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Página | 1 II COLÓQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFÂNCIA 21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016 Bom Jesus da Lapa Bahia 2016

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Bom Jesus da Lapa Bahia 2016

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Universidade do Estado da Bahia UNEB

    Reitor Prof. Jos Bites de Carvalho

    Departamento de Cincias Humanas e Tecnologias DCHT XVII

    Diretora Profa. Cynara Adriana Sento S M. C. C. Alves

    Colegiado do Curso de Pedagogia

    Profa. Kleide Iracy Marques Silva

    Coordenao do Ncleo de Pesquisa e Extenso NUPE

    Prof. Luis Geraldo Guimares Leo

    Responsvel pelo projeto

    Profa. Elenice de Brito Teixeira Silva

    Coordenadora do projeto

    Profa Susane Martins da Silva Castro

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    APRESENTAO

    Esta publicao agrega os trabalhos apresentados no II Colquio de Pedagogia

    (s) da Infncia, alocados em diferentes eixos temticos: Educao Infantil no

    contexto das reformas educacionais. Formao e trabalho docente em creches

    e pr-escolas. Culturas da infncia e prticas pedaggicas. PIBID/Pedagogia.

    Infncias plurais em instituies de cuidado/educao. Condies sociais da

    infncia na contemporaneidade.

    Desse modo, a organizao dos textos est estruturada em duas partes. A parte

    I consta os textos das comunicaes orais, e a parte II, os textos apresentados

    no formato de psteres.

    Todos os textos apresentam resultados de pesquisa concluda ou em andamento

    desenvolvidas no mbito do mestrado, especializao, graduao, estgios e

    experincias de iniciao docncia; ou ainda, relatos de experincias

    desenvolvidas em contextos educativos junto infncia.

    Espera-se que esta publicao contribua para a divulgao de pesquisas e

    experincias relativas educao da infncia e a formao de pedagogos e

    pedagogas.

    Os organizadores.

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    SUMRIO

    PARTE I - COMUNICAES

    Texto 01 EDUCAO INFANTIL NO MUNICPIO DE BOM JESUS DA LAPA

    BA: EXPANSO DA OFERTA E DESAFIOS PARA A QUALIDADE

    Elenice de Brito Teixeira Silva

    Rara Dipaula Moreira de Castro

    10

    Texto 02 INFNCIA E EDUCAO INFANTIL: RETRATOS DE UMA

    VIVNCIA

    Susane Martins da Silva Castro

    Isaura Francisco de Oliveira

    26

    Texto 03 ANLISE DA PRTICA PEDAGGICA UTILIZADA EM UMA SALA

    DE AULA DE UMA INSTITUIO DE EDUCAO INFANTIL EM

    BOM JESUS DA LAPA BA

    Edilcia Maria dos Santos

    Mnica Cordeiro dos Santos

    38

    Texto 04 AS PRTICAS DE CUIDADO/EDUCAO E A AUTONOMIA DAS

    CRIANAS

    Elosia Amaral Sena

    Elenice de Brito Teixeira Silva

    49

    Texto 05 A DIVERSIDADE TEXTUAL COMO FERRAMENTA DO PROCESSO

    DE AQUISIO DA LEITURA E ESCRITA

    Letcia Souza Cruz

    Valria Alves de Souza

    Susane Martins

    62

    Texto 06 O PROCESSO DE ALFABETIZAO ENVOLVENDO A MSICA NO 1

    ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

    Simone Teles da Silva Santos

    Tainara Fernandes de Carvalho

    Kleide Iraci Marques Silva

    76

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Texto 07 A MSICA COMO RECURSO PEDAGGICO NO CONTEXTO DA

    INFNCIA

    Rayana Thyara de Lima Rgo Ladeia

    Sheila Rocha Ladeia

    89

    Texto 08 CONTAO DE HISTRIAS: CONTRIBUIES DA LITERATURA

    INFANTIL NA LUDOTECA

    Rayana Thyara de Lima Rgo Ladeia

    Susane Martins da Silva Castro

    99

    Texto 09 AS FBULAS NA EDUCAO INFANTIL: DESPERTANDO VALORES

    Mnica Nunes Reis

    Queite Fernandes dos Santos

    106

    Texto 10 O ATO DE BRINCAR: UM RELEVANTE RECURSO METODOLGICO

    QUE PROMOVE O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANA

    Sandra Thomaz de Aquino

    114

    Texto 11 JOGOS EDUCATIVOS NO 3 ANO DO ENSINO

    FUNDAMENTAL: CONTRUIBUIES PARA O PROCESSO DE

    ENSINO-APRENDIZAGEM

    Luana Fernandes de Oliveira

    Romrio Pereira Carvalho

    Sandra Thomaz de Aquino

    128

    Texto 12 A IMPORTNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DE AQUISIO DO

    CONHECIMENTO

    Poliana Rodrigues Cardoso

    Leandra Rodrigues Cardoso

    139

    Texto 13 CONTRIBUIES PARA A CONSTRUO DE PRXIS

    PEDAGGICA: VIVNCIAS DO PIBID

    Aldinia Borges dos Anjos

    Dbora Nunes Duarte

    145

    Texto 14 RELAO DE AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR / ALUNO E SUAS

    INFLUNCIAS NO DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DA CRIANA

    Ivanilde Bento Santana

    147

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Texto 15 QUESTES DE GNEROS NA ESCOLHA DE BRINQUEDOS E

    BRINCADEIRAS PELAS CRIANAS NA EDUCAO INFANTIL

    Roslia Dias do Carmo

    Yone Alves de Sousa

    157

    Texto 16 A PARTICIPAO DAS CRIANAS DO CENTRO DE EDUCAO

    INFANTIL MANOELINA MARIA DE JESUS NAS OFICINAS

    DESENVOLVIDAS NO PIBID

    Jeane Moura Rocha

    Joana Oliveira dos Santos

    167

    Texto 17 PERCEPES DAS FAMLIAS SOBRE A FUNO DA EDUCAO

    INFANTIL

    Edinalva Teixeira da Silva

    Tais Cardoso de Arajo

    178

    Texto 18 INTERVENES DO PIBID NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO

    EM UMA TURMA DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

    I: VIVNCIAS DAS BOLSISTAS ID

    Amanda Aquino

    Joise Fernanda Xavier

    Adma Bernardino Magalhes

    189

    Texto 19 FORMAO PARA A CIDADANIA A PARTIR DE EXPERINCIAS EM

    UMA TURMA DE 1 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I

    Jhene Queli da Cmara Rodrigues

    Ngila Waldvogel Gringo da Silva

    dma Bernardino Magalhes

    200

    Texto 20 A RELAO SCIO-EDUCACIONAL ENTRE PROJETOS DAS

    BOLSISTAS ID DO PIBID E O PROJETO POLTICO PEDAGGICO

    DO CENTRO EDUCACIONAL MANOELINA MARIA DE JESUS:

    APROXIMAES E PERSPECTIVAS

    Lariane Pereira Carvalho

    Marta Cristina Borges

    dma Bernardino Magalhes

    210

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Texto 21 AS IMPLICAES DOS CONTOS DE FADAS PARA A CONSTRUO

    DA CULTURA IDENTITRIA DA INFNCIA

    Fernanda da Cruz Santos

    Silale Gomes de Almeida

    Edna Souza Moreira

    222

    Texto 22 CULTURA DA INFNCIA: O OLHAR DAS BOLSISTAS IDs COM

    RELAO PARTICIPAO DA CRIANA NA CONSTRUO DO

    CONHECIMENTO

    Carine Gomes dos Santos

    Ivanilde Bento Santana

    Viviane Alves de Souza Ferreira

    Edna Souza Moreira

    232

    Texto 23

    O PRECONCEITO NA OPINIO DAS CRIANAS: A CONTRIBUIO

    DO PIBID PARA A COMPREENSO DA DIVERSIDADE CULTURAL

    Letcia Souza Cruz

    Luana Fernandes de Oliveira

    240

    Texto 24 AS AULAS OFICINAS DO PIBID POSSIBILITANDO PESQUISAS E

    REFLEXES SOBRE A PRTICA PEDAGGICA

    Letcia Souza Cruz

    Luana Fernandes de Oliveira

    Raquel Aparecida Lino da Silva

    249

    Texto 25 A TEMTICA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NA PROPOSTA

    PEDAGGICA DA EDUCAO INFANTIL

    Denslei Sousa Castro

    Elenice de Brito Teixeira Silva

    260

    Texto 26 O ESPAO DA INFNCIA DO CAMPO NAS PRTICAS

    PEDAGGICAS

    Divina Michelle Pimentel de Souza Ramos

    Elenice de Brito Teixeira Silva

    275

    Texto 27 ESCOLARIZAO DE CRIANAS CAMPESINAS DURANTE A

    DITADURA CIVIL-MILITAR: ALGUNS APONTAMENTOS

    Elane Marcia Silva Viana

    287

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Texto 28 ROUSSEAU E SUA CONCEPO DE INFNCIA: BREVES

    APROXIMAES

    Jessica Baroni Queiroz

    Edna Furukawa Pimentel Elane Marcia Silva Viana

    295

    Texto 29 O IMAGINRIO DA CRIANA: REFLEXES A PARTIR DO

    CONTEXTO DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

    Karla Karoline de Oliveira Luis

    Luciana Pereira Cardial Teixeira

    Sandra Thomaz de Aquino

    304

    Texto 30 A AVALIAO NA INFNCIA COMO FERRAMENTA DE

    INCLUSO/EXCLUSO

    Leandra Rodrigues Cardoso

    Poliana Rodrigues Cardoso

    312

    Texto 31 OS EFEITOS DAS CONDIES SOCIOECONMICAS NA

    APRENDIZAGEM DA CRIANA

    Poliana Rodrigues Cardoso

    Leandra Rodrigues Cardoso

    323

    Texto 32 SOCIOLOGIA DA INFNCIA: VIOLNCIA COM E ENTRE

    CRIANAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM

    BOM JESUS DE LAPA

    Sandra Thomaz de Aquino

    Thaisa da Silva Ferreira

    335

    PARTE II - PSTERES

    Texto 01 OBSERVATRIO DA EDUCAO INFANTIL NO MUNICPIO DE

    BOM JESUS DA LAPA - BA

    Rara Dipaula Moreira de Castro

    Elenice de Brito Teixeira Silva

    344

    Texto 02 EDUCAO CONTEMPORNEA: UMA VISO SOCIOAMBIENTAL

    NA INFNCIA

    Joo Sotero do Vale Jnior

    349

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Rodrigo Luduvice da Silva

    Karla Karollyne de Oliveira Luis

    Texto 03 A POLMICA DO ENSINO RELIGIOSO NOS CURRCULOS

    ESCOLARES

    Dalvani da Conceio Medeiros

    Elisngela Rosa de Oliveira

    Fabiana Braga

    Thaisa da Silva Ferreira

    353

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    EDUCAO INFANTIL NO MUNICPIO DE BOM JESUS DA LAPA BA:

    EXPANSO DA OFERTA E DESAFIOS PARA A QUALIDADE

    Elenice de Brito Teixeira Silva1 - UNEB

    Rara Dipaula Moreira de Castro2 - UNEB

    RESUMO

    O presente trabalho resultado da pesquisa realizada entre 2014 e 2015 com o objetivo

    de fazer um estudo comparativo das polticas pblicas educacionais para as crianas de 0

    a 5 anos no contexto das reformas nacionais e do municpio Bom Jesus da Lapa. A partir

    da anlise de documentos norteadores e de indicadores da Educao Infantil no

    municpio, constatou-se a necessidade de criao de um banco de dados para agregar e

    dar visibilidade s polticas pblicas nesta rea. Desse modo, a partir de 2015, iniciou-se

    a construo de um site do observatrio de educao infantil, ainda em andamento, e a

    atualizao dos dados, na perspectiva de acompanhar o andamento da oferta e qualidade

    da educao das crianas pequenas no municpio. Este trabalho agrega parte dos dados

    que indicam o cenrio da oferta de educao infantil no municpio e os desafios para a

    qualidade.

    Introduo

    Este trabalho aborda o panorama atual da Educao Infantil no contexto das polticas

    pblicas no municpio de Bom Jesus da Lapa-BA. Este municpio encontra-se no interior

    do estado da Bahia, a 796 quilmetros da capital Salvador; uma cidade de pequeno porte

    na regio oeste, no territrio de identidade do Rio So Francisco.

    1 Mestre em Educao pela Universidade do Estado da Bahia. Professora assistente na Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Cincias Humanas e Tecnologias DCHT Campus XVII, Bom Jesus da Lapa-BA. 2 Graduanda do 7 semestre de Pedagogia, Departamento de Cincias Humanas e Tecnologias DCHT Campus XVII, Bom Jesus da Lapa-BA. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciao Cientfica (PIBIC) FAPESB.

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

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    O Observatrio da Educao Infantil no municpio de Bom Jesus da Lapa BA o

    subprojeto de iniciao cientfica que vem sendo realizado desde 2015, e integra uma

    pesquisa mais ampla que busca analisar a relao entre as pedagogia (s) da infncia e o

    lugar da infncia na construo dos modos de cuidar/educar. A pesquisa apontou a

    necessidade de criar um banco de dados no intuito de disponibilizar indicadores da

    educao das crianas de 0 a 5 anos de idade no municpio, bem como, documentos

    norteadores das polticas e propostas pedaggicas. O Observatrio, tem, portanto, o

    objetivo de constituir-se um portal formativo e informativo, ao disponibilizar dados das

    polticas pblicas que envolvem a educao infantil em Bom Jesus da Lapa - BA. Neste

    trabalho, apresenta-se parte dos dados que compem o Observatrio.

    O estudo se insere na abordagem qualitativa de pesquisa e pode ser considerado um

    estudo exploratrio. Dessa forma, foi a feita anlise dos documentos norteadores da

    Educao Infantil, como tambm foram analisadas obras referentes ao tema.

    Posteriormente, realizou-se um levantamento dos dados indicativos educao infantil

    no municpio de Bom Jesus da Lapa/BA e seus indicadores principais, atravs da anlise

    de documentos disponibilizados pelos Setores de Estatstica e de Coordenao de

    Educao Infantil da Secretaria Municipal de Educao e da aplicao de questionrios e

    entrevistas.

    O trabalho estar estruturado em duas partes. A primeira parte traar um panorama sobre

    a educao infantil ps Constituio de 1988, que trar a sua perspectiva em relao a

    educao infantil, e como vem sendo desenvolvido a educao para as crianas menores

    de 5 anos. A segunda parte apresenta os dados da Educao Infantil no municpio de Bom

    Jesus da Lapa nos anos 2014, 2015, 2016.

    1 A educao infantil no contexto das reformas educacionais ps Constituio de

    1998.

    Desde a Constituio de 1988, pode-se afirmar que as todas as crianas tm direito

    educao infantil e que esta no mais do campo da assistncia crianas pobres que

    precisam de um lugar para ficar enquanto as mes trabalham, como foi durante muito

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    tempo. A evoluo das polticas educacionais na rea de educao infantil ser

    demonstrada no quadro abaixo:

    Quadro 1: Panorama das Polticas Educacionais para a educao infantil ps

    Constituio de 1988

    Ano Documento Definies

    1988 Constituio Federal Determina que seja dever do

    Estado assegurar educao

    infantil em creches e pr-escolas

    a todas as crianas.

    1990

    Estatuto da criana e do Adolescente. o marco legal e regulatrio dos

    direitos humanos de crianas e

    adolescentes.

    1996

    Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    Nacional LDB.

    Reconhece a educao infantil

    como primeira etapa da educao

    bsica e dedicou trs artigos

    educao das crianas pequenas.

    1998

    Referencial Curricular Nacional para

    a Educao Infantil (Volume 1, 2 e 3).

    Definem que o objetivo da

    educao infantil educar e

    cuidar de forma integrada.

    Apresenta referncias

    importantes para elaborao das

    propostas pedaggicas,

    sobretudo os eixos de

    aprendizagem.

    2002 Movimento Interfruns de Educao

    Infantil do Brasil MIEIB

    Espao de suma importncia para

    a discusso sobre a educao

    infantil em mbito nacional.

    2006 Parmetros Bsicos de Infraestrutura

    para Instituies de Educao

    Infantil.

    Propem como devem ser

    construdas as instituies,

    contando com a participao da

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    comunidade, observando o

    contexto histrico e social.

    2006 Lei 11.274 Amplia o ensino fundamental

    para nove anos e torna obrigatria

    a matrcula das crianas a partir

    de 4 anos na educao infantil.

    1994-2008

    Poltica Nacional de Educao

    Infantil.

    Institui metas e polticas de

    melhoria na qualidade no

    atendimento s crianas, o

    documento reformulado sendo

    denominado como Poltica

    Nacional de Educao Infantil:

    pelos direitos das crianas de zero

    a seis anos Educao,

    abordando questes da atualidade

    que devem ser trabalhadas.

    2008 Parmetros Nacionais de Qualidade

    para a Educao Infantil.

    Definem as referncias de

    qualidade para as instituies.

    2009 Indicadores da Qualidade na

    Educao Infantil.

    Faz uma avaliao da educao a

    partir dos conceitos discutidos

    pela comunidade.

    2009 Poltica de Educao Infantil no

    Brasil: Relatrio de Avaliao.

    Relatrio que destaca os

    principais dados atualizados da

    educao infantil de todo o

    Brasil.

    2010

    Diretrizes Curriculares Nacionais

    Para a Educao Infantil.

    Orientam as polticas pblicas e a

    elaborao, planejamento,

    desempenho e avaliao de

    propostas pedaggicas e

    curriculares da educao infantil.

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    2013 Lei n 12.796/2013 Afirma que a educao para

    crianas de at cinco anos um

    direito.

    Os documentos acima deram abertura para o surgimento de outras Leis e documentos na

    rea, fazendo com que a educao infantil fosse reconhecida como etapa da educao

    bsica e como direito das crianas.

    2 Dados da educao infantil de Bom Jesus da Lapa BA

    Neste tpico, apresenta-se alguns indicadores da Educao Infantil do ano de 2014, 2015

    e 2016, obtidos atravs de questionrios e anlise documental. A anlise inicial deste

    material indica que o municpio dispe de sete instituies de educao infantil, todas

    localizadas na cidade. A primeira instituio a ser inaugurada foi CEI Katiscia I pelo

    vice prefeito Alberto Guedes em meados dos anos 80 sendo que o nome da creche

    homenagem a sua filha que veio falecer muito nova. Antigamente as creches e pr-

    escolas, como afirmaram algumas pessoas mais antigas da secretria da educao e das

    creches, tinham o intuito de apenas depositar as crianas, no havia uma preocupao

    pedaggica, onde o foco seria o ensino, as crianas apenas se alimentavam e dormiam e

    faziam atividades vagas sem a finalidade de aprender. No tinha a creche como uma

    unidade de ensino. Para melhor complementar as informaes logo abaixo se encontra o

    histrico destas instituies:

    O Centro de Educao Infantil Branca de Neve Katiscia III, localizado no Bairro So

    Joo, foi inaugurado no incio dos anos 80. Pela falta ou perca de registros da poca, no

    foi possvel saber a data de inaugurao correta. O prdio atual prprio e foi construdo

    e reinaugurado em 2009, mas durante cerca de 30 anos funcionou em condies precrias.

    Desde o incio dos trabalhos, a instituio pblica e modificou de nome apenas uma

    nica vez. Antes funcionava com o nome Creche Casulo Katiscia III- nome dado pelo

    vice prefeito em memria da filha e a partir de 2009 chamado de Centro de Educao

    Infantil Branca de Neve Katiscia III. Os novos gestores mantiveram a homenagem

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    pstuma feita pelo ex-vice prefeito. Vale ressaltar que so trs instituies que levam o

    nome Katiscia.

    O Centro de Educao Infantil Eufrosina Borges Dourado, localizado no Bairro

    Cavalhada, foi inaugurado em 07 de julho de 1995, com o intuito de suprir as necessidades

    que o bairro precisava. O prdio prprio e a instituio iniciou como pblica. O nome

    concebido ao espao foi escolhido em memria de uma senhora muito querida na cidade.

    Figura 1: Centro de Educao Infantil Branca de Neve Katiscia III

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    Figura 2: Centro de Educao Infantil Eufrosina Borges Dourado

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Figura 3 : Centro de Educao Infantil Filadlfia

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    O Centro de Educao Infantil Filadlfia, localizado no Bairro Amaralina teve seu incio

    em agosto de 2000 com a entrada dos documentos para a criao da instituio. No

    entanto, s foi inaugurado em fevereiro de 2001 para atividades pedaggicas e sociais

    para com as famlias e crianas do bairro. O prdio sempre foi alugado e seu

    funcionamento comeou como creche comunitria com a ajuda de associaes

    evanglicas. No comeo, a instituio recebeu o nome Creche e Escola Filadlfia (2001-

    2004), mas a partir da parceria com a Prefeitura em 2005, em sistema de conveniamento,

    o nome foi modificado para Centro de Educao Infantil Filadlfia. Hoje a instituio

    considerada Municipal, mas conserva o trabalho comunitrio da Associao de

    Moradores Local em algumas atividades.

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    O Centro de Educao Infantil Katiscia I, localizado no Bairro Joo Paulo II, foi

    inaugurado no incio dos anos 80*. Ao longo dos anos o nome foi modificado diversas

    vezes: o primeiro foi Creche Casulo Katiscia I, logo aps vieram Chapeuzinho

    Vermelho - (1997) e por fim Centro de Educao Infantil Katiscia I- (2009). No

    incio, o funcionamento abrangia forma de atendimento integral maioria das crianas,

    na perspectiva de prestar assistncia s famlias do bairro. Aps a reforma em 2009 com

    os recursos do ProInfncia, o espao se tornou mais adequado para o trabalho com os

    pequenos. O prdio desde sua implantao prprio e pblico. Apesar de no haver

    registro do ano exato da inaugurao, estima-se que esta foi a primeira Instituio de

    Educao Infantil do Municpio.

    O Centro de Educao Infantil Lar da Criana, localizado no Bairro Vila Maia, foi

    inaugurado em 2005 em um espao alugado, com o intuito de prestar assistncia as

    famlias dos bairros prximos. No dia 12 de abril de 2008 foi construdo o novo espao

    procurando atender melhor a comunidade. Atualmente o espao onde a instituio se

    encontra prprio, e desde a sua criao foi pblico.

    Figura 4: Centro de Educao Infantil Katiscia I

    Figura 5: Centro de Educao Infantil Lar da Criana

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    O Centro de Educao Infantil Professora Manoelina Maria de Jesus, localizado no Bairro

    Lagoa Grande, foi inaugurado em 2004 pela associao de Moradores do Bairro, no

    intuito de prestar assistncia as famlias. No incio, funcionava com o nome Creche Pr-

    Escolar Sorriso de Criana, mas ao longo do tempo, a instituio sofreu algumas

    modificaes. Em 2005 passou a ser Instituio pblica e em 2010, foi construdo o novo

    prdio com os recursos do ProInfncia e recebeu o atual nome, em homenagem primeira

    professora do bairro, que seria uma das fundadoras da Escola Municipal Nossa Senhora

    Aparecida, no mesmo bairro. A instituio iniciou como comunitria, mas atualmente

    pblica e o prdio prprio.

    Figura 6: Centro de Educao Infantil Professora Manoelina Maria de Jesus

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    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    Fonte: Registro fotogrfico da pesquisa.

    O Centro de Educao Infantil Pequeno Polegar Katiscia II, localizado no Bairro Joo

    Paulo II, foi inaugurado no incio dos anos 80*. A instituio sofreu vrias alteraes em

    relao ao seu nome. Em um primeiro momento foi nomeada de PAPI Plano de

    Acompanhamento Pedaggico Individual, logo aps Creche e Escola Katiscia II e

    Centro de Educao Infantil Pequeno Polegar Katiscia II. Desde sua criao a

    instituio publica, e no dia 30 de setembro de 2007 foi construdo o novo prdio.

    As instituies que possuem a denominao Katiscia foram inauguradas praticamente

    no mesmo perodo (anos 80). Os documentos que comprovam a data exata de suas

    inauguraes foram perdidos ao longo do tempo. O nome Katiscia uma homenagem

    pstuma para filha do vice-prefeito da poca.

    Figura 7: Centro de Educao Infantil Pequeno Polegar Katiscia II

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    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    Dados fornecidos pela Estatstica da Secretaria Municipal de Educao do conta de que

    4.035 crianas foram matriculadas na Educao Infantil em 2014, sendo 2.861 na cidade

    e 1.174 no campo. Esses nmeros podem indicar que poucas crianas na idade obrigatria

    de 4 anos no esto frequentando uma instituio de educao infantil. Isto porque entre

    as cerca de 3.581 crianas consideradas fora dessas instituies, incluem-se as de 0 a 2

    anos que no contam com atendimento na rede, embora alguns CEIs (Centro de Educao

    Infantil) matriculem as que j completaram 2 anos.

    Ainda assim, constata-se um aumento de quase cem por cento do nmero de matrculas

    se considerarmos os dados do Censo Educacional 2012. Os dados fornecidos pela

    Secretaria Municipal de Educao ao INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

    Educacionais) indicam que 1.749 crianas de 3 a 5 anos frequentaram os CEIs neste ano.

    No ano de 2015, so 3.088 crianas matriculadas, de acordo com a Secretaria, o que revela

    um pequeno decrscimo em relao ao ano passado, em 2016 o nmero de crianas

    matriculadas so de 2.849, como destaca o grfico seguinte:

    Grfico 1: Evoluo da matrcula na Educao Infantil na cidade e no campo em

    Bom

    Segundo a Secretaria de Educao do Municpio, o nmero de crianas teve este declnio

    para que eles pudessem atender com mais qualidade, pois mesmo no atendendo a faixa

    etria de zero a dois anos, institudo um limite de crianas por sala na instituio para

    que as educadoras possam realizar um bom trabalho. A mdia seria de 16 crianas por

    1.749

    4.0353.088 2.849

    0

    2.000

    4.000

    6.000

    2012 2014 2015 2016

    Nmeros de Matrculas na Educao Infantil

    Fonte: Elaborao prpria a partir de dados do Censo Educacional 2012 INEP e dados da Secretaria Municipal de Educao.

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    20

    4430

    52

    83

    36 3824

    7664

    82

    129

    35

    91 92

    7185

    73

    131

    30

    74

    104

    63

    90

    19

    46 42

    22

    CEI Brancade Neve

    CEIEufrosina

    CEIFiladlfia

    CEIKatiscia I

    CEI Lar daCriana

    CEIManoelina

    CEIPequenoPolegar

    Crianas de 2 anos Crianas de 3 anos

    Crianas de 4 anos Crianas de 5 anos

    Crianas em perodo integral

    sala no maternal, 18 crianas por sala no primeiro perodo e 20 crianas no segundo

    perodo, mas com podendo ultrapassar 20% destes nmeros. Como o Plano Municipal de

    Educao afirma, em alguns bairros algumas crianas aguardam vagas para entrarem nas

    instituies devido a grande demanda do espao.

    No ano de 2015, a cidade atendeu em torno de 1.750 crianas A diviso desta quantidade,

    em meio as faixas etrias e instituies, pode ser melhor visualizada no grfico seguinte:

    Grfico 2: Dados da matrcula na Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA,

    2015

    Observa-se que a diferena em relao a quantidade de crianas por instituio, tem

    nmeros significativos. Enquanto h instituies que atendem mais de trezentas crianas,

    existem outras que no ultrapassam o limite de cento e sessenta. Esse fenmeno acontece

    por conta da heterogeneidade de cada espao. Existem instituies que atendem alguns

    dos Parmetros Bsicos de Infraestrutura para Instituies de Educao Infantil (2006);

    j outras so utilizadas em espaos improvisados. Outra variante o nmero de vagas,

    pois uma nica instituio pode atender vrios bairros, como afirma a diretora Rosa:

    A partir do 2 perodo ocorre um grande aumento de matrcula pela abrangncia de

    bairros que a instituio atende, sendo mais de cinco bairros. (Rosa, diretora do CEI Lar

    da Criana, dados da entrevista, 2015).

    Fonte: Dados da Secretaria Municipal de Educao, abril de 2015.

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    43

    12

    02

    3

    86

    910

    13

    21

    10

    CEI Brancade Neve

    CEIEufrosina

    CEIFiladlfia

    CEIKatiscia I

    CEI Lar daCriana

    CEIManoelina

    CEIPequenoPolegar

    Professoras de 20 horas Professoras de 40 horas

    Alm da extenso de bairros atendidos, o nmero de professores por sala no

    igual em todas as instituies, sendo que no CEI Katiscia I e CEI Manoelina Maria de

    Jesus, a partir do segundo perodo no lecionam duas professoras, apenas uma, segundo

    a Portaria n 001 de 04 de janeiro de 2016 do municpio de Bom Jesus da Lapa, como

    foi citado pela regra do aumento de 20% das crianas acima, sendo que nessas instituies

    s h duas educadoras quando ultrapassam os vinte por cento da quantidade limite de

    alunos. Em relao quantidade de professoras por instituio, este grfico pode

    esclarecer a quantidade e as horas semanais:

    Grfico 3: Dados do nmero de professoras na Educao Infantil em Bom Jesus da

    Lapa BA, 2015

    Observa-se que em 2015 h uma instituio que se destaca em relao s outras pela

    quantidade de profissionais que nela atuam. O nmero total de noventa e duas

    professoras na educao infantil neste ano. As instituies que se encontram no municpio

    de Bom Jesus da Lapa atendem 2.849 crianas na faixa etria de dois anos e meio a cincos

    anos de idade no ano de 2016. Que esto divididas em trs nveis: o maternal, primeiro

    perodo e segundo perodo. No maternal ficam matriculados os de faixa etria de dois

    anos e meio a trs anos de idade. No primeiro perodo esto as de quatro para cinco anos

    de idade; j no segundo perodo, permanecem as de cinco anos a seis anos. Segundo a Lei

    Fonte: Dados da Secretaria Municipal de Educao, abril de 2015.

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    60

    8874

    66

    44

    93

    108

    7360

    95

    119

    45

    82

    102 95 96

    76

    130

    30

    75 73 76

    100

    28

    70

    37

    CEI Brancade Neve

    CEIEufrosina

    CEIFiladlfia

    CEIKatiscia I

    CEI Lar daCriana

    CEIManoelina

    CEIPequenoPolegar

    Crianas de 2 anos Crianas de 3 anos

    Crianas de 4 anos Crianas de 5 anos

    Crianas em perodo integral

    n 11.114/2005, as crianas que completam seis anos at 31 de maro passaro para o

    ensino fundamental de nove anos; aps essa data, as crianas sero retidas na educao

    infantil.

    J no ano de 2016, a cidade atendeu em torno de 1.995 crianas, A diviso desta

    quantidade, levando em conta a faixa etria e instituies, pode ser melhor visualizada no

    grfico seguinte:

    Grfico 4: Dados da matrcula na Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA,

    2016

    Nota-se que de 2015 para 2016 as matrculas aumentaram cerca de 7,1%, correspondendo

    a 245 crianas a mais em relao ao ano anterior, fazendo com que as instituies se

    reorganizassem para melhor acolhimento dos pequenos, passando por pequenas reformas

    e at mesmo mudana de espao. Na faixa etria de dois a quatro de idade teve aumento

    de matrculas em todas as instituies.

    O CEI Katiscia I permanece com apenas uma professora nas turmas de segundo perodo.

    J a oferta de perodo integral para as crianas diminuiu de quatro para trs instituies,

    mas o nmero de crianas atendidas nessas instituies foi de 129 para 135 crianas, e

    existem mais turmas do que no ano anterior.

    Em comparao ao ano antecedente houve um acrscimo de seis educadores a mais na

    educao infantil, como tambm resultou no equilbrio do nmero de profissionais em

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    4

    21

    4

    1 1

    3

    10

    14

    12

    10

    12 12

    10

    CEI Brancade Neve

    CEI Eufrosina CEI Filadlfia CEI KatisciaI

    CEI Lar daCriana

    CEIManoelina

    CEI PequenoPolegar

    Professoras de 20 horas Professoras de 40 horas

    cada instituio. O grfico abaixo pode esclarecer a quantidade e as horas semanais dos

    educadores deste ano:

    Grfico 5: Dados do nmero de professoras na Educao Infantil em Bom Jesus da

    Lapa BA, 2016

    Outra informao acerca dos profissionais da educao, que a maioria dos

    educadores possui graduao, e alguns especializao voltada infncia, os que no tem

    graduao, possuem magistrio e esto h muitos anos na educao infantil.

    CONCLUSO

    A anlise dos dados evidencia um aumento da oferta de educao infantil aps o ano de

    2012 no municpio de Bom Jesus da Lapa, concentrado sobretudo na pr-escola, ou seja,

    para crianas de 4 e 5 anos. Talvez isso tenha a ver com a obrigatoriedade da matrcula a

    Fonte: Dados da Secretaria Municipal de Educao, maro de 2016.

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    partir dos 4 anos, conforme Lei 11.274/2006. Nesse sentido, o municpio ainda oferece

    poucas vagas para creche e nenhuma vaga para crianas menores de 2 anos de idade.

    O atendimento em tempo integral tambm tmido e atende poucas crianas. Tambm

    constata-se uma concentrao de vagas em alguns bairros e outros que demandam por

    Instituio. Ainda observa-se no municpio crianas que deslocam de um bairro para outro

    para frequentar um Centro de Educao Infantil. Nesse sentido, o desafio parece ser

    garantir a oferta de qualidade e a expanso da oferta em todas as regies do municpio,

    incluindo o campo.

    REFERNCIAS

    BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Diretrizes

    curriculares nacionais para a educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2010.

    _______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Indicadores da

    Qualidade na Educao Infantil. Braslia: MEC, SEB, 2009.

    _______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros bsicos

    de infraestrutura para instituies de educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2006.

    _______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros nacionais

    de qualidade para a educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2006.

    _______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Poltica de Educao

    no Brasil: Relatrio de Avaliao. Braslia: MEC, SEB, 2009.

    _______. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Fundamental. Referencial

    curricular nacional para a educao infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998.

    _______. Senado Federal. Estatuto da Criana e do Adolescente: n 8.069/90. Braslia:

    1990.

  • P g i n a | 26

    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    _______. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional: n

    9.394/96. Braslia: 1996.

    KRAMER, Sonia. As crianas de 0 a 6 anos nas polticas educacionais no Brasil:

    educao infantil e/ fundamental. Campinas, vol. 27, n. 96, p. 797-818, out. 2006.

  • P g i n a | 27

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    INFNCIA E EDUCAO INFANTIL: RETRATOS DE UMA VIVNCIA

    Susane Martins da Silva Castro3

    UNEB-DCHT CAMPUS XVII

    Isaura Francisco de Oliveira4

    UNEB-DCHT CAMPUS XVII

    RESUMO

    O artigo intitulado, Infncia e Educao Infantil: retratos de uma vivncia fruto de

    nossas reflexes como pesquisadoras, professoras e formadoras de professores, tem como

    objetivo principal problematizar a temtica da formao de educadores para atuar na

    educao infantil. Neste sentido, apresentamos o retrato de um trabalho desenvolvido por

    uma das autoras, no exerccio da docncia no Curso de Pedagogia desenvolvido na

    Universidade do Estado da Bahia, UNEB, campus XVII, no perodo de fevereiro a junho

    do ano de 2016, ao trabalhar com o componente curricular Infncia e Educao Infantil

    ministrada para a turma do sexto semestre que neste mesmo perodo cursavam a

    Disciplina Pesquisa e Estagio II -Estagio na Educao Infantil. Para tanto, utilizou-se da

    pesquisa de campo com abordagem qualitativa. Os instrumentos de coletas de

    informaes foram as narrativas, entendendo a narrativa autobiogrfica como uma

    metodologia de trabalhar e significar esta formao. Trata-se de analisar, atravs do

    aporte terico-metodolgico das narrativas autobiogrficas das vivncias que

    impulsionaram as aprendizagens processadas durante todo processo de formao. O

    aporte terico composto por Oliveira (2010), Macedo e Azevedo (2013), Souza (2011)

    foi fundamental para anlise do tema proposto. O estudo nos possibilitou perceber as

    mudanas, contradies, organizaes e reequilibraes que vo ocorrendo nas

    concepes tericas e polticas, resultantes de uma vivencia educacional dos estudantes

    do curso de pedagogia.

    Palavras-chave: Docncia na Educao infantil. Prtica Pedaggica. Vivncias.

    Retratando o estudo

    Discutir a formao necessria ao professor para atuar na Educao Infantil, no

    curso de Licenciatura em Pedagogia, oferecido pela Universidade do Estado da Bahia,

    3 Professora da rede Municipal de Ensino de Riacho de Santana- Ba. Professora da Universidade do Estado

    da Bahia UNEB. [email protected]; 4 Professora da rede Municipal de Ensino de Riacho de Santana- Ba. Professora da Universidade do Estado

    da Bahia UNEB. Mestranda em Educao de Jovens e Adultos MPEJA UNEB. [email protected]

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    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    UNEB, Campus XVII, no departamento de Cincia Humanas, foi uma experincia mpar.

    Primeiro pela importncia que o tema tem em nossa histria de vida, ao longo de mais de

    duas dcadas no exerccio do Magistrio, seja na docncia, na coordenao ou na gesto,

    sempre estivemos imbricadas com a infncia e com a Educao Infantil. Segundo, porque

    teorizar, debater, discutir juntos aos estudantes do sexto semestre do curso de pedagogia

    sobre um tema to querido para ns, permitiu refletirmos sobre a pertinncia das

    decises estratgicas que sero tomadas (MACEDO, 2012, p. 25). Assim, o presente

    estudo pretende desvelar as decises que foram tomadas ao longo dos meses de trabalho

    que durou a disciplina, o que justifica o ttulo: retratos de uma vivencia.

    Ao iniciarmos os estudos do componente curricular Infncia e Educao infantil,

    precisvamos mapear os saberes da turma sobre infncia, criana e educao infantil.

    Assim, iniciamos nossos trabalhos com os seguintes questionamentos: o que ser

    criana? O que a infncia? O que educao infantil? A partir das discusses sobre

    estes conceitos bsicos ampliamos nossas discusses para os seguintes questionamentos:

    qual a concepo de infncia vem permeando espaos de educao infantil e os trabalhos

    nele desenvolvidos? O que os profissionais que nela atuam compreendem por criana,

    infncia e poltica de direitos? Que conhecimentos terico-prticos so necessrios ao

    desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e psicomotor da criana?

    O presente texto est estruturado da seguinte forma: inicialmente apresentamos

    a introduo intitulada retratando o estudo; num segundo momento, buscando direcionar

    o leitor sobre o caminho percorrido, apresentamos o percurso necessrio, onde

    evidenciamos a trilha metodolgica; o referencial terico apresentado em dois

    momentos: no primeiro apresentamos a Infncia e Educao infantil, marcas que ficam;

    no segundo: refletindo a prxis, no qual destacamos nossas percepes enquanto

    professoras da turma. Na apresentao da anlise dos dados, intitulada as narrativas da

    formao, fazemos uma anlise das percepes dos alunos acerca das construes

    advindas das vivencias durante as aulas e por fim, apresentamos algumas consideraes.

    Percurso necessrio: a trilha metodolgica

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    II COLQUIO REGIONAL DE PEDAGOGIA (S) DA INFNCIA

    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    A importncia epistemolgica da pesquisa autobiogrfica no domnio das

    Cincias da Educao, conforme Souza (2006, 2011) tem possibilitado um trabalho

    reflexivo como marca das identidades e subjetividades dos sujeitos em processos de

    aprendizagens e desenvolvimento cotidianos. Os modelos biogrficos e, mais

    especificamente, os memoriais de formao ou acadmicos revelam modos discursivos

    construdos pelos sujeitos em suas dimenses scio histricas e culturais numa interface

    entre memria e discursos de si.

    Ao produzir este artigo, nos referendamos em Souza, (2008, p.4) para quem os

    [...] mtodos biogrficos, das prticas de formao, dos memoriais e escritas de si como

    perspectiva de formao demarca outras percepes sobre o percurso de formao[...].

    Utilizando as narrativas dos sujeitos em formao, nossas percepes foram sendo

    construdas ao longo da disciplina, tornando esta experincia formadora e significativa.

    A experincia foi vivenciada no Curso de Pedagogia, oferecido pela universidade

    do Estado da Bahia, Departamento de Cincias Humanas e Tecnologia, campus XVII,

    situado no municpio de Bom Jesus da Lapa -BA, no perodo de fevereiro a junho do ano

    de 2016, com 27 estudantes do sexto semestre.

    Em cada dinmica realizada e em cada texto discutido as falas foram sendo

    registradas no dirio de campo da professora formadora e ao final da disciplina, todos os

    alunos foram convidados a escrever uma carta pedaggica. Na carta, os alunos deveriam

    apresentar as percepes construdas ao longo da disciplina.

    Para iniciarmos nossas discusses realizamos uma roda de conversa para

    percebermos qual a concepo de infncia presente na fala dos estudantes de pedagogia

    e o que eles esperavam aprender durante a disciplina.

    Esta conversa inicial evidenciou que, para alm da preocupao com a concepo

    de criana e infncia estava o medo e a ansiedade dos alunos, do sexto semestre do curso

    de pedagogia com o estgio e a pesquisa na educao infantil, que aconteceria em paralelo

    a disciplina que iriamos trabalhar.

    Na anlise dos dados, apresentamos a percepo dos estudantes, e mesmo que no

    apresentamos na integra a narrao dos 27 que participaram da aula, as falas dispostas

    neste trabalho evidenciam que as concepes de infncia que permeiam a presente etapa

  • P g i n a | 30

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    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    passa a ser um dos desafios a serem vencidos na disciplina pelos alunos do curso de

    pedagogia.

    Infncia e Educao infantil: marcas que ficam

    O trabalho na disciplina Infncia e Educao Infantil, teve incio com a dinmica

    os lugares deixam marcas? onde os alunos puderam retornar s suas infncias e

    perceber as mudanas que se processaram desse perodo para os atuais dias, e ao analisar

    buscando como recurso as memorias vividas, puderam compreender as marcas que ficam.

    Essa reflexo, utilizando como recurso a memria, os fez compreender que criana so

    todas as pessoas que tem de zero a doze anos, mas que infncia categoria social

    historicamente constituda, pois, depende das condies a mesma oferecidas.

    Assim, compreender as concepes de infncia que permeiam a presente etapa

    passou a ser um dos desafios a serem vencidos na disciplina pelos alunos do curso de

    pedagogia, com base nos fundamentos legais que do respaldo a essa importante etapa

    educativa de forma a contribuir para o seu crescimento e desenvolvimento.

    Associado a essa dinmica, o estudo das concepes de infncia permitiu

    vislumbrar a criana hoje presente nos diferentes contextos, bem como a infncia que

    permeia a Educao infantil nos nossos atuais contextos, compreendendo como a mesma

    influencia e influenciada pelos diversos contextos de vida das crianas.

    As discusses fomentadas permitiram ainda compreender os paradigmas que

    permeiam o trabalho pedaggico da educao infantil, entendendo o papel dos

    profissionais que atuam. Assim, a cada aula da disciplina, dinmicas reflexivas

    embasaram as discusses que pouco-a-pouco foram ganhando corpo e a compreenso da

    importncia de perceber que infncias permeiam hoje a Educao Infantil em Bom Jesus

    da Lapa e regio foi se definindo como elemento de compreenso da vida infantil na

    atualidade.

    Para auxiliar na compreenso, foram selecionados autores que puderam contribuir

    para reflexo sobre o exerccio na docncia no mbito da Educao Infantil. A vivncia

    no estgio em paralelo com os estudos tericos permitiram aos alunos aprimorar os

    conhecimento sobre o assunto em questo, j que pouco se conhecia acerca de qual

  • P g i n a | 31

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    21 A 23 DE SETEMBRO DE 2016

    trabalho atende criana em suas infncias no contexto da Educao infantil. Neste

    sentido, conhecer propostas de organizao e estruturao do trabalho nos espaos de

    Educao Infantil, foi significativo nesta etapa da formao dos acadmicos.

    Outro ponto que merece destaque no decorrer do trabalho pedaggico da

    disciplina foram os estudos sobre como o ambiente fsico de uma creche tem influncia

    na maneira de como as pessoas se desenvolvem dentro de um determinado espao, pois,

    h atividades educativas que no podem ser realizadas em qualquer lugar, necessitam de

    um espao que propicie ao professor realizar prticas concernentes faixa etria dos

    alunos inseridos no contexto da educao infantil, sem correr risco de desistncia por

    conta de espao.

    Nessa posio, as discusses sobre o que define as Diretrizes Curriculares

    Nacionais da Educao Infantil (DCNEIs), que foram aprovadas pelo Conselho Nacional

    de Educao em 2009 (Parecer CNE/CEB n 20/09 e Resoluo CNE/CEB n 05/09), que

    so leis e normas com propostas voltadas a essa etapa da educao, trouxeram

    oportunidades de pensar como e que direo seguir, focalizando as crianas, atravs

    desses parmetros, articulando assim, o processo de desenvolvimento integral da criana

    que adentra primeira etapa da Educao Bsica.

    Quanto ao trabalho pedaggico, destaca-se que ao longo das duas ltimas dcadas

    muito tem sido discutido. Nesse sentido, diversos documentos foram elaborados

    buscando respaldar essa importante etapa que s veio a ter reconhecimento social aps

    ser definida na LDBEN 9394/96 enquanto primeira etapa da Educao Bsica. Esse

    reconhecimento legal despertou para a necessidade das instituies de ensino ofertar

    criana o aparato necessrio a uma infncia onde a mesma seja sujeito de direitos. Quando

    nos orientamos pelo paradigma do direito da criana educao, buscamos respaldo em

    Macedo (2013, p. 45) [...] o contedo desse discurso precisa de uma reflexo ou mesmo

    de uma inflexo, mas que fundamental, em realidade fundante.

    Para aprofundar a reflexo dos acadmicos, alm dos aportes tericos, recorremos

    tambm fundamentao legal que sustenta a educao infantil na atualidade.

    Assim, merece destaque o texto da Constituio Federal de 1988, que define como

    dever do Estado, o atendimento em creche e pr-escola criana de zero a cinco anos de

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    idade em relao educao, definindo, para tanto, a total responsabilidade em dar direito

    criana, matrcula em escola pblica, gratuita, e de qualidade.

    Do ponto de vista legal, a Educao Infantil a primeira etapa da educao bsica,

    e tem como objetivo, segundo as Diretrizes Curriculares de Educao Bsica (2013 p. 83)

    de promover o desenvolvimento integral das crianas, nos seus aspectos fsicos, afetivo,

    psicolgico e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. Com isso,

    entende-se que por ser a primeira etapa da educao, tambm, o momento que a criana

    tem suas experincias iniciais de escolarizao.

    Para a educao como lugar eminentemente poltico e tico, a

    aprendizagem educao s se legitima se for valorada e referenciada

    socialmente. Neste sentido, o que constitui formao para uma criana,

    vai muito alm do que est prescrito, do que deve aprender [...]

    (MACEDO &AZEVEDO 2013, p. 46)

    Ou seja, os fundamentos legais, por si s no do conta de atender a essa

    importante etapa. Para atuar na educao infantil, considerando toda a sua complexidade

    preciso de uma slida formao. Mas, de qual formao estamos falando?

    Atualmente, a responsabilidade pela formao desses profissionais em nvel

    superior dos cursos de licenciatura. Conforme art. 62 da Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao Nacional- LDBEN, Lei n 9.394/96,

    [...] formao de docentes para atuar na educao bsica far-se- em

    nvel superior, em curso de licenciatura, de graduao plena, em

    universidades e institutos superiores de educao, admitida, como

    formao mnima para o exerccio do magistrio na educao infantil e

    nas quatro primeiras sries do ensino fundamental, a oferecida em nvel

    mdio, na modalidade Normal. (BRASIL, 2006)

    3 Refletindo a prxis

    O trabalho proposto na turma dos estudantes do curso de por meio da disciplina

    Infncia e Educao Infantil, nos possibilitou refletirmos sobre a prxis, considerando a

    reflexo crtica sobre a prtica educativa. [...] A reflexo crtica sobre a prtica se torna

    uma exigncia da relao Teoria / Prtica sem a qual a teoria pode ir virando blblbl e

    a prtica, ativismo. [...] (FREIRE, 2003, p. 22).

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    Os estudos, as discusses, leituras e vivncias realizadas durante o semestre

    tiveram como objetivo subsidiar a prtica do estgio supervisionado II, intitulado

    Pesquisa e Prtica Pedaggica na Educao Infantil.

    Durante os meses de leituras, reflexes e estudos, foi possvel construir a

    compreenso sobre Currculo e Propostas Pedaggicas da Educao Infantil. O estudo

    dos Aportes Legais (Constituio Federal de 1988, LDB 9394/96, as diretrizes e

    resolues) possibilitaram a compreenso de que o contexto de vivncia, aprendizagem

    e desenvolvimento, requerem organizaes em relao ao tempo para realizaes das

    atividades, onde os espaos em que essas ocorrem necessitam ser planejados, onde a

    estruturao dos espaos internos, externos, favorecem a criana interao e explorao

    com o meio proporcionado.

    Outro elemento dado como importante, trata da verificao dos materiais

    disponveis ao professor para elaborao das atividades, em que a criana tambm se sinta

    acolhida e capacitando-a a elaborar atividades aleatoriamente.

    A criana, centro do planejamento curricular, considerada um sujeito

    histrico e de direitos. Ela se desenvolve nas interaes, relaes e

    prticas cotidianas [...]. A maneira como ela alimentada, se dorme

    com barulho ou no silncio, se outras crianas ou adultos brincam com

    ela [...], os espaos mais abertos ou restritos em que costumam ficar, os

    objetos que manipulam, o modo como conversam com ela, etc. so

    elementos da histria de seu desenvolvimento em uma cultura.

    (OLIVEIRA, 2010, p.05)

    Neste sentido, os acadmicos forma construindo a compreenso de que o espao

    que proporcionado criana, necessita ser pensado como o que ofertar criana a sua

    primeira viso de mundo, pois onde ela passar um bom tempo do seu dia, com vrias

    pessoas, diferentes linguagens, com uma rotina diferenciada.

    Nos estudos orientados por Oliveira em um dos seus artigos publicado em 2010

    o currculo na educao infantil: o que propem as novas diretrizes nacionais?, em

    relao ao espao, e aponta que:

    As experincias vividas no espao de Educao Infantil devem

    possibilitar o encontro de explicaes pela criana sobre o que ocorre

    sua volta e consigo mesma enquanto desenvolvem formas de sentir,

    pensar e solucionar problemas. Nesse processo, preciso considerar

    que as crianas necessitam envolver-se com diferentes linguagens e

    valorizar o ldico, as brincadeiras, as culturas infantis, [...] promovem

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    o desenvolvimento de formas de agir, sentir e pensar que so marcantes

    em um momento histrico. (OLIVEIRA, 2010, p. 05).

    Diante disso, percebeu-se que, quando a criana se der conta de que est presente

    em um espao que ela poder explorar e desenvolver as brincadeiras, elas sentiro mais

    seguras e capazes de desenvolverem habilidades cada vez mais complexas. Com isso,

    tambm tero experincias de outros colegas, que vivenciam nesse ambiente, atravs das

    relaes sociais. preciso considerar ainda que no momento das prticas educacionais

    que as crianas desenvolvem por meio das relaes sociais, a sua identidade.

    O campo de aprendizagens que as crianas podem realizar na Educao

    Infantil muito grande. As situaes cotidianas criadas nas creches e

    pr-escolas podem ampliar as possibilidades das crianas viverem a

    infncia e aprender a conviver, brincar e desenvolver projetos em grupo

    expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer novas linguagens, ouvir

    e recontar histrias lidas, ter iniciativa para escolher uma atividade.

    (OLIVEIRA, 2010, p.06)

    Cada convivncia, cada espao, cada tempo, cada diferena sempre h um

    aprendizado, especificamente quando esse ambiente j prprio para a formao desses

    indivduos.

    Vale lembrar que as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educao Infantil

    (DCNEIs), foram elaboradas contando com a participao de professores universitrios,

    educadores, movimentos sociais e pesquisadores. Isso porque percebeu a necessidade de

    repensar os processos de interao para desenvolvimento integral da criana, advindo dos

    parmetros que eram propostos para a Educao Infantil.

    Diante as propostas das DCNEIs, so apresentados tambm aspectos voltados

    para o espao que direcionado s crianas da Educao Infantil, onde relaciona a

    aprendizagem e desenvolvimento, advindo das creches e pr-escolas. No subsdio para a

    elaborao do Currculo, Oliveira diz que,

    O trabalho pedaggico organizado em creche ou pr-escola, em que

    cuidar e educar so aspectos integrados, se faz pela criao de um

    ambiente em que a criana se sinta segura, satisfeita em suas

    necessidades, acolhida em sua maneira de ser, onde ela possa trabalhar

    de forma adequada suas emoes e lidar com seus medos, sua raiva,

    seus cimes, sua apatia ou hiperatividade, e possa construir hipteses

    sobre o mundo e elaborar sua Identidade. (2010, p.09)

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    Com isso, percebeu-se a importncia que tem em pensar, e organizar o trabalho

    pedaggico para atendimento das infncias que permeiam a Educao infantil, espao

    como propsito educacional e que seja adequado para criana que nele habitar.

    Certamente, se uma criana for recepcionada com um espao de sua caracterstica, de sua

    natureza infantil, ela sentir mais a vontade, e logo acostumar com o espao.

    Diferentemente, se o espao proposto a essa criana no corresponde nada do que possa

    impression-la, ou chamar a ateno, poder ento ocorrer rejeio, indisciplina, assim

    como traumas.

    Durante as aulas da disciplina, uma vasta bibliografia foi buscada com vistas a

    respaldar os estudos que sustentaram as aprendizagens das concepes de infncia, da

    educao infantil e do profissional que atua nesta etapa, bem como das polticas pblicas

    contemporneas de atendimento para o desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e

    psicomotor da criana. O resultado desse estudo e da vivencia durante as aulas sero

    apresentados no tpico a seguir.

    4 As narrativas da formao

    A utilizao metodolgica da narrativa na sala de aula dos cursos de formao de

    professores se configura como um caminho significativo de construo de memrias. As

    memrias esto associadas h um tempo e a um espao histrico e, que por essa

    singularidade possibilita a compreenso de como os sujeitos se afirmam e se projetam em

    sua profissionalidade diante das questes e dos desafios da realidade. O estudo em

    questo, aborda o processo formativo de estudantes do Curso de Pedagogia, em relao

    ao trabalho na educao infantil.

    Durante as nossas aulas tivemos o privilgio de estudar o sentido da

    infncia, do ser criana e da educao infantil, compreendendo como

    se d a construo do conhecimento na pr-escola. como uma rede

    de significao e, pois o professor se aproveita das falas, brincadeiras,

    conflitos e de outras situaes para fazer questionamentos, incentivar

    a reflexo e conduzir a compreenso e ressignificao do saber que a

    turma apresenta. (Aluno 01)

    Conceber a infncia em sua pureza significa possibilitar criana viver em

    plenitude essa fase que fundamental para construo das estruturas fsicas, psicolgicas,

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    cognitivas, afetivas e emocionais. Neste sentido, a prtica pedaggica que permeia o

    cenrio da educao infantil precisa estar aliada ao educar, cuidar e brincar, elementos

    constituintes das discusses possibilitadas em sala de aula.

    Educar significa propiciar situaes de cuidados, brincadeiras e

    aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir

    para o desenvolvimento das capacidades infantis de relao

    interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude bsica de

    aceitao, respeito e confiana e o acesso, pelas crianas, aos

    conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL/

    RCNEI, V.1 p. 23.)

    Contemplar o cuidado na educao infantil significa compreend-lo como parte

    integrante da educao, embora possam exigir conhecimentos, habilidades e instrumentos

    que extrapolam a dimenso pedaggica. Ou seja, cuidar de uma criana em um contexto

    educativo demanda a integrao de vrios campos de conhecimentos e a cooperao de

    profissionais de diferentes reas.

    Durante esse tempo pude compreender a complexidade da nossa relao

    com as crianas e os desafios para se obter xito ao possibilitar a

    aprendizagem delas. (Aluno 2)

    Mais do que o cuidado, o dilogo precisa estar presente em todas as

    atividades, sejam elas de cuidados ou no, pois, atravs dessa

    interao que as crianas constroem significaes de postura tica,

    esttica, noo poltica e identidade pessoal, que vo lhes acompanhar

    por toda vida. (Aluno 4)

    Conforme se pode perceber nas falas acima, para cuidar preciso antes de tudo

    estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidrio com suas

    necessidades, confiando em suas capacidades, sobretudo dar ateno como pessoa que

    est num contnuo crescimento e desenvolvimento, identificando e respondendo as suas

    necessidades. (RCNEI, p. 24, 25). Neste sentido, de acordo com um dos alunos da turma:

    A disciplina nos permitiu compreender que as interaes criadas entre

    crianas e professores no levam apenas a construo de informaes,

    habilidades e conhecimentos sobre objetos do mundo, mas sobretudo a

    construo de uma tica, esttica, uma nova poltica e uma identidade

    pessoal, estimulando as crianas a construir novas significaes e a

    relacionar o que esto aprendendo a outras experincias fora da creche

    e pr-escola. (Aluno 3)

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    O Referencial Curricular para a Educao Infantil (BRASIL, 1998), apresenta

    vrias referncias e orientaes didticas focando como eixo de trabalho pedaggico o

    brincar como forma particular de expresso, pensamento, interao e comunicao

    infantil e a socializao das crianas por meio de sua participao e insero nas mais

    diversificadas prticas sociais, sem discriminao de espcie alguma (p. 13)

    Os estudos do texto a organizao das atividades culturalmente

    significativas nos permitiu perceber que as crianas na educao

    infantil tem a oportunidade de vivenciar por meio de diferentes

    linguagens um rico acervo cultural onde por meio de uma

    aprendizagem real conceitos cientficos e culturais podem ser

    experienciados, sempre com a mediao do professor. (Aluno 4)

    Sabemos que a criana brinca espontaneamente, sem que o adulto precise

    interferir. no brincar que a socializao se estabelece: brincar compartilhar, repartir,

    ganhar, perder, sofrer, enfim, aprender com a natureza dor ser.

    Algumas consideraes

    No presente estudo nos propomos problematizar a temtica da formao de

    educadores para atuar na educao infantil. O desenvolvimento da disciplina permitiu

    compreender que para atuar na educao infantil temos amparo legal de uma legislao

    que determina que necessrio formao especifica. Contudo, mais do que o que est

    disposto na Lei, construmos a compreenso de que preciso educar e cuidar das crianas

    na/da Educao Infantil e, para tanto preciso coloc-la diante de situaes que possam

    gui-la em seus impulsos instintivos. Ela poder ser incentivada, encorajada e orientada

    a desenvolver manifestaes instintivas da sua infncia, e isso a auxiliar no

    desenvolvimento de sua inteligncia. Nesse sentido, a formao necessria dever

    propiciar aos acadmicos, alm das discusses tericas, vivencias em espaos de atuao

    de modo a possibilitar a ao-reflexo-ao.

    Os estudos orientadores das aprendizagens e discusses fomentadas na disciplina

    Infncia e Educao Infantil na turma de sexto semestre do curso de pedagogia permitiu

    a compreenso da percepo de que criana so todas as pessoas que tem de zero a doze

    anos, mas que infncia categoria social historicamente constituda, pois, depende das

    condies a mesma oferecidas.

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    Assim, compreender as concepes de infncia, por meio da anlise das narrativas

    orais e escrita dos acadmicos foi para ns o ponto de partida para o trabalho da disciplina

    Infncia e Educao Infantil.

    A anlise das narrativas orais e escritas permitiu perceber as mudanas,

    contradies, organizaes e (re)equilibraces que vo ocorrendo nas concepes

    tericas, polticas e resultantes de uma vivencia educacional dos estudantes do curso de

    pedagogia.

    REFERNCIAS

    BRASIL, Referencial Curricular para Educao Infantil: formao pessoal e

    social. Vol. 2. Braslia: MEC/SEI, 1998.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Diretrizes Curriculares

    Nacionais Gerais da Educao Bsica. Braslia: MEC, SEB, 2013.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros bsicos de

    infraestrutura para instituies de educao infantil. Braslia: MEC, SEB, 2006.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica. Parmetros bsicos

    de infraestrutura para instituies de educao infantil: Encarte 1. Braslia: MEC,

    SEB, 2006.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. 26. ed. Rio

    de Janeiro: Paz e Terra, 2003.

    MACEDO, Roberto Sidnei. AZEVEDO, Osmar Barbosa. Infancias-devir e currculo: a

    afirmao do direito das crianas (aprendizagem) formao. Ilhus, BA: Editus, 2013.

    OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. (Org.) Educao infantil: muitos olhares. 9 ed. So

    Paulo: Cortez, 2010.

    OLIVEIRA, Zilma R.de. Educao Infantil: fundamentos e mtodos. So Paulo.

    Cortez, 2002, Cap. XIV: Os ambientes de aprendizagem como recursos pedaggicos.

    P.191 a 199.

    SOUZA, Elizeu Clementino de. (Auto) biografia, identidades e alteridade: modos de

    narrao, escritas de si e prticas de formao na ps-graduao. In.:

    PASSEGGI, M.C.; BARBOSA, T.M. (Orgs.) Memrias, Memoriais: pesquisa e

    formao docente. Natal: EDUFRN; So Paulo: PAULUS, 2008, pp. 119/133.

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    VIEIRA, Eliza Revesso. A reorganizao do espao da sala de educao infantil:

    uma experincia concreta luz da Teoria Histrico-Cultural / Eliza Revesso Vieira. --

    Marlia, 2009. Disponvel em:Acesso

    em 08 de abril de 2015.

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    ANLISE DA PRTICA PEDAGGICA UTILIZADA EM UMA SALA DE

    AULA DE UMA INSTITUIO DE EDUCAO INFANTIL EM BOM JESUS

    DA LAPA - BA5

    Edilcia Maria dos Santos

    Mnica Cordeiro dos Santos6

    RESUMO

    O presente artigo resultado do estudo das principais abordagens metodolgicas e da

    prtica docente manifesta baseadas nos tericos Libneo (1990), Mizukami (1986),

    Saviane (1999)e de uma pesquisa realizada com uma professora que trabalha em uma

    escola de Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA. O estudo tem como objetivo

    principal analisar a prtica pedaggica utilizada em uma sala de aula de uma escola de

    Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA, promovendo uma reflexo sobre as

    diferentes abordagens metodolgicas e a prtica manifesta da professora pesquisada. Para

    o alcance do objetivo proposto foram realizadas observao da prtica docente, entrevista

    estruturada com a professora da turma pesquisada e anlise do Projeto Poltico

    Pedaggico (PPP) da referida instituio.Portanto, oartigo em questo visa ser uma fonte

    de pesquisa e suporte de leitura para entender quais os condicionantes que levam um

    professor optar por uma ou outra abordagem metodolgica em sua prtica docente.

    Palavras-chave: Abordagem Metodolgica. Formao de Professores. Prtica Docente.

    INTRODUO

    Os autores que falavam das principais abordagens metodolgicas estudadas ao

    longo do semestre nos deram base para compreendermos as observaes realizadas na

    sala de aula em uma escola de Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA, bem como

    a anlise do Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da referida instituio.

    5 Artigo solicitado pelos professores Me. Edna dos Santos Moreira e Luis Geraldo L. Guimares como

    requisito parcial de avaliao na disciplina Didtica para os alunos do 4 Semestre do curso de Pedagogia

    da Universidade do Estado da Bahia UNEB, Campus XVII Bom Jesus da Lapa BA.

    6 Graduandas da turma 2014.1 do curso de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia UNEB,

    Campus XVII Bom Jesus da Lapa BA.

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    Sendo assim, a anlise das principais teorias pedaggicas nos levam a refletir que

    uma teoria por si s no pode ser capaz de abarcar todos os fenmenos sociais manifestos

    na comunidade educacional. Nesse sentido, Mizukami (1986) analisa que por sua prpria

    natureza, fins e prioridades no h mtodo ou abordagem que seja elaborado e restrito s

    mudanas sociais, filosficas e psicolgicas pelo menos do ponto de vista do ser humano

    que o examina, o utiliza e participa do mundo que o cerca.

    A observao realizada em sala de aula nos possibilitou pode analisar diferentes

    mtodos e abordagens de ensino e suas respectivas especificidades. O referencial terico

    estudado nos possibilitou a compreenso de que o mtodo no deve ser analisado

    separadamente, pois o papel de um mtodo ou abordagem , muitas vezes limitado para

    alguns aspectos do fenmeno educativo e a explicao das relaes envolvidas podem

    no ser suficientemente desenvolvida ou abrangente e sua incompletude pode, inclusive,

    servir de guia ou fornecer elementos para outras reflexes.

    Sendo assim, este trabalho visa analisar a prtica pedaggica utilizada em uma

    sala de aula de uma escola de Educao Infantil em Bom Jesus da Lapa BA, de modo a

    promover possveis reflexes sobre as diferentes abordagens metodolgicas e a prtica

    manifesta da professora pesquisada.

    Este estudo nos alerta sobre a necessidade de que todos os envolvidos em qualquer

    segmento da educao conheam os diferentes mtodos e abordagens de ensino e suas

    respectivas especificidades, para que se possam optar pelo que produza melhor resultado

    no processo educativo.

    DISCUSSES TERICAS: TENDNCIAS PEDAGGICAS E PRTICA

    DOCENTE

    As abordagens metodolgicas so importantes referncias para que o professor

    oriente sua prtica docente, uma vez que, conhecendo as especificidades de cada uma

    possvel escolher a que mais se adque aos seus princpios pessoais e de formao e

    oferea ganhos significativos ao processo de socializao e aprendizagem na educao

    infantil.

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    Nesse sentido, Saviani (1999), ressalta a necessidade de se compreender a

    educao no da forma ingnua como a percebida pelas teorias no crticas, nem como a

    forma crtica reprodutivista, que acredita que todas as explicaes das mazelas sociais so

    responsabilidades da educao, sendo preciso retomar a compreenso de que a

    seletividade, a discriminao e o rebaixamento do ensino das camadas populares reforam

    a marginalidade e, a melhora da educao significa o meio mais eficaz de garantir aos

    pertencentes das camadas populares da sociedade um ensino de melhor qualidade.

    Para tanto, Saviane (1999) classificou as teorias pedaggicas em dois grupos: no

    primeiro grupo ficaram as teorias que entendem a educao como um instrumento de

    equalizao social, capaz de superar a marginalidade as chamadas teorias no crtica da

    educao e, no segundo grupo, ficaram as teorias que entendem ser a educao um

    instrumento de discriminao social, logo, um fator de marginalizao as chamadas

    teorias crticas da educao, sendo denominadas pelo autor como crticas

    reprodutivistas. Assim, ambos os grupos explicam a questo da marginalidade a partir

    de determinada maneira de entender as relaes entre educao e sociedade.

    Por outro lado, Mizukami (1986) ressalta que as teorias no so as nicas fontes

    de respostas possveis, completas e incorruptveis, para explicaras situaes de ensino

    aprendizagem. Elas so elaboradas para explicar, de forma sistemtica, determinados

    fenmenos, e os dados do real que iro fornecer o critrio para a sua aceitao ou no,

    instalando-se, assim, um processo de discusso permanente entre teoria e prtica.

    Embora, Mizukami (1986) e Saviani (1999), divergem em alguns pontos, ao

    retratar as diferentes abordagens metodolgicas. Pois, Saviani (1999) prope a

    compreenso da anlise a partir do entendimento de como as teorias educacionais

    explicam o fenmeno da marginalidade social, no qual a educao serve de base para

    elucidar tal fato. E, Mizukami (1986) explicita as efetivas abordagens do ensino,

    esclarecendo as especificidades de cada uma, bem como as caractersticas que as norteiam

    baseados nos princpios tericos que as fundamentam, sem que se analise o fenmeno da

    marginalidade diante do mesmo

    Portanto, em Mizukami (1986), fica entendido que uma teoria por si s no pode

    explicar ou resolver os problemas que a educao brasileira apresenta. No entanto, ela

    pode servir de guia no apontamento de possveis caminho na elucidao dos mesmos. E

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    em Saviane (1999), tudo tem sua resposta na maneira como a educao conduz o processo

    educacional, logo, as abordagens metodologias esto a servio da educao reforando a

    marginalidade social.

    Contudo, importante ressaltar a necessidade de que os educadores conheam as

    principais teorias educativas para que assim, possa escolher a que mais oferea benefcios

    ao processo ensino aprendizagem e com isso, seja oferecida uma educao de qualidade

    aos educandos, para que, tanto escola, quanto sociedade se desenvolvam da melhor forma

    possvel.

    Conforme Libneo (1986), a educao brasileira nos ltimos 50 anos tem sido

    marcada pelas tendncias liberais, que ora so conservadoras ora so renovadas. Para que

    se entenda um pouco melhor essa questo, este terico dividiu as tendncias pedaggicas

    em dois grupos: no primeiro grupo ficaram as tendncias liberais e, no segundo as

    tendncias progressistas. A tendncia Liberal se divide em: Tradicional, renovada

    progressivista, renovada no-diretiva e tecnicista. A Pedagogia progressista em:

    libertadora, libertria e crtico-social dos contedos.

    Segundo Libneo (1986), o grupo das tendncias pedaggicas liberais, podem ser

    chamadas de neutras, pois nunca assumiram compromisso com as transformaes da

    sociedade, embora, na prtica, procurassem legitimar a ordem econmica e social do

    sistema capitalista. Por outro lado, o grupo das tendncias pedaggicas progressistas, em

    oposio s liberais, tm em comum a anlise crtica do sistema capitalista.

    Diante disso, vale ressaltar a necessidade de que professores conhea as

    caractersticas individuais de cada tendncia ou corrente pedaggica, bem como analisar

    cuidadosamente os condicionantes das mesmas, suas vantagens e desvantagens, para que

    este tenha como base para os fundamentos tericos para cada ao a ser desenvolvida em

    seu trabalho na sala de aula.

    Diante disso, cabe a anlise de que os professores devem estudar e apropriar-se

    das tendncias pedaggicas, pois estas servem de apoio para a sua prtica pedaggica.

    Que conforme Libneo (ibid.), essa apropriao no se deve ser necessariamente de uma

    delas de forma isolada em toda a sua docncia. Mas, deve-se procurar analisar cada uma

    e ver a que melhor convm ao seu desempenho acadmico, com maior eficincia e

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    qualidade de atuao, de acordo com cada nova situao que surge, usa-se a tendncia

    mais adequada.

    FORMAO DE PROFESSOR E A PRTICA DOCENTE: OS ACHADOS DA

    PESQUISA

    Entende-se que o percurso de construo da identidade profissional caminha

    juntamente com o processo de formao pelo qual cada um passa e comas caractersticas

    da socializao com a realidade vivenciada. Diante desta constatao, a identidade

    profissional uma construo lenta que passa por diversos estgios at se chegar no

    profissional bem preparado para optar pela abordagem que possibilite gerar maior ganho

    para seus alunos.

    Embora, Libneo (1986) chama a ateno que o professor precisa conhecer as

    abordagens metodolgicas para que diante da adversidade do cotidiano da sala de aula

    este possa optar ora por uma abordagem, ora por outra, selecionando os pontos positivos

    de cada uma e utilizando-os nos momentos necessrios e que a opo por uma nica

    abordagem no daria conta de resolver as situaes imprevisveis do cotidiano da sala de

    aula.

    Diante do que foi estudado e pesquisado, pode-se analisar que a prtica

    pedaggica manifesta pelo professor tem muito a ver com a compreenso que ele tem

    acercado que educao e com a formao que o mesmo contemplou em seu processo

    formativo.

    Partido desse pressuposto, o PCN de Artes (1997), afirma que:

    No Brasil, pode-se observar a integrao de diferentes orientaes

    quanto s suas finalidades, formao e atuao dos professores, mas,

    principalmente, quanto s polticas educacionais e os enfoques

    filosficos, pedaggicos e estticos. (BRASIL, 1997, p. 22).

    sabido, que existem complexidades que envolvem as polticas educacionais de

    formao, valorizao e capacitao de educadores, bem como, a valorizao de

    determinadas prticas pedaggicas em detrimento de outras. Entretanto, cabe ao professor

    conhecer e optar pela abordagem, mtodo ou corrente metodolgica que proporcione

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    melhor e/ou maior resultados ao processo de socializao e aprendizagem, uma vez que

    o professor o responsvel direto por suas aes em sala de aula, e as mesmas

    determinaro o tipo de educao que este professor acredita ser a melhor para seus alunos.

    Nesse sentido, a professora pesquisada relata que a tendncia ou corrente

    pedaggica que orienta sua prtica docente :

    Construtivista, embora, ainda exista muito do tradicional enraizado em

    ns. Luto todo dia para tentar proporcionar uma educao de melhor

    qualidade aos meus alunos, mas no vou lhes dizer que sou 100% (cem

    por cento), cometo falhas sim, mas sempre estou tentando corrigir as

    minhas falhas. Mesmo porque, so 17 anos de experincia, nesse tempo

    j vi e fiz muita coisa que deu certo e outras nem tanto. Estou

    aprendendo a buscar novas maneiras de trabalhar melhor com os meus

    prprios erros. (PROFESSORA ENTREVISTADA, 20/05/2016).

    Fica evidenciado na fala da professora pesquisada um comprometimento da

    mesma com uma educao de qualidade e que a corrente pedaggica seguida pela mesma

    a Construtivista, contudo, em nossas observaes foram percebidos traos fortes da

    tendncia Tradicional e Tecnicista, tais como: rotina diria para o ano todo afixada na

    parede, fila para ir ao banheiro, ir ao quadro, ir para os brinquedos, assistir TV, tarefas

    para casa, excessivo uso de oralidade dentre outros, mas como a entrevistada disse

    sempre estou tentando corrigir as minhas falhas.

    Diante disso, Mizukami (1986), que os cursos de formao de professores

    necessitam de uma articulao maior entre as teorias estudadas e a anlise dos contedos

    usualmente vinculados em disciplinas pedaggicas especialmente daquelas que analisam

    abordagens do processo ensino aprendizagem, procurando articul-las com a prtica

    pedaggica, em suas diferentes manifestaes, possibilitando assim uma compreenso

    cada vez mais significativa e abrangente do real. Para isso, a autora aponta como uma

    possvel soluo para essa questo, a estruturao dos cursos de licenciatura de forma que

    teoria e prticas pedaggicas no fossem consideradas de forma dicotomizada, mas sim,

    que a partir da prtica, se pudesse refletir, discutir, analisar, questionar, criticar diferentes

    opes tericas em confronto com esta mesma prtica.

    Nesse sentido, Libneo (1986), analisa que a prtica escolar caminha sobre a

    vertente de que professores so frutos da tendncia vigente em sua formao, pois os

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    mesmos dividem-se em avanar na prtica educacional e, ao mesmo tempo, aceitar a

    forma tradicional a qual tem sido predominante ao longo dos tempos nos cursos

    superiores de formao de professores e nas instituies escolares brasileiras.

    Partindo deste pressuposto, Oliveira (2010), destaca a necessidade de que:

    [...] o professor tenha elementos para proceder a anlises, reflexes e

    avaliaes referentes ao seu prprio fazer, encontramos novos

    caminhos qualitativamente diferentes para a efetivao de um trabalho

    docente reflexivo e orientado por um projeto de educao pr-escolar.

    (OLIVEIRA, 2010, p. 59).

    Com isso, possvel entender que o ato de refletir a partir da prtica docente deve

    ser uma constante na vida de um professor, pois s diante deste exerccio de auto-reflexo

    que possvel analisar o papel limitado de uma teoria educacional, uma vez que a

    mesma por si prpria no poder resolver os problemas educacionais. Nesse sentido,

    Zabala (1998), destaca que:

    Um dos objetivos de qualquer profissional consiste em ser cada vez

    mais competente em seu ofcio. Geralmente se consegue esta melhora

    profissional mediante o conhecimento e a experincia: o conhecimento

    das variveis que intervm na prtica e a experincia para domin-las.

    (ZABALA, 1998, p. 13).

    Com isso, pode-se entender que conhecimento e experincia andam juntos quando

    se trata de melhora no trabalho. Sendo assim, os 17 anos de experincia na docncia da

    professora entrevistada aliada a sua formao acadmica esto ajudando-a a ser uma

    profissional cada vez mais competente no exerccio de sua funo, pois de acordo com a

    entrevista cedida pela mesma, ela graduada em Normal Superior e Ps-graduada em

    Metodologia das Series Iniciais e Educao Infantil, ficando compreendido assim, que

    seu conhecimento na rea educacional e sua larga experincia na sala de aula possibilitam

    as reflexes feitas pela mesma diante de seu trabalho ajudando-a a ser uma profissional

    competente no seu trabalho.

    Contudo, embora o professor tenha uma certa autonomia de seu trabalho na sala

    de aula, sua prtica docente tem que estar em consonncia com o prega a instituio

    escolar e de acordo com o (PPP) da referida escola. Diante disso, o Referencial Curricular

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    Nacional para a Educao Infantil (RCNEI, 1998) traz algumas orientaes gerais para o

    trabalho do professor e para as instituies de educao infantil, com a inteno de que,

    instituio escolar e professor falem a mesma lngua no planejamento do trabalho na

    educao infantil.

    [...] as instituies de educao infantil devem favorecer um ambiente

    fsico e social onde as crianas se sintam protegidas e acolhidas, e ao

    mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais

    rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitar a

    ampliao de conhecimentos acerca de si mesmas, dos outros e do meio

    em que vivem. (BRASIL, 1998, p. 15).

    Sendo entendido, que o ambiente fsico e a forma como conduzido todo o

    processo educativo dentro desse espao escolar conta de maneira significativa nos

    resultados que se pretende alcanar. Neste sentido, Zabala (1998), afirma que,

    Para aprender indispensvel que haja um clima e um ambiente

    adequados, constitudos por um marco de relaes em que predominem

    a aceitao, a confiana, o respeito mtuo e a sinceridade. A

    aprendizagem potencializada quando convergem as condies que

    estimulam o trabalho e o esforo. (ZABALA,1998, p. 100).

    Pois tudo em volta do aluno tem que estar em concordncia com a aprendizagem,

    desde as gravuras nas paredes at a forma como esto dispostos os mveis na sala de aula.

    Dessa forma, a educao pode ser definida, como um processo orientado, de construo

    recproca que compartilha sentimentos, valores e significados. Valendo ressaltar que o

    professor deve criar dentro deste ambiente favorvel a aprendizagem situaes que

    possibilite o contato direto dos alunos com o mundo de significados.

    Nesse mesmo sentido, o (RCNEI, 1998) contempla que:

    O Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia de

    reflexo de cunho educacional sobre objetivos, contedos e orientaes

    didticas para os profissionais que atuam diretamente com crianas de

    zero a seis anos, respeitando seus estilos pedaggicos e a diversidade

    cultural brasileira. (BRASIL, 1998, p. 7, Apresentao).

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    Sendo assim, o Referencial Curricular Nacional da Educao Infantil (RCNEI),

    foi criado com a inteno de servir de norteador do trabalho dos professores na educao

    infantil, para que, tanto o trabalho da instituio escolar quanto do professor estejam

    alinhados de maneira a contribuir no desenvolvimento integral da criana que faz parte

    do ciclo da educao infantil. O que nos leva a refletir que a professora pesquisada

    entende a seriedade do alinhamento de seu trabalho com PPP da instituio que ela

    trabalha, uma vez que:

    O planejamento das atividades desenvolvidas em sala de aula acontece

    semanalmente, e tudo est de acordo com o plano anual para o

    desenvolvimento das habilidades que os alunos devem dominar at o

    final do ano nesta idade e de acordo com o PPP da escola que foi

    reelaborado no incio deste ano pela diretora, pela coordenadora e por

    ns professoras. (PROFESSORA ENTREVISTADA, 20/05/2016).

    Com isso, percebe-se que cada vez mais os envolvidos diretamente no processo

    educacional (diretores, coordenadores e professores) tm percebido a necessidade de

    planejarem juntos as aes a serem desenvolvidas em cada instituio escolar, para que a

    educao como um todo tenha ganhos expressivo.

    CONCLUSO

    Como sabido, uma tendncia pedaggica no existe despretensiosamente, na

    maioria das vezes, ela tem base terica, filosfica, psicolgica e at de mercado. Para

    tanto, cabe ao professor que est atuando nas instituies escolares de toda parte do pas

    compreender os pressupostos que cada teoria carrega em seu bojo, para assim poder

    adotar aquela ou aquelas que mais se aproximam do que ele acredita gerar melhores

    resultados em suas aes e para a educao de forma em geral.

    Diante disso, entende-se que a prtica pedaggica est sujeita a condicionantes de

    ordem social e poltica que implicam diferentes concepes de homem, de educao e de

    sociedade e, consequentemente, diferentes pressupostos sobre o papel de cada abordagem

    metodolgica no processo de aprendizagem.

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    Dessa forma, compreende-se que o modo como realizado o trabalho dos

    professores na escola tem a ver com esses pressupostos tericos, explcita ou

    implicitamente, que so abordados nos cursos de formao ou mesmo pela maneira como

    este professor entende a educao em seu ntimo.