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OUTUBRO 2013 NÚMERO 18 I 10,00 TRIMESTRAL WWW.OMD.PT Caderno Formação & Ciência I Páginas Centrais DESTAQUE OS NÚMEROS DA ORDEM ESTATÍSTICAS 2013 ONLINE ISSN: 1647-0486 REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS ENTREVISTA JÚLIA SÁ VIEGAS MEMBRO FUNDADOR DO NÚCLEO DE MEDICINA DENTÁRIA DA ORDEM DOS MÉDICOS DE ANGOLA

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REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS

ENTREVISTAJÚLIA SÁ VIEGASMEMBRO FUNDADOR DO NÚCLEODEMEDICINA DENTÁRIA DAORDEMDOSMÉDICOS DE ANGOLA

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Artigos assinados e de opiniãoremetem para as posições dos

respectivos autores, nãoreflectindo,necessariamente,

as posições oficiaise de consenso daOMD.

Anúncios a cursos não impli-cam directa ou indirectamentea acreditação científica do seu

conteúdo pela Ordem dosMédicos Dentistas, a qual

segue os trâmitesdos termos regulamentares

internos em vigor.

Ano IV – nº 18 – outubro de 2013Trimestral

Preço:€10,00

Propriedade e EdiçãoOrdem dos Médicos Dentistas

DireçãoDiretor:

Orlando Monteiro da SilvaDiretor-adjunto:

Paulo Ribeiro de Melo

Conselho EditorialBastonário da OMD

Presidente da Assembleia Geralda OMD

Presidente do Conselho Deontológicoe de Disciplina da OMDPresidente do Conselho

Diretivo da OMDPresidente do Conselho

Fiscal da OMD

Sede e RedaçãoAv. Dr. Antunes Guimarães, 463

4100-080 Porto, PortugalTelefone: +351 226 197 690

[email protected]

RedaçãoOrdem dos Médicos Dentistas

Chefe de redacção:Cristina Gonçalves

Redacção: Carlos Duarte

PublicidadeInédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, LdaRua 25 de Abril, 35 – 1º

2665-201-Malveira, PortugalTel.: 217 718 030

[email protected]

Edição GráficaInédia – Consultoria e Estratégia

de Comunicação, Lda

PaginaçãoFullDesign, Lda.

ImpressãoMAEA - artes gráficas

Periodicidade: Trimestral

Distribuição: Gratuita

Tiragem: 8.250 exemplares

Depósito Legal: 285 271/08

ISSN: 1647-0486

índice

editorial 4agenda 6

destaque 8Estatísticas 2013Os números da Ordem

ordem 14Estudo Sinas Saúde Oralsem um único indicador de qualidade clínica

Direção do Colégio de Ortodontia 2013-2016

Processo de criação das especialidades

Dia Europeu da Saúde Oraldedicado ao controlo e prevenção do tabaco

Tabaco e saúde oral

Sessões de esclarecimentocom finalistas de medicina dentária

entrevista 24Júlia Sá Viegas, membro fundadordo Núcleo de Medicina Dentáriada Ordem dos Médicos de Angola:“São excelentes as nossas relações com a Ordemdos Médicos Dentistas de Portugal”

nacional 27OMD reuniu com novo inspetor-geral do IGAS

Médico dentista António Felinoeleito para o Conselho geral

deontológico 28A importância da primeira consultana relação médico/doente

Rastreios - Clínicas de medicina dentária

europa 42Assuntos da UE relevantes para a profissão

Colaboração entre as profissões de saúde

omd

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XXII Congresso da OMD

A 22ª edição do Congresso da Ordem dos Médicos Dentistasestá, cada vez mais, próxima e, durante três dias,proporcionaremos a todos os colegas uma formaçãoprofissional de excelência. Mais uma vez a medicina dentáriaportuguesa, com a chancela OMD, afirmará a sua qualidadee a sua abertura ao mundo, demonstrando porque éreconhecida como uma das mais evoluídas a nívelinternacional. O ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo,confere-nos a honra de marcar presença.

De regresso ao Centro de Congressos de Lisboa, de 21 a 23de novembro, preparamos um congresso de elevado nível erigor científico, mantendo sempre a sua essênciamultidisciplinar. Não esquecemos as particularidades decada área clínica, daí estarmos certos de conseguir aliar osconceitos teóricos à prática diária do médico dentista.

Mas estas datas não se esgotam no congresso. A Expo--Dentária, que este ano se reforça, permitirá o contacto comtodas as novidades que a indústria nos proporciona. E, éclaro, não podemos esquecer a componente social docongresso que é um momento de reencontro, um momentode reavivar trocas de opiniões e de rever colegas e amigos.

Se mais não fosse necessário, deixo-vos aqui 10 razões paraestar presente no congresso da Ordem:

1. Oradores de topo: presença de 50 oradores portuguesese 17 oradores estrangeiros.;2. Inscrição online: preços reduzidos até 10 de novembro;3. Cerimónia de abertura: com a presença de Nilton, que nostrará o humor e a boa disposição a este momento solene;4. Expo-Dentária: entrada gratuita para todos os médicosdentistas;

4 I I OUTUBRO 2013

editorial

A EXPO-DENTÁRIA, QUEESTE ANO SE REFORÇA,

PERMITIRÁ O CONTACTO COMTODAS AS NOVIDADES QUE

A INDÚSTRIA NOS PROPORCIONA

5. Festa oficial do Congresso: aberta a todos os médicosdentistas, estudantes de medicina dentária e expositores, nasexta-feira, dia 22, num espaço de excelência;6. Temas socioprofissionais: a sala dos temassocioprofissionais é, pela primeira vez, aberta a todos osmédicos dentistas, com entrada gratuita (condicionada àlotação da sala);7. Sessões mais interativas, com momentos de debate econfronto de ideias8. ADL - Associação Dentária Lusófona: espaço de debate damedicina dentária dentro da comunidade de línguaportuguesa;9. Apresentações científicas: um impressionante número de128 apresentações científicas, com 13 comunicações oraise 115 posters;10. Comunicações em formato vídeo e prémios para asmelhores apresentações científicas.

Como se vê, a Ordem dos Médicos Dentistas continua, destaforma, a muito investir na promoção da qualificação dosmédicos dentistas. A organização de um congresso que estáao nível da excelência nacional e internacional como o nosso,é mais do que cumprir o que estatutariamente estamosobrigados. A OMD acredita nos médicos dentistasportugueses e acredita que só o seu empowerment nos faráultrapassar, com pleno sucesso, fases menos interessantescomo a que atualmente atravessamos.

Estimados colegas, não deixem de estar presentes.

O bastonárioOrlando Monteiro da Silva

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6 I I OUTUBRO 2013

CONSELHO DOS JOVENSMÉDICOS DENTISTASEMPREGO NO TOPODA AGENDAOConselho dos JovensMédicos Dentistas(CJMD) reuniu no final de setembro, no portoe na ordem do dia estiveram assuntos comoo emprego, a emigração e o congresso daOMD. As iniciativas de apoio àempregabilidade continuam a ser uma dasgrandes prioridades do trabalho que o CJMDse encontra a desenvolver. Um dos projetosem curso, e que estará em breve disponível,é a reformulação da bolsa de emprego dosite da Ordem dos Médicos Dentistas(www.omd.pt/emprego), com a introduçãodemelhoriasnas funcionalidadesdeprocurae oferta de emprego.Otemadaemigraçãodeprofissionaisesteve,também, em destaque na reunião, dandocontinuidadeaotrabalhorealizadopelogrupode trabalho de apoio à mobilidade que temreunido informaçãoadicionalsobrerequisitospara exercício da medicina dentária nosdiferentes países da União Europeia. Esteano, o CJMD estará novamente presente nocongresso da OMD, com uma conferênciaintegrada nos temas socioprofissionais edirigidaaosmédicosdentistasmais jovens.Areunião contou, por isso, com a participaçãodo presidente da Comissão Organizadora doXXII Congresso, Jaime Alberich Mota, quecontribuiu, em muito, para uma “útil troca deideias entre médicos dentistas de diferentesgerações”, referiu Humberto Santos Silva,coordenador do CJMD e membro doConselho Diretivo da OMD.

NOMEAÇÃOCONSELHO REGIONALDOS ASSUNTOS SOCIAISOmédico dentista Gil Fernandes Alves foi nomeadorepresentante da OMD no Conselho Regional dosAssuntos Sociais (CRAS), nos termos da alínea m) don.01 do artigo 3.°da Portaria n.o 40/2013, de 19 dejunho, do Secretário Regional dos Assuntos Sociais.O Conselho Regional dos Assuntos Sociais é o órgãode consulta do Secretário Regional dos AssuntosSociais, no âmbito da definição, da implementação edo acompanhamento das políticas de saúde,segurança social, família, proteção civil, habitação,emprego, comunicação social, atividadeseconómicas e defesa do consumidor.Compete ao CRAS, entre outras funções, emitirpareceres, efetuar recomendações e elaborarpropostas sobre matérias de saúde e de assuntossociais; colaborar na definição dos princípiosorientadores das políticas de saúde e de assuntossociais; acompanhar a evolução dos sistemas desaúde e de segurança social; estudar e propormedidas concretas visando a melhoria dos níveis desaúde da Região e da qualidade dos cuidados aprestar.Gil Fernandes Alves é o representante da RegiãoAutónoma da Madeira no Conselho Diretivo da OMD.

O TEMA DAEMIGRAÇÃO DEPROFISSIONAISESTEVE,TAMBÉM, EMDESTAQUE NAREUNIÃO,DANDOCONTINUIDADEAO TRABALHOREALIZADOPELO GRUPODE TRABALHO

agenda

COMPETE AOCRAS, ENTRE

OUTRASFUNÇÕES,

EMITIRPARECERES,

EFETUARRECOMEN-DAÇÕES EELABORARPROPOSTAS

SOBREMATÉRIAS DESAÚDE E DEASSUNTOSSOCIAIS

aconteceu...

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OUTUBRO 2013 I I 7

ALÉM DAPROMOÇÃO DASAÚDE ORAL,O LIVROPRETENDESER UM MEIOFACILITADORPARA APRIMEIRACONSULTANO MÉDICODENTISTA,E APRESENTATAMBÉMALGUNS JOGOSDIDÁTICOSPARA ENTRETERAS CRIANÇAS

MÉDICA DENTISTA PUBLICA LIVRO DIGITAL“A CADEIRA DOS SONHOSÉ O MEU PRESENTEPARA TODAS AS CRIANÇAS”«A Cadeira dos Sonhos» é o nome do livro digital da autoria da médicadentista Sónia Araújo Santos, redigido em parceira com a escritora MariaIsabel Loureiro, que visa promover de forma didática, divertida e comuma linguagem bastante acessível, a saúde oral entre os mais novos.A obra mistura a fantasia com a realidade quando a própria autoraassume a personagem de médica dentista, entrando assim noimaginário das crianças e desmistificando alguns medos bem comuns.Além da promoção da saúde oral, o livro pretende ser um meio facilitadorpara a primeira consulta no médico dentista, e apresenta tambémalguns jogos didáticos para entreter as crianças.Para além da história que pode ser lida e trabalhada nas bibliotecas esala de aulas, «A cadeira dos sonhos» tem conselhos para os maispequenos e termina com um capítulo inteiramente dedicado aos paise/ou educadores para esclarecimento de dúvidas.O livro, lançado no Dia Europeu da Saúde Oral, a 13 de setembro, estáapenas disponível em versão online, no site da Saúde Oral BibliotecasEscolares – SOBE (www.sobe.pt), uma iniciativa da Direção-Geral deSaúde, do Plano Nacional de Leitura e da Rede de Bibliotecas Escolares.

“Na minha prática clínica vocacionadapara as crianças sempre gostei defazer uma abordagem diferente, mais«fantasiada», para conquistar osmeus pacientes de palmo e meio.Não é fácil para uma criançasentar-se numa cadeira “monstruosa”e abrir a boca… Foi a lidar com osreceios das crianças todos os diasque fui crescendo como profissional.Em conversa com a escritora MariaIsabel Loureiro sobre este temanasceu a ideia de fazer uma obra que,de forma didática, ajudasse ascrianças a ultrapassar esses medos.Assim nasce «A cadeira dos Sonhos».O livro pretende fazer a ponte entre omundo mágico das crianças e oambiente existente no gabinetedentário que pode ser assustadorpara elas. Por isso a cadeira dossonhos: para que as crianças nãodeixem de sonhar e para os adultos(porque não?) sonharem umbocadinho mais... Apercebi-me nesteprocesso que só um médico dentistapoderia fazer a osmose entre osinstrumentos e materiais do gabinetee adaptá-los a um conto, porque osconhece como ninguém! Entusiasmei-me e envolvi-me de tal forma, napesquisa e na adaptação que acabeipor fazer eu própria as ilustrações dolivro. Este é o meu presente paratodas as crianças e espero que possaser uma ferramenta útil para todos osmédicos dentistas, e também para oseducadores, na sua missão depromoção da saúde oral”.

Médica dentista Sónia Araújo Santos,representante da Região Sulno Conselho Diretivo da OMD

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8 I I OUTUBRO 2013

A Ordem dos Médicos Dentistasconta atualmente com 7.779 asso-ciados e os números da OMD 2013mostram que houve um crescimentoanual de 452 profissionais.Trata-se de um estudo de granderelevância para os futurosprofissionais, sobretudo recém-graduados, já que poderá ser um meioauxiliar para o conhecimento darealidade socioeconómica do exercícioda profissão em Portugal.Nos últimos 10 anos, o número deassociados da OMD tem crescido àtaxa anual de 6.88% e as projeçõesindicam que este número vaicontinuar a aumentar até 2017, esti-mando-se que, daqui a quatro anos,existam 10.410 médicos dentistas a

exercer em Portugal.A razão população/médicos dentistasem Portugal é de um médico dentistapor cada 1.155 habitantes, enquantoo rácio da Organização Mundial deSaúde para a região da EuropaOcidental é de um dentista por 2.000habitantes.Na emigração, há mais de 900médicos dentistas a exercer noestrangeiro; o subemprego e odesemprego que já afeta 4,5% dosinscritos na OMD tornam urgente anecessidade de uma adequadaplanificação da formação de recursoshumanos nesta área da medicina. Osnúmeros agora disponíveis para con-sulta revelam que a atual conjunturasocioeconómica estáa terum impactona medicina dentária nunca antessentido pela profissão em Portugal.As dificuldades sentidas pelosmédicos dentistas expressam aquiloque pode ser um retrocesso grave noacesso à medicina dentária, com

destaque

omd

consequências futurasnasaúdeoralena saúde geral das populações.Portugal tem hoje ao nível da medicinadentária do melhor que se faz em todoo mundo; é imprescindível que oconhecimento e a capacidade técnicanão se percam e continuem a evoluirpara patamares ainda mais supe-riores.É por isso urgente assegurar meca-nismos adicionais que permitamgarantir um direito humano funda-mental, o de acesso da população acuidados de medicina dentária.Esta publicação foi enviada para maisde 300 entidades nacionais, entre osquais universidades, faculdades demedicina dentária, fundações,ministérios, direções-gerais, partidospolíticos, comissões parlamentares eagrupamentos de centros de saúde.Poderá descarregar Os Números daOrdem 2013 em www.omd/numerose consultar as edições dos anosanteriores.

ESTATÍSTICAS 2013OSNÚMEROSDAORDEM

A edição eletrónica de “Os números da Ordem”está já disponível para consulta no site da OMD e tem

por objetivo dar a conhecer aos associados estakeholders da medicina dentária os dados estatísticos

referentes à profissão no nosso País.

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12 I I OUTUBRO 2013

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14 I I OUTUBRO 2013

ordem

omd

A OMD considerou lamentável queuma entidade reguladora pusesseem causa, de uma forma tão leviana,a reputação dos médicos dentistas.Existem em Portugal cerca de 5 milclínicas e consultórios de medicinadentária devidamente licenciados,com parâmetros que cumprem osmais exigentes requisitos a nível

mundial, definidos pelo Ministério daSaúde e pela própria ERS através dediploma legal. A medicina dentária éuma das poucas áreas médicas quecumpre este tipo de exigência.A rede de clínicas e consultórios demedicina dentária é anualmentesujeita a centenas de vistoriasefetuadas pelos delegados de

saúde, pelo IGAS e pela própria ERS.Foi exigido, pois, que a ERS viesse apúblico atestar da segurança destelicenciamento para o público emgeral e os doentes em particular.Por variadas vezes, a OMD alertou aERS para os riscos que este estudoacalentava, havendo a possibilidadede ser visto pela comunicação social,em particular, e pela opinião pública,em geral, como um avaliador daqualidade dos consultórios demedicina dentária quando, narealidade, não avaliou nenhumparâmetro de qualidade clínica.A ERS omitiu que não está a avaliara segurança dos consultórios de

Na sequência das notícias que foram publicadas no final do mês deagosto sobre o estudo Sinas Saúde Oral, levado a cabo pela Entidade

Reguladora da Saúde (ERS), a OMD manifestou à ERS, o seu total repúdiopela forma como as conclusões do estudo foram divulgadas junto da

opinião pública e exigiu que os seus responsáveis fizessem umesclarecimento público sobre o que verdadeiramente estava em causa.

OMD ENVIA PARTICIPAÇÃO AO PROVEDOR DE JUSTIÇA

ESTUDOSINASSAÚDEORALSEMUMÚNICO INDICADORDEQUALIDADECLÍNICA

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OUTUBRO 2013 I I 15

DESTAQUES NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Ordem dos Médicos Dentistas critica avaliação da ERS In Diário dos Açores, 01-09-2013Dentistas In i, 31-08-2013Médicos dentistas ponderam processar a ERS In Público, 31-08-2013Dentistas querem processar Entidade Reguladora da Saúde In Renascença, 30-08-2013Dentistas querem levar Reguladora da Saúde a tribunal In Jornal de Notícias, 31-08-2013Dentistas ponderam processar Entidade Reguladora da Saúde In Diário de Notícias, 31-08-2013Ordem dos Médicos Dentistas admite processar a ERS In TVI 24 – Notícias, 30-08-2013Ordem dos Médicos Dentistas critica avaliação da ERS In Diário dos Açores, 01-09-2013Ordem dos Médicos Dentistas admite avançar para os tribunais contra a ERS In Renascença, 30-08-2013Ordem dos Médicos dentistas critica avaliação da ERS In público.pt, 30-08-2013Dentistas pensam processar Entidade Reguladora da Saúde In dn.pt, 30-08-2013Dentistas ponderam processar ERS por causa de estudo In jn.pt, 30-08-2013Dentistas ponderam processar Entidade Reguladora da Saúde... In sol.pt, 30-08-2013Estudo: Dentistas ponderam processar Entidade Reguladora da Saúde notíciasaominuto.com, 30-08-2013Ordem dos Médicos Dentistas critica avaliação da ERS público.pt, 30-08-2013Ordem dos Médicos Dentistas pondera acionar mecanismos legais... rcmpharma.com, 30-08-2013

medicina dentária, já totalmenteasseguradas pelo cumprimento dasregras de licenciamento.Por motivos difíceis de perceber, aERS preferiu não tornar explícito quenão estava a avaliar resultados de

excelência clínica, lançando comesta atitude inexplicável suspeitastotalmente infundadas sobre amedicina dentária e os seusprofissionais. Uma atitudecompletamente inaceitável, ainda

mais, tratando-se de uma entidadereguladora de natureza pública. AOMD alertou para esta situação oMinistério da Saúde e a ComissãoParlamentar de Saúde que tutelama ERS.

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16 I I OUTUBRO 2013

Pelo terceiro mandato consecutivo,Luís Jardim assume a presidência dadireção do Colégio, após ter sidoeleito, a 27 de abril de 2013. Integramainda a equipa agora empossada, ossecretários Jorge Dias Lopes,Armandino Alves, NunoMontezuma de Carvalho e FranciscoFernandes do Vale.“Em jeito de retrospetiva, não seráexagero afirmar-se que o triénio 2007-2010 correspondeu a um períodosem paralelo de progresso, durante oqual foi finalmente possível“desbloquear” vários importantesdossiers que se encontravampendentes. Em muito contribuiu ofacto de a atual direção refletir asprincipais sensibilidades e pontos devista do Colégio e um saudável ecordial clima de relacionamento, coma generalidade dos membros unidospor objetivos comuns”. Luís Jardimdiscursava assim na cerimónia de

posse, que contou com a presença dobastonário da OMD, Orlando Monteiroda Silva, do secretário-geral, PauloRibeiro de Melo, do presidente doConselho Deontológico e deDisciplina, Luís Filipe Correia e dediversos colegas.O presidente do Colégio não deixou deexpressar o seu “reconhecidoagradecimento por tudo aquilo, queem conjunto, o Colégio conseguiurealizar” e destacou os dez objetivose metas para o Colégio da Especia-lidade de Ortodontia para o triénio2013-2016:

1. Uma direção e um Colégiofortalecidos, representando a uniãode todos os Especialistas, contandocom as ideias e com a participação detodos os membros do Colégio.2. Defesa intransigente da qualidadedo ensino pós-graduado e do exercícioprofissional da Ortodontia.3. Dinamização dos grupos regionaisde trabalho através do reforço daparticipação dos colegas especialistasmais jovens nas atividades do Colégio.4. Apoio de iniciativas tendentes a

promover a divulgação da especia-lidade, dirigidas aos médicosdentistas e à população geral.5. Possibilidade de divulgação aopúblico de listagens de especialistasem ortodontia, utilizando o motor debusca do site da OMD.6. Continuação do compromisso derealização de pelo menos duasreuniões plenárias anuais.7. Publicação de um boletiminformativo anual do Colégio deOrtodontia.8. Realização de uma reunião anualde coordenadores dos cursos de pós-graduação em ortodontia.9. Constituição de um grupo deligação aos colegas mais jovens,destinado a informar e apoiar oscolegas recentemente pós-gradua-dos, alunos dos cursos depós-graduação e alunos de medicinadentária que se pretendamespecializar na área da ortodontia.10. Manutenção do compromisso deorganização de um jantar anual deconfraternização do Colégio.Atualmente, o Colégio de Ortodontiaconta com 57 membros.

TOMADA DE POSSEDIREÇÃODOCOLÉGIODEORTODONTIA 2013-2016

Realizou-se no passado dia 13 de setembro,nas instalações da delegação da OMD em Lisboa,

a tomada de posse da direção do Colégio daEspecialidade de Ortodontia para o triénio 2013-2016.

Da esquerda para a direita: Armandino Alves, Francisco Fernandes do Vale, LuÌs Jardim, Orlando Monteiro da Silva, LuÌs Filipe Correia e Nuno Montezuma de Carvalho.

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OUTUBRO 2013 I I 17

A diretiva europeia relativa aoReconhecimento das QualificaçõesProfissionais, cuja primeira versãoaprovada e publicada data de 7 desetembro de 2005, para além deespecificar as características daformação de base do médico dentistae as competências obrigatoriamenteadquiridas como condição do seuexercício, contempla ainda apossibilidade da criação deespecialidades da medicina dentária,os critérios mínimos igualmenteharmonizados para a formação deespecialista, bem como o reconhe-

cimento dos títulos a nível europeu,sempre que aplicável.Aliás, nesse documento são várias asespecialidades identificadas em dife-rentes Estados- membro, registandoPortugal atualmente o reconhe-cimento automático europeu das es-pecialidades de ortodontia e de cirur-gia oral. O detentor de um título deespecialista num país da comunidadeeuropeia pode ver reconhecido o seutítulo noutro Estado-membro da UniãoEuropeia, desde que a respetiva es-pecialidade seja igualmente reconhe-cida no Estado de destino.

É importante destacar a matriz daUnião, no sentido de que esta apenaspermite o estabelecimento de novasespecialidades de raiz numdeterminado Estado-membro e paraefeitos de um seu reconhecimentoautomático pelos restantes Estados,quando mais de dois quintos dosEstados-membro as reconheçam.Quantitativos de adesão que têmevoluído através do desenvolvimentoe revisão da própria Diretiva36/2005/CE.Em Portugal, a criação de umaespecialidade, de um correspon-dentecolégioeaatribuiçãodo títulode especialista são da respon-sabilidadeecompetênciaexclusivasda Ordem dos Médicos Dentistas,comoautoridade reguladoranopaís.

A evolução da medicina dentária no mundo e particularmente na Europatem motivado a regulamentação da profissão, não apenas pelo forte carizliberal que lhe está associado, como também pela importância social que

a mesma tem para as populações em geral, sendo disso um seu reflexo.

CONSELHO DIRETIVOPROCESSODECRIAÇÃODASESPECIALIDADES

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18 I I OUTUBRO 2013

Este é, portanto, um momento dedestaque no desenvolvimento daprofissão, já que o processo decriação de especialidades conheceua sua reativação por parte da OMD,com o relançamento e retoma daespecialidade de cirurgia oral e acriação das novas especialidades deperiodontologia e odontopediatria,numa primeira fase de evolução.Tal implica seguir um escrupulosoprocedimento que resulta napublicação em Diário da República daregulamentação adequada a permitiro acesso aos títulos de especialista.Neste sentido, os regulamentosnº84/2012 de 29 de fevereiro enº89/2012 de 1 de marçoencontraram-se em consulta públicadirigida à classe, momento queantecedeu a respetiva apreciação eaprovação pelo Conselho Diretivo daOMD dos diplomas em estudo.Estamos por essa razão, nummomento de particular importânciada evolução regulamentar, que darálugar ao processo de criação dosrespetivos Colégios de Especialidade.Em fase mais recente, foram tambémcolocados em consulta pública eposteriormente publicados em Diárioda Republica os regulamentos demais quatro especialidades que, jáentão, o anterior Conselho Diretivo daOMD entendeu implementar. Trata-sedo regulamento n.º 220/2013 deacesso às especialidades deendodontia e prostodontia, e oregulamento n.º 221/2013 de acessoàs especialidades de saúde públicaoral e medicina dentária hospitalar.Todo o processo de implementaçãode cada um destes saberes,enquanto especialidade, exige umesforço reforçado de tempo, meios,rigor e objetividade. Razões quemotivam a cadência temporalnecessária e adequada à dedicaçãoa cada etapa e a cada especialidade.Em termos de planeamento a médiolongo prazo, destacou-se de imediatoa oportunidade e pertinência da

conceção e criação destas quatroespecialidades referidas.A constatação de uma alteração à leifundamental pela qual se rege ofuncionamento da OMD, com apublicação da nova Lei-quadro quedetermina a organização e ofuncionamento de todas as restantesordens profissionais, em determinadafase da aprovação desta, hasteoujustamente a questão da atualautonomia das ordens na criação denovas especialidades.Sendo hoje conhecida a versão finalda Lei-quadro, publicada a 10 dejaneiro de 2013, esta manteve amesma prerrogativa de criaçãoexclusiva de especialidades pelasrespetivas ordens, sujeitando, porém,a regulamentação desta natureza aoato de homologação pela tutelaministerial.Imbuídos, portanto, de semelhanteorientação que tem norteado adecisão de implementação de novasespecialidades em restantes paísesda União Europeia e ancorados naexperiência de cada um dos setoresdo saber, a decisão foi no sentido deagir e aprovar os novos títulos e ascorrespondentes novas especia-lidades, com prioridade concedida àsespecialidades com maiorrepresentatividade. Esse terá sido umdos motivos principais da escolha dasespecialidades de endodontia, deprostodontia e de saúde pública oral.Já a criação da especialidade demedicina dentária hospitalar teve asua génese decorrente da realidadenacional e que motivou a decisão doConselho Diretivo.É um facto que não existe, histórica eatualmente, uma carreira pública demedicina dentária. Ainda assim,alguns médicos dentistas encontram-se hoje integrados em serviços deestomatologia (e/ou medicinadentária) de hospitais e é um factonotório que o número de estomato-logistas tem vindo a decrescer. Logo,quer pelo caminho de uma adequadamoldura do enquadramento funcional

dos médicos dentistas em serviçospúblicos, quer pelo caminho dacooperação público-privadaintersetorial, o universo deste saberdeve ser corretamente reivindicadopara a profissão e para os médicosdentistas, justificando-se umavertente vocacional que é típica dasespecialidades.O propósito está, sobretudo,relacionado com a necessidade deenvolvimento do médico dentista como ambiente hospitalar e orelacionamento entre as diferentesvalências hospitalares, de modo asedimentar a sua ação a este nível. Oobjetivo final desenha-se na visãofutura desta especialidade vir a teruma estrutura idêntica, na sua basede formação, relativamente às outrasespecialidades médicas.Encontramo-nos atualmente, após afase de audição pública de todos osmédicos dentistas, no momento deanálise e integração dos contributosrecebidos sobre a proposta deregulamento aplicável ao processo decandidatura, no sentido de criar asequência adequada e necessáriados passos a dar no acesso àtitulação dos especialistas em cirurgiaoral, em periodontologia e emodontopediatria.É um importante processo o que estáem curso, especial e transitório, com opropósito de criar as primeirasmassas críticas de cada novaespecialidade, os conjuntos primeirosde novos especialistas, numa lógicade inclusão e não de exclusão, deabrangência e de evolução.Trabalhamos no sentido de habilitaros médicos dentistas à escolhademocrática dos primeiros colégiosem cada setor, de acordo com asregras que serão legitimadas a partirde uma primeira base comum eparitária de colegas, os quais, embreve poderão conferir aautodinâmica a cada uma dasestruturas colegiais especialistas, cujaprimeira pedra é agora lançada peloConselho Diretivo da OMD.

...

É UMIMPORTANTEPROCESSO OQUE ESTÁ EMCURSO,ESPECIAL ETRANSITÓRIO,COM OPROPÓSITODE CRIAR ASPRIMEIRASMASSASCRÍTICAS DECADA NOVAESPECIALIDADE,OS CONJUNTOSPRIMEIROSDE NOVOSESPECIALISTAS,NUMA LÓGICADE INCLUSÃOE NÃO DEEXCLUSÃO, DEABRANGÊNCIAE DE EVOLUÇÃO

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OUTUBRO 2013NÚMERO 18TRIMESTRAL

WWW.OMD.PT

sumário

CADERNO DA REVISTA DA ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS Composiçãodo ConselhoCientíficoRicardo Faria e Almeida (Presidente)Cassiano ScapiniCristina Trigo CabralFrancisco Fernandes do ValeJoão DesportJoão DiasJoão Paulo TondelaJosé João MendesLuís Pedro FerreiraMário VasconcelosPatrícia Manarte MonteiroPaulo Durão MaurícioPaulo RompantePedro Ferreira TrancosoPedro PiresSandra GavinhaSofia Arantes OliveiraSusana NoronhaJaime Alberich Mota

2 • ARTIGO DE REVISÃOCONCEitOsAtuAisEM CANCRO ORAlE lEsõEs bRANCAspOtENCiAlMENtEMAligNAsPedro Ferreira Trancoso,António Mano Azul

10 • COMUNICAÇÃO ORALDE REVISÃOguiAsRAdiOlógiCAsE CiRúRgiCAsEM dEsdENtAdOstOtAisMaria Teresa Mendes

14 • POSTER DE REVISÃOiNFluÊNCiAdA RugOsidAdEiMplANtAR NOdEsENvOlviMENtOdE lEsõEspERi-iMplANtAREs –REvisÃO NARRAtivADomingues E, Valente D,Santos F, Sanches G, Calha N

Na sequência das alterações introduzidas no espaço “Formação & Ciência”apresentamos nesta edição três trabalhos: um artigo de revisão e os premiados do XXICongresso da OMD 2012 com a melhor comunicação oral de revisão e melhor posterde revisão.No trabalho “Conceitos atuais em cancro oral e lesões brancas potencialmentemalignas” é apresentado o estado da arte de um cancro que regista um número anualde 500 mil novos casos. Acresce a este número a baixa taxa de sobrevivência, onde otabaco e o álcool desempenham um papel fundamental como fatores de risco. É, semdúvida, um tema de grande importância e constante atualidade, que deve merecer detodos especial atenção, não só apontando às possibilidades e opções de tratamento,mas fundamentalmente dirigido à prevenção e diagnóstico precoce. E é aqui que nós,

médicos dentistas mais podemos ajudar, na detençãoprecoce de lesõesmalignas e potencialmentemalignas,bem como na identificação e redução dos fatores derisco com ele relacionados.Aliás, a introdução, prometida para breve, da vertente“cancro oral” no âmbito do Programa Nacional deSaúde Oral vai exatamente neste sentido.No trabalho premiado como melhor comunicação oralde revisão, intitulado “Guias radiológicas e cirúrgicasem desdentados totais”, são apresentadas três formasdiferentes de confeção de guias radiológicas ecirúrgicas para desdentados totais. São explicados osprocedimentos clínicos e discutidas as vantagens edesvantagens de cada uma delas, reiterando aimportância de um correto planeamento para alcançar

um bom resultado final, desejado por todos.Por fim, é apresentada a influência da rugosidade implantar no desenvolvimento delesões peri-implantares. Neste trabalho é feita uma revisão de literatura, onde sãodebatidos as possíveis implicações que as novas superfícies implantares podem terno desenvolvimento de uma patologia que infelizmente tem vindo a aumentarexponencialmente, as lesões peri-implantares. Na verdade, o aumento da rugosidadedas superfícies implantares permitiu aumentar as taxas de sobrevivência dosimplantes, bem como generalizar as suas indicações. No entanto, essa maiorrugosidade pode também ela estar relacionada e diretamente implicada no aumentodas lesões peri-implantares. Nesse sentido, o trabalho apresentado debate esteassunto extremamente importante para um futuro próximo.

Editorial

Na sequência dasalterações introduzidas

no espaço“Formação & Ciência”apresentamos nestaedição três trabalhos:um artigo de revisão eos premiados do XXICongresso da OMD2012 com a melhorcomunicação oral

de revisão e melhorposter de revisão

FORMAÇÃO& CiÊNCiA

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FORMAÇÃO & CiÊNCiA I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I Número 18 • outubro 2013 • Trimestral

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INTRODUÇÃOO cancro da cabeça e pescoço é o sexto mais comum nomundo inteiro ocorrendo anualmente cerca de643 000 novos casos e nos quais se incluem os cancros da cavidade oral, da laringe e da faringe(Globocan OMS, 2002). No que diz respeito apenas ao cancro da cavidade oral este corresponde na suamaioria a carcinomas espinocelulares sendo que o número anual global de novos casos é deaproximadamente 500 000 (Parkin et al, 2002).O factor etiológico mais estudado e demonstrado para o cancro oral é a utilização de tabaco (MignonaMD et al, 2004) sendo que o seu consumo simultâneo com álcool de forma imoderada aumentaexponencialmente o risco. (Morse DE et al, 1996). Outros factores de risco conhecidos são o baixoconsumo de frutas e vegetais (Pavia M et al, 2006; Freedman ND et al, 2008) e a infecção por vírus dopapiloma humano, este último mais associado aos cancros da base da língua, orofaringe e amígdalas(Heck JE et al, 2010).O cancro oral tem uma das piores taxas de sobrevivência (Warnakulasuriya S,2009) sendo que estaronda os 60% a 5 anos (Silverman S et al, 2010) variando entre 81% em doentes com doença localizada,42% em doentes com doença regional e 17% em doentes com metástases à distância à data dodiagnóstico (Gloeckler Ries LA, 1997). Infelizmente cerca de metade dos cancros da cavidade oral sãodiagnosticados em estadios avançados (T3 e T4) apresentando taxas de sobrevivência que oscilamentre os 20 e os 50% dependendo da localização primária do tumor (Kujan O et al, 2005). Assume-sehoje em dia que se estes cancros fossem diagnosticados em estadios precoces as taxas desobrevivência poderiam ultrapassar os 80% (Sol Silverman Jr et al, 2010).Virtualmente todos os carcinomas espinocelulares da cavidade oral são precedidos de alterações visíveisna mucosa oral. Estas alterações são na sua maioria leucoplasias e eritroleucoplasias e menosfrequentemente eritroplasias (Mashberg A, 2000; Mignona MD et al, 2001). Com base neste facto osmédicos dentistas desempenham um papel essencial na detecção precoce de lesões malignas epotencialmente malignas contribuindo assim para a diminuição da incidência desta doença e para aidentificação e educação de doentes de risco (Huber MA et al, 2004; Ram S and Siar CH, 2005).

LEUCOPLASIALeucoplasia define-se como umamancha ou placa branca presente na cavidade oral, não destacável, cujocomportamento é questionável e que não pode ser caracterizada clinica e histologicamente como outraqualquer entidade e não tendo etiologia definida com excepção da associação com o consumo de tabaco(Brouns E et al, 2013).

ARtigO dE REvisÃO

CONCEitOs AtuAis EM CANCRO ORAlE lEsõEs bRANCAs pOtENCiAlMENtEMAligNAsPEDRO FERREIRA TRANCOSO1, ANTÓNIO MANO AZUL2Médico dentista; Médico Estomatologista

1Mestre em Medicina Oral pelo Eastman Dental Institute da Universidade de Londres Docente da disciplina de Medicina Oral na Faculdade de Ciências da Saúde da UniversidadeFernando Pessoa; 2 Professor Associado de Medicina e Cirurgia Oral do Instituto Europeu de Oncologia

Correspondência: Clínica Integrada de Medicina Oral, Rua da Beneficência 227 A 1600-019 Lisboa

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Número 18 • outubro 2013 • Trimestral I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I FORMAÇÃO & CiÊNCiA

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As leucoplasias dividem-se em homogéneas quando são brancas na sua totalidade e em não-homogéneas quando são observáveis zonas vermelhas associadas, sendo que estas últimas sãodesignadas por eritroleucoplasias (Neville B e Day T, 2002; Waal I, 2009; Arnaoutakis D et al, 2013).Estudos recentes apontampara que o tamanho da lesão poderá ser o factormais importante a influenciaro risco de transformação maligna destas lesões, sendo que lesões com tamanho superior a 4 cmapresentarammaior risco. Outros parâmetros analisados, nomeadamente presença e grau de displasiae localização anatómica da lesão, não demonstraram relevância estatística (Brouns E et al, 2013). Orisco de transformaçãomaligna das leucoplasias ainda não é previsível no entanto é actualmente aceiteque este aumente nas leucoplasias não-homogeneas, nas leucoplasias que surgem em indivíduos nãofumadores, nasmulheres, nas leucoplasias com longo tempo de evolução, quando se localizam na línguaou no pavimento da boca e em indivíduos com história prévia de cancro da cavidade oral (Neville B e DayT, 2002; Jemal A et al, 2009; LeHew CW et al, 2009; Silverman S. et al, 2010; Arnaoutakis D et al, 2013).O diagnóstico das leucoplasias é obtido através de biopsia e respectivo exame anatomopatológico noentanto a selecção do local da biopsia em lesões demaiores dimensões e para as quais está indicada abiopsia incisional, depende da experiencia do clinico. Sendo assim ao não ser seleccionado o localadequado para a biopsia estará a ser comprometido o exame anatomopatológico. Mesmo em centrosespecializados admite-se que a biopsia incisional apenas origine resultados fidedignos em cerca de 40%dos casos quando comparada com os resultados anatomopatológicos obtidos após a excisão total daslesões (Holmstrup P et al, 2007).

Mesmo com a excisão total das leucoplasias a recidiva não é rara e é aparentemente independente dograu de displasia das lesões. A recidiva é mais provável quando as margens cirúrgicas apresentamalterações celulares pelo que se pressupõe que a redução das recidivas nas leucoplasias estádependente da remoção das lesões com margem de segurança de modo a que não se observemquaisquer alterações histológicas em todo o tecido circundante à lesão (Kuribayashi Y et al, 2012).Apesar dos avanços na biologia molecular das lesões brancas da cavidade oral não existe um únicomarcador que afira o potencial de transformação maligna de uma dada lesão, pelo que se recomendaque as lesões brancas potencialmente malignas, independentemente da presença ou não de displasiaepitelial, sejam alvo de excisão cirúrgica radical (Waal I, 2010).

Figura 1:Leucoplasia do bordo da língua

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FORMAÇÃO & CiÊNCiA I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I Número 18 • outubro 2013 • Trimestral

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LEUCOPLASIA PROLIFERATIVA VERRUCOSAO termo leucoplasia proliferativa verrucosa (LPV) foi descrito pela primeira vez em 1985 num grupo de30 doentes com uma forma particularmente agressiva de leucoplasia que se caracterizava por serlocalizada ou multifocal, com tendência para o desenvolvimento de lesões exofíticas do tipo verrucoso epara a transformação maligna (Hansen LS et al, 1985).A definição original incluía para além das características anteriores o facto de poderem coexistir zonasde eritema ou erosão severa.Um subtipo específico de LPV foi descrito mais tarde como ocorrendo na gengiva e foi designado porleucoplasia proliferativa verrucosa da gengiva (LPVG) (Palefsky JM et al, 1995; Fettig A et al, 2000).A OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) reconheceu oficialmente a LPV em 2005 tendo-a descrito comouma entidade rara e com risco elevado de transformação maligna não tendo uma única característicapatognomónica definida e cujo diagnóstico resultaria da combinação de um conjunto de característicashistológicas, clinicas e de comportamento. Afecta predominantemente mulheres (ratio 4:1) sendo que aidade média de diagnóstico é de 62 anos (Barnes L et al, 2005). Recentemente a LPV foi definida comouma forma persistente de leucoplasia, que na sua maioria progride de lesões planas para lesões comgraus aumentados de espessura, fissuras e proliferação verrucosa até ao eventual desenvolvimento decarcinoma espinocelular (Napier SS & Speight PM, 2008). O aspecto multifocal e exofitico pode não serevidente em estadios precoces pelo que o diagnóstico é por vezes efectuado retrospectivamente(Gopalakrishnan R et al, 1997; Zakrzewska JM et al, 1996; Barnes L et al, 2005).

De facto este risco de transformaçãomaligna excede o risco observado nas leucoplasias clássicas sendomesmo reportado que o mesmo pode chegar aos 80% (Roda R et al, 2010)As lesões de LPV não são tão comuns em locais tradicionalmente de alto risco para o carcinomaespinocelular tal como o pavimento da boca. São mesmo mais comuns no palato, gengiva e mucosaalveolar, locais estes que são menos comuns para o desenvolvimento de leucoplasia oral sendoconsiderados locais com risco baixo para a ocorrência de lesões malignas (Chi AC et al, 2007; NatarajanE & Woo SB, 2008; Mignogna MD et al, 2011).

Pelo que já foi dito percebe-se que o diagnóstico da LPV se baseia num conjunto de características clinicasespecíficas que recentemente foram descritas por Bagan e colaboradores (Bagan et al, 2010):

Figura 2:Leucoplasia proliferativa verrucosa

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Número 18 • outubro 2013 • Trimestral I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I FORMAÇÃO & CiÊNCiA

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I) Presença simultânea de várias leucoplasiasII) Distribuição das lesões brancas por vários locais da cavidade oral, com a ocupação progressiva deáreas extensas de mucosaIII) Avaliação clínica durante pelo menos 2 anos ou a confirmação da progressão para carcinomaespinocelular em casos com tempos de seguimento mais curtosIV) Confirmação histológica de hiperqueratose associada ou não a displasia epitelialDe modo a sistematizar o diagnóstico da LPV foram propostos os critérios de diagnóstico que seencontram sumarizados na Tabela 1 (Cerero-Lapiedra R et al, 2010).

TABELA 1CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO PARA AS LEUCOPLASIAS PROLIFERATIVASVERRUCOSAS DE DE ACORDO COM CERERO-LAPIEDRA R ET AL, 2010.

Critérios MajorA. Leucoplasia em pelo menos 2 locais da mucosa oral, sendo que são mais frequentesna gengiva, processo alveolar e palato

B. Presença de área verrucosaC. Aumento da extensão e da espessura da lesão durante a evolução da doençaRecorrência após excisão

D. Histopatologia pode variar desde hiperqueratose epitelial até hiperplasia verrucosa,carcinoma verrucoso ou carcinoma espinocelular, seja in situ ou infiltrante

Critérios minora. Leucoplasia oral que ocupe pelo menos 3cm quando somadas todas as áreas afectadasb. Sexo femininoc. Paciente não fumador (homem ou mulher)d. Evolução superior a 5 anos

Para o diagnóstico de Leucoplasia Proliferativa Verrucosa devem ser cumpridos os seguintes requisitos:1 – 3 critérios major sendo o critério E de inclusão obrigatória2 – 2 critérios major, sendo o critério E de inclusão obrigatória, mais 2 critérios minor

CONCLUSÃOO cancro oral é uma das poucas doenças da cavidade oral que quando não diagnosticadasatempadamente levam inevitavelmente àmorte do doente. Dado que o seu início é insidioso o diagnósticoé muitas vezes efectuado tardiamente levando a que as taxas de mortalidade sejam, apesar do avançocientífico observado no tratamento dos tumores malignos, extremamente elevadas. Por outro lado, apercepção que a população em geral tem acerca do cancro oral e dos seus factores de risco ainda édiminuta o que faz com que a procura regular de consultas de prevenção e diagnóstico precoce não sejafrequente.O cancro oral, nomeadamente o carcinoma espinocelular, cursa sempre nos seus estadios precoces comlesões observáveis na mucosa as quais ao serem identificadas permitem reduzir substancialmente astaxas de mortalidade. Os estudos sugerem que as taxas de cura possam passar de cerca de 40-50% a5 anos para taxas superiores a 80%.

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FORMAÇÃO & CiÊNCiA I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I Número 18 • outubro 2013 • Trimestral

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Noquediz respeito às lesões compotencial de transformaçãomaligna, nomeadamenteas leucoplasias pelasua maior frequência quando comparadas com outras, deve ter-se a consciência que as taxas demalignização são consideráveis e que dada a inexistência de meios de previsão fidedignos desta possíveltransformaçãomaligna será desejável que asmesmas sejam erradicadas e que os doentes semantenhamsob observação regular pela possível recidiva tambémmuitas vezes observada nestas lesões.Estamelhoria nas taxas de cura pode ser alcançável com através de dois factores essenciais: O primeiroassenta na prevenção e educação para a saúde das populações levando a que se atinja uma maiorconsciência quer dos factores de risco implicados na etiologia do cancro oral quer dos sinais e sintomasde alerta. Atingindo-se este objectivo estaríamos apontados à redução dos atrasos no diagnóstico nosgrupos populacionais que demonstrammenor conhecimento sobre o cancro oral, pois tendencialmentealém da possível alteração dos hábitos potencialmente deletérios para a saúde do individuo também seestaria a fomentar a procura de consultas de regulares demedicina dentária bem como de ajudamédicasempre que o doente detectasse sinais ou sintomas associados ao cancro da cavidade oral. O segundofactor baseia-se no número de médicos dentistas actualmente a exercer a profissão e a sua distribuiçãogeográfica. É sabido que o número de médicos dentistas que exercem a profissão é suficiente para asnecessidades do País e que estes se encontram distribuídos de modo a garantir um fácil acesso dapopulação a cuidados de saúde oral. Dado que o exame clínico da cavidade oral é da competência domédico dentista e que este possui para além das capacidades clínicas inerentes à prática da profissãoos meios técnicos adequados para a observação da mucosa oral percebe-se que a optimização destamais-valia poderá ser uma arma importante no combate àmortalidade associada ao cancro da cavidadeoral. Para isso seria interessante a criação de formação continuada especifica no âmbito do diagnósticode lesões potencialmente malignas e do cancro oral. Programas deste género iriam contribuirindubitavelmente por um lado aumentar a consciência dos profissionais para o problema e por outromelhorar as suas capacidades de diagnóstico.

Tabela 2Actuação do médico dentista no âmbito do diagnóstico precoce de lesões malignase potencialmente malignas da cavidade oral (Seoane J et al, 2011)

Exame clínicodamucosa oral

Na presençade umalesão suspeita

Informaçãoque deve constarna cartade referenciação

Todos os doentes devem ser clinicamente avaliados quanto à presença de lesõesmalignas ou potencialmentemalignas da cavidade oral. O exame clínico não deveser descurado em indivíduos fumadores, grandes consumidores de álcoole indivíduos do sexomasculino commais de 40 anos.

Na presença de uma lesãosuspeita a execuçãode uma biopsia é a únicamaneira de estabelecero diagnóstico da lesão.Neste caso omédicodentista tem duas opções:

A informação contidaenglobar os dadosnecessários demodo apermitir que se faça umatriagem por ordem deprioridade

Caso omédico dentista se sinta tecnicamente habilitadopara a execução da biopsia deve proceder àmesma eenviar para um centro especializado no tratamento decancro oral no caso damalignidade se confirmar

Enviar o doente para um local de referência nodiagnóstico de lesõesmalignas e potencialmentemalignas da cavidade oral

Dados do doente: Nome, sexo, morada, idadee contacto telefónico

História médica relevante: Patologias sistémicasrelevantes, medicação actual e contacto domédicoque refere

Factores relevantes da história social do doenteincluindo hábitos tabágicos e alcoólicos

Descrição detalhada da lesão: tempo de evolução,tamanho, localização, cor e consistência

Diagnóstico clínico provisório

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Número 18 • outubro 2013 • Trimestral I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I FORMAÇÃO & CiÊNCiA

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Sens

odyn

e/22

/05/

2013

Sensodyne® entende que as pessoas com hipersensibilidade dentinária têm necessidades diferentesSensodyne® Ação Completa com NovaMin®, oferece cuidado completo com

benefícios especiais que vão ao encontro das necessidades de cada

paciente. Ao escovar os dentes 2 vezes por dia com Sensodyne® Ação

Completa:

Alívio da hipersensibilidade dentinária clinicamente comprovado.1-3

Contém Flúor para fortalecer o esmalte.

Ajuda a manter a saúde gengival.4-6

Sensodyne® Ação Completa ajuda a manter a saúde gengival4-6

Boas técnicas de escovagem podem ser melhoradas com a utilização de uma pasta dentífrica, especialmente desenvolvida para ajudar a manter as gengivas saudáveis.18,19

Nos estudos clínicos, os dentífricos que continham NovaMin® apresentaram uma melhoria no controlo da placa bacteriana até 16,4%, assim como uma redução signifi cativa do index de sangramento gengival, comparado com as pastas dentífricas de controlo.4-6

Sensodyne® Ação Completa com NovaMin® - uma abordagem inovadora no alívio da hipersensibilidade dentinária

NovaMin®, uma tecnologia que disponibiliza cálcio e fosfato, inicia uma série de ações através do contato com a saliva7-12 que levam à formação de uma camada reparadora do tipo hidroxiapatite sobre a dentina e dentro dos túbulos dentinários.7,9-13

Estudos in vitro demonstraram que a camada do tipo hidroxiapatite começa a formar-se a partir da primeira escovagem7-9* e é até 50% mais dura que a dentina.9,14

A camada do tipo hidroxiapatite liga-se fi rmemente ao colagénio da dentina exposta10,15 e, como demonstraram os estudos in vitro, é resistente aos desafi os orais físicos e químicos diários,9,14-17 tal como a abrasividade da escovagem16 e comidas e bebidas ácidas.14-17

Cuidado completo para quem sofre de hipersensibilidade dentinária1-6

novo

Camada do tipo hidroxiapatite sobre adentina exposta

Camada do tipo hidroxiapatite dentro dos túbulos dentinários

5 µm

Estudos in vitro demonstraram que a camada do tipo hidroxiapatite se forma sobre a dentina exposta e dentro dos túbulos da dentina:7,9,10,12,13

58.8% de redução em 6 semanas ao utilizar dentífricos que contêm NovaMin®4

Redução signi� cativa do index de sangramento das gengivas (GBI) após 6 semanas de utilização de um dentífrico com NovaMin®4

Méd

iaG

BI*

Dentífrico com NovaMin®

Baseline 6 semanas Baseline 6 semanasPlacebo de controlo

p<0.001 p=ns

SENSIBILIDADE DENTÁRIA

1 PASTA DENTÍFRICA COMPLETA PARA A

Sens

odyn

ompleto para quem sofre de

Referências:1. Du MQ et al. Am J Dent 2008; 21(4): 210−214. 2. Pradeep AR et al. J Periodontol 2010; 81(8): 1167−1113. 3. Salian S et al. J Clin Dent 2010; 21(3): 82-87. Prepared November 2011, Z-11-496. 4. Tai BJ et al. J Clin Periodontol 2006; 33: 86-91. 5. Devi MA et al. Int J Clin Dent Sci 2011; 2: 46-49. 6. GSK data on � le (study 23690684) 7. LaTorre G, Greenspan DC. J Clin Dent 2010; 21(3): 72-76. 8. Edgar WM. Br Dent J 1992; 172(8): 305-312. 9. Burwell A et al. J Clin Dent 2010; 21(Spec Iss): 66–71. 10. Ef� andt SE et al. J Mater Sci Mater Med 2002; 26(6): 557-565. 11. de Aza DN et al. J Mat Sci: Mat in Med 1996; 399–402. 12. Arcos D et al. A J Biomed Mater Res 2003; 65: 344–351. 13. Earl J et al. J Clin Dent 2011; 22[Spec Iss]: 62-67. (A) 14. Parkinson C et al. J Clin Dent 2011; 22(Spec Issue): 74-81. 15. West NX et al. J Clin Dent 2011; 22(Spec Iss): 82-89. 16. Earl J et al. J Clin Dent 2011; 22(Spec Iss): 68-73. (B) 17. Wang Z et al. J Dent 2010; 38: 400−410. 18. “Dentifrices” Encyclopedia of Chemical Technology 4th ed. vol 7, pp. 1023-1030, by Morton Poder Consumer Products Development Resources Inc. 19. van der Weijen GA and Hioe KPK. J Ciul Periodontal 2005; 32 (Supp 1.6): 214-228. Date of Preparation: April 2013. GCSAE/CHSENO/0231/12

1.4

1.2

1.0

0.8

0.6

0.4

0.2

0

Adaptado de Tai et al, 2006.4 Estudo clínico randomizado, duplo-cego, controlado, com 95 voluntáriosa quem se deram dentífricos com NovaMin® ou placebos de controlo (dentífricos não aquosos comNovaMinNovaMin®) durante 6 semanas. Todos os indivíduos receberam pro� laxia supragengival e polimento e ) durante 6 semanas. Todos os indivíduos receber®®

foram instruídos quanto às técnicas de escovagem.4 a GBI de 0 a 3.*Escala

Adaptado de Earl et al, 2011 (A).13 Imagem SEM cross-section in vitro da camada do tipo hidroxiapatite formada pela solução supersaturada de NovaMin® em saliva arti� cial após 5 dias(sem escovagem)13

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INTRODUÇÃO E OBJETIVOSA colocação de implantes emdesdentados totais requere umplaneamento pré-cirúrgicometiculoso. Esseplaneamento determina a posição e angulação ideal dos implantes, que deve ser transferida aos examesradiológicos e cirurgia através das guias.O objetivo deste trabalho é apresentar três casos clínicos de pacientes desdentados totais em que foramrealizadas guias radiológicas e cirúrgicas pelas seguintes técnicas: Duplicação da Prótese (Spiekermann,1995), Nobel Guide® e Guia com dentes radiopacos (Misch CE, 2007).

MATERIAIS E MÉTODOSPara a seleção das técnicas foi realizada uma pesquisa na Pubmed com as seguintes combinações depalavras-chave eMeSH* terms: Dental Prosthesis, Implant-Supported* AND template, tendo sido obtidos69 resultados. Foram selecionados os artigos publicados em língua inglesa, até Maio de 2012. Foicompletada com uma pesquisa manual nos livros da especialidade (Misch CE, 2007; Spiekermann H,2005). As técnicas publicadas foram analisadas e selecionadas de acordo com os seguintes parâmetros:aplicabilidade clinica, relação custo-benefício e simplicidade de execução.

DESCRIÇÃOEm todos os casos clínicos foi realizada uma montagem de modelos de estudo em articulador e umaprova de dentes, antes da cirurgia. Esta montagem de dentes na posição ideal, foi quando necessário,utilizada para a construção de próteses provisórias. A guia radiológica foi elaborada combase nesta provade dentes contendo marcadores radiopacos para relacionar a posição planeada para os implantes comas estruturas ósseas. A partir da guia radiológica foi obtida a guia cirúrgica, que se destinou a orientar ocirurgião na colocação dos implantes. Os implantes foram reabilitados, após o período de osteointegração.

CASO CLÍNICO 1. DUPLICAÇÃO DA PRÓTESE (SPIEKERMANN, 1995)CONSTRUÇÃO DA GUIA RADIOLÓGICA

vENCEdORA dA MElhOR COMuNiCAÇÃO ORAldE REvisÃO NO XXi CONgREssO dA OMd 2012

guiAs RAdiOlógiCAs E CiRúRgiCAsEM dEsdENtAdOs tOtAisMARIA TERESA MENDESFaculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

Fig.1 Próteses provisórias Fig.2 Duplicação da prótese inferior(Guia). Poderá ser realizadadiretamente no consultório com umasimples caixa de próteses removíveisou no laboratório

Fig.3 Ajuste intra-oral da guia

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Fig. 1 Fotografia extra-oral (pacientedesdentada total e com paralisia donervo facial há 20 anos)

REALIZAÇÃO DE TAC (TOMOGRAFIA AXIAL COMPUTADORIZADA) E OBTENÇÃO DA GUIA CIRÚRGICA

Fig.4 Inclusão de marcadoresradiopacos de gutta percha nasposições 33 e 43 (Guia radiológica)

Fig.5 Imagem da TAC na posição 33

Fig.6 Guia cirúrgica (obtida pelo corteda região lingual da guia radiológica)

CASO CLÍNICO 2- NOBEL CLINICIAN®1ª FASE CONSTRUÇÃO DA GUIA E REALIZAÇÃO DE TAC

Fig.2 Montagem de dentes protéticos Fig.3 Prova de dentes commarcadores radiopacos (guiaradiológica)

Fig.4 Software quemostra reconstruçãotridimensional damandíbula,sobreposta com a prova de dentes.Utilizado para colocação digital dosimplantes e construção digital da guia

Fig.5 Guia Nobel Clinician®(guia cirúrgica)

Fig.6 Posicionamento intraoral daguia orientado pela oclusão

Figs.7 e 8 Colocação de 5 implantes Nobel® RP

2ª FASE CIRURGIA PARA COLOCAÇÃO DE IMPLANTES

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Fig.9 Prótese total superior removível Fig. 10 Planeamento informático daestruturametálica (sobreposição coma prova de dentes)-Barra fresada emTitanio da Procera® obtida por CAD-CAM. Não foi necessária a utilização depilares intermédios para a correção daposição dos implantes

Fig.11 Prótese “Hibrida” (Fixa metaloacrílica) inferior

3ª FASE REABILITAÇÃO PROTÉTICA

Fig. 12 fotografia final

CASO CLÍNICO 3- GUIA COM DENTES RADIOPACOS (MISCH CE, 2007)1ª FASE CONSTRUÇÃO DAS GUIAS E REALIZAÇÃO DE TAC

Fig1 Fotografia extra-oral incial Fig2 Prova de dentes radiopacos(Ivoclar vivadent®)

Fig3 Fotografia extra-oral com provade dentes radiopacos

Fig4 TAC realizada com guiasradiológicas

Fig5 e 6 Guias cirúrgicas superior e inferior inseridas na cavidade oral Fig7 e 8 Guias cirúrgicas superior e inferior

Fig9 e10 Cirurgia para colocação dos implantes na mandíbula,orientada pela guia cirurgica

Fig11 Ortopantomografia após a fasede osteointegração, com4 implantesnamaxila e 5 implantes namandíbula.Todos Straumann®RN..

2ª FASE CIRURGIA PARA COLOCAÇÃO DE IMPLANTES

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CONCLUSÃO- As guias radiológicas e cirúrgicas constituem uma partemuito importante do planeamento pré-cirúrgico,transmitindo o plano de tratamento proposto ao paciente ao exame radiográfico e cirurgia.- A principal dificuldade encontrada em desdentados totais foi a estabilização das guias, com exceção daNobel Clinician® que tem pinos de retenção. No entanto, há que ponderar os seus custos.- Das técnicas apresentadas, a mais simples e económica é a duplicação da prótese.

IMPLICAÇÕES CLÍNICASO planeamento cirúrgico com auxílio a guias permite uma eficaz comunicação entre o cirurgião, oprostodontista e o técnico de prótese, ditando uma cirurgia guiada pela prótese.

AGRADECIMENTOSTécnicos de Prótese João Paulo Martins e Margarida Santos;Médicos dentistas Dra. Ana Ferro e Dr. David Martins.

3ª FASE REABILITAÇÃO PROTÉTICA

Fig12 Montagem de dentes emarticulador Artex®

Fig13 Reabilitação sup: próteseremovível total sobre barra fresadaem titânio Straumann ®

Fig14 Barra fresada em titâniostraumann® (nfra-estuturapara prótese fixa inferior)

Fig15 Reabilitação inf: Protese“Hibrida” (fixa metalo acrílica).Não foi necessária a utilização depilares intermédios para a correçãoda posição dos implantes emnenhum dos maxilares

Fig16 Fotografia Final

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INTRODUÇÃOA crescente exigência nas reabilitações implanto-suportadas, por parte de clínicos e de pacientes, fezcrescer o interesse por superfícies cada vezmais rugosas (osteointegraçãomais rápida e implantesmaiscurtos) (Balshi et al., 2005, Glauser et al., 2005, Froberg et al., 2006). Com base na rugosidade desuperfície, os implantes podem ser divididos em (Albrektsson et al., 2004): Lisos (Sa <0,5µm);Minimamente Rugosos (Sa 0,5-1,0µm); Moderadamente Rugosos (Sa 1,1-2,0µm); Rugosos (Sa >2,0µm).Sabe-se tambémque o biofilme se pode formar sobre todos os tipos de superfície e que este é a etiologiaprimária das doenças peri-implantares (Lindhe et al., 2008). Apesar da fraca evidência na identificaçãoda rugosidade da superfície implantar como indicador de risco para a peri-implantite (Lindhe et al., 2008),esta hipótese tem sido estudada e debatida nos últimos anos.

OBJETIVORevisão da literatura sobre a influência da rugosidade das superfícies implantares no desenvolvimentoe na resposta ao tratamento das lesões de peri-implantite.

MATERIAL E MÉTODOSPesquisa na base de dados PubMed de estudos animais ou humanos que relacionem a rugosidade dassuperfícies implantares com a incidência, progressão ou resposta ao tratamento das lesões de peri-implantite, publicados até Maio de 2012.Critérios de inclusão: estudos que comparassem pelo menos duas superfícies de implantes diferentes.Critérios de exclusão: casos-clínicos.Palavras-chave: Peri-implantitis E Implant roughness OU Implant surface OU Surface roughness.

RESULTADOSOs resultados são apresentados sob a forma de tabelas, fazendo menção aos vários estudos incluídos,superfícies implantares estudadas em cada um, principais resultados e conclusões.

vencedor do melhor poster de Revisão no XXi Congresso da OMd 2012

iNFluÊNCiA dA RugOsidAdE iMplANtARNO dEsENvOlviMENtO dE lEsõEspERi-iMplANtAREs – REvisÃO NARRAtivADomingues Ea, Valente Da, Santos Fa, Sanches Ga, Calha Nba Alunos da Especialização em Periodontologia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboab Assistente na disciplina de Prostodontia no Departamento de Medicina Dentária da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

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Número 18 • outubro 2013 • Trimestral I REvistA dA ORdEM dOs MédiCOs dENtistAs I FORMAÇÃO & CiÊNCiA

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DISCUSSÃO E CONCLUSÕESOs resultados são concordantes com os reportados em duas revisões (Esposito et al., 2007, Renvert etal., 2011) e parecem sugerir um risco maior de peri-implantite com superfícies mais rugosas. Numadestas revisões (Esposito et al. 2007), identificou que o risco de desenvolvimento de peri-implantite emsuperfícies maquinadas era 20% inferior. Estas diferenças não são tão evidentes entre as superfíciesatualmente comercializadas (minimamente e moderadamente rugosas). A grande heterogeneidade demétodos usados nos diferentes estudos implica que estes resultados sejam interpretados comprecaução.

IMPLICAÇÕES CLÍNICASSão necessários mais estudos, com uma população maior e uma metodologia bem definida para retirarverdadeiras implicações clínicas, no entanto este fator merece ser tido em conta quando consideramos umareabilitação implanto-suportada, sobretudo em doentes de “alto risco”, como sejam os portadores de doençaperiodontal.

BIBLIOGRAFIABalshi et al., 2005. Int J Oral Maxillfac Implant, 20: 584-94.Glauser et al., 2005. Clin Implant Dent Rel Res, 7: 44-51.Froberg et al., 2006. Clin Implant Dent Rel Res, 8: 187-97Albrektsson et al., 2004. Int J Prosthodont, 17: 544-64.Lindhe et al., 2008. J Clin Periodontol, 35(suppl 8): 282-5.Esposito et al., 2007. Cochrane Database Syst Rev, 17(4)Renvert et al., 2011. J Clin Periodontol, 38 (suppl 11): 214-22

Superfícies: M – maquinada; HA – revestida com hidroxiapatite; TPS – jacteado com plasma de titânio; TiO – TiOblast (jacteada com titânio); SLA – jacteada comareia + ataque ácido; DAE - duplo ataque ácido (Osseotite) ®; TiU – TiUnite (oxidada). Av. – Avaliação; Rx – radiográfica; Hist – Histológica; HO – higiene oral;CHX – clorhexidina; n.r. – não refere; obs. – observação.

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Apesar de todas as cam-panhas de divulgação e prevenção, otabaco continua a ser responsávelpela maioria dos cancros incuráveisda boca e garganta, sendo também amaior causa de morte nos 28 paísesda União Europeia (UE).As doenças orais, embora sejampassíveis de prevenção, continuam aser um grave problema de saúde

anualmente mais de 25 milmilhões de euros.Metade de todos os fumadoresmorre prematuramente. A espe-rança de vida do fumador diminuicerca de cinco minutos por cadacigarro fumado – é esteaproximadamente o tempo gasto afumar um cigarro. Em média, aspessoas que morrem devido aotabagismo perderam 10 a 15anos de vida.A utilização de tabaco, sob qualquerforma, é a maior causa de cancro daboca, garganta e cordas vocais. O

pública. Em países ocidentais, com apopulação informada, ainda temostaxas de mortalidade muitoelevadas. O tabaco é um enormeflagelo com consequências pessoais,sociais e económicas demasiadoelevadas.Só em despesas de saúdeassociadas às consequências dotabaco, os países da UE gastam

RASTREIO PRECOCE DO CANCRO ORAL É FUNDAMENTALDIAEUROPEUDASAÚDEORALDEDICADOAOCONTROLOEPREVENÇÃODOTABACO

Todos os anos morrem mais de 60 mil pessoas na União Europeia (UE)vítimas de cancro na cabeça e no pescoço. Este ano, o Dia Europeu da

Saúde Oral, que se assinalou a 12 de setembro foi dedicadoao controlo e prevenção do tabagismo.

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tabaco contém cerca de 60 químicoscancerígenos. A leucoplasia, que é amais comum das lesõespotencialmente malignas da boca, éseis vezes mais frequente nosfumadores que nos não fumadores.Cerca de 90% dos cancros oraisestão relacionados com o consumocombinado de álcool e tabaco. Umaassociação verdadeiramenteexplosiva já que oconsumo de tabaco e álcool emsimultâneo aumenta até 38 vezes orisco de desenvolver cancro oral.Nos Estados-membros da UniãoEuropeia, 28% da população é

um lado, é essencial garantir oacesso das populações à saúde oral,já que o fator socioeconómico explicamuito destes resultados e, por outro,é preciso envolver osmédicos dentistas naspolíticas de prevenção. Os efeitos dotabaco são muitos e variados, vãodesde questões menos graves, comomanchas e descoloração dos dentes,à halitose ou efeitos sobre o paladare o olfato, até doenças mais gravescomo cárie, doenças das gengivas,incluindo melanose do fumador, alesões potencialmente malignas oucancro oral. O papel domédico dentista é, por isso,fundamental na definição deestratégias, mas também noacompanhamento do doente, sejaum fumador passivo ou ativo. Émuito importante que os médicosdentistas estejam atentos aoshábitos tabágicos dos doentes,porque a relação entre as doençasda cavidade oral e o consumode tabaco constitui a oportunidadeideal para os profissionais da saúdeoral participarem em iniciativas decontrolo do tabagismo e emprogramas de desabituaçãotabágica”.A Organização Mundial de Saú-de calcula que em 2030, a menosque se verifique uma reduçãodrástica no consumo de tabaco, onúmero de mortes em todo o mundovai aumentar para 10 milhões porano.

fumadora, sendo que 29% dosjovens entre os 15 e os 24 anosconfessa hábitos tabágicos.Os países do Norte da Europa são osque apresentam menorestaxas de cancro oral, sendo emcontrapartida nos países de Lesteque o número de casos mais temsubido e onde astaxas de mortalidade são maiores.Os índices europeus sobre onúmero de pessoas que visitou omédico dentista nosúltimos 12 meses ajudam a explicarestes números. Nos países onde apercentagem é mais elevada –Holanda (83%), Dinamarca (78%),Alemanha e Luxemburgo (77 %) – ataxa de incidência do cancro oral émenor. Os índices maisbaixos de visita ao médico dentistaestão precisamente naEuropa de Leste – Lituânia (46 %),Polónia (44%) e Roménia (34%) –,mas também na Península Ibérica,com Portugal a registar 46% eEspanha 43%.Em Portugal surgem cerca de 1.000novos casos por ano de cancro dacabeça e pescoço, e após odiagnóstico apenas 40% dosportadores sobrevivem à doençamais que cinco anos. Razão pelaqual a OMD considera essencial queavance o mais rápido possível orastreio precoce do cancro oral, noâmbito do cheque dentista, jáacordado com o Ministério da Saúde.Estes dados demonstram que, por

DESTAQUES NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Dia Europeu da Saúde Oral In Renascença, 12-09-2013Hoje é o Dia Europeu da Saúde Oral In SIC, Primeiro Jornal, 12-09-2013Dia Europeu da Saúde Oral assinalado hoje In Diário de Notícias da Madeira, 12-09-2013Dia Europeu da Saúde Oral dedicado ao controlo e prevenção do tabagismo In Rádio Nova online, 12-09-2013Dia Europeu da Saúde Oral dedicado ao controlo e prevenção do tabagismo In SIC Notícias online, 12-09-2013Dia da Saúde Oral dedicado ao controlo e prevenção do tabagismo In Diário Digital online, 12-09-2013Ordem: Dia da Saúde Oral dedicado ao controlo e prevenção do tabagismo In Notícias ao Minuto online, 12-09-2013Dia Europeu da Saúde Oral dedicado ao controlo e prevenção do tabagismo In Açoriano Oriental online, 12-09-2013Dia Europeu da Saúde Oral dedicado ao controlo e prevenção do tabagismo In Jornal da Madeira, 12-09-2013

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OUTUBRO 2013 I I 21

A OMD, preocupada com o impacto dotabaco nas doenças orais, realizourecentemente um inquérito juntomédicosdentistas para aferir a forma comoacompanham os doentes fumadores, bemcomo os hábitos tabágicos dos própriosmédicos dentistas.Responderam a este inquéritomais de1800 médicos dentistas e as principaisconclusões demonstraram que:• 42% dosmédicos dentistas sãofumadores ou ex-fumadores• 96% questionam os doentes sobre oconsumo de tabaco e estão, cada vezmais, atentos aos efeitos que o tabagismopode ter nos doentes• 91% afirmam que conversam com osdoentes sobre osmalefícios do tabaco• 82% aconselham programas ouconsultas de cessação tabágica• 53% conhecem as diversas terapias dereposição nicotínica• 13% prescreveram terapias de reposiçãoda nicotinaAs respostas a este inquérito revelam queexiste já uma grande consciência sobre oproblema do tabaco. No entanto, énecessário divulgar mais emelhor assoluções que existem para quem pretendedeixar de fumar e é nesse sentido que aOrdem vai desenvolver maiores esforços.Até porque as estatísticas internacionaisdemonstram que, quando os profissionaisde saúde incentivam e ajudam os doentesa deixar o vício do tabaco, as taxas deinterrupção do hábito de fumar sobementre 15 e 20%.A terapia de substituição de nicotina estájá na Lista deMedicinas Essenciais daOrganizaçãoMundial de Saúde, que prevêque em 2030, o tabaco possa vir a ser amaior causa demorte em todo omundo.

INQUÉRITOHÁBITOSTABÁGICOSEATITUDEPERANTEOSDOENTES

Osmédicos dentistas têm uma posição privilegiada na prevenção do tabagismo e nacessação tabágica, quer pelo contato frequente e prolongado com os doentes, querpela facilidade de demonstração das alterações visíveis ocorridas na boca, associadascom o consumo de tabaco e mesmo as reversíveis com a própria cessação.Os profissionais de saúde oral devem, pois, terem conta o consumo tabágico aquando dodiagnóstico, prognóstico e plano de tratamentode um paciente e devem alertar o paciente paraas implicações que poderá ter no seutratamento o facto de não deixar de fumar e osbenefícios de deixar de fumar. Quer aabordagem proactiva e de aconselhamentobreve, quer as consultas de cessação tabágicasão intervenções que o médico dentista poderáefetuar, devendo fazer parte do tratamentodentário.Existem ainda poucos estudos publicados sobreprogramas de cessação conduzidos pormédicos dentistas, mas os existentes mostramtaxas de sucesso comparáveis às dos estudosdesenvolvidos em outras áreas de cuidados desaúde primários.Existe, no entanto, um consenso geral sobre alacuna no ensino da medicina dentária no quediz respeito à formação em cessação tabágica.Foram estas as razões que levaram a OMD a criar, há já alguns anos, um grupo detrabalho que se dedicasse a esta temática, com uma orientação estratégica principalque passasse pela formação do médico dentista.Algumas das suas principais ações centraram-se na participação e organização deiniciativas de controlo tabágico e na produção e disponibilização de diferentes basesde informação sobre o assunto para os médicos dentistas e para o público em geral.A celebração do dia mundial de tabaco foi uma das organizações em que a OMDesteve envolvida, assim como a tradução para português do guia para profissionaisde saúde “Tabaco ou Saúde Oral”, publicado pela FDI. A elaboração de algoritmos deatuação clínica e produção de folhetos educativos são também algumas dasiniciativas formativas realizadas pela OMD.Neste momento, o grupo está a elaborar um folheto informativo que o médico dentistapoderá disponibilizar ao paciente, no sentido de prevenir o consumo tabágico oumotivar o fumador para a cessação tabágica.Este grupo foi, também, responsável pela construção dos inquéritos realizados juntodos médicos dentistas sobre os hábitos tabágicos dos profissionais e a sua atitudeperante os doentes fumadores. O inquérito foi ainda aproveitado para questionar osmédicos dentistas sobre o seu interesse em participar em ações de formação emcessação. Mediante os resultados obtidos, prevê-se a realização de um curso, emcolaboração com a DGS, no início de 2014.A OMD integra desde há alguns anos, o grupo técnico consultivo do Programa dePrevenção e Controlo do Tabagismo da DGS, tendo estado presente em inúmerasreuniões e celebrações. Recentemente foi convidada a participar num projetoeuropeu de networking e formação em cessação, assim como numa rubrica doprograma Sociedade Civil, da RTP 2.

TABACOESAÚDEORAL

Marta dos Santos Resende – Coordenadora do grupode trabalho Tabaco e Saúde Oral da OMD, Representanteda OMD no grupo técnico consultivo do Programade Prevenção e Controlo do Tabagismo da DGS

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22 I I OUTUBRO 2013

A pouco tempo de concluírem osestudos e poderem exercer a suaatividade profissional, os futurosmédicos dentistas receberam oselementos da OMD que sedeslocaram às sete instituições deensino nacionais e ficaram aconhecer melhor o funcionamentoda sua futura ordem –competências, estrutura interna eprocesso de inscrição.Nestas sessões foram tambémapresentadas algumas dasmedidas de apoio que sãoprestadas pela OMD, tal como aisenção de pagamento de quotasdurante 12 meses após aconclusão do curso.Houve ainda oportunidade paraelucidar os alunos sobre alguns dosmateriais informativos ao dispordos associados, como a bolsa deemprego online, Revista OMD,eNews, facebook, Guia do MédicoDentista, Guia de Abertura deClínicas de Medicina Dentária eManual de Prática Dentária naEuropa, do Council of EuropeanDentists.Foi ainda apresentado o Conselhodos Jovens Médicos Dentistas,órgão informal, que procura fazer aponte entre os jovens profissionaise a OMD, de forma a promover adiscussão e resolução dosprincipais problemas que afetam osjovens médicos dentistas.As sessões abordaram, igualmente,o seguro de responsabilidade civilprofissional, o apoio jurídico, oCentro de Formação Contínua, ocongresso anual e Expo-Dentária,assim como o “cheque-dentista.

OMD JUNTO DOS FUTUROS MÉDICOS DENTISTASSESSÕESDEESCLARECIMENTOCOMFINALISTASDEMEDICINADENTÁRIA

A OMDpromoveu, pelo

quarto anoconsecutivo,

sessões deesclarecimento

junto dos alunosfinalistas de

medicinadentária.

Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

Faculdade de CiÍncias da Saúde da Universidade Fernando Pessoa

Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto

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24 I I OUTUBRO 2013

ROMD - Quando foi constituída acomissão instaladora para acriação da futura Ordem dosMédicos Dentistas de Angola ecomo surgiu essa ideia?JSV - Quando regressei a Angola, em1994, após formação na Faculdadede Medicina Dentária daUniversidade de Lisboa, pedi o

profissional. Em outubro de 2005, foiefetuada uma reunião com todos osmédicos dentistas, estomatologistase médicos maxilo-faciais, em que eue Dra. Cláudia Cohen fomosdesignadas representantes daclasse. Ficou definido que o primeiroobjetivo seria pedir oreconhecimento e inscrição dos

ingresso na Ordem dos Médicos quefoi recusado. Entretanto, foramchegando ao país mais médicosdentistas nacionais e estrangeiros esó havia uma associaçãorepresentativa dos técnicos deEstomatologia, pelo que sentimosnecessidade de organizar eregulamentar a atividade

JÚLIA SÁ VIEGAS, MEMBRO FUNDADOR DO NÚCLEODE MEDICINA DENTÁRIA DA ORDEM DOS MÉDICOS DE ANGOLA

“SÃOEXCELENTESASNOSSASRELAÇÕESCOMAORDEMDOSMÉDICOSDENTISTASDEPORTUGAL”

entrevista

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médicos dentistas pela Ordem dosMédicos de Angola. Após váriosencontros com o bastonário daOrdem dos Médicos, Dr. João Bastos,foi aprovada, em fevereiro de 2007, anossa proposta para a criação deuma secção de estomatologia einiciada a inscrição dos médicosdentistas, estomatologias,odontologistas e médicos maxilo-faciais com a exigência deapresentação de documentaçãosemelhante à requerida para osdemais médicos. A aceitação pelaOrdem dos Médicos de Angola foibastante exigente e demorou cercade dois anos.

ROMD - Em que fase se encontraeste projeto e quais são osobjetivos que esperam alcançar acurto/médio prazo? No anopassado, referiu que em 2013 aOrdem dos Médicos Dentistas deAngola poderia receber luz verdepor parte do Ministério da Saúde.Mantém esta projeção?JSV - Em 2010, os estatutos foramaprovados em reunião com toda aclasse e enviados para aprovação doMinistério da Saúde. Como aresposta tardava, reunimos emfevereiro e março de 2011 com oministro da Saúde, Dr. José Van-Dúnem, para apresentação dosprincípios e fundamentos daorganização da Ordem. O passoseguinte foi a obtenção doCertificado de Admissibilidade peloMinistério da Justiça, o que foiconseguido em janeiro deste ano.Seguiu-se a escritura pública emmarço e atualmente o projeto daOrdem está entregue para aprovaçãoem Concelho de Ministros. Este é oúltimo passo para, efetivamente,termos a Ordem oficialmentereconhecida, começarmos a tratarda eleição do bastonário e levantarvoo!

ROMD -Quantosmédicos dentistasexistememAngola?Comoé vista a

profissão pelos mais jovens? Háinteresse pelos cursos demedicinadentária?JSV - Atualmente estão inscritos naOrdem 127 angolanos e 32estrangeiros. Este número não refleteo número total a exercer no país,porque sabemos que há muitosmédicos dentistas, principalmenteestrangeiros, a exercerem semestarem inscritos.

ROMD - Quantas licenciaturas demedicina dentária existem emAngola? Quantos licenciados saem(em média) anualmente dasfaculdades?JSV - Existem 5 estabelecimentos deensino superior de MedicinaDentária:Universidade Privada de Angola,fundada em 2000 como InstitutoSuperior de Ciências Sociais deAngola – ISPRA em Talatona, LuandaSul e o curso de Odontologia tem aduração de 5 anos. Os primeiroslicenciados, no total de 27,concluíram o curso em 2006 e amaior parte dos médicos dentistasinscritos na Ordem são provenientesdesta Universidade.Universidade Jean Piaget de Angola,que inclui a Faculdade de Ciênciasda Saúde com o curso de MedicinaDentária, com a duração de 6 anos.É em Viana, a 20 km de Luanda.Iniciou a atividade em 2007, osprimeiros três licenciados concluíramo curso este ano e estãomatriculados cerca de 800 alunos.Instituto Superior Politécnico deBenguela – ISPB, fundado em 2007em Benguela, com o Curso deOdontologia, com a duração de 6anos. Tem cerca de 315 alunosinscritos.Universidade de Belas – Unibelas,fundada em 2011 (Bairro Benfica,Luanda sul) com o Curso deOdontologia, com a duração de 5anos. Os primeiros licenciados de-vem concluir os seus cursos em2016. Tem cerca de 150 alunos

inscritos.Instituto Superior PolitécnicoAlvorecer da Juventude – ISPAJ,fundado em 2011 (Bairro Nova Vida,Luanda Sul), com o Curso deOdontologia, com a duração de 5anos. Os primeiros licenciadosterminam o curso em 2016. Temcerca de 30 alunos inscritos.

ROMD - E depois como é feita aentrada no mercado de trabalho?JSV - Após a licenciatura, os médicosdentistas nacionais inscrevem-se naOrdem dos Médicos e estão aptos aprocurar trabalho.

ROMD - Qual é a situação atual dasaúde oral em Angola? Porcomparaçãocomoutras realidades,nomeadamente africanas, comoclassificaria a vossa situação?JSV - Não tenho dados específicossobre a situação atual da saúde oralem Angola, mas, pela minhaexperiência profissional, há aindamuito para fazer em termos deeducação. A cárie é sem dúvida adoença mais frequente, associada àingestão descontrolada de açúcarese a uma má higiene oral. A falta deinformação e a dificuldade de acessoa serviços de saúde traduzem arealidade.

ROMD -Osmédicos dentistas estãoessencialmente concentrados emLuanda; como é que podem serincentivados a trabalhar noutrascidades e vilas? Há iniciativasnesse sentido?JSV - Efetivamente, os médicosdentistas estão essencialmenteconcentrados em Luanda, mas, como desenvolvimento das outrasprovíncias, começam a abrir clínicasprivadas com serviços de medicinadentária noutras cidades. Também aexistência de mais médicos dentistasformados, oriundos das províncias eque desejam voltar para casa,aumenta a oferta de profissionaisqualificados noutras regiões. O

ATUALMENTEESTÃOINSCRITOSNA ORDEM127ANGOLANOSE 32ESTRANGEIROS.ESTE NÚMERONÃO REFLETE ONÚMERO TOTALA EXERCER NOPAÍS, PORQUESABEMOS QUEHÁ MUITOSMÉDICOSDENTISTAS,PRINCIPAL-MENTEESTRANGEIROS,A EXERCEREMSEM ESTAREMINSCRITOS

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26 I I OUTUBRO 2013

dentária deverá ser reconhecido pelaUniversidade Agostinho Neto edepois o licenciado deve efetuar ainscrição na Ordem dos Médicos deAngola.

ROMD - Tem vindo a aumentar ointeresse de médicos dentistasportugueses em exercer emAngola?JSV - Todos os dias recebo pedidos esomos procurados por colegas,alguns com alguma ligação a Angolae que, em busca de uma saídaprofissional, pensam emigrar. Seriaexcelente aprofundar a cooperaçãoentre os estabelecimentos de ensinode medicina dentária portugueses eangolanos para melhorar o ensino daprofissão em Angola, que está acrescer.

ROMD - Como classifica as vossasrelações comaOrdemdosMédicosDentistas dePortugal? E que futurovê para esta relação decooperação?JSV - São excelentes as nossasrelações com a Ordem dos MédicosDentistas de Portugal e o Dr. OrlandoMonteiro da Silva, na qualidade debastonário, tem disponibilizado todoo apoio e colaboração. A vossaexperiência na organização daOrdem dos Médicos Dentistas, por játerem percorrido caminhos muitosemelhantes aos nossos, como apassagem pela Ordem dos Médicos,a formação de uma nova Ordem, aexistência de profissionais dediferentes formações, a integração elegalização de médicos estrangeiros,são sem dúvida excelentes para nosajudar a seguir o melhor percurso.Não tenho qualquer dúvida que aligação histórica entre os dois paísese a língua portuguesa quepartilhamos são pilares muito sólidospara uma cooperação muito séria eproveitosa para ambos. Da nossaparte estamos abertos e queremosque essa cooperação seja real eefetiva.

advento da paz ao nosso país traduz-se também numa estabilidade quepromove o desenvolvimento e amelhoria dos serviços de saúdepúblicos e o aparecimento deiniciativas privadas com benefíciospara todos.

ROMD -Aonível da formação, tendoem conta que esta é uma profissãoque obriga a uma formaçãocontínua, Angola está adesenvolver estruturas própriascapazes de dar resposta a algumasnecessidades? A cooperação comoutros países noplanoda formaçãocomo tem funcionado?JSV - Atualmente quem quer fazerformação contínua procura-a noestrangeiro em países de expressãoportuguesa, como Portugal e Brasil.Mas em Angola há instituições quese preocupam com a formação dosseus quadros e promovem ações deformação. Por exemplo, a ClínicaSagrada Esperança preocupa-semuito com a formação dos seusquadros e o Serviço de MedicinaDentária, do qual sou diretora,promove todos os anos um curso deatualização para os seus médicos,que está aberto também a médicosexternos, e de dois em dois anosorganiza as Jornadas de MedicinaDentária. Este ano, foi realizado umcurso de atualização em Endodontiapara médicos dentistas e um cursopara assistentes dentários que tevea colaboração da Faculdade deMedicina Dentária da Universidadede Lisboa, com a vinda do ProfessorAntónio Ginjeira e das assistentesdentárias Catarina Noronha, TeresaGuerreiro, Maria Isabel Bagão eCristina Mendes. As próximasjornadas vão realizar-se a 4 e 5 deoutubro em Luanda e, para além dasassistentes dentárias jámencionadas, são tambémconvidados os médicos dentistasportugueses Paulo Mascarenhas,Mano Azul e João Paulo Martins. O

Hospital Militar organizou, também,já este ano, um curso paraassistentes dentários. Todas asiniciativas de formação são isoladase promovidas pelas instituições eainda não há em Angola, hásemelhança de Portugal, empresasdedicadas à formação contínua.

ROMD - Aonível da prevenção–umaspeto fundamental na saúde oral–, que iniciativas têm sidodesenvolvidas?JSV - Existe um plano nacional dedesenvolvimento sanitário 2012-2015 e o programa Buco-Oral,integrado no Ministério da Saúde ecoordenado pela Direção Nacionalde Saúde Pública, que incluiprogramas escolares e programasvocacionados para grávidas noscentros de saúde. As ações para esteano incluem a realização decampanhas de sensibilização contraa cárie com a participaçãocomunitária.

ROMD - Que peso têm os médicosdentistas estrangeiros na práticaclínica angolana, nomeadamenteos portugueses? Como temdecorrido a sua integração?JSV - Alguns médicos dentistasportugueses estão a trabalhar emAngola e aqueles com mais expe-riência e qualificação profissionalvêm enriquecer o exercício daprofissão.

ROMD - Como devem proceder osmédicos dentistas estrangeiros quequerem exercer a profissão emAngola? Quantos portuguesesexercem em Angola? Onde estãomais concentrados?JSV - É muito difícil vir trabalhar paraAngola devido às dificuldades deobtenção da permanência legal nopaís que implica um visto detrabalho. Primeiro têm de ter umaentidade empregadora que faça umcontrato de trabalho e peça um vistode trabalho. O curso de medicina

ALGUNSMÉDICOSDENTISTASPORTUGUESESESTÃO ATRABALHAREM ANGOLAE AQUELESCOM MAISEXPERIÊNCIA EQUALIFICAÇÃOPROFISSIONALVÊMENRIQUECERO EXERCÍCIODA PROFISSÃO

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OUTUBRO 2013 I I 27

ObastonáriodaOrdemdosMédicosDentistas (OMD), Orlando Monteiroda Silva, acompanhado do membrodo Conselho Diretivo Ricardo OliveiraPinto, foi recebido em audiência pelonovo inspetor-geral da Inspeção-geraldas Atividades em Saúde (IGAS), JoséMartins Coelho.Foram apresentados cumprimentospor parte da OMD para as funçõesque o inspetor-geral foi recentementeempossado (junho).Os aspetos de continuidaderelativamente à colaboraçãoinstitucional entre a OMD e o IGAS,em áreas como o combate aoexercício ilegal da profissão emdiversas vertentes, estiveram emanálise nesta reunião.

nacional

omd

António Felino, médico dentista eprofessor universitário, foi eleito, nopassado mês de junho, para um dos12 lugares do Conselho Geral daUniversidade do Porto (UP), para umperíodo de quatro anos.O Conselho Geral é um dos órgãos degoverno da UP, sendo constituído por23 membros: 12 representantes dedocentes e investigadores, quatrodos estudantes e um do pessoal nãodocente da Universidade. A estes,juntam-se mais seis personalidadesexternas.Entre as competências do Conselho

COLABORAÇÃO INSTITUCIONAL EM ANÁLISEOMDREUNIUCOMNOVOINSPETOR-GERALDO IGAS

Geral estão a eleição do reitor daUniversidade, bem como aaprovação – sob proposta do reitor –das linhas gerais de orientação dainstituição no plano científico,pedagógico, financeiro e patrimonial.António Felino integrou a listavencedora, que conseguiu maislugares no Conselho Geral, sendotambém o único representante daFaculdade de Medicina Dentária daUP eleito. O diretor da faculdade,Afonso Pinhão Ferreira, fez parte daComissão de Honra da listavencedora.

O Conselho Geral é presidido peloJuiz-Conselheiro e antigo Provedor deJustiça, Alfredo José de Sousa,sucedendo assim ao chairman daBIAL, Luís Portela.

UNIVERSIDADE DO PORTOMÉDICODENTISTAANTÓNIOFELINOELEITOPARAOCONSELHOGERAL

Da esquerda para a direita: Ricardo Oliveira Pinto (membro do Conselho Diretivo da OMD),José Martins Coelho (inspetor geral do IGAS) e Orlando Monteiro da Silva (bastonário da OMD)

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28 I I OUTUBRO 2013

Esta confiança é ganha desde oprimeiro contato. Logo na primeiraconsulta o doente, direta ouindiretamente, apercebe-se dasegurança de conhecimentos, daurbanidade e da humanidade que omédico dentista transmite nodesempenho das suas funções.De facto,odoenteestácontinuamentea observar a atitude do médicodentista: na forma como elabora ahistória clínica e dela retira toda ainformação importante para, porexemplo, reduzir os riscos de umaeventual emergência médica nodecurso da sua atuação; na formacomo tenta conhecer as expectativasdo doente de maneira a que aresposta a dar seja o mais eficazpossível; na humanidade com queaborda a angústia que muitos doentespadecem na sua ida ao médicodentista, suportada por receiosancestrais; na forma como o médicodentista responde às questões que odoente lhe coloca; se se deixainterromper sucessivamente porchamadas telefónicas ou até na formacomo se dirige à sua assistente.A primeira consulta é um grandedesafio que o médico dentista tem,poisénestaalturaque, depois deumacorreta avaliação do estado de saúdegeral e oral, elabora o plano detratamento de acordo com parâ-metros técnico-científicos atualizadose respeitando as expectativas criadaspelo doente.Todos sabemos que o plano detratamento é fundamental para aobtenção de um bom resultado final. É

fins de elaboração do plano detratamento e preparação do respetivoorçamento, configura já o exercício demedicina dentária. Veja-se o códigoA1.01.01.03 com a designação“Consulta para apresentação ediscussãodeplanodetratamento”,oumesmo o código A1.01.01.01“Primeira consulta de medicinadentária”, constantes da Tabela deNomenclatura da Ordem dos MédicosDentistas.Mas será que os nossosdoentes estão totalmente desatentosa esta atitude mercantilista? Em quese fundamentam estes inventores deideias peregrinas para continuar apraticar esta gratuitidade de serviços?Na iliteracia dos doentes ou nadificuldade económica pela qualatravessa o país? Os doentes nãopretenderão ter serviços médicos bemplanificados e fundamentados, emcondições de segurança higio-sanitária e utilizando materiais dequalidade? Que segurançatransmitimos à sociedade nesta áreaquando falamos de gratuitidade deserviços? Será que os doentes não seapercebem do desprestígio em que osmédicos dentistas parecem querermostrar-lhes? É porque estamos afalar de qualidade na saúde!Não tenho dúvidas, e já há estudosque demonstram, que a divulgação deatos gratuitos, não obstante provocarumacréscimodedoentesàsprimeirasconsultas,não levanecessariamenteaaumento da fidelização dos mesmos.Ou queremos ter “clientes” à procuradas benesses que se lhes oferecemcom resultados imediatistas e despro-vidos de continuidade aproveitando agratuitidade dos serviços prestadospelosmédicosdentistas,ouqueremoster doentes fidelizados promovendo asua saúde oral como objetivo final!

nestemomentoqueomédicodentistadeve aplicar os seus conhecimentosde diagnóstico, identificação dosdiferentes tipos de fatores de riscoenvolvidos, antecipação deprognóstico e definição das diferentesetapas do tratamento. O diagnóstico eplano de tratamento é o fatordiferenciador da medicina, quandocomparado com outras profissõestécnicas. O doente, mesmoapresentando iliteracia em saúde oral,avalia todos estes passos da atuaçãomédica, desde o primeiro ao últimominuto da consulta. A importância deexplicar todos os atos que se pretendelevar a cabo, de forma clara ecompreensível, promove a empatia eleva a que seja criada uma confiançasólida entre os dois. Só através decondutascorretasseconsegueobterafidelização do doente. Por isso custa-me, como médico dentista, que nãoseja dada à primeira consulta a suaverdadeira importância, despresti-giando-aoubanalizando-aaopontodeser divulgada como um ato gratuito,como uma simples observação ouinventariação dos danos existentesnos dentes, com uma orçamentaçãodos custos que o cliente tem quegastar para a sua correção. E digocliente do serviço de saúde e nãodoente, porque é a forma como vejoeste tipo de prestação de serviçosdesprovido de uma postura médica.Vulgariza-se o ato “consulta” como sede uma transação comercial setratasse. Note-se que uma simplesobservação do estado de saúde oralde um doente, mesmo que só para

deontológico

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OPINIÃOA IMPORTÂNCIADAPRIMEIRACONSULTA

O exercício da medicina dentária, sendo uma área da saúde, assentanuma relação especial de confiança entre médico e doente, procurando

o médico dentista desempenhar a sua função de forma cuidadosa,criando simpatia e confiança no doente.

Luís Filipe CorreiaPresidente do Conselho

Deontológicoe de Disciplina

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OUTUBRO 2013 I I 29

Acrescenta o nº2 do referidopreceito, que o médico dentista devetambém apoiar e participar nasatividades da comunidade quetenham por fim promover a saúde eo bem-estar das pessoas.Neste sentido, a organização eparticipação em ações de rastreiosde saúde oral pode contribuir para apromoção dos cuidados de saúdenuma determinada comunidade.De resto, o rastreio é umaferramenta importante usada emsaúde pública comunitária e temcomo objetivo a deteção precoce dedoenças ou problemas de saúde nosindivíduos rastreados, de forma aproporcionar aos mesmos umdiagnóstico precoce e umaintervenção terapêutica que melhoreo seu prognóstico.Os benefícios expectáveis dosrastreios devem exceder os riscos daaplicação dos mesmos (princípioético da beneficência) e, uma vezque os recursos em saúde sãolimitados, deve dar-se prioridade àsintervenções que permitam maisbenefícios para um maior número deindivíduos (conceito de utilidade).Por conseguinte, o processo derastreio, como ato médico que é,deve respeitar os princípios éticos edeontológicos vigentes, compreendea identificação e recrutamento dosindivíduos elegíveis através decritérios específicos para a inclusãono rastreio, a obtenção doconsentimento livre e esclarecido dodoente ou dos seus representantes

por base interesses puramentecomerciais, podem conduzir a umainexatidão de opinião clínica comconsequências ao nível da procurade tratamentos dentáriosdesadequados à realidade,traduzindo-se na prática a umaindução artificial da procura deserviços de saúde, levandonecessariamente a uma criaçãoartificial de necessidades de saúde.Isto significa que existe apossibilidade, e como tal, o risco, deos prestadores de cuidados desaúde de induzirem os utentes aprocurar cuidados de saúde quevisam satisfazer necessidades ou naaquisição de bens relacionados coma saúde, que na realidade não severificam, na dimensão projetadapelos “rastreios”.Tomando em consideração o supraexposto, bem como a competênciaque é atribuída ao ConselhoDeontológico e de Disciplina nostermos do disposto do no1, al. i) doartigo 53º do Estatuto, no sentido deresolver todas as dúvidas suscitadaspela interpretação e aplicação doEstatuto e do Código Deontológico,considera o Conselho Deontológicoe de Disciplina que para qualqueratividade de rastreio deve o médicodentista respeitar regras osprincípios éticos da beneficência,autonomia, não maleficência ejustiça e demais regras eprocedimentos estabelecidos noâmbito da promoção da saúdepública comunitária.Caso não se verifiquem os referidosprincípios, há uma abusiva utilizaçãodo termo “rastreio” podendoconstituir uma conduta discipli-narmente censurável.

legais, a informação e oesclarecimento prévio, um períodode ponderação e de reflexão, aparticipação voluntária, análise dosresultados e proposta deencaminhamento médico,salvaguardando-se sempre aliberdade de escolha dos doentes.

Sucede que,Atualmente assiste-se a umaumento considerável da divulgaçãoe realização, por médicos dentistas,de determinadas iniciativasdesignadas como “rastreios desaúde oral”, como por exemplo, emclínicas de medicina dentária ou emestabelecimentos públicos.Porém, em muitas dessas situações,verifica-se que as mesmas nãoconstituem verdadeiros “rastreios”para promoção e prevenção dasaúde oral comunitária, mas sim,uma forma de divulgação daatividade profissional ou deangariação de clientela. E em muitasdelas, os princípios básicos quedevem nortear a preparação erealização de um rastreio médico,não são minimamente cumpridos.Com efeito, um rastreio oral deve serusado em saúde pública com oobjetivo a deteção de problemas doforo da saúde oral em indivíduosespecíficos tendo em vista o seurespetivo tratamento.

Por outro lado,As iniciativas em causa de caráctere interesses privados, podendo ter

DELIBERAÇÃORASTREIOS - CLÍNICASDEMEDICINADENTÁRIA

O artigo 33º do Código Deontológico da Ordem dos Médicos Dentistasestabelece no seu nº1, que o médico dentista tem o dever de pugnar pela

saúde da população, essencialmente pela saúde oral.

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30 I I OUTUBRO 2013

DIRETIVARELATIVA AORECONHECIMENTODEQUALIFICAÇÕES PROFISSIONAISNo dia 26 de junho de 2013, o Comitéde Representantes Permanentes noConselho da União Europeia(COREPER) subscreveu o acordo,celebrado a 12 de junho de 2013entre a Presidência Irlandesa doConselho e os representantes doParlamento Europeu, sobre a revisãoda Diretiva relativa às QualificaçõesProfissionais.O objetivo da revisão da Diretiva étornar o sistema atual de reco-nhecimento mútuo de qualificaçõesprofissionaismaiseficiente,de formaaobter uma maior mobilidade detrabalhadores qualificados em toda aUnião Europeia.As principais características doacordo,no que diz respeito à profissão demédico dentista, incluem a formaçãode medicina dentária de base,constituída por pelo menos cinco anosde estudo, que pode também serexpressa em créditos ECTS

uma abordagem geral sobre aproposta de Diretiva Europeia dosProdutos de Tabaco, que tem porobjetivo tornar os produtos de tabacomenos atraentes, através do reforçodas regras de produção,apresentação e venda.O acordo inclui a proibição do uso decigarros e de tabaco de enrolar comsabores característicos; a obrigaçãode utilização combinada deadvertências de saúde com imagense texto que preencham 65% da frentee do verso das embalagens dosprodutos de tabaco para fumar; aproibição de qualquer rotulagemenganadora; o alargamento doâmbito de aplicação a novos produtosde tabaco, produtos que contenhamnicotina e produtos à base de plantaspara fumar; e a possibilidade de osEstados-membros decidirem sobre aproibição da venda transnacional deprodutos de tabaco e introduziremregras mais rigorosas relativamenteaos aditivos ou às embalagens dosprodutos de tabaco.

equivalentes e composta por, nomínimo, 5000 horasde tempo integralde formação teórica e prática; apossibilidade de um Estado-membrorecusaroacessoparcialàprofissãodeum candidato de outro Estado-membro por motivos de saúdepública; a obrigação das autoridadescompetentes dos Estados-membrosalertarem, através de um mecanismode alerta específico, as autoridades deoutros Estados-membros sobre osprofissionais que perdem o direito deexercer a profissão, como resultado deuma ação disciplinar, ou condenaçãocriminal; e a possibilidade de asautoridades competentes dosEstados-membros realizaremavaliações do conhecimento da línguado país, de forma a verificar se osprofissionais que pretendem exercernesse país possuem as competênciaslinguísticas necessárias.

DIRETIVA PRODUTOSDE TABACONo dia 21 de julho de 2013, oConselho da União Europeia aprovou

europa

omd

ASSUNTOSDAUERELEVANTESPARAAPROFISSÃO

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PRAZODE IMPLEMENTAÇÃODADIRETIVARELATIVA AOBJETOSCORTANTESA Diretiva 2010/32/EU executa oAcordo-Quadro relativo à prevençãode ferimentos provocados porobjetos cortantes nos sectoreshospitalar e da saúde, celebradopelos parceiros sociais EuropeusHOSPEEM - Associação Europeia deEmpregadores Hospitalares e deSaúde e a EPSU - Federação dosSindicatos Europeus do ServiçoPúblico, em 17 de julho de 2009, oqual está anexo a esta Diretiva.O objetivo da Diretiva é aimplementação do Acordo-Quadro,de forma a prevenir ferimentos dostrabalhadores provocados por todomaterial médico cortante (incluindoagulhas), para proteger ostrabalhadores em risco e

estabelecer uma abordagemintegrada, definindo políticas deavaliação e prevenção do risco,formação, informação, sensibiliza-ção e monitorização.O prazo para a transposição daDiretiva para a legislação nacionaldos Estados-membros terminou em11 de maio de 2013.

REGULAMENTO RELATIVOA COSMÉTICOSNo dia 11 de julho de 2013 entrouem vigor o novo Regulamento da UE1223/2009 - “Regulamento sobreprodutos cosméticos”.Este regulamento reforça asegurança dos produtos cosméticose dinamiza o enquadramento paratodos os operadores do setor.O regulamento relativo aos produtoscosméticos substitui a Diretiva

76/768/CE, que foi adotada em1976 e tem sido substancialmenterevista em várias ocasiões.O novo regulamento prevê umregime rigoroso com o objetivo dereforçar a segurança do produto,tendo em consideração osdesenvolvimentos tecnológicos maisrecentes, incluindo a possívelutilização de nano materiais.As mudanças mais significativasintroduzidas por este regulamentoincluem exigências reforçadas desegurança para produtoscosméticos, a introdução da noçãode “pessoa responsável”, notificaçãocentralizada de todos os produtoscosméticos colocados no mercadoda UE, a introdução da comunicaçãode efeitos secundários graves enovas regras para o uso de nanomateriais em produtos cosméticos.

REUNIÃO DO CONSELHO EPSCOO Conselho de Emprego, PolíticaSocial, Saúde e Consumidores(EPSCO) reuniu nos dias 20 e 21 dejunho de 2013. O Conselho aprovouuma abordagem geral sobre umaproposta de Diretiva dos Produtos deTabaco revista, que tem por objetivotornar os produtos de tabaco menosatraentes, reforçando as regras sobrecomo os produtos de tabaco podemser produzidos, apresentados evendidos.O Conselho tomou conhecimento dosrelatórios de acompanhamento daPresidência sobre a proposta deregulamento relativa a ensaiosclínicos de medicamentos e sobreduas propostas de regulamentorelativas a dispositivos médicos edispositivos médicos in vitro.Foi ainda aprovada uma diretivarelativa aos requisitos de segurançae saúde mínimos, no que diz respeito

POLÍTICAGERALDAEUà exposição dos trabalhadores aosriscos decorrentes de camposeletromagnéticos.

PRIORIDADESDA PRESIDÊNCIA LITUANADurante a reunião do ConselhoEmprego, Política Social, Saúde eConsumidores (EPSCO) em 21 dejunho de 2013, o Ministro Lituano daSaúde, Vytenis Povilas Andriukaitis,apresentou as prioridades para osetor de saúde durante a PresidênciaLituana do Conselho da UniãoEuropeia.O ministro nomeou a revisão dadiretiva relativa aos produtos detabaco, a concentração em sistemasde saúde sustentáveis, acontinuidade dos esforços da Irlandapara alcançar uma abordagem geralsobre ensaios clínicos demedicamentos para uso humano e amediação dos debates sobre os

Regulamentos relativos a dispositivosmédicos, bem como sobredispositivos médicos de diagnósticoin vitro, como sendo as prioridadesdurante a Presidência Lituana doConselho da UE.

BEM-VINDA CROÁCIA!Em 1 de julho de 2013, a Croáciatornou-se o 28º Estado-membro daUnião Europeia.

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32 I I OUTUBRO 2013

global

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DECLARAÇÃO DA ALIANÇA MUNDIALDE PROFISSÕES DE SAÚDECOLABORAÇÃOENTREASPROFISSÕESDESAÚDE

A WHPA está empenhada namelhoria da saúde das populaçõesmundiais através de serviçoseficientes, eficazes e dadisponibilização equitativa decuidados preventivos, curativos, dereabilitação e paliativos. Osprofissionais de saúde empreendemtodos os esforços para disponibilizarserviços de elevada qualidade nasua prática, respeitando aespecialidade de outros membros

A Aliança Mundial de Profissões de Saúde (World Health ProfessionsAlliance – WHPA) engloba o Conselho Internacional de Enfermeiros, a

Federação Internacional Farmacêutica, a Confederação Mundial deFisioterapia, a Federação Dentária Mundial e a Associação Médica

Mundial, e representa mais de 26 milhões de profissionais de saúde em130 países. A Aliança tem por objetivo melhorar a saúde global e aqualidade dos serviços de saúde e promove a colaboração entre as

profissões de saúde e outros intervenientes.

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da equipa. No entanto, para osutentes dos serviços de saúde, podeparecer existir duplicação, falhas edescontinuidade à medida queavançam no sistema de saúde. Esteé um desafio que as profissões desaúde podem abordarpositivamente entre si e com outrasagências.Segundo a OMS: “O exercícioprofissional em colaboraçãoacontece quando váriosprofissionais de saúde de diferentesáreas profissionais trabalham emconjunto com os doentes, famílias,educadores e comunidades paradisponibilizar tratamentos deelevada qualidade em todos oscontextos1”

O exercício profissional emcolaboração (EPC) eficaz podeconduzir a:• melhor acesso a intervenções desaúde e coordenação entre osdiferentes setores, para osindivíduos e as suas famílias commaior envolvimento no processo dedecisão;• um sistema de saúde abrangente,coordenado e seguro, que respondaàs necessidades da população;• utilização eficiente dos recursos;• redução na incidência eprevalência da incapacidade. Emparticular, a incapacidade associadaa doenças não comunicáveis,quando os sistemas de saúdeincluírem o EPC no percursocompleto da doença (promoção dasaúde, prevenção da doença e delesões, bem como na gestão dadoença e da cura, e reabilitação); e• aumento da satisfação notrabalho, com a redução do stress edesgaste dos profissionais de saúde.

Numa cultura deresponsabilidade social, o EPCeficaz deve ser guiado pelosseguintes princípios:

Políticas e estruturas de governo

devem facilitar e apoiaroportunidades de EPC

• Os governos e agências devemdisponibilizar financiamentoadequado e sistemas de saúdeestruturados para apoiar o EPC.Estes incluem, não só os serviços desaúde e sistemas, mas tambémeducação profissional eregulamentação na área da saúde.• As associações profissionais desaúde devem ser ativamenteenvolvidas nos debates e nodesenvolvimento da política de EPC,estruturas de governo e modelos definanciamento.• Os sistemas e processos deregulação profissional, incluindocompetências profissionais, normase âmbitos de prática, devem permitire facilitar o exercício em colaboraçãoeficaz.

Infraestruturas do sistema desaúde devem possibilitar o EPC• Deve existir uma oferta suficientede profissionais de saúde paraatender às necessidades dapopulação.• As equipas colaborativas deverãopossuir competências adequadas ecomplementares, garantindo assimo acesso ao profissional certo, nahora certa e no lugar certo. O mix decompetências deve variar de acordocom o objetivo da equipa que foireunida, com as características enecessidades dos doentes/utentese o contexto da prática.• Todos os sistemas administrativos(incluindo os recursos humanos eplaneamento financeiro, definiçãode orçamento e reembolso) devemapoiar a colaboração.• O EPC deve ser aplicado em toda aextensão dos serviços de saúde,incluindo os serviços preventivos,curativos, de reabilitação epaliativos.

Programas e oportunidades deeducação devem promover e

facilitar a aprendizagempartilhada• A educação básica (nível deiniciação profissional) e pósprofissional, incluindo níveisavançados de educação eprogramas de desenvolvimentoprofissional contínuo, devem adotaruma filosofia de EPC e incluiroportunidades para a aprendizagemconjunta e centrada no individuo,orientada para a resolução deproblemas e socializaçãoprofissional, quer no contexto clínicoquer no contexto académico.• Os requisitos de acreditação doprograma de educação devemabordar a necessidade de facilitar aaprendizagem partilhada e prepararos alunos para o EPC.

Políticas e práticas de EPCdevem ser baseadas na melhorevidência disponível• A evidência sobre eficácia do EPCnos resultados de saúde continua aser construída. É necessário umcontrolo eficaz dos resultados desaúde, prática e investigação emcomunidades e contextos diferentese devem ser investigadas asmelhores formas de educarinterprofissionalmente.• Para apoiar o EPC são necessáriossistemas de informação de saúde,amplamente acessíveis, que gereminformações atualizadas e precisas.Estes sistemas de informação desaúde são necessários, também,para a avaliação e monitorização dosresultados de saúde e para construiras evidências base para informarpolítica.• Para um EPC eficaz, sãoobrigatórios sistemas de saúde quesuportem a partilha de informações,dentro das adequadas restrições deprivacidade e de confidencialidade.

Exercício profissional deve sercentrado nas necessidades doindivíduo, reconhecendo as

A WHPA ESTÁEMPENHADA NAMELHORIA DASAÚDE DASPOPULAÇÕESMUNDIAISATRAVÉS DESERVIÇOSEFICIENTES,EFICAZES E DADISPONIBILIZAÇÃO EQUITATIVADE CUIDADOSPREVENTIVOS,CURATIVOS, DEREABILITAÇÃOE PALIATIVOS

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OUTUBRO 2013 I I 33

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competências e atributos decada profissão• O EPC apoia o exercício centradono indivíduo. Ao colocar o foco nasnecessidades dos indivíduos, dassuas famílias e comunidades ereconhecendo que estes são parteda equipa colaborativa, minimizam-se as diferenças profissionais e asdecisões são tomadas em parceria.• O EPC requer respeito mútuo,competência, confiança e sinergiaentre os membros da equipa.Profissionais, que partilham umobjetivo comum, reconhecem erespeitam o conhecimento, o papele as responsabilidades na equipa decada um. Quando as contribuiçõesindividuais de todos os profissionaissão reconhecidas, há uma maiorprobabilidade do encaminhamentoser efetuado de forma adequada eoportuna, com melhorcorrespondência entre ascompetências e as necessidades de

determinada pessoa. Sempre quehá sobreposição de âmbitos deexercício, as equipas colaborativasgarantem que o profissional, cujosconhecimentos melhor seenquadram com as necessidades doindivíduo, atua no momentoapropriado.O EPC requer uma comunicaçãoeficaz, reforçada pela comunicaçãoativa entre os membros da equipa ecom o indivíduo em questão e osseus familiares, prestadores decuidados ou defensores.

ConclusãoA Aliança Mundial de Profissões deSaúde irá promover o exercícioprofissional em colaboração atravésdo exemplo, do apoio e através dapromoção de alterações dossistemas de educação, legislativo ede saúde no sentido de criarem efortalecerem parcerias decolaboração interprofissionais. Estas

parcerias serão incentivadas apartilhar as suas experiências eservir de exemplo para os outros,espalhando assim o conhecimentodas melhores práticas. Como ossistemas de saúde variam em todoo mundo, a WHPA reconhece que oexercício profissional emcolaboração deve considerar ocontexto local.Março 2013

Referências:1 - World Health Organization.(2010) Framework for action oninterprofessional education andcollaborative practice. Geneva,Switzerland: WHO.2 - World Health Organization.(1990) International StatisticalClassification of Diseases andRelated Health Problems 10thRevision Geneva, Switzerland: WHO3 - World Health Organization.(2001) International Classification ofFunctioning, Disability and Health.Geneva, Switzerland: WHO.

Glossário:Programas de educação básica denível de iniciação profissional - sãoaqueles que preparamos indivíduospara a prática enquantoprofissionais independentes e queconcede o pleno reconhecimentolegal e profissional [1].

São alternativas os termos: pré-profissional e pré-licenciatura.Educação pós-profissional – é aformação subsequente ao nível deiniciação profissional. A formaçãopode levar quer a uma qualificaçãoformal, tais como pós-graduação,e/ou à melhoria da práticaprofissional e desenvolvimentopessoal.

1 - Adaptado de: World Confederation for Physical Therapy. Policy statement: Education. London, UK: WCPT; 2011. www.wcpt.org/policy/ps-education (Access date 19 September 2012)

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