osho - coragem e prazer de viver perigosamente

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C O R A G E M O Prazer de Viver Perigosamente Não o chame incerteza, chama-o assombro Não o chame insegurança, chama-o liberdade Não estou aqui para te dar um dogma. Um dogma te dá segurança. Não estou aqui para te fazer uma promessa para o futuro, qualquer promessa para o futuro te dá segurança. Simplesmente estou aqui para que esteja acordado e seja consciente, quer dizer, para que esteja aqui e agora com toda a insegurança que tem a vida, com toda a incerteza que tem a vida, com todo o perigo que tem a vida. Sei que vieste aqui procurando certezas, credos, algum «ismo», algum sitio ao que pertencer, alguém em quem confiar. Vem aqui a conseqüência de seu medo. Está procurando uma espécie de formosa prisão para poder viver sem consciência. Eu gostaria de te dar mais insegurança, mais incerteza, porque a vida é assim, Deus é assim. A única forma de responder quando há mais insegurança e perigo é com consciência. Há duas possibilidades. Ou fecha os olhos e te volta dogmático: católico, hinduista ou muçulmano... então, converte-te em uma avestruz. Isso não troca sua vida, simplesmente te tampa os olhos. Volta-te estúpido, volta-te pouco inteligente. Com sua pouca inteligência se sente seguro; todos os idiotas se sentem seguros. De fato, só os idiotas se sentem seguros. Um homem realmente vivo sempre se sentirá inseguro. Que segurança pode ter? A vida não é um processo mecânico, não pode ser segura. É um mistério imprevisível. Ninguém sabe o que vai passar no momento seguinte. Nem sequer Deus, que supõe que está por aí no Sétimo Céu, nem sequer ele —se é que está por aí—, nem sequer ele sabe o que vai passar!... Porque se soubesse o que vai passar a vida seria falsa, tudo estaria escrito de antemão, e tudo estaria determinado de antemão. Se o futuro não está determinado, como pode saber o que vai ocorrer a seguir? Se Deus soubesse o que ia ocorrer no momento seguinte, a vida só seria um processo mecânico, inerte. Não haveria liberdade, e como pode existir a vida sem liberdade? Não haveria nenhuma possibilidade de crescer, nem de não crescer. Se tudo está destinado de antemão, não haverá glória nem grandeza. Então só serão robôs. Não, não há nada seguro. Este é minha mensagem. Não pode haver nada seguro porque uma vida segura é pior que a morte. Não há nada seguro. A vida está cheia de incertezas, cheia de surpresas, essa é sua beleza! Nunca chega a um ponto no que possa dizer: «Agora, estou seguro.» Quando diz que está seguro está proclamando sua morte; há-te suicidado. A vida continua com mil e uma incertezas. Isso é liberdade. Não o chame insegurança. Posso entender por que a mente chama «insegurança» à liberdade... estiveste alguma vez no cárcere durante uns meses ou uns anos? Se um prisioneiro estiver uns quantos anos no cárcere, quando chega o dia de sua liberdade, começa a sentir-se inseguro sobre o futuro. No cárcere todo estava garantido; tudo era uma rotina sem vida. Serviam-lhe a comida, davam-lhe amparo; não tinha medo de passar fome ao dia seguinte e que não houvesse comida; nada disso, tudo estava garantido. Agora, de repente, depois de tantos anos, quando chega o carcereiro e lhe diz: «Agora será posto em liberdade», começa a tremer. Ao sair dos muros da prisão voltará a ter incertezas; terá que voltar a procurar e rebuscar; terá que voltar a viver em liberdade. A liberdade dá meu—Ido. A gente fala da liberdade, mas tem medo. E um ser humano não será um ser humano enquanto siga tendo medo à liberdade. Dou-lhes liberdade, não

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Osho - Coragem

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  • C O R A G E MO Prazer de Viver Perigosamente

    No o chame incerteza, chama-o assombroNo o chame insegurana, chama-o liberdade

    No estou aqui para te dar um dogma. Um dogma te d segurana. No estou aqui para te fazer uma promessa para o futuro, qualquer promessa para o futuro te d segurana. Simplesmente estou aqui para que esteja acordado e seja consciente, quer dizer, para que esteja aqui e agora com toda a insegurana que tem a vida, com toda a incerteza que tem a vida, com todo o perigo que tem a vida.Sei que vieste aqui procurando certezas, credos, algum ismo, algum sitio ao que pertencer, algum em quem confiar. Vem aqui a conseqncia de seu medo. Est procurando uma espcie de formosa priso para poder viver sem conscincia.Eu gostaria de te dar mais insegurana, mais incerteza, porque a vida assim, Deus assim. A nica forma de responder quando h mais insegurana e perigo com conscincia.H duas possibilidades. Ou fecha os olhos e te volta dogmtico: catlico, hinduista ou muulmano... ento, converte-te em uma avestruz. Isso no troca sua vida, simplesmente te tampa os olhos. Volta-te estpido, volta-te pouco inteligente. Com sua pouca inteligncia se sente seguro; todos os idiotas se sentem seguros. De fato, s os idiotas se sentem seguros. Um homem realmente vivo sempre se sentir inseguro. Que segurana pode ter?A vida no um processo mecnico, no pode ser segura. um mistrio imprevisvel. Ningum sabe o que vai passar no momento seguinte. Nem sequer Deus, que supe que est por a no Stimo Cu, nem sequer ele se que est por a, nem sequer ele sabe o que vai passar!... Porque se soubesse o que vai passar a vida seria falsa, tudo estaria escrito de antemo, e tudo estaria determinado de antemo. Se o futuro no est determinado, como pode saber o que vai ocorrer a seguir? Se Deus soubesse o que ia ocorrer no momento seguinte, a vida s seria um processo mecnico, inerte. No haveria liberdade, e como pode existir a vida sem liberdade? No haveria nenhuma possibilidade de crescer, nem de no crescer. Se tudo est destinado de antemo, no haver glria nem grandeza. Ento s sero robs.No, no h nada seguro. Este minha mensagem. No pode haver nada seguro porque uma vida segura pior que a morte. No h nada seguro. A vida est cheia de incertezas, cheia de surpresas, essa sua beleza! Nunca chega a um ponto no que possa dizer: Agora, estou seguro. Quando diz que est seguro est proclamando sua morte; h-te suicidado.A vida continua com mil e uma incertezas. Isso liberdade. No o chame insegurana.Posso entender por que a mente chama insegurana liberdade... estiveste alguma vez no crcere durante uns meses ou uns anos? Se um prisioneiro estiver uns quantos anos no crcere, quando chega o dia de sua liberdade, comea a sentir-se inseguro sobre o futuro. No crcere todo estava garantido; tudo era uma rotina sem vida. Serviam-lhe a comida, davam-lhe amparo; no tinha medo de passar fome ao dia seguinte e que no houvesse comida; nada disso, tudo estava garantido. Agora, de repente, depois de tantos anos, quando chega o carcereiro e lhe diz: Agora ser posto em liberdade, comea a tremer. Ao sair dos muros da priso voltar a ter incertezas; ter que voltar a procurar e rebuscar; ter que voltar a viver em liberdade.A liberdade d meuIdo. A gente fala da liberdade, mas tem medo. E um ser humano no ser um ser humano enquanto siga tendo medo liberdade. Dou-lhes liberdade, no

  • lhes dou segurana. Dou-lhes compreenso, no lhes dou conhecimento. O conhecimento te dar segurana. Se te der uma frmula, uma frmula determinada: que h um Deus, um Esprito Santo e seu nico filho, Jesus; que h um Cu e um Inferno, que estas aes esto bem e essas esto mau; se cometer um pecado iras ao Inferno, se fizer o que chamo boas aes ir ao Cu e se acabou! ento, estar seguro. Por isso h tantas pessoas que decidiram ser cristos, muulmanos ou jainistas, porque no querem ser livres, querem uma frmula fixa.

    De repente, estava morrendo um homem depois de um acidente de carro. Ningum sabia que era judeu, de modo que chamaram um sacerdote catlico. O sacerdote se reclinou junto ao homem o homem se estava morrendo, eram os ltimos estertores da morte e o sacerdote disse: Crie na Santa Trindade: o Pai, o Filho e o Esprito Santo?O homem abriu os olhos e disse: Estou aqui a ponto de morrer... e ele est jogando s adivinhaes!

    Quando a morte chama a sua porta, todas suas convices no sero mais que absurdas adivinhaes. No aferre a nenhuma convico. A vida incerta, a mesma natureza da vida a incerteza. E a pessoa inteligente sempre est insegura.A prpria disposio de manter-se na incerteza coragem. Esta disposio de estar na incerteza confiana. Uma pessoa inteligente aquela que permanece alerta em qualquer situao, que responde s situaes com todo seu corao. No que saiba o que vai ocorrer; no que saiba, se fizer isto acontecer aquilo. A vida no uma cincia; no uma cadeia de causa e efeito. Quando esquenta gua at os 100 'C, se evapora, isso est garantido. Mas na vida real, no h nada to seguro como isso.Cada indivduo uma liberdade, uma liberdade desconhecida. impossvel prediz-lo, impossvel imaginar-lhe Ter que viver estando acordados e com compreenso.Vem para ver-me em busca de conhecimento, quer frmulas fixas para poder te aferrar a elas. Eu no lhe dou isso. Em realidade, se tiver alguma, voc a Quito! Pouco a pouco, vou destruindo suas convices e, pouco a pouco, vou voltando cada vez mais indeciso; pouco a pouco vou voltando mais inseguro. Isso quo nico ter que fazer. Isto quo nico tem que fazer um professor! te deixar completamente livre. Totalmente livre, com todas as possibilidades abertas, sem nada fixo... ter que estar acordado, no pode fazer nada mais.Isto o que chamo compreenso. Se compreender, a insegurana uma parte intrnseca vida, e est bem que seja assim, porque transforma a vida em liberdade, converte-a em uma surpresa constante. Nunca se sabe o que vai acontecer. Mantm-te permanentemente maravilhado. No o chame incerteza, chama-o assombro. No o chame insegurana, chama-o liberdade.

    No pode ser sincero se no ser corajosoNo pode ser amoroso se no ser corajoso

    No pode confiar se no ser corajosoNo pode investigar a realidade se no ser corajoso

    portanto, a coragem vai primeiroe todo o resto vai depois

  • O que a coragem?

    Em princpio no h muita diferena entre uma pessoa covardee uma corajoso. A nica diferena que o covarde escutaseus medos e se deixa levar por eles, enquanto que apessoa corajoso os aparta e continua seu caminho. A pessoacorajoso entra no desconhecido apesar de todos os medos.

    CORAGEM entrar no desconhecido apesar de todos os medos. A coragem no falta de medo. A falta de medo surge quando cada vez te volta mais corajoso. A falta de medo a experincia absoluta da coragem; a fragrncia da coragem quando esta absoluta. Mas, em princpio, no h tanta diferena entre uma pessoa covarde e uma corajoso. A nica diferena que o covarde disposta ateno a seus medos e se deixa levar por eles, enquanto que a pessoa corajoso os aparta e segue seu caminho. A pessoa corajoso entra no desconhecido apesar de todos seus medos. Conhece o medo, sabe que est a.Quando entra em um mar desconhecido, como fez Colombo, tem medo, um medo terrvel, porque nunca sabe o que pode acontecer. Abandona a borda da segurana. Em certo sentido, estava perfeitamente, mas te faltava uma coisa: a aventura. Emociona-te entrar no desconhecido. O corao comea a pulsar de novo, est vivo de novo, totalmente vivo. Todas as clulas de seu ser esto vivas porque aceitaste o desafio do desconhecido.Aceitar o desafio do desconhecido, apesar de todos os medos, coragem. Os medos esto a mas, se segue aceitando a provocao, pouco a pouco, esses medos iro desaparecendo. A experincia de felicidade que nos produz o desconhecido, o grande xtase que comea a acontecer com o desconhecido, volta-te mais forte, d-te integridade, agudiza sua inteligncia. Pela primeira vez, comea a sentir que a vida no s aborrecimento, a no ser aventura. Depois, pouco a pouco iro desaparecendo os medos e sempre estar procurando alguma aventura.Mas, basicamente, a coragem arriscar o conhecido pelo desconhecido, o familiar pelo no familiar, o cmodo pelo incmodo, uma rdua peregrinao a um destino desconhecido. A gente nunca sabe se ser capaz de consegui-lo ou no. apostar, e s os jogadores sabem o que a vida.

    O Tao DA CORAGEM

    A vida no escuta seus raciocnios; vai por seu prprio caminho sem deter-se. Voc tem que escutar vida, a vida no vai escutar seus raciocnios, no lhe interessam seus disquisiciones.Quando vai pela vida, o que te encontra? aproxima-se uma grande tormenta, e as rvores grandes caem. Deveriam sobreviver, segundo Charles Darwin, porque so os mais aptos, os mais fortes, os mais poderosos. Note em uma velha rvore de oito metros de altura e trezentos anos. A mesma presena da rvore d fora, d sensao de fora e poder. H milhes de razes que se estenderam pela terra, aprofundando para que a rvore esteja de p com todo seu poder. A rvore, obvio, luta, no quer claudicar, no quer render-se... mas cai durante a tormenta, morre, j no est vivo e toda a fora que tinha se foi. A tormenta foi muito, a tormenta sempre muito, porque vem da totalidade e a rvore s individual.Tambm h novelo pequenas e erva corrente; quando chega a tormenta a erva cede, por isso a tormenta no pode lhe fazer danifico. Como muito a limpar bem, nada mais;

  • arrastar toda a terra que se foi acumulando sobre a erva. A tormenta lhe d uma boa ducha, e quando se acaba, as pequenas novelo e as ervas esto de novo danando felizes. A erva quase no tem razes, at um menino a pode arrancar, mas venceu tormenta. O que ocorreu?A erva seguiu o caminho do Tao, o caminho do Lao Tzu, e a rvore seguiu o caminho do Charles Darwin A grande rvore era muito racional: tentou resistir, tentou demonstrar sua fora. Se tenta demonstrar sua fora, ser derrotado. Todos os Hitlers, Napoleones e Alejandros so rvores grandes, fortes. Sero derrotados. Os Lao Tzus so pequenas novelo: ningum as pode derrotar porque sempre esto dispostas a ceder. Como vais derrotar a algum se estiver disposto a ceder, se disser: J me derrotaste, se disser: Senhor, desfrute de sua vitria, no faz falta que se incomode, j me venceu? Inclusive um Alejandro se sentiria intil diante de um Lao Tzu no poderia fazer nada. Isto exatamente o que aconteceu...Na poca do Alejandro havia um sannyasin, um mstico que se chamava Dandamis; nessa poca Alejandro estava na ndia. Quando ia se partir a ndia, os amigos lhe disseram que volta devia lhes trazer um sannyasin, j que essa estranha flor s florescia na ndia. Traz um sannyasin lhe disseram. vais trazer muitas coisas mas no se esquea de trazemos um sannyasin, queremos conhecer o fenmeno do sannyas, o que , o que exatamente um sannyasin.Estava to entregue s guerras e as lutas que esteve a ponto de esquecer-se; mas ao retornar, justo na fronteira da ndia, de repente se lembrou. Quando estava a ponto de abandonar o ltimo povo, pediu a seus soldados que fossem ao povo e perguntassem se havia algum sannyasin pelos arredores. Deu a casualidade de que ali, ao lado do rio, estava Dandamis, e a gente disse: perguntaste no momento oportuno, chegaste no momento oportuno. H muitos sannyasins, mas sempre estranho encontrar um verdadeiro sannyasin, e agora est aqui. Pode receber darshan*, pode lhe visitar.Alejandro riu e disse: No vim aqui para receber darshan, iro meus soldados para lhe buscar. Levarei-me isso a capital de meu pas.No vai ser to fcil disseram os aldeos.Alejandro no podia acredit-lo, que dificuldade podia haver? Tinha conquistado a imperadores e grandes reis, que dificuldade podia ter com um pobre mendigo, um sannyasin? Os soldados foram encontrar se com o tal Dandamis que estava nu na borda DELro. Alejandro Magno te convida a lhe acompanhar a seu pas disseram. Tero todas as comodidades e te proporcionar tudo o que necessite. Ser hspede do rei.O faquir nu riu e disse: lhe digam a seu amo que quem se chama a si mesmo magno no pode ser magno. E ningum me pode levar a nenhum stio... um sannyasin se move como as nuvens, com liberdade absoluta. No sou escravo de ningum.Deve ter ouvido falar do Alejandro Magno, um homem perigoso. Se lhe disser que no, no te far conta, simplesmente te cortar a cabea lhe disseram.O sannyasin disse: melhor que digam a seu professor que venha, possivelmente possa entender o que estou dizendo.Alejandro teve que ir, porque os soldados voltaram e lhe disseram: um homem estranho, luminoso, emana algo do mais frente. Est nu, mas em sua presena no o nota, s te d conta depois. to capitalista que em sua presena se esquece de todo o mundo. magntico, e est rodeado de um enorme silncio; como se os arredores gozassem com sua presena. Vale a pena lhe ver, mas parece que o pobre homem vai ter problemas, porque diz que ningum lhe pode levar a nenhum stio, que no escravo de ningum.

  • Alejandro foi ver lhe com a espada desenvainada. Dandamis riu e disse: Baixa sua espada, aqui no te servir de nada. Volta a embainhar a espada; aqui no te servir de nada porque s pode ferir meu corpo, e faz tempo que o abandonei. Sua espada no me pode ferir, portanto volta a guard-la; no seja infantil.E se diz que esta a primeira vez que Alejandro obedeceu as ordens de algum, porque em presena deste homem no podia recordar quem era. Voltou a guardar a espada em sua vagem e disse:Nunca conheci a um homem to belo. Quando voltou para seu acampamento disse: difcil matar a um homem que est disposto a morrer, no tem sentido faz-lo. Pode matar a algum que resiste, ento, tem algum sentido; mas no pode matar a algum que te est dizendo: Esta minha cabea, corta-me isso Y Dandamis realmente dijo: sta es mi cabeza, crtamela. Cuando caiga, vers cmo rueda por la arena, y yo tambin ver cmo cae en la arena, porque no soy el cuerpo. Soy un testigo.E Dandamis realmente disse: Esta minha cabea, corta-me isso Quando cair, ver como roda pela areia, e eu tambm verei como cai na areia, porque no sou o corpo. Sou uma testemunha.Alejandro teve que comunicar-lhe a seus amigos: Podia ter trazido alguns sannyasins, mas no eram sannyasins. Logo me encontrei com um homem que era realmente estranho; tinham razo no que diziam, uma estranha flor, mas ningum lhe pode obrigar porque no tem medo morte. Se uma pessoa no tiver medo morte, como pode lhe obrigar a fazer algo?Seu medo o que te escraviza, seu medo. Se no ter medo j no um escravo; de fato, seu medo te obriga a escravizar a outros antes de que eles escravizem a ti.A pessoa que no tem medo, no lhe ter medo a ningum e ningum lhe temer que. O medo desaparece completamente.

    O CAMINHO DO CORAO

    A palavra coragem muito interessante. Provm da raiz latina, cor, que quer dizer corao. A palavra coragem provm da raiz cor cor quer dizer corao, portanto, ser corajoso significa viver com corao. Os covardes e s os covardes vivem com a cabea; esto atemorizados, rodeiam-se da segurana da razo. Atemorizados, fecham todas as janelas e as portas e se escondem detrs.O caminho do corao o caminho da coragem. viver na insegurana, viver com amor, com confiana; entrar no desconhecido. renunciar ao passado e permitir o futuro. Coragem entrar por caminhos perigosos. A vida perigosa, e s os, covardes podem evitar o perigo, mas ento, j estaro mortos. A pessoa que est viva, realmente viva, vital, sempre se aventurar ao desconhecido. Ali encontrar perigos, mas se arriscar. O corao sempre est disposto a arriscar-se, ao corao gosta de apostar. A cabea um homem de negcios. A cabea sempre faz clculos, ardilosa. O corao no calculador.A palavra inglesa courage muito bonita, muito interessante. Viver atravs do corao descobrir o significado. O poeta vive atravs do corao e, pouco a pouco, comea a sentir em seu corao os sons do desconhecido. A cabea no pode escut-los, est muito longe do desconhecido. A cabea est cheia do conhecido.O que sua mente? tudo o que conheceste. o passado, o que morreu, o que se foi. A mente no mais que passado acumulado, memria. O corao futuro; o corao esperana, o corao sempre est em algum lugar do futuro. A cabea pensa no passado, o corao sonha com o futuro.

  • O futuro est por vir. O futuro ainda no existe. O futuro ainda tem uma possibilidade, chegar, j est chegando. Em cada momento, o futuro se converte em presente e o presente se converte em passado. O passado no tem nenhuma oportunidade, j foi utilizado. J te afastaste que ele, extinguiu-se, est morto, como uma tumba. O futuro como uma semente; est por vir, sempre est por vir, sempre chega e se encontra com o presente. Sempre est trocando. O presente no mais que uma mudana para o futuro. o passo que j deste; ir para o futuro.

    TODO MUNDO QUER SER AUTNTICO, porque ser autntico d muita alegria e muita felicidade, por que deveramos ser falsos? Tem que ter o valor de aprofundar um pouco mais: por que tem medo? O que te pode fazer o mundo? A gente se pode rir de ti; sentar-lhes bem, a risada sempre uma medicina, saudvel. A gente pode pensar que est louco... mas no te volta louco simplesmente porque eles pensem que est louco.Se sua alegria, suas lgrimas e seu baile so autnticos, antes ou depois haver gente que comear a te entender, possivelmente se somem a sua caravana. Eu mesmo comecei meu caminho sozinho, depois a gente comeou a chegar e se converteu em uma caravana mundial! No convidei a ningum, s tenho feito o que sentia que vinha de meu corao.S respondo ante meu corao e ante ningum mais. Voc s deve responder ante sua pessoa. No v contra ti mesmo, porque faz-lo cometer um suicdio, te destruir. E, o que pode ganhar? Embora a gente te respeite e pensem que uma pessoa muito sria, respeitvel e honrada, isso no vai enriquecer te. Estas coisas no lhe vo proporcionar uma maior compreenso da vida e de sua enorme beleza.Quantos milhes de pessoas viveram sobre a Terra antes que voc? Nem sequer sabe seus nomes; no lhe afeta absolutamente se tiverem vivido ou no. houve Santos e houve pecadores, houve gente muito respeitvel e houve toda classe de excntricos e loucos, mas todos eles desapareceram, no ficou nem rastro deles sobre a Terra.S deveria preocupar-se de cuidar e proteger as qualidades que poder te levar contigo quando a morte aniquile seu corpo e sua mente, porque estas qualidades sero sua nica companhia. So os nicos valores verdadeiros, e s as pessoas que o conseguem esto vivas; o resto finge estar vivo.Uma noite escura a KGB bate na porta do Yussel FinkeIstein. Yussel abre a porta. O homem da KGB ruge: Vive aqui Yussel FinkeIstein?Noresponde Yussel na porta com seu pijama pudo.No? Ento, como te chama?Yussel FinkeIstein.O homem da KGB lhe derruba de um golpe e diz: No acaba de dizer que no vivia aqui?Yussel lhe responde: E a isto chama vida?

    Viver no sempre vida. Note em sua vida. Poderia dizer que uma bno? Poderia dizer que um presente, um obsquio da existncia? Voc gostaria que te tocasse esta vida uma e outra vez?

    NO FAA CASO DAS ESCRITURAS, faz caso a seu corao. Essa a nica escritura que eu recomendo: escuta atentamente, muito conscientemente, e nunca te equivocar. Escutando a seu prprio corao nunca estar dividido. Escutando a seu prprio corao, comear a ir na direo correta, sem ter que pensar no que est bem ou est mau.

  • A nova humanidade ter uma habilidade que consistir no segredo de escutar ao corao conscientemente, vigiando, atentamente. lhe siga aonde quer que te leve. Sim, s vezes te levar a algum perigo, mas recorda que esses perigos so necessrios para que mature. s vezes te confundir, mas essas confuses so parte do crescimento. Cair muitas vezes; volta a te levantar, porque caindo e te levantando como volta a recuperar foras. Assim como algum se equilibra.Mas no obedea as regras que vm impostas do exterior. As regras impostas nunca estaro bem, porque as inventou algum que quer te dominar! Sim, no mundo tambm houve grandes iluminados: um Buda, um Jesus ou um Mahoma. No deram regras para o mundo, deram seu amor. Mas, antes ou depois, seus discpulos se renen e comeam a marcar as normas de conduta. Quando o professor j no est, quando a luz se foi e esto na escurido, comeam a procurar provas determinadas normas que obedecer, porque agora j no est a luz que lhes iluminava. Agora tm que depender das normas.Jesus fez o que lhe sussurrou o corao, mas os cristos no esto fazendo o que lhes sussurra seu corao. So imitadores e, assim que imita, est insultando humanidade, est insultando a seu Deus.No seja um imitador, sei original sempre. No te converta em uma cpia. Isso o que acontece todo mundo, cpias e mais copia.Se for original a vida realmente um baile, e ser original seu destino. Note em quo diferente Krishna da Buda. Se Krishna tivesse imitado a Buda, teramos perdido um dos homens mais formosos desta Terra. Ou se Buda tivesse imitado a Krishna s teria sido uma imitao troca. Imagine a Buda tocando a flauta! Teria insone a todo mundo, no era um flautista. Imagine a Buda danando; ridculo, absurdo.E o mesmo passa com a Krishna Sentado debaixo de uma rvore sem uma flauta sem coroa nem plumas de pavo, sem belos trajes, sentado debaixo de uma rvore com os olhos fechados como se fosse um mendigo, sem gente danando a seu redor, sem baile, sem msica... Krishna pareceria pobre, estaria empobrecido. Um Buda um Buda, um Krishna um Krishna, e voc voc. E voc no , de maneira nenhuma, menos que outros. te respeite, respeita sua voz interior e obedece-a.Tenha em conta que no te estou garantindo que isto te v conduzir sempre ao correto. Muitas vezes conduzir ao equivocado, porque para chegar porta correta ter que chamar primeiro a muitas portas equivocadas. assim. Se te encontrar com a porta correta de repente, no saber reconhecer que era a correta. portanto, recorda que no balano final os esforos nunca sobram; todos os esforos contribuem ao desenvolvimento final de seu crescimento.No seja indeciso, no se preocupe muito de te equivocar. Este um dos problemas: ensinou-se s pessoas a no equivocar-se, e ento se voltam to indecisos, to covardes e temerosos de fazer algo mal, que ficam paralisados. No podem mover-se se por acaso passa algo mau. convertem-se em rochas, perdem a mobilidade.Comete tudo os equvocos que possa, e recorda s uma coisa: no volte a cometer o mesmo engano. Ento, estar crescendo. Parte de sua liberdade consiste em te equivocar, inclusive o ir contra Deus forma parte de sua dignidade. Assim comear a ter uma coluna vertebral; por outro lado, h milhes de pessoas sem coluna vertebral.te esquea de tudo o que lhe ho dito: Isto est bem e isso est mau. A vida no esttica. O que hoje est bem pode estar mau manh, o que est mal neste momento pode estar bem no momento seguinte. A vida no se pode enquadrar, no se pode etiquetar to facilmente: Isto est bem e aquilo est mau. A vida no uma farmcia onde cada garrafa tem sua etiqueta e sabe qual qual. A vida um mistrio: em um momento determinado utiliza uma coisa e est bem, e em outro momento, ter passado tanta gua pelo Ganges, que j no servir e estar mau.

  • Qual minha definio do que est bem? Est bem aquilo que est em harmonia com a existncia, e o que no est em harmonia com a existncia est mau. Ter que estar muito acordado em todo momento, porque tem que decidir espontaneamente. No pode contar com respostas premeditadas para o que est bem e o que est mau. S os estpidos contam com as respostas premeditadas, porque desse modo no precisam ter inteligncia, no lhes faz falta. J sabem o que est bem e o que est mau, podem aprend-la lista de cor; no muito larga.Os Dez Mandamentos que singelo! sabe o que est bem e o que est mau. Mas a vida troca constantemente. Se voltasse Moiss, no acredito que voltasse a lhes dar os mesmos dez mandamentos, no poderia. Como vai dar os mesmos mandamentos trs mil anos mais tarde? Teria que inventar algo novo.Mas esta minha concluso: sempre que h uns mandamentos, a gente se encontra com dificuldades, porque no momento que se divulgam j se ficaram antiquados. A vida vai muito rpido; dinmica, no esttica. No um charco estancado, o Ganges, est fluindo. Nunca o mesmo rio em dois instantes consecutivos. Uma coisa pode estar bem em um momento, e no estar bem no momento seguinte.O que podemos fazer? A nica possibilidade que a gente seja to consciente que possa decidir como responder vida cambiante.Uma histria zen:Havia dois templos rivais. Os dois professores provavelmente s se tratava de supostos professores; em realidade, deviam ser sacerdotes estavam to em contra um do outro que disseram a seus seguidores que no deviam olhar nunca para o outro templo.Cada sacerdote tinha um menino a seu servio para lhe trazer coisas ou fazer os recados. O sacerdote do primeiro templo disse a seu menino servente: No fale nunca com o outro menino. Essa gente perigosa.Mas os meninos so meninos. Um dia se encontraram na estrada, e o menino do primeiro templo lhe perguntou ao outro: Aonde vai?O outro lhe disse: Aonde me leve o vento. Provavelmente, devia ter escutado grandes questione zen no templo; Aonde me leve o vento disse. Uma grande declarao, Tao puro.Mas o primeiro menino estava muito envergonhado e ofendido porque no tinha encontrado nenhuma resposta a isto. Estava triste e zangado, e tambm lhe remoa a conscincia... Meu professor me h dito que no devia falar com essa gente. Essa gente realmente perigosa. Mas que classe de resposta essa? Humilhou-me.Foi a seu professor e lhe disse o que tinha ocorrido: Sinto ter falado com ele. Tinha razo, so estranhos. Que classe de resposta essa? Eu lhe perguntei: Aonde vai? uma pergunta singela, normal e sabia que estava indo ao mercado igual a eu. Mas me respondeu: Aonde me leve o vento.O professor lhe disse: Tinha-te advertido, mas no me fizeste conta. Olhe, amanh te volta a colocar no mesmo stio. Quando chegar ele, pergunta-lhe: Aonde vai?, e ele dir: Aonde me leve o vento.>~ Ento, voc tambm tem que ser um pouco mais filosfico e lhe dizer: E se no ter pernas? porque a alma imaterial e o vento no se pode levar a alma a nenhum stioento, o que far?O menino queria estar absolutamente preparado; passou-se toda a noite repetindo-o. manh seguinte partiu muito em breve para o lugar, colocou-se no mesmo stio, e mesma hora voltou a aparecer o outro menino. Estava muito contente, agora te ia ensinar o que a verdadeira filosofia. Assim que lhe perguntou: Aonde vai? E ficou esperando...Mas o menino disse: Vou ao mercado a comprar verduras.E agora, do que lhe servia a filosofia que tinha aprendido?

  • A vida assim. No pode te preparar, no pode estar preparado. Essa sua beleza, esse o mistrio, que sempre te agarra de surpresa, sempre chega de surpresa. Se tiver olhos, dar-te conta de que cada momento uma surpresa e no se pode aplicar uma resposta premeditada.

    O CAMINHO DA INTELIGNCIA

    A inteligncia vivacidade, espontaneidade. abertura, vulnerabilidade. imparcialidade, valor para atuar sem procurar resultados. E por que digo que valor? valor porque quando atua para obter um resultado, o resultado te protege; o resultado te d confiana, d-te segurana. Conhece-o bem, sabe como consegui-lo, muito eficiente. Atuar sem um resultado atuar inocentemente. No tem nenhuma segurana, pode te equivocar, pode te perder.A pessoa que est lista para sair a explorar o que se chama verdade, tambm tem que estar lista para cometer muitos enganos, equvocos, tem que ser capaz de arriscar. Pode te perder, mas a forma de chegar. Ao te perder muitas vezes, aprende a no te perder. Ao cometer muitos enganos aprende o que um engano, e como no comet-lo. Sabendo o que um engano, vai aproximando mais verdade. uma explorao individual; no pode depender das concluses de outros.

    VOC NASCEU COMO UMA NOMENTE. Permite que isto impregne dentro seu corao todo o possvel, porque deste modo, abrir-se uma porta. Se tiver nascido como noMENTE, significa que a mente produto da sociedade. No natural, cultivada. Lhe foram amontoando isso em cima. No fundo segue sendo livre, pode te sair da. No pode te sair da natureza, mas sempre que o ditas podem te sair do artificial.A existncia precede ao pensamento. De modo que a existncia no um estado mental, um estado ulterior. A maneira de conhecer o fundamental ser, no pensar. Cincia quer dizer pensar, filosofia quer dizer pensar, teologia quer dizer pensar. Religiosidade no quer dizer pensar. A perspectiva religiosa uma perspectiva de nopensamento. mais ntima, aproxima-te mais realidade. Faz que caia tudo o que te obstaculiza, desbloqueia-te; comea a fluir na vida. No pensa que est separado, olhando. No crie que um observador, margem, distante. Encontra-te, mescla-te e te funde com a realidade.Mas h outra forma de saber. No se pode chamar conhecimento. mais parecida com o amor e menos parecida com o conhecimento. to ntima que a palavra conhecimento no suficiente para express-la. mais adequada a palavra amor, mais expressiva.Na histria da conscincia humana, o primeiro que evoluiu foi a magia. A magia era uma combinao de cincia e religio. A magia tinha algo da mente e algo da noMENTE. Da magia surgiu a filosofia. Depois, da filosofia nasceu a cincia. A magia era de uma vez noMENTE e mente. A filosofia s era mente. E depois, a mente mais a experimentao se converteram em cincia. A religiosidade um estado de noMENTE.A religiosidade e a cincia so duas perspectivas da realidade. A cincia aborda a realidade atravs do secundrio; a religiosidade vai diretamente. A cincia tem uma perspectiva indireta; a cincia tem uma perspectiva imediata. A cincia d voltas e voltas; a religiosidade simplesmente penetra o corao da realidade.Algumas costure mais... O pensamento s pode pensar a respeito do conhecido... mascar o que j est mascado. O pensamento nunca pode ser original. Como pode pensar a respeito do desconhecido? Algo que consiga pensar pertencer ao conhecido. S pode

  • pensar porque sabe. O pensamento, como muito, pode criar novas combinaes. Pode imaginar um cavalo que voa, feito de ouro, mas nada disto novo. Sabe que h pssaros que voam, sabe que existe o ouro, sabe que h cavalos; combina as trs coisas juntas. O pensamento, como muito, pode imaginar-se novas combinaes, mas no pode conhecer o desconhecido. Desconhecido-o est mais frente. O pensamento vai em crculos, volta a conhecer o conhecido uma e outra vez. Volta a mascar o mascado. O pensamento nunca original.Encontrar-se com a realidade originalmente, de raiz, encontrar-se com a realidade sem intermedirios encontrar-se com a realidade como se fosse o primeiro homem que existiu liberador. A mesma novidade disto te libera.

    A VERDADE UMA EXPERINCIA, NO UMA CRENA. A verdade nunca se conhece estudando-a; ter que encontrar a verdade, ter que lhe fazer frente. Quem estuda o amor como quem estuda o Himalaya vendo um mapa das montanhas. O mapa no a montanha! Se te obcecar muito com o mapa, no ver a montanha. Se te obcecar muito com o mapa, pode ter a montanha diante de ti, mas seguir sem ser capaz de v-la.E assim. A montanha est diante de ti, mas seus olhos esto cheios de mapas, mapas da montanha, mapas dessa mesma montanha feitos por diversos exploradores. Uns escalaram a montanha pela cara Norte, outros pelo Este. Fizeram distintos mapas: o Corn, a Bblia, o Gita... diferentes mapas da mesma verdade. Mas voc est to cheio de mapas, to arrasado por seu peso que no pode te mover nem um centmetro. No pode ver que a montanha est diante de ti, as cpulas de neve imaculada brilhando como o ouro sob o sol da manh. No tem olhos para v-lo.O olho que tem prejuzos est cego, o corao cheio de concluses est morto. Muitas hipteses a priori e sua inteligncia comear a perder rapidez, beleza, intensidade. turva-se. muito frio, frio, absolutamente indiferente. E a indiferena mata o mistrio.Se realmente quer ter a experincia do misterioso, ter que abrir uma nova porta em seu ser. No estou dizendo que deixe de ser cientfico, s estou dizendo que a cincia pode converter-se em uma atividade perifrica para ti. Quando est no laboratrio sei um cientista, mas quando sair do laboratrio, te esquea da cincia. Escuta os pssaros, e no de uma forma cientfica! Olhe as flores, e no de uma forma cientfica, porque quando olha uma rosa de uma forma cientfica, est olhando outra coisa completamente distinta. No a mesma rosa que experimenta o poeta.A experincia no depende do objeto, a experincia depende do experimentador, da capacidade de experimentao.

    OBSERVANDO UMA FLOR, TE converta NELA; dana a seu redor, canta uma cano. O ar fresco e tonificante, o sol d calor e a flor est em seu melhor momento. A flor est danando com o vento, regozijando-se, cantando uma cano, cantando aleluia. Participa com ela! Abandona a indiferena, a objetividade, o distanciamento. Abandona todas suas atitudes cientficas. Flui um pouco mais, te funda um pouco mais, te mescle um pouco mais. Deixa que a flor lhe fale com seu corao, deixa que a flor se introduza dentro de sua pessoa. Convida-a, um hspede! Ento, poder perceber o mistrio. o primeiro passo para o misterioso e o ltimo passo este: se pode participar um momento, ter a chave, o segredo. Participa de tudo o que est fazendo. Ao andar, no o faa mecanicamente, no fique observando-o, sei isso. Ao danar, no o faa tecnicamente, a tcnica irrelevante. Pode ser tecnicamente.

  • A inteligncia obtusa o que se denomina intelecto. Os assim chamados intelectuais no so realmente inteligentes, s so intelectuais. O intelecto um cadver. Pode decor-lo, pode decor-lo com grandes prolas, diamantes, esmeraldas, mas um cadver segue sendo um cadver.Estar vivo uma questo completamente distinta.

    A CINCIA SER EXATO, ser absolutamente exato sobre os fatos. Se for muito exato sobre os fatos no poder sentir o mistrio, quanto mais exato , mais se evapora o mistrio. O mistrio necessita uma certa vaguedad; o mistrio necessita algo no determinado, sem demarcar. A cincia objetiva; o mistrio no objetivo, existencial.Um fato s uma parte da existncia, uma pequena parte; a cincia trfico das partes porque mais singelo tratar das partes. So mais pequenas, pode as analisar; no lhe superam porque pode as ter nas mos. Pode diseccionarlas, pode as etiquetar, pode estar absolutamente seguro de suas caractersticas, quantidades, possibilidades, mas nesse mesmo processo est matando o mistrio. A cincia o assassinato do mistrio.Se quer experimentar o misterioso ter que entrar por outra porta, desde outra dimenso completamente distinta. A dimenso da mente a dimenso da cincia, e a dimenso da meditao a dimenso do milagroso, o misterioso.A meditao faz que tudo seja indefinido. A meditao te leva ao desconhecido, o inexplorado. A meditao te leva, pouco a pouco, a um tipo de dissoluo onde o observador e o observado se voltam um. Mas isso no possvel para a cincia. O observador deve ser o observador, e o observado deve ser o observado, e tem que haver uma distino clara em cada momento. No deve te esquecer de ti mesmo nem um instante; no deve te interessar, te dissolver, te inundar, ser passional ou amoroso com o propsito de sua investigao. Tem que permanecer imparcial, tem que ser correto e, entretanto, te perder a alegria de faz-lo. te dissolva na dana, te converta na dana, te esquea do bailarino.Quando comea a haver uma unidade to profunda em muitos aspectos de sua vida, quando os que esto a seu redor comeam a ter grandiosas experincias de desaparecimento, de ausncia de ego, de inexistncia... quando a flor est a mas voc no est, quando o arco ris est a mas voc no est... quando as nuvens esto vagando pelo cu no interior e o exterior, e voc no est... quando h um silncio absoluto no que a ti respeita; quando dentro de ti no h ningum, s puro silncio, silncio imaculado, imperturbvel, sem alterar-se pelo raciocnio, o pensamento, a emoo, o sentimento..., este o momento de meditao.A mente desapareceu, e quando desaparece a mente aparece o mistrio.

    O CAMINHO DA CONFIANA

    A confiana a maior inteligncia. por que no confiam as pessoas? Porque no confiam em sua inteligncia. Tm medo, tm medo de ser enganados. Tm medo; por isso duvidam. A dvida surge do medo. A dvida surge de uma espcie de insegurana em sua prpria inteligncia. No est to seguro para confiar e atuar da confiana. A confiana precisa de uma grande inteligncia, coragem, integridade. Para poder entrar, necessita que haja um grande corao. Se no ser muito inteligente, protege-te com a dvida.Se for inteligente est preparado para penetrar no desconhecido, porque sabe que, embora desaparea todo mundo conhecido e esteja no desconhecido, ser capaz de te instalar a. Confia em sua inteligncia. A dvida est em guarda; a inteligncia se

  • mantm aberta porque sabe que acontea o que acontecer, ser capaz de aceitar o desafio, ser capaz de responder de uma forma adequada. A mente medocre no tem essa confiana em si mesmo. O conhecimento medocre.Estar em um estado de nosaber inteligncia, ateno, e no acumulativo. Tudo o que acontece em cada momento, desaparece e no deixa rastro, no deixa um rastro existencial. Volta a te encontrar em estado puro, volta a ser inocente, volta a ser um menino.No tente compreender a vida. Vive-a! No tente compreender o amor. te instale no amor. Ento saber, e esse saber surgir de sua experincia. Esse saber no destruir o mistrio: quanto mais saiba, mais saber que fica muito por saber.A vida no um problema. Se a considerar um problema est dando um passo equivocado. A vida um mistrio que tem que viver, amar, experimentar.Em realidade, a mente que procura explicaes uma mente medrosa. devido a este medo, quer procurar explicaes a tudo. No pode fazer nada se no o explicaram antes. Graas s explicaes, sente que um terreno familiar, conhece a zona, e agora se pode mover com o mapa, a guia e o programa. No est disposta a entrar em um terreno desconhecido, inexplorado, sem ter um mapa, sem ter uma guia. Mas a vida assim, e no pode haver um mapa porque a vida vai trocando. Todos os momentos so agora. No h nada velho sob o sol, e me acredite, tudo novo. H um tremendo dinamismo, um movimento absoluto. S a mudana permanente, quo nico no troca a mudana.O resto sempre troca, por isso no pode ter um mapa; quando conseguir ter o mapa preparado j estar antiquado. Quando estiver disponvel o mapa j ser intil, a vida ter trocado de trajetria. A vida ter comeado a jogar outro jogo. Na vida no lhe pode arrumar isso com um mapa, porque no mensurvel; na vida no pode arrumar lhe consultando isso uma guia, porque as guias s existem quando as coisas esto estancadas. A vida no est estancada, dinmica, um processo. No pode fazer um mapa da vida. No mensurvel, um mistrio incomensurvel. No procure explicaes.E isto o que chamo maturidade mental: quando algum chega a um ponto no que olhe a vida sem fazer perguntas, e se inunda nela com coragem e sem medo.

    O MUNDO EST CHEIO DE PESSOAS PSEUDORELIGIOSAS, Iglesias, templos, gurudwaras*, mesquitas, est cheio de pessoas religiosas. E no te d conta que o mundo absolutamente irreligioso? O mundo irreligioso com tantas pessoas religiosas? Que milagre este? Todo mundo religioso, entretanto, a soma total irreligiosidad. A religio falsa. A gente cultivou a confiana. A confiana se converteu em uma crena e no em uma experincia. Lhes ensinou a acreditar, no lhes ensinou ou seja; nisto se equivocou a humanidade.No cria nunca. Se no poder confiar melhor que duvide, porque atravs da dvida, antes ou depois, poder surgir a possibilidade da confiana. No pode viver eternamente com a dvida. A dvida uma enfermidade; uma doena. Se dvidas nunca estar satisfeito; se dvidas sempre ter medo, se dvidas sempre estar angustiado, dividido e indeciso. Se dvidas estar vivendo um pesadelo. De modo que algum dia comear a tentar sair dela. Por isso digo que melhor ser um ateu antes que ser um testa, um pseudotesta.Ensinaram-lhe a acreditar da infncia, condicionaram a mente de todo o mundo para acreditar: acreditar em Deus, acreditar na alma, acreditar nisto e aquilo. A crena te impregnou at os ossos e o sangue, entretanto, segue sendo uma crena, no soubeste. E, no liberar a menos que saiba. O conhecimento libera, s o conhecimento. Todas as

  • crenas so emprestadas; foram-lhe dadas por outros, no so suas flores. Como possvel que um pouco emprestado te conduza realidade, a realidade absoluta? te esquea de tudo o que tiraste que outros. melhor ser um mendigo que ser rico, no rico a costa de sua economia, a no ser a costa do que roubaste; rico a costa do que lhe emprestaram, rico a costa da tradio, rico a costa da herana. No, melhor ser um mendigo mas estar por sua conta. Essa pobreza tem riqueza em seu interior porque autntica, e a riqueza de sua crena muito pobre. As crenas nunca podem impregnar muito fundo; permanecem a flor de pele. Se arranhar um pouco, aparecer a incredulidade.Crie em Deus; se, de repente, quebra sua empresa, aparecer a incredulidade. Dir: No acredito, no posso acreditar em Deus. Se crie em Deus e morre sua amada, surgir a incredulidade. Crie em Deus e basta que se mora sua amada para destruir sua crena? No tem muito valor. A confiana no se pode destruir nunca, uma vez que est a, no haver nada que a possa destruir. No a pode destruir nada, absolutamente nada.Recorda que h uma grande diferencia entre confiana e crena. A confiana pessoal; a crena social. Tem que desenvolver a confiana; seja o que seja, pode seguir acreditando, e podem te impor crenas. Abandona as crenas. Ter medo, porque quando abandona as crenas, surge a dvida. Cada crena obriga dvida a esconder-se em alguma parte, reprime as dvidas. No se preocupe por isso, deixa que surjam dvidas. Todo mundo tem que acontecer a noite escura antes de que chegue o amanhecer. Todo mundo tem que acontecer a dvida. O caminho largo, a noite escura. Mas, quando chega o dia depois de um comprido viaje e uma noite escura, ento, saber que valeu a pena. A confiana no se pode cultivar, no tente cultiv-la nunca; isto o que toda a humanidade esteve fazendo. A confiana cultivada se converte em crena. Descobre a confiana dentro de ti mesmo, no a cultive. Aprofunda mais em seu ser, v at o centro de seu ser e descobre-a.PARA INVESTIGAR PRECISO QUE HAJA CONFIANA porque vais entrar te no desconhecido. preciso que haja uma enorme confiana e coragem, porque vais afastar te do convencional e o tradicional, vais afastar te da multido. vais inundar te em mar aberto sem saber se existir a outra borda.

    No poderia te mandar a fazer esta investigao sem te preparar para confiar. Parecer contraditrio, mas o que posso fazer? A vida assim. S uma pessoa que tenha uma grande confiana ser capaz de ter grandes duvida, de investigar algo assim.

    Uma pessoa que tem pouca confiana duvidar pouco. A pessoa que no tem confiana s finge que dvida. No pode investigar em profundidade. A profundidade chega com a confiana, e ter que tomar algum risco.antes de te mandar ao mar desconhecido, tenho que te preparar para essa enorme viagem no que tem que ir sozinho, mas posso te acompanhar at o navio. Antes, ter que conhecer a beleza da confiana, o xtase do caminho do corao, para que quando estiver no mar aberto da realidade tenha bastante coragem para continuar. Acontea o que acontecer, ter confiana em ti mesmo.Imagine o como pode confiar em nada ou em ningum se no confiar em ti mesmo? impossvel. Se dvidas de ti, como vais confiar? Voc o que tem que confiar, mas se no confiar em ti, como vais confiar na confiana' absolutamente necessrio que o corao se abra antes de que o Intelecto se transforme em inteligncia. Esta a diferena entre intelecto e inteligncia.A inteligncia o intelecto em harmonia com seu corao.O corao sabe como confiar.

  • O intelecto sabe como procurar e indagar.H um antigo conto oriental:Dois mendigos viviam aos subrbios de um povo. A gente era cego e o outro no tinha pernas. Um dia ardeu o bosque que estava perto do povo onde viviam os dois mendigos. obvio, competiam entre eles tinham a mesma profisso, mendigavam da mesma gente e estavam constantemente zangados o um com o outro. No eram amigos, eram inimigos.Duas pessoas que tm a mesma profisso no podem ser amigas. muito complicado porque uma questo de competncia, de clientes, pode lhe tirar o cliente ao outro. Os mendigos classificam a seus clientes: Recorda que este homem meu; no lhe incomode. Voc no sabe a que mendigo pertence, quem o mendigo que te possui, mas na rua h um mendigo ao que voc pertence. Provavelmente, lutou e ganhou a batalha, e agora voc sua posse...Perto da universidade estava acostumada haver um mendigo; um dia me encontrei isso na rua. Sempre estava a, perto da universidade, porque os jovens som mais generosos; as pessoas mais majores se vo voltando miserveis, medrosas. A morte se aproxima e, aparentemente, o dinheiro o nico que lhes pode ajudar. Se tiverem dinheiro, outros lhes podero ajudar; se no terem dinheiro, nem seus filhos nem suas filhas se preocuparo com eles. Mas os jovens podem esbanjar. So jovens, podem economizar, a vida est a, tm toda a vida por diante.Era um mendigo rico graas aos universitrios... Na ndia, um estudante s chega universidade se pertencer a uma famlia rica, se no, um esforo muito grande. Alguns pobres tambm chegam universidade, mas difcil, duro. Eu tambm pertencia a uma famlia pobre. Pelas noites trabalhava de editor em um peridico, e durante o dia ia universidade. Durante anos, no pude dormir mais de trs ou quatro horas; o fazia quando encontrava um momento com o passar do dia ou de noite.Este mendigo era muito forte. Nenhum outro mendigo podia entrar na rua da universidade, estava proibida inclusive a entrada. Todo mundo sabia a quem pertencia a universidade: a esse mendigo! Um dia, de repente, vi um homem jovem; o velho j no estava ali. O que ocorreu? Onde est o velho? perguntei-lhe. meu sogro me respondeu. Me deu de presente a universidade.A universidade no sabia que tinha trocado seu dono, que tinha um novo dono. O homem jovem disse: Casei-me com sua filha.Na ndia, quando te casa com a filha de algum recebe uma dote. No basta te casando com ela, seu sogro, se for muito rico, tem-te que dar um carro, uma casita. Se no ser to rico te ter que dar, pelo menos, uma moto, e se no, uma bicicleta, mas te tem que dar algo: uma equipe de rdio, um transstor, um televisor... e um pouco de dinheiro. Se for realmente rico, ento te dar a oportunidade de viajar ao estrangeiro, estudar e te converter em uma pessoa mais instruda, um mdico, um engenheiro... ele correr com os gastos.A filha deste mendigo se casou, e a dote que tinha recebido o jovem era toda a universidade. A partir de hoje, esta rua e esta universidade me pertencem disse E meu sogro me h dito os quais so meus clientes.Encontrei-me com o velho na rua e lhe disse: Magnfico! Fez bem em lhe dar uma dote.Sim disse ele. S tinha uma filha e queria fazer algo por meu genro. Dei-lhe o melhor stio para mendigar. Agora estou aqui de novo, tentando arrumar meu monoplio na rua. um trabalho duro porque h muitos mendigos, e so veteranos que j tm seus clientes. Mas no passa nada, conseguirei-o; jogarei a uns quantos mendigos daqui. E o fez.

  • De modo que quando ardeu o bosque, os dois mendigos se pararam a pensar um momento. Eram inimigos, nem sequer se falavam, mas se tratava de uma emergncia. O cego lhe disse ao que no tinha pernas: A nica maneira que temos de escapar, que voc se sente em cima de meus ombros; usa minhas pernas e eu usarei seus olhos. a nica maneira de nos salvar.Entendeu-o imediatamente. No houve nenhum problema. O homem que no tinha pernas no podia' escapar, no podia atravessar o bosque... estava ardendo. podia-se ter deslocado um pouco, mas teria sido intil. Terei que encontrar uma sada rpido. O cego tambm estava seguro de que no poderia sair. No sabia onde estava o fogo, onde estava a estrada, onde se estavam queimando as rvores e onde no. Era cego... perderia-se. Mas os dois eram inteligentes; esqueceram-se de sua inimizade, fizeram-se amigos e salvaram a vida. uma fbula oriental. Trfico de seu intelecto e seu corao. No tem nada que ver com os mendigos, tem que ver contigo. No tem nada que ver com o bosque em chamas, tem que ver contigo... porque voc est em chamas.Voc est te queimando, sofrendo, triste e angustiado em todo momento. S seu intelecto est cego. Tem pernas, pode correr, pode ir rpido, mas como est cego no pode escolher a direo adequada. Indevidamente, tropear-se constantemente, cair, far-se mal e sentir que a vida no tem sentido. Por isso; os intelectuais de todo o mundo dizem: A vida no tem sentido.O motivo pelo que a vida lhes parece um sinsentido que o intelecto cego est tentando ver a luz, mas impossvel.dentro de ti h um corao que v, que sente, mas que no tem pernas; no pode correr. fica a onde est, pulsando, esperando... algum dia o intelecto o entender e ser capaz de usar os olhos do corao.Quando digo a palavra confiana refiro aos olhos do corao.Quando digo a palavra duvida refiro s pernas de seu intelecto.Ambas podem sair juntas do fogo sem nenhum problema. Mas recorda, o intelecto tem que aceitar levar a corao sobre seus ombros. Tem que faz-lo. O corao no tem pernas, s olhos, e o intelecto tem que escutar ao corao e obedecer suas indicaes.Em mos do corao, o intelecto se volta inteligente. uma transformao, uma transformao absoluta de energia. Agora a pessoa no se volta intelectual, simplesmente se volta sbia.A sabedoria nasce do encontro do corao e o intelecto. E quando aprendeste a arte de sincronizar os batimentos do corao de seu corao com o funcionamento de seu intelecto, ter o segredo em suas mos, a chave professora que abre todos os mistrios.

    O CAMINHO DA INOCNCIA

    A questo fundamental no a coragem, a questo fundamental que o conhecido o morto, e o desconhecido o vivo. Agarrar-se ao conhecido como agarrar-se a um cadver. No precisa ter valor para deixar de te agarrar, em realidade, precisa ter valor para seguir agarrado. Note simplesmente... O que te deu o que familiar para ti, o que viveste? At onde chegaste? No segue estando vazio? No sente um grande descontente, uma frustrao profunda e sem sentido? De alguma forma o consegue, segue escondendo a verdade e inventa mentiras para seguir estando comprometido, comprometido.Esta a questo: ver com claridade que tudo o que conhece pertence ao passado, j no existe; est no cemitrio. Quer estar na tumba ou estar vivo? E esta pergunta no surge

  • s hoje, mas sim amanh e depois de amanh seguir aparecendo. Seguir estando at seu ltimo flego.Tudo o que conhece, tudo o que acumula informao, conhecimentos, experincia se termina assim que o investiga. Conduzir palavras vazias, conduzir esse peso morto, oprimir sua vida; uma carga em sua vida que te impede de entrar em um ser vivo, cheio de jbilo, que te espera em cada instante.O homem de compreenso morre ao passado em cada instante e volta a nascer ao futuro. Sua presente sempre est transformando-se, um renascimento, uma ressurreio. No questo de coragem absolutamente, isto o primeiro que ter que entender. questo de claridade, de ter claro o que o que.Em segundo lugar, sempre que realmente se trata de uma questo de coragem, ningum lhe pode dar isso. No algo que lhe possam dar de presente. algo com o que nasce, mas no o deixaste crescer, no deixaste que se assente.

    A INOCNCIA CORAGEM E CLARIDADE, AMBAS AS COISAS. Se for inocente no precisa ter coragem. Tampouco precisa ter claridade, porque no h nada to claro e to transparente como a inocncia. A questo como proteger nossa prpria inocncia.A inocncia no algo que tenha que alcanar. No algo que tenha que aprender. No um talento: pintura, msica, poesia, escultura. No nenhuma destas coisas. mais parecido respirao, algo com o que nasce.A inocncia a natureza de todo o mundo. Todo mundo inocente ao nascer.Como pode nascer e no ser inocente? O nascimento significa que entra no mundo como uma tabula rasa, no h nada escrito. S tem futuro, no tem passado. Esse o significado de inocncia. Primeiro tenta compreender todos os significados de inocncia.O primeiro : no passou, s h futuro.O passado te corrompe porque provoca memrias, experincias, expectativas. As quais, combinadas entre si, voltam-lhe preparado mas no claro. Voltam-lhe ardiloso, mas no inteligente. Podem te ajudar a triunfar no mundo, mas no fundo de seu ser, ser um fracassado. Todo o xito no mundo no se pode comparar com o fracasso que ter que enfrentar finalmente, porque ao final s fica com seu ser interno. perde-se tudo: sua glria, seu poder, seu nome, sua fama... comeam a desaparecer como se fossem sombras.Ao final s fica o que tinha ao princpio. S te pode levar deste mundo o que trouxe.Na ndia, a sabedoria popular diz que o mundo como a sala de espera de uma estao; no sua casa. No te vais ficar na sala de espera para sempre. Nenhuma das coisas que h na sala de espera lhe pertencem: os mveis, os quadros das paredes... Usa-os miras os quadros, sinta-se na cadeira, descansa na cama mas nada te pertence. S fica uns minutos, ou como muito, umas horas, e depois ir.Sim, voltasse-te a levar o que trouxeste para a sala de espera, teu O que trouxeste para o mundo? O mundo sem dvida uma sala de espera. Talvez a espera no seja em segundos, em minutos, em horas, em dias, possivelmente seja em anos; mas que diferena h entre estar esperando sete horas ou setenta anos?Possivelmente, ao cabo de setenta anos, se esquea de que estava em uma sala de espera. Poderia comear a pensar que o dono, que construste essa casa. E por uma placa com seu nome na sala de espera.H pessoas eu o vi, porque viajei muito que escrevem seu nome no lavabo ou na sala de espera. A gente grava seu nome nos mveis da sala de espera. Pode parecer uma tolice, mas como o que faz a gente na vida.

  • H uma histria muito significativa nas antigas escrituras jainistas. Na ndia se acredita que se algum se convertesse no imperador do mundo receberia o nome de chakravartin. A palavra chakra significa roda. Na antiga a ndia havia uma forma de evitar lutas e violncia desnecessrias: uma limusine, uma limusine de ouro muito valiosa, com formosos e fortes cavalos ia de um reino a outro, e se o outro reino no podia lhe impedir o passo, queria dizer que esse reino tinha aceito a superioridade do dono desta limusine. No havia necessidade de lutar.A limusine se movia deste modo, e quando a gente lhe obstrua o passo havia uma guerra. Se no era detida, isto demonstrava a superioridade do rei sem necessidade de que houvesse uma guerra: o rei se convertia em chakravartin, aquele cuja roda deu voltas e voltas sem que ningum a detenha. Este o desejo de todos os reis: converter-se em chakravartin.Evidentemente, ter que ter mais poder que Alejandro Magno. Mandar somente sua limusine... isso requer um enorme poder. Ter a certeza absoluta de que se lhe obstrui o passo limusine haver uma matana macia. Isto significa que j tinham reconhecido ao rei; quando este quer conquistar a algum no h nenhuma forma de impedir-lhe Esto es mucho ms civilizado que lo que hacen pases como la Unin Sovitica y EE.UU. Mandar una bella carroza, pero eso significa que debes estar muy seguro de tu fuerza; y no slo t, sino todos los dems. Slo entonces podr valer un smbolo como ste. De modo que todos los reyes deseaban convertirse en un chakravartin algn da.Mas uma forma simblica, mais civilizado. No necessrio atacar, no necessrio matar, s se envia uma mensagem simblica. A limusine ir para ali com a bandeira do rei, e se o outro rei acredita que no tem sentido resisti-la luta s suporia uma derrota e uma violncia desnecessria, d-lhe a bem-vinda limusine, e em sua cidade lhe lanam flores.Isto muito mais civilizado que o que fazem pases como a Unio Sovitica e EUA Mandar uma bela limusine, mas isso significa que deve estar muito seguro de sua fora; e no s voc, mas tambm todos outros. S ento poder valer um smbolo como este. De modo que todos os reis desejavam converter-se em um chakravartin algum dia.A histria que um homem se converteu em um chakravartin e isto s acontece uma vez cada milhares de anos. Nem sequer Alejandro Magno conquistou o mundo; ficaram muitas zonas por conquistar. E morreu muito jovem, s tinha trinta e trs anos: no era tempo suficiente para conquistar o mundo. E nem sequer se conhecia o mundo inteiro! desconhecia-se a metade do mundo, e nem sequer tinha conseguido conquistar a metade que se conhecia. Este homem, do que lhes vou contar a histria, converteu-se em chakravartin.diz-se que quando morre um chakravartin porque s aparece um chakravartin cada milhares de anos, um ser excepcional ao morrer recebem no Cu com louvores e lhe levam a um stio especial.Na mitologia jainista no Cu h umas montanhas paralelas a Himalaya. O Himalaya s feito de pedras, terra e gelo.

    O paralelo do Himalaya no Cu recebe o nome do Sumeru. Sumeru a montanha suprema; no h nada mais alto que isso, nada melhor que isso. ouro macio; em vez de pedras h diamantes, rubis e esmeraldas.Quando um chakravartin morre conduzido ao monte Sumeru para gravar seu nome nele. uma estranha oportunidade, s acontece uma vez cada milhares de anos. Este homem, obvio, estava enormemente emocionado porque ia escrever seu nome no monte Sumeru. o catlogo supremo de todos quo grandes existiram, e tambm o catlogo dos que sero. Este imperador ia pertencer a uma linhagem de super-homens.

  • O guardio lhe deu os instrumentos para gravar seu nome. Queria levar-se consigo a alguns de seus homens; estes se haviam suicidado porque seu imperador se estava morrendo, e no podiam imaginar viver sem ele. Sua mulher, seu primeiro-ministro, sua comandante em chefe e todas as grandes personalidades que lhe rodeavam se haviam suicidado, por isso foram com ele.O imperador queria que o guardio deixasse entrar em todos para que vissem como gravava seu nome, qual o prazer de ir sozinho e gravar seu nome se no haver ningum que o veja? A verdadeira alegria que o veja todo mundo.O guardio lhe disse: Escuta meu conselho, herdei esta profisso. Meu pai era guardio, seu pai era guardio, fomos os guardies do monte Sumeru h sculos. Escuta meu conselho, no deixe que vo contigo, se no, arrepender-te.O imperador no entendia, mas no podia ir contra seu conselho, que interesse ia ter esse homem em impedir-lhe El guardin dijo: Estoy completamente de acuerdo.O guardio disse: Se quiser que o vejam, vete, grava seu nome e depois vem a busc-los e, se quiser, o ensina. No tenho nenhuma objeo em que lhe leve isso, mas se decide faz-lo depois j no poder trocar de opinio... j estaro contigo. Vete sozinho. Era um conselho muito sensato.O imperador disse: Est bem. Irei sozinho, gravarei meu nome e voltarei a busc-los.O guardio disse: Estou completamente de acordo.O imperador foi e viu o monte Sumeru brilhando baixo milhares de sis porque o cu no pode ser to pobre para ter s um sol h milhares de sis, e uma montanha dourada muito maior que o Himalaya... e o Himalaya tem quase trs mil quilmetros de longitude! No pde abrir os olhos durante uns instantes porque lhe deslumbrava a luz. Depois comeou a procurar um stio, o stio adequado, mas se surpreendeu porque no havia stio, a montanha estava cheia de nomes gravados.No podia acreditar. Pela primeira vez se deu conta do que era. at agora tinha acreditado que era um super-homem dos que s nascem a cada milhares de anos. Mas o tempo existiu da eternidade; inclusive milhares de anos no tm importncia, e houve muitos chakravartins. No havia espao na montanha maior de todo o universo para escrever seu pequeno nome.Retornou, agora compreendeu que o guardio tinha razo quando lhe disse que no levasse a sua mulher, a sua comandante em chefe, a seu primeiro-ministro e outros amigos ntimos. Era melhor que no vissem esta situao. Seguiriam pensando que seu imperador era um ser excepcional.Foi ao guardio e lhe disse: No havia espao.O guardio lhe respondeu: Isso o que te queria dizer. O que tem que fazer apagar alguns nomes e depois escrever o teu. o que se feito sempre, toda minha vida vi faz-lo, meu pai estava acostumado a dizer que se fazia. O pai de meu pai... ningum viu o Sumeru vazio, com espao vazio.Sempre que chega um chakravartin tem que apagar vrios nomes para escrever o seu. De modo que aqui no esto todos os chakravartins. apagaram-se nomes muitas vezes e se tornaram a gravar outros. Faz seu trabalho e se o quer ensinar a seus amigos, pode traz-los.O imperador lhe disse:No, no quero acostumar-lhe e nem sequer quero escrever meu nome. Que sentido tem? Algum dia chegar algum e o apagar.Toda minha vida um sinsentido absoluto. Esta era minha nica esperana: que o monte Sumeru, a montanha dourada do cu, tivesse meu nome. vivi para isto, era meu nico interesse na vida; estava disposto a matar a todo mundo para consegui-lo. Agora qualquer pessoa pode apagar meu nome e escrever o seu. Que sentido tem escrev-lo? No vou fazer o. O guardio riu. por que te ri?disse o imperador.

  • curioso respondeu o guardio, mas quo mesmo tinha ouvido contar a meus avs: ao ver toda a histria os chakravartins se vo escrever nada. No uma novidade, qualquer que tenha um pouco de inteligncia faria o mesmo.O que pode obter neste mundo? O que pode te levar contigo? Seu nome, seu prestgio, sua respeitabilidade? Seu dinheiro, seu poder... o que? Sua erudio? No pode te levar nada. Ter que deix-lo tudo aqui. E nesse momento compreender que tudo o que possua no era teu; a mesma idia de posse errnea. As posses lhe corromperam.Para aumentar suas posses para ter mais dinheiro, mais poder, para conquistar mais terras estava fazendo coisas que nem voc pode dizer que esto bem. Estava mentindo, no foi honrado. Tinha centenas de caras. No foi sincero com outros ou contigo mesmo nem um s instante; no podia s-lo. Tinha que ser falso, mentir, Fingir, porque estas so as coisas que lhe ajudam a triunfar no mundo. A autenticidade no te vai ajudar. A honradez no te vai ajudar. A sinceridade no vai ajudar.Sem posses, sem xito, sem fama, quem ? No sabe. seu nome, sua fama, seu prestgio, seu poder. Mas, alm disso, quem ? Suas posses se converteram em sua identidade. Do-lhe um sentido de identidade falso. Isso o ego.O ego no algo misterioso, um fenmeno muito singelo. No sabe quem , e impossvel viver sem saber quem . Se no saber quem sou, ento o que estou fazendo aqui? Faa o que faa, deixar de ter sentido. O primeiro e primitivo saber quem sou. Depois, talvez possa fazer algo de acordo com minha natureza, que me d satisfao, que me leve a casa.Mas se no saber quem sou e sigo fazendo coisas, como posso chegar aonde deveria ir minha natureza, aonde esta me conduz? estive indo daqui para l mas nunca poderei dizer: cheguei, este o lugar que estava procurando.No sabe quem , precisa substitui-lo com outra identidade falsa. Suas posses lhe do essa falsa identidade.Chega ao mundo como um observador inocente. Todo mundo chega da mesma maneira, com conscincia da mesma qualidade. Mas comea a tratar com o mundo dos adultos. Eles lhe podem dar muitas coisas; voc s tem uma coisa para dar, e sua integridade, seu amor prprio. No tem muitas coisas, s uma, pode cham-lo como quer: inocncia, inteligncia, autenticidade. S tem uma coisa.Naturalmente, ao menino lhe interessa muito tudo o que v. Quer ter isto e aquilo; parte da natureza humana. Se te fixar em um menino pequeno, inclusive em um recm-nascido, ver que suas mos esto procurando s cegas; tentam encontrar algo. comeou sua viagem.Perder-se nesta viagem, porque nesta vida no conseguir nada sem pagar. Mas o pobre menino no sabe que o que est dando to valioso, que se ficasse todo mundo em um lado da balana, e no outro lado sua integridade, esta pesaria mais, teria mais valor. O menino no tem forma se soubesse. Este o problema, porque tem o que tem, mas o d por feito.Lhes vou contar uma histria que o esclarecer:Havia um homem rico, muito rico, que ao final era muito infeliz, o qual resultado natural do xito. No h maior fracasso que o xito. O xito s tem importncia se sua vida for um fracasso. Quando o alcana te d conta de que todo mundo te enganou, toda a gente, a sociedade. Este homem tinha todas as riquezas mas no estava em paz consigo mesmo. Comeou a procurar essa paz.Isto o que est acontecendo na Amrica do Norte. Na Amrica do Norte h mais pessoas que em nenhum outro lugar que procuram a paz mental. Na ndia nunca me encontrei com ningum que procure a paz mental. Primeiro precisa ter paz no estmago, a paz mental est muito longe. A mente est a milhes de quilmetros do estmago.

  • Mas na Amrica do Norte todo mundo busca a paz mental, e quando est procurando, encontra a gente que est lista para lhe dar isso uma lei bsica da economia: onde h demanda h oferta. No importa se necessitar ou no o que est pedindo. E a ningum importa o que lhe vo proporcionar: se se tratar de uma publicidade falsa, uma propaganda, ou se realmente h algo substancial.As pessoas ardilosas e chicoteadas, conhecendo este princpio bsico onde h demanda h oferta deram um novo passo. Agora dizem: No faz falta esperar a que haja demanda, pode-a criar. E este a arte da publicidade: criar a demanda.antes de ler um anncio no tinha essa necessidade, nunca havia sentido essa necessidade. Mas, ao l-lo, de repente sente: meu deus, me estive perdendo isso. Sou to parvo que nem sequer sabia que existia um pouco parecido.antes de comear a manufaturar algo, a produzir algo, inclusive vrios anos antes dois, trs ou quatro anos se comea a anunciar o produto. Ainda no est no mercado, porque antes tem que chegar a demanda do produto mente das pessoas. Quando houver uma necessidade, j estar preparado o fornecimento.Bernard Shaw dizia que quando comeou a escrever e publicou seu primeiro livro no havia demanda, obvio, ningum tinha ouvido falar do George Bernard Shaw. Ento, como pode dizer quero o livro do Bernard Shaw, a pea de teatro? O que estava acostumado a fazer sempre era... publicava o livro, ele mesmo era o editor, punha o dinheiro, e depois ia de uma livraria a outra perguntando:Tm o livro do George Bernard Shaw?Bernard Shaw? perguntavam. Nunca lhe ouvimos mencionar.Que estranho dizia ele Tem uma livraria e alguma vez ouviste falar de um homem to importante? No est ao dia ou o que acontece? O primeiro que deveria fazer conseguir o livro do George Bernard Shaw. S tinha publicado um livro mas anunciava vrios, porque j que estava dando voltas, por que anunciar s um livro? E um livro no converte a um homem em um grande escritor.vestia-se de forma diferente, s vezes levava um chapu, s vezes levava culos. A gente comeou a ir a sua casa. Pela rua, perguntava-lhe s pessoas: ouvistes falar... porque me falaram muito de um livro escrito por um tal George Bernard Shaw. A gente diz que est muito bem, que fantstico. ouvistes algo?No lhe respondiam, no ouvimos falar dele. estranho lhes dizia. Acreditava que em Londres havia cultura. Ia a livrarias e clubes, e a todos os stios onde houvesse possibilidade de criar uma demanda. Vendeu seu livro normalmente se dedicava a isso, e finalmente se converteu em um dos grandes escritores de sua poca. Tinha motivado a demanda.Mas se trunfas no necessita que ningum crie uma necessidade de paz mental. Se trunfas perder a paz mental pelo caminho. Este o curso natural. O xito te tira toda essa paz mental. O xito extrai todo o significativo da vida: a paz, o silncio, a alegria, o amor. Vai tirando tudo. Ao final, suas mos esto cheias de coisas inteis, e se perde tudo o que tinha valor. E de repente, d-te conta de que necessita paz mental.Imediatamente, aparecem quem lhe pode subministrar isso, que no sabem nada da mente e no sabem nada da paz. Tenho lido um livro que se titula Paz mental escrito por um rabino, Joshua Liebman. Tenho lido todo o livro, e este homem no sabe nada da paz nem da mente. Mas um negociante. Fez um bom trabalho sem saber nada da paz ou da mente.Seu livro um dos mais vendidos, porque quem quer encontrar paz mental, cedo ou tarde, encontrar-se com o livro do Joshua Liebman. Est muito bem escrito. um bom escritor, muito claro, extraordinrio; influenciar-te. Mas, depois de ler este livro, sua paz mental seguir estando to longe como antes, ou inclusive mais.

  • De fato, se uma pessoa souber o que a paz e o que a mente, no poderia escrever um livro que se chamasse Paz mental, porque a mente a origem da falta de paz, da inquietao. Quando no h mente h paz. Paz mental... esse produto no existe.Se houver mente, ento no h paz. Se houver paz, ento no h mente. Mas se escrever um livro que se chame Paz da noMENTE... no o vai comprar ningum. estive considerando-o... mas acredito que ningum vai comprar um livro que se chame Paz da noMENTE. No ter sentido para eles, embora seja a autntica realidade.Um menino no se d conta de tudo o que leva consigo. Este homem rico estava na mesma situao. Tinha todas as riquezas do mundo, mas procurava a paz mental. Foi de um sbio a outro e todos lhe deram grandes conselhos, mas os conselhos no servem para nada.De fato, s os parvos do conselhos, e s os parvos escutam os conselhos. As pessoas soube so contrrias a dar conselhos porque evidentemente um homem sbio sabe que o nico que se d grtis no mundo so os conselhos, e ningum os escuta, para que incomodar-se?Um homem sbio primeiro te prepara para que possa escutar seu conselho. No s te d conselho, mas tambm te prepara. Pode custar anos preparar o terreno para semear a semente. que joga sementes em cima das pedras sem preocupar-se das gastar tolo.Todos estes sbios lhe deram conselhos mas no serve de nada. Finalmente, um homem ao que no lhe tinha perguntado e que no era nem muito menos famoso; ao contrrio, acreditavam que era o parvo do povo... um dia lhe parou na estrada e lhe disse: Est perdendo o tempo inutilmente, nenhum deles sbio. Conheo-os perfeitamente mas como sou idiota ningum me crie. Provavelmente, voc tampouco me cria, mas conheo um sbio.Ao verte constantemente to atormentado procurando a paz mental, pensei que seria melhor que te indicasse a pessoa adequada. Alm disto sou idiota, ningum me pede conselho e eu nunca lhe dou conselho a ningum. Mas isto muito, vejo-te to triste e abatido que tive que romper meu silncio. Vete a ver este homem no povo do lado.O homem rico foi imediatamente montado em seu formoso cavalo com uma bolsa cheia de preciosos diamantes. Chegou e viu o homem: os sufies lhe conheciam como Amacio Nasruddin.Perguntou-lhe a Amacie:Pode me ajudar a alcanar a paz mental?Amacie disse: te ajudar? Eu lhe posso dar isso.O homem rico pensou: Que estranho, primeiro o idiota me sugeriu... e como estava to desesperado pensei que no haveria nenhum perigo, por isso vim. Mas este parece ainda mais idiota, est dizendo: Eu lhe posso dar isso.O homem rico disse: Voc me pode dar isso? estive com todo tipo de sbios, todos me deram conselhos: faz isto, faz o outro, tenha disciplina, exerce a caridade, ajuda aos pobres, constri hospitais, isto e aquilo. Dizem todas estas coisas, e alm as tenho feito, mas no serve de nada. Em realidade, tenho mais problemas. E voc diz que me pode dar paz mental?Amacie respondeu: muito singelo. Baixa lhe do cavalo. O homem rico se desceu do cavalo. Estava sujeitando sua bolsa quando Amaciar lhe perguntou: O que leva na bolsa apertado contra o corao?So preciosos diamantes disse ele, mas se me d paz lhe darei isso. antes de que se desse conta do que estava acontecendo, Amacie agarrou a bolsa e saiu correndo!O homem rico se sobressaltou durante um momento; nem sequer sabia o que fazer. Depois ficou a lhe perseguir. Mas se tratava do povo de Amacie, ele conhecia todas as

  • ruas e os atalhos, e alm disso estava correndo. O homem rico no tinha deslocado em toda sua vida e estava gordo... Gritava e soprava, e lhe caam as lgrimas pelas bochechas. Enganaram-me totalmente! Este homem me tirou o trabalho de toda minha vida, tudas minhas economias; o levou tudo disse.Comeou a lhe seguir uma multido, e todos se estavam rendo. So todos idiotas? Este povo est cheio de idiotas? disse. Estou completamente arruinado, e em vez de apanhar ao ladro, esto lhes rendamos.No um ladro, um homem muito sbio disseram.O homem rico disse: O idiota do povo quem me colocou nesta confuso! Mas, correndo e suando, perseguiu a Amacie. Amacie chegou rvore sob o que ainda estava o cavalo. sentou-se sob a rvore com a bolsa, e o homem rico chegou gritando e chorando. Amacie disse: Toma a bolsa. O homem rico a apertou contra o corao. O que sente? disse-lhe Amacie. Tem paz mental?O homem rico disse: Sim, sinto muita paz. um homem estranho, e usa mtodos estranhos.No so mtodos estranhos disse Amacie, matemtica pura. Comea a dar por sentado tudo o que tem. S necessita que lhe dem uma oportunidade de perd-lo para que te d conta imediatamente do que perdeste. No ganhaste nada novo; a mesma bolsa que tinha antes sem paz mental. Agora tem a mesma bolsa junto a seu corao e todo mundo pode ver quo tranqilo est, um sbio perfeito! Vete a casa, e no se preocupe da gente.Este o problema do menino, porque chega cheio de inocncia e est disposto a comprar algo em troca de sua inocncia. Est disposto a comprar qualquer porcaria em troca de sua coragem. Est disposto a comprar brinquedos e alm de brinquedos, que mais h? e a perder sua claridade. S o entender quando tiver em seu poder todos esses brinquedos mas no lhe faam feliz, no seja um lucro, no lhe satisfaa. Ento, dar-se conta do que perdeu; perdeu-se a si mesmo.Em um mundo melhor, as famlias aprendero dos meninos. Tm muita pressa por lhes ensinar. Aparentemente, ningum aprende nada deles, mas lhes podem ensinar muitas coisas. E vs no tm nada que lhes ensinar.Como mais velho e tem mais poder, comea-os a converter em algo exatamente igual a voc, sem te parar a pensar no que , o que alcanaste, qual seu status no mundo interior. um mendigo, isso o que quer para seu filho?Mas ningum pensa; se no, a gente aprenderia dos meninos. Os meninos contribuem com muitas costure do outro mundo porque esto recm chegados. Ainda levam consigo o silncio do tero, o silncio da existncia em si.

    RECORDA SEMPRE, CONFIA NO DESCONHECIDO. Conhecido-o a mente. Desconhecido-o no pode ser a mente. Ser outra coisa mas no a mente. O nico seguro que a mente uma acumulao do conhecido. Por exemplo, se chegar a uma bifurcao no caminho e a mente diz, vamos por aqui, soa-me familiar, isso a mente. Se escutas a seu ser, querer ir ao que no familiar, ao desconhecido. O ser sempre um aventureiro. A mente muito ortodoxa, muito conservadora. Quer andar pelo caminho, pelo caminho trilhado uma e outra vez, o caminho de menor resistncia.Escuta sempre ao desconhecido. E rene valor para entrar no desconhecido. necessrio ser muito corajoso para desenvolver seu destino, no ter que ter medo. As pessoas que esto cheias de medo no podem ir alm do conhecido. Conhecido-o d uma espcie de comodidade, segurana, confiana, porque o conhece. Est perfeitamente informado, sabe como abord-lo. Pode estar quase dormido e seguir fazendo-o, no precisa estar acordado; a vantagem que tem o conhecido.

  • Assim que atravessa a fronteira do conhecido surge o medo, porque agora estar na ignorncia, no saber o que deve fazer e que no. No estar seguro de ti mesmo, poder te equivocar; poder te perder, Este medo o que mantm s pessoas maniatada, e uma pessoa que est impossibilitada para o novo est morta.S se pode viver a vida perigosamente, no h outra forma de viv-la. A vida s alcana a maturidade e o crescimento atravs do perigo. Tem que ser um aventureiro, sempre disposto a arriscar o conhecido pelo desconhecido. E assim que tenha provado a alegria que produz a liberdade e a ausncia de medo, nunca te arrepender, porque saber o que significa viver ao mximo. Saber o que significa queimar a tocha de sua vida pelos dois extremos. Um s instante dessa intensidade mais lhe gratifiquem que toda uma eternidade de vida medocre.

    Quando o novo chama a sua porta... abre-a!O novo no familiar Poderia ser um amigo ou um inimigo,quem sabe? E no h nenhuma forma se soubesse!A nica forma de sab-lo permiti-lo,por isso surge o temor, o medo.

    O NOVO no vem de ti, vem do mais frente. No forma parte de ti. Est arriscando todo seu passado. H uma discontinuidad entre o novo e voc, por isso tem medo. viveste que uma maneira, pensaste que uma maneira, criaste uma vida cmoda ao redor de suas crenas. Ento chama algo novo a sua porta. Agora o patro de seu passado se ver perturbado. Se permitir que entre o novo nunca voltar a ser o mesmo, o novo te transformar. arriscado. No sabe at onde pode chegar com o novo. O velho conhecido, familiar; viveste com isso a muito tempo tempo, est familiarizado com isso. O novo no te resulta familiar. Pode ser um amigo ou um inimigo, quem sabe? E no h forma se soubesse! A nica forma de sab-lo permiti-lo, por isso surge o temor, o medo.Tampouco pode seguir rechaando-o, porque o velho segue sem te dar o que buscas. O velho te promete, mas no cumpre sua promessa. O velho conhecido mas miservel. O novo pode ser incmodo mas ao menos h uma possibilidade, pode-te proporcionar felicidade. De modo que no pode recha-lo mas tampouco pode aceit-lo; por isso vacila, tem medo e surge uma grande ansiedade em seu ser. natural no passa nada estranho. Sempre foi assim e sempre ser assim.Tenta compreender a chegada do novo. Todo mundo quer voltar a ser novo, porque ningum est satisfeito com o velho. Ningum pode est-lo, porque seja o que seja, j o conhece. Assim que o conhece se volta repetitivo; assim que o conhece se volta aborrecido, montono. Quer te liberar disso. Quer explorar, quer ter aventuras. Quer voltar a ser novo, mas, entretanto, quando o novo chama a sua porta acovarda, encolhe-te, esconde-te no velho. Este o dilema.Como volta a ser novo? Todo mundo quer ser novo. Precisa ter coragem, e no uma coragem ordinria; precisa ter uma coragem extraordinria. O mundo est cheio de covardes, por isso deixou que crescer a gente. Como vais crescer se for um covarde? Quando tem uma oportunidade te acovarda, fecha os olhos. Como vais crescer? Como vais ser? S finge ser.J que no pode crescer tem que encontrar crescimentos substitutos. No pode crescer mas sua conta no banco sim, um substituto. No faz falta ter coragem, ajusta-se perfeitamente a sua covardia. Sua conta de banco segue crescendo e crie que est crescendo voc. Volta-te mais respeitvel. Seu nome e sua fama seguem crescendo e

  • pensa que est crescendo? S te est enganando. Voc no seu nome, voc no sua fama. Sua conta de banco no seu ser. Mas se pensar no ser comea a tremer, porque para crescer tem que renunciar covardia.Como voltamos a ser novos? No nos renovamos espontaneamente. A novidade vem do mais frente, quer dizer, de Deus. A novidade vem da existncia. A mente sempre velha. A mente nunca nova, uma acumulao do passado. A novidade vem do mais frente, um presente de Deus. Vem do mais frente e do mais frente.Desconhecido-o e o incognoscible, o mais frente, tm acesso a ti. Tm acesso a ti porque no est selado nem separado; no uma ilha. Pode que te tenha esquecido do mais frente, mas o mais frente no se esqueceu de ti. O menino pode esquecer-se da me, mas a me no se esquece do menino. A parte pode comear a pensar: Estou separada, mas a totalidade sabe que no est separado. A totalidade tem acesso a ti. Ainda est em contato contigo. Por isso, embora voc no lhe d a bem-vinda, o novo segue chegando. Chega de milhares de maneiras. Se tiver olhos para ver, dar-te conta que est chegando constantemente.

    A existncia te est enchendo de presentes, mas est ancorado a seu passado. Est em uma espcie de tumba. Tornaste-te insensvel. Por culpa de sua covardia perdeste a sensibilidade. Ser sensvel quer dizer que sente o novo, a emoo do novo; nascer em ti uma paixo pelo novo e pela aventura, comear a entrar no desconhecido, sem saber aonde vai.A mente acredita que isto uma loucura. A mente acredita que no racional abandonar o velho. Mas Deus sempre o novo. Por isso, quando falas de Deus, no se pode usar o passado ou o presente. No se pode dizer: Deus era, nem se pode dizer: Deus ser. S se pode usar o presente: Deus . Sempre novo, sempre virgem. E tem acesso a ti.Recorda, todo o novo que aparece em sua vida uma mensagem de Deus. Se o aceita religioso. Se o rechaa irreligioso. Para aceitar o novo, para que o novo possa entrar, o homem precisa relaxar-se um pouco, abrir-se um pouco mais. Abre acontecer com Deus para que entre em ti.Este o significado de orao ou meditao... abre-te, diz-lhe sim, diz-lhe: Entra. Diz: estive esperando a muito tempo tempo e estou agradecido que tenha vindo. Recebe sempre o novo com uma grande alegria. Embora s vezes te produza algum inconveniente, segue valendo a pena. Embora s vezes te meta em um fossa, segue valendo a pena, porque s se aprende atravs dos enganos, e s se cresce atravs das dificuldades. O novo suporta dificuldades. Por isso escolhe o velho, porque no tem dificuldades. uma consolao, um refgio.S o novo, aceito profunda e totalmente, pode te transformar. No pode introduzir o novo a sua vida; o novo chega. Pode aceit-lo ou recha-lo. Se o rechaa ser como uma pedra, fechada e morta. Se o aceitar te converte em uma flor, comea a te abrir... e nesse abrir-se h celebrao.S te pode transformar a chegada do novo, no pode te transformar de nenhuma outra maneira. E tenha em conta que no tem nada que ver contigo nem com seus esforos. Mas no fazer nada no deixar de atuar, a no ser atuar sem vontade, direo nem impulso de seu passado. A busca do novo no pode ser uma busca corrente, posto que novo, como pode busc-lo? No o conhece, nunca o viu. Procurar o novo uma explorao aberta. No sabe. Ter que comear de um estado de no saber, mover-se com a inocncia de um menino, emocionado pelas possibilidades... e as possibilidades so infinitas.

  • No pode fazer nada para criar o novo, porque tudo o que faa procede do velho, do passado. Mas isso no quer dizer que tenha que deixar de atuar. atuar sem vontade, sem direo nem impulso de seu passado. Atuar sem vontade, sem direo nem impulso de seu passado atuar meditativamente. Atua espontaneamente. Deixa que o dita o momento.No imponha sua deciso, porque a deciso procede do passado e destruir o novo. Atua espontaneamente, como um menino. te abandone absolutamente ao momento, e ver que cada dia se abrem novas coisas, nova luz, novas percepes. E essas percepes iro trocando. De repente, um dia te dar conta de que novo em cada momento. J no arrasta o velho, j no te envolve como se fosse uma nuvem. como uma gota de rocio, jovem e fresca.Este o verdadeiro sentido de ressurreio. Se o entender te liberar da memria, quer dizer, da memria psicolgica. A memria uma coisa morta. A memria no a verdade nem pode s-lo, porque a verdade sempre est viva, a verdade vida; a memria a persistncia do que j no existe. viver em um mundo de fantasmas, mas nos contm, nossa priso. De fato, somos ns. A memria origina o problema, esse conjunto que recebe o nome de Eu, o ego. Naturalmente, essa falsa entidade chamada Eu est constantemente atemorizada com a morte. Por isso tem medo ao novo.Esse eu tem medo, mas voc no. O ser no tem medo, mas o ego tem medo porque tem muito medo a morrer. artificial, arbitrrio, foi construdo. Pode desbaratar-se em qualquer momento. Quando entra o novo, surge o medo. O ego tem medo, pode desbaratar-se. conseguiu manter-se unido em uma s pea, e agora chega algo novo... que pode faz-lo pedacinhos. Por isso no aceita o novo com alegria. O ego no pode aceitar com alegria sua prpria morte, como vai aceitar com alegria sua morte?At que no compreenda que no o eco, no ser capaz de receber o novo. Quando te der conta de que o ego s sua memria do passado e nada mais, que voc no sua memria, que a memria como um biocomputador, uma mquina, um aparelho, funcional mas voc est por cima... Voc conscincia e no memria. A memria est contida na conscincia, mas voc a conscincia mesma.Por exemplo, v algum andar pela estrada. Recorda a cara mas no recorda seu nome. Se fosse a memria deveria te lembrar tambm do nome. Mas diz: Reconheo essa cara mas no recordo o nome. Ento, comea a procurar em sua memria, entra em sua memria, olha por este lado e por aquele outro e, de repente, aparece o nome e diz: Sim, esse o nome. A memria seu registro. Voc o que olhe no registro, no a memria mesma.Quando est muito tenso tentando recordar algo, com freqncia se volta difcil, porque a mesma tenso e esforo de seu ser no lhe permite memria te dar a informao. Esfora-te por recordar o nome de algum mas no te sai, embora diga que o tem na ponta da lngua. Sabe que sabe, mas segue sem recordar o nome.Isto estranho. Se voc for a memria, quem te est impedindo de record-lo e como que no te sai? E quem o que diz: Sei, mas no me sai? quanto mais o tenta recordar mais difcil se volta. Depois, farto de tudo, vai ao jardim a dar um passeio e, de repente, olhando uma roseira, aparece, recorda-o.Voc no sua memria. Voc conscincia, a memria o contedo. Mas a memria a energia vital do ego. A memria, obvio, velha e tem medo do novo. O novo poderia desestabiliz-la, poderia no assimil-lo. O novo poderia causar problemas. Ter que trocar e voltar a te adaptar. Ter que te reajustar. Isso complicado.Para ser novo necessita desidentificarte do ego. Quando te h desidentificado do ego j no te importa se estiver vivo ou morto. De fato, tanto se estiver vivo como se est morto, sabe que j est morto. Segue sendo um mecanismo. Utiliza-o mas que no te

  • utilize. O ego tem medo morte porque inconsistente, por isso surge o temor. No surge do ser; no pode surgir do ser, porque o ser vida, como pode a vida ter medo morte? A vida no sabe nada da morte. Surge do arbitrrio, do artificial, surge do que se fabricou de algum modo, do falso, do fingido. E, entretanto, esse deixar-se ir, essa morte, o que faz estar vivo ao homem. Morrer ao ego nascer ao ser.O novo um mensageiro de Deus, uma nova mensagem de Deus. um Evangelho! Escuta o novo, te adapte ao novo. Sei que tem medo. Apesar de seu medo, te deixe levar pelo novo, sua vida se enriquecer e um dia ser capaz de difundir seu esplendor aprisionado.

    PERDEMO-NOS MUITAS COISAS na vida porque no somos corajosos. Em realidade, no precisa fazer nenhum esforo para as alcanar s ser corajoso e as coisas lhe comeam a chegar em lugar de ter que ir as buscar... pelo menos, no mundo interior assim.Para mim, o mais corajoso ser ditoso. Ser infeliz muito covarde. De fato, no necessita nada para ser infeliz. At um covarde pode faz-lo, at um idiota pode faz-lo. Todo mundo capaz de ser infeliz, mas para ser ditoso se precisa ter muita coragem, uma rdua tarefa.Normalmente, no pensamos assim, mas sim pensamos: O que faz falta para ser feliz? Todo mundo quer ser feliz. Isso mentira. Digam o que digam, muito estranho que uma pessoa queira ser feliz. muito estranho que uma pessoa esteja preparada para ser feliz, a gente investe muito em sua infelicidade. adoram ser infelizes... de fato, so felizes sendo infelizes.Tm que entender muitas coisas, se no, muito difcil sair-se DELsurco da misria. O primeiro: ningum te est mantendo a; voc o que decidiu permanecer nessa priso de misria. Ningum est retendo a ningum. Quem est preparado para sair-se da, poder-o fazer neste momento. Ningum responsvel. Voc o responsvel por ser infeliz, mas uma infeliz nunca aceitar sua responsabilidade, e essa a maneira de seguir sendo infeliz. Diz: Algum me est fazendo infeliz. Se algum te est fazendo infeliz, naturalmente, o que pode fazer? Se te fizer infeliz a ti mesmo, pode fazer algo... pode fazer algo imediatamente. Est em suas mos o ser infeliz ou no. Por isso, a gente segue lhe jogando a responsabilidade a outro, s vezes mulher, s vezes ao marido, s vezes famlia, s vezes ao condicionamento, infncia, me, ao pai... s vezes sociedade, histria, ao destino, a Deus, mas a jogam a algum. Trocam os nomes mas o truque o mesmo.Um homem realmente se volta um homem quando aceita toda a responsabilidade, quando se faz responsvel pelo que . Este a principal coragem, a maior coragem. muito difcil