os planos de organização social de porto alegre (grupo 3) - etapa 2, ipa i

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1UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Arquitetura Andressa Lopes Ribeiro Augusto Tumelero Bianca Borges A CIDADE E O EDIFCIO Estudo dos Planos de Organizao da cidade de Porto Alegre ESTUDO DOS PLANOS DE ORGANIZAO DA CIDADE DE PORTO ALEGRE a partir da ocupao territorial no sculo XVII para obteno de nota parcial disciplina de Introduo ao Projeto Arquitetnico I, cdigo ARQ01044, dos professores Cludio Fischer e Patrcia Moura, turma C. Porto Alegre, Rio Grande do Sul 2011/2

2Sumrio 1. Introduo 3 2. Planos de Organizao4 2.1 Ocupao Territorial e Evoluo Urbana de Porto Alegre 4 2.2 Plano Geral de Melhoramentos7 2.3 Contribuio ao Estudo da Urbanizao de Porto Alegre8 2.4 Plano Gladosch10 2.5 Ante-projeto de Planificao de Porto Alegre13 2.6 Plano Diretor14 2.7 Primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano17 2.8 Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental18 3. Principais Urbanistas19 3.1 Joo Moreira Maciel19 3.2 Arnaldo Gladosch19 3.3 Edvaldo Pereira Paiva 20 3.4 Demtrio Ribeiro21 3.5 Luiz Arthur Ubatuba de Faria 21 4. Carta de Atenas 21 5. Concluso25 6. Referncias Bibliogrficas 25 6.1 ndice das Ilustraes26

31. Introduo

DaPortoAlegrecolonialmetrpoledosculoXX.Nossoobjetivo nesse trabalho esmiuar osplanosorganizacionaisdacidade-formaisou informais-quecomeoucomoumaparadaocasionalparaosaorianos,os quaisbuscavamadentrarnoContinentedoRioGrande,aindanosculo XVIII, e acabou transformando-se na cidade mais importante da regio sul do pas. Osantigoscaminhosdetropeirosdesenvolveram-seemruas, avenidas. Os arraias cresceram, tornaram-se bairros de alta densidade. Porto Alegre,nadataatual,umasobreposiodePlanos,deideiaseconceitos vigentesemumcontextohistricoqueacabatornando-aumadascidades com maior tradio em planejamento urbano no Brasil.

42. Planos de Organizao 2.1 Ocupao Territorial e Evoluo Urbana de Porto Alegre 1752 - 1914 ORioGrandedoSulincorporadocolniadoBrasilgraasao Tratado de Madri. No incio, o territrio era basicamente ocupado por ndios, mas,apartirdosculoXVII,jseregistravamincursesdejesutase bandeirantes.OterritrioinicialmenteconhecidocomoContinentedoRio Grande e a primeira cidade fundada foi Rio Grande, em 1737. Porto Alegre tornou-se um povoado vinculado freguesia de Viamo, capitaldaProvncia.Porsuascondieslocaiseporturias,oentoPorto Dornelles passou a denominar-se Porto de Viamo.Em 1752, os aorianos chegaram e iniciaram a ocupao s margens dorioJacu,voltaram-separaoplantiodotrigo,cujaproduoeraenviada aoPortodeViamoparacomercializaoeexportao,criaramcondies dedesenvolvimentonaregio.Amovimentaoprovocadapeloscasais aorianos levou mudana de seu nome para Porto dos Casais. Comotempo,ascondiesdepovoadoforammelhorando,e,em 1772,foielevadacondiodefreguesia,comonomedeNossaSenhora MadredeDeusdePortoAlegre.Em1773,torna-secapitaldaProvncia, assumindo essa condio muito antes de se tornar vila, o que veio a ocorrer somente em 1810. Fig. 2.1 - Representao da primeira planta de Porto Alegre, em 1772.

5Em 1822, aos cinquenta anos de vida urbana, Porto Alegre foi elevada condio de cidade. Nessa poca a populao era de doze mil habitantes.Nesseperodo,umcontingenteimigratrio,deorigemalem,veioocupara regio,instalandorestaurantes,penses,pequenasmanufaturas,olariase diversosestabelecimentoscomerciais.Aocupaodessareaatravsde umaagriculturadiversificadafoidefundamentalimportnciaparao crescimento de Porto Alegre. Naplantaem1839,aprimeiralevantadaoficialmente,aestrutura central da cidade lanada: a pennsula est ocupada e a cidade fica contida dentrodosmurosquecorremprximossatuaisruasConceio,Annes Dias, Av. Joo Pessoa e Rua da Repblica. As estreitas ruas coloniais foram projetadas como um labirinto, possuindo carter defensivo. Fig. 2.2 - Representao de Porto Alegre em 1852. At1845,PortoAlegresedesenvolvedentrodesseslimites, apresentandoapenasequipamentosindispensveisvidaurbanacomo enfermaria,prdiosadministrativos,religiososemilitares.Apartirdessa poca,comademoliodasmuralhas,marcandoofimdaGuerrados Farrapos,queacidaderealmentecomeouaexpandir-seeapresentar equipamentosmaisvigorososesofisticados,correspondentesaoseurpido desenvolvimento.

6Fig. 2.3 - Planta da Porto Alegre murada em funo da Guerra dos Farrapos. Em traos finos esto representadas as melhorias levadas a efeito a partir dessa data. EmmeadosdosculoXIXjseesboavampequenosncleos populacionais prximos cidade - os arraiais, se caracterizavam geralmente porumacapelaeumagrupamentodecasas-quefuturamenteseriam incorporadosaoncleourbano,pelasuaextenso,equehojeformam bairrosdePortoAlegre.Eramosarraiais:MeninoDeus,Navegantes,So Manoel, So Miguel. Em1875vmaoRioGrandeosimigrantesitalianosenosprimeiros temposocupam-seessencialmentedaagricultura.PortoAlegrebeneficia-se do aumento da produo agrcola. NofimdosculoXIXeinciodosculoXX,intensasobrasde melhoriassorealizadas,comoasprimeiraslinhasdebondeentramem circulao,instalaodeeletricidade,rededeesgotos,guaencanada, hospitais,telefoniaeindstrias.Tambminstaladasasprimeirasinstituies de ensino superior, elas deram origem atual UFRGS.Acidadecaracterizava-seporumaocupaointensivaemtodarea da pennsula central, se rarefazendo medida que se afastava do centro em direoaoscaminhos.Nofimdosculo,PortoAlegreapresentavaa

7distribuiodesuashabitaesemtrssetoresbastantedefinidos:Centro (pennsula),CidadeBaixa(limitadapelasruasJooPessoa,JooAlfredo, VenncioAires)eumterceirodefinidopelasruasVoluntriosdaPtria, OswaldoAranha,BarrosCassal.Essadistribuiodeixavagrandesvazios intermedirios. Oprimeiroprojetodeurbanizaofeitoem1858,peloengenheiro FredericoHeydtmannquejesboavaumaprimeiraperimetralunindoas ruas da Figueira (Coronel Genuno) e do Arvoredo (Fernando Machado) com aRuaNovaemlugardoBecodoOitavo.Esteprojetofoireformulado82 anosmaistarde,em1940eaprovadopeloConselhodoPlanoDiretor,em 1954. E s foi realmente colocado em prtica a partir de 1970. 2.2 Plano Geral de Melhoramentos 1914, Joo Moreira Maciel Oplanourbansticofoioprimeirodecarterabrangente,elaborado peloengenheiro-arquitetoJooMoreiraMaciel,orientouamarchada modernizaodacidade.Essasreformulaespartiramdosproblemasde saneamento,passaramsquestesdacirculaoechegaramato embelezamento.Decarterbasicamenteviriopropeaaberturadenovas avenidas,alargamentoeprolongamentodeviasexistenteseolanamento das primeiras ligaes perimetrais. Oprojetoseiniciavapelasreasnovasdeaterro,conquistadasao lago pela construo do porto, atendendo a preocupao, que era adaptar as ruas nesse territrio, como foi o caso das avenidas do Porto (Av. Mau), Jlio de Castilhos e Marginal. As vias mais amplas abririam os espaos apertados da cidade antiga para a circulao dos fluxos. Cortarlongosquarteirespornovasviasfoiummtodopropostopor Macielemuitoutilizadonourbanismofrancs.Umadasmaiores transformaes que a cidade sofreu foi transformar a Rua General Paranhos naAv.BorgesdeMedeiros.Aavenidasetornariaumespaoreferencialda cidade. OprojetotambmconduziacanalizaroarroioDilvioemudara direodeseucurso,juntoaocanal,duaspistasdeavenida,umadecada

8lado,atravessariamacidadedeLesteaOeste,constituindo-senaatualAv. Ipiranga,foiumadasgrandesobraspropostaspeloplano,massseria realizada a partir das dcadas de 1940 1950. Emrelaonosaoembelezamento,mashigiene,foram propostos jardins atrs do Mercado Pblico, que no foram realizados, assim como os jardins da Av. Marginal e a ampliao da Praa da Harmonia. ConcebidonaadministraodeJosMontaury,scomeouasetornar realidade dez anos mais tarde, na administrao do intendente Otvio Rocha.Fig.2.4-PlantadocentrodePortoAlegrenoPlanoGeraldeMelhoramentos.Emvermelho,osalargamentosde ruas e avenidas, ao centro o atual Parque Farroupilha. 2.3 Contribuio ao Estudo da Urbanizao de Porto Alegre 1936 - 1938, Edvaldo Pereira Paiva e Ubatuba de Faria AoatualizarecomplementaroPlanoGeraldeMelhoramentos, mirando-se no Plano Agache, no Rio de Janeiro, e no Plano de Avenidas de PrestesMaia,emSoPaulo,surgeesseestudoindependentedePaivae Faria, que prope uma dilatao do permetro do centro, desviando o grande contingente de veculos da Avenida Borges de Medeiros e distribuindo melhor o trfego.OPlanoMacieljestavasuperadodepoisdosmandatosdeJos 49Fig. 1.17 - Plano Geral dos Melhoramentos, Joo Moreira Maciel, 1914. Original Planta impressa colorida formato 25 x 35 cm.

9101 Fig. 2.8 - Contribuio. Urbanizao da Ponta da Cadeia e Praia de Belas, Edvaldo Paiva (1936-1938).Fig. 2.9 - Contribuio. Projeto de um Bairro Industrial na vrzea do Gravata, Ubatuba de Faria (1936-1938).Fig. 2.7 - Contribuio ao Estudo de Urbanizao de Porto Alegre. Novos bairros, Ubatuba de Faria e Edvaldo Paiva (1936-1938). Fig. 2.6 - Contribuio ao Estudo da Urbanizao de Porto Alegre. Plano de Avenidas, Ubatuba de Faria e Edvaldo Paiva (1936-1938).Montaury,OtvioRochaeAlbertoBins.Comoatendiaaumapequena parceladacidadeejcontinhateoriasdefasadas,eraprecisopensarem algonovoparaosnovosproblemasdacidade.Segundoodiagnsticodos autores,oprocessodecrescimentourbanonocontroladoeaintensa especulaoimobiliriadosanos1926/29,tinhamproduzido"umamlgama de loteamentos desconexos, estendendo-se a grandes distncias", causando "uma completa desorganizao da vida da cidade". Aideiaeracriarnovasligaesperimetrais,queconstituriamum permetro de irradiao. Atravs de anis concntricos de ruas a 4 e 8km do centrosurgiriaumaredeviriahierarquizadaquepermitiriaaligaodas zonas industriais concentradas ao norte com as novas zonas residenciais no vale sul. A Contribuio, da mesma forma, possuia os Planos de Expanso, com osprojetosdonovobairroresidencialdaPraiadeBelasedodetalhamento daEntradadaCidade,naPontadaCadeia,2comacessosareoefluvial, almdaurbanizaodavrzeadorioGravata,comumbairro industrial/operrio num centro rodo-ferrovirio. Existia tambm a preocupao decriarnovoscentrossecundrios,nointuitodedesaglomerarocentroda cidade. proposto, na ideia dos anis de vias contnuas na periferia imediata ao centro,acriaodeumtnelsobaAvenidaIndependncia,notrajetodas ruasConceioeSarmentoLeite.ParaonovobairroPraiadeBelas,a inteno era fazer "um sistema de vias radiais e perimetrais adequadamente articulado ao tecido urbano existente, observando a continuidade de todas as vias marginais existentes". Fig. 2.5 - Plano de Avenidas de Faria e Paiva.

10 Apesardaauto-crticadePaiva,queconsideravaaContribuiode abrangncia reduzida e limitada s questes virias, o plano define uma rede viria de radiais e perimetrais que vo persistir nos traados dos planos que se seguiro. Fig. 2.6 - Centro e porto de Porto Alegre na dcada de 30.

2.4 Plano Gladosch 1938 - 1944, Arnaldo Gladosch Loureiro da Silva, depois do golpe do Estado Novo de Vargas, assumiu aprefeituradePortoAlegredecididoarenovaracidadeemarcarpoca. Buscou Arnaldo Gladosch no Rio de Janeiro, formou um Conselho do Plano Diretoreassiminiciouareformaereestruturaourbanadacidade. Gladoschfoicontratado"paraaorganizaodoPlanoDiretordoMunicpio dePortoAlegre,relativoasaneamentoeexpansodacidade,orientaoe regularizaodotraadodassuasviasdecomunicao,distribuiodos espaos livres, ampliao do seu porto".OPlanosistematizavaestudosparciaisdesenvolvidospela administraomunicipalemquaseduasdcadas,davacontinuidades principaispropostasdoPlanoMacielparaareacentral,econsolidavaa visordio-concntricadaestruturaurbanadePortoAlegre,porm, diminuindoparaduas-BorgesdeMedeiroseFarrapos-asavenidasase encontrarem na Praa XV de Novembro.ParaGladosch,oobjetivodoPlanoeraclaro:"esboaredelinearuma plantapararegularizarapartecentral,sanearosarrabaldesedeterminara

11expansodacidade(...)preestabelecendoaextensodacapital,embases racionais, sob uma orientao nica, a bem dos seus habitantes".Aespinhadorsalfornecidapelaredeviria,nosmoldesdoPlanode Avenidas,assegurandoaestruturadozoneamentourbanoealigaoentre asdiversaszonasutilizandoruasjexistentessemprequepossvel, alargando-as.Aideiardio-concntricafoireforadapeloprojetodas perimetrais (aproveitadas das propostas da Contribuio e chamadas de vias circulares por Gladosch), pela nfase morfolgica nas radiais e pela proposta de uma travessia a seco do Guaba pela ponta da pennsula. Fig 2.7 - Preplano detalhando as reformas virias principalmente no centro da cidade. Paraasreasverdes,Gladoschpropeacriaodeumsistemade faixasverdes"reunindoeligandoestasreasisoladas,fazendo-asentrar num agrupamento de faixas de jardins ou parques". Isso seria possvel com o saneamento da Praia de Belas, onde um corredor verde surgiria paralelo ao Guaba,ecomaregularizaodoRiacho,comumafaixaverde perpendicularprimeira.Complementandoosistema,seriamprevistos espaosparaequipamentospblicos,comocamposdeesportes,jardinsda infncia,escolasehospitais.NoCristal,sugereaconstruodeumnovo Hipdromo.

12 Fig. 2.8 - Saneamento da Praia de Belas e construo de Bairro Residencial Modelo. Para a zona industrial, indica um porto na direo norte, atual Cais dos Navegantes. Alm disso, prope a construo da Estao Frrea no Primeiro Permetro,nafrentedoatualTneldaConceio.Determinaadivisoda cidadeemzonas,definindoparacadaumaasreasdestinadassclasses de superfcies e os seus usos, alm da catalogao de todos os edifcios. , noentanto,contraaobrigaodaseparaodefunoporzonas, acreditando em um "zoneamento natural". ApropostadeGladoschparaoCentroUrbanocompreendetantoa reformadareadocentrocomercialdacidade,quantoumprojetoparao CentroCvico,respondendonecessidadederepresentaodasfunes pblicas,administrativasedecomandodacidade-capitalemumespao unificado, central e hierrquico. No perodo de estudo do Plano, houve a grande enchente de 1941, que demandoutempoeenergia,dispersandoasatenesanteriormente concentradasnoPlanoDiretorespecificamente.Almdisso,asconstantes trocasnaadministraodacidadenadcadade40,principalmenteapso fim do Estado Novo de Getlio Vargas, no deram continuidade ao projeto. 163Fig. 3.19 Plano Gladosch (IV): Plano Director da Cidade de Porto Alegre. Saneamento da Praia de Belas e Bairro Residencial Modelo.Fig. 3.20 H.P. Berlage. Extenso Sul de Amsterdam, 1914.CASTEX, 1977, op. cit., p. 97 (Fig.25b). Fig. 3.21 Amsterdam. Foto da Extenso Sul nos anos 30.Fig. 3.22 Plano Gladosch (IV): Saneamento da Praia de Belas e Bairro Residencial Modelo. Detalhe mostrando tipologias habitacionais e morfologia urbana.

13Fig.2.9-ObrasexecutadasduranteaadministraodeLoureirodaSilva,baseadasnoPlanodeUrbanizaode Gladosch. 2.5 Anteprojeto de Porto Alegre de acordo com a Carta de Atenas 1951, Edvaldo Pereira Paiva e Demtrio Ribeiro O Anteprojeto enfoca as quatro funes urbanas definidas pela Carta de Atenas:habitar,trabalhar,circularecultivarocorpoeoesprito.Emtermos conceituais, elas retomam as propostas da Contribuio de Paiva e Ubatuba deFarianosanos30,edoPlanodeUrbanizao(PlanoGladosch)da administrao Loureiro da Silva. Paivapropediferenciarasfuneseasdensidades,atravsdo zoneamentodasatividadesurbanas,reasevolumesconstrudos, especializao funcional das circulaes, descentralizao urbana atravs da ampliaodocentroereforosreasresidenciais,almdedirecionara expansourbanaparaasreasmaisfavorveis.Ademais,defendea planificaodosistemademovimentos(gua,ar,rodoviaseferrovias),ea regularizao do regime hdrico, ponto importante aps a enchente de 1941.

142.6 Plano Diretor 1959, Edvaldo Pereira Paiva e Demtrio Ribeiro Fig. 2.10 - Centro de Porto Alegre na dcada de 60. Elaboradoapartirde1954,contmoresultadode20anosdeestudo sobreaCapital.Oselaboradoresprocuravam,dentreoutrosassuntos, "organizarasreasresidenciaisemunidadesdehabitao,limitadaspelas viasdetrfegogeral,nointeriordasquaissepossibilitarosossegoe tranqilidadeindispensveis,almdedot-laspelomenosdeumaunidade escolar, reas adequadas recreao infantil e reas verdes de uso pblico". Dividido em quatro partes, o Plano tem seu princpio com uma pesquisa urbana, onde desenvolvido um mapeamento da distribuio das atividades humanas. Asegundapartetratadaplanificaourbana,compreendendoum conjuntodeleisurbansticasondepodemosencontraroCdigodeObras, CdigodeLoteamentos,oPlanoUrbanstico,oZoneamento,oEsquema Virio,osEspaosViriosePlantaGeraldeZoneamento,quecontinhao esquemavirioprincipal,adistribuiodozoneamentodeusos,eos principaisprojetosurbanos-oschamadosprojetosespeciais,comoa PrimeiraAvenidaPerimetral,oReloteamentodaIlhotaeaUrbanizaoda Praia de Belas. OprojetoparaaIlhotaapresentaoPlanodeReurbanizaodaIlhota, 259 Fig. 5.25 - Processo de substituio tipolgica no Bairro Mont Serrat. Mapas fundo-figura sobre cadastros de 1956 e 1986. Fig.5.26-PlanoDiretor1959/61.Fotoareadocentronoinciodosanos60,apresentadanaIntroduodo Plano Diretor de Porto Alegre (edio 1964), ilustrando a excessiva densificao. Fig.5.27-NewYork.Esquemas ilustrativosdaaplicaodaNewYork City Zoning Resolution de 1961. James FelteNewYorkCityPlanning Commission.Fig.5.28-LeverHouse,1951.Skidmore, Owings&Merrill(comGordonBunschaft). Park Avenue, New York.

15envolvendo a construo de uma nova radial, a Avenida Cascatinha (prevista desdeaContribuio,dosanos30-atualricoVerssimo),oreloteamento de toda a rea remanescente da antiga Ilhota e a previso de implantao de umasriedeequipamentospblicos,entreosquaisEscolaeMercado RegionalnaPraaGaribaldi.Oprojetofracassou,apesardaconstruo Centro Municipal de Cultura e do Ginsio Tesourinha. AnovaAvenidaPerimetraltinhacarterhbrido:conceitosdosCIAM misturados a um Boulevard com prdios de mais de 20 andares. Para Gnter Weimer,porexemplo,"amaioringenuidadedesteplanodiretoreraa pretensodequererconciliarosboulevaresparisiensescomalegislao urbana de Nova Iorque". No interior do permetro, situariam-se o Novo Centro Comercial, o Pao Municipal, Teatro Municipal e Terminais rodo-ferrovirios. Fig. 2.11 - Traado da Primeira Perimetral, contornando o centro. OprojetoinicialparaaPraiadeBelasrevelaumbairromodelo moderno, composto de superquadras e circundado pela Borges de Medeiros epelafuturaAvenidaBeira-Rio.Assuperquadrasteriamprdiosaltosna bordaemenoresnointerior.Concluindooprojeto,pensou-senoCentro Administrativo numa das pontas do novo bairro. ! "!alegrense.AAvenidaPerimetralaindaserviriaaopropsitodedistribuirospassageirosoriundosdos municpios ao norte de Porto Alegre que viessem de trem pela Avenida Dique, fazendo a conexo demeiodetransporte,passandoaorodovirio,afimdeiraosbairrosdacapitalsema necessidade de penetrar no centro. Traado Previsto para a Primeira Perimetral no Plano Diretor de 1959 Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre).Porto Alegre Plano Diretor 1954-1964.Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Detalhamento do Plano - Trecho A, compreendido entre a atual Av. Presidente Joo Goulart e a Av. Borges de Medeiro. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre).Porto Alegre Plano Diretor 1954-1964.Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Av. Presidente Joo Goulart Av. Borges de Medeiros

16Fig. 2.12 - Projeto inicial para a Praia de Belas, com bairro residencial modelo moderno. Fig. 2.13 - Novo projeto para a Praia de Belas. Aprefeitura,aparentemente,desistiudefinanciarnovosbairrosdeuso residencial e, portanto, o novo projeto para a Praia de Belas consistia em um conjunto de parques urbanos de orla. Aterceiraparteenvolveaquestodoszoneamentos.Pelos zoneamentosdeusos,dealtura,depercentagensdeocupaoedendice deocupao,oresultadoquesetemdeumacidadededesenvolvimento rdio-concntrico,comaproveitamentos,densidadesealturasdecrescentes docentroparaaperiferia,comexceodasavenidasprincipais-com grandes alturas e densidades -, o que corrobora o modelo rdio-concntrico. Naquestodasalturas,sepreviavriaspossibilidadesdevolumetrias, considerandoavariaodalarguradasruas,recuoslateraisefrontais, relao com construes vizinhas, posio do lote no quarteiro e o incentivo ao uso do trreo em pilotis. No centro, as alturas variavam de 30 a 60 metros. Paraosbairrosresidenciais,asconstruesdeveriamternomximo11 243 Fig.5.14-PlanoDiretordePortoAlegre(1959/61).NovoProjetoPraiadeBelascomParque substituindo Bairro Residencial Modelo.Fig.5.15-PlanoDiretordePortoAlegre 1959/61. Maquete do Projeto Praia de Belas, 1957, vista para o Norte.Fig.5.16-PlanoDiretordePortoAlegre 1959/61. Maquete do Projeto Praia de Belas, 1957, vista geral para o Sul.Fig. 5.13 - Plano Diretor de Porto Alegre (1959/1961). Planta do Projeto Praia de Belas.243 Fig.5.14-PlanoDiretordePortoAlegre(1959/61).NovoProjetoPraiadeBelascomParque substituindo Bairro Residencial Modelo.Fig.5.15-PlanoDiretordePortoAlegre 1959/61. Maquete do Projeto Praia de Belas, 1957, vista para o Norte.Fig.5.16-PlanoDiretordePortoAlegre 1959/61. Maquete do Projeto Praia de Belas, 1957, vista geral para o Sul.Fig. 5.13 - Plano Diretor de Porto Alegre (1959/1961). Planta do Projeto Praia de Belas.

17metros,estabelecendoparaalturassuperioresrecuoproporcionaldefrente, laterais e de fundos de 1/3 da altura. Os recuos de jardim deveriam ser de 4 metros,oquejvinhasendoaplicadodesdeGladosch,eosdefundo deveriamconter1/10dolote.OArt.89consagraos300,00m2comorea mnima de lote, com testada mnima de 10,00m. A quarta e ltima parte traz as leis complementares, o que compreende desdeoespaodestinadoaoCentroAdministrativoatoZoneamentodo novoBairroPraiadeBelas,definindoregimesdeUsos,Alturas,Ocupao, localizao de edifcios pblicos, garagens, jardins e divisas. Fig. 2.14 - Planta Geral com Zoneamentos, Esquema Virio e Projetos Especiais. 2.7 Primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano 1979 Constitui-se,basicamente,deumaatualizaoerevisodoplanode PaivaeRibeiro.Contoucomaparticipaodemaisdeumacentenade pessoas, incluindo, alm dos arquitetos, gegrafos, socilogos, economistas, agrnomos, mdicos.Muitas das propostas apresentadas em 1959 e 1961 so retomadas de formabemmaisdetalhada,emboraodetalhamentosedmuitomaisem 247 Fig. 5.20- Plano Diretor de 1959.PlantaGeralcomZoneamento,SistemaVirioeProjetosEspeciais(a Planta do Plano). Fig.5.18-PlanoDiretorde1959-61.Zoneamentode Uso.Fig.5.19-PlanoDiretorde1959-61.ndicesde Aproveitamento.Fig.5.22-PlanoDiretorde1959-61.Taxasde Ocupao.Fig. 5.21 - Plano Diretor de 1959-61. Alturas.

18termos das regras e dispositivos que em termos deestruturaeconfigurao espacial.Onovoplanobuscaumtratamentomaiscientficoeneutroparaas normas, mas com a pretenso de inseri-las em uma perspectiva social mais ampla,peladefinioderelaesentreapopulaoeosequipamentos urbanos.Paraisso,azonaurbanaintensivadivididaemsetores denominados de Unidades Territoriais de Planejamento (UTPs), classificados segundotendnciasdeusoeocupaodosolo.Tambmsocriadasas chamadasUnidadesTerritoriaisFuncionaisparareasdenaturezaespecial e que deveriam, por esta razo, contar com um regime urbanstico prprio. Fig. 2.15 - Planta de Zoneamentos. Fig.2.16-Esquemavirioprincipal(existentee proposto). 2.8 Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental 1999 OPDDUAfoiaprovadoem1999,contandocomaatualizaodemais de 40 anos de Plano Diretor e prevendo o crescimento da cidade. O atual uma atualizao do Primeiro PDDUA, e entrou em vigor no dia 26 de outubro de 2010. 287 Fig. 6.3 - 1 PDDU - Estrutura de Polarizao: Hierarquia e distribuio dos plos de comrcio e servios.Fig. 6.2 - 1 PDDU Lei 43/79 - Modelo Espacial Proposto ( direita) e Diviso Territorial.Fig. 6.4-1PDDURedeViriaPrincipal (existente e proposta); Nveis 1 e 2.Fig. 6.1 - 1 PDDU Planta Geral de Zoneamento.287 Fig. 6.3 - 1 PDDU - Estrutura de Polarizao: Hierarquia e distribuio dos plos de comrcio e servios.Fig. 6.2 - 1 PDDU Lei 43/79 - Modelo Espacial Proposto ( direita) e Diviso Territorial.Fig. 6.4-1PDDURedeViriaPrincipal (existente e proposta); Nveis 1 e 2.Fig. 6.1 - 1 PDDU Planta Geral de Zoneamento.

19 3. Principais Urbanistas 3.1 Joo Moreira Maciel Gegrafo e engenheiro-aquiteto, era natural de Santana do Livramento. Em1914,apresentaoProjetodeMelhoramentoseOramentosao Intendente Municipal Jos Montaury Aguiar Leito, obra depois publicada na LivrariadoComrcio.AssinadonocontextodaIGuerraMundial,aescolha de Moreira Maciel para esboar o plano de embelezamento pode em parte serexplicadopeloposicionamentopositivista(favorvelaosfranceses)da regio,oqueolevouaumaposiomaisfavorvelemrelaoaoutros tcnicos1. 3.2 Arnaldo Gladosch NaturaldeSoPaulo,formou-seemarquiteturapelaUniversidadede Dresden,Alemanha,em1923.DevoltaaoBrasil,estabeleceu-senoRiode Janeiro onde fez parte da equipe de Alfred Donat Agache na elaborao dos planos de melhoramento do Rio de Janeiro. Contratado, em 1938, pelo ento intendente Loureiro da Silva, deveria elaborar o plano diretor de Porto Alegre, quelevariaemcontaespecialmenteosaspectosvirioesanitarista. Influenciadopelaarquiteturamonumentalista,suasconcepesarespeito dourbanismosoumaamlgamadeconcepespositivistasetotalitrias. Gladosch tambm foi responsvel pela construo de edifcios notveis nacapitalgachacomooEdifcioSulacap(1938-1949)situadonaavenida BorgesdeMedeiros,esquinacomaruadosAndradaseoEdifcioMesbla, localizado na rua Voluntrios da Ptria, esquina com a rua Cel. Vicente.

20 Fig. 3.1 - Quarteiro Masson e Edifcio Sulacap. Perspectiva Arnaldo Gladosch. 3.3 Edvaldo Pereira Paiva Edvaldo Pereira Paiva, natural de Porto Alegre, formou-se engenheiro civil em 1935, ano em que foi contratado, junto a Luiz Arthur U. de Faria para elaborarosplanosdedesenvolvimentodePortoAlegre;ingressara, entretanto,jem1932naPrefeituraMunicipaldacidade,aindacomo estudante. Em 1936 apresentado o Contribuio ao estudo da urbanizao dePortoAlegre,desenvolvidojuntamenteaUbatubadeFaria,queviriaa suscitar a necessidade de planejamento da cidade, o que levou contratao deArnaldoGladosch(contrariamenteaosautoresdoestudo)paratalfim; viaja, ento, para Montevidu a fim de estudar urbanismo.PereiraPaivafoitambmprofessornoIBA,referenteaoscursosde arquitetura e de urbanismo, bem como da posterior Faculdade de Arquitetura. Participou da elaborao dos planos diretores de cidades como Florianpolis (1951),CaxiasdoSul(1952-53),Uruguaiana(1944-45),dentreoutras,alm detercoordenadoaelaboraodoPrimeiroPlanoDiretordePortoAlegre (1959). 151 Fig.3.10-PlanoGladosch.QuarteiroMasson(Quadra1)eEdifcio Sulacap. Perspectiva, Arnaldo Gladosch (1938). Fig. 3.11-PlanoGladosch(IV):ProjetodeReloteamentototaldaregiocompreendidanopolgono:sopdoespigo centralAv.JooPessoaRuadaAzenhaRuaJosdeAlencarfuturaPraiadeBelas.Detalhamentodas trs etapas de implantao.Arnaldo Gladosch (1942). Fig.3.9-UrbanistaArnaldoGladosch apresentandoaoConselhodoPlano Diretor suas propostas, 1940.

213.4 Demtrio Ribeiro Graduado pela Faculdade de Arquitetura de Montevidu, Uruguai, em 1943, retorna ao Brasil no ano seguinte, ingressando na Secretaria de Obras PblicasdoEstadodoRS.EmcolaboraocomEdvaldoPereiraPaiva, apresentam o anteprojeto de planificao de Porto Alegre em 1951, que viria abasearoprimeiroplanodiretordacidade.Participouaindadaelaborao doPlanoDiretordeFlorianpolis,dacomissodestinadacriaoda FaculdadedeArquiteturadaURGSem1952,vinculando-seinstituio tambm como docente. 3.5 Luiz Arthur Ubatuba de Faria NaturaldeRioGrande,diplomou-seengenheirocivilem1932.Seu ingressonaPrefeituraMunicipal,entretanto,jocorreraem1926, trabalhandonaSessodeCadastro,ondeviriaajuntar-seposteriormente EdvaldoPereiraPaivacomqualdesenvolveuinmerostrabalhos,dentreos quaiscita-seorelatrioContribuioaoestudodaurbanizaodePorto Alegre.UbatubadeFariatambmfoiresponsvelpelaelaboraode diversosplanosparancleoslitorneos,comoAtlntida,CapodaCanoa, Imb, dentre outros, alm de ter participado do corpo docente do IBA, a partir de 1945, e posteriormente da Faculdade de Arquitetura, a partir de 1952. 4. Carta de Atenas ACartadeAtenassurgenomomentoemqueoMovimentoModerno consolidava-senaEuropa,valendo-sedaspossibilidadestrazidaspela arquiteturasubvencionadapeloEstado,oqualprecisavareconstruiropas depois da Primeira Grande Guerra. Tambm na Unio Sovitica, no Brasil e nos Estados Unidos - nos ltimos dois valendo-se tanto da iniciativa privada quantopblica-houveumaintensaatividadedecriaoerenovaode cidades no perodo. O CIAM, Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, idealizador daCartadeAtenas,foifundadonessecontexto.Apesardeteremsurgido

22oportunidadesnovasparaapesquisaeainovaoarquitetnica,o academicismonoabdicoudahegemoniaquepossua.Assim,em1928, depois de perder o concurso para a construo do Palcio da Sociedade das Naes, sob a liderana de Le Corbusier, o CIAM foi criado. OriginalmenteCartadeMoscou,aCartadeAtenasfoiconstitudano quarto congresso do CIAM, que tinha como tema a cidade funcional.ACartasintetizaocontedodoUrbanismoFuncionalista.Nelaesto incorporadas as contribuies de mais de um sculo de arquitetura, incluindo desde as propostas do socialismo utpico at as da Bauhaus, passando por Morris, Howard e Tony Garnier, entre outros. OUrbanismoFuncionalistasupunhaaobrigatoriedadedo planejamento regional e intra-urbano, a submisso da propriedade privada do solo urbano aos interesses coletivos, a industrializao dos componentes e a padronizaodasconstrues,alimitaodotamanhoedadensidadedas cidades,aedificaoconcentradapormadequadamenterelacionadacom amplasreasdevegetao.Supunhaaindaousointensivodatcnica moderna na organizao das cidades, o zoneamento funcional, a separao dacirculaodeveculosepedestres,aeliminaodarua-corredoreuma esttica geometrizante. A cidade deveria organizar-se para satisfazer as quatro necessidades bsicas:habitar,trabalhar,recrear-seecircular.Ahabitaoeraoelemento primordialdaspreocupaesdosarquitetosmodernos,privilegiando-seos fatores condicionantes de sua higiene: "o sol, a vegetao e o espao so as trs matrias-primas do urbanismo", "introduzir o sol nas habitaes o novo e mais imperioso dever do arquiteto". Alguns pontos a serem considerados: -Acidadedevesatisfazerasnecessidadesprimordiais,biolgicase psicolgicas, de sua populao. -Osbairroshabitacionaisdevemocuparnoespaourbanoasmelhores localizaes, aproveitando-se a topografia, observando-se o clima, dispondo-sedainsolaomaisfavorvel(nomnimo2horaspordia,nuncavoltado

23exclusivamenteparaonorte-"Introduzirosolonovoemaisimportante dever do arquiteto") e de superfcies verdes adequadas.Adeterminaodossetoreshabitacionaisdeveserditadaporrazes de higiene.No entanto, no basta sanear a moradia, preciso ainda criar e administrar locais de educao fsica e espaos diversos para o esporte. -Densidadesrazoveisdevemserimpostasdeacordocomasformasde habitao postas pela prpria natureza do terreno. necessrio mensurar o crescimento das reas. -O alinhamento das habitaes ao longo das vias de comunicao deve ser proibido.Evitandomortes,rudos,poeirasegasesnocivos,ashabitaes devem ser afastadas das velocidades mecnicas, sendo canalizadas para um leitoparticular,enquantoopedestredispordecaminhosdiretosoude caminhos de passeio para ele reservados. -Osmodernosrecursostcnicosdevemserlevadosemcontaparaerguer construes elevadas. Essas construes, erguidas a grande distncia umas das outras, devem liberar o solo para amplas superfcies verdes. -Osquarteiresinsalubresdevemserdemolidosesubstitudospor superfciesverdes,quedevemtercomoobjetivoacolherjardinsdeinfncia, escolas, centros juvenis ou todas as construes de uso comunitrio ligadas intimamente habitao. -Ashoraslivressemanaisdevemtranscorreremlocaisadequadamente preparados: parques, florestas, reas de esporte, estdios, praias, etc. - necessrio preservar e reparar as belezas naturais. -Asdistnciasentreoslocaisdetrabalhoeoslocaisdehabitaodevem ser reduzidas ao mnimo.

24- Os setores industriais devem ser independentes dos setores habitacionais e separadosunsdosoutrosporumazonadevegetao.Ossetoresda indstria devem ser contguos estrada de ferro, ao canal e rodovia. -Ocentrodenegciosdeveterboacomunicaotantocomosbairros habitacionais quanto com as indstrias. -Asviasdecirculaodevemserclassificadasconformeasuanatureza (residenciais,depasseio,detrnsito,viasprincipais),econstrudasem funo dos veculos de suas velocidades. -Oscruzamentosdetrfegointensoseroorganizadosemcirculao contnua por meio de mudanas de nveis. - O pedestre deve poder seguir por trajetos diversos dos do automvel. - As zonas de vegetao devem isolar os leitos de grande circulao. -Osvaloreshistricosarquitetnicosdevemsersalvaguardadosse constituremexpressodeumaculturaanterioresecorresponderemaum interessegeral,noacarretandoosacrifciodepopulaesmantidas insalubres. - O emprego de estilos do passado, sob pretextos estticos, nas construes novas erigidas nas zonas histricas, tem consequncias nefastas. -Apesardeascidadesestarememestadodepermanentetransformao, seudesenvolvimentodeveserconduzidocomprecisoecontrole,levando em considerao os princpios do urbanismo contemporneo. -Acidadedeveassegurar,nosplanosespiritualematerial,aliberdade individual e o benefcio da ao coletiva.

255. Concluso PelohistricodosPlanosepelapocaemquecadaumfoi constitudo, fica simples traar uma ideia didtica e coerente da influncia de cada um deles no terreno urbano. OPlanoMacieleasconstruesanterioreselefocaram-senoque hojeocentrohistricodacidade.JoPlanodeUrbanizao,ouPlano Gladosch,aocavaratrincheiradoModernismoqueseriaocupadapelos prximos planos, se ocupa principalmente das reas da periferia imediata ao centroedosbairrostradicionaisnointeriordaSegundaPerimetral, consolidadosnasdcadasde40e50.OPlanoDiretor,dePaivaesua equipe, dedica-se em definir as edificaes ao longo da Primeira Perimetral e emorganizarosbairrosentreaSegundaeaTerceiraperimetral.OPDDU, por ltimo, homogeneiza as reas alm da Terceira Perimetral, e atualiza as questes definidas pelo Primeiro Plano. importante,dessaforma,salientaroprocessoconstantede planejamento e interveno realizado em Porto Alegre - do primeiro Plano ao ltimo,doaterrodaGuabaaoTneldaConceio-esuasconsequncias na vida da sociedade porto-alegrense. 6. Referncias Bibliogrficas WEIMER,Gnter.Origemeevoluodascidadesrio-grandenses.Porto Alegre: Livraria do Arquiteto, 2004. CANEZ,AnnaPaula.ArnaldoGladosch:oedifcioeacidade.PortoAlegre: Cadernos de Arquitetura Ritter dos Reis, V.3, pg. 313-324, 2001. ROVATI,JooFarias.CaminhosdaEvoluoUrbana,XIIEncontroda Associao Nacional de Ps-graduao e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional. Par, 2007. LICHT, Flavia; CAFRUNI, Salma. Demtrio Ribeiro. Porto Alegre: Instituto de Arquitetos, 2005. NYGAARD,PaulDieter.Planosdiretoresdecidades:discutindosuabase doutrinria. Porto Alegre: Editora da Universidade, UFRGS, 2005.

26SOUZA,CeliaFerraz;MULLER,DorisMaria.PortoAlegreesuaevoluo urbana. Porto Alegre: Editora da Universidade, UFRGS, 1997. SOUZA,CliaFerrazde.PlanogeraldemelhoramentosdePortoAlegre:o plano que orientou a modernizao da cidade. Porto Alegre: Armazm Digital, 2008. ABREU FILHO, Silvio Belmonte de. Porto Alegre como Cidade Ideal. Planos e Projetos Urbanos para Porto Alegre. Porto Alegre: PROPAR-UFRGS, 2006 (Tese de Doutoramento em Arquitetura). LE CORBUSIER. A Carta de Atenas. So Paulo: Hucitec, 1993. PORTOALEGRE,2010.Disponvelem. Acesso em 8 de setembro de 2011. ABREU FILHO, Silvio Belmonte de. Cidade Contempornea, Estrutura, Plano eProjeto.In:8SeminrioDocomomoBrasil,2009,RiodeJaneiro.8 SeminrioDocomomoBrasil.CidadeModernaeContempornea:Sntesee Paradoxo das Artes. Trabalhos Completos. Rio de Janeiro : Docomomo_RJ, 2009. v. CD. 6.1 ndice das Ilustraes 2.1 - FOTOSANTIGAS, 2011. Disponvel em < http://fotosantigas.prati.com.br /FotosAntigas/index.htm>. Acesso em 5 de setembro de 2010. 2.2 - FOTOSANTIGAS, 2011, op. cit. Acesso em 5 de setembro de 2010. 2.3 - FOTOSANTIGAS, 2011, op. cit. Acesso em 5 de setembro de 2010. 2.4-ABREUFILHO,SilvioBelmontede.PortoAlegrecomoCidadeIdeal. PlanoseProjetosUrbanosparaPortoAlegre.PortoAlegre:PROPAR-UFRGS, 2006 (Tese de Doutoramento em Arquitetura), p. 49 (Fig. 1.17). 2.5 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 101 (Fig. 2.6). 2.6 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 117 (Fig. 2.26). 2.7 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 135 (Fig. 3.7). 2.8 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 163 (Fig. 3.22). 2.9 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 169 (Fig. 3.30). 2.10-ABREUFILHO,SilvioBelmontede,2006,op.cit.,p.259(Fig.5.26). 2.11 - VIEIRA, Carolina Freitas, Imagens Modernistas no Urbanismo de Porto Alegre 1950-1960. Porto Alegre: PROPESQ-UFRGS, 2009, p. 5.

272.12 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p 243 (Fig. 5.13). 2.13 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 243 (Fig. 5.14). 2.14 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 247 (Fig. 5.20). 2.15 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 258 (Fig. 6.1). 2.16 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 258 (Fig. 6.2). 3.1 - ABREU FILHO, Silvio Belmonte de, 2006, op. cit., p. 151 (Fig. 3.10).