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Page 1: Ouvindo Os Gemidos Das Pessoas

Ouvindo os gemidos das pessoas

Por Gilvano Amorim Oliveira

Baseado em Jeremias 4.1-2: “Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim; e se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, E jurarás: Vive o SENHOR na verdade, no juízo e na justiça; e nele se bendirão as nações, e nele se gloriarão”.

Contexto: o nome de Cristo e, por conseguinte, o nome de cristão tem perdido valor na atualidade. Os escândalos são das mais diversas naturezas. Em março do ano passado, três pastores evangélicos foram presos por envolvimento com tráfico internacional de armas. Poucos anos antes, um casal de pastores foi preso por pedofilia. Sobre ele pesa a acusação de mais de dez estupros! Na política, não são raros os eventos de corrupção por parte de evangélicos políticos. Novamente vemos, nos últimos dias, voltarem à tona na mídia escândalos financeiros envolvendo igrejas e seus líderes, sob investigação da Receita Federal e Polícia Federal. É forçoso admitir que tais exemplos talvez nunca nos atraíssem ao evangelho de Cristo. Alguns missionários que trabalhavam na Índia pensaram em uma estratégia que poderia trazer um verdadeiro avivamento para o País. Eles disseram: “Se nós conseguirmos evangelizar o líder do hinduísmo Mahatma Gandhi e o ganharmos para Cristo, toda nação indiana será impactada por esse testemunho”. Convictos da sua estratégia foram ao encontro de Gandhi para persuadi-lo a ser o cristão, entretanto no meio da conversar ouviram de Gandhi: “No vosso Cristo eu creio, eu só não creio é no vosso Cristianismo sem vida”. “Eu creria na sua salvação se eles [os cristãos] se parecessem um pouco mais com pessoas que foram salvas”. Essa afirmação dita por Fiedrich Nietzche, no final do século XVIII. O professor Hugh Black, no seu “Serviço de amor de Cristo”, diz: “Uma jovem judia, que é agora Cristã, pediu a certo senhor que lhe havia dado instruções a respeito do Evangelho, que lesse com ela a história. Porque, disse ela, tenho lido os Evangelhos e estou perplexa. Quero saber quando foi que os cristãos passaram a de ser tão diferentes de Cristo”. Essa é a realidade atual, um cristianismo que tem o rotulo de Cristo, mas nenhum conteúdo d’Ele. O Rev. Elben M. Lenz César falando sobre a crise da igreja contemporânea diz: “Não temos defesa: estamos desacreditados diante do governo (também desacreditado), diante dos críticos, diante dos antigos simpatizantes, diante dos opositores, diante da mídia (caçadora de escândalo) e diante do povo.” E acrescenta: “Lamento muito ser obrigado a admitir que faço parte do grupo que acredita que a igreja está desacreditada. Basta ler O Escândalo do Comportamento Evangélico, de

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Ronald J. Sider, recentemente publicado no Brasil. Embora o autor se refira aos maus testemunhos dos evangélicos americanos, o problema é universal (...) Sider cita Michael Horton: ‘Os cristãos evangélicos estão aderindo a estilos de vida hedonistas, materialistas, egoístas e sexualmente imorais com a mesma proporção que o mundo’ (...) Se já não somos o sal da terra, a luz do mundo e o bom perfume de Cristo, não servimos para mais nada, exceto para sermos jogados fora e pisados pelos homens, de acordo com Jesus”. Seria este o propósito inicial desenhado por Cristo Jesus ao instituir sua igreja com seu ministério? O que será que a Bíblia tem a nos dizer sobre isto? Se observarmos a Palavra de Deus, encontraremos em Gênesis 18.18 uma promessa sobre a vida de Abraão, nosso pai na fé: “Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra”. Você e eu poderíamos pensar que ser uma benção para as nações seria uma promessa específica para o patriarca, então Lucas escrevendo o livro de Atos dos apóstolos nos socorre: “Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra”. Atos 3:25. E é o Livro de Salmos quem termina por enfatizar: “O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado”. Salmos 72:17. Ser benção às nações da terra não é uma prerrogativa condicional, produto de uma escolha, mas um imperativo vocacional da igreja predito em Abraão! A igreja de Cristo tem por missão abençoar o mundo. Abençoar o mundo inclui certamente ser um referencial de conduta moral, um oásis espiritual e um conduíte que conduza diretamente à salvação.

O segredo da igreja abençoadora: Em Jr. 4.1-2 encontramos: “Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim; e se tirares as tuas abominações de diante de mim, não andarás mais vagueando, E jurarás: Vive o SENHOR na verdade, no juízo e na justiça; e nele se bendirão as nações, e nele se gloriarão”, neste texto residem as bases da igreja abençoadora. Uma versão transliterada do original hebraico seria: “Se te converteres, Israel – declaração de Javé. Se te converteres a mim e se afastares tuas coisas detestáveis de minha presença e se não oscilares e se jurares pela vida de Javé na verdade, no direito e na justiça. Então se abençoarão n’Ele as nações e se louvarão n’Ele”. Podemos notar nesta transliteração duas partes distintas: em primeiro lugar há um anúncio condicional, uma proclamação condicional a Israel, e a nós outros hoje em dia e em segundo lugar há uma consequência para as nações. Nesta proclamação

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condicional residem os elementos que farão da igreja um marco regulatório da sociedade e não uma pedra de tropeço a caminho de Cristo. Examinemos estes elementos:

1. Primeiro elemento: Se te converteres. A mudança de caminho no sentido de 180º é condição sine qua non para o avivamento da igreja. Uma quinada de sentido envolve os seguintes aspectos:

a. Retorno às bases da espiritualidade cristã: a oração e a leitura da Palavra de Deus. Faça um teste rápido: quanto da Palavra de Deus você leu na semana que se encerrou ontem? Quanto tempo temos gasto em oração?

b. Desmaterialização da fé: temos confundido prosperidade genuína com riqueza material e, engodados pela teologia da prosperidade, caracterizamos como infiéis todos os que não se apresentam abastados. Nos esquecemos de que o próprio Jesus, não tinha nem mesmo uma casa fixa onde pudesse residir.

c. Moralização ética: Devemos retornar às bases do binômio certo-errado segundo a palavra de Deus e fugir do relativismo mundano.

d. Trocar o “Hedonismo santo” pela “humildade de quem lava os pés”: encontramos este ensinamento na parábola do fariseu e do publicano. Batemos em nosso peito ufanado como se Deus dependesse de nós para ser Deus e nem queremos saber da condição de nosso irmãozinho assentado a nosso lado. Colocamos um espelho no altar do Senhor para contemplação da própria imagem. Destronamos Deus e o fazemos servo genuflexo de nosso “eu” entronizado. Neste contexto a igreja funciona como posto para um reabastecimento rápido de nossa “gasolina espiritual”.

2. Segundo elemento: Se afastares as coisas detestáveis: A santidade é o segundo passo da igreja que se quer avivada. As coisas detestáveis das quais o Senhor tem ciúmes são nossos ídolos. Os principais ídolos são:

a. Dinheiro: Vivemos como nunca sob os auspícios e ditadura do poder de mamom. Falar de iniquidade, consumismo, soberba e avareza.

b. Sexualidade pervertida: adultério, homossexualismo, prostituição, fornicação.

c. Desonestidade: Dois pesos diferentes e duas espécies de medida (Prov. 20.10)

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d. Comportamentos esterotipados: Olhos altivos, língua mentirosa e contenciosa, coração que maquina maus pensamentos e pés que caminham o caminho do mal.

3. Terceiro elemento: Se não oscilares entre um e outro: o homem de coração dobre é inconstante em seus caminhos... não pense tal que alcançará de Deus coisa alguma! Nosso foco de confiança deve estar única e exclusivamente no Senhor!.

4. Quarto elemento: Se jurares pela vida de Javé: jurar era um antigo costume em Israel. “Ao Senhor teu Deus temerás; a ele servirás, e a ele te apegarás, e pelo seu nome; jurarás”. Deuteronômio 10:20. Embora o extremo respeito com o nome de Deus, jurava-se prometendo algo ou como garantia de dizer a verdade. Aqui o sentido parece ser outro. Parece ser a idéia de profanar o nome de Deus ou utilizá-lo de maneira vã, quando a pessoa diz crer em Deus e ser um dos seus seguidores, mas as suas obras o negam. Como no caso dos judeus que viviam em Roma no tempo do apóstolo Paulo. Que ao escrever aos romanos, fez duras criticas aos que se diziam ser judeus somente no sobrenome (nação), mas as suas obras eram más, e assim, o nome de Deus era blasfemado entre os gentios. “Assim pois, por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios, como está escrito”. Rom. 2:24. “Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás. Apoc. 2:9. Para enfatizar esta idéia, o profeta complementa: na verdade, no direito e na justiça, ou seja no modo de ser. Nosso estilo de vida deve ser tal que por si só seja um louvor a nosso Deus em alto e bom som.

Conclusão: A igreja que, é cada um de nós, precisa urgentemente de resgatar estes quatro elementos vitais para o genuíno avivamento. Precisamos converter nossos caminhos, afastar as coisas detestáveis que tem usurpado o primeiro lugar, que é do senhor, deixar de oscilar e ter um estilo de vida que seja adoração viva a nosso Deus. Assim, as nações serão abençoadas pela presença e atuação da igreja e todos saltarão em louvor e adoração, reconhecendo que só o Senhor é Deus! Aleluia!