEGF

(KAMINSKA; WESOLOWKA; DANILKIEWICKS, 2005), facilitação do fator de

crescimento básico de fibroblastos (bFGF), inibição da migração de células

endoteliais, aumento da produção de matriz extracelular, entre outros (DUMONT;

ARTEAGA, 2005).

A produção e secreção de TGF-ß por certas células cancerosas são capazes

de suprimir a atividade de células imunes infiltrativas, ajudando o tumor a escapar da

vigilância do sistema imune no organismo (BLOBE; SCHEIMANN; LODISH, 2000;

KAMINSKA; WESOLOWKA; DANILKIEWICKS, 2005; MASSAGUÉ; BLAIN; LO,

2000; YU; STAMENKOVIC, 2002; OFT; HEIDER; BEUG, 1998). Segundo Dumont e

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Arteaga (2005), TGF-ß1 e TGF-ß2 são imunossupressores potentes, e elevados

níveis desses fatores secretados por tumores pode potencialmente inibir o efeito das

células imunes e favorecer a progressão do tumor.

Salo et al. (1991) observaram, em cultura de queratinócitos humanos, que TGF-

β1 aumenta a síntese de MMP-2 e MMP-9, facilitando a migração dos

queratinócitos da membrana basal para a região lesada, acelerando o processo de

cicatrização.

TGF-β1 e IL-6, produzidos em grandes quantidades por fibroblastos de

pacientes com fibromatose gengival hereditária, pomovem um aumento de colágeno

tipo I e reduzem a expressão de MMPs 1 e 2 nestas lesões (MARTELLI-JR et al.,

2003).

Segundo Ogawa et al. (2004), o TGF-β participa da modulação da resposta

inflamatória e outros processos biológicos através da sua regulação sobre a

produção de MMPs. Dumont e Arteaga (2005) revelam que a expressão de algumas

MMPs, incluindo a MMP-2 e a MMP-9, podem ser induzidas por TGF-β e que TGF-

β1 é capaz de induzir seletivamente a atividade da MMP-9 em tumores de próstata

de ratos metastáticos, implicando que a resposta induzida por essa isoforma pode

ser uma fase fundamental na progressão do tumor. Esses autores sugerem ainda

que as MMPs parecem participar da indução de neovascularização no tumor, e que

seu aumento pode ser um componente importante nos processos angiogênicos

mediados por TGF-β.

Yu e Stamenkovic (2002), Ogawa et al. (2004), e Kaminska, Wesolowka e

Danilkiewicks (2005) relatam que a MMP-9 é capaz de clivar TGF- β latente,

podendo participar de sua ativação. De acordo com Mott e Werb (2004), as MMPs -2

e -9, entre outras, atuam diretamente na ativação do TGF- β via clivagem do LAP.

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49

Além do mais, a proteólise do LTBP ou de outras moléculas ligadas a ele pode ser

uma dos fatores responsáveis pelo lançamento da molécula de TGF- β latente a

partir da MEC.

Takata et al. (2000) realizaram uma pesquisa com o intuito de verificar a

localização de TGF-β no ameloblastoma desmoplásico, para então discutir sua

participação na síntese ativa de matriz extracelular. Houve uma imunoexpressão

acentuada de TGF-β no ameloblastoma desmoplásico nas células periféricas e

centrais dos ninhos do tumor, especialmente em seus núcleos. A marcação de

fibroblastos em áreas densamente colagenizadas também foi observada. Não houve

marcação positiva para TGF-β em ameloblastomas do tipo folicular e plexiforme. Já

em lesões híbridas, esse fator de crescimento foi expresso intensamente na área

desmoplásica, mas não na área folicular do tumor. Através desses dados, os autores

lançaram a hipótese de que o TGF-β produzido por células tumorais participa

ativamente da proeminente formação de matriz, bem como da inibição das enzimas

que a degradam.

Com base em todos esses estudos acerca das MMPs e fatores de crescimento

e na interação de ambos para a progressão de tumores, Pinheiro et al. (2004)

elaboraram uma hipótese para explicar o crescimento do ameloblastoma. Assim,

esses autores especularam que a secreção de MMPs pelo ameloblastoma inicia um

processo de reabsorção óssea e solubilização da matriz. Então, há o lançamento de

fatores de crescimento e citocinas da matriz óssea degradada, e esses compostos

ficam disponíveis para as células do tumor localizadas próximo ao osso. As citocinas

e fatores de crescimento podem estimular a secreção de mais MMPs pelas células

do ameloblastoma. Além do mais, por serem mitógenos, os fatores de crescimento

podem promover um aumento na proliferação das células do ameloblastoma

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50

localizadas próximas ao osso. Como esta proliferação é estimulada casualmente, o

crescimento do ameloblastoma poderia ocorrer como cordões ramificando-se a partir

da porção central da neoplasia. Essas projeções poderiam penetrar profundamente

no osso, contribuindo para a invasividade local do ameloblastoma.

MMPs secretadasMMPs

Figura 2.2: Hipótese para invasividade local do ameloblastoma. Produção de MMPs pela neoplasia

(1), secreção das MMPs pelas células neoplásicas (2), liberação das citocinas pelo tecido ósseo

reabsorvido e conseqüente aumento do número de mitoses e produção de MMPs (3), crescimento

irregular em forma de projeções ou cordões que dificulta a remoção cirúrgica e ação sinérgica das

citocinas e MMPs mediando o crescimento e invasividade do ameloblastoma (4) (PINHEIRO et al,

2004).

OSSO NEOPLASIA OSSO NEOPLASIA

OSSO NEOPLASIA OSSO NEOPLASIA

Citocinas

Citocinas liberadas

Reabsorção óssea

21

MMPs

Mitose4

Crescimento em forma de projeções ou

3 em cordões Infiltrando o osso

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51

3 PROPOSIÇÃO

Espera-se demonstrar a expressão de MMPs 1, 2 e 9, TIMPs 1 e 2, fatores de

crescimento EGF, TGF-α, TGF-β e EGFR estudados no ameloblastoma utilizando

imunohistoquímica.

Objetivos específicos:

1- Verificar se há diferença significativa entre a imunorreatividade das

metaloprteinases 1, 2 e 9 nas células epiteliais e mesenquimais do

ameloblastoma.

2- Verificar se há diferença significativa entra a imunorreatividade dos

inibidores teciduais das MMPs nas células epiteliais e mesenquimais do

ameloblastoma.

3- Verificar se há diferença sinificativa entre a imunorreatividade dos fatores

de crescimento EGF, TGF-α, TGF-β e o receptor EGFR nas células

epiteliais e mesenquimais do ameloblastoma.

Objetivos gerais:

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52

4 MATERIAL E MÉTODOS

Este protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do

.1. MATERIAL

.1.1. Amostras de tecido

foram selecionadas nos arquivos do Departamento de

.1.2. Materiais de Laboratório

na;

Hospital Universitário João de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará

(Anexo- A).

4

4

As amostras estudadas

Anatomia Patológica do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do

Pará, do Laboratório Paulo Azevedo e do Serviço de Patologia do Hospital Ofir

Loyola, sendo composta por 13 (treze) blocos de parafina (correspondentes à

amostra de treze indivíduos) contendo fragmentos de tecido obtido através de

biópsia incisional, diagnosticados microscopicamente como ameloblastoma. Todas

as amostras consistiam em tumores primários, pertencentes à variante

sólida/multicística da neoplasia e, de acordo com o padrão histológico, essas

amostras foram divididas em 5 (cinco) foliculares, 3 (três) plexiformes, 3 (três) de

células granulares e 2 (dois) acantomatosos. Para materiais que tinham menos de 5

(cinco) anos de arquivados, o termo de consentimento livre e esclarecido foi obtido

mediante contato com o paciente.

4

• Micrótomo de parafi

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53

• Vidrarias de Laboratório (lâminas, lamínulas, tubos de ensaio, entre

• Micropipeta;

(Sigma Chemical Co. St. Louis, MO, USA);

TRIS (Dako Corporation, Carpinteria, CA, USA);

de amônia a 10%;

uímica: anti-MMP-1, anti-MMP-2, anti-

.A.;

o;

e terciário – LSAB (DAKO Corporation,

r;

us CH-30;

;

ão dos testes estatísticos.

outros);

• Organosilano

• BSA;

• Tampão

• Xilol;

• Etanol;

• Hidróxido

• Anticorpos para imunohistoq

MMP-9, anti-TIMP-1, anti-TIMP-2 (Neomarkers, Fremont, CA, USA),

anti-EGFR (Neomarkers, Fremont, CA, USA), anti-EGF (Santa Cruz

Biotechnology, Santa Cruz, CA, USA), anti-TGF-α (Neomarkers,

Fremont, CA, USA) e anti-TGF-β1 (Serotec Ltd, Oxford, UK).

Ácido cítrico;

• Álcool metílico P

• Peróxido de hidrogêni

• Anticorpos secundário

Carpinteria CA, EUA);

Diaminobenzidina;

• Hematoxilina de Maye

• Microscópio de luz Olymp

• Retículo milimetrado para microscópio

• Contadores de células;

• Computador para aplicaç

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• EDTA – sal dissódico (INLAB)

• Tris 99% (INLAB)

• Tween 20 (INLAB)

.2. MÉTODOS

.2.1. Tratamento das Amostras

m formol tamponado a 10%, desidratadas em

realizados cortes seriados nos blocos de parafina com 3 micrômetros

.2.2. Histopatologia

hematoxilina-eosina foi realizada para confirmação do

drões

4

4

As amostras foram fixadas e

concentrações crescentes de etanol, diafanizadas em xilol e emblocadas em

parafina.

Foram

(µm) de espessura. Para a técnica de imunohistoquímica, os cortes foram colhidos

em lâminas tratadas com organosilano (3-aminopropil-triethosilano, Sigma Chemical

Co. St. Louis, MO, USA), permitindo sua fixação e evitando a perda de material

durante as etapas do experimento.

4

Coloração com

diagnóstico de ameloblastoma e definição dos padrões histológicos do tumor.

As amostras de ameloblastoma utilizadas para a análise incluíam os pa

histológicos folicular (5), plexiforme (3), de células granulares (3) e acantomatoso (2)

do ameloblastoma sólido/multicístico.

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55

4.2.3. Imunohistoquímica

a mamário (2 blocos) foram usadas como controle

:

MMP-9 (Neomarkers, Fremont, CA, USA ),

TIMP-1(Neomarkers, Fremont, CA, USA ),

TIMP-2 (Neomarkers, Fremont, CA, USA ),

EGFR (Neomarkers, Fremont, CA, USA),

izada foi a da imunoperoxidase (HSU;

de:

(por 15 minutos);

ante 10 minutos;

ndas por 15 minutos, divididos em 3 ciclos

comendado pelo fabricante);

Amostras de carcinom

positivo. Substituição do anticorpo primário por BSA e soro fetal bovino em tampão

TRIS foi utilizado como controle negativo.

Foram empregados anticorpos contra

MMP-1(Neomarkers, Fremont, CA, USA ),

MMP-2 (Neomarkers, Fremont, CA, USA ),

EGF (Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA, USA),

TGF-α (Neomarkers, Fremont, CA, USA) e

TGF-β1 (Serotec Ltd, Oxford, UK).

A técnica de imunohistoquímica real

RAINE; FANGER, 1981), consistindo

a. Desparafinização dos cortes em xilol em duas etapas: a 60º C (por 15

minutos) e a temperatura ambiente

b. Reidratação em série com concentrações descendentes de etanol (a 80%, a

70% e a 50%);

c. Remoção de pigmento formólico utilizando-se hidróxido de amônio a 10% em

etanol a 95º, dur

d. Recuperação antigênica:

-usando-se ácido cítrico em microo

de 5 minutos cada um (quando re

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56

- usando-se EDTA, Tris 99% e Tween 20 (INLAB) em panela de pressão por 3

minutos após fervura;

e. Bloqueio da peroxidase endógena com álcool metílico P.A. e peróxido de

hidrogênio por 30 minutos, proporção 1:1, realizando-se duas trocas;

anti-MMP-1 (Neomarkers, Fremont, CA, USA - diluição 1:50),

ição 1:50),

O Corporation

otina;

j.

r Scientic, Fair Law, NJ, USA).

f. Eliminação de anticorpos inespecíficos, aplicando-se BSA e soro fetal bovino

por 1 h;

g. Incubação dos seguintes anticorpos primários durante 1 hora:

anti-MMP-2 (Neomarkers, Fremont, CA, USA - diluição 1:50),

anti-MMP-9 (Neomarkers, Fremont, CA, USA - diluição 1:100),

anti-TIMP-1 (Neomarkers, Fremont, CA, USA - diluição 1:50),

anti-TIMP-2 (Neomarkers, Fremont, CA, USA - diuição 1:50),

anti-EGFR (Neomarkers, Fremont, CA, USA – diluição 1:50),

anti-EGF (Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA, USA - dilu

anti-TGF-α (Neomarkers, Fremont, CA, USA - diluição 1:50) e

anti-TGF-β1 (Serotec Ltd, Oxford, UK - diluição 1:50).

h. Incubação de anticorpos secundário e terciário (LSAB, DAK

Carpinteria CA, USA) para o método estreptoavidina bi

i. Revelação com diaminobenzidina;

Contra-coloração com hematoxilina de Mayer;

k. Desidratação e diafanizanização;

l. Montagem das lâminas em PermountTM (Fische

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57

4.2.4. Análise dos Resultados

A imunolocalização das MMPs, das TIMPs, do receptor e dos fatores de

las foram consideradas

crescimento estudados foi quantitativamente analisada. Célu

positivas quando houve marcação, independente da intensidade da mesma. Os

cortes foram avaliados através de microscopia de luz (microscópio Olympus CH-30),

em um aumento de 400x, utilizando-se retículo milimetrado para microscópio. Esta

análise foi feita em várias etapas, por dois examinadores calibrados. Tanto o epitélio

odontogênico quanto o estroma que compõem o ameloblastoma foram avaliados.

Para cada um desses tecidos, 1.000 (mil) células, divididas em 5 (cinco) campos

contendo 200 (duzentas) células cada, foram observadas, totalizando 2.000 (duas

mil) células por lâmina. A análise quantitativa para a expressão de MMP-1, MMP-2,

MMP-9, TIMP-1, TIPM-2, EGFR, EGF, TGF-α e TGF-ß1 foi realizada utilizando-se o

índice de positividade (IP), calculado pelo número de células positivas para o

anticorpo testado, dividido por 1000 células contadas para cada tecido estudado

(epitélio odontogênico e estroma) e multiplicado por 100:

IP= nº de células positivas x 100

1000

Desse modo, para cada corte, obteve-se um IP para células epiteliais tumorais

troma (IPest).

uição . Optou-se então por aplicar o

(IPepit) e outro para células do es

Através do teste estatístico D´Agostino, foi observado que os IPs obtidos não

apresentavam normalidade na curva de distrib

teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, para verificar se havia diferença de

imunorreação entre os anticorpos testados. Essa diferença foi considerada

estatisticamente significantemente quando o valor p encontrado foi menor que 0,05.

Para os testes estatísticos foi utilizado o programa BIOESTAT 3.0.

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58

5 RESULTADOS

O

As amostras de ameloblastoma utilizadas para a análise incluíam os padrões

xiforme (3), de células granulares (3) e acantomatoso (2)

olunares alongadas, hipercromáticas e com

em longos cordões de epitélio que se

das

sentam citoplasma abundante com grânulos

eosinofílicos (Figura 5.1 D).

mostras de carcinoma mamário foram usadas como controle positivo (Figura

do como controle negativo. (Figura 5.2 B).

5.1. HISTOPATOLÓGIC

histológicos folicular (5), ple

do ameloblastoma sólido/multicístico.

As amostras de ameloblastoma folicular apresentavam ilhas de epitélio

odontogênico formadas por células c

polarização nuclear invertida, em estroma composto por tecido conjuntivo maduro.

As ilhas possuíam uma área central constituídas por células dispostas frouxamente,

similar ao retículo estrelado (Figura 5.1 A).

O padrão plexiforme foi caracterizado pela presença de células colunares com

polarização invertida do núcleo organizadas

anastomosavam e formavam plexos no estroma de sustentação (Figura 5.1 B).

O padrão acantomatoso foi representado por extensa metaplasia escamosa,

por vezes envolvendo formação de ceratina nas porções centrais das ilhas forma

por células neoplásicas (Figura 5.1 C).

No padrão de células granulares, foi observada a presença de ilhas formadas

por células redondas ou ovais, que apre

5.2. IMUNOHISTOQUÍMICA

A

5.2 A).

Substituição do anticorpo primário por BSA e soro fetal bovino em tampão TRIS

foi utiliza

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As células neoplásicas e do estroma positivas para as moléculas estudadas,

obtiveram padrão de marcação granular dentro do citoplasma, ora condensadas

padrões histológicos folicular (Figura 5.3 A) e acantomatoso (Figura 5.3

C), marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares,

especialmente no pólo celular voltado para membrana basal, e nas células centrais

das ilhas de tumor.

No padrão plexiforme (Figura 5.3 B), a marcação encontrada nas células

neoplásicas foi predominantemente citoplasmática.

No padrão de células granulares (Figura 5.3 D), foi evidenciada marcação

bém apresentaram marcação

5.4 A) marcação citoplasmática foi

bservada em algumas células neoplásicas colunares, especialmente no pólo celular

embrana basal, e também em algumas células centrais das ilhas de

no citoplasma das células epiteliais que formavam os plexos característicos dessa

focalmente, ora apresentando distribuição difusa. Em alguns casos, houve também

marcação na membrana plasmática.

5.2.1 MMP-1

Nos

granular citoplasmática nas células granulares.

Em todos os padrões, as células do estroma tam

granular citoplasmática (Figura 5.3 – setas).

5.2.2 MMP-2

No padrão histológico folicular (Figura

o

voltado para m

tumor.

No padrão plexiforme (Figura 5.4 B), a marcação encontrada foi predominante

variante.

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60

A variante acantomatosa (Figura 5.4 C), apresentou marcação em suas

porções ceratinizadas.

No padrão de células granulares (Figura 5.4 D), foi evidenciada marcação

es, as células do estroma também apresentaram marcação

a 5.5 A) e acantomatoso (Figura 5.5

), marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares,

no pólo celular voltado para membrana basal, e nas células centrais

riante.

p

lulas do estroma também apresentaram marcação

e acantomatoso (Figura 5.6

C), marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares,

granular citoplasmática.

Em todos os padrõ

granular citoplasmática (Figura 5.4 – setas).

5.2.3 MMP-9

Nos padrões histológicos folicular (Figur

C

especialmente

das ilhas de tumor. A variante acantomatosa apresentou ainda marcação em suas

porções ceratinizadas.

No padrão plexiforme (Figura 5.5 B), a marcação encontrada foi

predominantemente citoplasmática nas células epitelias que formavam os plexos

característicos dessa va

No adrão de células granulares (Figura 5.5 D), foi evidenciada marcação

granular citoplasmática em várias células.

Em todos os padrões, as cé

granular citoplasmática (Figura 5.5 – setas).

5.2.4 TIMP-1

Nos padrões histológicos folicular (Figura 5.6 A)

especialmente no pólo celular voltado para membrana basal, e nas células centrais

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das ilhas de tumor. A variante acantomatosa apresentou uma discreta marcação em

suas porções ceratinizadas.

No padrão plexiforme (Figura 5.6 B), a marcação citoplasmática foi encontrada

nas células epiteliais que formavam os plexos característicos dessa variante.

No padrão de células granulares (Figura 5.6 D), foi evidenciada marcação

ação

a 5.7 A) e acantomatoso (Figura 5.7

), marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares,

no pólo celular voltado para membrana basal, e nas células centrais

lulas granulares (Figura 5.7 D), foi observada intensa

am marcação

Nos padrões histológicos folicular e acantomatoso (Figura 5.8

, marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares,

granular citoplasmática em poucas células.

Em todos os padrões, as células do estroma também apresentaram marc

granular citoplasmática (Figura 5.6 – setas).

5.2.5 TIMP-2

Nos padrões histológicos folicular (Figur

C

especialmente

das ilhas de tumor. A variante acantomatosa apresentou ainda marcação em suas

porções ceratinizadas.

No padrão plexiforme (Figura 5.7 B), a marcação encontrada nos cordões de

células epiteliais neoplásicas foi predominantemente citoplasmática.

No padrão de cé

marcação granular citoplasmática nas células granulares.

Em todos os padrões, as células do estroma também apresentar

granular citoplasmática (Figura 5.7 – setas).

5.2.6 EGFR

(Figura 5.8 A)

C)

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especialmente no pólo celular voltado para membrana basal, e nas células centrais

lasmática também foi notada.

granular citoplasmática (Figura 5.8 – setas).

, plexiforme (Figura 5.9 B) e

(Figura 5.9 C), marcação citoplasmática foi observada

rimordialmente no pólo voltado para a membrana basal das células neoplásicas

no citoplasma das células poliédricas que lembram o retículo estrelado

igura 5.9 - setas).

das ilhas de tumor. A variante acantomatosa apresentou ainda marcação em suas

porções ceratinizadas.

No padrão plexiforme (Figura 5.8 B), a marcação encontrada foi predominante

na membrana das células epiteliais que formavam os plexos característicos dessa

variante. Marcação citop

No padrão de células granulares (Figura 5.8 D), foi evidenciada marcação

granular citoplasmática em poucas células.

Em todos os padrões, as células do estroma também apresentaram marcação

5.2.7 EGF

Nos padrões histológicos folicular (Figura 5.9 A)

acantomatoso

p

colunares e

do órgão do esmalte. As porções ceratinizadas, no caso da variante acantomatosa,

também apresentaram marcação.

No padrão de células granulares (Figura 5.9 D), marcação granular

citoplasmática foi bastante evidente.

Em todos os padrões, as células do estroma também apresentaram alguma

marcação granular citoplasmática (F

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5.2.8 TGF-α

Nos padrões histológicos folicular (Figura 5.10 A) e acantomatoso (Figura 5.10

), marcação citoplasmática perinuclear foi notada nas células neoplásicas

olunares e no citoplasma das células poliédricas que lembram o retículo estrelado

esmalte. As porções ceratinizadas, no caso do ameloblastoma

acantomatoso, também exibiram marcação.

ra 5.10 D), foi evidenciada marcação

células do estroma também exibiram marcação

nas células neoplásicas colunares.

s células centrais das ilhas e as porções ceratinizadas, no caso do ameloblastoma

também exibiram marcação.

lulas.

C

c

do órgão do

No padrão plexiforme (Figura 5.10 B), a marcação encontrada foi predominante

citoplasmática perinuclear nas células epitelias que formavam os plexos

característicos dessa variante.

No padrão de células granulares (Figu

perinuclear nas células limitantes das ilhas tumorais, e marcação granular

citoplasmática variando de intensa a discreta em algumas células granulares.

Em todos os padrões, as

granular citoplasmática. (Figura 5.10 - setas).

5.2.9 TGF-ß1

Nos padrões histológicos folicular (Figura 5.11 A) e acantomatoso (Figura 5.11

C), marcação citoplasmática granular foi notada

A

acantomatoso,

No padrão plexiforme (Figura 5.11 B), marcação citoplasmática das células

colunares quase não foi observada.

No padrão de células granulares (Figura 5.11 D), marcação granular

citoplasmática foi observadas em algumas cé

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Em todos os padrões, as células do estroma também exibiram marcação

granular citoplasmática. (Figura 5.11 - setas).

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65

Figura 5.1 – Cortes histológicos corados em hematoxilina e eosina (HE), exibindo os padrões

morfológicos do ameloblastoma utilizados nesse estudo: folicular (A), plexiforme (B), acatomatoso (C)

ulas granulares (D).

FIGURA-5.1

e de cél

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66

C

A

B

D

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67

Figura 5.2 – Amostra de carcinoma mamário utilizada como controle positivo (A). Substituição do

nticorpo primário por BSA e soro fetal bovino em tampão TRIS utilizado como controle negativo (B)

FIGURA-5.2

a

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68

B

A

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69

Figura 5.3 - Padrões de expressão imunohistoquímica de MMP-1 no ameloblastoma. Observou-se

arcação citoplasmática nas células neoplásicas colunares, especialmente no pólo celular voltado

ara membrana basal, nos padrões histológicos folicular (A) e acantomatoso (C). No padrão

plexiforme (B), a marcação encontrada nas células neoplásicas foi citoplasmática. No padrão de

as granulares (D), houve marcação granular citoplasmática nas células granulares. As setas

m

p

célul

indicam células do estroma que apresentaram marcação.

FIGURA-5.3

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igura 5.4 - Padrões de expressão imunohistoquímica de MMP-2. No padrão histológico folicular (A)

arcação citoplasmática foi observada em algumas células neoplásicas colunares e também em

lgumas células centrais das ilhas de tumor. A marcação encontrada no padrão plexiforme (B), foi

predominante no citoplasma das células epiteliais. A variante acantomatosa (C), apresentou

marcação em suas porções ceratinizadas. No padrão de células granulares (D), foi evidenciada

marcação granular citoplasmática. As setas indicam células do estroma que apresentaram marcação.

F

m

a

FIGURA-5.4

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Figura 5.5 - Padrões de expressão imunohistoquímica de MMP-9. Nos padrões histológicos folicular

(A) e acantomatoso (C), marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares e

nas células centrais das ilhas de tumor. A variante acantomatosa apresentou ainda marcação em

suas porções ceratinizadas. A marcação encontrada no padrão plexiforme (B), foi

predominantemente citoplasmática nas células epitelias que formavam os plexos característicos

dessa variante. No padrão de células granulares (D), foi evidenciada marcação granular

citoplasmática em várias células. As setas indicam células do estroma que apresentaram marcação.

FIGURA-5.5

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Figura 5.6 - Padrões de expressão imunohistoquímica de TIMP-1. Verificou-se marcação

citoplasmática nas células neoplásicas colunares e nas células centrais das ilhas de tumor, nos

padrões folicular (A) e acantomatoso (C). A variante acantomatosa apresentou uma discreta

marcação em suas porções ceratinizadas. No padrão plexiforme (B), a marcação citoplasmática foi

encontrada nas células epiteliais que formavam os plexos característicos dessa variante. Foi

evidenciada marcação granular citoplasmática em poucas células, no padrão de células granulares

(D). As setas indicam células do estroma que apresentaram marcação.

FIGURA-5.6

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Figura 5.7 - Padrões de expressão imunohistoquímica de TIMP-2. Nos padrões folicular (A) e

acantomatoso (C), marcação citoplasmática foi observada nas células neoplásicas colunares,

especialmente no pólo celular voltado para membrana basal, e nas células centrais das ilhas de

tumor. A variante acantomatosa apresentou ainda marcação em suas porções ceratinizadas. No

padrão plexiforme (B), a marcação encontrada nos cordões de células epiteiais neoplásicas foi

predominantemente citoplasmática. No padrão de células granulares (D), foi observada intensa

marcação granular citoplasmática nas células granulares. As setas indicam células do estroma que

apresentaram marcação.

FIGURA-5.7

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Figura 5.8 – Padrões de expressão imunohistoquímica do receptor EGFR no ameloblastoma.

Observou-se marcação no pólo basal das células neoplásicas e das células centrais das ilhas de

tumor, nas variantes folicular (A), e acantomatosa (C), sendo que esta ultima apresentou também

imunorreação em suas porções ceratinizadas. No padrão plexiforme (B), a marcação encontrada foi

na membrana das células neoplásicas. Já no de células granulares (D), foi notada imunorreação

granular citoplasmática em algumas células. As setas indicam células do estroma que apresentaram

marcação.

FIGURA-5.8

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Figura 5.9 – Padrões de expressão imunohistoquímica do EGF no ameloblastoma. Verificou-se

imunorreação citoplasmática no pólo basal das células neoplásicas colunares e nas células

poliédricas que lembram o retículo estrelado do órgão do esmalte, nas variantes folicular (A),

plexiforme (B) e acantomatosa (C). Já na variante de células granulares (D), observou-se marcação

granular citoplasmática. As setas indicam células do estroma que apresentaram imunorreação.

FIGURA-5.9

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Figura 5.10 – Padrões de expressão imunohistoquímica do TGF-α no ameloblastoma. Nas variantes

folicular (A) e acantomatosa (C), notou-se marcação citoplasmática perinuclear das células

neoplásicas colunares e das células poliédricas que lembram o retículo estrelado do órgão do

esmalte. As porções ceratinizadas do padrão acantomatoso também apresentaram imunorreação. Na

variante plexiforme (B), a marcação das células neoplásicas foi predominantemente citoplasmática.

Já no padrão de células granulares (D), evidenciou-se imunorreação perinuclear nas células

limitantes das ilhas tumorais, e marcação granular citoplasmática variando de intensa a discreta em

algumas células granulares. As setas indicam células do estroma que apresentaram imunorreação.

FIGURA-5.10

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Figura 5.11 – Padrões de expressão imunohistoquímica do TGF-β1 no ameloblastoma. Nas

variantes folicular (A) e acantomatosa (C), foi observada marcação citoplasmática granular nas

células neoplásicas colunares, nas células centrais das ilhas de tumor, e nas porções ceratinizadas

(no caso do padrão acantomatoso). Na variante plexiforme (B), imunorreação granular citoplasmática

foi notada em algumas células neoplásicas. Já no padrão de células granulares (D), houve marcação

granular citoplasmática em poucas células. As setas indicam células do estroma que apresentaram

imunorreação.

FIGURA-5.11

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5.3. ÍNDICE DE POSITIVIDADE NAS MMPs

5.3.1. Índice de Positividade nas células neoplásicas

A distribuição do índice de positividade no epitélio odontogênico do

ameloblastoma (IPepit) está demonstrada no gráfico abaixo:

Gráfico 5.1: Distribuição dos valores de IPepit encontrados para MMP-1, MMP-2 E MMP-9.

O IPepit apresentou as seguintes medianas (Md) para as MMPs estudadas:

Tabela 5.1: Valores das medianas dos Índices de Positividade do Epitélio (IPepit) para as MMPs

MMP IPepit(Md) MMP-1 94.4MMP-2 52.0MMP-9 97.0

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Através do teste de Kruskal-Wallis, foi feita uma comparação entre os IPepit de

todas as MMPs estudadas.

Levando-se em consideração apenas os resultados estatisticamente

significantes, verificou-se que a diferença entre o IPepit da MMP-2 e o IPepit da MMP-9

foi significativa (p<0,05). Em outras palavras, a MMP-9 está expressa em maior

número de células neoplásicas do que a MMP-2.

5.3.2 Índice de Positividade (IP) nas células do estroma

A distribuição do índice de positividade estroma (IPest) está demonstrada no

gráfico a seguir:

Gráfico 5.2: Distribuição dos valores de IPest encontrados para MMP-1, MMP-2 E MMP-9.

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O IPest apresentou os seguintes valores medianos para as MMPs estudadas:

Tabela 5.2: Valores das medianas dos Índices de Positividade do Estroma (IPest) para as MMPs

MMP IPest(Md) MMP-1 59.9MMP-2 9.7MMP-9 94.4

Através do teste de Kruskal-Wallis, foi feita uma comparação entre os IPest das

MMPs estudadas.

Levando-se em consideração apenas os resultados estatisticamente

significantes, verificou-se que a diferença entre o IPest da MMP-2 e o IPest da MMP-9

foi significativa (p<0,05). Em outras palavras, a MMP-9 está expressa em maior

número de células do estroma do que a MMP-2.

Utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis, não foi verificada diferença

estatisticamente significante entre o IPepit e o IPest para uma mesma MMP.

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5.4. ÍNDICE DE POSITIVIDADE NAS TIMPs

5.4.1. Índice de Positividade nas células neoplásicas

A distribuição do índice de positividade no epitélio odontogênico do

ameloblastoma (IPepit) está demonstrada no gráfico abaixo:

Gráfico 5.3: Distribuição dos valores de IPepit encontrados para TIMP-1 e TIMP-2.

O IPepit apresentou as seguintes medianas (Md) para as TIMPs estudadas:

Tabela 5.3: Valores das medianas dos Índices de Positividade do Epitélio (IPepit) para as TIMPs.

TIMP IPepit(Md) TIMP-1 46.3TIMP-2 96.7

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Através do teste de Kruskal-Wallis, foi feita uma comparação entre os IPepit das

TIMPs estudadas. Verificou-se que a diferença entre o IPepit da TIMP-1 e o IPepit da

TIMP-2 foi estatisticamente significante (p<0,05). Em outras palavras, a TIMP-2 está

expressa em maior número de células neoplásicas do que a TIMP-1.

5.4.2 Índice de Positividade (IP) nas células do estroma

A distribuição do índice de positividade estroma (IPest) está demonstrada no

gráfico a seguir:

Gráfico 5.4: Distribuição dos valores de IPest encontrados para TIMP-1 e TIMP-2.

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O IPest apresentou os seguintes valores medianos para as TIMPs estudadas:

Tabela 5.4: Valores das medianas dos Índices de Positividade do Estroma (IPest) para as TIMPs

TIMP IPest (Md) TIMP-1 10.9TIMP-2 91.5

Através do teste de Kruskal-Wallis, foi feita uma comparação entre os IPest das

TIMPs estudadas. Observou-se que a diferença entre o IPest da TIMP-1 e o IPest da

TIMP-2 foi estatisticamente significante (p<0,05). Em outras palavras, a TIMP-2 está

expressa em maior número de células do estroma do que a TIMP-1.

Utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis, não foi verificada diferença

estatisticamente significante entre o IPepit e o IPest para uma mesma TIMP.

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5.5.ÍNDICE DE POSITIVIDADE NOS FATORES DE CRESCIMENTO E RECEPTOR

5.5.1. Ìndice de Positividade (IP) nas células neoplásicas

A distribuição do índice de positividade no epitélio odontogênico do

ameloblastoma (IPepit) está demonstrada no gráfico abaixo:

Gráfico 5.5: Distribuição dos valores de IPepit encontrados para EGF, EGFR, TGFα- e TGF-β1 .

O IPepit apresentou as seguintes medianas (Md) para o receptor e fatores de

crescimento estudados:

Tabela 5.5: Valores das medianas dos Índices de Positividade do Epitélio (IPepit)

Fator de Crescimento/

Receptor IPepit(Md)

EGFR 75.4 EGF 98.6 TGF-α 87.4 TGF-ß1 16.3

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Através do teste de Kruskal-Wallis, foi feita uma comparação entre os IPepit de

todas as moléculas estudadas.

Levando-se em consideração apenas os resultados estatisticamente

significantes, verificou-se que a diferença entre o IPepit do EGFR e o IPepit do EGF foi

significativa (p<0,05). Em outras palavras, a expressão de EGF nas células

neoplásicas do tumor é significativamente maior que a expressão de seu receptor.

A diferença entre o IPepit do EGF e o IPepit do TGF-ß1 também foi

estatisticamente significante (p<0,05). Ou seja, a expressão de TGF-ß1 é

significativamente menor do que a de EGF.

Observou-se ainda que a diferença entre o IPepit do TGF-α e o IPepit do TGF-ß1

é estatisticamente significante (p<0,05). Ou seja, a expressão de TGF-ß1 é

significativamente menor do que a de TGF-α.

5.5.2 Índice de Positividade (IP) nas células do estroma

A distribuição do índice de positividade estroma (IPest) está demonstrada no

gráfico a seguir:

Gráfico 5.6: Distribuição dos valores de IPest encontrados para EGF, EGFR, TGFα- e TGF-β1.

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O IPest apresentou os seguintes valores medianos para o receptor e fatores de

crescimento estudados:

Tabela 5.6: Valores das medianas dos Índices de Positividade do Estroma (IPest)

Fator de Crescimento/

Receptor IPest (Md)

EGFR 18.0 EGF 79.8 TGF-α 67.8 TGF-ß1 20.1

Através do teste de Kruskal-Wallis, foi feita uma comparação entre os IPest de

todas as moléculas estudadas.

Levando-se em consideração os resultados estatisticamente significantes,

verificou-se que a diferença entre o IPest do EGF e o IPest do TGF-ß1 foi significativa

(p<0,05). Em outras palavras, a expressão de EGF nas células do estroma é

significativamente maior que a expressão de TGF-ß1.

Utilizando-se o teste de Kruskal-Wallis, não foi verificada diferença

estatisticamente significante entre o IPepit e o IPest para um mesmo fator de

crescimento.

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6 DISCUSSÃO

O conhecimento dos mecanismos de ação dos fatores de crescimento, bem

como de suas interações com as metaloproteinases da matriz e seus inibidores

teciduais, é importante para a compreensão não só da manutenção da homeostase

e regeneração tecidual, mas, principalmente, da progressão de processos

patológicos.

Os resultados desta pesquisa demonstraram que todas as amostras teciduais

de ameloblastoma analisadas apresentaram imunorreatividade aos anticorpos contra

MMP-1, MMP-2, MMP-9, TIMP-1, TIMP-2, EGFR, EGF, TGF-α e TGF-ß1.

Tomando-se como base o número de células neoplásicas e do estroma

marcadas pelos anticorpos (expresso pelos valores IPepit e IPest), pode-se notar que

a quantidade de células marcadas foi diferente para cada uma das moléculas

estudadas.

Entre as MMPs e TIMPs, a que apresentou maiores índices de positividade foi

MMP-9 (IPepit= 97.0 e IPest= 94.4 ), seguida por TIMP-2 (IPepit= 96.7 e IPest= 91.5),

MMP-1(IPepit= 94.4 e IPest= 59.9), MMP-2 (IPepit= 52.0 e IPest= 9.7 ) e TIMP-1

(IPepit= 46.3 e IPest= 10.9) .

Esses resultados vão ao encontro dos obtidos por Kumamoto et al. (2003) e

Pinheiro et al. (2004), os quais demonstraram a presença de MMPs 1, 2 e 9 no

ameloblastoma.

Porém, os resultados da pesquisa de Kumamoto et al. (2003) mostraram que,

na maioria dos casos, a imunorreação das MMPs foi especialmente proeminente no

estroma ao redor das ilhas ou ninhos celulares do ameloblastoma. Além do mais,

verificou-se que a expressão de MMP-1, apesar de detectada nas células do

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estroma, não foi detectada nas células do tumor, denotando que as células do

estroma têm uma grande participação na progressão do ameloblastoma. As MMP-2

e 9 também foram detectados nas células do estroma, mas foram fracamente

detectados nas células periféricas colunares ou cuboidais do tumor. O que difere dos

achados deste trabalho, onde foi observada a marcação tanto em células

neoplásicas quanto em estroma.

Já Pinheiro et al. (2004), além de verificarem presença de MMPs 1, 2 e 9 em

ameloblastomas, no epitélio e no estroma neoplásico, demonstraram que as

mesmas encontravam-se em suas formas lantente e ativa, sugerindo o envolvimento

das MMPs na proliferação celular e invasão do ameloblastoma. Nossos achados, em

imunohistoquímica, condizem com esses e colaboram no sentido de quantificar a

imunoexpressão dessas moléculas, através de contagem de células e aplicação de

testes estatísticos.

Estudos que sugerem que a invasividade de células normais e tumorais, pode

estar associada com a expressão elevada de MMPs e/ou expressão diminuída de

TIMPs (Lyons et al.,1993), nos levou a estudar também a imunoexpressão destas

últimas. Uma expressão significante de TIMP-2 nos leva a crer que é necessária a

preservação, em parte, da MEC para que possa haver migração celular, este um

fator importante na invasividade tumoral. Por outro lado, a maior expressão dessa

molécula pode significar uma maior inibição das MMPs resultando no

comportamento biológico benigno do ameloblastoma.

O EGF foi o fator de crescimento que apresentou os maiores índices de

positividade (IPepit= 98.6 e IPest= 79.8), seguido pelo TGF-α ( IPepit= 87.4 e

IPest= 67.8), EGFR (IPepit= 75.4 e IPest= 18.0) e TGF-ß1 (IPepit= 16.3 e IPest= 20.1).

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Em relação ao receptor EGFR, os achados desta pesquisa são compatíveis

com os de Ueno et al. (1994) e Vered, Shohat e Buchner (2003), pois esses autores

também comprovaram, através de estudos imunohistoquímicos, que o EGFR está

presente no ameloblastoma. Ambos os trabalhos detectaram a localização

predominante desse receptor no pólo basal das células neoplásicas. Ueno et al.

(1994) destacam ainda que a imunorreação ao anti-EGFR era particularmente mais

proeminente nas áreas centrais do tumor, especialmente quando essas

apresentavam metaplasia escamosa (o que ocorre no padrão histológico

acantomatoso), bem como o estroma também apresentou marcação,o que condiz

com os achados obtidos neste estudo.

No entanto, Shrestra et al. (1992), realizando um estudo imunohistoquímico

para verificar a presença de EGFR no ameloblastoma, não encontraram expressão

desse receptor. As diferenças de resultados entre as pesquisas podem ter ocorrido

devido a discrepâncias na técnica imunohistoquímica empregada, como diferentes

métodos de recuperação antigênica, uso de marcas e concentrações diferentes do

anticorpo, tempos de incubação diferentes, entre outros fatores. Esses autores

afirmaram ainda que o ameloblastoma poderia ter perdido sua dependência em

relação a esse receptor para crescer, o que não nos parece plausível, já que

acreditamos que a interação desse receptor com seus ligantes possa desempenhar

um papel importante no crescimento do tumor.

A expressão de EGF, um dos componentes da família de ligantes do EGFR,

também foi estudada no ameloblastoma por Ueno et al. (1994), os quais observaram

que a distribuição desse fator de crescimento através das células do tumor foi

semelhante à do EGFR, corroborando os resultados deste estudo. Esses autores

também observaram que as células do padrão plexiforme raramente apresentavam

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imunoexpressão de EGF, fato que não foi verificado neste trabalho, uma vez que as

células desse padrão histológico apresentaram marcação freqüente.

Existe apenas um estudo na literatura a respeito da presença de TGF-ß no

ameloblastoma. Takata et al. (2000) verificaram uma imunoexpressão acentuada de

TGF-β1 e ß2 no ameloblastoma desmoplásico. Dentre as amostras de tecido

estudadas nesta pesquisa, não havia nenhum caso de ameloblastoma

desmoplásico, o que dificulta uma análise comparativa entre os dois trabalhos. Os

autores comentam também que não houve marcação positiva para TGF-β em

ameloblastomas do tipo folicular e plexiforme, e que em lesões híbridas, o TGF-ß só

foi expresso intensamente na área desmoplásica, mas não na área folicular do

tumor. Contradizendo esses resultados, verificamos imunoexpressão, embora

discreta, de TGF-ß1 em todos os padrões histológicos por nós avaliados. Essa

diferença de resultado pode ter ocorrido por diferenças nas técnicas laboratoriais de

imunohistoquímica.

Até a presente data, nenhum estudo acerca da expressão de TGF-α no

ameloblastoma foi conduzido. Por isso, acreditamos ter descoberto um possível fator

atuante no processo de invasividade do ameloblastoma.

Diversos trabalhos já foram realizados com o intuito de esclarecer os

mecanismos que permeiam a invasividade do ameloblastoma. Depois que autores

como Rosa, Jaeger e Jaeger (1997) verificaram que apenas metade das células do

ameloblastoma estão em estado proliferativo, a mitogênese não pode ser

considerada como o único fator responsável pela agressividade da neoplasia. Na

busca pela elucidação desse mecanismo, moléculas como a IL-1, (PRIPATNANONT

et al., 1998), TNF-α, RANKL (SANDRA et al., 2005), que poderiam conferir uma

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maior capacidade osteolítica à lesão, e a laminina-5 (SALO et al.,1999) foram

estudadas no ameloblastoma.

Atualmente, grande parte dos estudos acerca do potencial invasivo do

ameloblastoma está sendo direcionada para a interação da neoplasia com as

moléculas que compõem a MEC. De acordo com Mott e Werb (2004) e Schenk e

Quaranta (2003), a MEC atua como reservatório de citocinas e fatores de

crescimento, e a proteólise, um dos principais eventos promotor de mudanças da

matriz, pode lançar esses fatores e disponibilizá-los para as células.

As MMPs são as grandes responsáveis pelo processo de degradação da matriz

e promovem a remodelação da MEC. Lyons et al. (1993), sugerem que a

invasividade tanto de células normais quanto tumorais está associada com a

expressão elevada de MMPs e/ou expressão diminuída de seus inibidores. Desse

modo, a indução de MMPs seria capaz de conceder agressividade a tumores em

desenvolvimento.

Após verificar que uma grande parte das células do ameloblastoma permanece

em intérfase, ou seja, em intensa atividade de síntese protéica, Rosa, Jaeger e

Jaerger (1997) supuseram que os produtos dessa síntese poderiam de alguma

forma participar do crescimento do tumor. As MMPs poderiam figurar entre as

proteínas produzidas nesta fase e o ameloblastoma, como uma neoplasia

potencialmente invasiva, poderia utilizar-se de suas propriedades para promover sua

auto-disseminação. Com a comprovação da imunoexpressão das MMPs -1, -2 e -9

no ameloblastoma (KUMAMOTO et al., 2003; PINHEIRO et al., 2004), essa hipótese

torna-se bastante aceitável.

Nagase e Woessner (1999) relatam que as MMPs participam da disseminação

de células cancerígenas através do colapso da MEC, e criam um ambiente que

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suporta a iniciação e manutenção do crescimento de tumores primários e

metastáticos.

Conforme Yu e Stamenkovic (2002) a remodelação tecidual associada ao tumor

está baseada em uma complexa relação entre pelo menos três classes de

moléculas: receptores de adesão, MMPs, citocinas e fatores de crescimento. Em

outras palavras, a regulação coordenada de metaloproteinases e seus inibidores

governa a clivagem, lançamento de muitos fatores de crescimento importantes e de

receptores de superfície celular. E os fatores de crescimento, por sua vez, controlam

a expressão das MMPs.

Levando em consideração que as MMPs e fatores de crescimento estão

intimamente ligados, e que esses fatores também modulam importantes funções

tanto em células normais quanto neoplásicas, passamos a considerá-los como

peças importantes no complexo mecanismo de invasividade do ameloblastoma.

O receptor EGFR, por exemplo, apresenta uma interessante correlação com a

MMP-2 que, ao clivar a laminina-5, promove a liberação do Domínio III da corrente

γ2 da molécula (DIII), capaz de ativar eventos inerentes à sua sinalização, como a

motilidade celular. Por sua vez, a ativação de EGFR pelo DIII estimula a expressão

do gene que codifica a MMP-2, levando ao aumento de sua expressão (MOTT;

WERB, 2004; SCHENK; QUARANTA, 2003). Segundo Yamada et al. (1989), a

sinalização mediada por EGFR é capaz de promover a angiogênese, e assim pode

participar indiretamente do crescimento tumoral. Visto que a MMP-2 e o EGFR estão

expressos no ameloblastoma, especialmente nas células colunares neoplásicas,

pode-se supor que a interação entre essas duas moléculas gere respostas que

levem à disseminação da lesão. A função angiogênica mediada por EGFR também

pode fornecer suporte ao tumor.

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Os fatores de crescimento EGF e TGF-α, que se ligam ao receptor EGFR,

também participam da regulação de MMPs. Lyons et al. (1993), em seus

experimentos, comprovaram que esses dois fatores são potentes indutores das

MMP-1 e MMP-9. O-Charoenrat et al. (2000), por sua vez observaram que as células

de carcinoma de células escamosas incubadas com TGF-α e EGF expressavam

uma maior quantidade de mRNA de MMP-9, o que gera uma maior produção dessa

MMP. Liu e Klominek (2003), através de estudos zimográficos no mesotelioma,

observaram que o TGF-α e o EGF são capazes de aumentar a atividade da MMP-9.

Além dessas propriedades, o EGF, e principalmente o TGF-α, também estão

envolvidos com a iniciação da proliferação vascular, através da mediação de certos

fatores angiogênicos, exercendo um papel significante na iniciação e na manutenção

da permeabilidade vascular aumentada e proliferação (SOARES et al., 2000).

O fato de o TGF-α ser um potente fator angiogênico e de estar relacionado à

secreção de MMPs são dados muito importantes quando considerada sua

significativa expressão no ameloblastoma, observada nesse estudo. A partir dessa

constatação, se pode supor que o TGF-α forneça subsídios para a formação de

suporte vascular, bem como participe da degradação da MEC através da indução de

MMPs, eventos necessários para o desenvolvimento do tumor.

O EGF possui um importante papel na regulação da proliferação de células

neoplásicas (SHRESTHA et al., 1992), pois é capaz de reduzir o contato célula-

célula, promovendo sua motilidade. (BOULOUGOURIS; ELDER, 2001). Essa

propriedade do EGF também poderia ser responsável pela propagação das células

do ameloblastoma.

Já o TGF-ß1, conforme Ogawa et al. (2004), participa de vários processos

biológicos através da sua regulação sobre a produção de MMPs. Dumont e Arteaga

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(2005) revelaram que a expressão de MMP-2 e -9 pode ser induzida por esse fator,

o qual também é capaz de induzir seletivamente a atividade da MMP-9 em tumores

de próstata de ratos metastáticos. Juntamente com o TGF-ß, as MMPs parecem

participar da indução de neovascularização no tumor, e seu aumento pode ser um

componente importante nos processos angiogênicos mediados por TGF-β.

Em contrapartida, as MMPs tem sido relacionadas com a transformação de Pro-

TGF-α em TGF-α madura a través da clivagem proteolítica do domínio pré-catalítico

da primeira (HINKLE et al.,2003).

Ainda, as MMPs -2 e -9 atuam diretamente na ativação do TGF- β via clivagem

do LAP (MOTT; WERB, 2004). Da mesma maneira que ocorre com o EGFR, o TGF-

ß estimula a produção da MMP responsável por promover a clivagem de sua forma

inativa, gerando um ciclo de mútua ativação.

Com base em todos esses dados, elaboramos um diagrama que exibe, de

maneira simplificada, os mecanismos biológicos que podem promover a invasividade

local do ameloblastoma.

Figura 6.1: Hipótese para ação dos fatores de crescimento na invasividade local do ameloblastoma.

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Os fatores de crescimento (oriundos do parênquima, estroma e osso

reabsorvido) podem estar envolvidos em várias interações que permeiam a

invasividade local do ameloblastoma. Eles podem induzir a ativação e produção de

MMPs, assim como as MMPs participam, em alguns casos, da ativação dos fatores

de crescimento. Além do mais, as propriedades angiogênicas desses fatores

também parecem fornecer subsídios para que o ameloblastoma torne-se localmente

agressivo, uma vez que disponibilizariam nutrientes para as células neoplásicas

executarem suas funções.

Apesar de termos verificado a expressão de EGFR, EGF, TGF-α e TGF-ß1 no

ameloblastoma, é interessante que a expressão dessas proteínas possa ser

identificada nesta neoplasia por outros métodos de pesquisa como western blot, por

exemplo, como foram identificadas as MMPs 1, 2 e 9 por Pinheiro et al. (2004).

Considerando-se as relações entre as MMPs e os fatores de crescimento, suas

atuações no desenvolvimento de diversos tumores (citados anteriormente), bem

como sua expressão no ameloblastoma, podemos, a partir dos resultados

encontrados nesse estudo, sugerir que uma complexa interação entre esses

mecanismos permeie a invasividade desse tumor.

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7 CONCLUSÕES

Com base nos resultados oriundos do estudo imunohistoquímico de cortes

histológicos de ameloblastoma, concluímos que:

1- As células neoplásicas do ameloblastoma expressam MMPs 1, 2 e 9, TIMPs

1 e 2, EGFR, EGF, TGF-α e TGF-β1, assim como as células do estroma.

2- A marcação das MMPs, TIMPs, receptor e fatores de crescimento estudados

foi proeminente no pólo voltado para a membrana basal das células colunares

periféricas, para todos os padrões histológicos pesquisados.

3- A MMP-9 apresentou os maiores índices de positividade entre as MMPs

testadas, seguida por MMP-1 e MMP-2. As diferenças de imunorreação foram

estatisticamente significantes entre MMP-2 e MMP-9, tanto em células neoplásicas

quanto no estroma.

4- Entre as TIMPs, a que apresentou maior marcação foi a TIMP-2, seguida de

TIMP-1. As diferenças de imunorreação foram estatisticamente significantes entre

TIMP-1 e TIMP-2, nas células neoplásicas e no estroma.

5- O EGF foi o fator de crescimento que apresentou os maiores índices de

positividade de marcação, seguido pelo TGF-α, EGFR e TGF-ß1. As diferenças de

imunorreação foram estatisticamente significantes entre EGF/EGFR, EGF/TGF-ß1 e

TGF-α/TGF-ß1 nas células neoplásicas, e entre EGF/TGF-ß1 no estroma.

6- Não foi verificada diferença estatisticamente significante entre os índices de

positividade nas células neoplásicas e do estroma para uma mesma molécula.

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APÊNDICE

APÊNDICE A - VALORES DOS ÍNDICES DE POSITIVIDADE DO EPITÉLIO

NEOPLÁSICO (IPepit) E DO ESTROMA (IPest)

IPepit

Lâmina MMP-1 MMP-2 MMP-9 TIMP-1 TIMP-2 EGFR EGF TGF-α TGF-β1 OD 04 98 92.1 97.7 87.4 89.7 75.4 97.1 54.0 79.1

415 96.8 8.5 96.3 65.2 97.7 51.6 97.2 88.5 92.61725 18.1 96.2 99.8 46.3 99.1 81.8 100.0 94.6 8.23360 92.7 0.7 47.1 20.7 62.9 91.7 90.4 33.6 10.13742 98.5 84.6 99.8 80.1 96.7 94.3 98.1 98.2 15.14037 94.4 77.1 96.5 7.2 93.6 97.8 99.9 90.4 16.35030 72.8 11.3 95.8 8.8 86.5 76.6 99.6 81.6 25.7

16548 96.5 15.8 99.2 58.4 98.2 39.0 99.0 87.0 12.225754 95.9 1.6 96.1 56.6 98.3 13.5 98.7 95.0 14.529011 37.7 32.3 98.8 5 94.4 32.1 95.0 87.4 33.229505 99.1 98.8 96.3 63.5 99.3 61.2 95.7 85.5 68.730951 68.1 79.8 98.7 17.9 96.5 78.2 99.5 92.8 65.935128 91.2 52 100 27 98.5 43.4 98.6 76.5 6.7

IPest

Lâmina MMP-1 MMP-2 MMP-9 TIMP-1 TIMP-2 EGFR EGF TGF-α TGF-β1 OD 04 45.1 9.7 96.8 10.3 67.8 33.5 83.2 14.2 49.5

415 74.6 3.4 94.4 61.7 88.9 7.9 79.8 38.9 39.11725 28.2 11.8 92.6 10.9 91.5 75.5 93.1 71.8 17.83360 51.8 2.9 60.9 2.2 92.8 10.6 81.0 54.7 4.93742 68.8 11.6 93.9 1.3 97 77.9 82.8 83.9 20.14037 77.9 6.6 91.5 2.3 79 96.6 37.6 58.6 4.65030 32.9 3.1 77.9 3.4 87.1 18.0 79.8 67.8 8.5

16548 68.7 9.3 98.4 46 92.9 21.3 92.3 92.0 23.325754 70.6 8.8 98.9 43.9 99.5 45.1 89.6 93.8 48.129011 41.2 72.7 98.8 8.5 88.7 6.7 72.2 92.4 41.729505 72.9 14 27.3 55 98.2 14.9 72.6 63.6 11.430951 22.5 18.1 99.1 21 80.5 7.3 69.9 60.6 21.935128 59.9 53 99.7 49.1 95.7 16.5 78.5 75.5 19.3

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ANEXOS

ANEXO A - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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ANEXO B -TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Projeto: "Cooperação entre fatores de crescimento, metaloproteinases e seus

inibidores na invasividade local do ameloblastoma."

a) Como e quem irá obtê-lo: O termo de consentimento livre e esclarecido será

obtido mediante contato com o paciente, pela aluna de mestrado, Márcia

Regina Dias de Carvalho, quando o material tiver menos de cinco anos

arquivado.

Nota: A amostra coletada já conta com mais de cinco anos de arquivo.

b) Descrição de riscos com avaliação da gravidade:

O material utilizado representará risco mínimo para o paciente, pois, será

utilizado material de arquivo (blocos). Os blocos serão obtidos dos arquivos

do Departamento de Anatomia Patológica da UFPA e do Laboratório Paulo

Azevedo.

c) Medidas de proteção de risco e à confidencialidade

A utilização do bloco se limitará à utilização de material necessário a

pesquisa, devendo permanecer no mesmo bloco, material suficiente para

novo diagnóstico histopatológico. Não serão veiculados em plano de

pesquisa, publicações e mídia o nome, número de documento ou quaisquer

outros dados que possam identificar os pacientes em questão, mantendo

íntegro seu anonimato.

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115

ESCLARECIMENTO DA PESQUISA

1) A pesquisa objetiva detectar fatores importantes no crescimento do tumor

estudado.

2) O risco será mínimo, já que o material a ser utilizado pertence a arquivo, não

havendo cirurgia para remoção de tecido.

3) O aumento do conhecimento da doença pode resultar em um melhor

tratamento a longo prazo.

4) Os resultados divulgados não incluem o nome do paciente.

5) Qualquer dano seja moral, psicológico ou físico, desde que comprovado será

amparado ou reparado.

6) O paciente é livre para participar e retirar-se da pesquisa a qualquer momento

sem que haja represália dos pesquisadores.

____________________________________________ Assinatura do pesquisador

Nome: Márcia Regina Dias de Carvalho

Orientador: João de Jesus Viana Pinheiro

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116

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CURSO DE ODONTOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ANATOMIA PATOLÓGICA

PROTOCOLO DE PESQUISA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO NOME DO PACIENTE: _______________________________________ ENDEREÇO:_________________________________________________ DOCUMENTO DE IDENTIDADE:_______________________________ NOME DO PESQUISADOR: __________________________________ As informações contidas nas f ichas clínicas foram levantadas pela aluna Márcia Regina Dias de Carvalho, sob orientação do Profº João de Jesus Viana Pinheiro.

Os blocos e fragmentos de ameloblastoma uti l izados para este estudo foram cedidos para a aluna Márcia Regina Dias de Carvalho, para uso na pesquisa “Cooperação entre fatores de crescimento, metaloproteinases e seus inibidores na invasividade local do ameloblastoma”, sob coordenação do Profº João de Jesus Viana Pinheiro. Objetivo: Firmar acordo por escrito mediante o qual, o voluntário da pesquisa (paciente ou responsável) autoriza o uso de amostra de ameloblastoma emblocada em parafina, com pleno conhecimento do caráter da pesquisa e que os resultados serão publicados, tendo capacidade de l ivre arbítr io e sem qualquer coação, para esta doação. * Observação: Para maiores informações estamos à disposição no Departamento de Anatomia Patológica, anexo ao Hospital Universitário Barros Barreto, no telefone (0xx91) 3283 6111.

Belém, ____/_____/_______

____________________________________________ Assinatura do pesquisador

Nome: Márcia Regina Dias de Carvalho

Orientador: João de Jesus Viana Pinheiro

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que l i as informações acima sobre a pesquisa, que me sinto perfeitamente esclarecido sobre o conteúdo da mesma, assim como dos seus riscos e benefícios. Declaro ainda que, por minha l ivre vontade, aceito participar da pesquisa cedendo material de arquivo a mim pertencente.

Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável

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