os trabalhos em entre-os-rios · 2020. 4. 22. · ofun didade de 12 metr os. só no dia 11 após...

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D ESDE AS PRIMEIRAS HORAs da manhã do dia seguinte à queda da Ponte Hintze Ribeiro, que se iniciaram no Instituto Hidrográfi- co (IHPT) os preparativos por forma a garantir-se a colocação de uma equipa multidisciplinar, e respectivo equipamento, no local da tragédia no mais curto espaço de tempo. É fácil imaginar as di- ficuldades que foi necessário vencer para reunir elementos envolvi- dos em outras missões, viaturas e cerca de duas toneladas de equi- pamento diverso. Assim que foi dada a ordem por parte do Almirante Chefe do Es- tado-Maior da Armada, uma equipa de sonar lateral deslocou-se de imediato para Entre-os-Rios, num helicóptero da Força Aérea. En- quanto esta primeira equipa analisava as condições no cenário de operação e procedia à montagem de equipamentos numa embarca- ção local, seguia por terra uma segunda equipa encarregue do po- sicionamento e da sondagem hidrográfica com sistema de feixe sim- ples. Cerca das 18 horas do mesmo dia, todo o equipamento estava operacional e pronto para se iniciarem as buscas, mas os troncos de árvores transportados pelo rio representavam um elevado risco pa- ra a embarcação numa operação nocturna, o que adiou o início dos trabalhos para o dia seguinte. A forte corrente que se fazia sentir, a grande quantidade de ma- téria em suspensão, os detritos transportados, as zonas de mistura de águas e os remoinhos, tornaram praticamente impossível a obtenção de registos com o sonar lateral. Não foi possível, com aquelas con- dições ambientais, a obtenção de um registo com um mínimo de qua- lidade que permitisse uma análise dos contactos de sonar, destacan- do-se um, obtido às 15H20 do dia 6, com cerca de 12 m, de forma indefinida, a 150 me- tros da ponte. Entretanto, nesse mesmo dia, seguia por terra outra equipa com um magnetómetro e um veículo submarino de controlo remoto (ROV), HIDROMAR N.º 61 1 Boletim Informativo do INSTITUTO HIDROGRÁFICO N.º 61, 2.ª Série, Março 2001 18 Crónica de arrojada construção 10 Gente cá da casa 11 Avaliação do IH como Laboratório de Estado Reunião do WGMS do ICES Visitas ao IH 12 Aniversário do Hidromar Álbum de Recordações 12 Os trabalhos em Entre-os-Rios (continuação) 13 Reunião Internacional da OHI para a Cooperação Técnica com os Países da África Ocidental e Central 14 Agrupamento de Navios Hidrográficos (missões) 15 Agrupamento de Navios Hidrográficos (Activ. Técnicas) 16 Actividades Técnicas do IH 17 O IH na Nauticampo EURONODIM OS TRABALHOS EM ENTRE-OS-RIOS OS TRABALHOS EM ENTRE-OS-RIOS Pormenor da montagem do transdutor na embarcação “Fuinha” Pormenor do transdutor do Multifeixe Estação de trabalho do Multifeixe Estação de referência para o GPS Diferencial >>>>>

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Page 1: OS TRABALHOS EM ENTRE-OS-RIOS · 2020. 4. 22. · ofun didade de 12 metr os. Só no dia 11 após concentração de esforços com todas as bar ragens de ambos os rios, incluindo as

DESDE AS PRIMEIRAS HORAs da manhã do dia seguinte à queda daPonte Hintze Ribeiro, que se iniciaram no Instituto Hidrográfi-co (IHPT) os preparativos por forma a garantir-se a colocação

de uma equipa multidisciplinar, e respectivo equipamento, no localda tragédia no mais curto espaço de tempo. É fácil imaginar as di-ficuldades que foi necessário vencer para reunir elementos envolvi-

dos em outras missões, viaturas e cerca de duas toneladas de equi-pamento diverso.

Assim que foi dada a ordem por parte do Almirante Chefe do Es-tado-Maior da Armada, uma equipa de sonar lateral deslocou-se deimediato para Entre-os-Rios, num helicóptero da Força Aérea. En-quanto esta primeira equipa analisava as condições no cenário deoperação e procedia à montagem de equipamentos numa embarca-ção local, seguia por terra uma segunda equipa encarregue do po-sicionamento e da sondagem hidrográfica com sistema de feixe sim-ples. Cerca das 18 horas do mesmo dia, todo o equipamento estavaoperacional e pronto para se iniciarem as buscas, mas os troncos deárvores transportados pelo rio representavam um elevado risco pa-ra a embarcação numa operação nocturna, o que adiou o início dostrabalhos para o dia seguinte.

A forte corrente que se fazia sentir, a grande quantidade de ma-téria em suspensão, os detritos transportados, as zonas de mistura deáguas e os remoinhos, tornaram praticamente impossível a obtençãode registos com o sonar lateral. Não foi possível, com aquelas con-dições ambientais, a obtenção de um registo com um mínimo de qua-lidade que permitisse uma análise dos contactos de sonar, destacan-do-se um, obtido às 15H20 do dia 6, com cerca de 12 m, de forma

indefinida, a 150 me-tros da ponte.

Entretanto, nessemesmo dia, seguia porterra outra equipa comum magnetómetro e umveículo submarino decontrolo remoto (ROV),

HIDROMAR N.º 61 1

Boletim Informativo do INSTITUTO HIDROGRÁFICO

N.º 61, 2.ª Série, Março 2001

18 • Crónica de arrojada construção

10 • Gente cá da casa

11 • Avaliação do IH como Laboratório de Estado• Reunião do WGMS do ICES• Visitas ao IH

12 • Aniversário do Hidromar • Álbum de Recordações

12 • Os trabalhos em Entre-os-Rios (continuação)

13 • Reunião Internacional da OHI para a Cooperação Técnica com osPaíses da África Ocidental e Central

14 • Agrupamento de Navios Hidrográficos (missões)

15 • Agrupamento de Navios Hidrográficos (Activ. Técnicas)

16 • Actividades Técnicas do IH

17 • O IH na Nauticampo• EURONODIM

OS TRABALHOS EM ENTRE-OS-RIOSOS TRABALHOS EM ENTRE-OS-RIOS

Pormenor da montagemdo transdutorna embarcação “Fuinha”

Pormenor do transdutordo Multifeixe

Estação de trabalhodo Multifeixe

Estação de referênciapara o GPS Diferencial

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2 HIDROMAR N.º 61

Rua das Trinas, 49 – 1249-093 LISBOA • PORTUGALTelef.: +351–21 391 4000

Telefax: +351–21 391 4199E-mail: [email protected]

Website: www.hidrografico.pt

TÍTULO HIDROMAR – Boletim Informativo do Instituto HidrográficoNÚMERO 61, 2.ª Série – Março de 2001

PERIODICIDADE MensalPAGINAÇÃO E

IMPRESSÃO Serviço de Artes Gráficas do Instituto HidrográficoTIRAGEM 1000 exemplares. Distribuição gratuita

DIRECÇÃO Direcção dos Serviços de Documentação

COLABORARAM Os Técnicos do IH em Entre-os-Rios, 1TEN Reino Baptista, 1TEN Bessa Pacheco, 1TEN Pedro dos Santos, 1TEN Vasco Prates, Carla Palma, Rosário Pinheiro, José Aguiar, Carlos Dias, Paulo Resende (paginação)

DEPÓSITO LEGAL 98579/96ISSN 0873-3856

Boletim Informativo do INSTITUTO HIDROGRÁFICO

MARINHAMINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL

este último na esperança que a melhoria das condições permitisse asua operação.

Foi equacionada a utilização do sistema de sondagem por multi-feixe, mas tornava-se inviável a colocação do multifeixe do IHPT, demontagem fixa, na área de operação em tempo útil, pelo que se pro-cedeu ao aluguer de um sistema similar, mas que pudesse ser monta-do em qualquer embarcação. Deslocou-se de imediato para o localuma equipa do IHPT especializada na operação deste tipo de sistema.

Nos dias subsequentes realizaram-se cerca de cinquenta fiadasde sonar lateral num troço de 2 km, onde normalmente seriam ne-cessárias apenas duas ou três, mas o rio teimava em não permitir aobtenção de um registo minimamente aceitável.

Ao fim da tarde do dia 8 chegou de Abesdeen, Escócia, o siste-ma de multifeixe, oqual foi montadoem tempo recorde eque se juntou àsbuscas logo no diaseguinte. A opera-ção do sistema es-teve a cargo dosespecialistas doIHPT, de um norue-guês e de um outro,escocês, da Kongs-berg-Simrad, comquem o IHPT traba-lha habitualmente.Foi ainda utilizadoum sonar rotativo de alta frequência, semelhante ao usado no ROVdo IHPT, para auxílio às buscas que se estavam a desenvolver.

Realizou-se também um levantamento com o magnetómetro até 5km a jusante da ponte para obtenção de um registo de referência. Daanálise dos dados concluiu-se que a anomalia calculada para o auto-carro, função da massa de ferro e inversamente proporcional ao cuboda distância, passaria despercebida no valor do campo magnético lo-cal, afectado pela geologia, por grandes massas de ferro existentes noscais de atracação, nos batelões e nos destroços da ponte.

No dia 7, foi decidido colocar uma plataforma de apoio sobre o ecodetectado, por forma a proceder à sua identificação. A medição de cor-rentes no local indicava valores superiores a oito nós, o que não possi-bilitaria à partida efectuar qualquer tentativa de mergulho. Foi decidi-do realizar um mergulho assim que se reunissem condições mínimas desegurança. Numa primeira tentativa não foi possível ultrapassar os doismetros de profundidade. No dia seguinte, realizou-se nova tentativa apósconcentração de esforços com as barragens a montante do rio Douro eTâmega, no sentido de não se efectuarem descargas, contudo as con-dições meteorológicas não permitiram alongar estes esforços. Apesarda diminuição de caudal, as correntes eram superiores a seis nós. A ten-tativa de mergulho não permitiu ir além dos cinco metros numa profun-didade de 12 metros. Só no dia 11 após concentração de esforços comtodas as barragens de ambos os rios, incluindo as espanholas, foi pos-sível efectuar cinco mergulhos tendo-se identificado uma embarcaçãoafundada. Após estes mergulhos, foi retirada a plataforma de apoio afim de prosseguirem as pesquisas no local.

Desde o dia em que foi feita a primeira identificação de um con-tacto de sonar, as condições meteorológicas melhoraram significati-

vamente, o caudal diminuiu e as partículas e os detritos transporta-dos pelo rio diminuíram também, o que permitiu uma melhoria sig-nificativa na qualidade dos registos obtidos.

Entretanto, na segunda semana de Março, seguiu para o local umcorrentómetro acústico por efeito Doppler com o objectivo de melhorara capacidade de observar as correntes.

Prosseguiu o levantamento de sonar lateral ao longo do rio em tro-ços de 2 km, até à Barragem de Crestuma e de multifeixe, até 10 kma jusante do local do acidente. A informação foi processada, cruzadae foram definidos diversos alvos. Sobre estes foram feitas novas pas-sagens, os registos foram processados e analisados e comparados no-vamente. Alguns alvos foram colocados para segundo plano, por pro-vavelmente corresponderem a afloramentos rochosos.

Iniciaram-se no dia 17, sábado, os mergulhos para identificação dosalvos seleccionados. O primeiro revelou ser um contentor de 12 metrosutilizado como cais flutuante que se teria libertado a montante da pon-te em 1985, e do qual não se conhecia a sua localização. Na manhãdo dia 19, foi efectuado um segundo mergulho, numa posição a cerca

de 20 metros da po-sição do primeiro ecotendo-se identificadouma estrutura metáli-ca com tecidos, quese veio a confirmarcomo o autocarroacidentado. No diaseguinte foi iniciado oresgate das águas dorio, operação que serevelou morosa e comgrandes dificuldadestécnicas.

É de salientar aprontidão com que se disponibilizaram, para cooperar nas buscas, di-versas equipas estrangeiras especializadas em mergulho e pesquisa,nomeadamente de Espanha e França. Apesar de não terem constituí-do uma solução alternativa, uma vez que o método de operação e osequipamentos utilizados são semelhantes aos nossos, o contacto foi mui-to proveitoso, tendo permitido a troca de experiências e a discussão demétodos alternativos para operação em condições além do limite.

Refira-se ainda que foi analisada minuciosamente a viabilidadede execução de todas as ideias para a realização das buscas e iden-tificação dos contactos, apresentadas por empresas e particulares,nacionais e estrangeiros.

Desde o início dos trabalhos foi permitido o acesso dos familiaresdos sinistrados às embarcações em operação e posteriormente aos"media", por forma a que pudessem observar as operações em cur-so, bem como os equipamentos utilizados. Todas as informações dis-poníveis foram fornecidas em antecipação aos familiares.

Por último, é de realçar o auxílio da população local que pronta-mente se disponibilizou para qualquer ajuda que fosse necessária,nomeadamente os donos dos areeiros que cederam embarcações,gabinetes para montagem do centro de operações e guarda de ma-terial, o pessoal das embarcações que foi inexcedível no seu apoioàs operações e todas as entidades envolvidas, sem as quais não te-ria sido possível levar esta missão a bom porto.

OS TÉCNICOS DO IHPT EM ENTRE-OS-RIOS

Sonar lateral

Processamentodos registos do sonar lateral

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HIDROMAR N.º 61 3

Teve lugar no Hotel Tivoli, em Lisboa, a "Reunião HidrográficaInternacional para a Cooperação Técnica com os Países da ÁfricaOcidental e Central", onde participaram, para além do Presiden-te da OHI, Contra-almirante Giuseppe Angrisano, diversas dele-gações internacionais. Portugal foi o anfitrião da reunião e esteverepresentado por uma delegação do IH presidida pelo Director-ge-ral, Vice-almirante Torres Sobral.

OBJECTIVOS

A reunião teve por objectivo a definição da estratégia a seguirnos campos técnico, político e financeiro para minimizar no curtoprazo e eliminar no longo prazo, os problemas da cobertura car-tográfica e ajudas à navegação da zona central e ocidental de Áfri-ca.

PARTICIPANTES

Participaram na reunião o Presidente da Organização Hidro-gráfica Internacional (OHI), Contra-almirante Giuseppe Angrisa-no, representantes dos países com responsabilidades cartográficasna zona (Portugal, Espanha, França e Reino Unido), Marrocos, Es-tados Unidos da América, representantes de 3 organismos inter-nacionais (International Maritime Organization – IMO, Intergo-vernmental Oceanographic Commission – IOC/UNESCO e Port Ma-nagement Association of West and Central Africa – PMAWCA), re-presentantes de 3 organismos nacionais (Direcção de Faróis, Insti-tuto Marítimo Portuário e Direcção Geral de Política de Defesa Na-cional do Ministério da Defesa Nacional) e representantes de 3 paí-ses observadores (Guiné Conakri, Camarões e Angola).

SESSÕES DE TRABALHO

O Presidente da OHI iniciou os trabalhos relatando os resultadosde um inquérito sobre meios, infra-estruturas e actividades hidrográ-ficas, realizado aos países Africanos em causa, nomeadamente: Mar-rocos, Mauritânia, Senegal, Gambia, Guiné-Bissau, Guiné Conakri,Cabo Verde, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Be-nin, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, S. Tomé e Príncipe, Ga-bão, Congo e República Democrática do Congo.

A conclusão geral foi a inexistência, em praticamente todos estespaíses, de levantamentos hidrográficos recentes. Foi solicitado a Por-tugal, França, Reino Unido, Espanha e Estados Unidos que amplias-sem esta informação com a descrição do seu inventário de diagra-mas de compilação das cartas náuticas da região. Na generalidade,não existem actualizações aos diversos documentos (cartas náuticase lista de ajudas à navegação) desde as respectivas datas de inde-pendência. Os Estados Unidos indicaram que no âmbito de acordosbilaterais tinham sondado nos últimos 6 meses, com sondador multi-feixe, o Gabão, que se encontravam a sondar no Arquipélago de Ca-bo Verde e que de seguida iriam sondar para o Senegal.

ESTRATÉGIA E ACÇÕES A DESENVOLVER

Após discussão da melhor estratégia a seguir, foi decidido que amelhor abordagem ao problema seria o desenvolvimento de um pro-jecto regional de cooperação (contra a sugestão americana do de-senvolvimento inicial de um projecto piloto apenas num país). O pro-jecto idealizado foca essencialmente duas componentes de desen-volvimento. No curto prazo, sondar as áreas de interesse e publi-car/actualizar as respectivas cartas náuticas. No longo prazo, o apoiotécnico ao estabelecimento de institutos hidrográficos locais para ma-nutenção desta actividade.

A implementação do projecto seria precedida de contactos diplo-máticos pelo International Hydrographic Bureau com os países da re-gião e da visita de uma Action Team que avaliaria in loco as possi-bilidades e condições da sua realização. Este primeiro contacto terianão só um carácter técnico mas também político de sensibilização lo-cal para o problema e vantagens na sua resolução.

A estratégia a seguir para o financiamento deste projecto deveriapassar pelo pedido de financiamento a diversos organismos/entida-des, especialmente à União Europeia e ao Banco Mundial. De acor-do com o testemunho de um especialista, na apresentação do pro-jecto para financiamento por parte destas entidades deverá ser per-feitamente estabelecida a relação entre os produtos resultantes do pro-jecto e o impacto económico local. Os países abrangidos teriam deser os solicitadores do financiamento. O mesmo especialista indicouque seria ideal considerar o multifinanciamento tanto por parte deorganismos internacionais como de nações. Por razões burocráticasexiste a preferência, por parte da União Europeia, de financiamen-to de um projecto de grande dimensão a vários de dimensão redu-zida (nunca inferior a 5 milhões de Euro).

BESSA PACHECO

1TEN

REUNIÃO INTERNACIONAL DA ORGANIZAÇÃO HIDROGRÁFICA INTERNACIONALPARA A COOPERAÇÃO TÉCNICA COM OS PAÍSES DA ÁFRICA OCIDENTAL E CENTRAL

Lisboa, 19-21 de Março de 2001

Da esquerda para a direita: Eng.º Geral do Armamento Yves Desnoes,Contra-almirante Giuseppe Angrisano, Vice-almirante Torres Sobral

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4 HIDROMAR N.º 61

AA GG RR UU PP AA MM EE NN TT OO DD EE NN AA

MMIISSSSÕÕEESS

Actualmente decorre a 1ª fase de conversão do N.R.P. "Al-mirante Gago Coutinho" (HIDROMAR N.º59, 2ª Série, Janei-ro 2001); paralelamente encontram-se em curso actividades li-gadas à 2ª fase, designadamente definição de equipamentosespecíficos, elaboração de propostas de aquisição de equipa-mentos já definidos, elaboração de especificaçõestécnicas, etc.. Todo o processo (1ª e 2ª fase) é coor-denado por uma comissão (CPCNH – ComissãoCoordenadora do Projecto de Conversão dosN.R.P. "Almirante Gago Coutinho" e "D. Carlos")que tem na sua constituição elementos per-manentes do IH, Comando Naval (Agru-pamento de Navios Hidrográficos e Na-vios), Direcção de Navios e Arsenal doAlfeite, cabendo a ela a integração dasactividades concorrentes e a articulação dasnecessidades dos seus intervenientes.

Para se compreender a filosofia da 2ª fase deconversão do N.R.P. "Almirante Gago Coutinho"vamos observar, de uma forma sucinta, a evolu-ção do navio que deu o nome à classe,o N.R.P. "D. Carlos I".

Após a sua chegada a Portugal,o N.R.P. "D. Carlos I" sofreu um conjunto dealterações estruturais que dotaram o naviode uma capacidade mínima para executartrabalhos de hidrografia e oceanografia ede colaborar com a comunidadecientifica. No entanto, urgia a ne-cessidade de dotar o navio de ver-dadeiras capacidades hidrográfi-cas e oceanográficas, associadasàs respectivas necessidades das no-vas TI’s. Desta forma, e integradonum protocolo estabelecido entreo Instituto Hidrográfico e a Fun-dação de Ciências e Tecnologia,para a aquisição de equipamen-tos prevê-se que em Setembro docorrente ano o N.R.P. "D. Carlos I"entre em estaleiro para instalaçãode novos sistemas/equipamentos;designadamente:

– Multifeixe (já adquirido)– Radar Banda I (já adquirido)– ECDIS com integração de ima-

gem radar (já adquirido)– Odómetro Electromagnético– Receptor DGPS (já adquirido)– Rede de dados e VGA (já ad-

quirido)– PC’s, Portáteis, Servidores e im-

pressoras (já adquiridos)– Circuito de vigilância vídeo– ADCP (já adquirido)– CTD/rosete (já adquirido)– CTD/rebocável (já adquirido)– Anemómetro digital– Sísmica, sistema aquisição e

processamento de sinal (já adquirido)– Aparelhos de força (adquirida grua retráctil)– Embarcação de Sondagem

Assim, prevê-se que o N.R.P. "D. Carlos I" retome a activida-de operacional em Março de 2002.

Com base na filosofia acima descrita, foi de-finida uma configuração temporária, minima-lista de equipamentos, que pudesse equiparo N.R.P. "Almirante Gago Coutinho" de for-ma a dotar o navio de características seme-lhantes às do N.R.P. "D. Carlos I" antes da suaentrada em estaleiro, em Setembro do correnteano.

A configuração minimalista corresponde,portanto, à 2ª fase de conversão e que com-preende a instalação dos seguintes siste-mas/equipamentos:

– ECDIS (Electronic Chart Display and In-formation System)

– Sonda de grandes fundos– Posicionamento e atitude

– Computador para aquisição de dados– Monitor 17" (display para a ponte)

– Repartidor SVGA– Traçador para controlo e processamento

– Odómetro electromagnético– Rede de dados e VGA– Servidor de rede– Anemómetro digital– Radar da banda F– Radiogoniómetro MF/HF– Radiogoniómetro VHF– Girobússola

O final desta 2ª fase de conver-são prevê-se que tenha a sua con-clusão em meados de 2002. Nes-sa altura será iniciada a activida-de operacional do N.R.P. "AlmiranteGago Coutinho" que decorrerá atéuma futura entrada em estaleiro pa-ra instalação de sistemas/equipa-mentos. Com esta última instalação,o navio ficará pronto para cumprircom o campo de aplicação defini-do oceanografia pesada e hidro-grafia (capacidade hidrográfica ecapacidade para campanhas degeologia marinha e geofísica). Porseu turno o N.R.P. "D. Carlos I" te-rá capacidade para hidrografia epara campanhas de oceanografiafísica, química e biológica.

VASCO PRATES

1TEN

N.R.P. "Almirante Gago Coutinho" – recepção e transformação inicial (II parte)

Radar Kelvin Hughes

Demonstração do funcionamento do Sistema Multifeixe

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HIDROMAR N.º 61 5

VV II OO SS HH II DD RR OO GG RR ÁÁ FF II CC OO SS

NRP "Almeida Carvalho"O navio esteve na Base Naval de Lisboa a instalar equipamen-

tos e a preparar a sua participação no projecto SISMAR que de-correrá em águas marroquinas no período de 4 de Abril a 6 deMaio. No âmbito do projecto SISMAR o NRP "Almeida Carvalho"irá colaborar com o Instituto de Ciências da Terra e do Espaço daFaculdade de Ciências de Lisboa (ICTE), com a Universidade fran-cesa da Bretanha Ocidental (IFREMER) e com o Conselho SuperiorInvestigações Científicas de Barcelona (CSIC) na colocação e reco-lha de "Ocean Bottom Seismometers" (OBS) na zona costeira deMarrocos.

NRP "D. Carlos I"Terminou a 1 de Março, a sua participação na campanha MED-

TOP 01/1, em Lisboa, que teve como objectivo contribuir para acompensação dos aspectos dinâmicos dos vórtices associados à Sub-corrente Mediterrânica ao largo da costa Sul de Portugal continen-tal, caracterizando as respectivas propriedades químicas, e clarifi-car o papel dos canhões e cabos submarinos na geração de insta-bilidade da corrente e na formação de vórtices.

Nos dias 27 e 28 de Março, colaborou na recolha de dois tor-pedos MK46 EXERCÍCIO, no âmbito do exercício CONTEX-PHIBEXS01.

NRP "Almirante Gago Coutinho"Encontra-se no Arsenal do Alfeite em adaptação a navio hidro-

gráfico.

NRP "Auriga"Desde 15 de Novembro, no Arsenal do Alfeite a executar uma

pequena reparação, estando previsto o seu aprontamento para 20de Abril.

NRP "Andrómeda"Em 13 de Março participou em mais um cruzeiro efectuado no

âmbito do projecto de monitorização ambiental do emissário sub-marino da Guia (SANEST), em Cascais.

AACCTTIIVVIIDDAADDEESS TTÉÉCCNNIICCAASS

NRP “Almirante Gago Coutinho” e NRP “D. Carlos I” atracados de braço dado na Base Naval de Lisboa

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6 HIDROMAR N.º 61

ACT IV IDADES TÉCNICAS DO IH

QUÍMICAE POLUIÇÃO DO MEIO MARINHO

De 6 a 9 de Março foi efectuada uma campanha, com recolha deamostras de água na Ria Formosa (POLFARO), no âmbito do progra-ma de Vigilância da Qualidade do Meio Marinho. Foram colhidas amos-tra em sete estações, que foram preservadas e conservadas in loco pa-ra posterior análise em laboratório com vista à determinação de pa-râmetros físico-químicos.

No dia 14 de Março foi realizada mais uma campanha, com re-colha de amostras de água, no âmbito do projecto de colaboraçãocom a Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Territóriode Lisboa e Vale do Tejo (DRAOT-LVT), com vista à monitorização dosesteiros do Montijo, Moita, Coina e Seixal do estuário do rio Tejo.

No dia 21 de Março foi efectuada uma campanha com recolha deamostras de água no estuário do rio Tejo (POLTEJO), no âmbito doprograma de Vigilância da Qualidade do Meio Marinho. As amostrasforam colhidas e preservadas in loco para posterior análise em labo-ratório com vista à determinação de parâmetros físico-químicos.

Nos dias 26 e 27 de Março foi realizada mais uma campanha demonitorização do projecto VALORSUL, com recolha de amostras deágua e sedimento em diferentes estações na zona envolvente à centralde tratamento de resíduos sólidos urbanos, em S. João da Talha. Asamostras de água foram colhidas em situação de preia-mar e de bai-xa-mar e seguidamente foram preservadas e conservadas in loco pa-ra posterior análise em laboratório.

De 28 a 30 de Março foi efectuada uma campanha, com recolhade amostras de água na Ria de Aveiro (POLAVEIRO), no âmbito doprograma de Vigilância da Qualidade do Meio Marinho. Foram co-lhidas amostra em doze estações que foram preservadas e conserva-das in loco para posterior análise em laboratório com vista à deter-minação de parâmetros físico-químicos.

BRIGADA HIDROGRÁFICAA partir de 5 de Março foi dado apoio aos trabalhos hidrográficos

que decorreram em Castelo de Paiva durante todo o mês. Este apoio con-sistiu na execução de levantamentos hidrográficos com sondador multi-feixe e operação de um sonar de pesquisa. Foi também instalada umaestação DGPS para apoio de posicionamento.

De 5 a 9 de Março uma equipa da Brigada Hidrográfica executouum levantamento hidrográfico na barra e porto de Viana do Castelo, ten-do em vista a aquisição de dados que permitam a construção de novaedição da carta náutica oficial 26402 (Aproximações a Viana do Cas-telo; Porto de Viana do Castelo).

No dia 10 de Março foram executadas provas de calibração do sis-tema sondador multi-feixe que se encontra instalado na UAM "Coral".Estas provas foram realizadas em Setúbal e consistiram na medição dosdesvios da origem de medição do "roll" (balanço), do "pich" (cabeceio),da proa e do atraso em tempo do posicionamento relativamente à me-dição de profundidades.

Em 15 de Março foi dado apoio à Direcção de Faróis no posiciona-mento da bóia CC2 da marina de Cascais.

Nos períodos de 14 a 16 e 22 a 30 de Março foi efectuado um levanta-mento topo-hidrográfico no porto de Lisboa (áreas adjacentes à doca de Pe-drouços e à doca de Alcântara, este na zona compreendida entre a ponte25 de Abril e o Cais do Sodré). Este levantamento foi solicitado pela Admi-nistração do Porto de Lisboa e inseriu-se no protocolo de colaboração assi-nado entre esta entidade e o Instituto Hidrográfico.

NAVEGAÇÃOO CTEN Carmona deslocou-se no dia 1 de Março ao Gabinete

do Chefe do Estado-Maior da Armada, a fim de ser convidado pa-ra comandante do NRP Vega e para professor de Marinharia da Es-cola Naval.

O 1TEN Sardinha Monteiro deslocou-se a Inglaterra, a fim de fre-quentar uma formação no módulo sobre "Satelite Navigation", na Uni-versidade de Nothingam.

Deslocação de um oficial a Viana do Castelo para apoio técnicono âmbito do acidente marítimo do navio "Coral BunKer".

No dia 6 de Março, todos os oficiais estiveram a bordo do NRP"D. Carlos I", a fim de frequentarem a componente prática do cursosobre operação de ECDIS.

O 1TEN Abrantes Horta esteve envolvido nas seguintes actividades:

– reunião na 1ª Divisão do Estado-Maior da Armada, a fim de com-pletar o documento final do grupo de trabalho sobre a Conven-ção STCW, a 6 de Março;

– compensação e regulação à agulha magnética do NRP "Águia",a 7 de Março;

– conclusão da visita técnica ao serviço de navegação do NRP "Al-meida Carvalho", no dia 8;

O CFR Rocha Carrilho apresentou-se no dia 7, vindo do Institu-to Superior Naval de Guerra. No dia 9 participou numa palestrano mesmo Instituto, no âmbito do Curso Complementar Naval deGuerra.

Participação do 1TEN Sardinha Monteiro na reunião em 21 de Mar-ço, na Direcção Geral de Infra-estruturas do Ministério da Defesa Na-cional, sobre a afectação de infra-estruturas da ERN de Sagres a umaeventual estação DGPS a ser aí instalada.

OCEANOGRAFIANo período compreendido entre 19 de Fevereiro e 1 de Março, um ele-

mento da Divisão esteve envolvido na campanha oceanográfica "MEDTOP"do Instituto de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidadede Lisboa. Estes trabalhos decorreram a bordo do NRP "D. CARLOS I".

No dia 2 de Março, decorreu no Porto a reunião periódica do pro-jecto "RIMAR" coordenada pelo Doutor Alveirinho Dias, tendo o Institu-to Hidrográfico sido representado pelo CTEN Ventura Soares.

No dia 5 de Março deslocaram-se para Castelo de Paiva vários ele-mentos da Divisão de Oceanografia, com o objectivo de tentar identifi-car os destroços dos veículos sinistrados no trágico acidente da queda daponte, envolvendo o "Sonar Lateral" e o "ROV" e "ADCP". Aí permane-ceram equipas durante todo o mês.

No dia 8 um oficial da Divisão de Oceanografia deslocou-se à Lagoade Óbidos, para efectuar a medição dos parâmetros físicos e químicos,englobados no projecto "MAMBO".

No mesmo dia, um oficial da secção de marés da Divisão de Oceano-grafia, deslocou-se ao Porto da Baleeira em Sagres, na presença de re-presentantes do Instituto Marítimo Portuário e do Instituto Portuário do Sul,para estabelecer contactos no âmbito da colaboração e cooperação entreinstituições, tendo como objectivo analisar as possibilidades de instalaçãode uma estação maregráfica acoplada a uma estação meteorológica efec-tuando registos de "Seiches" para servir de base ao estudo de ressonân-cia, aquando da eventual construção de um molhe a Leste que culminarána construção do Porto de Abrigo.

No dia 9 de Março um elemento da secção de marés procedeu aoestudo experimental de uma nova tecnologia de marégrafos do tipo "RA-DAR" no Cais do Terreiro do Trigo.

No dia 13 foi efectuada a obra "Sanest" a bordo do NRP "Androme-da", tendo como objectivo continuar os estudos relacionados com o planode monitorização ambiental do emissário submarino da Guia.

Nos dias 14 e 15 de Março, decorreu nas instalações do Instituto Portu-guês de Cartografia e Cadastro (IPCC) uma reunião no âmbito do projectoEuropeu para medição, controlo e monitorização do nível médio do mar.

No período compreendido entre 26 e 31 de Março, vários elementosdesta Divisão estiveram envolvidos na preparação das campanhas "SIM-RIA" e "SWORDFISH".

No dia 26 de Março, um elemento da secção de marés deslocou-seao Funchal com o intuito de proceder ao levantamento dos potenciaislocais de construção de um abrigo para a futura estação maregráfica.

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O EURONODIM é umprojecto financiado pelaComissão Europeia com afinalidade de estabeleceruma rede europeia de ges-tão de dados e informaçãooceanográfica-ambiental,bem como de projectos e decruzeiros de investigaçãoonde haja lugar a aquisiçãode dados. Esta rede utilizaserviços INTERNET. Alémdo IH, são parceiros desteprojecto vários centros dedados e organismos de 14países europeus. A 6ª reu-nião do projecto teve por fimfazer o ponto da situaçãodas acções e tarefas execu-tadas até ao momento pre-sente. O projecto irá termi-nar a 31 de Agosto de2001, pelo que foi tambémabordado o planeamentoda fase seguinte denomina-da EURONODIM-2. A reu-nião decorreu no "MarineEnvironmental ResearchCentre" (ENEA-CRAM) –Parceiro Italiano em Lerici – La Spezia de 21 a 23 de Feverei-ro de 2001, tendo estado presente um oficial do Centro de Da-dos em representação do Instituto Hidrográfico.

Em 15 de Fevereiro foientregue à comissão euro-peia uma proposta a 3anos em que, para além dacontinuação e aperfeiçoa-mento das tarefas do pri-meiro EURONODIM, sepropõe a expansão da ac-tual rede de parceiros a paí-ses do Báltico do Mar Ne-gro e do Mediterrâneo. Nes-ta conjuntura alargada pas-sarão a existir coordena-dores regionais (Grécia, Itá-lia e França). Foram envia-das propostas de participa-ção aos seguintes países:Polónia, Estónia, Lituânia,Croácia, Rússia, Roménia,Bulgária, Geórgia, Ucrâ-nia, Turquia, Malta, Israel,Chipre, Argélia, Marrocos,Egipto, Tunísia e o país eu-ropeu ainda não partici-pante, Dinamarca.

Para informações adi-cionais sobre este projec-to e resultados já obtidospoderá ser consulta a pá-

gina oficial do projecto (inglês): http://www.sea-search.netREINO BAPTISTA

1TEN

A exposição NAUTI-CAMPO – 34 º Salão In-ternacional de Navegaçãode Recreio, Campismo, Ca-ravanismo e Desporto tevelugar, nas instalações da FILno Parque das Nações, emLisboa, no período de 3 a11 de Março de 2001.

O Instituto Hidrográficoesteve representado comum stand de 6x3 m ondeforam expostos exemplaresde todas as publicações edi-tadas pelo IH bem como fo-lhetos e cartazes de divul-gação dos seus produtos eactividades.

Esteve também opera-cional um computador, li-gado à INTERNET, onde erapossível consultar a home-page do IH e por conseguinte os seus dados, on-line. Este postode consulta despertou apreciável interesse nomeadamente na áreada previsão de marés e consulta dos dados da agitação maríti-ma.

Um dos pontos relevantes do stand do IH foi a apresentaçãoda colecção COMPLETA de Cartas Náuticas de Navegação de Re-creio que agora já cobrem toda a costa continental portuguesa.

As últimas editadas, e quecompletaram a colecção,correspondem às zonas dacosta oeste:

25R04 – Figueira da Foza São Pedro de Muel

25R05 – São Pedro deMuel a Peniche

25R06 – Cabo Car-voeiro ao Cabo da Roca

Notou-se grande afluên-cia de pessoas, não só aostand do IH, mas tambémaos stands dos Revendedo-res Oficiais do Instituto,Azimute – Aprestos Maríti-mos, Ld.ª e J. Garraio & C.ª,Ld.ª, que para além dosseus artigos, tinham tam-bém em exposição e co-mercialização produtos doIH.

Grande parte do público que visitou o stand do IH fê-lo cominteresse e procura específica de determinados produtos relacio-nados com a natureza da exposição, nomeadamente:

– Cartas e publicações relacionadas com a navegação derecreio;

– Cartas de apoio à pesca;– Módulos de navegação electrónica compatíveis com PC’s.

O IH NA NAUTICAMPO

EURONODIM

O stand do IH na Nauticampo

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CCCC rrrr óóóó nnnn iiii cccc aaaa dddd eeee ““““ aaaa rrrr rrrr oooo jjjj aaaa dddd aaaa cccc oooo nnnn ssss tttt rrrr uuuu çççç ãããã oooo ””””

ATITUDES

Qualquer intervenção arquitectónica de recuperação de edi-fícios ou de reestruturação de espaços, terá que ser equacio-nada perante um contexto de valorização patrimonial e tambémentendida como mais valia da qualidade proporcionada a to-dos os elementos que laboram nas organizações.

Alguns tipos de atitudes deverão ter lugar, de acordo comos seguintes pontos de vista:

- Um dos processos interventivos, consiste em manter e as-sumir a "ruína", a obra tal qual ela se apresenta como desco-berta, acautelando-se as inovações. Apresenta-se como exem-plo, as obras de recuperação e manutenção de uma ruína qual-quer, nomeadamente a de Conimbriga;

- O outro, consistirá numa intervenção de restauro, acaute-lando-se a aplicação de materiais modelo ou do tipo existen-te. Este processo torna-se algo caro, uma vezque, muitos dos materiais terão que ser fa-bricados de encomenda com carácter de apli-cação limitada e específica para a obra emcausa. Por exemplo a recuperação e restaurode azulejos antigos;

- Por fim, uma atitude inovadora marcadapor estilos e formas que respeitem as traçasexistentes, preservando-se uma imagem dopassado, mas com novas formas associadasà aplicação de novos materiais. Esta atitudedeve ser entendida como a mais activa e aque mais exige dos técnicos, uma vez quepressupõe a existência de um elo entre a arquitectura do pas-sado e as actuais aplicações.

É esta a postura aplicada nas obras que decorrem no Insti-tuto Hidrográfico, apelando-se sistematicamente à coerência desoluções.

PERCURSOS QUE SE DESENVOLVEM

Todo e qualquer Plano Director para a Atribuição de Espaçosimplica que, obrigatoriamente se tenham que equacionar solu-ções, onde a perspectiva de investimento se torna imperativa e

inevitável, caso contrário, as soluções limitar-se-ão a constar emsuporte papel, não deixando de ser uma miragem da realidade.

1. Demolição das escadas de acesso às antigas Oficinas deMecânica Geral (SAO)

Assim, no decorrer das obras de reestruturação das antigasOficinas de Mecânica Geral do IH, um outro conjunto de traba-lhos foi realizado nas áreas adjacentes. Refiro-me à necessi-dade de se ter que demolir a antiga escadaria de acesso àsantigas Oficinas, advindo deste processo melhorias no acessoda entrada do futuro edifício do Serviço de Electrotecnia, bemcomo ao desafogo de espaço no pátio interior, frequentado portodos os funcionários do IH.

Estes trabalhos implicaram na interdição da zona do acessoà cozinha e refeitório, durante algum es-paço de tempo, mas graças à melhoria,brevemente o incómodo será esquecido.

2.Construção da placa do edifício dasOficinas dos Serviços Gerais

O antigo telhado de lusalite já com

Aspecto da nova fachada de acesso ao SE, ainda em obras

Demolição da escadaria de acesso à antiga SAO

Desmantelamento da UAM "ACTÍNIA"nas Inst. Navais da Azinheira

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alguns anos de exis-tência, apresentavauma vasta zona degra-dada onde, em deter-minados locais ocor-riam infiltrações deágua na presença dechuva, designadamen-te nos sectores dasOficinas de MecânicaGeral e Instrumentosde Precisão.

Eis que surgiu o momento oportuno para a sua substituiçãocom a construção de uma placa em vigotas, tijoleiras, malha deferro e cimento, permitindo assim o aproveitamento do espaçosuperior para futura instalação e expansão do Serviço Geral.

Na continuidade destes trabalhos, desenvolveram-se outrasnecessidades de recompletamento na cobertura das instalaçõessanitárias que confinam com este novo edifício, bem como a cons-trução de novas cimalhas por forma a conjugar-se o enquadra-mento arquitectónico de toda a fachada do edifício.

3. Obras de melho-ramento do corre-dor da Litografia eseus acessos

Actualmente, osfuncionários do IH des-frutam de um "novo" eembelezado acessoao edifício, pelo cor-redor das Artes Gráfi-

cas (Piso 1), que foi alvo de obrasde melhoramentos em todaa sua latitude, pese emboraainda não estarem devida-mente concluídas. Foi entãosubstituído o seu pavimentopor chão tipo calçada 2000(beje redondo) onde, depoisda tubagem eléctrica ter si-do escondida no interior dasparedes, estas foram rema-tadas, rebocadas e pintadas.

Os telheiros antigos fo-ram demolidos, face à ne-cessidade de se transferir amáquina de lavagem de ro-los da máquina de OffsetNebiolo para um novo com-partimento, imprimindo-sedesta forma uma melhor fun-

cionalidade e operacionalidade do equipamento. Assim, preve-se que oportunamente se venha a possi-

bilitar uma entrada rejuvenescida iniciada na zona do la-go interior (portão da rampa). Surgirá também uma novaescada com traça clássica, um corredor ladeado de can-deeiros com apliques e hastes com campânulas invertidasaplicados nas paredes.

O corredor interior (Piso O) também será alvo de obrasde remodelação a realizar oportunamente.

A UAM 803 "ACTINIA"

Antiga traineira construída em madeira, foi adaptadapara o exercício de actividades de investigação em es-tuários e zonas costeiras, tendo desenvolvido variadas ac-

tividades de colheitas de amostras de fundo e água, lançamen-to e recolha de correntómetros, feixes de sondagem e outros.

Foi adquirida e colocada ao serviço do Instituto Hidrográficodesde Setembro de 1980.

Com um comprimento de fora a fora de 25m, boca de 6.05me calado de 1.90m, com deslocamento de 38 toneladas, estavaequipada com um motor CUMMINS de 12 cilindros em V, que de-senvolvia uma potência de 320HP e uma velocidade máxima de12 nós.

A UAM "Actínia" possuía uma coberta e uma sala de estar, pro-porcionando os requisitos para a sua guarnição, constituída por4 praças.

Dos equipamentos instalados a bordo, contavam com um ra-dar RAYTHEON, um transreceptor HF Sailor e VHF Debeg, um guin-cho de manobra e um outro oceanográfico. A bordo também po-deriam ser instalados, eventualmente, outros tipos de sondas.

Em 22 de Agosto de 2000 foi autorizado o seu abate e, em12 de Fevereiro de 2001, a sua demolição nas Instalações Na-vais da Azinheira.

Cumpriu desta forma, a "ACTÍNIA" todo um conjunto vasto ebrilhante de missões ao serviço do Instituto Hidrográfico, duranteo seu ciclo de vida (foto principal).

PEDRO DOS SANTOS

1TEN

Aspecto do corredor depois das obras

Aplicação do novo pavimento no corredor

Demolição do telheiro de resguardoà maquina de lavagem de rolos

Aspecto do novo acesso às Artes Gráficas (ainda em obras)

Desmontagem do antigo telhado das Oficinas

Fachada do edifício para instalação futurado Serviço Geral e Oficinas (AO e IP)

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A BÁRBARA MARIA CÔRTE-REAL FERREIRA tem 22 anos e encon-tra-se a estagiar no Centro de Dados Técnico-científicos do IH adesenvolver um projecto no âmbito dos Sistemas de InformaçãoGeográfica, mais especificamente a implementação de informa-ção geográfica na Internet do IH.

A Bárbara encontra-se afrequentar o 3º ano do Cursode Sistemas de InformaçãoGeográfica, na Escola Profis-sional de Ciências Geográfi-cas do Instituto Português deCartografia e Cadastro. O es-tágio no IH teve início no dia5 de Março e terminará nopróximo dia 30 de Junho.

No IH o orientador do seuestágio é o 1TEN Bessa Pa-checo e na Escola é o Eng.ºHenrique Silva.

O Capitão-Tenente GUILHERME ADELINO

FIGUEIREDO MARQUES FERREIRA está no sec-tor da Segurança Marítima da Divisão deNavegação do IH desde o dia 29 de Agos-to de 2000.

Nasceu em 01 de Abril de 1960 e asua vida na Marinha teve início em 1986quando concluíu o curso da Escola Naval.Dois anos mais tarde fez a Especializaçãoem Navegação. Em 1994 concluiu o Cur-so de Meteorologia para operações de vôo,no Instituto de Meteorologia e em 1995, oCurso Geral Naval de Guerra, no Institu-to Superior Naval de Guerra.

Durante o período entre 1986 e 1993,prestou serviço em vários navios da Ar-mada, nomeadamente no NRP "António

Enes" como Aspirante estagiário, no NRP"Pereira D’Eça" onde desempenhou as fun-ções de Chefe de Serviço de Navegação,Armas Submarinas e Informações em Com-bate, no NRP "Comandante Hermenegil-do Capelo" com as funções de Chefe deServiços de Navegação, no NRP "Polar"e no NRP "Vega" onde foi Oficial Imediatoe no NRP "Vasco da Gama" com as fun-ções de Chefe de Serviço de Navegaçãoda primeira guarnição. Mais tarde, entre1996 e 1999 foi Comandante do NRP "Po-lar".

Na Escola Naval, entre 1988 e 1990foi Instrutor de Navegação e Cálculos Náu-ticos e de 1993 a 2000, professor de Na-vegação.

Mais cinco pessoas entraram para o Quadro de Pessoal Civildo Instituto Hidrográfico, prestando serviço em várias secretariasde Direcções, nomeadamente:

A todos o Hidromar deseja um óp-timo trabalho e os maiores sucessos.

O 1TEN OT JOÃO MARIA

ESTEVÃO DO RIO, que se en-contrava a exercer funções co-mo Chefe do sector das Em-barcações do IH, passou à si-tuação de reserva após 39anos de serviço. Cumpriu mis-sões ao serviço da Marinhaembarcado em navios em Mo-çambique, Timor, Macau, An-gola e Portugal e esteve tam-bém em unidades em terra, nosAçores e no Continente.

Por duas vezes esteve pre-sente no Instituto Hidrográficode 1976 a 1979 integrado naBrigada Hidrográfica N.º2 epor último de 1999 a 2001 noServiço Geral como Chefe do Sector de Embarcações.

O TEN Rio figura simpática e amiga que já nos habituamos aver por esta casa, terminou uma fase activa da sua vida, dandoinício a outra mais calma e sossegada. Felicidades para esta fa-se complementar que agora iniciou.

– ANA LUÍSA DE SOUSA ALVES RODRIGUES,que entrou para o Serviço de Pessoal

Civil;

– MARIA DO CARMO SOARES TEIXEIRA

LOPES, que entrou para a Secre-taria dos Serviços Gerais.

– IDÁLIA DA CONCEIÇÃO CASTANHEIRA DE

ALMEIDA PINTO, que presta serviçona Direcção dos Serviços Adminis-

trativos e Financeiros;

– ELSA MARIA FONTES PATO, que veiopara a Secretaria Central;

– MARIA CRISTINA MARQUES GREGÓRIO,que entrou para a Direcção Técnica;

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Decorreu no IH, no período de 5a 9 de Março uma reunião do Gru-po de Trabalho de Sedimentos Mari-nhos do ICES, na qual estiveram pre-sentes participantes do Reino Unido,Noruega, Suécia, Holanda e Espa-nha. Os trabalhos deste grupo inci-dem na elaboração de documentosrelacionados com: normalização desedimentos, especiação de metais ea sua interacção com os contami-nantes nos sedimentos; interacção doscontaminantes entre a água e os se-dimentos e o seu significado nos efei-tos biológicos; revisão de métodos pa-

ra definir critérios de qualidade pa-ra os sedimentos; metodologias quepermitam a monitorização espaciale temporal da qualidade dos sedi-mentos, tendo em conta aspectos es-tatísticos.

A ordem de trabalhos estipuladapara esta reunião foi cumprida, ten-do-se registado avanços significativos.

No final os participantes agra-deceram a boa recepção e o trata-mento com que foram acolhidos.

CARLA PALMA

TS1

Decorreu no dia 15 deMarço a visita de estudo aoIH dos Cursos Superiores dosRamos 2000/2001, consti-tuída por 39 oficiais.

A visita teve início no Au-ditório com a projecção dovídeo do IH ao que se se-guiram exposições pela Di-recção Técnica e pela Direc-ção Financeira.

Depois disso o grupo vi-

sitou a Direcção Técnica, no-meadamente as Divisões deNavegação, Oceanografia,Hidrografia e o Centro deDados. No fim passaramainda pela Biblioteca.

Entre os presentes en-contrava-se o CMG Chiotteque foi recentemente Direc-tor dos Serviços Administra-tivos e Financeiros do IH.

Reunião do "Working Group on Marine Sediments in Relationto Pollution (WGMS)" do ICES

Cursos Superiores dos Ramos 2000/2001

O Comité Internacional de Acompanhamento (CIA), após a vi-sita ao IH em 13 de Novembro de 2000, elaborou o "3.º Adian-tamento sobre a Avaliação dos Laboratórios do Estado".Esta ava-liação aparece globalmente positiva e, em particular, muito inte-ressante para o IH e corresponde a uma inflexão já notada nocomportamento do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O IH tem uma missão bastante bem definida no que diz respei-to ao desenvolvimento de produtos operacionais, como por exem-plo a produção e manutenção de cartas náuticas, o apoio a ope-rações navais (busca e salvamento, poluição marinha, etc.), a rea-lização de acções de avaliação expedita de condições ambientais,de monitorização ambiental e de engenharia oceanográfica.

Estas funções operacionais são suportadas por forte activida-de I&D, e a qualidade da investigação parece ser excelente.

Contrariamente às impressões recolhidas na altura da prepa-ração do anterior relatório do CIA, o ponto de vista actual dosseus membros é o de que o estatuto militar do IH não é um obs-táculo nem para o trabalho científico, nem para uma actuaçãodeterminada na área exclusivamente civil. Pelo contrário, esse es-tatuto militar proporciona até algumas vantagens no que se refe-re à autonomia, aquisição de infra-estruturas e pessoal. Não sedetectou qualquer situação de concorrência desleal com quais-quer entidades oficiais ou privadas.

É muito boa a cooperação com outros Laboratórios de Esta-

do, tais como o IPIMAR e o IM, havendo também ligações acti-vas com centros de investigação universitários. Muito trabalho cien-tífico de qualidade pode ser realizado através da cooperação,nomeadamente nos Açores. A promoção de trabalho em redecom laboratórios universitários, em Portugal e noutros países eu-ropeus, permitiria reforçar esta orientação.

O IH deseja ter rapidamente operacional o seu segundo novonavio oceanográfico, uma recente aquisição portuguesa que de-ve concentrar-se em oceanografia física, geologia e geofísica. Umcomité consultivo, que ainda não pode reunir, deve urgentemen-te avaliar as modalidades para essas operações. As condiçõespara as candidaturas à utilização dos meios navais por parte deinstituições académicas ou laboratórios de Estado podem ser con-sideradas, também no âmbito dos projectos da Fundação para aCiência e Tecnologia.

A constituição do Comité Internacional de Acompanhamento(CIA) é a seguinte:

– Dr. Jean Pierre Contzen (Presidente);– Dr. Peter Benton;– Prof. Janne Carlsson;– Prof. Pierre Papon;– Prof. Juan Rojo;– Dr. Giovanni Rufo.

Avaliação do IH como Laboratório de Estado

O grupo do WGMS do ICES

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5º ANIVERSÁRIO DO HIDROMAR

Em ambiente de contenção,devido ao aci-dente de Entre-os-Rios, o nosso Hidromar ce-lebrou neste mês de Março o seu 5º aniver-sário.

Com a colaboração de todos, vamos con-tinuar a celebrar todos os meses de Marçomais um ano.

Relativamente à informação publicada no Álbum de Recordações no Hidromar n.º 60, o Comandante Carlos Souto era, noano de 1976, Capitão-tenente e chefe da Brigada Hidrográfica n.º 1. Há ainda a acrescentar que os trabalhos a que se refere afotografia destinavam-se ao estudo de ampliação, e não construção, do aeroporto do Funchal.

Em todos os mesesde Março desde o anode 1996, o Hidromar saiucom melhoresou piores notíciasdo Instituto Hidrográfico.

Não só o conteúdodas notícias foi mudando,mas também o seu aspectográfico foi tentando irao encontro dos gostosdos seus leitores.O seu futuro de nós depende.