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PROGRAMA DE DOUTORADO MULTI-INSTITUCIONAL E MULTIDISCIPLINAR EM DIFUSÃO DO CONHECIMENTO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA UFBA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA-IFBA LABORATÓRIO NACIONAL DE COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA LNCC/MCT UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA UEFS CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAI CIMATEC TATIANA GARGUR DOS SANTOS OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS SOB O OLHAR DAS REDES Salvador 2019

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Page 1: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

PROGRAMA DE DOUTORADO MULTI-INSTITUCIONAL E MULTIDISCIPLINAR

EM DIFUSÃO DO CONHECIMENTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA-IFBA

LABORATÓRIO NACIONAL DE COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA – LNCC/MCT

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA – UEFS

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAI CIMATEC

TATIANA GARGUR DOS SANTOS

OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS

SOB O OLHAR DAS REDES

Salvador

2019

Page 2: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

TATIANA GARGUR DOS SANTOS

OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS

SOB O OLHAR DAS REDES

Tese de Doutorado apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Difusão do

Conhecimento, Curso de Doutorado Multi-

Institucional e Multidisciplinar em Difusão do

Conhecimento com sede na Faculdade de

Educação da Universidade Federal da Bahia,

como requisito para a obtenção do título de

Doutora em Difusão do Conhecimento.

Área de conhecimento: Interdisciplinar

Orientador: Prof. Dr. José Garcia Vivas

Miranda.

Salvador

2019

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TATIANA GARGUR DOS SANTOS

OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS SOB O

OLHAR DAS REDES

Tese apresentada como requisito para obtenção do título de doutora em Difusão do

Conhecimento. Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do

Conhecimento, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. José Garcia Vivas Miranda - Orientador

Doutor em Ciências Ambientais, Universidad de La Coruña, Espanha. Graduação e Mestrado

em física. Docente da Universidade Federal da Bahia.

Prof. Dr. Dante Augusto Galeffi

Doutor em Educação, Universidade Federal da Bahia-UFBA, Brasil. Graduação e Mestrado

em Arquitetura. Docente da Universidade Federal da Bahia.

Prof. Dr. Antônio Gualberto Pereira

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade, Universidade de São Paulo-FEAUSP, Brasil. Graduação e Mestrado em

Contabilidade. Docente da Universidade Federal da Bahia.

Prof. Dra. Elaine Cristina Cambui Barbosa

Doutora em Ecologia e Biomonitoramento, Universidade Federal da Bahia-UFBA, Brasil.

Graduação em Ciências Biológicas e Mestrado em Ecologia. Docente da Universidade

Federal da Bahia.

Prof. Dr. Gustavo Bittencourt Machado

Doutor em Geografia, Planejamento Territorial Gestão Ambiental pela Universidade de

Barcelona, Espanha. Graduação e Mestrado em Economia. Docente da Universidade Federal

da Bahia.

Salvador, 22 de fevereiro de 2019.

Page 5: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

Dedico esse singelo estudo a todos aqueles que, diante das imensas lutas e desafios diários,

conseguem superá-los e ainda produzir conhecimento para o porvir.

Tatiana Gargur

Page 6: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

AGRADECIMENTOS

A Deus e aos inúmeros dimensionais Deuses amigos por proporcionar esse momento

único de aprendizado técnico e espiritual.

Ao Profº. Dr. José Garcia Vivas Miranda, orientador paciente que com habilidade e

simplicidade transmite seu tão precioso conhecimento.

Agradeço à minha família. Utilan Coroa pelo incentivo, companheirismo e apoio

constante. A Birinha, Utilanzinho(zão) e Pedroca pela união e carinho que fortalece os laços

materno-filiais.

Meus sinceros agradecimentos aos componentes da Banca de Defesa os professores

Prof. Dr. Dante Augusto Galeffi, Prof. Dr. Antonio Gualberto Pereira, Profa. Dra. Elaine

Cristina Cambuí Barbosa e ao Prof. Dr. Gustavo Machado Bittencourt.

Aos meus adorados professores de “Natureza da Criatividade” que, ao relembrá-los,

desmorono em lágrimas de saudade antecipada.

À CAPES pelo apoio financeiro essencial nessa jornada.

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RESUMO

Escolher a melhor opção de investimento é um trabalho árduo e que, em determinadas

situações, pode apresentar resultados indesejáveis. Não há consenso sobre como os

investidores tomam suas decisões, embora a teoria de finanças declare que o investidor

racional busca a diversificação com objetivos de minimizar o risco para determinado nível de

retorno esperado. De acordo com a moderna teoria de portfolios, melhores resultados

poderiam ser obtidos através da diversificação internacional de ativos. Dessa forma, ao se

desenvolver novos métodos com novas variáveis aos conhecimentos previamente concebidos

pode-se promover mudanças no processo de construção em busca de um novo conhecimento.

Objetivando contribuir com novos modelos de análise em administração de carteiras de

investimentos, este trabalho procurou compreender a dinâmica dos índices de ações ao longo

do tempo através da mensuração dos índices de rede, ao mesmo tempo em que buscou

identificar um padrão pelo meio da avaliação dos retornos e riscos oriundos da criação de um

método combinado para se atingir otimização em carteiras de investimentos. Após análise de

duas bases de dados de retornos de índices de ações que compreendem janelas temporais

distintas no período dos últimos 17 anos, verificou-se que, a seleção de índices de ações que

possuem menores índices de redes mostra-se como a decisão mais conservadora, com retornos

mais constantes, logo, menores riscos. Os estudos apontaram para a constância dos resultados

auferidos no índice Grau de Entrada que, sob a ótica do presente trabalho, pode ser

interpretado como sendo o número total de conexões que chegam ao índice de bolsa,

considerando o grafo como dirigido. Dessa forma, os índices de bolsas que fazem parte do 1º

quartil, ou seja, os que têm baixas conexões de entrada com outros índices de bolsas, podem

ser menos influenciáveis às oscilações do mercado financeiro. Dessa forma, esses índices de

bolsas podem apresentar-se como possíveis ativos de risco reduzido, ao mesmo tempo em que

poderão sofrer menos impactos em cenários de crises financeiras, apesar de permanecerem em

um mercado altamente volátil, atendendo, dessa forma, às exigências de investidores menos

propensos a assumir riscos.

Palavras-chave: Mercado de Capitais, Sincronização por Motifs, Teoria de Redes, TVG e

Modelo Elton-Gruber.

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ABSTRACT

The selection of appropriate investment option is a hard work, and depend on the situation it

may shows undesirable results. There is no unanimity on how the investors should make their

decisions, although the finance theory claims that the rational investor normally is looking for

diversification in order to minimize the risk for specific level of expected earnings.

According to the Modern Portfolio Theory, better results could be obtained by assets

international diversification. Therefore, when new methods with new variables are developed

and added to the knowledge previously experienced, this fact may promotes changes in the

construction process for other new understanding. In order to contribute with new portfolio

models analysis, this work aimed to comprehend the dynamics of stock indexes over time

through the measurement of network indexes. At the same time this study aimed to identify a

pattern through gains and risks records arising from the creation of a combined method to

achieve optimization in investment portfolios. Time series analysis of stock market data were

performed for the last 17 years. The results have showed that the selection of stock indexes,

which have lowers networks indexes, have been shown as the most conservative decision,

with more stable gains and lowers risks. The studies are showing consistent results for the

Indegree indexes, that indicate how many connections are arriving for specific stock index,

considering the graph as directed. In other words, the stock market indexes included at first

quartile of Indegree indexes should be less influenciable by financial market oscillations.

Then, these stock market indexes may be low risk assets, and at the same time, they may

suffer fewer impacts in financial crisis scenarios, even in a highly volatile market, to be in line

with investors that do not like risks.

Keywords: Network analysis, Motif-Synchronization, Market Efficiency, Capital Markets,

Elton-Gruber method.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13

1.1. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................................................... 13

1.2. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 14

1.3. PROBLEMA ............................................................................................................... 16

1.4. OBJETIVOS ............................................................................................................... 16

1.4.1. Objetivo geral .............................................................................................................. 16

1.4.2. Objetivos específicos ................................................................................................... 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

2.1. A GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E A DIVERSIFICAÇÃO DE

INVESTIMENTOS ..................................................................................................... 17

2.2. ECONOFÍSICA E REDES ........................................................................................ 20

2.3. PRESSUPOSTOS DA HIPÓTESE DE EFICIÊNCIA DOS MERCADOS .......... 27

2.4. AS BOLSAS DE VALORES E SEUS ÍNDICES ..................................................... 29

2.4.1. Índices de Bolsas ......................................................................................................... 31

2.5. COMO TUDO COMEÇOU: UMA VOLTA AO PASSADO COM HARRY

MARKOWITZ ............................................................................................................ 46

2.6. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM CARTEIRAS DE

INVESTIMENTOS – MÉTODO ELTON-GRUBER ............................................. 48

2.7. SÍNTESE DO REFERENCIAL ATRAVÉS DE MAPA CONCEITUAL ............. 50

3. METODOLOGIA ....................................................................................................... 52

3.1. SINCRONIZAÇÃO POR MOTIFS (MOTIFS-SYNCHRONIZATION) .................... 52

3.2. REDES .............................................................................................................................. 54

3.3. GRAFOS VARIANTES NO TEMPO (TVG) ............................................................... 57

3.4. POPULAÇÃO .................................................................................................................. 60

3.4.1 População para o método Motifs .................................................................................. 60

3.4.2 População para montagem de carteiras de índices de ações ..................................... 61

3.5. AMOSTRAS .................................................................................................................... 62

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3.5.1. Amostras para o método Motifs .................................................................................. 62

3.5.2 Amostra para montagem das carteiras de ações ........................................................ 63

3.6. COLETA E PROCESSAMENTO ................................................................................. 64

3.6.1. Coleta ............................................................................................................................. 64

3.6.2. Processamento do Motifs ............................................................................................. 64

3.6.3. Montagem da Carteira de Elton-Gruber ................................................................... 65

4. RESULTADOS OBTIDOS ........................................................................................ 71

4.1. ÍNDICES DE REDES ...................................................................................................... 71

4.2. RESULTADOS DAS CARTEIRAS OTIMIZADAS ................................................... 90

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 107

ANEXO – GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 114

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Grafo direcionado................................................................................................. 24

Figura 2 – Grafo não direcionado .......................................................................................... 24

Figura 3 – Ponderação de cada indústria no índice HSI ....................................................... 38

Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais .......................... 51

Figura 5 – Grafo exemplificando formação de aglomeração ................................................ 55

Figura 6 – Exemplificação de um Hub .................................................................................. 56

Figura 7 – Evolução das redes de uma série temporal para cada instante de tempo t .......... 59

Figura 8 – Grafo de índices de ações por Authority (95% sincronização) – Base 1 ............ 77

Figura 9 – Grafo de índices de ações por Grau de Entrada (99,4% sincronização) –

Base 1 ............................................................................................................ 80

Figura 10 – Grafo de índices de ações por Authority (95% sincronização) – Base 2 .......... 85

Figura 11 – Grafo de índices de ações por Grau de Entrada (99,4% sincronização) –

Base 2 ............................................................................................................ 88

Figura 12 – Risco X Retorno para carteira Elton-Gruber - Base 1, 1º Quartil do Grau

de Entrada a 95% de sincronização ....................................................................................... 95

Figura 13 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018

– 1º Quartil, 95% ............................................................................................................ 97

Figura 14 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018

– 1º Quartil, 99,4% ............................................................................................................ 98

Figura 15 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018

– 4º Quartil, 99,4% ............................................................................................................ 99

Figura 16 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018

– 4º Quartil, 95% ............................................................................................................ 100

Figura 17 – Rentabilidade acumulada – Base 2 - Ago/2007 a Jun/2018 .............................. 103

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – índices de Bolsas por Macrorregião ................................................................... 61

Tabela 2 – Retorno diário por índice de Bolsa – 24/05/2000 a 13/06/2000 ......................... 62

Tabela 3 – Hubs de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 1 .................................... 72

Tabela 4 – Graus de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 1 ................................... 74

Tabela 5 –Authority e Clustering (95% sincronização) – Base 1 ......................................... 75

Tabela 6 – Hubs de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 1 ................................. 78

Tabela 7 – Graus de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 1 ................................ 79

Tabela 8 – Authority e Clustering (99,4% sincronização) – Base 1 ..................................... 81

Tabela 9 – Hubs de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 2 .................................... 82

Tabela 10 – Graus de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 2 ................................. 83

Tabela 11 –Authority e Clustering (95% sincronização) – Base 2 ....................................... 84

Tabela 12 – Hubs de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 2 ............................... 86

Tabela 13 – Graus de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 2 .............................. 87

Tabela 14 – Authority e Clustering (99,4% sincronização) – Base 2 ................................... 89

Tabela 15 - Cálculo do Índice de Atratividade – Base 1 – 1º Quartil do Grau de

Entrada a 95% de sincronização ........................................................................................... 91

Tabela 16 - Cálculo do Ponto de Corte (C*) - Base 1 – 1º Quartil do Grau de Entrada

a 95% de sincronização ..................................................................................................... 92

Tabela 17 - Cálculo do percentual de participação da ação na carteira (Xi) - Base 1 –

1º Quartil do Grau de Entrada a 95% de sincronização ........................................................ 93

Tabela 18 - Retorno da Carteira otimizada de acordo com método de Elton-Gruber –

Base 1, 1º Quartil do Grau de Entrada a 95% de sincronização ........................................... 94

Tabela 19 - Rentabilidade acumulada das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018 ........... 96

Tabela 20 - Rentabilidade das carteiras iniciadas no período pré-crise de 2008 – Base

2 - Ago/2007 a Jun/2018 ..................................................................................................... 102

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13

OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS SOB O

OLHAR DAS REDES

1. INTRODUÇÃO

1.1. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos, caracterizados como segue:

O primeiro capítulo apresenta o trabalho e estabelece: o problema, os objetivos e as

citações de trabalhos anteriores que justificam a pesquisa.

O segundo capítulo é composto pela revisão da literatura com conceitos

fundamentais sobre a globalização financeira e a diversificação de investimentos, econofísica,

redes, bolsas de valores e os seus respectivos índices. Discorre sobre a Hipótese do Mercado

Eficiente assim como expõe a construção do conhecimento de Elton-Gruber sobre carteiras

eficientes de investimentos.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada na realização do estudo, a

população, a amostra, o procedimento de coleta e processamento dos dados para a

Sincronização por Motifs, os índices de redes, assim como expõe os cálculos utilizados no

processo de construção das carteiras de investimentos de Elton-Gruber.

O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos, tanto em relação aos índices de

redes, quanto aos resultados auferidos através das carteiras de investimentos otimizadas.

Para finalizar o presente estudo o último capítulo auxilia a compreensão do modelo

discorrido através de uma conclusão sintetizada. A tese conta também com um glossário,

adicionado como anexo, contendo os verbetes mais comumente utilizados ao longo da sua

construção.

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14

1.2. JUSTIFICATIVA

A análise de redes tem sido amplamente aplicada ao estudo de sistemas complexos

em que os elementos interagentes são tratados como vértices e as suas interações como

arestas. Embora as características evolutivas dinâmicas sejam inerentes a muitos sistemas

complexos, incluindo sistemas biológicos, sistemas sociais e tecnológicos, a maioria das

pesquisas foca na modelagem de sistemas complexos em que as redes são consideradas como

estáticas, ou seja, os vértices e suas respectivas conexões não mudam com o tempo.

Considerando a globalização financeira como um processo complexo, em sistemas

econômicos o processo da evolução dinâmica em estruturas de rede torna-se uma abordagem

crucial nos estudos dos fenômenos que interferem nos fluxos financeiros de capitais.

Conforme um dos objetivos da Moderna Teoria de Portfólios (MTP) deve-se antecipar

situações de riscos de forma a minimizar futuras perdas financeiras ou maximizar retornos

através da diversificação de investimentos.

Diversificar investimentos implica na identificação do nível de globalização em que

se encontram os países, pois, quanto mais integradas forem as economias menores poderão ser

os benefícios decorrentes da diversificação

Segundo a MTP, a integração dos mercados pode aumentar a correlação entre os

ativos e reduzir a possibilidade de ganhos no mercado de capitais, dessa forma, os estudos de

redes de forma dinâmica mostram-se como um dos métodos apropriados para otimizar os

resultados de investimentos em mercado de capitais.

A análise das relações entre agentes ou ativos financeiros com o objetivo de se

buscar uma carteira de investimentos eficiente, ou seja, aquela que maximiza o retorno

esperado a cada nível de risco, não é um tema recente. Markowitz (1952), ao publicar

Portfólio Selection, propõe que o comportamento dos retornos dos ativos mensurados em

termos de coeficientes de correlação, pode reduzir o risco total de uma carteira, criando uma

carteira eficiente. A redução de risco é evidenciada, pois o movimento desses retornos poderá

assumir direções contrárias em certos momentos e reduzir a volatilidade conjunta, medida em

termos de variância. Portanto, uma carteira com um número de ativos, inversamente

correlacionados, poderá ter menor risco do que a soma dos riscos individuais desses ativos.

Vários estudos comprovam as vantagens da diversificação internacional utilizando

ativos de países emergentes em portfólios globais. Bruni, Fuentes e Famá (1998) elaboraram

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15

um estudo sobre a diversificação internacional utilizando o modelo de Markowitz. O resultado

foi positivo com relação à diversificação, ou seja, a carteira diversificada internacionalmente

obteve menor risco e maior retorno do que a formada pela Bolsa de New York.

Securato (1997) utiliza uma metodologia de cálculo para verificar o nível de

integração internacional dos mercados através da fórmula que mensura o grau de globalização

denominada de Nível de Globalização Restrita, mas o financista não realizou associações dos

resultados encontrados com a performance do Mercado de Capitais tampouco como os

mercados estavam organizados em redes.

Famá e Pereira (2003) obtiveram uma redução de até 37,12% do risco de uma

carteira de ações de um investidor norte-americano, adquirindo até 60% de ativos de países

em desenvolvimento.

Silva (2016) apresentou proposta de associação entre correlações cruzadas em séries

temporais econômicas utilizando-se do método DCCA para observar o percentual de

informação transmitida entre elas. Os resultados encontrados de associações entre os

coeficientes, do ponto de vista de perspectivas futuras, podem ajudar na construção de

modelos econômico-financeiros destas interações tendo em vista que é exposto o quanto de

informação é transmitida entre cada uma das séries em determinado período de tempo.

Conforme constatado em Hochberg et al. (2010), estudos de redes em Mercado de

Capitais concentram-se em redes estáticas e baseiam-se em um momento instantâneo do

mercado, em um ponto de tempo específico ou em uma visão agregada que assume todas as

relações de investimento e os investidores do mercado estão continuamente ativos. Esta

simplificação negligencia as características evolutivas dinâmicas do Mercado de Capitais em

situações de risco.

O Mercado de Capitais, que opera através das Bolsas de Valores, é um dos canais

fundamentais para captação de recursos que permitem o desenvolvimento das empresas

gerando novos empregos e contribuindo para o progresso econômico de uma região ou país.

Adicionalmente, o sucesso da administração de carteiras de investimentos, que é o meio que o

investidor se utiliza para injetar recursos nas bolsas de valores, depende, em grande parte, da

construção do conhecimento em mercado de capitais, motivo pelo qual esse estudo mostra-se

importante. A qualidade da decisão sobre como investir e seu respectivo sucesso dependem da

forma com que o conhecimento sobre o mercado foi edificado ao longo do tempo, através da

decodificação de informações financeiras de empresas, motivo pelo qual essa pesquisa foca na

Page 16: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

16

evolução das interações caracterizadas pelo fluxo financeiro de forma globalizada através de

redes temporais dinâmicas.

1.3. PROBLEMA

A Moderna Teoria de Portfólios tem como objetivo construir carteiras de títulos que

satisfaçam os investidores na obtenção de máximos retornos com menores riscos. Novas

variáveis podem ser adicionadas aos conhecimentos previamente concebidos permitindo a

mudança no processo de construção em busca de um novo conhecimento.

A globalização, na sua visão qualitativa vem sendo debatida exaustivamente, porém,

no seu aspecto financeiro quantitativo existe uma lacuna pouco explorada relacionada à

integração internacional e a eficiência dos mercados financeiros e de capitais em termos de

risco e retorno.

Desta forma, este trabalho procurou responder à seguinte questão de pesquisa: Como

o modelo baseado em Redes pode mensurar o fluxo financeiro e formar uma estratégia

eficiente de investimento de menor risco e maior rentabilidade?

1.4. OBJETIVOS

1.4.1. Objetivo geral

Compreender a dinâmica dos índices de ações ao longo do tempo e as possibilidades

de ganhos financeiros através da Análise de Redes.

1.4.2. Objetivos específicos

a) Mensurar índices de Redes oriundos de séries temporais de retornos de ações;

b) Avaliar a eficiência, em termos de risco e retorno, através da criação de método

combinado de otimização de carteiras de investimentos e índices de redes.

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17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. A GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E A DIVERSIFICAÇÃO DE

INVESTIMENTOS

Nunca se explanou tanto em globalização como nos últimos tempos e pode-se

relacionar a evolução desse processo global às mudanças tecnológicas, que têm dado

dinamismo e rapidez ao mercado financeiro.

A globalização dos mercados financeiros inicia-se timidamente na década seguinte à

segunda Guerra Mundial, tendo como marco o desenvolvimento do mercado de eurodólares,

bem como das divisas geradas pela comercialização do petróleo, os petrodólares, na década

de 70. O processo de financiamento bancário às economias em desenvolvimento e da Europa

Oriental, nessa mesma década, colaborou significativamente, porém houve uma intensificação

do processo de globalização financeira no início dos anos 80.

Segundo Turner (1991), nos anos 80 há uma explosão dos fluxos agregados com a

expansão dos fluxos de capital e das transações de curto prazo. Esta característica foi

resultado da volatilidade das taxas de câmbio, da dispersão das taxas de juros, e de suas

variações nas economias centrais. É registrado também ampliação das funções de

diversificação de investimentos e intermediação mais afeitas à dinâmica especulativa.

Outra característica importante dos anos 80 foi a predominância das transações entre

países desenvolvidos e estagnação dos fluxos para os países considerados subdesenvolvidos.

A evolução no sistema de telecomunicações como o uso de telefones fixos, do fax,

posteriormente dos celulares, da internet e dos satélites facilitaram as comunicações entre os

agentes econômicos: empresas, governos e famílias, de forma que as decisões nas diversas

esferas sobre, por exemplo: como comprar e se comprar; como vender e para quem vender;

como obter e distribuir recursos são realizados em um país e podem influenciar, em

pouquíssimo tempo, outras regiões do mundo.

Essa evolução tornou a comunicação mais rápida e eficiente facilitando os fluxos de

capitais e investimentos assim como melhoraram a difusão de informações.

Os grandes negociadores do mercado financeiro estão atentos às notícias mundiais

através dos meios de comunicação, que se tornaram quase que instantâneos, de forma que

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18

uma decisão de investimento em uma região pode afetar o valor de mercado dos títulos

negociáveis no outro lado do planeta. Essa preocupação se tornou objeto de estudo e tema do

recente artigo de García-Medina et al (2017) “Correlations and Flow of Information between

The New York Times and Stock Markets”, que corresponde a “Correlações e Fluxo de

Informações entre o The New York Times e os Mercados de Ações”. Os pesquisadores

utilizaram a Random Matrix Theory (RMT) e a Teoria da Informação, Entropia, para analisar

as correlações e o fluxo de informações entre 64.939 notícias do jornal The New York Times e

40 índices financeiros mundiais durante 10 meses no período 2015-2016. O conjunto de

notícias foi quantificado e transformado em séries temporais. Os resultados sugerem uma

relação profunda entre notícias e índices de bolsas, e mostram uma situação em que as

notícias impulsionam os movimentos do mercado mundial, dando uma nova evidência para

apoiar as finanças comportamentais como um paradigma econômico.

De acordo com Carneiro (1999) a maioria dos autores que analisam a ordem

econômica internacional concorda em citar o grau de mobilidade dos capitais como o

elemento essencial na conformação dessa ordem. Assim, a globalização financeira pode ser

caracterizada como uma ordem econômica na qual são progressivamente eliminadas as

restrições à mobilidade dos capitais gerando aumento contínuo das transações cambiais e dos

fluxos brutos de capitais internacionais.

A globalização financeira corrobora para que as notícias ou informações gerem

impactos imediatos nos ativos financeiros em qualquer bolsa de valores do mundo. A

migração de investimentos se torna constante, uma vez que os investidores ou até mesmo os

especuladores - indivíduo que age no mercado financeiro visando lucros no curto prazo -

estarão sempre buscando maior rentabilidade, segurança através da redução dos riscos e

liquidez financeira.

A otimização de carteiras de ações envolve exatamente essas três variáveis

anteriormente citadas: rentabilidade (retorno), risco e liquidez, que exigem cada vez mais

senso crítico e estudos científicos dos profissionais em finanças de forma a se obter a melhor

combinação dessas variáveis, em determinado período de tempo e localização geográfica.

Existem diversas formas de se classificar o risco, em finanças ele é diversificável

quando está relacionado com o ativo ou negócio e não diversificável ou de mercado quando é

exógeno ao ativo ou negócio.

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19

O retorno esperado de uma carteira é simplesmente a média ponderada dos retornos

esperados dos ativos individuais da carteira. Entretanto, diferente dos retornos, o risco de uma

carteira, geralmente não é a média ponderada dos desvios-padrão dos ativos individuais da

mesma; o desvio-padrão da carteira será menor do que a média ponderada dos desvios-padrão

dos ativos. “De fato, é teoricamente possível combinar ações que são bastante arriscadas

individualmente quando medidas por seus desvios-padrão e formar uma carteira livre de

risco” (BRIGHAM; GAPENSKI; EHRHARDT, 2001).

Já a Liquidez, conceitualmente em termos de ativos financeiros, é a facilidade de

converter o ativo em dinheiro. Logo, ativos com muita liquidez costumam ter a preferência

dos investidores, já que há a facilidade de ser realizar negociações rápidas caso haja

necessidade de transformar o investimento em dinheiro imediatamente.

Evidências empíricas que relacionam a diversificação simples e a redução do grau de

risco foram primeiramente obtidas por Evans e Archer (1968). Os autores construíram 60

carteiras de n ações (n = 1, 2,..., 40), selecionando ações aleatoriamente das taxas de

rentabilidades semianuais de 470 títulos. O estudo abrangeu um período de 10 anos. Para cada

uma das 60 carteiras de tamanho n, Evans e Archer calcularam a taxa de retorno médio e o

desvio-padrão. Como um dos resultados de suas investigações, eles identificaram um

relacionamento de forma decrescente e curvilíneo entre o número de ações e o grau de risco.

Segundo Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001, p.185), a razão pela a qual as ações

mantidas em carteira podem ser combinadas para formar uma carteira sem risco é que seus

retornos movem-se contra ciclicamente um em relação ao outro e a tendência de duas

variáveis moverem-se juntas é chamada correlação, e o coeficiente de correlação mede essa

tendência.

Outra observação importante com relação ao risco foi realizada por Solnik (1974) em

que constatou que uma carteira internacional apresentaria um risco 50% menor frente a um

portfólio inteiramente concentrado em ativos norte-americanos. Seus estudos foram realizados

no período 1966-71 e envolveram a análise dos retornos semanais de ações americanas e de

sete países europeus.

Levy e Sarnat (1970) evidenciaram que existe uma forte tendência para que os

retornos dos títulos individuais movam-se conjuntamente dentro de um mesmo cenário

econômico. De acordo com essa visão Ibbotson et al. (1982) referenciaram que a

diversificação internacional também se justificaria graças às vantagens decorrentes da

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segmentação do mercado global. Em um contexto mundial parte do risco sistemático local, se

tornaria não sistemático, ou seja, diversificável.

Com base nesses estudos detectou-se a possibilidade de reduzir ainda mais o risco de

um portfólio diversificado domesticamente em mercados desenvolvidos, investindo-se em

títulos de países em desenvolvimento, pois, os retornos destes ativos terão um comportamento

diferente daqueles inseridos em mercados desenvolvidos.

Portanto, com o objetivo de exemplificar o volume transacionado no mercado

financeiro internacional, inserido no contexto da globalização financeira, Dale (1996) cita que

um em cada quatro negócios no mundo envolve um título estrangeiro ou uma contrapartida no

exterior e que a emissão de títulos de dívida e ações em escala internacional quadruplicou

entre 1985 e 1994, enquanto o volume de giro em transações cambiais triplicou entre 1988 e

1993.

Mas, a quantificação sobre como a globalização financeira influencia cada região

deve adicionalmente ser considerada nos estudos de forma a otimizar os resultados dos

investimentos, minimizando riscos e maximizando retornos, motivo pelo qual um método

envolvendo Redes, especificamente grafos que variam com o tempo, pode vir a mensurar o

fluxo financeiro colaborando com a evolução dos estudos nesse segmento acadêmico, tendo

em vista a tendência de se obter retornos decrescentes com a expansão do movimento de

recursos financeiros ao redor do planeta.

2.2. ECONOFÍSICA E REDES

No final do século XX registra-se aumento do interesse por parte dos físicos pelo

estudo da dinâmica dos sistemas complexos, que reúne conhecimentos interdisciplinares que

alcançam diversas áreas que vão da física à antropologia, da biologia até as cotações das

bolsas de valores.

O conjunto das atividades dos físicos em economia e finanças, segundo Rosario

Mantegna e Stanley (2007) tinha como objetivo principal a modelagem da incerteza e o

controle do risco, pois risco é incerteza, que pode levar a perdas financeiras.

Embora o termo Econofísica tenha sido primeiramente cunhado há vinte e um anos

pelos físicos Stanley, Afanasyev et. al., (1996), a influência da física na economia é antiga e

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vários escritores procuraram estudar essa afinidade, conforme Mirowski (1989) e Schabas

(1990).

A Econofísica é uma área de conhecimento que trata da aplicação da física a

questões econômicas e financeiras. Conforme Gopikrishnan, Plerou, Gabaix e Stanley (2002),

como o nome sugere, a Econofísica é uma disciplina híbrida que pode ser definida como uma

ciência que se utiliza de uma abordagem quantitativa usando ideias, modelos, métodos

conceituais e computacionais de física estatística aplicada aos fenômenos econômicos e

financeiros.

Louis Bachelier (1900), em sua tese de doutorado defendida em 1900 intitulada

“Teoria da Especulação”, usou ideias físicas de difusão e passos aleatórios “random walk”

para, 5 anos antes de Einstein, aplicar métodos equivalentes à descrição do movimento

Browniano para explicar a formação de preços em mercado de ações. Historicamente foi o

primeiro autor a usar matemática e física para estudar finanças por meio de processos

aleatórios.

Ainda segundo Bachelier (1900), as influências que determinam os movimentos da

Bolsa são inumeráveis. Eventos passados, presentes ou até antecipados, muitas vezes sem

conexões aparentes com suas flutuações. Além das flutuações de causas naturais, causas

artificiais também estão envolvidas. Dessa forma, para Bachelier (1900), a Teoria da

Probabilidade nunca seria aplicável aos movimentos de preços cotados e a dinâmica da Bolsa

de Valores nunca poderia ser considerada uma ciência exata, entretanto, é possível estudar

matematicamente o estado estático do mercado em um dado instante, isto é, estabelecer a lei

de probabilidade para as flutuações de preço que o mercado admite em determinado instante

de tempo.

Benoit Mandelbrot (1963) foi o pioneiro no uso de distribuições de cauda longa (não

gaussianas) em finanças e mostrou que fractalidade e autosimilaridade são comuns em

finanças e variações de mercados tanto de commodities como mercado de câmbio.

Segundo McCauley (2006) e Stanley et al., (1996) a Economia mostra uma

abordagem fundamentalmente nova ao se utilizar da física como método estatístico. Durante

décadas muitos modelos de física estavam sendo utilizados na economia, mas estes foram

usados principalmente para sua descrição matemática dos fenômenos físicos.

Em contraste a essas abordagens entre a economia e a física, essa tendência não é

vista na Econofísica. Nesta perspectiva, econofísicos não tentam conectar seus trabalhos com

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a teoria econômica pré-existente. Os econofísicos não são economistas que se inspiram no

trabalho dos físicos para desenvolver sua disciplina, mas físicos que se movem além de seus

limites disciplinares e usam seus modelos para estudar vários problemas levantados pelas

Ciências Sociais.

A natureza híbrida da Econofísica abre espaço para o debate. Enquanto alguns

autores como McCauley (2006), Schinckus (2010) e Stanley, Gabaix e Vasiliki (2008)

enfatizam as diferenças metodológicas entre os dois campos, outros como Jovanovic e

Schinckus (2013, 2016) e Walstad (2010) explicam que existe uma infinidade de

características conceituais comuns entre essas duas áreas de conhecimento.

Essa dialética conceitual entre as duas comunidades torna difícil a coexistência com

uma interação real, mesmo havendo semelhanças conceituais históricas e algumas pontes de

ligação entre a Econofísica e as Finanças Econômicas conforme McCauley et al (2016).

Gingras e Schinckus (2012) apresentaram a Econofísica como um campo emergente

autônomo com suas próprias conferências anuais no “Physics and Astrophysics Classification

Scheme” (PACS), Programa de Classificação de Física e Astrofísica, com seu próprio

programa de educação acadêmica e programa de doutorado. Neste cenário desafiador aparece

então uma nova tentativa de se criar uma aproximação entre essas duas comunidades

acadêmicas, a Economia e a Física.

A última crise econômica iniciada em 2008 gerou forte debate e muitas questões

sobre a capacidade dos economistas financeiros para lidar com a realidade financeira, que de

certa forma caracterizou-se também como uma crise da Teoria Financeira, mostrando

claramente que o funcionamento dos sistemas e mercados financeiros estava bem longe do

previsto pelos modelos considerados padrões, conforme mencionaram McCauley et al (2016).

Os sistemas financeiros e econômicos são organizações complexas de agentes

adaptativos interativos cujas interligações com instituições podem gerar padrões inesperados,

fluxos que se retroalimentam e processos de difusão de informações.

Como um sistema econômico pode ser representado por partes individuais que se

conectam, modelá-lo como uma rede pode fazer com que certas características relacionais

surjam com o objetivo de explicar seu funcionamento. Na atualidade, a ciência econômica

abraça esse viés de conhecimento através da interação das partes que se realiza de forma não-

linear e esse sistema tem como propriedade marcante a lei de potência.

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Segundo Nussenzveig (2008), o economista Arthur (1999) foi pioneiro a aplicar

esses conceitos à economia. Nela atua um grande número de unidades (agentes), cujas

decisões estão sujeitas a fatores aleatórios e estão longe de ser sempre “racionais”. Existem

retornos crescentes (retroalimentação positiva), como por exemplo, no que se chama de

“bolha especulativa”. A atual situação das bolsas, num mundo globalizado, mostra que a mera

expectativa de uma crise em determinado país pode tornar-se uma profecia auto cumprida,

desencadeando uma crise prevista, que poderíamos comparar a uma avalanche.

A figura das Redes tem seu marco registrado nos estudos de Leonhard Euler (1736),

que foi um excepcional matemático e físico suíço que viveu em São Petersburgo até o ano da

sua morte.

O estudo das Redes iniciou-se com a Teoria dos Grafos (TG), que por sua vez tem

como origem o enigma das sete pontes de Königsberg, cidade da Prússia do século 18, atual

Kaliningrado (Rússia). O rio Pregel divide a cidade em quatro áreas de terra unidas por sete

pontes. Os habitantes de Königsberg queriam saber se alguém poderia visitar todas as quatro

áreas cruzando cada ponte exatamente uma vez. Esse problema foi solucionado em 1736 por

Euler, que representou as áreas de terra separadas por pontes como os nós (pontos) e as pontes

como arestas (segmentos de linha), ligando os nós. A estrutura formada pelo conjunto de nós

e arestas, chamada de grafo, é uma representação do problema. Euler demonstrou, através dos

grafos, que tal solução não é possível.

Com o intuito de resolver o problema das pontes de Königsberg, Euler, de forma não

intencional, iniciou uma nova área da matemática conhecida como Teoria dos Grafos, que é

hoje a base de todo o conhecimento sobre Redes, conforme De Castro (2007) e Barabási

(2009).

Após Euler, a Teoria dos Grafos passou a ser utilizada, mas considerava apenas

propriedades regulares e determinísticas dos sistemas. Mas, questões como: “Quais as leis que

governam o surgimento de cada um dos elementos e estruturas redes?” e “Como as redes se

formam?”, até então não haviam sido respondidas.

De acordo com Gross e Yellen (1999), um grafo G = (V, E) é uma estrutura

matemática que consiste em dois conjuntos V (finito e não vazio) e E (relação binária sobre

V). Os elementos de V são chamados vértices (ou nós) e os elementos de E são chamados

arestas. Cada aresta tem um conjunto de um ou dois vértices associados a ela.

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Dessa forma, pode-se assim representar um conjunto de vértices V = {v1, v2, ..., vi} e

de arestas E = {(v1, v4), (v2, v1),..., (vi, vj)}, onde as arestas são representadas por pares

ordenados (vi,vj) dos vértices vi e vj.

Os grafos podem ser direcionados (dígrafos) ou não-direcionados.

Em um grafo direcionado, cada aresta, que normalmente é chamada de arco, é um

par ordenado de vértices, sendo que o primeiro vértice do par é a ponta inicial do arco e o

segundo é a ponta final, conforme exemplificado na Figura 1 a seguir:

Figura 1 – Grafo direcionado

Fonte: elaboração própria

Em um grafo direcionado, que também pode ser chamado de dirigido, o conjunto A

de pares ordenados de vértices pode ser chamado de arcos, arestas direcionadas ou setas, e as

arestas podem ser representadas pelo conjunto correspondente chamado E, ao invés de A.

Um grafo é considerado não direcionado ou não dirigido quando são simétricos, ou

seja, para cada aresta v-w existe uma aresta da forma w-v. A ponta inicial de v coincide com a

ponta final de w e a ponta final de v coincide com a ponta inicial de w. A figura 2 a seguir

exemplifica um grafo não direcionado:

Figura 2 – Grafo não direcionado

Fonte: elaboração própria

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De acordo com De Castro (2007) e Barabási (2009) os norte-americanos Solomonoff

e Rapoport (1951) publicaram o pioneiro artigo “Connectivity of Random Nets” onde

introduziram o conceito de redes aleatórias.

Ao mesmo tempo os matemáticos Paul Erdös e Alfréd Rényi (1956) publicaram

vários artigos sobre o tema onde propuseram um modelo simples para gerar redes aleatórias,

trabalhos esses que revolucionaram o estudo das redes e estabeleceram a Teoria Aleatória dos

Grafos, sugerindo, dessa forma, uma abordagem estatística. A partir de então os estudos das

redes passaram a ser vistos como complexos e novas propriedades passaram a caracterizá-las.

O uso de redes nos mercados financeiros tem sido um dos principais temas de

pesquisa da atualidade em finanças. De acordo com Schweitzer et.al. (2009), as redes

permitem a análise de dois ou mais ativos interligados num sistema.

Já segundo Battiston et.al. (2012), uma contribuição significativa das redes em

finanças é a possibilidade de se mensurar a probabilidade de risco sistêmico, que são

decorrentes das interligações e da interdependência entre os agentes de um sistema ou

mercado, no qual a insolvência ou falência de uma única entidade ou grupo de entidades pode

provocar falências em cadeia.

Dependendo do problema que vier a ser solucionado através de Redes, pode ser

conveniente olhar para a evolução do sistema do ponto de vista de uma determinada relação

(aresta), uma determinada entidade (vértice) ou a partir do sistema global (grafo inteiro).

Pode-se também analisar Subgrafos ao se restringir um conjunto de vértices ou arestas em

determinado tempo.

Levando em consideração essas particularidades o estudo de Redes assume novo

campo de estudo. Casteigts et al. (2011) teve como objetivo unir e formalizar os diversos

conceitos e métricas utilizados no estudo das redes dinâmicas criando assim o conceito de

grafos que variam no tempo (Time-Varying Graph ou TVG).

Um grafo variável no tempo pode ser descrito como uma sequência ordenada de

gráficos G = {Gt}, onde t = 1, 2, ..., T, onde cada Gt é uma configuração de arestas que ligam

os vértices da rede no instante t, e T é o tempo de observação total do sistema, conforme Tang

et al (2010) e Basu et al (2010).

Zhang X., Feng L., Zhu R. e Stanley HE (2015) em seu artigo Applying temporal

network analysis to the venture capital market construiu redes temporais para representar as

relações de investimento e as interações entre as empresas de capital de risco no mercado

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chinês nas duas últimas décadas. Os pesquisadores mostraram que a análise da rede temporal

pode ser utilizada para caracterizar o processo evolutivo dinâmico das trocas socioeconômicas

entre as organizações. Os autores concluíram também que a topologia de rede evoluiu

constantemente durante a expansão do mercado de capital de risco chinês nos últimos 20 anos

ao mesmo tempo em que foram utilizadas medidas como centralidade e conectividade para

quantificar a dinâmica da atividade de investimento e identificar a influência das alianças

entre os investidores de forma a minimizar riscos.

Um dos primeiros estudos registrados, envolvendo redes e mercados financeiros, foi

realizado por Mantegna (1999), que aplicou o método Minimum Spanning Tree (MST) no

período de julho de 1989 a outubro de 1995 utilizando empresas listadas no New York Stock

Exchange (NYSE), Índice da Bolsa de Nova York. Mantegna (1999) pôde constatar que as

séries temporais poderiam passar informações valiosas para os mercados financeiros. Esse

estudo revolucionou a forma sobre como é percebida as relações entre os ativos financeiros,

que podem ser desde uma rede de ações em uma determinada bolsa de valores até a relação

financeira entre bolsas de diversos países.

Bekiros et al (2017) investigou os vínculos causais dinâmicos entre o mercado de

valores mobiliários dos EUA e os mercados futuros de commodities através da utilização da

Teoria de Redes. Foram utilizadas estimativas móveis de matrizes extensas e topologias de

rede que variam no tempo para revelar a dimensão temporal das relações de correlação e

entropia. Uma análise de simulação usando séries de tempo randomizado também foi

realizada para avaliar o impacto do desmantelamento da estrutura de dependência de dados.

Foi exibido, principalmente, evidências de disparidade de correlações e medições de

centralidade baseadas em entropia para todos os mercados entre os períodos pré e pós-crise.

Os resultados permitiram o mapeamento robusto de influências da rede e efeitos de contágio

ao mesmo tempo em que incorporou as expectativas dos agentes financeiros.

Sandoval (2011) analisou como os clusters são formados de acordo com as

correlações entre índices e como eles evoluem no tempo, particularmente em tempos de crise

financeira. Para isso se utilizou de dados de índices de bolsas, antes e durante os períodos de

crises financeiras globais. As matrizes de correlações entre os índices do mercado de ações

internacionais são utilizadas na construção de redes com base em limiares de distância entre

os índices.

Ainda segundo Sandoval (2011), ao variar os limiares pôde-se contemplar a estrutura

de agrupamento dessas redes em diferentes níveis revelando dois clusters fortes e persistentes,

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um americano e outro de índices europeus. Ao mesmo tempo o estudo revelou a formação de

um cluster asiático do Pacífico na década de 90 e a lenta integração de alguns dos índices.

Pôde-se também verificar que essas redes tendem a diminuir de tamanho em tempos de crise.

O pesquisador conclui também que nenhum desses estudos fornece informações sobre a

causalidade entre as redes, sugerindo estudos para pesquisas futuras.

2.3. PRESSUPOSTOS DA HIPÓTESE DE EFICIÊNCIA DOS MERCADOS

No final da década de 60 surge a Hipótese do Mercado Eficiente (HME) que,

conforme Tosta de Sá (1999), seus pressupostos estão reunidos na presunção de que todos os

investidores e analistas do mercado financeiro:

a) Devem possuir expectativas similares quanto ao futuro;

b) Necessitam ter acessos simultâneos às informações de mercado que podem vir a

afetar os preços das ações;

c) Têm que ter mesmo padrão de conhecimento para que possam avaliar igualmente

as informações das empresas;

d) Precisam ajustar suas estimativas futuras simultaneamente após cada nova

informação divulgada no mercado.

Segundo Fama (1970), um mercado é chamado eficiente quando o preço dos seus

títulos, em qualquer tempo considerado, reflete integralmente todas as informações

disponíveis naquele momento. Fama (1970) foi o primeiro a sugerir as três formas de

eficiência no âmbito informacional separando-as em forma fraca, semiforte e forte.

De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2000, p.251 apud SANTOS, 2003) na forma

fraca de HME os preços das ações já incorporam todas as informações passadas que podem

vir a influenciar seu preço, tais como: série histórica de preços passados e volume negociado

em bolsas.

Ainda conforme Bodie, Kane e Marcus (2000, p.251 apud SANTOS, 2003), a forma

semiforte visa identificar o efeito de novas informações que podem vir a alterar o valor das

ações como: alterações na política de dividendos, mudanças nas expectativas dos resultados

da empresa, greves, alterações na qualidade da administração da empresa, informações sobre

a linha de produtos da empresa ou composição do balanço. Igualmente de acordo com Tosta

de Sá (1999), espera-se que essas informações já estejam refletivas no preço da ação quando

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quaisquer dessas se tornem acessíveis aos investidores. Dessa forma, o preço corrente reflete

não somente a informação contida em todos os preços do passado, mas também toda a

informação pública, incluindo demonstrações e relatórios financeiros.

Com relação à forma forte, todas as informações confidenciais, disponíveis apenas

no âmbito interno das empresas, já deverão fazer parte do preço da ação. Nesse modelo,

nenhum investidor pode obter retornos anormais usando informações que não foram tornadas

públicas. O preço corrente deve refletir toda a informação, pública e/ou privada, e nenhum

investidor deve ser capaz de consistentemente obter lucros acima do valor esperado.

Dessa forma, a eficiência do mercado financeiro está relacionada à maneira como

uma determinada informação chega aos participantes do mercado de modo a provocar neles

um motivo de compra ou venda do papel dessa empresa.

Mas, muitas críticas têm sido feitas à Hipótese do Mercado Eficiente. Segundo Tosta

de Sá (1999, p.25), os simpatizantes da escola fundamentalista censuram a HME tendo em

vista que:

a) Pode ser que haja investidores ou analistas que excepcionalmente tenham

performances superiores em suas análises e poderão auferir melhores resultados;

b) a informação em si de nada vale e sim a sua correta leitura dos dados, através de

apropriada interpretação, que depende em sua maior parte de adequada

qualificação profissional do investidor ou analista;

c) Fatores psicológicos e subjetivos influenciam os investidores a ponto de causar

oscilações e distorções nos preços.

De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2000, p.253, apud SANTOS, 2003), a HME

prediz que a maior parte da análise fundamentalista acrescenta pouco valor visto que analistas

dependem de informações publicamente disponíveis sobre o setor e os resultados da empresa,

logo, as expectativas de um investidor não serão diferentes das de outro investidor.

Ainda de acordo com Santos (2003), para a Hipótese do Mercado Eficiente

desempenhos superiores passados prenunciariam desempenhos superiores futuros. Dessa

forma, seguindo essa premissa, ações com Valor de Mercado (VM) superior ao Valor

Contábil (VC), por exemplo, tenderiam a gerar no futuro altas rentabilidades visto que, no

presente, os investidores estariam dispostos a pagar mais pela empresa que o seu valor de

livro.

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Mas, de acordo com Haugen (1995), um baixo índice VC/VM pode indicar que uma

ação pode estar superavaliada e que, em futuro próximo, sua rentabilidade poderá cair

chegando próximo ou atingindo o Valor Contábil. De forma inversa, um alto índice VC/VM

poderia indicar que determinada ação estaria subavaliada no mercado, e que, no futuro suas

rentabilidades poderiam ser crescentes atingindo o Valor Contábil.

Rayner e Little (1966) tentaram verificar se as firmas que cresciam rapidamente no

passado tenderiam a repetir sua performance no futuro, ou seja, se as growth stocks do

passado serviriam como precursoras de growth stocks no futuro. Foram estudadas empresas

inglesas entre 1951 e 1961 e não foi encontrada nenhuma evidência nos testes feitos que o

futuro estava ligado ao passado.

De acordo com Elton et al (2004), a Hipótese de Mercado Eficiente tem implicações

muito importantes para a análise de títulos. Se os testes empíricos constatarem que não é

possível prever retornos futuros a partir de retornos passados, então as táticas de negociação

baseadas em exames da sequência de preços passados são inúteis. Se a forma semiforte da

hipótese de mercado eficiente for apoiada pela evidência empírica, então as regras de

negociação baseadas em informações publicamente disponíveis são suspeitas. Finalmente, se

os testes da forma forte da hipótese revelarem que o mercado é eficiente, então a própria

utilidade da análise de títulos estaria em dúvida.

2.4. AS BOLSAS DE VALORES E SEUS ÍNDICES

As Bolsas de Valores são instituições em que se negociam títulos e ações. Segundo

Sandroni (2003), elas são importantes nas economias de mercado por permitirem a

canalização rápida das poupanças para sua transformação em investimentos. Adicionalmente,

as Bolsas constituem, para os investidores, um meio de lucrar com a compra e venda de

títulos e ações, escolhendo os momentos adequados de baixa ou alta nas cotações.

Em suas origens as Bolsas de Valores confundiam-se com as Bolsas de Mercadorias

mas, a partir do século XVIII, com o extraordinário aumento das transações com valores

mobiliários e, sobretudo, com o surgimento das sociedades por ações iniciou-se um processo

de especialização que resultou no aparecimento de Bolsas dedicadas exclusivamente a

operações com títulos e ações.

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30

A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro surgiu em Bugres, cidade da

Bélgica, onde se realizavam assembleias de comerciantes na residência Van der Burse,

morador local, conforme Cavalcante, et al (2005).

Em 1141 Luís XII instalou a Bourse de Paris. Em 1698 era criada a Bolsa de Fundos

Públicos de Londres e a Bolsa de Nova York surgiu em 1792. Apesar disso, o número de

sociedades por ações era mínimo no século XVIII, limitando-se àquelas existentes à compra e

venda de moedas, letras de câmbio e metais preciosos.

A Suíça fundou em 1850 a sua primeira Bolsa de Valores na cidade de Genebra e a

Bolsa de Zurique foi criada vinte anos após, organizada sob a inspiração da Associação Livre

de Mercadorias e Industrial da cidade.

Atualmente, as mais importantes Bolsas de Valores do mundo são as de Nova York,

Londres, Paris e Tóquio. Ainda conforme Cavalcante et al (2005), antes de 1800 já se

negociava com papéis no Brasil mas, só em 1845 surge a primeira regulamentação

governamental.

A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) foi fundada em 23 de agosto de 1890

e é a única bolsa atualmente em atividade no Brasil, sendo a mais importante de toda a

América Latina.

De acordo com Cavalcanti et al (2005), A BOVESPA está sujeita à supervisão da

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e tem como objetivos e atividades principais:

a) Manter local adequado à realização, entre corretores, de transações de compra

e venda de títulos e valores mobiliários, em mercado livre, organizado e fiscalizado pelos

próprios membros, pela autoridade monetária e pela CVM;

b) Criar e organizar os meios materiais, os recursos técnicos e as dependências

administrativas necessárias à realização e liquidação pronta, segura e eficiente das operações

efetuadas no recinto de negociação (pregão);

c) Organizar, administrar, controlar e aperfeiçoar o sistema e o mecanismo de

registro e liquidação das operações realizadas;

d) Estabelecer sistema de negociação que propicie e assegure a continuidade das

cotações e a plena liquidez do mercado de títulos e valores mobiliários.

e) Fiscalizar o cumprimento, pelos seus membros e pelas sociedades emissoras de

títulos e valores mobiliários, das disposições legais e regulamentares, estatutárias e

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31

regimentais, que disciplinam as operações de bolsa, aplicando aos infratores as penalidades

cabíveis;

f) Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em seu pregão;

g) Assegurar aos investidores completa garantia pelos títulos e valores

negociados;

h) Exercer outras atividades conexas e correlatas que lhe sejam permitidas por lei.

2.4.1. Índices de Bolsas

Segundo Sandroni (2003) índice de bolsa é um valor numérico equivalente à média

das cotações de certo grupo de ações, consideradas representativas de todo o mercado, em

determinado momento. Pela comparação dos índices apurados sucessivamente pelas Bolsas de

Valores pode-se saber se o mercado se encontra em alta, estável ou em baixa, o que orienta os

investidores em suas aplicações no futuro próximo. O acompanhamento do índice é feito em

geral por meio de um gráfico simples que registra sua evolução no tempo: um ano, um mês,

uma semana ou até mesmo ao longo de um dia.

Qualquer índice de mercado reage a eventos mundiais como desastres naturais,

guerras, incertezas políticas e notícias econômicas. Logo, os fluxos de informações e eventos

interferem no fluxo financeiro e devem ser objeto de análise cuidadosa por parte dos

investidores e analistas financeiros.

Existem diversas formas de se obter estes índices, sendo os mais comuns os cálculos

através do valor ponderado dos preços.

Nessa sessão são apresentados os principais índices de bolsas objeto desse trabalho e,

de forma mais fundamentada, é explanado teoricamente o método de cálculo atual do

Ibovespa, Índice da Bolsa de Valores de São Paulo.

a) IBOVESPA - Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Brasil)

Cada índice da BOVESPA possui um critério diferenciado para ser composto.

Segundo Assaf (2001), o índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, considera, em

sua carteira teórica, somente ações com maior grau de negociabilidade.

Page 32: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

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O Índice da BOVESPA é o mais importante indicador do desempenho médio das

cotações do mercado de ações brasileiro porque retrata o comportamento dos principais

papéis negociados na BOVESPA.

De acordo com a BM&F BOVESPA (2014), o Ibovespa é um índice de retorno total,

ou seja, é um indicador que procura refletir não apenas as variações nos preços dos ativos

integrantes do índice no tempo, mas também o impacto que a distribuição de proventos por

parte das companhias emissoras desses ativos teria no retorno do índice.

Podemos descrever o Ibovespa como o somatório dos pesos dos ativos integrantes de

sua carteira teórica, formado pela quantidade teórica de cada ativo, multiplicada pelo último

preço da mesma e, em seguida, divide-se pelo redutor, conforme fórmula abaixo:

t

n

i

t

T

QiPi

Ibovespa

.1

Onde:

TIbovespa = Índice Bovespa no momento T;

n = número total de ativos integrantes da carteira teórica do índice;

tPi = último preço do ativo i no instante t;

tQi = quantidade do ativo i na carteira teórica no instante t;

= redutor utilizado para adequar o valor total da carteira ao valor de

divulgação do índice.

Ainda segundo a BM&FBOVESPA (2014), os índices são calculados ao longo do

período regular de negociação, a cada intervalo de 30 (trinta) segundos, considerando os

preços dos últimos negócios efetuados no mercado a vista (lote-padrão) com ativos

componentes de sua carteira.

A carteira teórica do índice tem vigência de 4 (quatro) meses, para os períodos de

janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro, entrando em vigor na primeira segunda-

feira do mês inicial de vigência, ou dia útil imediatamente posterior no caso de nesse dia não

haver negociação no segmento BOVESPA.

Conforme a BM&FBOVESPA (2014) os seguintes critérios, cumulativamente, são

necessários para que um ativo possa fazer parte do Ibovespa:

Page 33: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

33

a) Ativos que no período de vigência das três carteiras anteriores, em ordem

decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), representem em conjunto 85% (oitenta e cinco

por cento) do somatório total desses indicadores;

b) Ter presença em pregão de 95% (noventa e cinco por cento) no período de

vigência das três carteiras anteriores;

c) Ter participação em termos de volume financeiro maior ou igual a 0,1% (zero

vírgula um por cento), no mercado a vista (lote-padrão), no período de vigência das 3 (três)

carteiras anteriores; e

d) Não ser classificado como “Penny Stock”, ou seja, ativos cuja cotação seja inferior

a R$1,00.

Assim sendo, para se mensurar o Índice de Negociabilidade a seguinte fórmula é

calculada:

P

V

vx

N

n

IN

P

i

aa

1

3

2

Onde:

IN = Índice de negociabilidade;

na = número de negócios com o ativo a no mercado a vista (lote-padrão);

N = número de negócios total do mercado a vista da BM&FBOVESPA (lote-padrão);

va = volume financeiro gerado pelos negócios com o ativo a no mercado a vista (lote-

padrão);

V = volume financeiro total do mercado a vista da BM&FBOVESPA (lote-padrão);

P = número total de pregões no período.

As seguintes premissas são adotadas no cálculo do Índice de Negociabilidade:

a) não são considerados os negócios diretos no cálculo do Índice de Negociabilidade;

b) os valores do Índice de Negociabilidade de cada ativo são apurados em base

diária, somados e divididos pelo número de pregões total do período analisado;

Page 34: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

34

c) os dados de negociações verificados no último dia de vigência da carteira anterior

não são considerados para efeito da apuração do Índice de Negociabilidade dos ativos; e

d) caso ocorra algum evento que implique retirada do mercado de parte substancial

do “free float” de um ativo motivando sua exclusão das carteiras dos índices ou sua

permanência com sua quantidade teórica reduzida nas recomposições quadrimestrais

posteriores durante a vigência da carteira, o histórico do ativo será ajustado descontando-se o

percentual que foi retirado do mercado.

Dentre outras funções, o Ibovespa serve de indicador de tendência do desempenho da

economia, como instrumento de suporte para a gerência de investimentos e como instrumento

de negociação em mercados futuros.

b) MERVAL - Índice de Mercado de Valores (Argentina)

O MERVAL é o índice mais representativo do Mercado de Valores de Buenos Aires

S.A (MERVAL), Argentina. Foi criado em 30 de junho de 1986 e é calculado em tempo real

durante os dias em que há transações.

É uma carteira teórica composta por ações que representam 80% do volume

negociado durante os últimos seis meses. A composição do índice é revisada trimestralmente

e ele é uma média ponderada de acordo com o volume de transações e preços dos retornos das

ações mais negociadas na bolsa de comércio de Buenos Aires.

O índice de Merval mede o valor em pesos de uma cesta de ações teórica,

selecionada de acordo com critérios que pesam sua liquidez. O índice é composto por uma

quantidade nominal fixa de ações de diferentes empresas colaboradoras comumente

conhecidas como "empresas líderes". Este montante fixo de ações que cada empresa possui no

índice é chamado de valor teórico.

c) IPSA - Índice de Precios Selectivo de Acciones (Chile)

O IPSA foi criado em julho de 1977 e sua carteira é composta por 40 ações com

maior atividade no mercado chileno. Em sua primeira versão, entre julho de 1977 e dezembro

de 1980, ele era decomposto em dois grupos, pertencendo ao primeiro grupo àquelas

sociedades que registravam uma presença igual ou superior a 75% nos últimos doze meses; no

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35

segundo grupo incluíam-se as empresas com presença entre 30% e 75% e no máximo 40

empresas.

O índice IPSA é considerado o melhor indicador de rentabilidade no mercado

chileno e é calculado pela Bolsa de Valores de Santiago por meio da média ponderada das

transações das ações da carteira do índice, cujo objetivo é avaliar as variações de preços dos

títulos mais líquidos no mercado.

A seleção dessas 40 empresas ocorre durante os meses de março, junho, setembro e

dezembro de cada ano. Todos os anos a base do índice é renovada tomando o valor 100 no

último dia útil do mês de dezembro do ano anterior.

São requisitos para que as empresas possam fazer parte do índice IPSA:

- O capital de mercado das empresas deve ser superior a US$ 200 MM.

- As empresas têm que ter uma taxa de Free Float > 5%; e

- dentre as empresas que atendem esses requisitos acima, são escolhidas as 40

empresas com maior valor negociado ponderado anual.

d) IPC - Índice de Precios y Cotatizaciones (México)

O S&P/BMV Índice de Precios y Cotizaciones (S&P/BMV IPC) é o principal

indicador do Mercado Mexicano de Valores. Ele expressa o desempenho médio do mercado

de ações em função das variações de preços de uma amostra balanceada, ponderada e

representativa do conjunto de empresas listadas na bolsa, baseada nas principais práticas

internacionais.

S&P/BMV IPC tem como base o mês de outubro de 1978 e seus principais objetivos

são servir de indicador representativo do Mercado Mexicano e como referência para outros

produtos financeiros.

A variação percentual do índice em relação ao valor do dia anterior é interpretada

como o desempenho diário do mercado acionário mexicano, para uma determinada data

específica. As ações que compõem o índice cumprem dois requisitos:

a) são de alta e média comercialização, ou seja, podem ser comprados e vendidos

facilmente na BMV; e

Page 36: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

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b) seu valor de capitalização, ou seja, o produto do preço da participação pelo valor

das ações em circulação, disponíveis para os investidores, representa uma ponderação

significativa do IPC.

Uma vez por ano, em setembro, esta amostra é revisada para incorporar ações que

atendam aos requisitos e para desincorporar aqueles que não mais os mantêm.

e) NIKKEI 225 - Nikkei Stock Average 225 (Japão)

A Nikkei-225 Stock Average é uma média ponderada de preço das principais 225

empresas japonesas da Bolsa de Valores de Tóquio.

O Nikkei 225 começou a ser calculado em 7 de setembro de 1950 mas,

posteriormente, foi recalculado e retroagido a 16 de maio de 1949. O índice era constituído

pelos preços médios (não ponderados) de 225 ações relacionadas na primeira sessão da Bolsa

de Valores de Tóquio, e estimado pelo Nihon Keizai Shimbum, Inc. (editor do principal jornal

de economia e negócio no Japão, o Nihon Keizai Shimbum, fundado em 1876 e com

circulação diária de mais de 3 milhões de exemplares).

É o índice de ações mais antigo da Ásia e, desde janeiro de 2010, o índice é

atualizado a cada 15 segundos durante as sessões de negociação.

O Nikkei foi estabelecido como parte da reconstrução e industrialização do Japão

após a Segunda Guerra Mundial. As ações constituintes são classificadas pelo preço da ação,

e não pela capitalização de mercado, como é comum na maioria dos índices. A composição do

Nikkei é revista em setembro de cada ano e as mudanças necessárias ocorrem em outubro.

f) DJIA - Dow Jones Industrial Average (Estados Unidos)

Foi desenvolvido em 1896 por Charles H. Dow, editor do The Wall Street Journal,

sendo o índice de ações mais antigo dos Estados Unidos.

Quando foi criado em 1896, o índice DJIA representava a média simples de 12

empresas americanas de grande importância e seu valor inicial foi de 40,94 pontos. O DJIA é

utilizado até hoje e é amplamente seguido pelo mercado financeiro global.

Sua composição está baseada em 30 ações que representam as maiores empresas

líderes dos EUA (Blue Chips). Como o índice não é calculado pela Bolsa de Valores de Nova

Page 37: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

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Iorque (New York Stock Exchange), seus componentes são escolhidos pelos editores do jornal

financeiro norte-americano The Wall Street Journal e as empresas que compõe o índice DJIA

são ocasionalmente substituídas para acompanhar as mudanças do mercado.

g) DAX - Deutscher Aktien Index (Alemanha)

O DAX (Deutscher Aktien Index) consiste das 30 maiores empresas alemãs

negociadas na bolsa de valores de Frankfurt. A Alemanha possui a maior economia da

Europa, o que torna o DAX um índice muito influente. As 30 empresas que compõe o índice

representam 75% do valor total da bolsa de valores de Frankfurt. O DAX é o índice alemão

mais citado e é comparado com o Dow Jones Industrial Average dos EUA.

O DAX teve início em 31 de dezembro de 1987 e é um índice ponderado pela

capitalização, ou seja, as ações são ponderadas conforme o valor de mercado de todas as

ações em circulação. As empresas são selecionadas com base no valor de capitalização na

bolsa e no volume de ordens. Os componentes são revisados trimestralmente.

A maior parte das empresas negociadas no DAX também são negociadas nos EUA.

Portanto, elas servem como indicador das tendências dos mercados americanos. Os horários

de funcionamento dos mercados europeus precedem os horários dos mercados norte-

americanos e com frequência fornecem uma boa indicação sobre os movimentos do mercado

americano.

h) FTSE 100 - Financial Times Stock Exchange (Inglaterra)

FTSE 100 é um índice calculado pela FTSE The Index Company, uma companhia

independente de propriedade conjunta do The Financial Times e do London Stock Exchange.

O FTSE foi criado em 01 de janeiro de 1984 e contém uma carteira de 100 ações de

maior capitalização entre as mais de 2.500 ações registradas na Bolsa de Londres.

i) Hang Seng Index - HSI (Hong Kong)

O Hang Seng Index foi criado em 24 de novembro de 1969 pelo Hang Seng Bank e é

o indicador mais cotado do mercado de ações de Hong Kong. O HSI inclui as maiores e mais

líquidas ações listadas na Bolsa de Valores de Hong Kong e atualmente é composto por 51

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empresas, conforme detalhamento registrado na figura seguinte, que exibe o percentual de

participação de cada setor no índice assim como a quantidade de empresas por setor.

Figura 3 – Ponderação de cada indústria no índice HSI

Fonte: Hang Seng Indexes Company Limited. Nov.2017

O HSI é usado para registrar e monitorar diariamente as mudanças das maiores

empresas de Hong Kong no mercado de ações.

j) S&P/TSX Composite (Canadá)

S&P/TSX Composite é o índice básico do mercado acionário canadense. É o índice

mais amplo da família S&P/TSX e é a base de vários subíndices incluindo, mas não limitado,

a índices de ações, índices de Income Trust, Índices Limitados, Índices GICS e índices

baseados em capitalização de mercado. A Bolsa de Valores de Toronto (TSX) distribui os

dados deste índice de tempo real e históricos.

O índice S & P / TSX Composite representa aproximadamente 70% da capitalização

de mercado total na Bolsa de Valores de Toronto (TSX) com cerca de 250 empresas incluídas.

A Bolsa de Valores de Toronto é composta por mais de 1.500 empresas.

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k) TA-100 (Tel Aviv - Israel)

O Índice TA-100, comumente conhecido como Tel Aviv 100, é um índice de ações

que inclui as 100 empresas com maior capitalização de mercado listadas na Bolsa de Valores

de Tel Aviv (Tel Aviv Stock Exchange - TASE). O índice iniciou sua operação em 1º de

janeiro de 1992 com um nível básico de 100 pontos.

O índice é mantido pela bolsa de valores de Tel Aviv e é calculado em tempo real

durante a cotação e publicado a cada 30 segundos. O índice combina as empresas listadas nos

índices TA-25 e TA-75.

l) S&P 500 - Standard & Poor's 500 (Estados Unidos)

O Índice Standard & Poor's 500, também conhecido como S&P 500, é um dos

índices de ações mais importantes nos Estados Unidos. Este índice expressa melhor a situação

real do mercado de ações e títulos, sendo mais sensível do que o Dow Jones Industrial

Average e o Nasdaq 100, o que o torna o indicador de tendência da economia norte-

americana.

O índice é baseado na capitalização de mercado de 500 grandes empresas que

possuem ações listadas na NYSE ou NASDAQ. Difere de outros índices de mercados

financeiros nos Estados Unidos, como a Dow Jones Industrial Average ou o índice Nasdaq

Composite, na diversidade de itens que o compõem e em sua metodologia de ponderação.

m) NASDAQ Composite (Estados Unidos)

O NASDAQ Composite (National Association of Securities Dealers Automated

Quotation) é o índice de ações dos EUA que inclui títulos nacionais e internacionais onde

estão listadas mais de 5.200 empresas e é o mercado de ações eletrônico mais importante do

mundo.

Foi criado em 1971 e as empresas que compõem o índice seguem o critério de

capitalização. O Nasdaq é um índice muito volátil, onde as empresas de tecnologia mais

importantes do mundo estão integradas e, em muitas sessões, a dispersão de preços e seus

movimentos são mais fortes do que na NYSE (New York Stock Exchange).

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n) NYSE Composite (Nova Iorque - Estados Unidos)

O NYSE Composite é um índice desenhado para medir o comportamento de todas as

ações ordinárias listadas na bolsa de Nova Iorque. Consta aproximadamente de 2.080 valores

nacionais e estrangeiros, incluindo ADR (American Depository Receipt) y REIT (Real Estate

Investement Trust) e excluem os fundos de investimento negociados na bolsa como o ETF

(Exchange Traded Funds). O NYSE é um índice ponderado por capitalização das ações em

circulação e se calcula por preço e benefício total. Sua base é 5.000 com valor ajustado em 07

de novembro de 2002.

o) RUSSELL 2000 INDEX (Chicago - Estados Unidos)

O Russell 2000 mede o comportamento das 2000 empresas de menor capitalização

do Russell 3000 e representam em torno de 8% de sua capitalização. São empresas que

começam a crescer e devido a esse fato, suas cotações são muito voláteis. Só podem ser

inseridas empresas dos Estados Unidos e seus territórios, assim como empresas listadas em

alguma bolsa nacional, que não podem fazer parte de bolsas estrangeiras. Sua base é 100

calculada desde 31 de dezembro de 1978. O Russell 3000 compreende as 3000 empresas de

maiores capitalizações dos Estados Unidos e que representam aproximadamente 98% do seu

mercado de valores mobiliários, incluindo as listadas no NYSE e NASDAQ, por exemplo.

p) VOLATILITY S&P 500 (Chicago - Estados Unidos)

O Índice de volatilidade da Chicago Board Options Exchange (CBOE), também

chamado de VIX, mostra a expectativa de volatilidade do mercado para um período de 30

dias. É constituída usando as volatilidades implícitas de uma ampla gama de opções do índice

S&P 500, dessa forma, é considerada uma medida amplamente utilizada de risco de mercado,

muitas vezes referida como investor fear gauge, ou seja, o indicador do medo do investidor.

O VIX foi a primeira tentativa bem-sucedida de criar e implementar um índice de

volatilidade. Introduzido em 1993, originalmente era uma média ponderada da volatilidade

implícita de oito ativos no mercado S&P 100. Dez anos depois, em 2004, expandiu-se para

usar opções com base em um índice mais amplo, o S&P 500, que permite uma visão mais

precisa das expectativas dos investidores sobre a futura volatilidade do mercado. Os valores

VIX superiores a 30 geralmente estão associados a uma grande quantidade de volatilidade

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como resultado do medo ou incerteza dos investidores, enquanto os valores abaixo de 20

geralmente correspondem a períodos menos estressantes nos mercados.

q) S&P/ASX 200 (Austrália)

O S&P/ASX 200 é reconhecido como o benchmark do investidor na Austrália. O

índice S&P/ASX 200 foi projetado para medir o desempenho das 200 maiores ações elegíveis

para o índice de empresas listadas no ASX (Australian Securities Exchange), Bolsa de

Valores da Austrália, que é a maior bolsa de valores da Oceania.

Os índices australianos da S&P/ASX estão intimamente alinhados com o conjunto

global de índices S&P Dow Jones e são reconhecidos internacionalmente como os principais

índices de investimento da Austrália.

Os índices S&P/ASX são índices ponderados em capitalização de mercado em tempo

real que incluem os maiores e mais líquidos estoques no mercado australiano. Os índices são

representativos do mercado australiano, mantendo um número limitado de títulos elegíveis.

O S&P/ASX 200, juntamente com toda a série de índices S&P/ASX, foi lançado no

mercado australiano em abril de 2000. O lançamento desses índices coincidiu com a S&P

Dow Jones Index assumindo o índice de negócios, que anteriormente era gerenciado pela

Bolsa de Valores da Austrália (ASX).

r) ALL ORDINARIES (Austrália)

O Índice All Ordinary (conhecido como "All Ords") substituiu os índices regionais

criados anteriormente para se tornar o primeiro índice oficial de preços de ações da Austrália

e benchmark institucional primário para o mercado de ações australiano.

O valor base inicial do All Ordinary foi fixado em 500 em 31 de dezembro de 1979,

sendo o primeiro dia de negociação em 2 de janeiro de 1980.

Atualmente é composto pelos preços das ações de 500 das maiores empresas listadas

na Australian Securities Exchange (ASX). A capitalização de mercado das empresas incluídas

no índice All Ords equivale a mais de 95% do valor de todas as ações listadas no ASX, sendo

considerado, esse índice, como um barômetro do mercado de ações da Austrália.

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s) CAC 40 (França)

O CAC 40 é o principal índice de ações do mercado de Paris e foi criado em 15 de

junho de 1988. O índice CAC 40 é determinado a partir dos preços das 40 maiores empresas

da França, correspondentes às 40 multinacionais francesas mais importantes listadas

continuamente e em tempo real na Bolsa de Valores de Paris.

O CAC 40 faz parte do grupo de negociação da Euronex, bolsa de valores situada em

várias cidades da Europa, e desde 1º de dezembro de 2003 o CAC 40 adotou o sistema

flutuante de capitalização de mercado para alinhar com a forma com que os principais índices

globais operam. Isso significa que, desde essa data, o número de títulos disponíveis para

compra no mercado de uma empresa foi levado em consideração no cálculo do índice.

t) Jakarta Composite Index (Indonésia)

Jakarta Composite Index (JCI) é um índice que congrega todas as ações que

comercializam na Indonésia Stock Exchange (ISX), Bolsa de Valores da Indonésia, que

anteriormente era conhecida como Jakarta Stock Exchange (JSX).

O índice foi desenvolvido com base em 100 em 10 de agosto de 1982 e é o que mais

representa a média do mercado de ações da Indonésia. Atualmente, devido ao crescimento das

indústrias, as ações das empresas do ISX já ultrapassaram os 4000 pontos.

u) KOSPI Composite Index (Coreia do Sul)

KOSPI (Korea Composite Stock Price Index) é o mais representativo índice de

mercado da bolsa de valores da Coreia do Sul.

Foi criado em 1983 com o valor base 100 retroagindo a 4 de janeiro de 1980 e

congrega mais de 700 empresas que constam na bolsa de valores.

v) TSEC weighted index (Taiwan)

TSEC é um índice de mercado de ações composto por empresas negociadas na Bolsa

de Valores de Taiwan (Taiwan Stock Exchange - TWSE). O índice ponderado do TSEC é

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constituído por todas as ações na Bolsa de Valores de Taiwan e cada um tem um peso com

base em sua capitalização de mercado.

As ações preferenciais, as Full Delivery Shares (ações de entrega total) e as ações

listadas há menos de um mês são excluídas do índice.

Full Delivery Shares é uma classificação atribuída à ação de uma empresa negociada

na Bolsa de Valores de Taiwan, quando o valor contábil da ação cai abaixo do mínimo

exigido de cinco dólares novos de Taiwan. Ações com esse perfil indicam que as empresas

estão com dificuldades financeiras e têm liquidez limitada.

w) SSE Composite Index (Shanghai)

O SSE Composite é a abreviação de Shanghai Stock Exchange Composite Index, que

é o índice mais representativo da Bolsa de Valores de Xangai.

O índice foi primeiramente reportado em 15 de julho de 1991 e é considerado a

melhor forma de se obter uma ampla visão do desempenho das empresas listadas na bolsa de

Xangai.

O índice SSE é calculado com base no preço ponderado e sua data base é 19 de

dezembro de 1990.

x) S&P BSE SENSEX (Bombaim)

O S&P BSE SENSEX (S&P Bombay Stock Exchange Sensitive Index), também

chamado de BSE 30 ou simplesmente o SENSEX, é o índice ponderado do mercado de ações

das 30 empresas mais bem estabelecidas e financeiramente sólidas listadas na Bolsa de

Valores de Bombaim. Essas 30 empresas são as que têm ações que são mais ativamente

negociadas e, consequentemente, são as mais representativas de vários setores industriais da

economia indiana.

Publicado desde 1º de janeiro de 1986, a S&P BSE SENSEX é considerado o

termômetro do mercado nacional de ações da Índia.

O valor base do índice é tomado como 100 em 1 de abril de 1979 e seu período base

é 1978-79.

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y) ESTX50 EUR (Zurique)

O índice ESTX50 EUR ou EURO STOXX 50 é um índice de ações da zona do euro

calculado por STOXX, um “provedor” de índices de propriedade do Deutsche Börse Group,

que tem como objetivo fornecer uma representação de blue-chips dos líderes dos supersetores

da Zona do Euro.

O EURO STOXX 50 é composto por cinquenta das maiores e mais líquidas ações e

foi criado em 26 de fevereiro de 1998. Sua composição é revisada anualmente no mês de

setembro e está disponível em várias variantes de moeda (EUR, USD, CAD, GBP, JPY) e

retorno (Preço, Retorno Líquido, Retorno Bruto).

O índice é derivado dos 19 índices de supersetores regionais da EURO STOXX e

representa os maiores líderes de supersetores da zona do euro em termos de capitalização de

mercado de livre flutuação.

A metodologia de seleção garante uma composição de índice estável e atualizada. As

regras rápidas de entrada e saída de ações da composição garantem que o índice represente

com precisão o desempenho das maiores e mais líquidas ações da Zona do Euro.

z) EURONEXT 100 (França)

O índice Euronext 100 é o índice blue chip da bolsa pan-europeia, a Euronext NV.

A Euronext NV é uma bolsa de valores europeia situada nas cidades de Amsterdã,

Bruxelas, Londres, Lisboa e Paris. Em 2017 a Euronext passou a ser considerada a maior

bolsa da Europa continental, com 1.300 emitentes que representavam uma capitalização de

mercado de 3 trilhões de euros.

O índice Euronext 100 compreende as maiores e mais liquidas ações negociadas na

Euronext. Cada empresa deve negociar mais de 20% de suas ações emitidas ao longo do

período de análise contínua de um ano. O índice é revisado trimestralmente através de uma

análise envolvendo o tamanho negociado e a liquidez do universo de investimentos.

Os membros atuais do Euronext 100, no período do presente estudo, estão assim

distribuídos: 64% das ações são de empresas francesas, a Holanda tem 19% das empresas

listadas, a Bélgica 11%, Portugal 5% e Luxemburgo 2%, do total de 100 empresas.

Page 45: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

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aa) BEL 20 (Bruxelas)

A BEL 20 é o índice de mercado de ações de referência da Euronext Bruxelas. Em

geral, o índice é composto por um mínimo de 10 e um máximo de 20 empresas negociadas na

Bolsa de Valores de Bruxelas.

A composição do índice BEL 20 é revisada anualmente com base nos preços de

fechamento na última sexta-feira de fevereiro. Essas mudanças são efetivas após a terceira

sexta-feira de março. Além de atender a um conjunto de critérios exigindo que uma empresa

seja "representativa do mercado de ações belga", pelo menos 15% de suas ações devem ser

consideradas como free float para se qualificarem para o índice.

Adicionalmente a ação deve possuir uma capitalização de mercado free float (em

Euros) de pelo menos 300.000 vezes o preço do índice no último dia de negociação de

dezembro. O requisito mínimo para um componente existente permanecer no índice é de

200.000 vezes o valor do índice. O BEL20 é um índice ponderado por capitalização.

bb) ATX - Austrian Traded Index (Vienna)

O ATX é o índice líder da Bolsa de Valores de Viena. É um índice de preços

ponderado e inclui ações de maior liquidez e capitalização no mercado de capitais austríaco.

O ATX rastreia as tendências de preços dos blue chips, em tempo real, na Wiener

Börse AG, também conhecida como Bolsa de Valores de Viena, uma das bolsas mais antigas

do mundo fundada em 1771.

A composição do ATX é revisada todos os anos nos meses de março e setembro e os

principais critérios de inclusão ou exclusão são: a capitalização free float e o volume de

negociação na bolsa de valores. Em cada revisão, não mais de três ações podem ser alteradas

do total da composição de 20 ações do índice.

O ATX é projetado como um índice negociável a ser usado como instrumento

subjacente para produtos estruturados e para derivativos padronizados (futuros e opções).

Page 46: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

46

2.5. COMO TUDO COMEÇOU: UMA VOLTA AO PASSADO COM HARRY

MARKOWITZ

De acordo com Fox (2010), se um dia existiu um homem das estatísticas, esse

alguém era Harry Markowitz, que rapidamente passou por um programa de dois anos da

Universidade de Chicago e concluiu o PhD em Economia na década de 50.

Vários foram os estudos que inspiraram Markowitz, mas, em todos eles, o

pesquisador identificava que algo estava faltando para tentar explicar o funcionamento do

mercado de capitais. Para Markowitz, Graham e Dodd (1934) instigavam os leitores a ter uma

carteira diversificada, embora não se aprofundassem muito em como ou por quê. O livro

Security Analysis se tornou, na década de 30, a Bíblia dos investidores e teve inúmeras

edições. O futuro para Graham e Dodd (1934) não pode ser prognosticado e eles são

particularmente contra estimar retornos futuros com base em tendências passadas. Eles

abordaram técnicas de análise de balanços e criaram critérios para seleção de alternativas de

investimentos em ações, o que transforma este estudo como a base da análise fundamentalista.

Em The Theory of Investment Value de John Burr Williams (1938), Markowitz

percebeu que o pesquisador partia do princípio de que os investidores detinham vários títulos

e ações, o que supunha a prática da diversificação intuitiva para diversificar o risco. O que

faltava na análise de Williams, segundo Markowitz, era a ideia do risco da carteira como um

todo.

Ainda de acordo com Fox (2010), em dado andamento dos seus estudos de doutorado

Markowitz visualizou uma abordagem estatística baseada nos estudos da utilidade esperada de

von Neumann-Morgenstern (1953), criadores da The Theory of Games and Economic

Behavior, ao conjeturar que um investidor faria uma estimativa do retorno que ele esperava de

uma ação individual e então estabeleceria a probabilidade dessa estimativa estar certa.

Markowitz expressou essa estimativa em termos da média (o retorno esperado) e da variância

(uma medida do quanto uma distribuição se afasta da média). Segundo seus estudos, quanto

maior a variância, maior a chance de uma ação se sair melhor ou pior do que o esperado. Esse

não era o conceito de risco que prevalecia entre os profissionais de Wall Street na época, que

tinham como risco apenas a probabilidade das “coisas” darem errado. Dessa forma, novo

conceito de risco estava, naquele momento, sendo criado.

Page 47: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

47

Nessa fase dos seus estudos Markowitz já havia definido o ponto de partida para os

cálculos matemáticos da diversificação de investimentos, que até o momento não havia sido

mensurada por nenhum outro pesquisador.

A covariância e a correlação estatística mostraram a chave que faltava para os

cálculos do risco de uma carteira de investimento. Conforme o próprio Markowitz dizia: “o

grau de risco de uma carteira tinha a ver não só com os ativos específicos que a compunham,

mas também com a extensão em que eles subiam ou desciam juntos” (FOX, 2010, p.79).

Meados da década de 50 Markowitz conclui o doutorado em Economia, mas não sem

críticas pesadas da banca de defesa, uma vez que um dos professores presentes era o

economista Milton Friedman, que afirmava que os estudos de Markowitz não se enquadravam

na ciência econômica, nem na administração e muito menos na matemática.

Como não havia mercado de trabalho para essa nova versão quantitativa das

Finanças e seus cálculos não eram facilmente compreendidos pelo público investidor, pode-se

deduzir que esse tenha sido o motivo do longo período entre o desenvolvimento do modelo e

sua maturação, que levou Markowitz a ser recompensado com o prêmio Nobel de Economia

apenas em 1990 devido à sua contribuição na análise de risco e retorno de ativos financeiros

originária dos seus esforços do doutorado.

Em seu trabalho Portfolio Selection, publicado em 1952, Harry Markowitz tinha

como objetivo ajudar os investidores a construir uma carteira de títulos que satisfizesse seus

próprios anseios com relação ao risco e o retorno.

O autor afirma que deve-se levar em conta a diversificação do risco na construção de

portfólios e que é possível construir uma série de portfólios, nos mais variados níveis de

retorno exigidos, que sejam otimizados para uma determinada redução do risco. Dessa forma,

as variáveis que interessariam aos investidores seriam os retornos esperado e os riscos,

explicitado pela variância desses retornos, assumindo a premissa de que os investidores são

avessos ao risco.

Segundo Tosta de Sá (1999, p. 47) os estudos de Harry Markowitz estão

fundamentados nas seguintes premissas:

a) a análise é efetuada considerando sempre as expectativas geradas para um período

adiante (seja um mês, um ano, um semestre, ou qualquer outro período previamente definido);

Page 48: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

48

b) todos os investidores buscam maximizar a utilidade esperada para o período do

investimento e apresentam utilidade marginal decrescente;

c) todos os investidores elaboram suas projeções de rentabilidade para os ativos a

partir da distribuição de probabilidades para as várias taxas de retorno que podem ser

alcançadas no período do investimento;

d) os investidores associam risco à variabilidade das taxas de retorno dos ativos em

análise;

e) os investidores baseiam suas decisões somente em termos do retorno esperado e

do risco do investimento. A liquidez está embutida no risco;

f) para qualquer nível de risco, os investidores preferem maiores retornos a menores

retornos, ou ainda, para qualquer nível de retorno esperado, os investidores preferem menos

riscos a mais riscos.

Ainda segundo Tosta de Sá (1999), essas premissas definidas para o modelo

satisfazem aqueles investidores avessos ao risco, onde se maximiza a utilidade esperada dos

retornos esperados pressupondo-se que os retornos dos títulos tenham uma distribuição

normal. Apesar de gerar alguns desvios, estas premissas, na prática, são validadas e não

chegam a prejudicar o modelo.

2.6. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM CARTEIRAS DE

INVESTIMENTOS – MÉTODO ELTON-GRUBER

Os professores Edwin Elton e Martin J. Gruber (1995), ambos atuais professores da

New York University Stern School of Business, desenvolveram um método para construção de

carteiras de investimento que tem como característica principal demonstrar, de forma

matematicamente simples, o motivo pelo qual um determinado ativo deve ou não pertencer a

uma carteira otimizada.

O método segue três etapas e se utiliza das seguintes variáveis para um determinado

período de tempo:

a) retorno esperado de cada ação – iR

;

b) beta de cada ação - i ;

Page 49: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

49

c) retorno do título de renda fixa sem risco - FR ;

d) risco diversificável de cada ação - ei ;

e) risco da carteira de mercado - M .

Inicialmente calcula-se o retorno esperado por ação ( iR

), seus respectivos retornos

excessivos ( Fi RR

), betas ( i ) e o índice de atratividade iFi RR )(

que, conforme

matematicamente está representado, é o retorno excessivo dividido pelo beta de cada ação ou

ativo.

Através da representação do Índice de Atratividade (IA) percebe-se que o investidor

não esperará ser adicionalmente remunerado pela existência de riscos diversificáveis ( ei ),

tendo em visto que o mesmo poderá ser minimizado ou eliminado por um processo de

diversificação eficiente do portfólio. Portanto, o investidor só poderá demandar uma

remuneração adicional sobre a rentabilidade do título de renda fixa sem risco em virtude do

risco não diversificável que naturalmente todos estão sujeitos, se o investidor optar por

investir em ativos com risco (de retorno incerto). Se as ações forem classificadas de acordo

com esse IA, sua atratividade estará definida, uma vez que quanto maior for o IA para uma

determinada ação, maior a rentabilidade adicional esperada por unidade de risco sistemático.

(TOSTA DE SÁ, 1999, p. 103).

Na etapa seguinte lista-se, em ordem decrescente do índice de atratividade, todas as

varáveis calculadas anteriormente, por ação. Em seguida define-se o ponto de corte (C*) com

o objetivo de identificar as ações que deverão fazer parte da carteira ótima. Dessa forma, as

ações que possuírem Índices de Atratividades superiores aos pontos de corte deverão fazer

parte da carteira de investimentos, caso contrário, devem ser descartadas.

De acordo com Elton e Gruber (1995, p. 184) o valor de C* é computado a partir das

características de todas as ações que pertencerão ao portfólio ótimo. Para determinar C* é

necessário calcular seus valores como se houvesse diferentes números de ações no portfólio

ótimo.

A representação matemática do Ponto de Corte (Ci) é:

Page 50: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

50

n

i ei

i

M

i

n

i ei

Fi

M

i

RR

C

12

2

2

12

2

1

Na etapa subsequente calcula-se o percentual dos recursos disponíveis, de forma

ponderada, que devem ser investidos nas ações anteriormente identificadas como apropriadas

para fazerem parte do portfólio ótimo, conforme segue:

100.

i

i

iZ

ZX

Onde: iX = percentual a ser investido em cada ação; e

*2

CRR

Zi

Fi

ei

i

i

Conclui-se dessa forma, o modelo de otimização de carteiras de ações simplificado

de Edwin Elton e Martin J. Gruber (1995).

2.7. SÍNTESE DO REFERENCIAL ATRAVÉS DE MAPA CONCEITUAL

O mapa conceitual exposto na Figura 4 a seguir procura contextualizar a evolução

dos estudos em Finanças e Mercado de Capitais ao longo do tempo, assim como exibe a

significância da interdisciplinaridade evidenciada através dos diversos ramos da ciência que a

suportam, tanto no aspecto comportamental quanto nos aspectos quantitativo e histórico.

Os estudos de sistemas complexos, aqui especificamente representado por Redes

Complexas, aparecem como novo braço do conhecimento científico, dentro da Econofísica, a

procurar explicar a dinâmica do fluxo financeiro ao longo do tempo de forma a otimizar

resultados de investimentos e fomentar o desenvolvimento econômico ao redor do mundo.

Page 51: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

51

Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais

Fonte: elaboração própria

Os questionamentos atuais na área de Finanças e Mercado de Capitais podem vir a

ser mais profundamente respondidos se trabalhados através de um processo inter e

multidisciplinar como:

- Quais são os fatores responsáveis pelas variações dos preços no curto e longo

prazos?

- Pode-se relacioná-los a fatores externos, como por exemplo sociais ou políticos?

- Quais leis estatísticas, físicas ou regras econométricas poderiam melhor descrever

as variações de preços no mercado financeiro?

- Qual a frequência dos saltos e quedas de preços? É possível prevê-los?

Redes

Page 52: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

52

3. METODOLOGIA

O presente trabalho se utilizou da pesquisa positivista de natureza descritiva cujo

delineamento foi realizado através de fontes bibliográficas, visando, com isso, compreender a

mensuração da redução do risco e do aumento do retorno em carteiras de índices de ações

utilizando, dessa forma, o método de construção de carteira de Elton-Gruber.

De acordo com Martins (2002), as pesquisas positivistas descritivas buscam a

descrição das características de determinada população ou fenômeno, bem como o

estabelecimento de relações entre variáveis e fatos.

A pesquisa foi composta pelos seguintes elementos formativos:

3.1. SINCRONIZAÇÃO POR MOTIFS (MOTIFS-SYNCHRONIZATION)

A análise gráfica de uma série temporal de retornos dos índices de bolsas pode ser

representada por uma sequência ordenada de pequenos padrões, que pode ser chamado de

Motifs.

Rosário et al (2015) propôs um método de associação definido como Sincronização

por Motifs (ou Motifs-Synchronization), que atua em conjunto com a teoria das redes

variantes no tempo (TVG, do inglês Timing Varing Graph) na construção de redes cerebrais

dinâmicas. Os estudos puderam identificar o grau e a direção de sincronização entre as

diferentes regiões cerebrais da rede a partir da contagem do número de ocorrência de micro

padrões entre cada série temporal das áreas cerebrais.

Conforme descrito por Rosário et al (2015) o modelo foi desenvolvido com o

objetivo de fornecer informações sobre o grau de sincronização e a direção entre séries

temporais representando nós de uma rede, contando o número de ocorrências de alguns

padrões entre quaisquer duas séries temporais.

Dessa forma, pode-se identificar diversos micro padrões em séries temporais como:

aclives, declives, picos e valas, que variam de acordo com o número de pontos usados para

construção de cada Motif (grau do Motif) e pelo intervalo entre esses pontos (lag) adotado.

No contexto dessa pesquisa uma sequência de pequenos padrões em uma

determinada ordem de ocorrência de séries históricas de retornos de ações foi identificada, ou

Page 53: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

53

seja, o grau e a direção de sincronização entre os retornos dos índices de bolsas a partir da

contagem do número de ocorrência de micro padrões entre cada série temporal foi calculada,

criando, assim, as redes.

Considerando que o mercado de ações possui um grau elevado de risco, os

investidores que não têm a prática de monitorar diariamente o movimento do mercado devem

aplicar seus recursos visando retornos no longo prazo. Desse modo, dois períodos foram

selecionados de forma a atender essa premissa básica do mercado de capitais.

Uma primeira base contendo cotações do período de 08.03.2001 a 30.12.2015 foi

utilizada na execução do método Motifs, através do programa “EconoNetMotifCMD”

desenvolvido por Rosário et al (2015). Esse período corresponde a datas em que os 29 índices

de ações tiveram cotações ao longo do período de 31/12/2000 a 31/12/2015, 5479 dias.

Com o objetivo de atender à configuração do estudo as seguintes configurações

foram aplicadas ao “EconoNetMotifCMD”:

a) Theresholds: 0,95 e 0.994 (95% e 99,4% de sincronização);

b) Janela móvel: 22 dias, que correspondem à quantidade de dias úteis médio por

mês;

c) Lag: 1 dia (janela movendo diariamente);

d) Tau: 5 (no tempo estarão sendo analisados 5 dias no futuro)

e) Período de análise: 2118 (dias úteis com movimento em todas as bolsas de

valores, que corresponde ao período de 08/03/2001 a 30/12/2015. Quando um determinado

país apresentava feriado em determinada data e o respectivo índice não apresentava cotação,

todas as cotações dos outros índices de bolsas eram excluídas da base de dados.

Uma segunda base, contendo cotações do período de 08.03.2001 a 31.07.2007, foi

utilizada na execução do método Motifs. Esse período corresponde a datas em que os 29

índices de ações tiveram cotações ao longo do período de 31/12/2000 a 31/07/2007, 2404

dias. Essa faixa temporal foi escolhida por representar uma fase anterior à crise econômica

que se tornou mais globalizada após agosto de 2007. Dessa forma, as mesmas configurações

foram aplicadas no “EconoNetMotifCMD” de forma a compreender o comportamento das

sincronizações dos índices no período de 893 (dias úteis com movimento em todas as bolsas

de valores, que corresponde ao intervalo de 08/03/2001 a 31/07/2007).

Page 54: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

54

3.2. REDES

Nesse trabalho os nós ou vértices são os índices de bolsas de valores e as arestas são

as sincronizações dos retornos dos índices no tempo (quando há sincronização).

As redes podem ser topologicamente identificadas e mensuradas através de diversas

medidas. A questão sobre quantos ou quais indicadores deve-se utilizar em um estudo

envolvendo Redes é ainda uma incógnita, uma vez que não há registros na literatura definindo

o uso de índices de redes para pesquisas em Mercado de Capitais.

Para se analisar as características das redes formadas, as seguintes medidas foram

identificadas:

a) Tamanho e Ordem

Segundo Figueiredo (2011), a mais simples propriedade de uma rede é seu tamanho,

ou seja, o número de objetos e o número de relacionamentos existentes.

O número total de arestas, ou seja, a quantidade de sincronizações entre os retornos

dos índices caracteriza o tamanho de uma rede e a sua ordem N é dada pelo número total de

vértices, ou seja, os índices das bolsas de valores.

b) Grau de um vértice

O grau de um vértice é dado pelo número de arestas que estão a ele conectados. De

acordo com Rosário et al (2015), seja i um vértice de uma rede G, o grau ki é número total de

vértices adjacentes ao vértice i.

Considerando grafos dirigidos os graus se dividem em Grau de Emissão (Entrada) e

Grau de Recepção (Saída). O Grau de Saída é o número total de arestas que saem do vértice,

e o Grau de Entrada é o número total de arestas que chegam ao vértice.

Page 55: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

55

c) Grau Médio de uma rede

O grau médio da rede G (< k >) é a média aritmética dos graus de cada vértice,

conforme segue:

d) Coeficiente de Aglomeração (Agrupamento ou clusterização)

O conceito de agrupamento em uma rede está relacionado com o número de

triângulos formados pelas arestas ao redor de um determinado vértice. Os vértices a, b e c da

Figura 5 formam um triângulo, a presença de muitos triângulos ao redor de um vértice indica

um forte agrupamento em determinada região.

Figura 5 – Grafo exemplificando formação de aglomeração

Fonte: elaboração própria

A medida mais comum de agrupamento é o coeficiente de agrupamento. Conforme

Costa et al. (2007), para um vértice i o coeficiente de agrupamento C(i) é definido como o

número de triângulos ao redor de i pelo número máximo de arestas, onde ki o grau do vértice.

Já o coeficiente de aglomeração médio da rede < C > é a média aritmética de todos

os coeficientes de agrupamento, Ci, de cada vértice considerando os N nós da rede, conforme

segue:

Page 56: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

56

e) Hub ou Polo

Vértices com elevado valor de grau são denominados de Hubs e representam regiões

que interagem com várias outras, possuindo um papel importante na integração de

informação. O vértice Ve da Figura 6, destacado em vermelho, é um Hub. No presente estudo

está sendo considerado como Hub todo nó, ou vértice, cujo grau seja maior do que o grau

médio da rede mais dois desvios padrões, conforme segue:

ki > <k>+2

Onde: ki = Hub

<k> = grau médio da rede

= desvio padrão

Figura 6 – Exemplificação de um Hub

Fonte: elaboração própria

Conforme Rosário et al (2015), Hub é um vértice cujo número de conexões é maior

que a média de conexões dos vértices da rede.

f) Modularidade

De acordo com Newman (2003) a Modularidade, que também é chamada de

Estrutura de Comunidade, é a medida da subestrutura interna das redes necessária à avaliação

de blocos fundamentais formados entres os vértices. A modularidade é uma métrica de rede,

não de nó, e refere-se à medida de vizinhança, ou seja, de quanto um determinado nó tende a

aparecer dentro de um determinado grupo.

Em outras palavras, a Modularidade pode ser definida como a quantidade de

agrupamentos ou comunidades dentro de uma rede, em que um grupo de vértices apresenta

Page 57: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

57

alta densidade de arestas internamente, estando assim fortemente conectados entre si e

fracamente conectadas a outros agrupamentos existentes.

g) Authority

O índice de rede Autoridade ou Authority é calculado somando-se a quantidade de

Hubs com o qual um nó está conectado. Seu cálculo é feito através do Algoritmo HITS,

proposto por Kleinberg (1999), conforme segue:

Onde “h” representa o número de Hubs de um determinado nó j.

Segundo Kleinberg (1999) se um determinado vértice está conectado a vários Hubs

ele pode ser classificado como uma autoridade e é provável que contenha informações

relevantes.

No contexto desse trabalho, o cálculo do índice Authority poderá permitir entender a

influência de um índice de ações dentro de sua rede de mercado de capitais.

3.3. GRAFOS VARIANTES NO TEMPO (TVG)

De acordo com Basu et al (2010), nós vivemos em um mundo cada vez mais

dominado por redes, como por exemplo: na área da comunicação, área social, informacional,

na biologia, etc. e um atributo comum a muitas dessas redes é que elas são dinâmicas, ou seja,

exibem mudanças estruturais ao longo do tempo.

Já conforme Casteigts et al (2011), nos últimos anos os esforços de pesquisa

intensivos foram realizados em algumas áreas aparentemente não relacionadas de sistemas

dinâmicos que obtinham informações estreitamente relacionadas. Mas, de fato, os conceitos

descobertos nessas investigações podem ser vistos como partes do mesmo universo

conceitual.

Dessa forma, em seu trabalho Time-varying graphs and dynamic networks Casteigts

et al (2011) procurou integrar uma vasta coleção isolada de conceitos e formalismos

encontrados na literatura em um quadro unificado que chamou de TVG (Time-varying

Page 58: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

58

graphs) - Gráficos Variáveis no Tempo. Em seguida foi analisado como os TVGs podem ser

usados para estudar a evolução das propriedades da rede e propuseram diferentes técnicas

conforme as propriedades de temporalidade ou de atemporalidade, como na maioria dos

estudos existentes conforme registros dos pesquisadores.

Embora a prática de redes dinâmicas tenha proliferado, de acordo com Basu et al

(2010) os estudos matemáticos que envolvem o dinamismo de redes ainda estão incipientes.

Um modelo popular para estudar gráficos dinâmicos é através de uma sequência

organizada de recortes de gráficos instantâneos no tempo. Dentre outros objetivos registrados

em seus estudos, Basu et al (2010) mostrou como algumas outras propriedades da teoria

gráfica tradicional podem ser estendidas ao domínio temporal, ao mesmo tempo em que

sugere um modelo de gráficos que variam no tempo, denominados gráficos temporais, que são

essencialmente uma série temporal de retratos de gráficos estáticos.

Embora modelos similares tenham sido estudados na literatura antes com nomes

alternativos como space-time graphs registrado por Merugu, Ammar e Zegura (2004), Basu et

al (2010) propõe novas orientações de pesquisas na Teoria Temporal dos Grafos ao apresentar

resultados analíticos diferentes do modelo tradicional.

Um grafo que varia no tempo pode ser representado como uma sequência ordenada

de grafos no tempo, em que G = {Gt}, onde t = 1, 2, 3, ..., T, e cada Gt representa uma

estrutura de arestas conectando-se com vértices da rede num determinado tempo t, e T é o

tempo total de observações do sistema que está sendo analisado, conforme Basu et al (2010).

A Figura 7 exemplifica a evolução das redes de uma série temporal para cada instante de

tempo.

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59

Figura 7 – Evolução das redes de uma série temporal para cada instante de tempo t

Fonte: elaboração própria

No presente estudo o método TVG foi aplicado com o objetivo de se identificar

padrões de comportamento dos retornos dos índices de bolsas através de janelas temporais.

Esta abordagem permite acompanhar a evolução temporal dos índices de cada grafo assim

como da rede dinâmica do período do estudo.

a

hc

b

g

fe

d

G (t1)

G (tn)

G (t2)

...

a

hc

b

g

fe

d

a

hc

b

g

fe

d

G (t3)

a

hc

b

g

fe

d

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60

3.4. POPULAÇÃO

3.4.1 População para o método Motifs

A população para os cálculos do método Motifs foi composta pelos retornos das

cotações diárias de 29 índices de ações das seguintes macrorregiões: América Latina,

Ásia/Pacífico, África/Oriente Médio e Estados Unidos, no período de dezembro de 2000 a

dezembro de 2015.

A escolha da população não foi aleatória nem intencional, mas foi baseada na

disponibilidade de informações no período escolhido para os estudos.

Dessa forma foram identificadas 5479 datas e 158.891 retornos de cotações.

Por Retorno entende-se a variação percentual entre duas cotações de índices,

conforme fórmula representativa abaixo:

Onde Cotaçãot refere-se à cotação de um índice de ações em um momento t e

Cotaçãot-1 refere-se à cotação do índice de ações em um momento imediatamente anterior.

Segue abaixo tabela contendo a lista dos índices que foram utilizados no presente estudo:

Page 61: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

61

Tabela 1 – índices de Bolsas por Macrorregião

Fonte: elaboração própria

3.4.2 População para montagem de carteiras de índices de ações

A população para elaboração das carteiras de índices com base no método de

otimização de Elton-Gruber é composta pelos retornos dos principais indicadores

representativos do mercado de ações das bolsas de valores da Alemanha, Argentina, Austrália,

Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Franca, Índia,

Indonésia, Inglaterra, Israel, Japão, México, Suécia, Suíça e Taiwan no período de dezembro

de 2000 a 30 de junho de 2018.

NOME (CÓDIGO ) DO INDICE Cidade ou País Macro Região

1 TA-100 (^TA100) Tel Aviv - Currency in ILS ÁSIA/ORIENTE

2 S&P/TSX Composite index (^GSPTSE) Toronto - Currency in CAD AMÉRICA

3 S&P 500 (^GSPC) SNP - SNP . Currency in USD AMÉRICA

4 Dow Jones Industrial Average Currency in USD AMÉRICA

5 NASDAQ Composite ( IXIC) Nasdaq GIDS - Currency in USD AMÉRICA

6 NYSE COMPOSITE (DJ) (^NYA) NYSE - Currency in USD AMÉRICA

7 RUSSELL 2000 INDEX (^RUT) Chicago Options - Currency in USD AMÉRICA

8 VOLATILITY S&P 500 (^VIX) Chicago Options - Currency in USD AMÉRICA

9 MERVAL (^MERV) Buenos Aires AMÉRICA

10 IPSA SANTIAGO DE CHILE ( IPSA) Santiago - Currency in CLP AMÉRICA

11 IBOVESPA (^BVSP) Sao Paulo - Currency in BRL AMÉRICA

12 IPC (^MXX) Mexico - Mexico . Currency in MXN AMÉRICA

13 S&P/ASX 200 (^AXJO) Australia ASX - Currency in AUD ÁSIA/PACÍFICO

14 ALL ORDINARIES (^AORD) Australia ASX - Currency in AUD ÁSIA/PACÍFICO

15 Jakarta Composite Index ( JKSE) Jakarta - Currency in IDR ÁSIA/PACÍFICO

16 KOSPI Composite Index (^KS11) Coreia KSE - Currency in KRW ÁSIA/PACÍFICO

17 TSEC weighted index (^TWII) Taiwan - Currency in TWD ÁSIA/PACÍFICO

18 Nikkei 225 (^N225) Osaka - Currency in JPY ÁSIA/PACÍFICO

19 HANG SENG INDEX (^HSI) Hong Kong HKSE - Currency in HKD ÁSIA/PACÍFICO

20 SSE Composite Index (000001.SS) Shanghai - Currency in CNY ÁSIA/PACÍFICO

21 S&P BSE SENSEX (^BSESN) Bombaim BSE - Currency in INR ÁSIA/PACÍFICO

22 CAC 40 Paris - Currency in EUR EUROPA

23 ESTX50 EUR P (^STOXX50E) Zurich - Currency in EUR EUROPA

24 EURONEXT 100 (^N100) Paris - Currency in EUR (18 anos) EUROPA

25 BEL 20 (^BFX) Bruxelas, Brussels . Currency in EUR EUROPA

26 DAX (^GDAXI) XETRA Alemanha EUROPA

27 OMX Stockholm_PI (^OMXSPI) Stockholm -Moeda em SEK. EUROPA

28 ATX (^ATX) Vienna - euro EUROPA

29 FTSE 100 Inglaterra  EUROPA

Page 62: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

62

3.5. AMOSTRAS

3.5.1. Amostras para o método Motifs

Com o objetivo de se adequar aos pré-requisitos para a aplicação do método Motifs,

houve a necessidade de lapidar, ou seja, tratar a base de dados que contém retornos diários de

29 índices de ações de 20 países.

Foi extraída da população uma amostra que contém dados de retornos das cotações

diárias de índices de ações em dias úteis em que houve movimento em todas as Bolsas de

Valores da população, ao mesmo tempo.

Caso algum país viesse a apresentar feriado em determinada data, todos os outros

países teriam que ter sua cotação excluída da base de dados, conforme exemplificado na

tabela 2 a seguir:

Tabela 2 – Retorno diário por índice de Bolsa – 24/05/2000 a 13/06/2000

Fonte: elaboração própria

Data corridaATX -Vienna -

Austria

DAX -

Alemanha

Ibovespa -

Brasil

KOSPI -

Coreia

24/05/2000 -0,0072016577 -0,0133969705 0,0426142636 -0,0070760238

25/05/2000 0,0086445207 0,0210669736 0,0014118311 0,0364175369

26/05/2000 -0,0058395019 -0,0199946462 0,0250951642 -0,0612840825

27/05/2000 #N/D #N/D #N/D #N/D

28/05/2000 #N/D #N/D #N/D #N/D

29/05/2000 -0,0003268074 0,0259279894 0,0158850227 -0,0011116560

30/05/2000 0,0045768010 0,0146222858 0,0322209436 0,0538624813

31/05/2000 -0,0051804947 -0,0013470282 -0,0191487966 0,0587622521

01/06/2000 #N/D 0,0229391583 0,0329611553 0,0090315147

02/06/2000 0,0030060254 0,0228510819 0,0499676375 0,0300613580

03/06/2000 #N/D #N/D #N/D #N/D

04/06/2000 #N/D #N/D #N/D #N/D

05/06/2000 0,0102250172 -0,0041578683 -0,0122672913 0,0440652827

06/06/2000 0,0086295038 -0,0065091907 -0,0047431817 #N/D

07/06/2000 0,0046282728 -0,0100369074 0,0203800088 0,0356706101

08/06/2000 0,0037973597 -0,0044565641 0,0078048181 -0,0272691828

09/06/2000 0,0030367834 -0,0009195504 -0,0034758217 0,0453563131

10/06/2000 #N/D #N/D #N/D #N/D

11/06/2000 #N/D #N/D #N/D #N/D

12/06/2000 #N/D -0,0009231592 -0,0149920450 0,0112505664

13/06/2000 -0,0065511810 0,0039792348 0,0159657079 -0,0488998547

Page 63: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

63

Os índices que apresentam o símbolo “#N/D” em determinada data, que representa,

nesse trabalho, “Valor Não Disponível”, mostram que não houve movimento na Bolsa de

Valores correspondente por ser final de semana ou feriado no país ou região. Dessa forma,

todas as cotações de todos os países foram também excluídas da base de dados para que o

método Motifs pudesse ser executado. A exemplo de 01/06/2000 e 12/06/2000 na Áustria e

06/06/2000 na Coreia. Nesses casos, as cotações do DAX da Alemanha e do Ibovespa do

Brasil, não puderam ser adicionadas à base de dados.

Logo, foram selecionadas 2.117 datas que representam 61.393 retornos de cotações

de índices de bolsas de valores.

Dessa forma, o Método Motifs foi executado tendo como base essa amostra

selecionada.

3.5.2 Amostra para montagem das carteiras de ações

A amostra de índices para formar as carteiras otimizadas de Elton-Gruber é composta

pelos mesmos 29 indicadores mais representativos do mercado financeiro de ações dos 20

países anteriormente citados.

Os retornos dos índices selecionados foram calculados com base nas cotações

mensais de fechamento da bolsa. Foram utilizadas cotações mensais e não diárias devido à

alta quantidade de outliers identificada na base de dados que teriam que ser analisadas

individualmente e extraídas para evitar distorções nos resultados.

Dessa forma, foram utilizados os retornos percentuais dos últimos dias úteis de cada

mês, dos 29 índices de ações, entre o período de agosto de 2007 a junho de 2018.

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64

3.6. COLETA E PROCESSAMENTO

3.6.1. Coleta

Foram coletadas as cotações diárias de fechamento dos índices contidos nas bases de

dados eletrônicas dos seguintes sites, conforme amostra selecionada:

https://br.investing.com/indices

http://finance.yahoo.com/world-indices

Para facilitar os cálculos, os dados obtidos foram transferidos para uma planilha

eletrônica do Microsoft Excel ® e os retornos diários dos índices das bolsas foram calculados

com o objetivo de facilitar a aplicação dos métodos Motifs e Elton-Gruber.

3.6.2. Processamento do Motifs

Conforme anteriormente descrito, duas bases foram segregadas com o objetivo de

identificar os índices com base em cenários econômicos de Longo prazo.

A primeira base, também chamada de “Base 1”, contém cotações de 08.03.2001 a

30.12.2015, período esse que corresponde às datas em que os 29 índices de ações tiveram

cotações ao longo do período de 31/12/2000 a 31/12/2015, que equivalem a 5479 dias.

O programa “EconoNetMotifCMD” desenvolvido por Rosário et al (2015) foi

executado para os níveis de sincronização de 95% e 99,4%, tendo como base a série histórica

de retornos dos índices de bolsas, e os dados extraídos puderam ser importados tanto no

Excel® quanto no Gephi®, que é uma plataforma interativa de visualização e exploração de

redes e sistemas complexos e grafos dinâmicos.

O nível de sincronização da rede foi inicialmente estabelecido considerando um

thereshold que corresponde a 95% de sincronizações entre índices de ações de bolsas, ou seja,

foram consideradas conexões, ou arestas, entre os índices que estiveram 95% do período da

série temporal conectados através de sincronia de movimento dos retornos. Em seguida, de

forma mais rígida, foram analisadas as conexões estabelecidas, para a mesma série temporal,

entre os índices de bolsas que permaneceram 99,4% do tempo conectados. Quanto maior o

percentual de sincronização maior a certeza de que as conexões são sólidas e frequentes no

período do estudo.

Page 65: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

65

Como saída de dados oriundos da execução do programa Motifs estão os índices:

Hub de Entrada e Hubs de saída, tanto para o nível de 95% quanto para 99,4% de

sincronização.

Os seguintes índices de redes foram calculados no Gephi ® para a primeira base de

dados: Grau de entrada, Grau de Saída, Authority e Clustering, para os níveis de 95% e 99,4%

de sincronizações.

A segunda base, também chamada de “Base 2”, contém cotações do período de

08.03.2001 a 31.07.2007, período que corresponde às datas em que os 29 índices de ações

tiveram cotações ao longo do período de 31/12/2000 a 31/07/2007, 2404 dias. Essa faixa

temporal foi escolhida por representar uma fase anterior à crise econômica que se tornou mais

globalizada após agosto de 2007.

De forma similar à primeira base de dados, o programa “EconoNetMotifCMD”

desenvolvido por Rosário et al (2015) foi executado para a segunda base de série histórica de

retornos dos índices de bolsas e os dados extraídos puderam ser importados tanto no Excel®

quanto no Gephi®.

Como saída de dados oriundos da execução do programa Motifs estão os índices de

rede: Hub de Entrada e Hubs de saída que foram transportados para o Excel ®. Com relação

aos índices de rede: Grau de entrada, Grau de Saída, Authority e Clustering, foram calculados

no programa Gephi®, para a segunda base de dados, que corresponde ao período de 31 de

dezembro de 2000 a 31 de julho de 2007.

Todos os índices de redes foram calculados tanto para 95% quanto para 99,4% de

sincronização entre índices de bolsas.

3.6.3. Montagem da Carteira de Elton-Gruber

Com base nos dados coletados foram calculados os seguintes fatores:

a) os retornos reais dos títulos individuais durante o período. O retorno real

utilizado neste trabalho foi calculado na razão entre a cotação do mês presente e a cotação do

mês anterior.

Onde: R = Retorno real de um título;

Ci = cotação do título no momento i

Page 66: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

66

Ci-1 = cotação do título no momento i-1

b) Desvio-padrão: é a medida de dispersão de probabilidade. Significa que quanto

menor o desvio-padrão, menos dispersa é a distribuição de probabilidade e,

consequentemente, menor o risco da ação. Assim, o desvio-padrão é uma média ponderada

dos desvios em relação ao valor esperado, e ele oferece uma ideia de quão distante, acima ou

abaixo, do valor esperado o valor efetivo deverá situar-se. Brigham, Gapenski e Ehrhardt

(2001, p. 180).

n

xx

2_

)(

Onde: _

x = média da amostra;

n = tamanho da amostra;

= desvio-padrão.

c) cálculo do risco, medido pela variância, de uma carteira de ações;

2

1

2222

ei

N

i

iMPP X

Onde: 2

P = variância (risco) da carteira de ações;

P = beta da carteira de ações, igual à média ponderada dos betas das

ações que a compõem;

2

M = variância da carteira de mercado;

iX = percentual dos recursos investidos em cada ação, expresso sob a

forma decimal;

2

ei = variância dos erros residuais de cada ação (risco único).

d) Cálculo dos percentuais que deverão ser investidos em cada ação que

compõem a carteira ótima do modelo simplificado de Elton-Gruber, através da fórmula:

100.

i

ii

Z

ZX

Onde: iX = percentual a ser investido em cada ação;

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67

*2

CRR

Zi

Fi

ei

i

i

e) Cálculo do ponto de corte (Ci): é computado a partir das características de

todas as ações que pertencerão ao portfólio ótimo. A fórmula do ponto de corte é a seguinte:

n

i ei

i

M

i

n

i ei

Fi

M

i

RR

C

12

2

2

12

2

1

Onde: iR

= retorno esperado de cada ação;

i = beta de cada ação;

FR = retorno do título de renda fixa sem risco;

2

ei = variância dos erros residuais de cada ação (risco único).

2

M = variância da carteira de mercado;

f) cálculo do risco sistemático de um título ou de uma carteira:

g) cálculo do Índice de Atratividade de uma ação do modelo simplificado de

Elton-Gruber para determinação da carteira ótima (carteira com a maior relação retorno/risco

que pode ser constituída a partir do universo de ações em análise):

i

Fi RRIA

)(

Onde: )( Fi RR

= retorno excessivo;

i = beta da ação;

IA = índice de atratividade.

Page 68: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

68

h) Cálculo do coeficiente beta dos índices de ações com base nos dados históricos

das rentabilidades simultaneamente em relação à rentabilidade da carteira do mercado

brasileira:

2

MM

MMAA

RR

RRRR

i) cálculo da covariância entre os retornos do título i e do título j aceito o Modelo

do Índice Único de Sharpe: 2

Mjiij

Onde: ij = covariância entre os retornos dos títulos;

ji , = coeficiente beta de cada um dos títulos;

2

M = variância do retorno da carteira do mercado.

j) utilização da equação que relaciona o retorno esperado e a variância de um

título i ao retorno esperado e à variância da carteira do mercado para o período futuro em

análise:

- retorno esperado do título i: ])([)( FMiiFi RRERRE ;

- variância dos retornos esperados do título i: 2222

eiMii .

Onde: )( iRE = retorno esperado do título no período do investimento;

)( MRE = retorno esperado da carteira do mercado no período do

investimento;

i = beta estimado do título i (volatilidade estimada);

i = superavaliação ou subavaliação do título i pelo mercado;

2

ei = variância dos erros aleatórios ei.

k) utilização da equação que relaciona o retorno excedente de uma ação i ao

retorno excedente da carteira de mercado (ex-post):

iFMiiFi eRRbaRR )(

Page 69: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

69

Onde: ia = intercepto da reta de regressão dos mínimos quadrados que

relaciona as rentabilidades (acima daquela do título de renda fixa) da ação i com as

rentabilidades (acima daquela do título de renda fixa) da carteira do mercado;

ib = taxa de inclinação da reta de regressão (beta da ação);

ie = desvios aleatórios (distância vertical entre os pontos

correspondentes aos retornos observados e a reta de regressão dos mínimos quadrados);

FR = retorno certo do ativo sem risco.

l) utilização do índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, como

parâmetro do mercado para o investidor brasileiro.

Pode-se descrever o Ibovespa como o somatório dos pesos das ações integrantes de

sua carteira teórica formado pela quantidade teórica de cada ação multiplicado pelo último

preço da mesma, conforme fórmula abaixo:

T

n

i

TT QPIbovespa .1

Onde: TIbovespa = Índice Bovespa no momento T;

n = número total de ações componentes da carteira;

TP = último preço da ação no momento T;

TQ = quantidade teórica da ação no momento T.

Cada índice tem um critério diferenciado para ser composto. Segundo Assaf (2001),

o índice da Bolsa de Valores de São Paulo considera, em sua carteira teórica, somente ações

com maior grau de negociabilidade. Além disso, para ser incluída na carteira teórica do

Ibovespa, é necessário que a ação tenha boa participação em termos de volume. As ações

selecionadas devem representar 80% do volume negociado no mercado à vista nos últimos 12

meses e apresentar, ainda, um mínimo de 80% de presença nos pregões da bolsa no mesmo

período.

m) utilização do título de renda fixa no modelo de Elton-Gruber, como parâmetro

de comparação de rentabilidade e como base de cálculo para desempenho de carteiras.

Page 70: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

70

Na administração de uma carteira de ações é necessário que o investidor tenha um

parâmetro para comparação da sua rentabilidade. Utiliza-se como parâmetro os títulos de

renda fixa por ter como característica a segurança. Esses títulos têm uma programação

determinada de pagamentos, em sua maioria são obrigações tradicionais e prometem pagar

valores específicos em datas estipuladas. Normalmente, isto acontece sob a forma de datas

preestabelecidas para o pagamento de juros e uma data específica para a devolução do

principal.

O título de renda fixa utilizado nesse trabalho é o gerado no Sistema Especial de

Liquidação e Custódia (sistema computadorizado do Banco Central do Brasil), ao qual apenas

as instituições financeiras credenciadas têm acesso. Funciona de forma similar à compensação

de um banco, mas com a característica de se estar no mercado de títulos públicos: transfere os

papéis para o comprador, ao mesmo tempo em que credita o valor da venda para o vendedor.

Todo o processo é feito em tempo real. Tratando-se de um sistema de liquidação em

tempo real, a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibilidade do título

negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do

comprador. O Selic calcula a média de juros que o governo paga aos bancos que lhe

emprestam recursos. Essa média, chamada de Taxa Selic, serve de referência para todas as

outras taxas de juros do país. Por isso, a Taxa Selic é chamada, também, de juro básico da

economia.

n) utilização de carteira homogênea como parâmetro de comparação para as

carteiras otimizadas, Selic e Ibovespa. A Carteira Homogênea é composta pelos 29 índices

que compõem esse estudo, sendo que cada índice participa com 3,4483% na carteira.

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71

4. RESULTADOS OBTIDOS

Neste capítulo inicialmente são expostos os resultados dos índices de redes oriundos

da execução dos programas Motifs e Gephi ®, que são: Hub de Entrada, Hub de saída, Grau

de Entrada, Grau de Saída, Authority e Clustering.

Em seguida é exemplificado o modelo de montagem de carteiras de Elton-Gruber e

seus resultados são apurados e comparados a uma Carteira Homogênea, ao Ibovespa e à Taxa

Selic, considerando como premissa um investidor radicado no Brasil em busca de ganho

monetário no mercado financeiro, que é volátil, mas com riscos minimizados.

Estas análises podem indicar se os mercados estão ou não integrados, ou seja, poderá

apontar se ainda é possível ou não auferir benefícios decorrentes de uma diversificação

internacional através da criação de método combinado de montagens de carteiras de índices

de bolsas pelo meio de análise de índices de redes.

4.1. ÍNDICES DE REDES

As tabelas 3 a 8 exibem os resultados dos índices de redes para a Base 1, que

corresponde ao período de 08.03.2001 a 30.12.2015:

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72

Tabela 3 – Hubs de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 1

Hub - 95% Base 1 Entrada Hub - 95% Base 1 Saída

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0

Ibovespa - Brasil 23 Ibovespa - Brasil 0

IPC (^MXX) - México 24 IPC (^MXX) - México 0

TA-100 (^TA100) - Israel 24 IPSA CHILE 0

TSEC weighted index - Taiwan 26 KOSPI Composite Index - Coreia 0

KOSPI Composite Index - Coreia 29 MERVAL Argentina 0

IPSA CHILE 30 TA-100 (^TA100) - Israel 0

EURONEXT 100 - França 45 TSEC weighted index - Taiwan 0

BEL 20 - Bélgica 46 HANG SENG INDEX - China 2

MERVAL Argentina 65 EURONEXT 100 - França 3

HANG SENG INDEX - China 111 S&P BSE SENSEX - Índia 3

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 111 SSE Composite Index - China 3

CAC 40 - França 130 BEL 20 - Bélgica 4

S&P BSE SENSEX - Índia 137 NIKKEI 225 - Japão 4

Dow Jones Industrial - EUA 139 S&PASX 200 - Austrália 4

SSE Composite Index - China 140 Dow Jones Industrial - EUA 11

S&P 500 - EUA 149 VOLATILITY S&P 500 - EUA 11

NASDAQ Composite - EUA 174 ALL ORDINARIES - Austrália 38

ESTX50 EUR P - Suíça 190 Jakarta Composite Index - Indonésia 50

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 192 S&P 500 - EUA 56

NIKKEI 225 - Japão 210 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 71

Jakarta Composite Index - Indonésia 219 NASDAQ Composite - EUA 170

S&PTSX Composite index - Canada 225 South África 40 H 209

ALL ORDINARIES - Austrália 226 S&PTSX Composite index - Canada 373

S&PASX 200 - Austrália 235 CAC 40 - França 382

South África 40 H 297 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 479

FTSE 100 - Inglaterra 299 FTSE 100 - Inglaterra 834

VOLATILITY S&P 500 - EUA 452 ESTX50 EUR P - Suíça 913

1o Quartil 30 1o Quartil 0

4o Quartil 452 4o Quartil 913

Fonte: elaboração própria

As estatísticas 1º e 4º quartis foram elaboradas com o objetivo de identificar os

índices de bolsas extremos, ou seja, os que possuem maiores significâncias em termos de

resultados de índices de redes por estarem nos extremos da tabela de resultados.

Os índices de bolsas extremos, também chamado nesse estudo como “maiores” ou

“menores”, são os que farão parte do método de otimização de carteiras de índices de Elton-

Gruber.

Logo, para mensurarmos se índices de ações que possuem baixos Hubs de entrada

gerariam retornos positivos futuros foram selecionados os índices: ATX, DAX, Ibovespa,

IPC, TA-100, TSEC weighted index, KOSPI Composite Index e IPSA.

Page 73: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

73

Com relação ao extremo oposto, ou seja, para verificarmos se altos Hubs de entrada

gerariam retornos futuros foi selecionado apenas o VOLATILITY S&P 500, tendo em vista

que se encaixa no 4º quartil da série “Hub de Entrada” acima mencionada.

Podemos interpretar os resultados do índice Hub, sob o contexto de análise de série

histórica do mercado financeiro, como sendo a quantidade de dias em que um índice de bolsa

mais interagiu com outros índices, destacando-se por manter um papel importante na

integração de informações no período de tempo analisado. Ou seja, representa a quantidade de

dias em que o índice foi Hub ao longo do TVG.

Dessa forma, o VOLATILITY S&P 500, por exemplo, possui o maior Hub de

Entrada tendo em vista que permaneceu 452 dias, dos 2118, interagindo através de arestas,

conexões, dirigidas para ele.

Já o índice ESTX50 EUR P, da Suíça, mostrou alta significância ao apresentar alto

Hub de saída tendo em vista que, dos 2118 dias, ele esteve como Hub de Saída durante 913

dias.

Page 74: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

74

Tabela 4 – Graus de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 1

Graus - 95% Base 1 Entrada Graus - 95% Base 1 Saída

CAC 40 - França 26 BEL 20 - Bélgica 27

ALL ORDINARIES - Austrália 27 CAC 40 - França 27

ESTX50 EUR P - Suíça 27 EURONEXT 100 - França 27

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 28 S&PASX 200 - Austrália 27

BEL 20 - Bélgica 28 ALL ORDINARIES - Austrália 28

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 28 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 28

Dow Jones Industrial - EUA 28 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 28

EURONEXT 100 - França 28 Dow Jones Industrial - EUA 28

FTSE 100 - Inglaterra 28 ESTX50 EUR P - Suíça 28

HANG SENG INDEX - China 28 FTSE 100 - Inglaterra 28

Ibovespa - Brasil 28 HANG SENG INDEX - China 28

IPC (^MXX) - México 28 Ibovespa - Brasil 28

IPSA CHILE 28 IPC (^MXX) - México 28

Jakarta Composite Index - Indonésia 28 IPSA CHILE 28

KOSPI Composite Index - Coreia 28 Jakarta Composite Index - Indonésia 28

MERVAL Argentina 28 KOSPI Composite Index - Coreia 28

NASDAQ Composite - EUA 28 MERVAL Argentina 28

NIKKEI 225 - Japão 28 NASDAQ Composite - EUA 28

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 28 NIKKEI 225 - Japão 28

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 28 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 28

S&P 500 - EUA 28 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 28

S&P BSE SENSEX - Índia 28 S&P 500 - EUA 28

S&PASX 200 - Austrália 28 S&P BSE SENSEX - Índia 28

S&PTSX Composite index - Canada 28 S&PTSX Composite index - Canada 28

South África 40 H 28 South África 40 H 28

SSE Composite Index - China 28 SSE Composite Index - China 28

TA-100 (^TA100) - Israel 28 TA-100 (^TA100) - Israel 28

TSEC weighted index - Taiwan 28 TSEC weighted index - Taiwan 28

VOLATILITY S&P 500 - EUA 28 VOLATILITY S&P 500 - EUA 28

1o Quartil 28 1o Quartil 28

4o Quartil 28 4o Quartil 28

Fonte: elaboração própria

Os 1º e 4º quartis mostraram-se similares para um grau de sincronização de 95%.

Nesse caso, todos os índices de bolsas fizeram parte do modelo de otimização de índices de

Elton-Gruber.

Podemos interpretar os resultados do índice Grau de Entrada, sob a ótica do presente

trabalho, como sendo o número total de conexões chegam ao índice de bolsa, de forma

oposta, o Grau de Saída seria o total de arestas que saem do vértice, considerando o grafo

como dirigido.

Conforme exposto acima, a 95% de sincronizações, considerando a base de dados 1,

quase todos os índices tiveram conexões entre si. Os índices de bolsas realizaram conexões

Page 75: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

75

com os outros 28 índices, de um total de 29, mostrando o quanto a rede está globalmente

conectada.

Tabela 5 –Authority e Clustering (95% sincronização) – Base 1

95% Base 1 Authority 95% Base 1 Clustering

CAC 40 - França 0,1738 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,9947

ESTX50 EUR P - Suíça 0,1801 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,9947

ALL ORDINARIES - Austrália 0,1801 Dow Jones Industrial - EUA 0,9947

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,1865 FTSE 100 - Inglaterra 0,9947

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,1865 HANG SENG INDEX - China 0,9947

Dow Jones Industrial - EUA 0,1865 Ibovespa - Brasil 0,9947

FTSE 100 - Inglaterra 0,1865 IPC (^MXX) - México 0,9947

HANG SENG INDEX - China 0,1865 IPSA CHILE 0,9947

Ibovespa - Brasil 0,1865 Jakarta Composite Index - Indonésia 0,9947

IPC (^MXX) - México 0,1865 KOSPI Composite Index - Coreia 0,9947

IPSA CHILE 0,1865 MERVAL Argentina 0,9947

Jakarta Composite Index - Indonésia 0,1865 NASDAQ Composite - EUA 0,9947

KOSPI Composite Index - Coreia 0,1865 NIKKEI 225 - Japão 0,9947

MERVAL Argentina 0,1865 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,9947

NASDAQ Composite - EUA 0,1865 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,9947

NIKKEI 225 - Japão 0,1865 S&P 500 - EUA 0,9947

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,1865 S&P BSE SENSEX - Índia 0,9947

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,1865 S&PTSX Composite index - Canada 0,9947

S&P 500 - EUA 0,1865 South África 40 H 0,9947

S&P BSE SENSEX - Índia 0,1865 SSE Composite Index - China 0,9947

S&PTSX Composite index - Canada 0,1865 TA-100 (^TA100) - Israel 0,9947

South África 40 H 0,1865 TSEC weighted index - Taiwan 0,9947

SSE Composite Index - China 0,1865 VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,9947

TA-100 (^TA100) - Israel 0,1865 ALL ORDINARIES - Austrália 0,9960

TSEC weighted index - Taiwan 0,1865 BEL 20 - Bélgica 0,9960

VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,1865 ESTX50 EUR P - Suíça 0,9960

BEL 20 - Bélgica 0,1868 EURONEXT 100 - França 0,9960

EURONEXT 100 - França 0,1868 S&PASX 200 - Austrália 0,9960

S&PASX 200 - Austrália 0,1868 CAC 40 - França 0,9987

1o Quartil 0,1865 1o Quartil 0,9947

4o Quartil 0,1868 4o Quartil 0,9987

Fonte: elaboração própria

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76

Considerando que o índice de rede Authority é calculado somando-se a quantidade de

Hubs com o qual um nó está conectado, podemos interpretar, sob o contexto do Mercado de

Capitais, que um índice de bolsa que esteja conectado a vários índices considerados Hubs,

pode ser classificado como uma autoridade e é provável que contenha informações relevantes.

Dessa forma, considerando 95% de sincronização para a Base 1 (Tabela 5), os

índices de bolsas que possuem maiores authorities são: BEL 20, EURONEXT 100 e

S&PASX 200.

Para analisarmos o conceito de clustering (agrupamento) precisamos considerar que

dentro de uma rede há pequenos triângulos formando pequenas redes. Dessa forma, um nó, ou

índice de bolsa, terá alto clustering se o mesmo estiver conectado com alto número de

triângulos ao redor dele, ou seja, a presença de muitos triângulos ao redor de um vértice

indica um forte agrupamento em determinada região.

Na tabela 5 o índice CAC 40, da França, possui maior clustering, tendo em vista que

está conectado a várias sub-redes ou triângulos de conexões regionalizadas com base na

sincronização em 95%, ao mesmo tempo em que apresenta o menor authority. Os outros 23

índices apresentaram mesmo resultado de clustering, fazendo com viessem a fazer parte de

um grupo que seria analisado pelo método de Elton-Gruber, posteriormente.

A Figura 8 exibe o grafo realçando o índice de rede authority mencionado na Tabela

5. O menor authority encontra-se em amarelo e, à medida que o índice de rede cresce

positivamente, a cor tende a se tornar vermelha.

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77

Figura 8 – Grafo de índices de ações por Authority (95% sincronização) – Base 1

Fonte: elaboração própria

As tabelas 6 a 8 expõem os resultados dos índices Hubs de Entrada e Saída, Graus de

Entrada e Saída, assim como authority e clustering para 99,4% de sincronização.

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78

Tabela 6 – Hubs de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 1

Hub - 99,4% Base 1 Entrada Hub - 99,4% Base 1 Saída

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0

IPC (^MXX) - México 7 IPC (^MXX) - México 0

IPSA CHILE 10 IPSA CHILE 0

Ibovespa - Brasil 11 Ibovespa – Brasil 0

BEL 20 - Bélgica 14 TA-100 (^TA100) - Israel 0

TA-100 (^TA100) - Israel 14 KOSPI Composite Index - Coreia 0

KOSPI Composite Index - Coreia 17 TSEC weighted index - Taiwan 0

TSEC weighted index - Taiwan 19 SSE Composite Index - China 0

HANG SENG INDEX - China 34 NIKKEI 225 – Japão 0

EURONEXT 100 - França 42 S&P BSE SENSEX - Índia 1

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 44 MERVAL Argentina 2

CAC 40 - França 51 VOLATILITY S&P 500 - EUA 4

MERVAL Argentina 59 HANG SENG INDEX - China 8

S&P 500 - EUA 59 S&PASX 200 - Austrália 9

S&P BSE SENSEX - Índia 64 EURONEXT 100 - França 11

SSE Composite Index - China 66 Dow Jones Industrial - EUA 12

Dow Jones Industrial - EUA 73 BEL 20 – Bélgica 19

NIKKEI 225 - Japão 78 Jakarta Composite Index - Indonésia 33

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 90 S&P 500 – EUA 79

S&PASX 200 - Austrália 93 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 96

ALL ORDINARIES - Austrália 94 ALL ORDINARIES - Austrália 110

S&PTSX Composite index - Canada 94 South África 40 H 126

NASDAQ Composite - EUA 98 S&PTSX Composite index - Canada 239

Jakarta Composite Index - Indonésia 102 NASDAQ Composite - EUA 241

ESTX50 EUR P - Suíça 106 CAC 40 - França 507

FTSE 100 - Inglaterra 136 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 526

South África 40 H 136 FTSE 100 - Inglaterra 783

VOLATILITY S&P 500 - EUA 223 ESTX50 EUR P - Suíça 1314

1o Quartil 17 1o Quartil 0

4o Quartil 223 4o Quartil 1314

Fonte: elaboração própria

Considerando 99,4% de sincronização, mantendo o comportamento anterior, o

VOLATILITY S&P 500 permanece com maior Hub de Entrada tendo em vista que

permaneceu 223 dias, dos 2118, interagindo através de arestas, conexões, dirigidas para ele.

Já o índice ESTX50 EUR P, da Suíça, mostrou mais ainda alta significância ao

apresentar alto Hub de saída tendo em vista que, dos 2118 dias, ele esteve como Hub de Saída

durante 1314 dias.

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79

Tabela 7 – Graus de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 1

Graus - 99,4% Base 1 Entrada Graus - 99,4% Base 1 Saída

S&PTSX Composite index - Canada 18 TA-100 (^TA100) - Israel 16

ESTX50 EUR P - Suíça 19 Jakarta Composite Index - Indonésia 19

South África 40 H 19 Ibovespa - Brasil 20

CAC 40 - França 20 VOLATILITY S&P 500 - EUA 21

HANG SENG INDEX - China 20 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 21

S&P BSE SENSEX - Índia 21 IPC (^MXX) - México 22

BEL 20 - Bélgica 22 KOSPI Composite Index - Coreia 22

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 22 EURONEXT 100 - França 22

TA-100 (^TA100) - Israel 22 NIKKEI 225 - Japão 22

VOLATILITY S&P 500 - EUA 22 S&PASX 200 - Austrália 22

IPC (^MXX) - México 23 BEL 20 - Bélgica 23

Jakarta Composite Index - Indonésia 23 SSE Composite Index - China 23

SSE Composite Index - China 23 TSEC weighted index - Taiwan 23

IPSA CHILE 24 S&P BSE SENSEX - Índia 24

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 24 ALL ORDINARIES - Austrália 24

S&P 500 - EUA 24 IPSA CHILE 25

ALL ORDINARIES - Austrália 25 Dow Jones Industrial - EUA 25

Dow Jones Industrial - EUA 25 FTSE 100 - Inglaterra 25

FTSE 100 - Inglaterra 25 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 25

KOSPI Composite Index - Coreia 25 MERVAL Argentina 25

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 26 NASDAQ Composite - EUA 25

EURONEXT 100 - França 26 S&PTSX Composite index - Canada 26

NIKKEI 225 - Japão 26 CAC 40 - França 26

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 27 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 26

Ibovespa – Brasil 27 S&P 500 - EUA 26

MERVAL Argentina 27 ESTX50 EUR P - Suíça 27

NASDAQ Composite - EUA 27 South África 40 H 27

S&PASX 200 - Austrália 27 HANG SENG INDEX - China 27

TSEC weighted index - Taiwan 27 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 27

1o Quartil 22 1o Quartil 22

4o Quartil 27 4o Quartil 27

Fonte: elaboração própria

Ao elevar o nível de sincronização para 99,4% os Graus de Entrada e Saída

mostraram-se mais definidos do que para 95%. Os 1º e 4º quartis tornaram-se mais distintos

(Tabela 7).

Considerando a base de dados 1, os índices: S&PTSX Composite index, ESTX50

EUR P, South África 40 H, CAC 40, HANG SENG INDEX, S&P BSE SENSEX, BEL 20,

RUSSELL 2000, TA-100 e VOLATILITY S&P 500 fizeram parte do 1º quartil, ou seja,

tiveram baixas conexões com outros índices de bolsas, podendo estar, estes índices, menos

influenciáveis às oscilações. Dessa forma, os citados índices de bolsas podem apresentar-se

como possíveis ativos de risco reduzido, apesar de permanecerem em um mercado altamente

volátil.

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80

A Figura 9 exibe o Grafo exaltando o Grau de Entrada mencionado na Tabela 7. Os

menores graus de entrada estão em vermelho e os maiores graus de entrada estão sendo

apontados na cor azul. Os níveis intermediários de graus de entrada encontram-se em amarelo

ou verde. As cores das arestas acompanham o nó direcionado pelo grau de entrada. A

predominância da cor azul atesta que há mais arestas sendo direcionadas para os índices de

ações que possuem maiores graus de entrada.

Figura 9 – Grafo de índices de ações por Grau de Entrada (99,4% sincronização) – Base 1

Fonte: elaboração própria

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Tabela 8 – Authority e Clustering (99,4% sincronização) – Base 1

99,4% Base 1 Authority 99,4% Base 1 Clustering

S&PTSX Composite index - Canada 0,137 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,839

ESTX50 EUR P - Suíça 0,148 MERVAL Argentina 0,839

South África 40 H 0,150 NASDAQ Composite - EUA 0,839

HANG SENG INDEX - China 0,157 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,840

CAC 40 - França 0,159 IPSA CHILE 0,840

S&P BSE SENSEX - Índia 0,165 KOSPI Composite Index - Coreia 0,840

VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,171 Dow Jones Industrial - EUA 0,841

TA-100 (^TA100) - Israel 0,172 FTSE 100 - Inglaterra 0,841

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,172 S&P 500 - EUA 0,841

BEL 20 - Bélgica 0,173 TSEC weighted index - Taiwan 0,841

SSE Composite Index - China 0,177 S&PASX 200 - Austrália 0,843

Jakarta Composite Index - Indonésia 0,182 EURONEXT 100 - França 0,843

IPC (^MXX) - México 0,183 SSE Composite Index - China 0,843

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,185 NIKKEI 225 - Japão 0,844

IPSA CHILE 0,187 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,844

S&P 500 - EUA 0,190 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,845

KOSPI Composite Index - Coreia 0,193 HANG SENG INDEX - China 0,845

Dow Jones Industrial - EUA 0,195 Ibovespa - Brasil 0,845

FTSE 100 - Inglaterra 0,196 CAC 40 - França 0,847

ALL ORDINARIES - Austrália 0,197 ESTX50 EUR P - Suíça 0,847

EURONEXT 100 - França 0,202 South África 40 H 0,847

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,203 BEL 20 - Bélgica 0,848

NIKKEI 225 - Japão 0,204 IPC (^MXX) - México 0,848

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,209 S&P BSE SENSEX - Índia 0,848

MERVAL Argentina 0,209 S&PTSX Composite index - Canada 0,849

TSEC weighted index - Taiwan 0,209 ALL ORDINARIES - Austrália 0,853

NASDAQ Composite - EUA 0,209 TA-100 (^TA100) - Israel 0,853

S&PASX 200 - Austrália 0,209 Jakarta Composite Index - Indonésia 0,856

Ibovespa - Brasil 0,211 VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,856

1o Quartil 0,172 1o Quartil 0,841

4o Quartil 0,211 4o Quartil 0,856

Fonte: elaboração própria

Considerando 99,4% de sincronização para a Base 1, o índice de bolsa considerado

de maior authority foi o Ibovespa, no período analisado. Ou seja, pode ser que o índice tenha

informações relevantes incorporadas, já que esteve conectado com Hubs por mais tempo

(Tabela 8).

Os índices que possuem maiores clustering são o Jakarta e o Volatility, que são os

mais conectados a várias sub-redes. Essas conexões com outras sub-redes podem vir a

influenciar, mais ou menos, os resultados financeiros das carteiras de investimentos.

As tabelas 9 a 14 exibem os resultados dos índices de redes para a Base 2, que

corresponde ao período de 08.03.2001 a 31.07.2007, que foi escolhida por ser uma faixa

temporal que representa a fase anterior à crise econômica que se tornou mais globalizada após

Page 82: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

82

agosto de 2007. Dessa forma poderemos conjeturar possibilidades de perda financeira de um

investidor durante a crise e seus resultados futuros caso o mesmo permanecesse com os

investimentos até junho de 2018.

Tabela 9 – Hubs de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 2

Hub - 95% Base 2 Entrada Hub - 95% Base 2 Saída

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0

Ibovespa - Brasil 5 Ibovespa – Brasil 0

TSEC weighted index - Taiwan 10 TSEC weighted index - Taiwan 0

BEL 20 - Bélgica 12 TA-100 (^TA100) - Israel 0

TA-100 (^TA100) - Israel 12 IPC (^MXX) - México 0

IPC (^MXX) - México 16 IPSA CHILE 0

IPSA CHILE 16 KOSPI Composite Index - Coreia 0

KOSPI Composite Index - Coreia 17 MERVAL Argentina 0

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 28 HANG SENG INDEX - China 0

EURONEXT 100 - França 32 SSE Composite Index - China 0

MERVAL Argentina 33 S&P BSE SENSEX - Índia 1

HANG SENG INDEX - China 38 NIKKEI 225 - Japão 1

CAC 40 - França 53 S&PASX 200 - Austrália 1

Dow Jones Industrial - EUA 55 BEL 20 – Bélgica 2

SSE Composite Index - China 59 Dow Jones Industrial - EUA 2

Jakarta Composite Index - Indonésia 71 EURONEXT 100 - França 3

S&P BSE SENSEX - Índia 73 VOLATILITY S&P 500 - EUA 7

NASDAQ Composite - EUA 79 Jakarta Composite Index - Indonésia 20

ESTX50 EUR P - Suíça 84 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 20

NIKKEI 225 - Japão 84 ALL ORDINARIES - Austrália 24

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 84 S&P 500 – EUA 43

S&P 500 - EUA 92 NASDAQ Composite - EUA 80

S&PTSX Composite index - Canada 94 South África 40 H 89

ALL ORDINARIES - Austrália 102 CAC 40 – França 106

S&PASX 200 - Austrália 106 S&PTSX Composite index - Canada 160

South África 40 H 107 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 260

VOLATILITY S&P 500 - EUA 134 ESTX50 EUR P - Suíça 346

FTSE 100 - Inglaterra 166 FTSE 100 - Inglaterra 364

1o Quartil 16 1o Quartil 0

4o Quartil 166 4o Quartil 364

Fonte: elaboração própria

Considerando 95% de sincronização, o FTSE 100 da Inglaterra aparece com maior

Hub de Entrada e Saída ao mesmo tempo, tendo em vista que permaneceu 166 dias como Hub

de Entrada e 364 dias como Hub de saída, dos 893 dias de cotações do período mencionado

(Tabela 9).

O 1º quartil da tabela de Hub de Saída (Tabela 9) está repleto de índices que, em

nenhum momento, se apresentou como Hub no período como: ATX, DAX, Ibovespa, TSEC

Page 83: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

83

weighted index, TA-100, IPC, IPSA CHILE, KOSPI Composite Index, MERVAL, HANG

SENG INDEX e SSE Composite Index.

Tabela 10 – Graus de Entrada e Saída (95% sincronização) – Base 2

Graus - 95% Base 2 Entrada Graus - 95% Base 2 Saída

South África 40 H 24 S&PASX 200 - Austrália 25

CAC 40 - França 26 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 26

ESTX50 EUR P - Suíça 26 EURONEXT 100 - França 26

S&P 500 - EUA 26 IPC (^MXX) - México 26

ALL ORDINARIES - Austrália 27 S&P BSE SENSEX - Índia 26

Dow Jones Industrial - EUA 27 ALL ORDINARIES - Austrália 27

HANG SENG INDEX - China 27 BEL 20 - Bélgica 27

IPC (^MXX) - México 27 CAC 40 - França 27

IPSA CHILE 27 Dow Jones Industrial - EUA 27

Jakarta Composite Index - Indonésia 27 Ibovespa - Brasil 27

NASDAQ Composite - EUA 27 IPSA CHILE 27

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 27 KOSPI Composite Index - Coreia 27

S&PTSX Composite index - Canada 27 NASDAQ Composite - EUA 27

SSE Composite Index - China 27 S&P 500 - EUA 27

TA-100 (^TA100) - Israel 27 TA-100 (^TA100) - Israel 27

VOLATILITY S&P 500 - EUA 27 TSEC weighted index - Taiwan 27

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 28 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 28

BEL 20 - Bélgica 28 ESTX50 EUR P - Suíça 28

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 28 FTSE 100 - Inglaterra 28

EURONEXT 100 - França 28 HANG SENG INDEX - China 28

FTSE 100 - Inglaterra 28 Jakarta Composite Index - Indonésia 28

Ibovespa - Brasil 28 MERVAL Argentina 28

KOSPI Composite Index - Coreia 28 NIKKEI 225 - Japão 28

MERVAL Argentina 28 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 28

NIKKEI 225 - Japão 28 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 28

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 28 S&PTSX Composite index - Canada 28

S&P BSE SENSEX - Índia 28 South África 40 H 28

S&PASX 200 - Austrália 28 SSE Composite Index - China 28

TSEC weighted index - Taiwan 28 VOLATILITY S&P 500 - EUA 28

1o Quartil 27 1o Quartil 27

4o Quartil 28 4o Quartil 28

Fonte: elaboração própria

Com 95% de sincronização na Base 2, os 1º e 4º quartis têm resultados muito

próximos de Graus de Entrada e Saída (Tabela 10).

Os resultados mostram que quase todos os índices estão de alguma forma altamente

conectados, considerando que ao todo são 29 índices de ações, expondo traços de possível

globalização financeira.

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Tabela 11 –Authority e Clustering (95% sincronização) – Base 2

95% Base 2 Authority 95% Base 2 Clustering

South África 40 H 0,164 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,971

ESTX50 EUR P - Suíça 0,177 FTSE 100 - Inglaterra 0,971

CAC 40 - França 0,177 MERVAL Argentina 0,971

S&P 500 - EUA 0,177 NIKKEI 225 - Japão 0,971

HANG SENG INDEX - China 0,184 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,971

Jakarta Composite Index - Indonésia 0,184 BEL 20 - Bélgica 0,972

SSE Composite Index - China 0,184 HANG SENG INDEX - China 0,972

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,184 Ibovespa - Brasil 0,972

NASDAQ Composite - EUA 0,184 Jakarta Composite Index - Indonésia 0,972

TA-100 (^TA100) - Israel 0,184 KOSPI Composite Index - Coreia 0,972

IPSA CHILE 0,184 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,972

S&PTSX Composite index - Canada 0,184 S&PTSX Composite index - Canada 0,972

Dow Jones Industrial - EUA 0,184 SSE Composite Index - China 0,972

VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,184 TSEC weighted index - Taiwan 0,972

ALL ORDINARIES - Austrália 0,184 VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,972

IPC (^MXX) - México 0,184 ALL ORDINARIES - Austrália 0,974

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,190 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,974

FTSE 100 - Inglaterra 0,190 Dow Jones Industrial - EUA 0,974

MERVAL Argentina 0,190 ESTX50 EUR P - Suíça 0,974

NIKKEI 225 - Japão 0,190 EURONEXT 100 - França 0,974

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,190 IPSA CHILE 0,974

Ibovespa - Brasil 0,191 NASDAQ Composite - EUA 0,974

BEL 20 - Bélgica 0,191 S&P BSE SENSEX - Índia 0,974

KOSPI Composite Index - Coreia 0,191 TA-100 (^TA100) - Israel 0,974

TSEC weighted index - Taiwan 0,191 CAC 40 - França 0,975

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,191 IPC (^MXX) - México 0,975

EURONEXT 100 – França 0,191 S&P 500 - EUA 0,975

S&P BSE SENSEX – Índia 0,191 S&PASX 200 - Austrália 0,975

S&PASX 200 – Austrália 0,191 South África 40 H 0,976

1o Quartil 0,184 1o Quartil 0,972

4o Quartil 0,191 4o Quartil 0,976

Fonte: elaboração própria

A tabela do índice Authority para 95% dessa base aponta South Africa 40 H como o

índice de bolsa que menos Hubs a ele está conectado. Além disso, percebe-se que o mesmo

índice está altamente conectado a outras sub-redes, ao analisar o índice de rede clustering

(Tabela 11).

Os resultados das carteiras dos quartis extremos serão vistos na seção 4.2.

A Figura 10 exibe o Grafo realçando o índice de rede authority mencionado na

Tabela 11. Os menores authorities estão em amarelo e, à medida que o índice de rede cresce

positivamente, a cor tende a se tornar vermelha.

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85

Figura 10 – Grafo de índices de ações por Authority (95% sincronização) – Base 2

Fonte: elaboração própria

Page 86: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

86

Tabela 12 – Hubs de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 2

Hub - 99,4% Base 2 Entrada Hub - 99,4% Base 2 Saída

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0

Ibovespa - Brasil 0 Ibovespa - Brasil 0

BEL 20 - Bélgica 2 IPC (^MXX) - México 0

IPC (^MXX) - México 2 IPSA CHILE 0

KOSPI Composite Index - Coreia 5 KOSPI Composite Index - Coreia 0

IPSA CHILE 7 MERVAL Argentina 0

TA-100 (^TA100) - Israel 9 NIKKEI 225 - Japão 0

HANG SENG INDEX - China 11 SSE Composite Index - China 0

TSEC weighted index - Taiwan 15 TA-100 (^TA100) - Israel 0

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 18 TSEC weighted index - Taiwan 0

S&P BSE SENSEX - Índia 19 HANG SENG INDEX - China 1

NIKKEI 225 - Japão 28 S&P BSE SENSEX - Índia 1

CAC 40 - França 29 VOLATILITY S&P 500 - EUA 1

EURONEXT 100 - França 30 EURONEXT 100 - França 2

SSE Composite Index - China 30 S&PASX 200 - Austrália 4

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 31 Dow Jones Industrial - EUA 6

MERVAL Argentina 33 BEL 20 - Bélgica 12

S&PTSX Composite index - Canada 36 Jakarta Composite Index - Indonésia 12

Dow Jones Industrial - EUA 38 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 21

NASDAQ Composite - EUA 40 South África 40 H 54

Jakarta Composite Index - Indonésia 41 S&PTSX Composite index - Canada 61

ESTX50 EUR P - Suíça 42 S&P 500 - EUA 63

S&P 500 - EUA 43 ALL ORDINARIES - Austrália 64

South África 40 H 48 CAC 40 - França 120

S&PASX 200 - Austrália 50 NASDAQ Composite - EUA 123

ALL ORDINARIES - Austrália 65 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 244

VOLATILITY S&P 500 - EUA 70 FTSE 100 - Inglaterra 372

FTSE 100 - Inglaterra 80 ESTX50 EUR P - Suíça 563

1o Quartil 9 1o Quartil 0

4o Quartil 80 4o Quartil 563

Fonte: elaboração própria

Levando em conta 99,4% de sincronização, o FTSE 100 da Inglaterra aparece com

maior Hub de Entrada constando em 80 dias de cotações de um total de 893 dias do período

08/03/2001 a 31/07/2007. Já o índice da Suíça, o ESTX50 EUR P, permaneceu 166 dias como

Hub de saída durante o mesmo período mencionado (Tabela 12).

De forma similar ao resultado do 1º quartil da tabela de Hub de Saída de 95%, a

Tabela 12, que exibe dados a 99,4% de sincronização, contém também 11 índices de bolsas

que, em nenhum momento, se apresentou como Hub no período.

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87

Tabela 13 – Graus de Entrada e Saída (99,4% sincronização) – Base 2

Graus - 99,4% Base 2 Entrada Graus - 99,4% Base 2 Saída

S&PTSX Composite index - Canada 9 TA-100 (^TA100) - Israel 7

South África 40 H 9 MERVAL Argentina 10

ESTX50 EUR P - Suíça 11 SSE Composite Index - China 10

SSE Composite Index - China 11 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 11

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 13 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 12

S&P BSE SENSEX - Índia 13 BEL 20 - Bélgica 13

CAC 40 - França 14 Ibovespa - Brasil 13

HANG SENG INDEX - China 14 IPC (^MXX) - México 13

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 15 IPSA CHILE 13

IPC (^MXX) - México 16 Jakarta Composite Index - Indonésia 13

Jakarta Composite Index - Indonésia 16 KOSPI Composite Index - Coreia 13

VOLATILITY S&P 500 - EUA 16 NIKKEI 225 - Japão 14

BEL 20 - Bélgica 17 S&P BSE SENSEX - Índia 14

FTSE 100 - Inglaterra 17 S&PASX 200 - Austrália 15

KOSPI Composite Index - Coreia 18 ALL ORDINARIES - Austrália 17

NASDAQ Composite - EUA 18 VOLATILITY S&P 500 - EUA 17

NIKKEI 225 - Japão 19 EURONEXT 100 - França 19

TA-100 (^TA100) - Israel 19 HANG SENG INDEX - China 21

Ibovespa - Brasil 20 NASDAQ Composite - EUA 21

IPSA CHILE 20 S&PTSX Composite index - Canada 21

TSEC weighted index - Taiwan 20 TSEC weighted index - Taiwan 21

ALL ORDINARIES - Austrália 21 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 22

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 21 S&P 500 - EUA 22

Dow Jones Industrial - EUA 21 CAC 40 - França 23

MERVAL Argentina 21 Dow Jones Industrial - EUA 23

S&P 500 - EUA 21 South África 40 H 24

EURONEXT 100 - França 22 ESTX50 EUR P - Suíça 25

S&PASX 200 - Austrália 22 FTSE 100 - Inglaterra 25

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 24 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 26

1o Quartil 14 1o Quartil 13

4o Quartil 24 4o Quartil 26

Fonte: elaboração própria

Elevando o nível de sincronização de 95% para 99,4% os Graus de Entrada e Saída

mostraram-se mais definidos também para a base de dados 2 (Tabela 13).

Os índices: S&PTSX Composite index, South África 40 H, ESTX50 EUR P, SSE

Composite Index, NYSE AMEX COMP. INDEX, S&P BSE SENSEX, CAC 40 e HANG

SENG INDEX fizeram parte do 1º quartil, ou seja, tiveram baixas conexões com outros

índices de bolsas, podendo estar, estes índices, menos influenciáveis às oscilações. Dessa

forma, os citados índices de bolsas podem apresentar-se como possíveis ativos que poderão

ter baixo impacto em cenários de crises financeira.

A Figura 11 a seguir expõe o Grafo do Grau de Entrada mencionado na Tabela 13.

Os menores graus de entrada estão em vermelho e os maiores graus de entrada estão sendo

Page 88: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

88

apontados na cor azul. Os níveis intermediários de graus de entrada encontram-se em amarelo

ou verde. As cores das arestas acompanham o nó direcionado pelo grau de entrada. A

predominância da cor azul atesta que há mais arestas sendo direcionadas para os índices de

ações que possuem maiores graus de entrada.

Figura 11 – Grafo de índices de ações por Grau de Entrada (99,4% sincronização) – Base 2

Fonte: elaboração própria

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89

Tabela 14 – Authority e Clustering (99,4% sincronização) – Base 2

99,4% Base 2 Authority 99,4% Base 2 Clustering

South África 40 H 0,0977 HANG SENG INDEX - China 0,5833

S&PTSX Composite index - Canada 0,1040 TA-100 (^TA100) - Israel 0,5949

SSE Composite Index - China 0,1159 Dow Jones Industrial - EUA 0,5969

ESTX50 EUR P - Suíça 0,1168 SSE Composite Index - China 0,6000

NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,1367 TSEC weighted index - Taiwan 0,6017

S&P BSE SENSEX - Índia 0,1479 S&P 500 - EUA 0,6019

HANG SENG INDEX - China 0,1488 IPSA CHILE 0,6123

CAC 40 - França 0,1497 NYSE AMEX COMP. INDEX - EUA 0,6125

VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,1559 ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,6150

RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,1678 RUSSELL 2000 INDEX - EUA 0,6167

Jakarta Composite Index - Indonésia 0,1714 NASDAQ Composite - EUA 0,6168

IPC (^MXX) - México 0,1824 DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,6185

FTSE 100 - Inglaterra 0,1857 FTSE 100 - Inglaterra 0,6185

TSEC weighted index - Taiwan 0,1895 EURONEXT 100 - França 0,6211

NASDAQ Composite - EUA 0,1898 South África 40 H 0,6217

TA-100 (^TA100) – Israel 0,1913 S&PTSX Composite index - Canada 0,6265

BEL 20 – Bélgica 0,1913 CAC 40 - França 0,6268

KOSPI Composite Index - Coreia 0,1931 ESTX50 EUR P - Suíça 0,6282

NIKKEI 225 – Japão 0,2011 BEL 20 - Bélgica 0,6350

IPSA CHILE 0,2053 Ibovespa - Brasil 0,6350

Dow Jones Industrial - EUA 0,2150 IPC (^MXX) - México 0,6377

Ibovespa - Brasil 0,2151 VOLATILITY S&P 500 - EUA 0,6403

S&P 500 - EUA 0,2172 KOSPI Composite Index - Coreia 0,6405

ALL ORDINARIES - Austrália 0,2181 ALL ORDINARIES - Austrália 0,6417

ATX (^ATX) -Viena - Áustria 0,2199 Jakarta Composite Index - Indonésia 0,6423

MERVAL Argentina 0,2260 S&PASX 200 - Austrália 0,6433

S&PASX 200 - Austrália 0,2280 MERVAL Argentina 0,6483

EURONEXT 100 - França 0,2313 NIKKEI 225 - Japão 0,6502

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,2463 S&P BSE SENSEX - Índia 0,6738

1o Quartil 0,1497 1o Quartil 0,6125

4o Quartil 0,2463 4o Quartil 0,6738

Fonte: elaboração própria

Na Base 2, considerando 99,4% de sincronização, os índices de bolsas que podem ser

considerados de baixos authorities são: South África 40 H, S&PTSX Composite index, SSE

Composite Index, ESTX50 EUR P, NYSE AMEX COMP. INDEX, S&P BSE SENSEX,

HANG SENG INDEX e CAC 40. Ou seja, esses índices possuem poucas conexões com

índices que são Hubs. Já ao contrario podemos considerar o DAX como sendo uma autoridade

por possuir alto authority, ou seja, possui conexão com vários outros índices que são Hubs

(Tabela 14).

Com relação ao clustering (agrupamento), o índice da Índia, o S&P BSE SENSEX

está altamente conectado a outras pequenas redes ao redor dele, ou seja, pode-se considerar

que há muitos triângulos ao redor desse vértice, o que indica um forte agrupamento em

determinada região (Tabela 14).

Page 90: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

90

4.2. RESULTADOS DAS CARTEIRAS OTIMIZADAS

Objetivando tornar significativa a diferença entre os índices de redes anteriormente

apurados o presente estudo propõe, como método, a seleção dos índices de bolsas com base

nos primeiros e quartos quartis para a montagem de carteiras de investimento otimizadas.

Os primeiros quartis equivalem a baixos índices de redes e, os quartos quartis

equivalem a altos índices de redes.

Considerando que duas carteiras otimizadas precisaram ser apuradas, uma para o

primeiro quartil e outra para o quarto quartil; ao mesmo tempo em que necessita-se calcular

carteiras para os seis índices de redes anteriormente mencionados como: Hubs de Entrada e

Saída, Graus de Entrada e Saída, Clustering e Authority, tanto para 95% quanto para 94,4% de

sincronizações, ao todo foram elaboradas vinte e quatro carteiras de investimento otimizadas

com base no modelo de Elton-Gruber para a Base 1, que correspondem ao período de março

de 2001 a dezembro de 2015.

O mesmo método foi reproduzido para a segunda base, que corresponde a março de

2001 a julho de 2007, adicionando-se aos estudos mais vinte e quatro carteiras de

investimentos de modo a fomentar possíveis conjunturas com relação a índices de redes e

oportunidades de ganhos com investimentos em índices de ações.

Dessa forma, seguindo com a metodologia proposta, considerando que um investidor

decidisse montar carteiras de índices de ações a partir de janeiro de 2016 com base nos

índices de redes apurados, para a montagem das carteiras seria necessário se utilizar dos doze

meses anteriores ao início da aplicação desejada para que alguns indicadores de risco e

retorno pudessem ser mensurados. Assim, as cotações mensais dos 29 índices de ações foram

coletadas e seus retornos calculados para o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2015.

As rentabilidades das carteiras otimizadas para a primeira base foram auferidas a

partir de janeiro de 2016, se estendendo até a data de corte do presente estudo que foi junho

de 2018.

O título de renda fixa utilizado no modelo foi a taxa efetiva mensal da Selic e a

carteira representativa do mercado brasileiro de ações foi o Ibovespa.

Com o objetivo de melhor desenvolver o modelo de construção de carteira de Elton-

Gruber os dados foram tabulados, conforme a tabela a seguir, que exibe os parâmetros

utilizados para o cálculo do Índice de Atratividade dos 29 índices de bolsas, para 95% de

sincronização com base no resultado do 1º quartil do Grau de Entrada da Base 1:

Page 91: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

91

Tabela 15 - Cálculo do Índice de Atratividade – Base 1 – 1º Quartil do Grau de Entrada a 95%

de sincronização

Ação

Retorno

esperado da

ação % para

o período

iR

Beta da

ação do

período

i

Risco não

sistemático

da ação

2

ei

Retorno

Excessivo %

Fi RR

Índice de

atratividade

iFi RR

CAC 40 – França 0,97% 0,3540 0,0029 -0,05% (0,002)

ALL ORDINARIES – Austrália 0,05% 0,2251 0,0016 -0,98% (0,044)

ESTX50 EUR P – Suíça 0,57% 0,3402 0,0031 -0,46% (0,014)

ATX (^ATX) -Viena – Áustria 1,03% 0,6657 0,0019 0,01% 0,000

BEL 20 – Bélgica 1,21% 0,1622 0,0021 0,18% 0,011

DAX (^GDAXI) -XETRA Alemanha 0,98% 0,2461 0,0041 -0,05% (0,002)

Dow Jones Industrial – EUA -0,10% 0,4092 0,0010 -1,13% (0,028)

EURONEXT 100 – França 0,92% 0,3368 0,0029 -0,10% (0,003)

FTSE 100 – Inglaterra -0,29% 0,2579 0,0011 -1,31% (0,051)

HANG SENG INDEX – China -0,39% 0,7429 0,0023 -1,42% (0,019)

Ibovespa – Brasil -1,03% 1,0000 0,0000 -2,06% (0,021)

IPC (^MXX) – México 0,05% 0,4569 0,0004 -0,98% (0,021)

IPSA CHILE -0,34% 0,2663 0,0006 -1,37% (0,051)

Jakarta Comp.Index – Indonésia -0,98% -0,0228 0,0019 -2,00% 0,878

KOSPI Comp.Index – Coreia 0,23% 0,2860 0,0004 -0,80% (0,028)

MERVAL Argentina 3,19% 1,2778 0,0073 2,16% 0,017

NASDAQ Comp.- EUA 0,58% 0,4267 0,0013 -0,45% (0,010)

NIKKEI 225 – Japão 0,86% 0,4202 0,0022 -0,17% (0,004)

NYSE AMEX Comp.Index – EUA -0,95% 0,4830 0,0010 -1,98% (0,041)

RUSSELL 2000 INDEX - EUA -0,37% 0,3504 0,0012 -1,40% (0,040)

S&P 500 – EUA 0,00% 0,4008 0,0010 -1,02% (0,026)

S&P BSE SENSEX – Índia -0,39% -0,0845 0,0011 -1,42% 0,168

S&PASX 200 – Austrália -0,06% 0,2244 0,0016 -1,09% (0,048)

S&PTSX Comp.index – Canada -0,87% 0,3142 0,0003 -1,89% (0,060)

South África 40 H 0,56% 0,4180 0,0009 -0,47% (0,011)

SSE Comp.Index – China 1,46% 0,9600 0,0061 0,44% 0,005

TA-100 (^TA100) – Israel 0,36% 0,3561 0,0013 -0,67% (0,019)

TSEC weighted index - Taiwan -0,88% 0,3431 0,0007 -1,91% (0,056)

VOLATILITY S&P 500 - EUA 7,91% -3,9675 0,1486 6,88% (0,017)

Fonte: elaboração própria

A etapa seguinte do método corresponde à ordenação da tabela anterior de forma

decrescente do Índice de Atratividade com o objetivo de calcular o ponto de corte (C*), ou

seja, o ponto que define as ações que deverão compor ou não a carteira ótima. Para que uma

ação possa fazer parte da carteira, deverá possuir um Índice de Atratividade superior ao ponto

de corte. As ações com Índices de Atratividade inferiores a este ponto deverão ser

descartadas.

Page 92: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

92

A tabela 16 a seguir expõe, após o cálculo de C*, as ações que deverão compor a

carteira ótima.

Tabela 16 - Cálculo do Ponto de Corte (C*) - Base 1 – 1º Quartil do Grau de Entrada a 95%

de sincronização

Ação

Índice de

atratividade

iFi RR

2

ei

iFi RR

2

2

ei

i

2

ei

iFi RR

2

2

ei

i

Ponto

de

corte

Ci

Jakarta Composite Index –

Indonésia

0,88 0,24 0,28 0,24 0,3 0,00

S&P BSE SENSEX – Índia 0,17 1,12 6,65 1,36 6,9 0,00

MERVAL Argentina 0,02 3,79 223,66 5,15 230,6 0,01

BEL 20 – Bélgica 0,01 0,13 12,26 5,29 242,9 0,01

SSE Composite Index – China 0,00 0,68 150,08 5,97 392,9 0,01

ATX (^ATX) -Viena – Áustria 0,00 0,02 227,57 5,99 620,5 0,01

CAC 40 – França -0,00 -0,07 42,95 5,92 663,5 0,01

DAX (^GDAXI) -XETRA

Alemanha

-0,00 -0,03 14,84 5,89 678,3 0,01

EURONEXT 100 – França -0,00 -0,12 39,62 5,77 717,9 0,01

NIKKEI 225 – Japão -0,00 -0,32 82,00 5,44 799,9 0,00

NASDAQ Composite – EUA -0,01 -1,50 142,95 3,94 942,9 0,00

South África 40 H -0,01 -2,22 196,22 1,72 1.139,1 0,00

ESTX50 EUR P – Suíça -0,01 -0,50 37,29 1,22 1.176,4 0,00

VOLATILITY S&P 500 –

EUA

-0,02 -1,84 105,91 -0,62 1.282,3 -0,00

TA-100 (^TA100) – Israel -0,02 -1,81 96,68 -2,43 1.379,0 -0,00

HANG SENG INDEX – China -0,02 -4,52 236,58 -6,95 1.615,5 -0,00

Ibovespa – Brasil -0,02 - - -6,95 1.615,5 -0,00

IPC (^MXX) – México -0,02 -10,54 493,04 -17,49 2.108,6 -0,01

S&P 500 – EUA -0,03 -4,31 168,45 -21,79 2.277,0 -0,01

Dow Jones Industrial – EUA -0,03 -4,81 173,77 -26,60 2.450,8 -0,01

KOSPI Composite Index –

Coreia

-0,03 -5,92 211,69 -32,51 2.662,5 -0,01

RUSSELL 2000 INDEX –

EUA

-0,04 -4,19 105,06 -36,70 2.767,5 -0,01

NYSE AMEX COMP. INDEX

– EUA

-0,04 -9,92 241,96 -46,62 3.009,5 -0,01

ALL ORDINARIES –

Austrália

-0,04 -1,43 32,68 -48,04 3.042,2 -0,01

S&PASX 200 – Austrália -0,05 -1,48 30,55 -49,52 3.072,7 -0,01

FTSE 100 – Inglaterra -0,05 -2,97 58,33 -52,50 3.131,1 -0,02

IPSA CHILE -0,05 -6,59 128,44 -59,09 3.259,5 -0,02

TSEC weighted index –

Taiwan

-0,06 -8,98 161,44 -68,06 3.420,9 -0,02

S&PTSX Composite index –

Canada

-0,06 -22,68 376,16 -90,74 3.797,1 -0,02

Fonte: elaboração própria

Dos vinte e nove índices selecionados inicialmente, apenas os quatro primeiros

deverão compor a carteira ótima, tendo em vista que o índice de atratividade é maior ou igual

Page 93: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

93

ao ponto de corte, que são: Jakarta Composite Index da Indonésia, S&P BSE SENSEX da

Índia, MERVAL da Argentina e BEL 20 da Bélgica.

A próxima etapa é definir o percentual de recursos de cada índice na carteira que está

sendo elaborada. Utilizando-se as seguintes fórmulas chegamos à Tabela 17:

*2

CRR

i

Fi

ei

i

i

i

i

iZ

ZX

Tabela 17 - Cálculo do percentual de participação da ação na carteira (Xi) - Base 1 – 1º

Quartil do Grau de Entrada a 95% de sincronização

Ação

Beta da

ação do

período

i

Risco não

sistemático

da ação

2

ei

Índice de

atratividade

iFi RR

Ponto de

corte Ci Zi Xi (%)

Jakarta Comp.Index –

Indonésia

-0,0228 0,0019 0,88 0,00 10,64 42,58

S&P BSE SENSEX - Índia -0,0845 0,0011 0,17 0,00 12,92 51,73

MERVAL Argentina 1,2778 0,0073 0,02 0,01 1,31 5,24

BEL 20 – Bélgica 0,1622 0,0021 0,01 0,01 0,11 0,45

Total 24,98 100,0

Fonte: elaboração própria

Dois tipos de informações podem ser empregados na construção de portfolios

ótimos: informações passadas, em que se supõem ser o futuro uma continuação do passado e

informações futuras, que são construídas com base na crença de um ou mais analistas sobre o

comportamento futuro dos ativos analisados. (MARKOWITZ, apud BRUNI; FAMÁ, 1999).

Dessa forma, após a elaboração da carteira com base nos dados dos 12 meses

anteriores ao início da aplicação, o portfólio foi mantido constante para os 30 meses

subsequentes com o objetivo de se avaliar o desempenho até junho de 2018, considerando que

o investidor objeto da premissa possui padrão comportamental não especulativo e pretende

auferir lucros no longo prazo.

A Tabela 18 expõe os resultados auferidos mensalmente após início do investimento

realizado a partir de janeiro de 2016.

Page 94: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

94

Tabela 18 - Retorno da Carteira otimizada de acordo com método de Elton-Gruber - Base 1,

1º Quartil do Grau de Entrada a 95% de sincronização

Ativo

%

part.

Carte

ira

Jan

16

Fev

16

Mar

16

Abr

16

Mai

16

Jun

16

Jul

16

Ago

16

Set

16

Out

16

Nov

16

Dez

16

Jakarta Comp.

Index-Indonésia 42,58 0,2 1,4 0,7 -0,1 -0,4 2,0 1,7 1,4 -0,2 0,5 -2,1 1,2

S&P BSE

SENSEX - Índia 51,73 -2,2 -3,9 5,3 0,5 2,1 0,6 2,0 0,7 -1,1 0,1 -2,4 -0,1

MERVAL

Argentina 5,24 -0,2 0,8 0,0 0,3 -0,4 0,8 0,4 -0,1 0,3 0,3 0,0 -0,2

BEL 20 - Bélgica 0,45 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Retorno da

carteira 100,0 -2,2 -1,6 5,9 0,8 1,4 3,4 4,1 2,1 -0,9 0,9 -4,6 1,0

Ibovespa -

Brasil -6,8 5,9 17,0 7,7 -10,1 6,3 11,2 1,0 0,8 11,2 -4,6 -2,7

Selic tx efetiva

mês 1,2 1,1 1,0 1,2 1,1 1,1 1,2 1,1 1,2 1,1 1,1 1,0

Ativo

part.

Carte

ira

Jan

17

Mar

17

Mar

17

Abr

17

Mai

17

Jun

17

Jul

17

Ago

17

Set

17

Out

17

Nov

17

Dez

17

Jakarta Comp.

Index - Indonésia 42,58 0,0 0,9 1,3 0,9 0,1 1,0 0,1 0,2 0,3 0,8 -0,4 2,9

S&P BSE

SENSEX - Índia 51,73 2,0 2,2 1,4 0,5 2,1 -0,4 2,7 -1,2 -0,7 3,2 -0,1 1,4

MERVAL

Argentina 5,24 0,7 0,0 0,4 0,2 0,3 -0,1 -0,1 0,5 0,6 0,4 -0,2 0,6

BEL 20 - Bélgica 0,45 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Retorno da

carteira 100,0 2,6 3,1 3,0 1,6 2,5 0,5 2,7 -0,6 0,1 4,3 -0,7 4,9

Ibovespa -

Brasil 7,4 1,8 -1,3 0,6 -2,2 -1,7 4,8 7,5 4,9 0,0 -3,1 6,2

Selic tx efetiva

mês 1,1 1,1 0,9 1,1 0,8 0,9 0,8 0,8 0,8 0,6 0,6 0,6

Ativo

part.

Carte

ira

Jan

18

Fev

18

Mar

18

Abr

18

Mai

18

Jun

18

Acu

mul

ado

Risco

Jakarta Comp.

Index - Indonésia 42,58 1,7 -0,1 -2,6 -1,3 -0,1 -1,3 10,4 1,2

S&P BSE

SENSEX - Índia 51,73 2,9 -2,6 -1,8 3,4 0,2 0,1 17,3 2,0

MERVAL

Argentina 5,24 0,9 -0,3 -0,3 -0,2 -0,3 -0,5 4,7 0,4

BEL 20 - Bélgica 0,45 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,01

Retorno da

carteira 100,0 5,5 -2,9 -4,8 1,9 -0,1 -1,6 32,4 2,75

Ibovespa -

Brasil 11,1 0,7 -0,1 0,9 -10,9 -5,2 58,3 6,51

Selic tx efetiva

mês 0,5 0,6 0,5 0,5 0,5 0,5 26,5 0,25

Fonte: elaboração própria

Page 95: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

95

Conforme a Tabela 18, que detalha o retorno da carteira otimizada de acordo com

método de Elton-Gruber para a Base de dados 1 e 1º Quartil do Grau de Entrada a 95% de

sincronização, a performance da carteira formada pelos quatro índices sugestionados pelo

método de Elton-Gruber foi de 32,4% para um risco de 2,75%. Para o mesmo período de

janeiro de 2016 a junho de 2018 o retorno acumulado do Ibovespa foi de 58,3% com um risco

equivalente a 6,51% e os ganhos da taxa “Livre de Risco”, a SELIC, foi de 26,5% com um

risco correspondente a 0,25%.

A Figura 12 a seguir expõe a relação Retorno X Risco para a tabela anterior, onde

exemplifica que, para um menor risco há um retorno baixo equivalente e, à medida que os

riscos se elevam, os retornos tendem e aumentar. O R2 da função, com 94,71%, expõe o quão

significante o Retorno depende do Risco para esse período analisado.

Figura 12 – Risco X Retorno para carteira Elton-Gruber - Base 1, 1º Quartil do Grau de

Entrada a 95% de sincronização

Fonte: elaboração própria

O processo anteriormente descrito foi realizado quarenta e oito vezes, sendo que

vinte e quatro carteiras foram elaboradas para a base de dados 1 e outras vinte e quatro

carteiras para a base de dados 2. O resultado das carteiras otimizadas encontra-se

resumidamente apresentado na Tabela 19 para a primeira base de dados:

2,75%

6,51%

0,25%

y = 0,1817x - 0,0393

R² = 0,9471

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Ris

co

Retorno

Risco X Retorno

Page 96: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

96

Tabela 19 - Rentabilidade acumulada das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018

BAIXO (1o Quartil) ALTO (4o Quartil)

% Sincronização

Motifs 95% 99,4% 95% 99,4%

Hub Entrada 33,1% 0,9% - -

Hub Saída 88,9% -17,4% - -

Grau de Entrada 32,4% 32,2% 32,4% 88,9%

Grau de Saída 32,4% 24,5% 32,4% -

Authority 32,6% 33,5% 0,9% -

Clustering 10,5% 88,9% - 24,5%

Ibovespa Carteira Homogênea Selic

58,3% 24,4% 26,5%

Fonte: elaboração própria

Conforme resultados apontados na tabela 19, durante o período de janeiro de 2016 a

julho de 2018 as carteiras que auferiram retornos predominantemente superiores à Carteira

Homogênea e à Taxa Selic foram as que tiveram índices de ações selecionados com Baixo

quartil de índices de redes a 95% de sincronização.

Conforme mencionado anteriormente, a Carteira Homogênea é composta pelos 29

índices que compõem esse estudo, sendo que cada índice participa igualmente com 3,4483%

na carteira.

Selecionar índices de ações com base no resultado do índice Grau de Entrada

mostrou-se consistente para os dois níveis de sincronização, 95% e 94,4%, assim como para

ambos os 1º e 4º quartis.

Presume-se que, com base na formulação do Grau de Entrada, os índices de ações

que os possuem em menor grau tendem a ser menos susceptíveis a influências de outros

índices e, de forma contrária, os índices de ações que possuem alto Grau de Saída tendem a

influenciar mais os outros índices de ações.

Sugere-se, dessa forma, que investidores conservadores, ou seja, menos propensos a

riscos, sigam sugestões de investimentos com base em baixos Graus de Entrada, de forma a

minimizar possíveis perdas no mercado de capitais oriundas de suas próprias oscilações e

riscos.

Page 97: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

97

Considerando que o método de Elton-Gruber leva em conta tanto o risco sistemático

quanto o não sistemático em sua base de cálculo, pôde-se observar que, alguns índices de

ações selecionados com base no 4º quartil dos índices de redes não foram eleitos para

qualquer tipo de investimento, são eles: Hub de entrada-95%, Hub de saída-95%, Hub de

entrada-99,4%, Hub de saída-99,4%, Grau de Saida-99,4% Authority-99,4% e Clustering-

95%. Esse grupo seleto apresentou-se mais arriscado, motivo pelo qual o modelo são sugeriu

investimentos com base no período anterior analisado.

A Figura 13 a seguir expõe a evolução da rentabilidade das carteiras elaboradas para

a Base 1, composta por índices de ações do 1º quartil dos índices de redes, a 95% de

sincronização.

Figura 13 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018 – 1º

Quartil, 95%

Fonte: elaboração própria

-35%

-25%

-15%

-5%

5%

15%

25%

35%

45%

-35%

-25%

-15%

-5%

5%

15%

25%

35%

45% Rentabilidade das carteiras otimizadas a 95% de sincronização

Jan.16 a Jun.18 - 1o Quartil

HUB ENTRADA - 95% HUB SAIDA - 95% Grau de Entrada - 95%

Grau de Saida - 95% Authority - 95% Clustering - 95%

Ibovespa - Brasil Selic tx efetiva mês Carteira Homogênea

Page 98: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

98

Observa-se que, em meses onde a queda da rentabilidade é generalizada, algumas

carteiras ainda assim mantinham retornos positivos como Authority e Grau de Saída. A

carteira formada pelo índice Hub de Saída apresenta altos retornos, mas, altos prejuízos em

momentos de queda.

A Figura 14 exibe a evolução da rentabilidade das carteiras elaboradas para a Base 1,

composta por índices de ações do 1º quartil dos índices de redes, a 99,4% de sincronização.

Figura 14 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018 – 1º

Quartil, 99,4%

Fonte: elaboração própria

Nova configuração se apresenta onde observa-se a predominância da carteira

formada pelo 1º quartil do índice Clustering, que acumula 88% de ganho superando inclusive

o Ibovespa no mesmo período. O Hub de Entrada apresentou resultado quase nulo, enquanto o

Hub de Saída apresentou prejuízo acumulado em 17,4%.

-45%

-35%

-25%

-15%

-5%

5%

15%

25%

35%

45%

-45%

-35%

-25%

-15%

-5%

5%

15%

25%

35%

45%

Rentabilidade das carteiras otimizadas a 99,4% de sincronização

Jan.16 a Jun.18 - 1o Quartil

HUB ENTRADA - 99,4% HUB SAIDA - 99,4%

Grau de Entrada - 99,4% Grau de Saida - 99,4%

Authority - 99,4% Clustering - 99,4%

Ibovespa - Brasil Selic tx efetiva mês

Carteira Homogênea

Page 99: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

99

A Figura 15 a seguir expõe a evolução da rentabilidade das carteiras elaboradas para

a Base 1, composta por índices de ações do 4º quartil dos índices de redes, a 99% de

sincronização. Essa nova conformação elimina índices de ações muito arriscados e mantém

os índices que tendem a minimizar riscos.

Figura 15 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018 – 4º

Quartil, 99,4%

Fonte: elaboração própria

Observa-se a predominância positiva dos retornos das carteiras formadas com alto

Grau de e, em seguida, das carteiras formadas pelo índice Clustering. Os outros índices não

apresentaram resultados por apresentar alto risco, dessa forma, foram descartados conforme

modelo proposto.

-15%

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

-15%

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

jan

-16

fev-1

6

mar

-16

abr-

16

mai

-16

jun

-16

jul-

16

ago

-16

set-

16

ou

t-1

6

no

v-1

6

dez

-16

jan

-17

fev-1

7

mar

-17

abr-

17

mai

-17

jun

-17

jul-

17

ago

-17

set-

17

ou

t-1

7

no

v-1

7

dez

-17

jan

-18

fev-1

8

mar

-18

abr-

18

mai

-18

jun

-18

Rentabilidade das carteiras otimizadas a 99,4% de sincronização

Jan.16 a Jun.18 - 4o Quartil

HUB ENTRADA - 99,4% HUB SAIDA - 99,4%

Grau de Entrada - 99,4% Grau de Saida - 99,4%

Authority - 99,4% Clustering - 99,4%

Selic tx efetiva mês Carteira Homogênea

Ibovespa - Brasil

Page 100: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

100

A Figura 16 mostra a rentabilidade das carteiras no tempo, elaboradas para a Base 1,

composta por índices de ações do 4º quartil dos índices de redes, a 95% de sincronização.

Figura 16 – Evolução da Rentabilidade das carteiras – Base 1 - Jan/2016 a Jun/2018 – 4º

Quartil, 95%

Fonte: elaboração própria

Nessa nova configuração as carteiras formadas pelo 4º quartil do Grau de entrada,

Grau de Saída e Authority prevalecem. Os índices não mencionados não tiveram carteiras

formadas por apresentarem alto risco.

Conforme anteriormente descrito, o mesmo método foi reproduzido para a segunda

base de dados, que foi responsável por gerar novos índices de redes para o período de março

de 2001 a julho de 2007.

Novas vinte e quatro carteiras de investimentos foram elaboradas de forma a analisar

se, caso um determinado investidor aplicasse recursos financeiros em índices de ações antes

-15,00%

-10,00%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

-15%

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

jan

-16

fev-1

6

mar

-16

abr-

16

mai

-16

jun

-16

jul-

16

ago

-16

set-

16

ou

t-1

6

no

v-1

6

dez

-16

jan

-17

fev-1

7

mar

-17

abr-

17

mai

-17

jun

-17

jul-

17

ago

-17

set-

17

ou

t-1

7

no

v-1

7

dez

-17

jan

-18

fev-1

8

mar

-18

abr-

18

mai

-18

jun

-18

Rentabilidade das carteiras otimizadas a 95% de sincronização

Jan.16 a Jun.18 - 4o Quartil

HUB ENTRADA - 95% HUB SAIDA - 95% Grau de Entrada - 95%

Grau de Saida - 95% Authority - 95% Clustering - 95%

Selic tx efetiva mês Carteira Homogênea Ibovespa - Brasil

Page 101: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

101

de uma crise globalizada como a que ocorreu entre 2007 e 2008, sem saber ou desconfiar do

que estaria por vir, haveria possibilidade de minimizar possíveis perdas no longo prazo ou até

mesmo se obter retornos com riscos minimizados em índices de ações.

Dessa forma, seguindo com a metodologia proposta, considerando que um investidor

decidisse montar carteiras de índices de ações a partir de agosto de 2007 com base nos índices

de redes apurados, para a montagem das carteiras seria necessário se utilizar dos doze meses

anteriores ao início da aplicação desejada para que alguns indicadores de risco e retorno

fossem mensurados previamente. Assim, as cotações mensais dos 29 índices de ações foram

coletadas e seus retornos calculados para o período de agosto de 2006 a julho de 2007, que

equivale ao período imediatamente anterior ao efeito colateral apresentado, de forma

embrionária, pelo sistema financeiro internacional da crise de 2008.

As rentabilidades das carteiras otimizadas para a segunda base foram auferidas a

partir de agosto de 2007, estendendo-se até a data de corte do presente estudo que foi junho de

2018.

O título de renda fixa utilizado no modelo permaneceu a taxa efetiva mensal da Selic

e a carteira representativa do mercado brasileiro de ações foi o Ibovespa.

Com o objetivo de melhor desenvolver o modelo de construção de carteira de Elton-

Gruber os dados foram tabulados na planilha eletrônica Excel ®. Os Índices de Atratividade,

o Ponto de Corte (Ci) e o Percentual de Participação de cada ação na carteira de investimentos

foram calculados, tanto para 95% quanto 99,4% de sincronização, assim como para os 1º e 4º

quartis dessa nova base gerando, assim, vinte e quatro novas carteiras de investimentos que

permaneceram ativas ao longo de 10 anos e 11 meses, conforme segue:

Page 102: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

102

Tabela 20 - Rentabilidade das carteiras iniciadas no período pré-crise de 2008 – Base 2

Ago/2007 a Jun/2018

BAIXO (1o Quartil) ALTO (4o Quartil)

% Sincronização

Motifs 95% 99,4% 95% 99,4%

Hub Entrada 47,4% 50,0% - -

Hub Saída 40,2% 38,4% - -6,3%

Grau de Entrada 67,1% 69,8% 43,9% 68,0%

Grau de Saída 51,5% 65,5% 77,8% 34,3%

Authority 73,9% 69,8% 43,9% 68,0%

Clustering 57,6% 39,1% 83,5% 109,9%

Ibovespa Carteira Homogênea Selic

57,7% 63,3% 111,5%

Fonte: elaboração própria

Conforme resultados apontados na tabela 20, durante o período de agosto de 2007 a

julho de 2018 10 carteiras auferiram retornos superiores à Carteira Homogênea, 5 carteiras

têm como base ativos com baixos índices de redes (1º quartil) e 5 carteiras possuem ativos

com altos índices de rede (4º quartil). A diferença predominante entre esses dois grupos está

no risco. Conforme padrão identificado na Base 1, os resultados das carteiras de investimentos

dos índices de ações que tinha maiores índices de redes, tendem a ter maiores riscos, motivo

pelo qual a variação entre o menor e o maior retorno da tabela são maiores. Maiores variações

em retornos implicam em maiores riscos em mercado de capitais.

A escolha de índices de ações que possuem menores índices de redes mostra-se como

a decisão mais conservadora, com menores riscos e retornos mais constantes.

Selecionar índices de ações com base nos resultados dos índices Grau de Entrada e

Authority mostrou-se consistente para os dois níveis de sincronização, 95% e 94,4%, assim

como para ambos os 1º e 4º quartis.

Através de representação gráfica, a Figura 17 expõe as rentabilidades acumuladas

das carteiras de forma a melhor exibir a diferença de resultados.

Page 103: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

103

Figura 17 – Rentabilidade acumulada – Base 2 - Ago/2007 a Jun/2018

Fonte: elaboração própria

Após mais de dez anos mantendo as mesmas configurações de índices de ações nas

carteiras de investimentos, as perdas sofridas com a crise de 2008 foram minimizadas, mas

não superaram a Taxa Livre de Risco, a Selic. Ou seja, caso um investidor tivesse mantido

seus investimentos nesse mesmo período teria auferido mais ganhos financeiros mantendo seu

capital na Selic do que nas carteiras otimizadas, considerando a premissa de que

investimentos em Mercado de Capitais, que é considerado de alto risco, deve ser mantido a

longo prazo.

Presume-se que, com base na formulação do índice Grau de Entrada, os índices de

ações que os possuem em menor grau tendem a ser menos susceptíveis a influências de outros

índices.

Considerando que o índice Authority representa a quantidade de Hubs que um

determinado nó está conectado, pode-se inferir que um baixo Authority implica na existência

de um índice de ações com pouca conexão com outros vértices que são Hubs. Dessa forma, o

índice tende a ser menos influenciável, de forma similar ao Grau de Entrada.

Sugere-se, dessa forma, que investidores conservadores, ou seja, menos propensos a

riscos, sigam sugestões de investimentos com base em baixos Graus de Entrada ou baixos

Authorities, em períodos de longo prazo, de forma a minimizar possíveis perdas no mercado

de capitais oriundas de suas próprias oscilações e riscos de crises financeiras globalizadas.

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1o Quartil-95% 1o Quartil-99.4% 4o Quartil-95% 4o Quartil-99.4%

Rentabilidade acumulada das carteiras pós-crise

Hub Entrada Hub Saída Grau de Entrada Grau de Saída Authority Clustering

Page 104: OTIMIZAÇÕES DE INVESTIMENTOS EM MERCADO DE CAPITAIS … de Doutorado... · Figura 4 – Mapa conceitual do estudo de Finanças e Mercado de Capitais ..... 51 . Figura 5 – Grafo

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Considerando que o método de Elton-Gruber leva em conta tanto o risco sistemático

quanto o não sistemático em sua base de cálculo, pôde-se observar que alguns índices de

ações selecionados com base no 4º quartil dos índices de redes não foram eleitos para

qualquer tipo de investimento, são eles: Hub de entrada-95%, Hub de saída-95% e Hub de

entrada-99,4%. Esse grupo seleto apresentou-se mais arriscado, motivo pelo qual o modelo

são sugeriu investimentos com base no período anterior analisado. Já o Hub de saída-99,4%

obteve perda acumulada no período, exibindo igualmente riscos para os investidores.

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105

5. CONCLUSÃO

O Mercado de Capitais, que opera através das Bolsas de Valores, é um dos canais

fundamentais para captação de recursos que permitem o desenvolvimento das empresas

gerando novos empregos e contribuindo para o progresso econômico de uma região ou país.

Contribuindo para esse sucesso, a administração de carteiras de investimentos, que é

o meio que o investidor se utiliza para injetar recursos nas bolsas de valores, depende, em

grande parte, da construção do conhecimento em mercado de capitais.

Dessa forma, novas variáveis e métodos podem ser adicionados aos conhecimentos

previamente concebidos permitindo a mudança no processo de construção em busca de um

novo conhecimento e, objetivando contribuir com novos métodos de análise em administração

de carteiras de investimentos, este trabalho procurou compreender a dinâmica dos índices de

ações ao longo do tempo através da mensuração dos índices de rede, ao mesmo tempo em que

buscou identificar um padrão pelo meio da avaliação dos retornos e riscos oriundos da criação

de método combinado para se atingir otimização em carteiras de investimentos.

Dessa forma foi possível verificar se há possibilidades de ganhos financeiros através

da análise de Índices de Redes em um mundo cada vez mais globalizado em termos de fluxos

financeiros.

A escolha de índices de ações que possuem menores índices de redes mostra-se como

a decisão mais conservadora, com retornos mais constantes, logo, menores riscos.

Os estudos apontaram para a constância dos resultados auferidos no índice Grau de

entrada, tanto para a primeira quanto para a segunda base de dados, assim como para o 1º e 4º

quartis.

Sob a ótica do presente trabalho pode-se interpretar os resultados do índice Grau de

Entrada como sendo o número total de conexões que chegam ao índice de bolsa, considerando

o grafo como dirigido. Dessa forma, os índices de bolsas que fazem parte do 1º quartil, ou

seja, os que têm baixas conexões de entrada com outros índices de bolsas, podem ser menos

influenciáveis às oscilações do mercado financeiro. Dessa forma, os índices de bolsas, assim

classificados, podem apresentar-se como possíveis ativos de risco reduzido, poderão também

sofrer menos impactos em cenários de crises financeiras, apesar de permanecerem em um

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mercado altamente volátil, atendendo, dessa forma, às exigências de investidores menos

propensos a assumir riscos.

Sugere-se, dessa forma, que investidores conservadores, ou seja, menos propensos a

riscos, sigam sugestões de investimentos com base em baixos Graus de Entrada em períodos

de longo prazo, de forma a minimizar possíveis perdas no mercado de capitais oriundas de

suas próprias oscilações e riscos de crises financeiras globalizadas.

Corôa (2018) se utilizou da Hipótese dos Mercados Fractais, através da técnica

rescaled range (R/S) de Hurst, para avaliar a persistência de memória na série de cotações

diárias de 20 ações da Bovespa. Os resultados dos testes para o período de 2006 a 2010

evidenciaram que as ações possuíam características de memória de longo prazo para os

retornos da maioria dos papéis, considerada persistente, ou seja, o evento futuro pode ter

comportamento de mesma direção que o observado no passado favorecendo a formação de

carteiras otimizadas com base no Expoente de Hurst, fato que foi comprovado após aplicação

dos métodos Elton-Gruber e Markowitz.

Dessa forma, embora estudos similares não se proponham a prever ou estimar o

futuro, pode-se inferir que os eventos observados no passado podem repercutir e influenciar

eventos futuros, favorecendo, assim, a utilização de métodos positivos de pesquisas em

Mercado de Capitais, conforme amplamente referenciado na seção 2.3 e exibido no presente

estudo através do desenvolvimento de método diferenciado.

Outras configurações do modelo apresentado podem ser objeto de estudos futuros de

forma a se combinar Riscos e Retornos, dependendo do perfil do investidor. Ou seja, se um

determinado investidor ignorar as otimizações conservadoras de minimizar os riscos e

decidisse aplicar recursos em índices de bolsas classificados no 4º quartil dos resultados dos

índices de redes, tenderia ele a ter maiores retornos considerando a premissa comportamental

de que o investidor estaria propenso a assumir riscos?

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ANEXO – GLOSSÁRIO

AÇÃO - é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades

anônimas. É um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos

os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas.

AMOSTRA - um grupo de casos, respondentes ou registros incluídos como parte da

população-alvo, cuidadosamente selecionado para representar aquela população.

ATIVOS - bens e direitos da empresa.

ATIVOS FINANCEIROS - títulos que incorporam direitos sobre ativos reais.

ATIVOS REAIS - conjunto de ativos tangíveis ou intangíveis utilizados em um

determinado negócio.

AVESSO AO RISCO - um investidor avesso ao risco considerará carteiras com risco

somente se proporcionarem compensação sob forma de prêmio pelo risco.

β - Beta.

BETA - medida de sensibilidade do retorno de um título a movimentos do fator

subjacente, normalmente representado por um índice de ações. O Beta é calculado pela

covariância entre a rentabilidade do portfólio com o ativo, dividida pela variância da

rentabilidade da carteira ou do mercado

BLUE CHIP - ações de empresas sólidas negociadas nas bolsas de valores.

BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo.

CARTEIRA DE INVESTIMENTOS - é um conjunto de aplicações distintas.

Também chamado de “cesta de investimento”. Posição combinada de investimentos em ações,

obrigações, ativos imobiliários ou de qualquer outro tipo. Deve ser diversificada.

CARTEIRA DE MERCADO - portfólio formado por todos os ativos onde a

proporção investida em cada ativo corresponde ao seu valor relativo de mercado, por sua vez

igual ao valor agregado de mercado do ativo, dividido pela soma do valor agregado de

mercado para todos os ativos.

CARTEIRA DE MÍNIMA VARIÂNCIA - carteira de ativos com risco possuidora da

menor variância e, consequentemente, risco possível.

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CARTEIRA EFICIENTE - carteira que maximiza o retorno esperado a cada nível de

risco, ou minimizam o risco para cada nível de retorno esperado.

COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO - medida estatística da interdependência

existente entre duas variáveis.

CORRELAÇÃO - medida estatística padronizada de dependência entre duas

variáveis aleatórias. É definida pelo quociente entre a covariância e os desvios padrão das

duas variáveis.

COVARIÂNCIA - medida estatística de variação conjunta de duas variáveis

aleatórias.

CVM – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade autárquica, em

regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385, de 07 de

dezembro de 1976, com a finalidade de disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de

valores mobiliários. Os trabalhos são orientados, especificamente, para atividades

relacionadas às empresas, aos intermediários financeiros, aos investidores, à fiscalização

externa, à normatização contábil e de auditoria, aos assuntos jurídicos, ao desenvolvimento de

mercado, à internacionalização, à informática e à administração.

DESVIO PADRÃO - raiz quadrada da variância.

ECONOMETRIA - uso da análise por computador e de técnicas de formação de

modelos para descrever em termos matemáticos a relação entre forças econômicas

fundamentais como mão-de-obra, capital, taxas de juros e políticas governamentais, e depois

testar os efeitos de mudanças nos cenários econômicos.

EXCEL® - planilha eletrônica da Microsoft, programa que simplifica a realização de

cálculos com o auxílio de computadores.

EURODÓLARES - são depósitos em dólares efetuados em bancos localizados fora

do território dos Estados Unidos, em geral na Europa, onde a prática teve início após a

segunda guerra mundial, dando origem ao termo. Mas, dólares depositados em bancos de

qualquer continente recebem também a mesma denominação.

FLOAT - O termo float refere-se às ações ordinárias que uma empresa emitiu ao

público e que está disponível para que os investidores troquem. Esse valor é derivado

tomando as ações em circulação de uma empresa e subtraindo qualquer ação restrita, ou seja,

que esteja sob algum tipo de restrição de vendas. O float de uma empresa é um número

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importante para os investidores porque indica quantas ações estão realmente disponíveis para

serem compradas e vendidas pelo público investidor em geral.

FREE FLOAT (metodologia internacional) - é um método de cálculo de

capitalização de mercado das empresas que fazem parte de um índice. A capitalização de

mercado na metodologia Free float é calculada através da multiplicação do valor do preço da

ação pelo número de ações disponíveis no mercado. Em vez de usar todas as ações ativas e

inativas, como no método de capitalização de mercado total, o método free float exclui as

ações bloqueadas, como as que são detidas por insiders e governos. Dessa forma têm-se: Free

float metodology (FFM) = Preço da ação x (número de ações emitidas - ações bloqueadas).

FREE FLOAT (na Bovespa) - Ativos disponíveis para negociação. Aqueles

divulgados pela companhia nos sites da Comissão de Valores Mobiliários e da BM&F

BOVESPA, conforme a Instrução CVM 480, de 07/12/2009, que determina que as empresas

informem esses dados através do Formulário de Referência.

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA - conexão forte ou fraca entre países medido

através do Fluxo Financeiro por meio de cotações de índices/ações em determinado período

de tempo.

HIPÓTESE - uma proposição formulada para um teste empírico; uma tentativa de

formulação, crença declaratória conjetural ou enunciado que descreve a relação entre duas ou

mais variáveis.

ÍNDICE – Um índice de ações é um indicador do desempenho de uma carteira

teórica de ações. Servem como indicadores do comportamento médio do mercado ou de um

segmento econômico específico (índice do setor elétrico, por exemplo). Indica se o mercado

está em alta ou em baixa. - Cada bolsa monta os seus próprios índices, formados por um

conjunto de ativos.

MERCADO DE CAPITAIS - mercado financeiro de títulos de médio e longo prazos.

MERCADO FINANCEIRO - mercados que lidam com fluxos de caixa no tempo,

nos quais as poupanças de emprestadores são alocadas às necessidades de financiamento dos

tomadores.

NEW YORK TIMES - é um jornal diário dos Estados Unidos da América fundado

em setembro de 1851 pela The New York Times Company. O NYT, como também é

conhecido, há muito tempo tem sido considerado, dentro do setor ao qual está inserido, como

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um "jornal de referência" nacional nos Estados Unidos. A versão impressa do jornal tem a

segunda maior circulação, atrás apenas do The Wall Street Journal, e possui a maior

circulação entre os jornais metropolitanos nos Estados Unidos.

OMBUDSMAN - é uma expressão de origem sueca que significa "representante do

cidadão". A palavra é formada pela união de ombuds (representante) e man (homem). O termo

surgiu em 1809, nos países escandinavos, para designar um Ouvidor-Geral do Parlamento,

responsável em mediar e tentar solucionar as reclamações da população junto ao governo. O

termo atualmente é utilizado, tanto no âmbito público como no privado, para designar um elo

imparcial entre uma instituição e sua comunidade de clientes, ou seja, é indivíduo encarregado

por estabelecer um canal de comunicação entre consumidores, empregados e diretores.

PENNY STOCK - Ativos cuja cotação seja inferior a R$1,00. Para efeito da

aplicação da metodologia dos índices da Bovespa, são considerados como Penny Stocks os

ativos cujo valor médio ponderado durante a vigência da carteira anterior ao rebalanceamento,

desconsiderando-se o último dia desse período, seja inferior a R$1,00 (um real). Caso a

companhia realize um grupamento neste período, o valor do ativo virá a ser recalculado

considerando a proporção do grupamento para todo o período da análise.

PETRODÓLAR – termo criado pelo professor de Economia da Universidade

Georgetown, Ibrahim Oweiss, em 1973, durante o período da crise do petróleo, que fez com

que houvesse aumento dos valores do barril desencadeando um intenso fluxo de capitais em

direção às economias dos países produtores. Dessa forma, Petrodólar representa as relações

comerciais estabelecidas entre um país comprador de petróleo, que paga em dólar, e outro que

vende o petróleo.

POPULAÇÃO - a coleta total de elementos sobre os quais queremos fazer algumas

inferências.

PORTFÓLIO – carteira de investimentos

PRÊMIO PELA LIQUIDEZ - recompensa exigida de títulos com baixa liquidez no

mercado.

PRÊMIO PELO RISCO - excedente de retorno do ativo com risco, igual à diferença

entre o retorno esperado do ativo com risco e o retorno de ativos sem risco.

ρ - coeficiente de correlação.

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RETORNO - variação percentual entre duas cotações em determinado período de

tempo.

RETORNO ESPERADO - média de retornos possíveis, ponderada pelas suas

probabilidades.

RISCO – pode ser medido pelo Desvio-Padrão ou variância das cotações das ações.

RISCO DE MERCADO - risco não diversificável, sistemático, que influencia, de

alguma forma, todos os ativos existentes no mercado.

RISCO DIVERSIFICÁVEL - risco específico, não sistemático, que afeta

especificamente um único ativo ou um pequeno conjunto de ativos.

RISCO NÃO SISTEMÁTICO - risco diversificável.

RISCO SISTEMÁTICO - qualquer risco que afeta um grande número de ativos, cada

um deles grau maior ou menor. Muitas vezes conhecido como risco de mercado ou risco

comum.

VOLATILIDADE - medida da intensidade e frequência das flutuações dos preços de

um ativo financeiro ou dos índices numa bolsa de valores.

WALL STREET - rua de Manhattan que é considerada o coração do atual Distrito

Financeiro da cidade de Nova Iorque, onde se localiza a bolsa de valores de Nova Iorque,

Estados Unidos, uma das mais importantes do mundo.

WALL STREET JOURNAL - diário norte-americano, fundado em 1889, em Nova

York.