os exercícios do ver, de martin-barbero

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Hegemonia Audiovisual e Fic Hegemonia Audiovisual e Ficç ão Televisiva ão Televisiva Aprendemos... 10% do que lemos 20% do que ouvimos 30% do que vemos 50% do que vemos e ouvimos 70% do que discutimos com outras pessoas 80% do que experimentamos 95% do que ensinamos a outras pessoas William Glasser in Seven Ways of Knowing Criado por Alex Sandro C. Sant’Ana – Dezembro/2006

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Apresentação de slides sobre o livro Os Exercícios do Ver, de Jesús Martin-Barbero.

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Page 1: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Hegemonia Audiovisual e Fic Hegemonia Audiovisual e Ficç ção Televisiva ão Televisiva

Aprendemos...

Ø10% do que lemos Ø20% do que ouvimos

Ø30% do que vemos Ø50% do que vemos e ouvimos

Ø70% do que discutimos com outras pessoas Ø80% do que experimentamos

Ø95% do que ensinamos a outras pessoas

William Glasser in Seven Ways of Knowing

Criado por Alex Sandro C. Sant’Ana – Dezembro/2006

Page 2: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Os Exerc Os Exercí ícios do Ver: cios do Ver:

Page 3: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Jes Jesú ús s Mart Martí ín n­ ­Barbero Barbero é é espanhol, espanhol, residente desde 1963 na Colômbia, residente desde 1963 na Colômbia, e um dos maiores te e um dos maiores teó óricos ricos contemporâneos da comunica contemporâneos da comunicaç ção e ão e da cultura na Am da cultura na Amé érica Latina. Uniu rica Latina. Uniu­ ­ se, neste livro, ao psic se, neste livro, ao psicó ólogo e logo e professor colombiano professor colombiano Germ Germá án n Rey Rey para an para aná álise de um fenômeno social lise de um fenômeno social e cultural de crescente importância e cultural de crescente importância tamb també ém no Brasil: o poder da m no Brasil: o poder da televisão sobre o imagin televisão sobre o imaginá ário das rio das pessoas. pessoas.

Martín­Barbero

Rey

Page 4: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n A obra de A obra de Mart Martí ín n­ ­Barbero Barbero é é conhecida por realizar conhecida por realizar deslocamentos deslocamentos e e rupturas rupturas. Deslocamentos dos lugares . Deslocamentos dos lugares tradicionais de onde são feitas as perguntas. Rupturas tradicionais de onde são feitas as perguntas. Rupturas com as respostas reducionistas e manique com as respostas reducionistas e maniqueí ístas stas “à “à direita direita e e à à esquerda esquerda” ”. O resultado pode ser sintetizado num . O resultado pode ser sintetizado num trabalho de constru trabalho de construç ção te ão teó órico rico­ ­metodol metodoló ógica conhecido gica conhecido como como mapa noturno mapa noturno, uma cartografia para explorar as , uma cartografia para explorar as media mediaç ções ões que que é é um marco a partir do qual se podem um marco a partir do qual se podem estudar as novas complexidades nas rela estudar as novas complexidades nas relaç ções entre ões entre comunica comunicaç ção, cultura e pol ão, cultura e polí ítica. tica.

Page 5: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Proposta do autor: Seguir e explorar as Proposta do autor: Seguir e explorar as media mediaç ções que se dão entre as ões que se dão entre as l ló ógicas de gicas de produ produç ção ão e as e as l ló ógicas de recep gicas de recepç ção ão, entre as , entre as matrizes culturais matrizes culturais e os e os formatos industriais formatos industriais. .

Page 6: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Seus estudos dos Seus estudos dos ú últimos anos ltimos anos é é um not um notá ável vel esfor esforç ço no sentido de oferecer pistas para o no sentido de oferecer pistas para elucidar elucidar “ “entre entre­ ­ver ver” ” (como diz ele) cada vez (como diz ele) cada vez mais as rela mais as relaç ções entre ões entre meios meios e e media mediaç ções ões. .

Page 7: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Nele reaparece a centralidade ocupada Nele reaparece a centralidade ocupada pela media pela mediaç ção da cultura popular, ão da cultura popular, verdadeira marca registrada do autor. E a verdadeira marca registrada do autor. E a novidade fica por conta da an novidade fica por conta da aná álise do lise do meio meio televisão como televisão como media mediaç ção ão “ “tecno tecno­ ­ l ló ógica gica” ” e cultural, pela qual a televisão e cultural, pela qual a televisão é é tratada atrav tratada atravé és das hibrida s das hibridaç ções entre ões entre tecnicidade tecnicidade e e visualidade visualidade. .

Page 8: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Nos marcos dessas duas categorias a televisão Nos marcos dessas duas categorias a televisão torna torna­ ­se experiência comunicativa e cultural nos se experiência comunicativa e cultural nos processos de processos de “ “des des­ ­constru construç ção ão” ” e e “ “re re­ ­constru construç ção ão” ” das identidades coletivas, lugar onde se trava a das identidades coletivas, lugar onde se trava a estrat estraté égica batalha cultural do nosso tempo. gica batalha cultural do nosso tempo. Desse referencial te Desse referencial teó órico desenvolvido ao longo rico desenvolvido ao longo dos cap dos capí ítulos I e II resulta, no cap tulos I e II resulta, no capí ítulo III, uma tulo III, uma pesquisa emp pesquisa empí írica na forma de um not rica na forma de um notá ável vel estudo estudo de caso de caso da fic da ficç ção televisiva na Colômbia. ão televisiva na Colômbia.

Page 9: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Fazer avan Fazer avanç çar metodologicamente a ar metodologicamente a pesquisa pesquisa das media das mediaç ções ões (at (até é agora referida como agora referida como sinônimo de sinônimo de pesquisa de recep pesquisa de recepç ção ão) ) é é fazer do fazer do cotidiano cotidiano mediatizado mediatizado o seu o seu l ló ócus cus preferencial de preferencial de estudo, por estudo, poré ém mais ampliado, tal como aqui m mais ampliado, tal como aqui sugerimos, por meio da incorpora sugerimos, por meio da incorporaç ção das no ão das noç ções ões de de tecnicidade tecnicidade e de e de visualidade visualidade como novos como novos “ “lugares metodol lugares metodoló ógicos gicos” ”. .

Page 10: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Por meio da no Por meio da noç ção de ão de tecnicidade tecnicidade é é poss possí ível entender vel entender a t a té écnica como constitutiva, como cnica como constitutiva, como dimensão imanente de uma visão dimensão imanente de uma visão antropol antropoló ógica de comunica gica de comunicaç ção. ão.

Page 11: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Na t Na té écnica h cnica há á novos modos de perceber, ver, novos modos de perceber, ver, ouvir, ler, aprender novas linguagens, novas ouvir, ler, aprender novas linguagens, novas formas de expressão, de textualidade e formas de expressão, de textualidade e escritura. Haveria uma esp escritura. Haveria uma espé écie de cie de intermedialidade intermedialidade como experiência como experiência comunicativa comunicativa, ou seja, de muitas interfaces , ou seja, de muitas interfaces entre os diferentes meios e destes nos entre os diferentes meios e destes nos diferentes espa diferentes espaç ços comunicativos do consumo os comunicativos do consumo e cria e criaç ção. ão.

Page 12: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n A t A té écnica, portanto, est cnica, portanto, está á recolocando o lugar recolocando o lugar da imagem tanto na ciência (imagem não da imagem tanto na ciência (imagem não mais como obst mais como obstá áculo, mas parte de um novo culo, mas parte de um novo modo de conhecer e de construir o modo de conhecer e de construir o conhecimento) como na pr conhecimento) como na prá ática cotidiana. tica cotidiana.

Page 13: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Encaminha para que se pesquise a partir do Encaminha para que se pesquise a partir do reconhecimento da presen reconhecimento da presenç ça central da cultura oral a central da cultura oral como como oralidade secund oralidade secundá ária ria, formada por aquelas , formada por aquelas complexas rela complexas relaç ções que hoje se produzem na ões que hoje se produzem na Am Amé érica Latina entre a oralidade que perdura como rica Latina entre a oralidade que perdura como experiência cultural prim experiência cultural primá ária das maiorias e a ria das maiorias e a visualidade tecnol visualidade tecnoló ógica, tecidas e organizadas pelas gica, tecidas e organizadas pelas gram gramá áticas ticas tecnoperceptivas tecnoperceptivas do r do rá ádio, cinema, v dio, cinema, ví ídeo, deo, m mú úsica, computador. sica, computador.

Page 14: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

I I ntrodu ntroduç ção ão

Page 15: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Desde o princ Desde o princí ípio, a imagem foi ao pio, a imagem foi ao mesmo tempo meio de expressão, mesmo tempo meio de expressão, de comunica de comunicaç ção e tamb ão e també ém de m de adivinha adivinhaç ção e inicia ão e iniciaç ção, de ão, de encantamento e cura. encantamento e cura.

Page 16: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n O livro trata dos O livro trata dos avatares avatares culturais, pol culturais, polí íticos e ticos e narrativos do audiovisual, narrativos do audiovisual, especialmente da televisão. especialmente da televisão.

Page 17: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Primeiro Movimento Primeiro Movimento n n A hegemonia audiovisual est A hegemonia audiovisual está á des des­ ­localizando localizando o of o ofí ício (e a cio (e a autoridade), dos intelectuais e autoridade), dos intelectuais e introduzindo, no mundo da introduzindo, no mundo da cultura ocidental, um acre cultura ocidental, um acre sabor de decadência sabor de decadência incoerc incoercí ível, produzida pela vel, produzida pela des des­ ­ ordem ordem de que sofrem as de que sofrem as autoridades e as hierarquias. autoridades e as hierarquias.

Page 18: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Na Am Na Amé érica Latina, a rica Latina, a hegemonia audiovisual hegemonia audiovisual des des­ ­ cobre cobre, põe a descoberto, as , põe a descoberto, as contradi contradiç ções de uma ões de uma modernidade outra, modernidade outra, à à qual qual têm acesso e da qual se têm acesso e da qual se apropriam as maiorias, sem apropriam as maiorias, sem deixar a cultura oral, deixar a cultura oral, mesclando mesclando­ ­a com as a com as imag imagí ísticas da visualidade sticas da visualidade eletrônica. eletrônica.

Page 19: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Segundo Movimento Segundo Movimento

n n Mais que uma enfermidade Mais que uma enfermidade da pol da polí ítica, a m tica, a mí ídia de dia de massa televisiva indica a massa televisiva indica a dire direç ção da crise da ão da crise da representa representaç ção e as ão e as transforma transformaç ções que est ões que está á atravessando a identidade atravessando a identidade da m da mí ídia. dia.

Page 20: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n E isso por causa das rupturas E isso por causa das rupturas vividas pelo espa vividas pelo espaç ço audiovisual o audiovisual em seus of em seus ofí ícios e alian cios e alianç ças, em as, em suas estruturas de propriedade e suas estruturas de propriedade e gestão, e nas gestão, e nas reconfigura reconfiguraç ções ões do do discurso televisivo. discurso televisivo.

Page 21: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Por Poré ém, pelo adensamento das media m, pelo adensamento das mediaç ções da ões da sensibilidade e da teatralidade da pol sensibilidade e da teatralidade da polí ítica, ao tica, ao mesmo tempo espa mesmo tempo espaç ço de simula o de simulaç ção e de ão e de reconhecimento social, do fazer socialmente reconhecimento social, do fazer socialmente vis visí ível tanto a corrup vel tanto a corrupç ção como sua ão como sua fiscaliza fiscalizaç ção e den ão e denú úncia, tanto os dolorosos ncia, tanto os dolorosos avatares avatares da guerra. da guerra.

Page 22: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Terceiro Movimento Terceiro Movimento n n O das narra O das narraç ções televisivas ões televisivas que encarnam a inextric que encarnam a inextricá ável vel conexão das mem conexão das memó órias e dos rias e dos imagin imaginá ários, a geografia rios, a geografia sentimental que, a partir do sentimental que, a partir do bolero e do tango, se bolero e do tango, se reencantou reencantou na na radionovela radionovela, no , no melodrama cinematogr melodrama cinematográ áfico e, fico e, finalmente na telenovela finalmente na telenovela

Page 23: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Com tudo que a Com tudo que aí í circula de experiência circula de experiência do mercado em renovar o desgaste do mercado em renovar o desgaste narrativo narrativo – – juntando o contar contos juntando o contar contos com o saber fazer contas com o saber fazer contas ­ ­, por , poré ém m tamb també ém com as lutas dos povos do sul m com as lutas dos povos do sul para passar a contar nas decisões, para passar a contar nas decisões, que os afetam, isto que os afetam, isto é é, pelo direito de , pelo direito de contar suas hist contar suas histó órias e rias e descobrir/recriar nelas descobrir/recriar nelas – – nos relatos nos relatos que as fazem local e mundialmente que as fazem local e mundialmente reconhec reconhecí íveis veis – – sua identidade plural. sua identidade plural.

Page 24: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n O estouro das fronteiras espaciais e O estouro das fronteiras espaciais e temporais que eles introduzem no campo temporais que eles introduzem no campo cultural, cultural, des des­ ­localiza localiza os saberes, os saberes, deslegitimando as fronteiras entre razão e deslegitimando as fronteiras entre razão e imagina imaginaç ção, saber e informa ão, saber e informaç ção, natureza ão, natureza e artif e artifí ício, ciência e arte, saber cio, ciência e arte, saber especializado e experiência profana. especializado e experiência profana.

Page 25: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Que rela Que relaç ções os professores e ões os professores e alunos estão estabelecendo com alunos estão estabelecendo com

as tecnologias? as tecnologias?

Page 26: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Se j Se já á não se escreve, nem se lê como não se escreve, nem se lê como antes, antes, é é porque tampouco se pode porque tampouco se pode ver, nem expressar como antes. ver, nem expressar como antes.

Page 27: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Experiência Audiovisual e Experiência Audiovisual e Des Des­ ­Ordem Ordem Cultural Cultural

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Page 28: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Confundindo iletrado com Confundindo iletrado com inculto, as elites ilustradas, inculto, as elites ilustradas, desde o s desde o sé éculo XVIII, ao culo XVIII, ao tempo que afirmavam o povo tempo que afirmavam o povo na pol na polí ítica, o negavam na tica, o negavam na cultura, fazendo da incultura o cultura, fazendo da incultura o tra traç ço intr o intrí ínseco que nseco que configurava a identidade dos configurava a identidade dos setores populares e o insulto setores populares e o insulto com que tapavam sua com que tapavam sua interessada incapacidade de interessada incapacidade de aceitar que, nesses setores, aceitar que, nesses setores, pudesse haver experiências e pudesse haver experiências e matrizes de outra cultura. matrizes de outra cultura.

Page 29: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n A televisão tem muito menos A televisão tem muito menos de instrumento de de instrumento de ó ócio de cio de diversão do que de cen diversão do que de cená ário rio cotidiano das mais secretas cotidiano das mais secretas perversões do social e perversões do social e tamb també ém da constitui m da constituiç ção de ão de imagin imaginá ários coletivos, a partir rios coletivos, a partir dos quais as pessoas se dos quais as pessoas se reconhecem e representam o reconhecem e representam o que têm direito de esperar e que têm direito de esperar e desejar. desejar.

Page 30: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Os autores lan Os autores lanç çam então a am então a seguinte questão: Que pol seguinte questão: Que polí ítica tica educativa seria cab educativa seria cabí ível em um vel em um contexto em que a m contexto em que a mí ídia nos dia nos idiotiza, nos poupa de pensar e idiotiza, nos poupa de pensar e nos rouba a solidão? Os mesmos nos rouba a solidão? Os mesmos em seguida afirmam que em seguida afirmam que é é a a televisão em si mesma, e não televisão em si mesma, e não algum tipo de programa, que algum tipo de programa, que reflete e refor reflete e reforç ça a incultura e a a a incultura e a estupidez das maiorias. Com o estupidez das maiorias. Com o argumento de que argumento de que “ “para ver para ver televisão não se necessita televisão não se necessita aprender aprender” ”, a escola , a escola – – que nos que nos ensina a ler ensina a ler – – não teria nada a não teria nada a fazer aqui. fazer aqui.

Page 31: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Nenhuma possibilidade, nem necessidade, Nenhuma possibilidade, nem necessidade, de formar uma visão cr de formar uma visão crí ítica que distinga tica que distinga entre informa entre informaç ção independente e ão independente e informa informaç ção submissa ao poder econômico ão submissa ao poder econômico e pol e polí ítico, entre os programas que buscam tico, entre os programas que buscam se conectar com as contradi se conectar com as contradiç ções, as dores ões, as dores e as esperan e as esperanç ças de nossos pa as de nossos paí íses e ses e aqueles que nos oferecem evasão e aqueles que nos oferecem evasão e consolo, entre c consolo, entre có ópias baratas do que pias baratas do que é é imperante imperante e trabalhos que fazem e trabalhos que fazem experiência com as linguagens, entre o experiência com as linguagens, entre o esteticismo esteticismo formalista que explora as formalista que explora as tecnologias de maneira exibicionista e a tecnologias de maneira exibicionista e a investiga investigaç ção est ão esté ética que incorpora o v tica que incorpora o ví ídeo deo e o computador e o computador à à constru construç ção de nossas ão de nossas mem memó órias e rias e à à imagina imaginaç ção de nossos ão de nossos futuros. futuros.

Page 32: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Inserida na experiência global, Inserida na experiência global, a experiência cultural latino a experiência cultural latino­ ­ americana deste fim de s americana deste fim de sé éculo culo não pode ser pensada fora não pode ser pensada fora das novas estruturas das novas estruturas comunicativas da sociedade, comunicativas da sociedade, uma vez que elas configuram uma vez que elas configuram boa parte de suas apostas e boa parte de suas apostas e de seus pesadelos. de seus pesadelos.

Page 33: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Os autores se referem Os autores se referem à à hegemonia hegemonia da razão da razão comunicacional comunicacional que, diante que, diante do consenso dialogal, do qual se do consenso dialogal, do qual se nutra, segundo nutra, segundo Habermas Habermas, a , a “ “razão razão comunicativa comunicativa” ”, se acha carregada , se acha carregada de opacidade discursiva e de de opacidade discursiva e de ambig ambigü üidade pol idade polí ítica, introduzida tica, introduzida pela media pela mediaç ção tecnol ão tecnoló ógica e gica e mercantil, cujos dispositivos mercantil, cujos dispositivos – – a a fragmenta fragmentaç ção que desloca e ão que desloca e descentra, o fluxo que globaliza e descentra, o fluxo que globaliza e comprime, a conexão, que comprime, a conexão, que desmaterializa e hibrida desmaterializa e hibrida – – agenciam agenciam o devir mercado da sociedade. o devir mercado da sociedade.

Page 34: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n A fascina A fascinaç ção tecnol ão tecnoló ógica produz gica produz densos e desconcertantes densos e desconcertantes paradoxos: a convivência da paradoxos: a convivência da opulência opulência comunicacional comunicacional com com debilidade do p debilidade do pú úblico, a maior blico, a maior disponibilidade de informa disponibilidade de informaç ção com ão com a deteriora a deterioraç ção palp ão palpá ável da vel da educa educaç ção formal, a explosão ão formal, a explosão cont contí ínua de imagens com o nua de imagens com o empobrecimento da experiência, a empobrecimento da experiência, a multiplica multiplicaç ção infinita dos signos em ão infinita dos signos em uma sociedade que padece do uma sociedade que padece do maior d maior dé éficit simb ficit simbó ólico. lico.

Page 35: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n A convergência entre sociedade de A convergência entre sociedade de mercado e racionalidade tecnol mercado e racionalidade tecnoló ógica gica dissocia a sociedade em dissocia a sociedade em “ “sociedades sociedades paralelas paralelas” ”: a dos conectados : a dos conectados à à infinita infinita oferta de bens e saberes, a dos oferta de bens e saberes, a dos inforricos inforricos e a dos exclu e a dos excluí ídos tanto dos bens mais dos tanto dos bens mais elementares como da informa elementares como da informaç ção exigida ão exigida para poder decidir como cidadãos. para poder decidir como cidadãos.

Page 36: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n É É imposs impossí ível saber o que a televisão faz vel saber o que a televisão faz com as pessoas, se desconhecermos as com as pessoas, se desconhecermos as demandas sociais e culturais que as demandas sociais e culturais que as pessoas fazem pessoas fazem à à televisão. televisão.

n n Se a televisão atrai Se a televisão atrai é é porque a rua porque a rua expulsa, expulsa, é é dos medos que vivem as dos medos que vivem as m mí ídias. dias.

Page 37: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Se as novas condi Se as novas condiç ções de vida na cidade ões de vida na cidade exigem a reinven exigem a reinvenç ção de la ão de laç ços sociais e os sociais e culturais, são as redes audiovisuais que culturais, são as redes audiovisuais que instauram, a partir de sua pr instauram, a partir de sua pró ópria l pria ló ógica, gica, as novas figuras dos intercâmbios as novas figuras dos intercâmbios urbanos. urbanos.

Page 38: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Enquanto a cultura do texto criou espa Enquanto a cultura do texto criou espaç ços os de comunica de comunicaç ção exclusiva entre os ão exclusiva entre os adultos, instaurando uma marcada adultos, instaurando uma marcada segrega segregaç ção entre adultos e crian ão entre adultos e crianç ças, a as, a televisão provoca um curto televisão provoca um curto­ ­circuito nos circuito nos filtros da autoridade parental, filtros da autoridade parental, transformando os modos de circula transformando os modos de circulaç ção da ão da informa informaç ção no lar. ão no lar.

Page 39: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Enquanto o livro disfar Enquanto o livro disfarç ça seu controle a seu controle atrav atravé és de seu estatuto de objeto cultural s de seu estatuto de objeto cultural e da complexidade de seus temas e de e da complexidade de seus temas e de seu vocabul seu vocabulá ário, o controle da televisão rio, o controle da televisão não admite disfarces, tornando expl não admite disfarces, tornando explí ícita a cita a censura. censura.

Page 40: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Que aten Que atenç ção estão prestando as ão estão prestando as escolas, e inclusive as faculdades de escolas, e inclusive as faculdades de educa educaç ção, ão, à às modifica s modificaç ções profundas ões profundas na percep na percepç ção do espa ão do espaç ço e do tempo o e do tempo vividas pelos adolescentes, inseridos vividas pelos adolescentes, inseridos em processos vertiginosos de em processos vertiginosos de desterritorializa desterritorializaç ção ão da experiência e da da experiência e da identidade, apegados a uma identidade, apegados a uma contemporaneidade cada dia mais contemporaneidade cada dia mais reduzida reduzida à à atualidade, e no fluxo atualidade, e no fluxo incessante e embriagador de incessante e embriagador de informa informaç ções e imagens? ões e imagens?

Page 41: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Que significam aprender e saber no tempo Que significam aprender e saber no tempo da sociedade informacional e das redes da sociedade informacional e das redes que inserem instantaneamente o local no que inserem instantaneamente o local no global? global?

Page 42: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Que deslocamentos cognitivos e Que deslocamentos cognitivos e institucionais estão exigindo os institucionais estão exigindo os novos dispositivos de produ novos dispositivos de produç ção e ão e apropria apropriaç ção do conhecimento a ão do conhecimento a partir da interface que enla partir da interface que enlaç ça as a as telas dom telas domé ésticas da televisão com sticas da televisão com as laborais do computador e as as laborais do computador e as l lú údicas dos videogames? dicas dos videogames?

n n Est Está á a educa a educaç ção se encarregando ão se encarregando dessas indaga dessas indagaç ções? ões?

Page 43: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n E, se não o est E, se não o está á fazendo, como pode fazendo, como pode pretender ser hoje um verdadeiro espa pretender ser hoje um verdadeiro espaç ço o social e cultural de produ social e cultural de produç ção e ão e apropria apropriaç ção de conhecimentos? ão de conhecimentos?

Page 44: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n O problema de fundo est O problema de fundo está á no desafio no desafio proposto por um ecossistema proposto por um ecossistema comunicativo no qual o que emerge comunicativo no qual o que emerge é é outra cultura, outro modo de ver e de ler, outra cultura, outro modo de ver e de ler, de aprender e conhecer. de aprender e conhecer.

Page 45: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n A realidade cotidiana da escola demonstra A realidade cotidiana da escola demonstra que a leitura e a escritura não são uma que a leitura e a escritura não são uma atividade criativa e prazerosa, por atividade criativa e prazerosa, poré ém, m, predominantemente uma tarefa obrigat predominantemente uma tarefa obrigató ória ria e e entediante entediante, sem possibilidades de , sem possibilidades de conexão com dimensões conexão com dimensões­ ­chave da vida chave da vida dos adolescentes. dos adolescentes.

Page 46: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero
Page 47: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Diante da cultura oral, a escola se Diante da cultura oral, a escola se encontra tão desprovida de modos de encontra tão desprovida de modos de intera interaç ção, e tão na defensiva, como diante ão, e tão na defensiva, como diante do audiovisual. do audiovisual.

Page 48: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Pela maneira como se apega ao livro, a escola Pela maneira como se apega ao livro, a escola desconhece tudo o que de cultura se produz e circula desconhece tudo o que de cultura se produz e circula pelo mundo da imagem e das oralidades: dois pelo mundo da imagem e das oralidades: dois mundos que vivem, justamente, da hibrida mundos que vivem, justamente, da hibridaç ção e da ão e da mesti mestiç çagem, do revolvimento de mem agem, do revolvimento de memó órias territoriais rias territoriais com imagin com imaginá ários rios des des­ ­localizados localizados. .

Page 49: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Ao reivindicar a presen Ao reivindicar a presenç ça da cultura oral e da a da cultura oral e da audiovisual, não estamos desconhecendo, audiovisual, não estamos desconhecendo, de modo algum, a vigência da cultura de modo algum, a vigência da cultura letrada, mas desmontando sua pretensão de letrada, mas desmontando sua pretensão de ser a ser a ú única cultura digna desse nome e o nica cultura digna desse nome e o eixo cultural de nossa sociedade. eixo cultural de nossa sociedade.

Page 50: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Estamos diante de uma mudan Estamos diante de uma mudanç ça nos a nos protocolos e processos de leitura, que protocolos e processos de leitura, que não significa, nem pode significar, a não significa, nem pode significar, a simples substitui simples substituiç ção de um modo de ler ão de um modo de ler por outro, senão a articula por outro, senão a articulaç ção complexa ão complexa de um e outro, da leitura de textos e da de um e outro, da leitura de textos e da de hipertextos, da dupla inser de hipertextos, da dupla inserç ção de uns ão de uns em outros, com tudo o que isso implica de em outros, com tudo o que isso implica de continuidades e rupturas, de continuidades e rupturas, de reconfigura reconfiguraç ção ão da leitura como conjunto da leitura como conjunto de modos muito diversos de navegar de modos muito diversos de navegar pelos textos. pelos textos.

Page 51: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n É É por essa pluralidade de escritas que por essa pluralidade de escritas que passa, hoje, a constru passa, hoje, a construç ção de cidadãos, ão de cidadãos, que saibam ler tanto jornais como que saibam ler tanto jornais como notici noticiá ários de televisão, videogames, rios de televisão, videogames, videoclipes e hipertextos. videoclipes e hipertextos.

Page 52: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

Imagens e Pol Imagens e Polí ítica tica

Apresentação: Impactos das Tecnologias na Sociedade

Page 53: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n As televisões p As televisões pú úblicas deveriam encontrar blicas deveriam encontrar um equil um equilí íbrio dif brio difí ícil entre uma programa cil entre uma programaç ção ão generalista, isto generalista, isto é é, orientada para a maioria , orientada para a maioria do p do pú úblico, com uma programa blico, com uma programaç ção que leve ão que leve em conta os direitos das minorias, aquelas em conta os direitos das minorias, aquelas que não costumam se acomodar que não costumam se acomodar à às s descri descriç ções das popula ões das populaç ções ões­ ­objetivos. objetivos.

Page 54: Os Exercícios do Ver, de Martin-Barbero

n n Uma televisão que Uma televisão que transmita futebol junto com transmita futebol junto com encena encenaç ções de ões de ó ópera e de pera e de filmes, que não costumam filmes, que não costumam ser exibidos normalmente ser exibidos normalmente nas salas comerciais, com nas salas comerciais, com eventos pr eventos pró óximos ximos à às s sensibilidades mais sensibilidades mais contemporâneas dos contemporâneas dos jovens. jovens.

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n n Se as televisões comerciais aumentam as Se as televisões comerciais aumentam as possibilidades de contraste cultural, bem possibilidades de contraste cultural, bem como o acesso como o acesso à à informa informaç ção ou ão ou à à recorrência recorrência a modelos de vida diferentes dos pr a modelos de vida diferentes dos pró óprios, prios, tamb també ém segmentam, padronizam e m segmentam, padronizam e submetem as realidades a incisivos submetem as realidades a incisivos processos de redu processos de reduç ção e banaliza ão e banalizaç ção. ão.

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n n Seria de supor que as televisões p Seria de supor que as televisões pú úblicas se blicas se defrontam com o desafio de oferecer outros defrontam com o desafio de oferecer outros âmbitos de fic âmbitos de ficç ção e imagina ão e imaginaç ção, outras ão, outras entradas compreensivas aos problemas entradas compreensivas aos problemas cotidianos, outras maneiras de confrontar cotidianos, outras maneiras de confrontar publicamente os temas concernentes aos publicamente os temas concernentes aos cidadãos. cidadãos.

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n n Como afirmou Umberto Eco para a leitura, Como afirmou Umberto Eco para a leitura, todo texto gera seu leitor todo texto gera seu leitor­ ­modelo. Canais modelo. Canais e programas criam audiências e programas criam audiências­ ­modelo que modelo que são muito mais do que espectadores são muito mais do que espectadores fortuitos. Trata fortuitos. Trata­ ­se de grupos ou de tribos se de grupos ou de tribos identific identificá áveis tanto por suas preferências veis tanto por suas preferências midi midiá áticas ticas como por suas decisões vitais. como por suas decisões vitais.

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n n A renova A renovaç ção dos p ão dos pú úblicos blicos é é acompanhadas pelas modifica acompanhadas pelas modificaç ções ões cognitivas, isto cognitivas, isto é é, pelas diferentes formas , pelas diferentes formas de interpreta de interpretaç ção e apropria ão e apropriaç ção das ão das mensagens televisivas e de sua mensagens televisivas e de sua localiza localizaç ção em outros contextos de suas ão em outros contextos de suas vidas cotidianas. vidas cotidianas.

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n n A A empresarializa empresarializaç ção ão produz uma gama produz uma gama importante de efeitos: ao lado das importante de efeitos: ao lado das necessidades de adequar as propostas necessidades de adequar as propostas comunicativas comunicativas à às exigências do consumo s exigências do consumo estão os processos de padroniza estão os processos de padronizaç ção, ão, reduzindo as especificidades para circular reduzindo as especificidades para circular mais facilmente em circuitos comerciais mais facilmente em circuitos comerciais que requerem produtos bastante que requerem produtos bastante homogêneos e que, al homogêneos e que, alé ém disso, m disso, costumam ter uma r costumam ter uma rá ápida obsolescência. pida obsolescência.

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n n Os tempos internos da elabora Os tempos internos da elaboraç ção ão midi midiá ática tica variam ao ingressar nas l variam ao ingressar nas ló ógicas da produ gicas da produç ção ão industrial, enquanto suas realiza industrial, enquanto suas realizaç ções são mais ões são mais perme permeá áveis veis à à intersec intersecç ção de gêneros, ão de gêneros, à à experimenta experimentaç ção e ão e à à espetaculariza espetacularizaç ção ão. .

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n n A diversifica A diversificaç ção da produ ão da produç ção da empresa ão da empresa multimidial multimidial (que integra recrea (que integra recreaç ção, acesso ao ão, acesso ao conhecimento, educa conhecimento, educaç ção, informa ão, informaç ção, etc.) gera ão, etc.) gera especializa especializaç ção ainda mais sofisticadas tantos dos ão ainda mais sofisticadas tantos dos tipos de jornalismo como de suas modalidades tipos de jornalismo como de suas modalidades narrativas e de integra narrativas e de integraç ção das m ão das mí ídias. dias.

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n n A consolida A consolidaç ção de um ão de um “ “n nó ós s” ” da sociedade da sociedade civil diante das manifesta civil diante das manifestaç ções autorit ões autoritá árias, rias, venham de onde vierem, a forma venham de onde vierem, a formaç ção de um ão de um espa espaç ço comum e de revela o comum e de revelaç ção, onde a ão, onde a sociedade civil se expresse em sua sociedade civil se expresse em sua pluralidade, são desafios com que hoje se pluralidade, são desafios com que hoje se defrontam as m defrontam as mí ídias na busca de visibilidade. dias na busca de visibilidade.

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n n O que se viu na hist O que se viu na histó órica da televisão foi rica da televisão foi uma paulatina uma paulatina moldabilidade moldabilidade do p do pú úblico a blico a qual emerge das tensões entre o qual emerge das tensões entre o comercial e o cultural, da significa comercial e o cultural, da significaç ção do ão do massificado inaugurada pela m massificado inaugurada pela mí ídia diante dia diante de uma tradi de uma tradiç ção marcada por experiências ão marcada por experiências mais elitistas, das intera mais elitistas, das interaç ções ões – – quase quase sempre conflituosas sempre conflituosas – – entre as iniciativas entre as iniciativas privadas e os limites regulamentares dos privadas e os limites regulamentares dos Estados protetores. Estados protetores.

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n n As id As idé éias de uma globaliza ias de uma globalizaç ção do pol ão do polí ítico que tico que “ “respeite os dialetos respeite os dialetos” ”, segundo , segundo Vattimo Vattimo, mas , mas que, por sua vez, enfrente efetivamente o que, por sua vez, enfrente efetivamente o poder das grandes instâncias transnacionais poder das grandes instâncias transnacionais – – diante das quais têm muito pouco a fazer os diante das quais têm muito pouco a fazer os Estados nacionais Estados nacionais – –, faz parte das discussões , faz parte das discussões mais candente hoje. mais candente hoje.

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n n Diante da televisão não existem somente Diante da televisão não existem somente telespectadores: cada vez são mais telespectadores: cada vez são mais complexas as intera complexas as interaç ções entre m ões entre mí ídias e dias e cidadania, entre televisão e pol cidadania, entre televisão e polí ítica. tica.

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n n Acostumada aos silêncios Acostumada aos silêncios e ao subterf e ao subterfú úgio, a gio, a corrup corrupç ção tem uma ão tem uma capacidade de mimetismo capacidade de mimetismo assombrosa; com relativa assombrosa; com relativa facilidade se adapta facilidade se adapta à às s exigências da informa exigências da informaç ção ão e se, no passado, sua e se, no passado, sua for forç ça consistia em proteger a consistia em proteger a qualquer pre a qualquer preç ço a sua o a sua privacidade, agora privacidade, agora consiste em se acomodar consiste em se acomodar com cinismo com cinismo à à visibilidade. visibilidade.

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n n No que concerne No que concerne à às ind s indú ústrias culturais, strias culturais, digamos, para come digamos, para começ çar, que elas constituem ar, que elas constituem hoje a mais complexa reorganiza hoje a mais complexa reorganizaç ção da ão da hegemonia. hegemonia.

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n n As contradi As contradiç ções latino ões latino­ ­americanas que americanas que atravessam e sustentam sua globalizada atravessam e sustentam sua globalizada integra integraç ção desembocam decisivamente ão desembocam decisivamente na pergunta acerca do peso que as na pergunta acerca do peso que as ind indú ústrias do audiovisual estão tendo strias do audiovisual estão tendo nesses processos, j nesses processos, já á que elas jogam no que elas jogam no terreno estrat terreno estraté égico das imagens que de si gico das imagens que de si mesmos fazem os povos e com as que se mesmos fazem os povos e com as que se fazem reconhecer pelos demais povos. fazem reconhecer pelos demais povos.

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n n Se h Se há á um poderoso movimento de um poderoso movimento de integra integraç ção ão – – entendida esta como entendida esta como supera superaç ção de barreiras e dissolu ão de barreiras e dissoluç ção de ão de fronteiras fronteiras ­ ­, este , este é é o que passa pelas o que passa pelas ind indú ústrias culturais das m strias culturais das mí ídias de massa e dias de massa e das tecnologias da informa das tecnologias da informaç ção. ão.

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n n Por Poré ém, por outro lado, são essas mesmas m, por outro lado, são essas mesmas ind indú ústrias que refor strias que reforç çam e tornam mais densa am e tornam mais densa a desigualdade do intercâmbio e as que mais a desigualdade do intercâmbio e as que mais fortemente aceleram a integra fortemente aceleram a integraç ção da ão da heterogeneidade cultural de seus povos heterogeneidade cultural de seus povos à à indiferen indiferenç ça do mercado. a do mercado.

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n n A crise do cinema, por um lado, e a supera A crise do cinema, por um lado, e a superaç ção ão dos extremismos ideol dos extremismos ideoló ógicos, por outro, iam gicos, por outro, iam incorporando a televisão, sobretudo atrav incorporando a televisão, sobretudo atravé és da s da telenovela, muitos artistas, escritores, atores, telenovela, muitos artistas, escritores, atores, que aportam tem que aportam temá áticas e estilos pelos quais ticas e estilos pelos quais passam dimensões passam dimensões­ ­chave da vida e das chave da vida e das culturas nacionais e locais. culturas nacionais e locais.

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n n O melhor exemplo da complexidade adquirida, O melhor exemplo da complexidade adquirida, nesses anos, pela ind nesses anos, pela indú ústria stria telenovelesca telenovelesca talvez seja talvez seja Roque Santeiro: Roque Santeiro:

n n M Mé édia de 100 cap dia de 100 capí ítulos e 300 min de fic tulos e 300 min de ficç ção por ão por semana; semana;

n n Custo de uma novela: entre 1 milhão e 1 milhão e Custo de uma novela: entre 1 milhão e 1 milhão e meio de d meio de dó ólares. lares.

n n Cada cap Cada capí ítulo: entre $10.000 e $15.000. tulo: entre $10.000 e $15.000.

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n n O que torna especialmente tenso o di O que torna especialmente tenso o diá álogo do logo do campo liter campo literá ário com a televisão rio com a televisão é é a dificuldade a dificuldade de captar que o que faz o sucesso dessa m de captar que o que faz o sucesso dessa mí ídia dia remete remete – – mais al mais alé ém da superficialidade dos m da superficialidade dos assuntos, dos assuntos, dos esquematismos esquematismos narrativos e dos narrativos e dos estratagemas do mercado estratagemas do mercado – – à às transforma s transformaç ções ões tecnoperceptivas tecnoperceptivas que permitem que permitem à às massas s massas urbanas se apropriar da modernidade sem urbanas se apropriar da modernidade sem deixar sua cultura oral, incorporar deixar sua cultura oral, incorporar­ ­se por fora da se por fora da escola escola à à alfabetiza alfabetizaç ção das novas linguagens e ão das novas linguagens e das novas escritas do ecossistema comunicativo das novas escritas do ecossistema comunicativo e informacional. e informacional.

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n n As maiorias que apreciam a telenovela As maiorias que apreciam a telenovela não mais desfrutam tanto do ato de vê não mais desfrutam tanto do ato de vê­ ­la, la, senão mais de cont senão mais de contá á­ ­la e la e é é nesse relato nesse relato que se faz que se faz “ “realidade realidade” ” a confusão entre a confusão entre narra narraç ção e experiência, em que a ão e experiência, em que a experiência se incorpora ao relato, que experiência se incorpora ao relato, que narra as perip narra as peripé écias da telenovela. cias da telenovela.

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Concluindo... Concluindo... n n Concluindo, Concluindo, Jes Jesú ús s Mart Martí ín n­ ­ Barbero Barbero percorre o caminho das percorre o caminho das identidades culturais e a coloca identidades culturais e a coloca no plano do no plano do descentramento descentramento. . Para Ana Carolina Para Ana Carolina Escosteguy Escosteguy, , Mart Martí ín n­ ­Barbero Barbero vê os meios de vê os meios de comunica comunicaç ção como lugar de ão como lugar de constru construç ção de identidades, al ão de identidades, alé ém m de ser um fenômeno marcado de ser um fenômeno marcado por modernidades e por modernidades e descontinuidades e de onde se descontinuidades e de onde se origina uma id origina uma idé éia de ia de mesti mestiç çagem. agem.

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n n A leitura de A leitura de Mart Martí ín n­ ­Barbero Barbero, que parte da obra 'Dos , que parte da obra 'Dos meios meios à às media s mediaç ções', por exemplo, ões', por exemplo, é é povoada de povoada de questões que se desencontram durante o percurso questões que se desencontram durante o percurso te teó órico do autor. rico do autor. É É dif difí ícil tra cil traç çar um roteiro que indique ar um roteiro que indique com precisão o que com precisão o que Mart Martí ín n­ ­Barbero Barbero entende por entende por identidades na identidades na Am Amé érica rica­ ­Latina Latina, mas , mas é é indiscut indiscutí ível sua vel sua contribui contribuiç ção com conceitos como o de media ão com conceitos como o de mediaç ções, ões, embora não haja uma reflexão maior a partir da embora não haja uma reflexão maior a partir daí í por por parte do autor. parte do autor.

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n n Escosteguy Escosteguy e e Jacks Jacks Insistem que o pensamento Insistem que o pensamento de de Mart Martí ín n­ ­Barbero Barbero, mesmo que ainda em , mesmo que ainda em andamento, configura uma proposta te andamento, configura uma proposta teó órico rico­ ­ metodol metodoló ógica fundada no deslocamento do gica fundada no deslocamento do estudo dos meios em si mesmos ou por si estudo dos meios em si mesmos ou por si mesmos para sua inser mesmos para sua inserç ção na cultura. ão na cultura. Entretanto, essa "outra" percep Entretanto, essa "outra" percepç ção da cultura, ão da cultura, pelo menos na obra pelo menos na obra “ “Dos meios Dos meios à às media s mediaç ções ões” ” (1997), reivindica a observa (1997), reivindica a observaç ção de dimensões ão de dimensões do conflito social. do conflito social.

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REFERÊNCIAS

MARTÍN­BARBERO, Jésus; REY, Germán. Os exercícios do ver: Hegemonia audiovisual e ficção televisiva. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2004.

ICOD – RED_IBEROAMERICANA_DE_COMUNICACION_DIGITAL. Entrevistas: Jesús Martín Barbero (Espanha). Disponível em: <http://www.icod.ubi.pt/pt/pt_mediateca_barbero.html>. Acesso em: 2 dez. 2006.

GOOGLE – Pesquisa de Imagens. Disponível em: <http://images.google.com.br/imghp?sourceid=navclient&ie=UTF­8>. Acesso em: 2 dez. 2006.

ESCOSTEGUY, Ana Carolina D.; JACKS, Nilda A. Objeções à associação entre estudos culturais e folkcomunicação. Disponível em: < http://www.versoereverso.unisinos.br/index.php?e=1&s=9&a=10>. Acesso em: 2 dez. 2006.

MORTARI, Elisangela Machado. Ordenando os Estudos Culturais. Disponível em: < http://www.eco.ufrj.br/semiosfera/anteriores/semiosfera03/resenha/txtresen2.htm>. Acesso em: 2 dez. 2006.

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REFERÊNCIAS

Kibe Loco. A LENTE DA VERDADE (DESDOBRAMENTOS). Disponível em: <http://kibeloco.blogspot.com/2004_12_05_kibeloco_archive.html>. Acesso em: 2 dez. 2006.

PIREX. Compre­me: eu, vontade de morrer. Disponível em: <http://www.pirex.com.br/compre­me­eu­vontade­ de­morrer/>. Acesso em: 2 dez. 2006.