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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA ESTIBALIZ LOPEZ HERMOSO PADRÃO DE DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE Vanilla bahiana HOEHNE (ORCHIDACEAE) NO PARQUE DAS DUNAS, SALVADOR, BRASIL Salvador 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE BIOLOGIA

DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA

ESTIBALIZ LOPEZ HERMOSO

PADRÃO DE DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE Vanilla bahiana

HOEHNE (ORCHIDACEAE) NO PARQUE DAS DUNAS,

SALVADOR, BRASIL

Salvador

2015

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ESTIBALIZ LOPEZ HERMOSO

PADRÃO DE DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE Vanilla bahiana

HOEHNE (ORCHIDACEAE) NO PARQUE DAS DUNAS,

SALVADOR, BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da

Universidade Federal da Bahia, como parte dos requisitos

para obtenção do grau de Bacharel em Ciências.

Orientadora: Dra. Maria Aparecida José de Oliveira

Co-orientador: Dr. Felipe Fajardo Villela Antolin

Barberena

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Salvador

2015

Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor.

Lopez, Estibaliz Hermoso.

Padrão de distribuição espacial de Vanilla bahiana Hoehne (Orchidaceae) no Parque

das Dunas, Salvador, Brasil. / Estibaliz Lopez Hermoso; – Salvador, BA, 2015.

49 f.

Orientadora, Maria Aparecida José de Oliveira

Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal da Bahia, Instituto de

Biologia, Curso de Ciências Biológicas, Bacharelado em Biologia.

Inclui referências

1.Restinga 2.Orchidea, 3. Hemiepífita, 4. Ecologia de população.

I. Oliveira, Maria Aparecida José de. II. Universidade Federal da Bahia, Curso de

Ciências Biológicas,

Bacharelado em Ecologia. III. Título.

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ESTIBALIZ LOPEZ HERMOSO

PADRÃO DE DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE Vanilla bahiana

HOEHNE (ORCHIDACEAE) NO PARQUE DAS DUNAS,

SALVADOR, BRASIL

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em

Biologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Bahia.

Dr. Felipe Fajardo Villela A. Barberena

Mas. Lorena de Jesus Cerqueira Cruz.

Dra. Maria Ap.de José de Oliveira

Orientador

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A papá, mamá y Tate. Estoy orgullosa de que me no hayais

educado como una princesa.

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AGRADECIMENTOS

No se ni com quien empezar y como todo lo que he acabado em mi vida, estoy escribiendo

esto em el último momento asique seguro que me olvido de personas importantes, seguro

que me conoceis y sabeis que no os recuerde ahora no significa que no esteis em mis

pensamientos.

Primero a mi família, A mamá, papá y mi hermano Rodrigo.

A Luis, el amor de mi vida

A mi super hiper trooper orientadora, un espíritu libre que anda por el mundo repartiendo

buen rollo. Por su apoyo logístico, profesional y personal. Tienes una paciencia infinita. Me

llevo a España aquellos dias em praia de Flamengo como una de las esperiencias mas

bonitas de año em Brasil. Nos vemos em Marruecos el año que viene.

Al mejor fotografo posible, no solo por que has hecho posible que incluya unas fotos

bacanas em mi trabajo, sino porque has sido la mejor compañía em las Dunas, tomando

café o hablando sobre la vida.

A Felipe, mi guía total y absoluta em el mundo de la ecología, la restinga y las orquídeas.

Te estaré eternamente agradecida por mostrarme essa maravilla de la naturaleza, y por

supuesto, por darme la oportunidad de hacer un proyecto tan bonito (y duro) para acabar

esta experiencia y esta etapa de mi vida. Gracias por tanta dedicación. Gracias, gracias. Mi

casa es tu casa ahora.

A Jorge, un loco que intenta cambiar el mundo aunque su vida le vaya em ello. Mientras

haya gente como tu habrá esperanza.

Al equipo de Unidunas, por la acogida y apoyo. Hasta los caballos y perros vinieron com

nosotros.

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A los chavales que me ayudaron com las mediciones, Ariane, y el chico de cuyo nombre no

me acuerdo pero coloqué em una foto.

Gracias a la vida, que me há dado tanto. Y gracias a mis padres, que me dieron la vida.

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O erro foi acreditar que a terra era nossa quando a verdade da questão é que nós

somos da terra.

Nicanor Parra

Y yo os digo, amáos los unos sobre los otros.

Woody Allen

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Resumo

Vanilla bahiana Hoehne é uma orquídea hemiepífita presente nas restingas do Nordeste,

Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Apesar de ser uma planta endêmica do país e que ocorre em

ecossistemas de alto valor ecológico, como restinga, caatinga e cerrado, pouco tem sido

estudado sobre ela. O objetivo deste trabalho foi estudar o padrão de distribuição espacial de

Vanilla bahiana, em duas fitofisionomias diferentes (Formação Arbustiva Aberta Não

Inundável e Formação Florestal Não Inundável), no Parque das Dunas, Salvador, Bahia, a

única restinga protegida dentro da área metropolitana da capital do estado. Foram amostrados

um total de 3.200m² através da realização de seis transectos de 10 parcelas de 4x4 metros

cada, para cada tipo vegetacional, perfazendo um total de 120 parcelas. Para identificar-se o

padrão de distribuição espacial utilizaram-se o Índice de Morisita (IM) e a Razão de variância

/ Média (R), que indicou padrão agregado para a restinga Arbustiva Aberta Não Inundável e

aleatório para a Formação Florestal Não Inundável. Na restinga arbustiva verificou-se uma

maior variação da densidade entre as parcelas, oscilando de 0 a 13 indivíduos, enquanto na

Formação Florestal a variação foi menor, de 0 a 3 indivíduos.

Palavras-Chave: Ecologia, orquídeas, restinga

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ABSTRACT

Vanilla bahiana Hoehne is an hemiepiphyte orchid found in the coastal dunes of the

Northeastern, Central and Southeastern Brazil. Despite being an endemic plant of the country

and found in ecosystems of high ecological value as restinga, caatinga and cerrado, there is

little information about the species. The aim of this work was to study the pattern of

distribution of the orchid Vanilla bahiana, in two different phytophysiognomies (shrub

vegetation and bush vegetation) in Parque Das Dunas, Salvador, Bahia. The area is the only

restinga protected within the metropolitan area of the capital of Bahia state. A totality of

3200m² sampled by performing six transects of 10 plots of 4x4 m for each vegetation type,

performing 120 plots. To identify distribution pattern it was calculated Morisita Index (IM)

and Reason Variance / Media (R), indicating different distributions, an agregated pattern in

shrub vegetation and random pattern in bush vegetation.

Keywords: Ecology, orchids, restinga

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de indivíduos de Vanilla bahiana encontrados em cada parcela de restinga

arbustiva e mata de restinga, destacando os valores de qui-quadrado, Índice de Morisita e Razão

Variância/Média .....................................................................................................................................28

LISTA DE FIGURAS

Figura 1A. Imagem da localização da APA da Lagoa do Abaeté, Salvador, Bahia..................22

Figura 1B. Imagem de satélite da extensão do Parque Das Dunas, Salvador-BA....................22

Figura 2. Aspectos gerais das áreas urbanizadas no interior do Parque das Dunas, Salvador-

BA.............................................................................................................................23

Figura 3. Aspectos das áreas de moita aberta no interior do Parque das Dunas/ Salvador-

BA.............................................................................................................................24

Figura 4. Aspectos das áreas de mata fechada no interior do Parque das Dunas/ Salvador-

BA.............................................................................................................................24

Figura 5. A. Vanilla bahiana pendurada em um forófito. B. V. bahiana subindo pelo forófito

...................................................................................................................................25

Figura 6. Marcação das parcelas e coletas de dados em moita no interior do Parque das

Dunas,Salvador-BA..................................................................................................26

Figura 7. VVanilla bahiana sobre a serapilheira (A); Associação da Vanilla bahiana com

bromélias (B) dentro das parcelas, no interior do Parque das Dunas, Salvador,

Bahia........................................................................................................................ 32

Figura 8. Flor com botões florais (A); Fruto verde (B); restinga Arbustiva Não Inundável (C); Flor

em senescência (D).............................................................................................................. 33

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1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13

2. OBJETIVO ........................................................................................................................... 15

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 16

3.1. GENERALIDADES DO GÊNERO VANILLA ..................................................................................... 17

3.2. RESTINGA .................................................................................................................................... 19

4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 21

4.1. ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................................................ 21

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE VANILLA BAHIANA ..................................................................... 24

4.3. COLETA DE DADOS ...................................................................................................................... 25

4.4. ANÁLISES DE DADOS................................................................................................................... 26

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 27

6. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 34

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 34

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1. INTRODUÇÃO

O Bioma Mata Atlântica é um dos 34 hotspots global, englobando 60% da

biodiversidade mundial e apresentando elevado grau de endemismo (MYERS et al., 2000;

MITTERMEIER et al., 2004). No entanto, segundo esses autores, mais de 70% do seu habitat

tem sido perdido. A restinga está inserida no dominio Floresta Atlântica e apresenta vegetação

característica das planícies arenosas costeiras (ARAUJO & LACERDA, 1987; FRAGA &

PEIXOTO, 2004). Sua localização ao longo da costa, em áreas de alta interferência

antropogênica, associada à necessidade de maiores estudos científicos sobre restinga, torna

este tipo vegetacional um ambiente particularmente frágil, sucetível à especulação imobiliária,

extração de areia e o uso agrícola (BRITTO et al., 1993).

O Brasil tem um litoral de cerca de 9200 km, dos quais cerca de 5.000 são ocupados

por restingas (GOMES & SILVA, 2013). A Bahia é o estado com maior extensão de restingas,

porém os estudos sobre a família Orchidaceae neste tipo vegetacional estão concentrados nas

regiões Sul e Sudeste do país (RIBEIRO & MONTEIRO, 1994; FRAGA & PEIXOTO, 2004;

ROCHA & WAECHTER, 2009).

Vanilla bahiana Hoehne é uma orquídea hemiepífita endêmica do Brasil. Pouco tem

sido pesquisado sobre esta orquídea desde que foi descrita em 1950 por Frederico Carlos

Hoehne, na costa do estado da Bahia (HOEHNE, 1950). Esta espécie de ampla distribuição

tem sido registrada em restingas e áreas de Caatinga e Cerrado, localizadas em vários estados

do Brasil: Pernambuco (PESSOA & ALVEZ, 2012); Bahia (MARTINS, 2012; QUEIROZ et

al., 2012; SILVA & MENEZES, 2012; QUEIROZ, 2007); Distrito Federal (BATISTA et al.,

2005), no Espírito Santo (FRAGA & PEIXOTO, 2000); Rio de Janeiro (MOREIRA et al.,

2014); e São Paulo (FERREIRA et al., 2010). Entretanto, ainda existem lacunas referentes à

biologia desta espécie.

Na natureza, as plantas são distribuídas no espaço de forma heterogênea, e nunca

aleatória, formando padrões (LEGENDRE & FORTIN, 1989). A análise espacial inclui um

conjunto de técnicas que visam analisar quantitativamente os dados espacialmente explícitos -

dados que contêm informações sobre a sua localização no espaço (LEGENDRE & FORTIN,

1989). Apesar da análise espacial não ser determinística quanto aos processos específicos que

possam explicar a distribuição espacial de uma espécie ou comunidade, fornece informações

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valiosas sobre as relações entre os organismos e o ambiente (MAESTRE, 2006). Isso ocorre

porque a capacidade das plantas para captar recursos, permanecer e evitar a exclusão

competitiva determina o seu desempenho dentro das comunidades, e se reflete em abundância

e padrão de distribuição (GOLDBERG & BARTON, 1992).

Muitos dos modelos que estudam a abundância e distribuição fazem referência

principalmente aos requerimentos do nicho, a habilidade competitiva e a tolerância ao estresse

hídrico ou falta de nutrientes, e centram-se principalmente nas fases fixas do ciclo de vida da

planta. Contudo a fase móvel, de dispersão e colonização associada às sementes, e que

também desempenha um papel crucial na determinação da abundância e distribuição das

espécies tem sido pouco estudada (ERIKSSON & JAKOBSSON, 1998).

As estruturas espaciais (ou padrões) que formam as plantas e outros organismos estão

determinados por fatores bióticos, abióticos e antropogênicos que interagem entre si, e são

diferentes segundo a escala pela qual são estudados (LEVIN, 1992). Os organismos

respondem às condições e recursos ambientais, que são heterogêneos no espaço. No entanto,

fatores ambientais que parecem muito heterogêneos em pequena escala podem ser

considerados homogêneos em escalas superiores (LEVIN, 1992; GARCÍA, 2006). Por

exemplo, se a umidade fosse medida na borda e no interior de uma moita em qualquer

restinga do Brasil, muito provavelmente se observaria valores diferentes. Por outro lado, é

provável que se encontre pouca variação ao medir valores médios de umidade entre moitas

contínuas. Portanto, entende-se que a variação do padrão espacial é dependente da escala

considerada (DUNGAN et al., 2002). Esse autor decompõe o conceito de escala em 3

dimensões, a escala de amostragem, analítica e ecológica. A escala ecológica expressa a

dimensão real dos fenômenos ecológicos. As escalas de amostragem e analítica ajustam-se à

escala real do fenômeno pelo qual a nossa área de amostragem deverá ser suficientemente

grande para conter a maior variabilidade do fenômeno ecológico a ser estudado (GARCIA,

2002). A escala de amostragem faz referência à extensão da área de observação e às

características espaciais da área de amostragem, por exemplo, a área de uma parcela, ou a sua

disposição dentro de um quadrante maior (GARCIA, 2002). Tanto a escala de amostragem

como a analítica podem definir-se em termos de grão – referindo-se à unidade mínima de

resolução espacial que utilizamos num estudo –, em termos de extensão – refletindo a

dimensão espacial máxima coberta pela amostragem – e o espaçamento – a dimensão da

separação espacial entre umas unidades e outras (GARCIA, 2002).

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Os padrões de distribuição podem ser estudados em diferentes escalas. Uma escala

biogeográfica [ou macro], uma escala local [ou meso] e uma escala a nível de indivíduo ou

população dentro de uma comunidade [ou micro] (HAY et al., 2000). Numa escala micro, a

distribuição pode ser aleatória, uniforme ou agrupada. Uma distribuição aleatória indica que a

probabilidade de se encontrar um indivíduo é a mesma para todos os pontos no espaço, ou que

todos os indivíduos têm a mesma probabilidade de serem encontrados em cada ponto do

espaço (BADII et al., 2011). Isto deve-se a um comportamento não seletivo decorrente de

uma homogeneidade ambiental (HAY et al., 2000). Uma distribuição uniforme significa que

as distâncias entre os indivíduos são aproximadamente as mesmas dentro da população e que

a probabilidade de se encontrar dois indivíduos no mesmo ponto é reduzida (BADII et al.,

2011). Os processos denso-dependentes, como a competição por alimento ou espaço,

explicam um padrão uniforme (CONNELL, 1971). Uma população agregada implica que os

indivíduos se agrupem em manchas, deixando espaços relativamente desocupados (PIELOU,

1977). A dispersão limitada e a especialização de hábitat estão ligadas à distribuição em

manchas ou agrupada, assim, os indivíduos encontram-se nas partes mais favoráveis do

hábitat (HAY et al., 2000).

Estudos pretéritos indicam que o padrão de distribuição agregado é o mais observado

na natureza (KANG, 2014; WATZLAWICK, 2013, TEIXEIRA & ASSIS, 2007). Fato este

verificado para a família Orchidaceae (DUBBERN, 2003; SARAIVA & ANDRADE, 2013;

FAJARDO et al., 2014; PICOLI et al., 2014; QUENZER & PEDROSO-DE-MORAES,

2014), o mesmo ocorrendo para a família Cactaceae (LINZAGA-ROMÁN, 2011) e

Araucariaceae (NASCIMENTO, 2011). No entanto, para família Myrtaceae há evidências da

distribuição agrupada e aleatória (SILVEIRA et al., 2014; LIMA, 2013). Deste modo, os

estudos dos padrões de distribuição espacial em espécies nativas é um primeiro passo para a

interpretação de alguns dos aspectos mais importantes da biologia das espécies, bem como

para compreender os efeitos da fragmentação de habitats em restingas (FAHRIG &

MERRIAM, 1994).

2. OBJETIVO

Assim, este estudo tem como objetivo identificar a distribuição espacial da Vanilla

bahiana em duas fitofisionomias no Parque das Dunas, em Salvador, Bahia. Esse estudo

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permitirá ampliar não somente as informações ecológicas sobre a espécie, mas também

favorecer o desenvolvimento de ações e estratégias futuras para a conservação de V. bahiana e

de restinga.

3. REVISÃO DA LITERATURA

A família das orquídeas é um dos mais diversos grupos entre Angiospermas,

apresentando distribuição cosmopolita (GUSTAVSON et al., 2010; RAMIREZ et al., 2007).

Há cerca de 25.000 espécies conhecidas, distribuídos em 736 gêneros e encontrados em todos

os continentes, exceto na Antártida (CHASE et al., 2015). Para o Brasil, são listadas, até o

momento, 2.535 espécies de orquídeas distribuídas em 289 gêneros e estão presentes em

todos os domínios fitogeográficos do país (BARROS et al., 2015).

É uma das famílias mais evoluídas entre as plantas superiores, devido ao elevado grau

de diversidade e complexidade das suas espécies, e estão adaptadas a diferentes habitats,

desde as florestas úmidas da Amazônia até os desertos mais secos da Terra (FAY & CHASE,

2009). São plantas herbáceas que mostram caraterísticas morfotaxonômicas com uma

evolução avançada e formas de vida diferentes, como rupícolas (em pedras), epífitas (nas

árvores), terrícolas, subterrâneas (por exemplo, Rhizanthella gardneri RS Rogers, ocorrente

na Austrália, sendo observada apenas quando florescem acima do solo). Outra forma descrita

é o tipo hemiepífito secundário, plantas que germinam no solo e se comportam,

posteriormente, como epífitas.

A morfologia floral da família segue o padrão típico de monocotiledôneas, com 3

sépalas e 3 pétalas, com uma particularidade numa das pétalas, o labelo, que tem uma

morfologia distinta, funcionando comumente como plataforma de pouso para eventuais

polinizadores (DRESSLER, 1993; CRIBB, 1999). O estilete e os estames são fundidos,

formando o ginostêmio (ou coluna); observa-se, ainda, a presença de uma antera fértil

(raramente 2 ou 3) e de grãos de pólen, formando políneas na maioria dos casos (CRIBB,

1999 ; VIEIRA et al., 2014).

As orquídeas produzem numerosas sementes de tamanho muito pequeno e sem

endosperma, o que favorece a dispersão e a expressão de variabilidade genética (ARDITTI E

GHANI, 2000). Uma peculiaridade das orquídeas epífitas e hemiepífitas é a presença do

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velame, uma camada de epiderme que recobre as raízes aéreas, absorvendo nutrientes e

retendo umidade (ZOTZ & WINKLER, 2013 )

As Micorrizas são associações simbiônticas entre as raízes das plantas e fungos. O

velame propicia a interação com fungos, sendo uma das razões pelas quais a família de

orquídea tem uma vasta distribuição em todo o mundo. Benzing (1987) postulou que este

mecanismo propiciou a colonização de forófitos pela sinúsia epifítica, o que levou à rápida

expansão da família Orchidaceae em todas as regiões biogeográficas da Terra. Devido a

presença do embrião rudimentar, as orquídeas precisam da associação com fungos

micorrízicos para a germinação e subsequente crescimento de plântulas, pois irão fornecer

água e nutrientes para a planta (ARDITTI E GHANI, 2000; RASMUSSEN, 2002). Os

indivíduos adultos fotossintetizantes das orquideas também são dependentes das interações

comos fungos, para que ocorra o transporte da água e absorção do nitrogênio e fósforo do

fungo para a planta, e um fluxo inverso de carbono para o fungo (DEARNALEY, 2007).

3.1. GENERALIDADES DO GÊNERO VANILLA

Vanilla Plum. ex Miller é um gênero da família Orchidaceae, subfamilia Vanilloideae,

tribo Vanilleae e subtribo Vanillinae (CAMERON, 2004). Compreende cerca de 110 espécies

hemiepífitas e distribuídas no pantrópico (entre os paralelos 27 Norte e Sul), exceto na

Austrália (SOTO-ARENAS & CRIBB, 2010; SOTO-ARENAS & DRESSLER, 2010;

GÓMEZ, 2012). A maioria das espécies encontram-se na América tropical, seguido em termos

numéricos pelo Sudeste asiático, África, as ilhas do Oceano Índico e o Pacífico (BORY et al.,

2007).

A primeira sugestão sobre a origem da diversificação do gênero Vanilla foi feita

mediante observações morfoflorais (PORTÈRES, 1954), que indicam uma origem asiática,

com dois fenômenos de dispersão desde a Ásia até o Pacífico e daí à América, e outra desde

Madagascar até a África continental. Posteriormente, os primeiros estudos filogenéticos

confirmaram a hipótese de Portères (1954), estabelecendo uma origem Americana para o

gênero (CAMERON & CHASE, 1999; CAMERON, 2000).

Em relação à dispersão do gênero há duas hipóteses, uma transcontinental e outra

transoceânica (RODOLPHE et al., 2011). A transcontinental apoia uma migração da América

a África, anterior à ruptura de Gondwana, entre 160-120 Milhões de anos, e depois da África

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à Ásia (CAMERON et al., 1999; CAMERON, 2000). A antiguidade de Vanilloideae foi

recentemente ratificada através da descoberta de grãos de pólen de uma orquídea ancestral

Meliorchis caribea Ramirez et al. presos ao corpo de uma espécie de abelha extinta,

Problebeia dominica (Wille and Chandler), que estava coberta em âmbar do Mioceno

(RAMIREZ et al., 2007). Atualmente, a hipótese transoceânica é a mais aceita, pois é coerente

com o atual padrão de dispersão biogeográfico do gênero Vanilla (BOUETARD et al., 2010;

RODOLPHE et al., 2011).

A escassez de material floral como consequência da floração efêmera, a constante

reprodução vegetativa e a plasticidade morfológica característica do hemiepifitismo, como

juvenis providos de folhas ou desfolhados, assim como folhas com formas diferentes no

mesmo indivíduo, tornam muito difícil a classificação taxonômica do gênero (SOTO-

ARENAS & CRIBB, 2010; LÓPEZ-TRABANCO & ORTA-POZO, 2012).

A nomeação das primeiras espécies de Vanilla teve lugar antes do Sistema de

Nomenclatura Binomial de Carl Lineu, em 1753. As propostas taxonômicas clássicas foram

primeiramente apresentadas por Rolfe (1896), o qual dividiu o gênero em duas secções

Foliosae ou Aphyllae, com ou sem folhas respectivamente, e por Portères (1954), que dividiu

a secção Foliosae em 3 subsecções, Papillosae, Lamellosae e Membranacae. Estas

classificações baseadas em variações morfológicas foram descartadas após os primeiros

estudos em filogenética molecular, os quais são baseados em combinações ou matrizes

individuais de sequências de genes de plastidos rbcL, ou sequências de genes micondriais,

como nad1b-c, ou, ainda, sequências de genes nucleares 18s (CAMERON et al., 1999;

CAMERON & CHASE, 2000; SOTO-ARENAS, 2003; FREUDENSTEIN et al., 2004).

Uma das mais recentes revisões do grupo propõe uma classificação do gênero baseada

numa análise cladística de dados moleculares e morfológicos apresentados anteriormente

(SORO-ARENAS & CRIBB, 2010). Esses autores postulam o hábito de crescimento

monopodial, caules e folhas suculentas, folhas alternas com raízes saindo da parte interna de

cada nó, frutos carnosos e sementes sem asas e com tegumento duro, como características

diagnósticas do gênero, e propõe a divisão em 2 subgéneros, Vanilla e Xanata, e o subgênero

Xanata ainda se divide em duas secções, Xanata e Tethya (SORO-ARENAS & CRIBB,

2010).

O gênero Vanilla subgênero Vanilla, inclui espécies com folhas delgadas e

membranosas, inflorescências escassas e semelhantes ao eixo vegetativo, labelo sem calo

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penicilado, coluna unida ao labelo apenas na base e com uma antera protuberante

subperpendicular, estigma côncavo e superfície levemente ventral (SORO-ARENAS&

CRIBB, 2010). Fazem parte deste subgênero, os grupos Vanilla mexicana y Vanilla

parviflora.

No gênero Vanilla subgênero Xanata, o eixo onde se forma a inflorescência é muito

diferente do eixo vegetativo, labelo sem calo penicilado, coluna unida ao labelo geralmente

mais da metade do seu comprimento e com uma antera ventral paralela, lóbulos estigmáticos

emergentes e a cavidade levemente ventral e com pelos. A seção Xanata é composta pelos

grupos V. palmarum, V. trigonocarpa, V. planifolia (inclue Vanilla bahiana), V. penicullata, V.

hostmanii, V. pompona. A seção Tethya abrange os grupos V. kinabaluensis, V. albida, V.

annamica, V. griffithii, V. borneensis, V. imperialis, V. françoisii, V. chalatii, V. africana, V.

barbelatta, V. aphylla e V. phalaenopsis.

A maioria das espécies do gênero alcançam até 30m de altura e cresce no pantrópico

desde o nível do mar até os 1000m de altitude (PORTÈRES, 1954), com ocorrência

preferencial em bordas de florestas sob a limitada disponibilidade de água, luz e nutrientes

(SOTO-ARENAS & DRESSLER, 2010). Como outras orquídeas tropicais, têm-se

especializado mediante adaptações morfológicas, possibiltando o crescimento nessas

condições limitantes (ARDITTI, 1982)

Dentro deste gênero, Vanilla planifolia Andrews é a única espécie de interesse

econômico, nativa da América tropical, com distribuição do México ao Equador, de cujo fruto

curado é obtida a vanilina (SOTO-ARENAS, 1999).

3.2. RESTINGA

As restingas são formações presentes ao longo de toda a costa brasileira. A definição

do termo restinga varia segundo o conceito a que se refira, geológico, geográfico, botânico ou

ecológico. Neste trabalho, o termo restinga é utilizado para referir-se às formações vegetais

que se localizam sobre as áreas de sedimentação do quaternário, formando amplas planícies

litorâneas arenosas (PEREIRA & ASSIS, 2000). As diferentes fitofisionomias que se

desenvolvem nas restingas brasileiras variam desde as formações herbáceas, passando por

formações arbustivas, chegando até bosques, cujas árvores raramente chegam aos 20m de

altura (PEREIRA, 2003).

Page 20: PADRÃO DE DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE Vanilla bahianaunidunas.com.br/downloads/Trabalho final Padrão de distribuição... · Figura 5. A. Vanilla bahiana pendurada em um forófito

É um ambiente formado por espécies provenientes de outros ecossistemas próximos,

como a Mata Atlântica ou a Caatinga, e que possuem variações fenotípicas devido às

diferenças com o seu ambiente original (QUEIROZ et al., 2012). Santos-Filho (2009) fez uma

comparação entre restingas do Piauí e outros ecossistemas do país, como a Floresta Atlântica,

a Caatinga ou o Cerrado e concluiu que havia maior número de gêneros e espécie em comum

com a Floresta Atlântica do que com os ambientes contíguos, como a Caatinga e o Cerrado.

Também um estudo feito por Araújo (2000), nas restingas do Rio de Janeiro, revelou

que aproximadamente 60% da vegetação listada era oriunda da Floresta Atlântica. Apesar

disso, outros estudos evidenciaram o elevado índice de diversidade e a riqueza em

endemismos (BRITTO et al., 1993; ALMEIDA JR. et al., 2011; QUEIROZ et al., 2012).

As restingas são fisicamente determinadas pelas condições edáficas. Os solos arenosos

deste ambiente são pobres em matéria orgânica e de acidez elevada, devido à podzolização -

lavagem da matéria orgânica em solução com ou sem ferro e alumínio dos horizontes

superficiais aos mais profundos do solo (GOMES, 2007).

Segundo Araújo (1992), há uma falta de consenso na comunidade científica para a

denominação dos tipos de formações vegetais de restinga, que somada à falta de dados sobre a

ecologia das espécies vegetais, dificulta a criação de uma classificação das fitofisionomias e

que seja aplicável a todas as restingas.

A fitofisionomia das restingas é influenciada por outros fatores como o clima,

proximidade e variações do mar, profundidade do lençol freático, a topografia ou o solo

(PEREIRA, 1990). É importante a caracterização das formações vegetais para entender mais

sobre a distribuição destes ambientes e os fatores que as influenciam, como para o

desenvolvimento de políticas ambientais ou protocolos científicos de conservação

(MARTINS, 2011).

Foram feitas várias propostas de classificação das formações vegetais de restinga por

parte de diferentes estudiosos (RIZZINI, 1979; ARAUJO & HENRIQUES, 1984; PEREIRA,

2003). No presente estudo, trabalhou-se com a classificação sugerida por Pereira (2003), para

o estado de Espírito Santo e também empregada por Martins (2011), na restinga da Área de

Preservação Ambiental (APA) de Guaibim, no estado da Bahia. Estas restingas são divididas

em sete fitofisionomias: Herbácea Não Inundável, Herbácea Inundável, Herbácea Inundada,

Arbustiva Aberta Não Inundável, Arbustiva Fechada Não Inundável, Arbustiva Fechada

Inundável, Formação Florestal Não Inundável, e Formação Florestal Inundável. No presente

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estudo trabalhou-se nas formações Arbustiva Aberta Não inundável e Formação Florestal Não

Inundável.

As formações herbáceas ocorrem próximas às praias, dunas e lagoas, lugares que têm

muita influência quer seja do mar quer de zonas inundáveis, ainda que não sejam únicas,

também pode haver presença de formações subarbustivas e arbustivas ainda que com pouca

riqueza de espécies e com altura geralmente não superior a 1,5m (FALKENBERG, 1999).

As formações arbustivas geralmente são formadas por um conjunto de moitas de

diferentes fisionomias, desde arbustos de extensões e alturas variáveis e com áreas abertas

entre eles, até bromélias, cactos, e hemihepífitas, como a Vanilla (FALKENBERG, 1999). As

Formações Florestais Não Inundáveis são reconhecidas pela vegetação de maior porte, com

arbustos e, principalmente, árvores de alturas variáveis, desde os 4m de altura até mais

raramente os 20m (FALKENBERG, 1999).

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. ÁREA DE ESTUDO

O Parque das Dunas é uma reserva de 600 hectares, localizada no bairro do Flamengo

e nas imediações do Aeroporto Internacional Eduardo Magalhães, no município de Salvador,

no estado da Bahia. O Parque foi declarado como uma área de interesse público por decreto

municipal (nº. 19.093, de 27 de Novembro de 2008) e, em 2014, recebeu da UNESCO o título

de Posto Avançado da Reserva da Biosfera. O Parque pertence, ainda, à APA das Dunas e

Lagoas do Abaeté (longitude 38º 21’O e latitude 12º 56’ S). (Figuras 1A e 1B).

Área de Parque Das Dunas apresenta um ambiente típico de restinga e consiste de um conunto

heterogêneo de vegetação, abrangendo pricipalmente Formações Arbustivas Abertas Não

Inundáveis e Formações Florestais Não Inundáveis, com árvores de até 8m, crescendo em

dunas de areia branca. Possui, ainda, áreas inundáveis e lagoas perenes e localiza-se a cerca

de 300m da praia.

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Figura 1.A. Imagem da localização da APA da Lagoa do Abaeté, Salvador, Bahia.

Figura 1.B. Imagem de satélite da extensão do Parque Das Dunas, Salvador, Bahia.

Fonte: Google Earth

O Parque das Dunas está localizado em uma região que sofreu redução de seu tamanho

devido à especulação imobiliária e à construção e ampliação do aeroporto Luís Eduardo de

Magalhães. Além disso, a redução e fragmentação da área está constantemente sujeita a

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diversas ameaças, como a extração de dunas de areia e plantas nativas, incluindo orquídeas e

bromélias, ou até mesmo incêndio (Figura 2).

Figura 2. Aspectos gerais das áreas urbanizadas no interior do Parque das Dunas, Salvador, Bahia.

Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador- BA. Foto: Leandro Aguiar.

O solo tem um pH ácido entre 3,5 e 5,5 e consiste de areia de quartzo com uma

escassez de argilas, minerais coloidais e nutrientes, além de uma camada muito fina de

superfície com teor muito baixo de matéria orgânica, entre 0, 1% e 12% (OLIVEIRA et al.,

2003). O clima é úmido (2.100mm anuais), sem deficiência hídrica. A temperatura média

anual é de 25,3°C e os índices de umidade relativa, na maior parte do ano, são superiores a

70% (SEI, 1999).

Os principais aspectos da restinga Arbustiva Aberta Não Inundável são a presença de

arbustos tortuosos, formando uma paisagem densa, com alta cobertura vegetal devido à

proximidade de suas copas, poucas espécies de árvores que não excedem os 4-5m de altura e

estão normalmente localizados em posição central dentro da moita, como indivíduos da

especie Clusia hilariana Schltdl. (Figura 3; SILVA & MENEZES, 2012; MENEZES et al.,

2012).

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A Floresta Não Inundável é formada primordialmente por árvores de 7-10m de altura,

esclerófilas, e dossel relativamente fechado (Figura 4; MENEZES et al., 2012).

Figura 3. Aspectos das áreas de moita aberta no interior do Parque das Dunas/ Salvador, Bahia.

Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador-BA. Foto: Leandro Aguiar.

Figura 4. Aspectos das áreas de mata fechada no interior do Parque das Dunas/ Salvador, Bahia

Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador-BA. Foto: Leandro Aguiar

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA ESPÉCIE VANILLA BAHIANA

A identificação foi por comparação com o acervo existente no herbário do Instituto de

Biologia da UFBA. A espécie pode ser caracterizada por raízes adventícias, uma ou duas por

nó, caules rastejantes e pendentes, suculentos, portando folhas alternas, crassas, estreitas,

elípticas e paralelinérveas, uma por nó, apresentando entrenós mais compridos do que as

folhas (Figura 5).

Page 25: PADRÃO DE DISTRIBUIÇAO ESPACIAL DE Vanilla bahianaunidunas.com.br/downloads/Trabalho final Padrão de distribuição... · Figura 5. A. Vanilla bahiana pendurada em um forófito

Figura 5. (A) Vanilla bahiana pendurada em um forófito. (B) V. bahiana subindo pelo forófito

(Cactaceae). (C) Raízes de V. bahiana fixando-se no solo. (D) V. bahiana subindo pelo forófito.

Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador-BA. Foto: Leandro Aguiar.

A B

C D

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4.3. COLETA DE DADOS

Foi medida uma área total de amostragem de 1.920 m2 pela demarcação de 120

parcelas de 4x4 m², distribuídas em 12 transectos (seis para cada fitofisionomia), cada um

formado por 10 parcelas, e dispostos ao longo do Parque. Os transectos da formação

Arbustiva Aberta Não Inundável foram posicionados em uma linha na direção sudoeste-

nordeste, enquanto os transectos da Floresta Não Inundável, apesar de estar em direção leste a

oeste, não foram alinhadas.

Figura 6. Marcação das parcelas e coletas de dados em moita no interior do Parque das Dunas,

Salvador, Bahia.

Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador-BA. Foto: Leandro Aguiar.

Estima-se que os indivíduos de Vanilla bahiana excedam os 100 metros de

comprimento em alguns casos, considerando todas as suas ramificações, e podem cobrir uma

área muito grande e aparecer em mais de uma parcela. Cada indivíduo foi contabilizado

apenas uma vez, portanto, a ocorrência do mesmo indivíduo em outras parcelas foi

desconsiderada. Foram registrados dados sobre o grau de inclinação do terreno, a

porcentagem de cobertura vegetal, altura de árvores ou arbustos e presença de outras

orquídeas e de outras famílias botânicas em cada uma das 120 parcelas.

4.4. ANÁLISES DE DADOS

Muitos índices têm sido desenvolvidos para o estudo da distribuição espacial. Neste

trabalho, para o cálculo do padrão de distribuição foi usado a Razão Variância/Média

(SOUTHWOOD, 1978) e o Índice de Morisita (1959). A importância foi calculada pelo teste

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X² (qui quadrado) para o número correspondente de graus de liberdade e o nível desejado de

significância.

A Razão Variância/Média foi calculada através da fórmula:

R = S² / Ẍ

Se os valores da relação, aproximam-se de 1, pode-se dizer que a distribuição da

população é uniforme; valores menores de 1 ou próximos a 0 indicam uma distribuição

aleatória e valores superiores a 1 representam uma distribuição agregada (KREBS, 1989) .

O Índice de Morisita (IM) é utilizado para testar a hipótese nula de que a distribuição

é aleatória, representado, principalmente, pela distribuição de Poisson, utilizando o teste do

qui-quadrado (χ2).

Assim, a distribuição será aleatória se o valor da IM está dentro dos valores limites

inferior e superior da distribuição χ2 para n-1 graus de liberdade e entre 0,95 e 0,05 de

probabilidade. (BUDKE et al., 2004). O Índice de Morisita é calculado pela fórmula:

IM = N (Ʃ ni (ni – 1)) / n(n-1)

Onde,

IM = Índice de Morisita

Ni = Número de indivíduos em cada uma das amostras.

n = Total de indivíduos no total das amostras

N = Número de amostras

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram contabilizados um total de 49 indivíduos distribuídos em 60 parcelas na

restinga Arbustiva Aberta Não Inundável, e 47 indivíduos na Floresta Não Indundável,

também contabilizado em 60 parcelas. Na fitofisionomia da restinga Arbustiva Aberta Não

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Inundável verificou-se uma maior variação da densidade entre as parcelas, oscilando de 0 a 13

indivíduos, enquanto na Formação Florestal a variação foi menor, de 0 a 3 indivíduos,

indicando nível de agregação menor.

O cálculo de Razão Variância/Média e do Índice de Morisita expressam a diferença

nos padrões de distribuição espacial entre as formações Arbustiva e Florestal Não Inundáveis.

Para a formação arbustiva foram obtidos os valores de R = 6,24 e IM = 7,45, ambos >1, o que

indica distribuição agregada para a população estudada de Vanilla bahiana (Tabela 1). Nas

áreas de Floresta, os valores de R = 0,87 e IM = 0,83, ambos <1, indicam una distribuição

aleatória com tendência à uniformidade para os indivíduos de V .bahiana ( Tabela 1).

Tabela 1. Número de indivíduos de Vanilla bahiana em cada uma das 60 parcelas de restinga

Arbustiva Aberta Não Inundável e de Floresta Não Indundável, destacando os valores de Razão

Variância/Média, Índice de Morisita e X2.

Os principais fatores que influenciam o padrão de distribuição espacial dos indivíduos

de orquideas são: a dispersão de sementes e a pela presença de fungos micorrízicos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Soma

P1 13 8 0 0 0 0 0 0 0 0 21

P2 8 3 2 0 3 1 0 0 0 0 17

P3 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3

P4 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

P5 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 3

P6 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 3

49

Razão Variância/MédiaÍndice Morisita = 7,45

Significançia X² = 368,4

Floresta Não Indundável1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Soma

P1 3 3 1 1 0 1 2 0 0 1 12

P2 0 1 2 0 0 1 0 2 2 1 9

P3 1 0 0 1 1 2 0 2 1 0 8

P4 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2

P5 1 1 1 1 2 2 1 0 0 0 9

P6 1 0 1 1 2 0 1 1 0 0 7

47

Razão Variância/MédiaÍndice Morisita = 0,833

Significançia X² = 40,2

Restinga Arbustiva Aberta Não Inundável

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(NATHAN & MULLER-LANDAU, 2000). No caso desta família, as sementes leves e de

pequenos tamanho (100 a 6000 μm) são ocupadas com ar em taxas que variam de 66 a 96%,

podendo constituir uma estratégia para a dispersão anemocórica a curtas ou longas distâncias

(ARDITTI & GHANI, 2000; BARTHLOT et al., 2014).

Este tipo de dispersão tende a gerar distribuições aleatórias em diferentes espécies

(CHUNG et al. 2004). No entanto, as sementes escleróticas do gênero Vanilla são

caracteristicamente duras e pretas, inseridas no fruto seco, o qual é aromático, indeiscente e

adaptado à zoocoria (DAVIDSON & EPSTEIN, 1989; CAMERON & CHASE, 1999;

NISHIMURA & YUKAWA, 2010 & RODOLPHE et al., 2011). Segundo Janzen (1970), a

dispersões zoocórica e autocórica normalmente originam padrões de dispersão agregados.

Cameron & Chase (1999) sugerem a dispersão das sementes de Vanilla por aves. Householder

et al. (2010) mencionam a possível propagação das sementes por morcegos frugívoros,

enquanto Soto-Arenas & Dressler (2010) confirmam este mamífero como o dispersor do fruto

de Vanilla pompona Schiede. No campo não se pode verificar a ação de nenhum destes

dispersores. No entanto, muitas vezes foi constatada a presença de formigas em botões florais,

flores e frutos de Vanilla bahiana, o que corrobora a hipótese proposta por Davidson &

Epstein (1989) sobre o mutualismo mirmecológico observada para várias espécies de

orquídeas, sugerindo que a relação entre eles seja decorrente da busca de nutrientes (alguns

podem ser necessários para o desenvolvimento das larvas) presentes no fruto. Posteriormente,

Seidel et al. (1990) propuseram que algumas formigas utilizam as sementes para controlar

fungos patogênicos nos ninhos.

Jacquemyn et al. (2007) demostraram que, para a orquídea terrestre Orchis purpurea

Huds., a disponibilidade de condições favoráveis para a germinação das sementes favoreceu o

estabelecimento do padrão espacial agregado. Um desses requisitos para a germinação está

intimamente ligada à formação de associações simbióticas com fungos micorrízicos desde o

início do seu ciclo de vida. As sementes da familia Orchidaceae, conforme já mencionado, são

pequenas e geralmente sem endosperma (ARDITTI E GHANI, 2000), e, por isso, necessitam

da associação com fungos para a germinação e para o desenvolvimento e crescimento das

plântulas (RASMUSSEN, 2002). Portanto, a disponibilidade de fungos compatíveis é um

fator determinante para a presença, abundância e distribuição das orquídeas em um

determinado local. Isso poderia explicar a variação entre os padrões de distribuição de V.

bahiana nas duas formações vegetacionais.

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Vanilla bahiana é uma hemiepífita secundária, o conceito de secundário está atrelado à

adaptabilidade das plantas, que sempre germinam no solo, porém são capazes de viver neste e

no tronco de uma planta (ZOTZ, 2013). Estes dois tipos de substratos abrigam diferentes

fungos micorrízicos, o que poderia influenciar a distribuição espacial em plantas, alterando os

padrões de distribuição do mesmo. Há evidências de que Vanilla planifolia seja colonizada

por vários tipos de fungos tanto em contato com o solo quanto em raízes em contato com os

forófitos (PORRAS-ALFARO & BAYMAN, 2007). Esses autores trabalharam com diversas

espécies de Vanilla e observarem a maior freqüência de colonização dos fungos micorrízicos

em raízes em contato com o solo ou sobre uma rocha do que em raízes em contato com

árvores, o que facilitaria a predominância do comportamento terrestre sobre o comportamento

epífito no gênero Vanilla. As observações de campo do presente estudo são similares,

corroborando Porras-Alfaro & Bayman (2007), pois, no Parque das Dunas, a presença da

planta no solo era consideravelmente maior do que em forófitos.

Somente fungos micorrízicos específicos promovem a germinação de sementes e

estes fungos são de espécies diferentes daquelas que occorem em outras fases do ciclo de vida

da espécies de Vanilla (PORRAS-ALFARO & BAYMAN, 2007). Esta especificidade pode

explicar a diferença nos padrões, pois os indivíduos poderiam se encontrar em diferentes

estágios de seu desenvolvimento, influenciados, assim, pela presença de fungos de diferentes

espécies.

A maioria das plantas em natureza tem um padrão espacial agregado (HAY et al.,

2000). Em outros estudos sobre a distribuição espacial de espécies de Orchidaceae, como em

Mesadella cuspidata (Lindl.) Garay, Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. e Sacoila

lanceolata (Aubl.) Garay (BUDKE et al., 2004; DUBBERN et al., 2013; PICCOLI et al.,

2014; SOUZA-LEAL & PEDROSO-DE-MORAES, 2014), são assinalados padrões

agregados. Ao contrário do presente estudo, esses trabalhos estudaram separadamente a

agregação de indivíduos em diferentes estágios ontogenéticos. Todos eles tinham em comum

a diminuição no grau de agregação em indivíduos mais velhos (adultos). De forma geral, em

plantas, as populações jovens (ainda sem florescer) apresentam um maior grau de agregação,

pois a competição intraespecífica provoca a diminuição gradual na agregação, ocasionando a

formação de populações de adultos com padrões espaciais aleatórios ou regulares (PARKER

et al., 1997; SOUZA & SILVA, 2006). Isso ocorre porque os indivíduos menos maduros são

afetados por fatores dependentes da densidade, aumentando a mortalidade de indivíduos que

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estão mais pertos uns dos outros (JANZEN, 1970; CONNELL, 1971). De acordo com o

modelo de Janzen-Connell, a mortalidade de sementes e plântulas aumenta com a

proximidade da planta-mãe (CINTRA, 1997), o que significa uma diminuição na agregação. A

maior sobrevivência de sementes e plântulas que ficam longe dos adulto reprodutores foi

encontrado em diversos estudos (PERES et al., 1997; NORGHAUER et al., 2006). Os

indivíduos que ocorrem nas formações de Floresta Não Inundável podem estar em estágio de

desenvovimento mais avançado do que os indivíduos das formações arbustivas, assim, eles

poderiam ter a sua agregação reduzida como resultado da morte por competição

intraespecífica entre individuos próximas, ao ponto de atingir um padrão aleatório com

tendência para a homogeneidade.

Os ambientes heterogêneos induzem o desenvolvimento das plantas nos locais mais

favoráveis (HUTCHINGS, 1986). Foram registrados em campo dados sobre a inclinação do

terreno, altura e percentual de cobertura vegetal e presença de outras orquídeas e espécies de

outras famílias botânicas. Estes forneceram informações relevantes sobre a presença V.

bahiana em locais sombreados e úmidos. Foi observado também uma preferência por

substratos ricos em matéria orgânica, evidenciados pela presença de serapilheira (Figura 7.A).

Associações entre espécies podem indicar interações positivas e seus efeitos podem

determinar a distribuição espacial e a abundância dos organismos em comunidades

(BERTNESS & LEONARD, 1997). Indivíduos da família Bromeliaceae foram encontrados

com alta freqüência nas parcelas com V. bahiana nas duas fitofisionomias, mais

abundantemente na formação Florestal Não Inundável (Figura 7.B). Tem sido sugerido em

vários trabalhos a função das bromélias de berçário e como facilitadora no processo de

sucessão ecológica (BEDUSCHI & CASTELLANI, 2008; SCARANO, 2002), o que tambem

foi observado no presente estudo. Este processo pode estar relacionado ao fato das bromélias

serem pioneiras e, assim, contribuem para a melhoria das condições nutricionais e umidade do

solo (HAY et al,1981).

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Figura 7. Presença da Vanilla bahiana sobre a serapilheira (A); Associação da Vanilla bahiana com

bromélias (B) dentro das parcelas, no interior do Parque das Dunas, Salvador, Bahia.

Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador-BA. Foto: Leandro Aguiar.

O crescimento de V. bahiana é predominantemente terrestre com menor tendência ao

epifitismo. Entretanto, foi observado neste estudo a presença de indivíduos de Vanilla nas

áreas de bordas na formação arbustiva, enquanto nas formações florestais observou-se a

espécie em locais com clareiras e nos limites das trilhas, indicando uma provável necessidade

de busca por luz. Outro fato verificado foi o processo de floração e frutificação nestes locais

de maior exposição à luminosidade. Provalmente a floração e frutificação nas áreas de bordas

estejam relacionados com a busca pela luz, bem como à exposição das estruturas florais ao

polinizador. No entanto, também foi observado em campo que a planta com exposição direta

ao sol fica amarelada e depois morre, como pode ser visto nas Figuras 8.A e 8.B, indicando

que V. bahiana pode desenvolver algum mecanismo de resistência à exposição à luz em sua

fase reprodutiva (Figura 8.B).

A restinga é formada por diferentes fitofisionomias separadas por areia sem cobertura

vegetal ou formações herbáceas (Figura 8.C). A área das formações vegetais varia de umas

para as outras. A restinga arbustiva tende a ser mais extensa, porém menos contínua do que a

formação Florestal, além de apresentar menor cobertura vegetal, altura da vegetação inferior,

uma maior presença de clareiras sem vegetação, e como um resultado direto destes fatores,

baixa umidade, temperaturas mais elevadas e maior exposição à luz. Isso explicaria a menor

proporção de terreno favorável para o estabelecimento e desenvolvimento dos indivíduos e,

consequentemente, uma maior tendência para a agregação na restinga arbustiva do que na

formação Florestal, que tem uma vegetação de porte maior e que fornece um dossel fechado

continuo, mais umidade, temperatura mais baixa e menos luminosidade no seu interior.

A B

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Figura 8. Flor com botões florais (A); Fruto verde (B); restinga Arbustiva Não Inundável (C); Flor em

senescência (D). Fonte: Projeto Diversidade das sementes do Parque das Dunas, Salvador-BA. Foto: Leandro Aguiar.

D

A

C

A

B

A

A

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Há uma falta de estudos genéticos de espécies do gênero Vanilla in situ e nenhum foi

encontrado para Vanilla bahiana. O elevado grau de ramificação (Figura 5) e a preferência

para a reprodução vegetativa descrito por Bory et al. (2010) dificultaram, por diversas vezes,

a diferenciação da planta mãe de um clone. Durante as observações do presente estudo,

coincidindo com as observações de Ariane Anjos (comunicação pessoal), foi observada baixa

produção de frutos, o que também corrobora as observações de Nielsen & Sigismund, (1999)

para três espécies de Vanilla em Puerto Rico. Portanto, a realização de um estudo genético

para a diferenciação genética de indivíduos é essencial para ter uma maior precisão no

conhecimento da sua biologia reprodutiva e no estudo e compreensão da sua distribuição

espacial.

6. CONCLUSÃO

O presente estudo permitiu registrar padrões de distribuição espacial distintos para

uma mesma espécie em uma mesma área e de mesmo tipo vegetacional, porém em

fitofisionomias distintas. Assim, constatou-se o padrão agregado de Vanilla bahiana na

formação Arbustiva Não Inundável e o padrão aleatório na formação Florestal Não Inundável,

além da maior densidade de indivíduos na formação Arbustiva. Diante do elevado grau de

ramificação que a espécie apresenta e da observação da reprodução assexuada na área

amostrada, sugere-se a necessidade da continuidade de estudos com Vanilla bahiana,

principalmente em áreas de restinga e abrangendo biologia reprodutiva e filogeografia.

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