Òtúrá ìká e sua dívida com Elénìnì

Òkà’le o a Òno,

Esse foi o awo que criou Ìfá para Òtúrá ìká,

No dia que ele quis vir do îrun para o àiyé.

Foi dito que ele encontraria dificuldades por aqui,

E que para vencer tais obstáculos,

E poder chegar à idade avançada,

Deveria oferecer um cabrito,

Peixe seco, peixe fresco;

Uma galinha,

Um preá.

Também deveria oferecer a Èñù um cabrito,

Dendê, uma enxada e uma vara pontuda.

A Elénìnì ele deveria oferecer um facão usado,

Um cesto e ûfun.

Se realizasse esse ëbö,

Poderia contar com a bênção de Olódúmarè.

Mas infelizmente, Òtúrá ìká negou-se a fazer o ëbö;

Ele disse que muitos de seus amigos que vieram ao àiyé,

Ficaram por aqui muito tempo,

Sem a necessidade de oferendas tão elaboradas.

Foi aí que seu Ûlûdà tomou a frente;

Ele disse que sem a realização da oferenda,

Não acompanharia Òtúrá ìká ao àiyé.

Assim, sem ter opções,

Òtúrá ìká aquiesceu em fazer a oferenda.

Mas ele não tinha recursos para tal,

E pediu a Elénìnì que lhe financiasse o ëbö.

Ela assim o fez, e o ëbö foi realizado.

Quando chegou ao àiyé,

Òtúrá ìká dedicou-se à prática de Ìfá.

Mas de todo o dinheiro que ele ganhava,

Uma parte Elénìnì lhe tomava como juros.

Essa situação o levou novamente a Ìfá,

Onde ele foi instruído a fazer um presente a Elénìnì,

A fim de acabar com sua dívida cabalmente.

Ele deveria oferecer um cesto com um galo,

E dezesseis bolsas com búzios.

O ëbö foi realizado, e posto numa encruzilhada.

Òtúrá ìká viveu uma até idade avançada,

Mas não foi muito próspero.