os estados nazista e fascista. (trabalho puc-go)

58
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS Curso de Bacharelado em Direito Teoria Geral do Estado Professor Doutor. Gil César Costa de Paula NAZISMO E FASCISMO CLÁUDIO PRUDENTE DE OLIVEIRA ARAUJO DIEGO EMANUEL REIS CRUZ MARCELLA BARROS JAROSLAW DAROSZEWSKI FERNANDES JESSICA PARREIRA FERNANDES REIS JOÃO PAULO PAIVA SOUSA CRUZ

Upload: claudio-prudente

Post on 26-Jun-2015

3.118 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

Curso de Bacharelado em Direito

Teoria Geral do Estado

Professor Doutor. Gil César Costa de Paula

NAZISMO E FASCISMO

CLÁUDIO PRUDENTE DE OLIVEIRA ARAUJO

DIEGO EMANUEL REIS CRUZ

MARCELLA BARROS

JAROSLAW DAROSZEWSKI FERNANDES

JESSICA PARREIRA FERNANDES REIS

JOÃO PAULO PAIVA SOUSA CRUZ

GOIÂNIA

Page 2: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

2010

Page 3: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

CLÁUDIO PRUDENTE DE OLIVEIRA ARAUJO

DIEGO EMANUEL REIS CRUZ

MARCELLA BARROS

JAROSLAW DAROSZEWSKI FERNANDES

JESSICA PARREIRA FERNANDES REIS

JOÃO PAULO PAIVA SOUSA CRUZ

NAZISMO E FASCISMO

Trabalho acadêmico destinado à avaliação N2, na disciplina Teoria Geral do Estado do departamento de Ciências Jurídicas, realizado no segundo período do curso de bacharelado em direito, na Pontifícia Universidade Católica de Goiás.Orientador Professor Doutor. Gil César Costa de Paula

GOIÂNIA

2010

Page 4: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO_____________________________________________________________4

CONTEXTO HISTÓRICO____________________________________________________6

FASCISMO________________________________________________________________9

PRINCÍPIOS IDEOLÓGICOS DO FASCISMO__________________________________9

Totalitarismo__________________________________________________________10

Nacionalismo__________________________________________________________10

Corporativismo________________________________________________________10

Expansionismo/ Imperialismo/ Colonialismo________________________________10

Militarismo____________________________________________________________11

Ideologia Oficial________________________________________________________11

Culto da Obediência____________________________________________________11

Culto da Personalidade__________________________________________________11

CONSOLIDAÇÃO DO FASCISMO__________________________________________11

PRINCIPAIS MOVIMENTOS FASCISTAS NO ENTRE - GUERRAS (1919-1945)____12

Quadro Demonstrativo__________________________________________________12

Difusão Pelo Mundo____________________________________________________12

O Fascismo Brasileiro___________________________________________________13

O Putsch Integralista____________________________________________________13

NAZISMO________________________________________________________________15

ASPECTOS POSITIVOS DO NAZISMO______________________________________18

HOLOCAUSTO: “SOLUÇÃO FINAL”________________________________________19

Anti-Semitismo_________________________________________________________21

O Mosaico das Vítimas__________________________________________________22

Os Campos Nazistas____________________________________________________23

Campos de Extermínio__________________________________________________24

Auschwitz_____________________________________________________________25

Auschwitz I__________________________________________________________26

Auschwitz II__________________________________________________________27

Deportação Para Auschwitz______________________________________________27

Auschwitz III_________________________________________________________28

Subcampos de Auschwitz_______________________________________________29

A Liberação de Auschwitz_______________________________________________29

Page 5: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

A Resistência Judaica___________________________________________________30

As Consequências do Holocausto__________________________________________32

CONCLUSÃO_____________________________________________________________34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS__________________________________________35

Page 6: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

4

INTRODUÇÃO

As conseqüências da Primeira Guerra Mundial foram desastrosas para a Itália. Além

do saldo negativo de 650.000 mortos e a região de Veneza devastada, cresceram as

dificuldades econômicas e o desemprego. Surgiram muitos conflitos sociais, como o aumento

de greves, revoltas e reivindicações. Os burgueses, sentindo-se ameaçados, se apoiaram num

pequeno grupo político, disposto a acabar com a força revolucionária: os fascistas. Eles

disputavam o poder com os socialistas.

O fascismo é uma ideologia totalitária, que defende o Estado como incorporador e

representante de todos os interesses do povo, e nacionalista - a nação é considerada a mais alta

forma de sociedade desenvolvida pelo homem. Ela surgiu na Itália depois da Primeira Guerra.

O fascismo tinha suporte no movimento de renovação da burguesia nacionalista e no temor de

que revoluções operárias, como a russa e a alemã, se repetissem na Itália. A fundação, em

1914, por Benito Mussolini, dos Combatentes do fascio (machado rodeado de varas, símbolo

de autoridade no Império Romano) e das Esquadras de Ação, em oposição tanto ao regime

democrático-parlamentar quanto ao perigo bolchevique, direcionou o apoio do empresariado.

Este grupo político, que era formado por anarquistas, sindicalistas, nacionalistas e

antigos combatentes mal adaptados à vida civil, concorreu às eleições em 1919, sendo

derrotados e não obtendo uma cadeira sequer no Parlamento.

Os fascistas estavam dispostos a derramar seu sangue pela revolução. Mas Mussolini

teve de remodelar seu partido, pois o fracasso nas eleições mostrou todas as deficiências

deste. E, após ser reorganizado em moldes para-militares, todos os seus membros passaram a

usar camisas negras, um símbolo de luto da Itália.

Mussolini conseguia arrastar multidões com seus discursos simples, mas

conturbantes, pois, além de oportunista, era um hábil orador, que se preparava para chegar ao

poder

Já a Alemanha, após a Primeira Guerra Mundial, encontrava-se arruinada. Derrotada

no conflito, uma grave crise social abalava o país e inúmeros conselhos operários formavam-

se em todas as suas grandes cidades, a exemplo do que ocorrera na Rússia pouco antes da

revolução de 1917O Tratado de Versalhes, que responsabilizava somente a Alemanha pela

Primeira Guerra, com punições severas sobre a nação, tornava o quadro ainda mais difícil de

ser revertido. Assim, ao lado dos focos esquerdistas, passaram a surgir as agremiações ultra

direitistas, nacionalistas, xenófobas e racistas. Uma delas, o Partido Trabalhista Alemão,

Page 7: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

5

fundado por Anton Drexler, possuía em suas fileiras um ex-soldado austríaco chamado Adolf

Hitler. Em pouco tempo, Hitler alcançou a liderança do Partido, e mudou seu nome para

Partido Nacional-Socialista Trabalhador Alemão (cuja abreviação, em alemão, formava a

palavra "nazi"). Apesar de pouco preciso e extremamente demagógico, o programa dos

nazistas logo começou a valer-lhes adeptos, em especial por causa do fantástico poder de

sedução da oratória de seu proeminente líder.

Demagogo e perspicaz, Hitler tornou-se símbolo da resistência alemã para a

população e, em 1930, o partido contava com mais de um milhão e meio de adeptos, o que

tornava bastante possível que chegassem ao poder pelas vias legais, sem golpe.

Em 1932, os nacionais-socialistas obtiveram trinta e oito por cento das cadeiras do

Reichstag. O então chanceler, Von Papen, demitiu-se e o general Von Schleicher foi nomeado

para o cargo. Schleicher queria calar tanto os nazistas quanto os comunistas, fato que

desagradou a elite industrial. Forçado por ela, Hindenburg nomeou Hitler chanceler em trinta

de janeiro de 1933. O nazismo finalmente poderia começar a sua marcha para a guerra.

Com Hitler no poder, fundou-se um Estado totalitário apoiado sobre o fanatismo

nacional e a loucura racista.

Hitler conseguiu tirar a Alemanha do caos e isso lhe valeu ainda mais popularidade,

ainda que seu governo fosse marcado por uma tirania, violência e autoritarismo ímpares na

história da nação.

Contudo, logo os outros países europeus passaram a não mais tolerar seus impulsos

expansionistas, que levariam à Segunda Guerra Mundial e posterior fim do nazismo.

Page 8: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

6

CONTEXTO HISTÓRICO

A situação crítica que se encontrava a Europa após a guerra concorreu para o

surgimento de ideologias políticas totalitárias que se apresentavam como solução para todos

os males. Crescia, portanto, uma terceira via, além da democracia liberal e do socialismo. O

fascismo e sua versão alemã – o nazismo – são as maiores expressões deste quadro. Nos

países em que o totalitarismo triunfou, sobretudo na Itália e na Alemanha, ocorrem situações

parecidas: um regime democrático frágil, polarização entre a esquerda (comunistas e

anarquistas) e a direita nacionalista, crise econômica e, por fim, a figura de um líder

incorporando os símbolos nacionais.

Argumenta-se que o regime totalitário é uma resposta aos momentos de crise. No

contexto histórico específico do fascismo, acrescenta-se o avanço das idéias socialistas como

um fator explicativo importante. Esta idéia é defendida pelo historiador marxista Eric

Hobsbawm. Segundo ele, a ascensão da direita totalitária foi uma espécie de resposta ao

crescimento do poder operário, evidenciado na Revolução de Outubro, na Rússia. Hobsbawm

continua dizendo que a direita radical já fazia parte do cenário político europeu desde o fim

do século XIX, mas eram mantidos sob controle. O "perigo" socialista viria mudar este

contexto. Ainda neste aspecto econômico, diz-se que o fascismo surge como solução para os

conflitos entre capital e trabalho. A burguesia, temerosa de perder o seu poderio neste

conflito, alia-se então aos regimes totalitários de direita.

Outros estudiosos argumentam diferente. Priorizando o aspecto político, encontram-

se aqueles que defendem a idéia de um "vazio hegemônico" para explicar o surgimento do

nazi-fascismo. Este conceito é utilizado para caracterizar uma situação onde, em um

determinado lugar, nenhum grupo social se encontra em condições políticas e econômicas de

impor o seu projeto de poder. Neste momento, então, surge a figura de um líder que "toma pra

si" a responsabilidade política de desenvolver a nação.

No caso italiano, a frustração em não conquistar alguns territórios desejados, somado

às perdas obtidas durante a guerra criaram um ambiente fértil para a ascensão do regime de

Mussolini. O nacionalismo era instigado. Greves e rebeliões em toda a parte demonstravam a

situação social do país. O governo democrático não possuía autoridade suficiente para

acalmar os ânimos. A burguesia então, receosa com o clima revolucionário, acabou apoiando

aqueles que representavam uma opção política com a força e a capacidade necessária para

controlar esta situação – os fascistas.

Page 9: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

7

Depois de tentativas frustradas de tentar chegar ao poder por vias legais, em 1919,

Mussolini percebeu que outra via era possível, e assim o fez. Com o agravamento da situação

no país, mais grupos demonstravam apoio ao fascismo. Em 1922, Mussolini chegava ao poder

para três anos depois eliminar a oposição e estabelecer o seu regime totalitário.

Na mesma época em que se consolidou o regime fascista na Itália, Hitler lançava seu

livro - Mein Kampf (Minha Luta) – onde desenvolvia suas teorias raciais e dava corpo à futura

ideologia nazista. Sua obsessão pela pureza da raça, seu ódio aos judeus e seu nacionalismo

exacerbado foram suas marcas, além de um gênio político-militar que poucos ousaram

reconhecer. O desejo de um Império Alemão Central (o espaço vital) composto apenas

daqueles pertencentes à "raça superior ariana" foi um objetivo buscado até a sua morte.

O ambiente político e econômico em que se deu o surgimento e o desenvolvimento

dos nazistas na Alemanha foi semelhante àquele visto na Itália fascista. No entanto, após

investimentos norte-americanos no pós-guerra a Alemanha se recuperou economicamente.

Diferente da Itália, na Alemanha havia uma industrialização suficiente para se ter um

proletariado bem definido. Após a Primeira Guerra Mundial, além de ter sido considerada a

"culpada pela guerra", foi imposto aos alemães um governo social-democrata – a "República

de Weimar". No entanto, este tipo de governo necessita de recursos econômicos para manter a

política social à qual ela se propõe. Na falta de capital, crescem as oposições a este regime de

governo. A partir disto, o fator principal que veio ajudar em muito a ascensão de Hitler foi a

Crise de 1929. O país, de todos os europeus que haviam passado pela industrialização, foi o

mais atingido pela crise econômica. Um terço da população era de desempregados, a

polarização entre nazistas e comunistas aumentava. A partir daí, o estabelecimento do regime

nazista na Alemanha se deu de forma meteórica. Já em 1933, em poucas semanas Hitler

passou de Chanceler para Führer.

Várias foram as mudanças introduzidas com a ascensão de Hitler ao poder na

Alemanha. Os partidos foram extintos e os judeus foram perseguidos. Por outro lado, o Führer

conseguiu praticamente acabar com o desemprego, através da promoção de inúmeras obras

públicas. Mas como questiona Duroselle, "ao preço de que deterioração moral?".Além disso,

com nacionalismo exagerado, Hitler ressurgiu e construiu diversos símbolos nacionais, a fim

de obter a unidade do povo alemão. Nada escapava ao alcance da ideologia totalitária. Até os

juízes faziam a saudação nazista.

Cabe ressaltar que o Estado totalitário, diversas vezes, se apropria de elementos do

discurso socialista, uma vez que o "público alvo" era o mesmo – as camadas sociais mais

baixas. Além disso, ambos possuem um sistema de partido único e o desprezo pela

Page 10: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

8

individualidade, priorizando o coletivo. Por isso, muitos autores costumam assemelhar o

regime fascista do regime socialista da URSS. De fato, os dois regimes foram totalitários,

utilizando, porém, um discurso ideológico distinto.

Além disso, a utilização dos meios de comunicação em massa para a propagação da

ideologia totalitária também foi uma constante. O culto à personalidade, o ideal de nação, o

coletivo/corporativismo (em detrimento ao individualismo exaltado pela ideologia liberal), o

nacionalismo, o racismo, enfim, diversos elementos foram costurados com o intuito de

corporificar um discurso ideológico que sobrepujasse toda e qualquer oposição ao regime.

Além disso, os nazi-fascistas se caracterizam pelo ativismo, ou seja, o uso da força e da

violência, sobretudo contra as correntes de esquerda – comunistas socialistas e anarquistas.

O Estado totalitário não abre mão do capitalismo. O que ele faz de diferente é a não

adoção da democracia, do liberalismo (e sua prerrogativa do individualismo). O totalitarismo

intervém na economia porque acredita que acima dos interesses particulares estão os

interesses da nação, do conjunto de indivíduos. Um slogan utilizado pelos nazistas dizia tudo:

"você não é nada, o povo é tudo".

Page 11: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

9

FASCISMO

PRINCÍPIOS IDEOLÓGICOS DO FASCISMO

“Tudo no Estado, Nada fora do Estado, nada contra o Estado”- assim Benedito

Mussolini define a ideologia fascista.Para o fascismo o Estado é um absoluto, perante o qual

indivíduos e grupos são o relativo. Indivíduos e grupos são "pensáveis" enquanto estejam no

Estado. A ideologia fascista apresenta caracteristicas fundamentais e ideias sobre as quais

discorre os demais fundamentos, dentre os quais podem ser destacados o totalitarismo,

nacionalismo, militarismo, culto a força fisica, censura, propaganda, violencia contra as

minorias e anti socialismo.

O totalitarismo é o principal fundamental do governo fascista, podemos definir

Totalitarismo como um regime no qual um único indivíduo domina todo o Estado, tomando

para si todos os tipos de poderes existentes. O totalitarismo foi algo presente no contexto do

pós-guerra, tendo como suas expressões máximas o Nazismo de Adolf Hitler, na Alemanha; o

Fascismo de Mussolini, na Itália; e o Stalinismo de Josef Stalin, na União Soviética.

A principal característica de um regime totalitarista é a eliminação de toda e qualquer

oposição política. Desta forma, para os totalitaristas, a existência de múltiplas organizações

partidárias prejudicaria o empenho de toda a nação em direção a um único caminho. Por isso,

há a adoção de um sistema uni partidário.

No contexto econômico, a intervenção do Estado é algo de fácil conclusão. Nesse

sentido, o governo procurava se enriquecer mais e mais, colocando o fator Mercado em

segundo plano. Assim, o Estado assumia o controle de todos os bens e fontes de recursos

existentes por meio da administração de empresas estatais. Podemos destacar também, a

ênfase dada pelos regimes totalitaristas na indústria de base, bélica e de tecnologia, setores

estratégicos em casos de uma guerra, por exemplo.

Outra característica marcante do Totalitarismo é a existência de uma política de

intolerância a quaisquer manifestações contrárias às suas formas de atuar. Desta forma,

muitos cidadãos eram presos, torturados, exilados ou até mesmo mortos por causa de suas

ideologias políticas contrárias ao regime instalado.

Page 12: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

10

Os regimes totalitaristas utilizavam a propaganda como principal instrumento de

domínio ideológico da população. Assim, utilizavam a história da nação e as imagens de

heróis nacionais para despertar na população um sentimento de patriotismo e orgulho

Mussolini governa sozinho, AUTORITARISMO detinha o poder legislativo (passa a

legislar mediante decretos-leis) e o poder executivo. Não há qualquer tipo de controlo ou

oposição sobre o seu governo. “ Anti-individualista: a concepção fascista é feita para o

Estado; (…) E isto porque, para o fascista, tudo está no Estado, e nada de humano nem de

espiritual […] existe fora do Estado. Neste sentido, o fascismo é totalitário, e o Estado

fascista, síntese e unidade de todo o valor, interpreta e dá poder à vida inteira do povo. Nem

agrupamentos – partidos políticos, associações, sindicatos – nem indivíduos fora do

Estado.”Benito Mussolini, Obras

Totalitarismo

O Estado controla toda a vida econômica, política, social e cultural, rejeita todo e

qualquer tipo de agrupamentos. Um Estado totalitário é também anti-individualista, anti-

comunista, anti-sindicalista, corporativista, anti-partidarista, anti-parlamentarista, impõe o

partido único e o autoritarismo

Nacionalismo

Defesa dos valores nacionais que sustentam as diferenças entre povos e nações.

Quando levado ao extremo, pode conduzir à crença de superioridade de uma nação em relação

a outras, levando, muitas vezes, à agressividade, à guerra, etc. Há também o nacionalismo

econômico = defesa da produção e do consumo dos produtos nacionais.

Corporativismo

Organização econômica que congrega interesse dos patrões e interesses dos

trabalhadores, cujo objetivo é eliminar as tensões sociais. É uma forma de o Estado controlar

ambas as forças sociais.

Expansionismo/ Imperialismo/ Colonialismo

Tendência para a ocupação e dominação política e econômica de nações mais fracas.

Exemplos disso foi conquista da Etiópia, em 1936 e a ocupação da Albânia, em 1939.

Page 13: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

11

Militarismo

Exercício do poder assente na força. Para tal, recorria-se ao exército e às milícias

armadas, os “camisas negras”, para, através da violência e da repressão, se impor a

autoridade.

Ideologia Oficial

Ausência de liberdade de expressão e de opinião, pois toda a informação, todo o

ensino, toda a cultura eram dirigidos pelo Estado (como forma de controlar a população e

evitar o pluralismo de ideias). Nas escolas, havia um livro único para cada ano/ disciplina.

“ Deves saber que o Duce é como o Padre Eterno: manda produzir cinco milhões de

toneladas de trigo e é preciso produzir cinco milhões. Manda ter muitos filhos e é preciso ter

muitos filhos. Se não há trabalho, manda que o haja. Estás a ver agora como ele é como o

Padre Eterno. Além disso, fulmina com o olhar aqueles que não obedecem e manda persegui-

los porque não gosta de abusos.” D. Biondi, Viva il Duce , 1930 (livro para crianças em honra

de Benito Mussolini)

Culto da Obediência

Ensinava e cobrava-se, aos soldados, funcionários, jovens, à população em geral, a

obediência cega aos seus superiores – aos pais e ao Duce.

Culto da Personalidade

Adoração e exaltação da personalidade do Duce, líder e salvador do povo,

comparado ao Padre Eterno (Deus). Associado ao culto da obediência. Culto da personalidade

Culto da obediência

CONSOLIDAÇÃO DO FASCISMO

A consolidação do fascismo foi conseguida através da violência e da repressão, bem

como da promoção da autarquia. Como:

Atuação das milícias armadas (camisas negras) – espancamentos, destruição de casas

e escritórios de opositores, intimidação;

Page 14: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

12

Criação de uma polícia política – OVRA Organização de Vigilância para a

Repressão do Antifascismo ;

Instauração da censura que controlava toda a informação, ensino e cultura.

PRINCIPAIS MOVIMENTOS FASCISTAS NO ENTRE - GUERRAS (1919-1945)

Quadro Demonstrativo

País Ano Denominação Líder Símbolo Cor

Itália 1919 Movimento fascista Benito Mussolini O fascio Negra

Alemanha 1919 Nacional-socialismo

( nazismo)

Adolf Hitler a cruz suástica Cáqui

Espanha 1933 Falange espanhola José Antônio lanças trançadas Azul

Brasil 1932    Ação Integralista

Brasileira

Plínio Salgado o sigma ( Verde

E.U.A. 1915 Ku Klux- Klan O Grande Mágico do

Império

a cruz incendiada Branco

França

 

1927 Cruz de Fogo

(Croix de feu)

 

Cel. La Rocque  

Portugal

 

1926 Estado Novo (União

Nacional/

Nacional-

sindicalismo

Oliveira Salazar/Rolão

Preto

  Azul

Romênia

 

1927 Guarda de Ferro

(Garda de Fier)

C. Z. Codreanu/ Horia

Sima/ Ion Antonescu

  Verde

 

Difusão Pelo Mundo

As ruas de Roma, de Munique, de Berlim, de Madri, e até do Rio de Janeiro,

enchiam-se de desfiles cívicos de militantes que marchavam, embandeirados, aos sons

marciais, enaltecendo o nacionalismo e os valores pátrios que, segundo os fascistas, foram

esquecidos ou abertamente traídos no período do pós-guerra. Cada organização fascista tinha

Page 15: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

13

o seu símbolo, sua cor e seu líder absoluto: um chefe, um duce, um führer, um caudilho, um

chefe, que comandava seus homens como um general em tempo de guerra, e a quem seus

seguidores devotavam verdadeira idolatria, considerando-o uma espécie de salva-pátria.

Obviamente que os fascistas detestavam a democracia.

O Fascismo Brasileiro

O Brasil, como é sabido, não ficou a margem do movimento fascista. Vários grupos

simpatizantes já haviam se organizado em legiões nos anos 20, inspirados em Mussolini, no

entanto foi preciso esperar o ano de 1932, quando o escritor e jornalista Plínio Salgado (ex-

integrante do Movimento Pau-brasil) fundou a A.I.B. (Ação Integralista Brasileira), em São

Paulo, a qual, nos anos trinta, tornou-se "o primeiro partido político brasileiro com

implantação nacional" [H.Trindade, pag. 9]

No Brasil, visto suas características miscigenadas, o integralismo assumiu com mais

ênfase o anticomunismo e não o racismo ou o anti-semitismo ( 65% dos militantes aderiram

ao movimento por serem anticomunistas e somente 5% por sua posição anti-semita

[H.Trindade, pag. 161]). Também o marcou uma inclinação pela religiosidade que não

encontramos nem no fascismo italiano e muito menos no neopaganismo nazista. Tanto é que o

"Manifesto de Outubro" de 1932, redigido por Plínio Salgado, Chefe Nacional do

Integralismo, inicia-se com a frase "Deus dirige os destinos dos povos".

Advogava o advento da "Quarta Humanidade" uma era que integrasse - daí o

Integralismo - as etapas anteriores da história humana ( o sentimento de Cosmo da primeira, a

iluminação pelo Verbo Divino da segunda, e o senhor dos elementos da terceira) para chegar

ao Homem Integral gerado pela futura "Revolução Integral". O lema adotado foi o

conservadorismo "Deus-Pátria-Família". Trindade diz que o personagem literário, o filósofo

Mandaratuba, um pensador ultra-nacionalista e patriota, crente no corporativismo, fascinado

pelos heróis e temerosos dos "bárbaros", criado por Plínio Salgado, é uma "caricatura

autobiográfica" do próprio autor.

Organizavam-se em "legiões" e subdividiam-se em "bandeiras" e "terços" e

cumprimentavam-se bradando "anauê", com o braço estendido a la romana. Chegaram a

anunciar a militância de 500 mil de homens e mulheres. Tinham, devido a sua formação

disciplinada e gosto pela hierarquia e pelo uniforme, muita simpatia por parte das Forças

Armadas, especialmente entre os oficiais da Marinha, a mais conservadora das três forças.

Page 16: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

14

O Putsch Integralista

Com a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas em novembro de 1937, os

integralistas esperavam que o ditador convidasse o seu líder Plínio Salgado para um

ministério.

Porém, se Getúlio Vargas adotou alguns dos seus princípios (o anticomunismo, o

estado forte, autoritário e intervencionista) e os cerimoniais cívicos (o culto ao chefe da nação

e os desfiles patrióticos), os excluiu do poder. Em vista disto, os integralista tentaram toma-lo

através de um putsch. Na noite de 11 de maio de 1938, liderados pelo tenente Severo

Fournier, atacaram o Palácio Guanabara, a residência presidencial no Rio de Janeiro.

Enquanto isso outros grupos de ação integralista tentavam prender outros destacados chefes

militares do regime getulista. Fracassaram. Getúlio Vargas, que escapou ileso do cerco a que

fora submetido, reagindo, os colocou na prisão e o movimento ultra-direitista foi posto na

ilegalidade. Plínio Salgado exilou-se em Portugal, acolhido pela ditadura Salazarista.

Os integralistas, não mais com esta denominação, chegaram no entanto ao poder

muito tempo depois em apoio à Ditadura Médici (entre 1969-1974), quando vários dos seus

antigos militantes assumiram governos estaduais (como no caso do RGS e do Estado do Rio)

e elevados cargos ministeriais e administrativos.

Page 17: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

15

NAZISMO

O "Nazismo" ou o "Nacional Socialismo" designa a política da ditadura que

governou a Alemanha de 1933 a 1945, o "Terceiro Reich". O nazismo é freqüentemente

associado ao fascismo, embora os nazis dissessem praticar uma forma nacionalista e totalitária

de socialismo (oposta ao socialismo internacional marxista).

O Partido Nacional Socialista alemão defendia o "Nationalsozialismus" ("Nacional-

Socialismo"). Ainda hoje há alguma controvérsia sobre se a natureza do regime nazi tinha

alguma coisa em comum com o socialismo. Alguma direita e extrema-direita, chegando por

vezes até ao centro, em especial em países com mais forte tradição anti-comunista (como os

Estados Unidos da América), referem-se ao nazismo como uma forma de socialismo,

apontando para o nome, para alguma da retórica nazi e para a estatização da sociedade como

provas. A generalidade da esquerda rejeita essas idéias, apontando para a existência, desde

ainda antes da tomada do poder por Hitler, de uma resistência comunista e socialista ao

nazismo, para o caráter internacionalista e fraterno do socialismo, totalmente oposto à teoria e

prática nazi, e para a manutenção, pelos nazis, de toda a estrutura capitalista da economia

alemã, limitada apenas pelas condicionantes de uma economia de guerra e pela abordagem

àquilo a que os nazis chamavam o "problema judeu".

O ditador Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o

Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche

Arbeiterpartei, ou NSDAP). A Alemanha deste período é também conhecida como

"Alemanha Nazi" e os partidários do nazismo eram (e são) chamados nazis. O nazismo foi

proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupos de simpatizantes, chamados

neo-nazis, continuem a existir na Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas históricos

disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto e outras ações dos nazis e tenta

deitar uma luz positiva sobre as políticas do regime nazi e os acontecimentos que ocorreram

sob ele.

O Partido (NSDAP) continha princípios básicos de ideologia e luta, princípios estes

que nortearam o partido o deu força para a tomada de poder, e podem ser resumidos em 25

(vinte e cinco) pontos:

1. "Nós pedimos a constituição de uma Grande Alemanha, que reúna todos os

alemães, baseados no direito dos povos a disporem de si mesmos.

Page 18: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

16

2. Pedimos igualdade de direitos para o Povo Alemão em relação às outras

nações e a revogação do Tratado de Versalhes e do Tratado de Saint Germain.

3. Pedimos terras e colônias para nutrir o nosso povo e reabsorver a nossa

população.

4. Só os cidadãos gozam de direitos cívicos. Para ser cidadão, é necessário ser

de sangue alemão. A confissão religiosa pouco importa. Nenhum judeu, porém,

pode ser cidadão.

5. Os não cidadãos só podem viver na Alemanha como hóspedes, e terão de

submeter-se à legislação sobre os estrangeiros.

6. O direito de fixar a orientação e as leis do Estado é reservado unicamente

aos cidadãos. Por isso pedimos que todas as funções públicas, seja qual for a sua

natureza, não possam ser exercidas senão por cidadãos. Nós combatemos a

prática parlamentar, origem da corrupção, de atribuição de lugares por relações

de Partido sem importar o caráter ou a capacidade.

7. Pedimos que o Estado se comprometa a proporcionar meios de vida a todos

os cidadãos. Se o país não puder alimentar toda a população, os não cidadãos

devem ser expulsos do Reich.

8. É necessário impedir novas imigrações de não alemães. Pedimos que todos

os não alemães estabelecidos no Reich depois de 2 de Agosto de 1914, sejam

imediatamente obrigados a deixar o Reich.

9. Todos os cidadãos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres.

10. O primeiro dever do cidadão é trabalhar, física ou intelectualmente. A

atividade do indivíduo não deve prejudicar os interesses do coletivo, mas integrar-

se dentro desta e para bem de todos. É por isso que pedimos:

11. A supressão do rendimento dos ociosos e dos que levam uma vida fácil, a

supressão da escravidão do juro.

12. Considerando os enormes sacrifícios de vidas e de dinheiro que qualquer

guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal com a guerra deve ser

estigmatizado como um crime contra o povo. Pedimos por isso o confisco de todos

os lucros de guerra, sem exceção.

13. Pedimos a nacionalização de todas as empresas que atualmente pertencem a

trusts.

14. Pedimos uma participação nos lucros das grandes empresas.

15. Pedimos um aumento substancial das pensões de reforma.

Page 19: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

17

16. Pedimos a criação e proteção de uma classe média sã, a entrega imediata

das grandes lojas à administração comunal e o seu aluguer aos pequenos

comerciantes a baixo preço. Deve ser dado prioridade aos pequenos comerciantes

e industriais nos fornecimentos ao Estado, aos Länder ou aos municípios.

17. Pedimos uma reforma agrária adaptada às nossas necessidades nacionais, a

promulgação de uma lei que permite a expropriação, sem indenização, de terrenos

para fins de utilidade pública – a supressão de impostos sobre os terrenos e a

extinção da especulação fundiária.

18. Pedimos uma luta sem tréguas contra todos os que, pelas suas atividades,

prejudicam o interesse nacional. Criminosos de direito comum, traficantes,

agiotas, etc., devem ser punidos com a pena de morte, sem consideração de credo

religioso ou raça.

19. Pedimos que o Direito romano seja substituído por um direito público

alemão, pois o primeiro é servidor de uma concepção materialista do mundo.

20. A extensão da nossa infra-estrutura escolar deve permitir a todos os

Alemães bem dotados e trabalhadores o acesso a uma educação superior, e

através dela os lugares de direção. Os programas de todos os estabelecimentos de

ensino devem ser adaptados às necessidades da vida prática. O espírito nacional

deve ser incutido na escola a partir da idade da razão. Pedimos que o Estado

suporte os encargos da instituição superior dos filhos excepcionalmente dotados

de pais pobres, qualquer que seja a sua profissão ou classe social

21. O Estado deve preocupar-se por melhorar a saúde pública mediante a

proteção da mãe e dos filhos, a introdução de meios idôneos para desenvolver as

aptidões físicas pela obrigação legal de praticar desporto e ginástica, e mediante

um apoio poderoso a todas as associações que tenham por objetivo a educação

física da juventude.

22. Pedimos a supressão do exército de mercenários e a criação de um exército

nacional.

23. Pedimos a luta pela lei contra a mentira política consciente e a sua

propagação por meio da Imprensa. Para que se torne possível a criação de uma

imprensa alemã, pedimos que:

1. Todos os diretores e colaboradores de jornais em língua alemã sejam

cidadãos alemães.

Page 20: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

18

2. A difusão dos jornais não alemães seja submetida à autorização

expressa. Estes jornais não podem ser impressos em língua alemã.

3. Seja proibida por lei qualquer participação financeira ou de qualquer

influência de não alemães em jornais alemães. Pedimos que qualquer

infração estas medidas seja sancionada com o encerramento das empresas

de impressão culpadas, bem como pela expulsão imediata para fora do

Reich os não alemães responsáveis. Os jornais que forem contra o interesse

público devem ser proibidos. Pedimos que se combata peã lei um ensino

literário e artístico gerador da desagregação da nossa vida nacional; e o

encerramento das organizações que contrariem as medidas anteriores.

24. Pedimos a liberdade no seio do Estado para todas as confissões religiosas,

na medida em que não ponham em perigo a existência do Estado ou não ofendam

o sentimento moral da raça germânica. O Partido, como tal, defende o ponto de

vista de um cristianismo positivo, sem todavia se ligar a uma confissão precisa.

Combate o espírito judaico-materialista no interior e no exterior e está

convencido de que a restauração duradoura do nosso povo não pode conseguir-se

senão partindo do interior e com base no princípio: o interesse geral sobrepõe-se

ao interesse particular.

25. Para levar tudo isso a bom termo, pedimos a criação de um poder central

forte, a autoridade absoluta do gabinete político sobre a totalidade do Reich e as

suas organizações, a criação de câmaras profissionais e de organismos

municipais encarregados da realização dos diferentes Länder, de leis e bases

promulgadas pelo Reich.

Os dirigentes do Partido prometem envidar todos os seus esforços para a realização

dos pontos antes enumerados, sacrificando, se for preciso, a sua própria vida.

Munique, 24 de Fevereiro de 1920.”

ASPECTOS POSITIVOS DO NAZISMO

Diante de tantos aspectos negativos, já conhecidos por todos, gostaria de destacar

alguns aspectos positivos do estado nazista, baseado em Alexander Von Plato, historiador

alemão, que conduz uma pesquisa em que mais de três mil sobreviventes do Holocausto

Page 21: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

19

foram ouvidos. Segundo Alexander Von Plato – “Os aspectos positivos ainda são lembrados

hoje. Em poucos anos, acabou-se com o desemprego, a vergonha do Tratado de Versailles, o

fato de a Alemanha ter sido tão oprimida, o que, para muitos, era como uma humilhação

pessoal. Isto foi, de certo modo, compensado por Hitler. Os jovens repentinamente podiam

viajar para regiões distantes com a HJ (Juventude Hitlerista), enquanto antes eram

obrigados a ficar no seu ambiente, apenas. O desempenho no trabalho era valorizado. Há

toda uma série de memórias que descrevem os aspectos positivos. Então, se esquece

facilmente o que isso representava. O padrão de vida melhorou incorrendo-se em altas

dívidas. A guerra foi também uma guerra de pilhagem. O anti-semitismo de então era tratado

como se não existisse. Esta é hoje a memória daqueles que, na época, estavam na Juventude

Hitlerista ou na WDM, Aliança das Moças Alemãs, que era um organismo nazista. O que

vivenciaram como jovens foi positivo. Embora hoje pensem diferente, se perguntam: “O que

me fascinou tanto naquela época? O que me conquistou para o nacional-socialismo?”. A

historiografia precisa estudar isto, caso contrário não entendemos o nacional-socialismo. O

horror é um lado, mas a atração que o nazismo exerceu para os jovens daquela época é

outro. Nesse ponto, a história oral é decisiva.”

HOLOCAUSTO: “SOLUÇÃO FINAL”

Os nazistas frequentemente usavam eufenismos para disfarçar a natureza real dos

seus crimes. O termo "Solução Final" foi empregado para se referir ao plano de aniquilação

total do povo judeu, e não se sabe ao certo quando os líderes da Alemanha nazista decidiram

implementá-la. O genocídio, ou extermínio em massa dos judeus, foi o ápice de uma década

de graves medidas discriminatórias contra eles, e que cresciam em severidade a cada ano.

Sob a liderança de Adolf Hitler, a perseguição e a segregação dos judeus foram

implementadas por etapas. Depois que o Partido Nazista alcançou o poder na Alemanha, em

1933, o racismo por ele apoiado permitiu a criação de leis anti-semitas, gerou boicotes

econômicos e grandes ondas de violência contra os judeus, tais como o pogrom conhecido

como a Kristallnacht, Noite dos Cristais, que tinham por objetivo isolar sistematicamente os

israelitas da sociedade alemã e forçá-los a deixar o país.

Após setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia, ocasionando assim o

início da Segunda Guerra Mundial, as políticas anti-semitas evoluíram para o encarceramento

Page 22: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

20

e até assassinato dos judeus europeus. Inicialmente, os nazistas instituíram os guetos, que

eram áreas fechadas, destinadas a isolar e controlar os judeus, nas regiões que os alemães

denominavam Generalgouvernement, o território conquistado à Polônia no centro e ao leste

daquele país, que era administrado por um governo civil alemão, e também em Warthegau, a

maior subdivisão da área incorporada à Alemanha, no oeste polonês. Judeus poloneses e de

países na parte ocidental da Europa foram deportados para os guetos, onde viviam em

condições higiênicas precárias, superlotação, e alimentação inadequada.

Após junho de 1941, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, as SS

(organização paramilitar ligada ao Partido Nazista alemão) e grupos da polícia que agiam

como unidades móveis de extermínio iniciaram operações de assassinato de comunidades

judaicas inteiras naquela área, matando indiscriminadamente todos os seus membros. No

outono de 1941, elas introduziram as câmaras de gás móveis, nas quais o cano de

escapamento dos caminhões utilizados havia sido reajustado para liberar um gás letal, o

monóxido de carbono, dentro dos compartimentos totalmente vedados na carroceria, matando

a quem ali estivesse em complementação às operações de fuzilamento já em curso.

No dia 17 de julho de 1941, quatro semanas após a invasão da União Soviética,

Hitler delegou ao Comandante das SS, Heinrich Himmler, a responsabilidade para cuidar dos

assuntos de segurança na URSS ocupada. Hitler conferiu a Himmler autoridade para eliminar

fisicamente quaisquer ameaças ao domínio alemão. Duas semanas depois, em 31 de julho de

1941, o líder nazista Hermann Goering autorizou ao General das SS, Reinhard Heydrich, o

início das preparações necessárias para a implementação da "solução final para a questão

judaica".

No outono de 1941 Himmler, comandante das SS, designou o general alemão Odilo

Globocnik (das SS e chefe da polícia do Distrito de Lublin) para implementar o plano de

eliminação dos que viviam sob o Generalgouvernement. O nome escolhido para aquele plano

foi "Operação Reinhard", em homenagem ao acima mencionado Reinhard Heydrich, que

havia sido assassinado por partisans tchecos em maio de 1942. Três campos de extermínio--

Belzec, Sobibor e Treblinka--foram criados na Polônia com o objetivo único de facilitar o

extermínio em massa.

O objetivo da "Solução Final" era exclusivamente o de exterminar todos os judeus

europeus. Assim, nos campos de extermínio, as SS e a polícia alemã assassinaram cerca de

2.700.000 judeus utilizando mecanismos de asfixia por gás venenoso ou por fuzilamento, e

3.300.000 outros israelitas morreram devido às atrocidades cometidas contra eles pelos

alemães e seus colaboradores, por fome, maus-tratos, espancamento, frio, doenças,

Page 23: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

21

experiências “médicas”, e outras formas de crueldade inimagináveis. No total, seis milhões de

judeus--homens, mulheres e crianças--foram mortos pelos nazistas durante o Holocausto,

aproximadamente 2/3 dos judeus que viviam na Europa antes da Segunda Guerra Mundial.

Anti-Semitismo

A palavra anti-semitismo significa preconceito contra ou ódio aos judeus. O

Holocausto é o exemplo mais radical de anti-semitismo na história. Apoiados pelo governo,

os nazistas alemães e seus colaboradores perseguiram e exterminaram 2/3 dos judeus da

Europa entre 1933 e 1945. Em 1879, o jornalista Alemão Wilhelm Marr criou o termo anti-

semitismo, que significa ódio contra judeus, e também a não-aceitação de tendências liberais e

cosmopolitas da política internacional dos séculos 18 e 19, muitas vezes associadas à imagem

dos judeus. As tendências atacadas pelos nazistas abrangiam a igualdade de direitos civis

entre os cidadãos de um país, a democracia constitucional, o livre comércio, o socialismo, o

capitalismo financeiro, e o pacifismo.

Na era moderna, entre 1870 e o final do século 19, os anti-semitas adicionaram uma

dimensão política à sua ideologia de ódio, criando partidos políticos anti-judaicos na

Alemanha, França e Áustria. Publicações fraudulentas, como “Os Protocolos dos Sábios de

Sião”, deram legitimidade e apoio a falsas teorias de uma conspiração judaica mundial. Deve-

se enfatizar que um forte componente do anti-semitismo político é o nacionalismo

exacerbado, cujos adeptos muitas vezes acusam através das mais variadas mentiras, os judeus

debv88888888888888888888888888888 não serem cidadãos leais a seus países.

O Partido Nazista, fundado em 1919 e liderado por Adolf Hitler, deu expressão

política às teorias do racismo europeu e, incentivando o anti-semitismo latente da população

alemã, ganhou popularidade ao apoiar e disseminar este tipo de propaganda política. Milhões

de pessoas compraram o livro “Mein Kampf” (Minha Luta), no qual Hitler clamava pela

expulsão dos judeus da Alemanha.

Em 1933, com a ascensão dos nazistas ao poder, o partido ordenou boicotes

econômicos aos judeus, a queima de livros judaicos, além de aprovar uma legislação

discriminatória anti-semita. Em 1935, as Leis de Nuremberg definiram os judeus empregando

termos raciais errôneos, pelo “sangue”, e ordenaram a separação total dos chamados “arianos”

dos “não-arianos”, legalizando assim a hierarquia racista, onde os alemães estavam no topo e

os demais povos abaixo. Na noite de 9 de Novembro de 1938, os nazistas destruíram

sinagogas e vitrines de lojas de propriedade de judeus na Alemanha e na Áustria, fato que

Page 24: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

22

ficou conhecido como o pogrom da Kristallnacht, Noite dos Vidros Quebrados. Este evento

marcou a transição de uma era de anti-semitismo velado para outra, a da destruição, durante a

qual o genocídio foi o foco único do anti-semitismo nazista.

O Mosaico das Vítimas

Embora os judeus fossem seus alvos principais, os nazistas e seus colaboradores

também perseguiram outros grupos por razões raciais ou ideológicas. Dentre as primeiras

vítimas da discriminação nazista na Alemanha encontravam-se os oponentes políticos daquela

ideologia, principalmente os comunistas, os socialistas, os social-democratas e líderes

sindicais. Em 1933, em Dachau, as SS construíram o primeiro campo de concentração,

destinado a encarcerar milhares de prisioneiros políticos alemães. Os nazistas também

perseguiram autores e artistas cujas obras eram consideradas subversivas ou que fossem

judeus, sujeitando-os à prisão, a restrições econômicas, e a diversas outras formas de

discriminação.

Os nazistas também perseguiram os ciganos por razões raciais. As interpretações

legais das Leis de Nuremberg de 1935 (leis alemãs que definiam quem era judeu “pelo

sangue”, de acordo com teorias racistas) foram posteriormente adaptadas para incluir os

ciganos. Os nazistas classificavam os ciganos como "preguiçosos" e "anti-sociais" dentro do

sistema nazista, além de improdutivos e socialmente incapazes. Os ciganos deportados para o

gueto de Lodz estavam entre os primeiros a serem mortos em furgões de gás no campo de

extermínio de Chelmno na Polônia. Os nazistas também deportaram mais de 20.000 ciganos

para o campo de Auschwitz-Birkenau, onde a maioria deles foi assassinada nas câmaras de

gás.

Os nazistas enxergavam os poloneses e outros povos eslavos como inferiores e os

condenavam à submissão, ao trabalho forçado e, consequentemente, à aniquilação. Os

poloneses que eram considerados ideologicamente perigosos, como milhares de intelectuais e

padres católicos, transformaram-se em alvos a serem destruídos, através de uma operação

conhecida como AB-Aktion. Entre 1939 e 1945 pelo menos 1,5 milhão de cidadãos poloneses

foram deportados para o território alemão para trabalharem como escravos; e centenas de

milhares também foram presos em campos de concentração nazistas. Estima-se que os

alemães assassinaram, no mínimo, 1.900.000 civis poloneses não-judeus durante a Segunda

Guerra Mundial.

Page 25: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

23

Os nazistas prenderam os líderes das igrejas cristãs que se opunham a eles, e também

milhares de Testemunhas de Jeová que se recusavam a saudar Adolf Hitler ou a servir no

exército alemão. Durante o chamado "Programa de Eutanásia", estima-se que os nazistas

assassinaram 200.000 pessoas com deficiências físicas ou mentais. Os nazistas também

perseguiram os homossexuais, cujo comportamento era considerado "um obstáculo para a

preservação da nação germânica", prendendo em campos de concentração aqueles que

classificavam como homossexuais "crônicos", bem como milhares de outros indivíduos

acusados de comportamentos criminosos ou "anti-social".

A ideologia nazista via uma grande quantidade de inimigos, o que conduzia à

perseguição organizada e assassinato de milhões de pessoas, judias ou não.

Os Campos Nazistas

Entre 1933 e 1945 a Alemanha nazista construiu cerca de 20.000 campos para

aprisionar seus milhões de vítimas. Os campos eram utilizados para várias finalidades:

campos de trabalho forçado, campos de transição (que serviam como estações de passagem), e

como campos de extermínio construídos principalmente, ou exclusivamente, para assassinatos

em massa. Desde sua ascensão ao poder, em 1933, o regime nazista construiu uma série de

centros de detenção destinados ao encarceramento e à eliminação dos chamados "inimigos do

estado". A maioria dos prisioneiros dos primeiros campos de concentração era formada por

alemães considerados inimigos do nazismo: comunistas, social-democratas, ciganos Roma,

Testemunhas de Jeová, homossexuais e pessoas acusadas de exibir um comportamento "anti-

social" ou fora dos padrões sociais. Estas instalações eram chamadas de campos de

concentração porque nelas os detentos ficavam fisicamente "concentrados".

Após a anexação da Áustria pela Alemanha, em março de 1938, os nazistas

prenderam e encarceraram judeus alemães e austríacos nos campos de concentração de

Dachau, Buchenwald e Sachsenhausez, todos localizados na Alemanha. Logo após o violento

massacre de Kristallnacht, Noite dos Cristais Quebrados, em novembro de 1938, os nazistas

efetuaram prisões em massa de judeus adultos, encarcerando-os nos campos por breves

períodos.

Depois da invasão da Polônia, em setembro de 1939, os nazistas abriram campos de

trabalho forçado onde centenas de milhares de prisioneiros morreram de exaustão, inanição e

maus tratos. As unidades das SS faziam a guarda dos campos. Durante a Segunda Guerra

Mundial, o sistema de campos de concentração nazistas se expandiu rapidamente. Em alguns

Page 26: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

24

campos médicos nazistas usavam os prisioneiros como cobaias em suas experiências

“médicas”.

Após a invasão alemã da União Soviética, em junho de 1941, os nazistas

aumentaram o número de campos para prisioneiros de guerra (POW), e alguns campos novos

foram construídos para abrigá-los dentro de complexos onde já existiam

campos de concentração, como o de Auschwitz na Polônia ocupada. O campo de

Lublin, mais tarde conhecido como Majdanek, foi construído no outono de 1941 como campo

de prisioneiros de guerra, transformando-se em campo de concentração em 1943. Ali,

milhares de prisioneiros de guerra soviéticos morreram fuzilados ou envenenados por gás.

Para facilitar a "Solução Final", o genocídio ou destruição em massa de judeus, os

nazistas construíram campos de extermínio na Polônia, o país com a maior população judaica.

O objetivo dos campos de extermínio era facilitar o assassinato em massa. Chelmno, o

primeiro campo de extermínio, foi aberto em dezembro de 1941, e nele, judeus e ciganos

foram mortos por envenenamento em furgões com canos de escapamento que soltavam gás

para dentro dos veículos onde eles eram colocados. Em 1942, os nazistas construíram os

campos de extermínio de Belzec, Sobibor, e Treblinka para matar ainda mais

sistematicamente os judeus do generalgoverment, como era conhecido o território no interior

da Polônia ocupada.

Os nazistas construíram câmaras de gás para tornar o processo de assassinato em

massa mais eficiente, rápido e menos pessoal para os executores. Câmaras de gás eram

aposentos fechados que recebiam gás letal em seu interior para matar por asfixia a quem

estivesse dentro. Havia quatro câmaras de gás no campo de extermínio de Birkenau,

localizado no complexo de Auschwitz. No auge das deportações para o campo, mais de 6.000

judeus eram diariamente envenenados por gás naquele campo.

Os judeus das terras ocupadas pelos nazistas foram os primeiros a serem deportados

para os campos de transição, como o de Westerbork na Holanda ou de Drancy na França, de

onde eram posteriormente enviados para os centros de homicídio na Polônia ocupada. Os

campos de transição geralmente eram a última parada antes da deportação para um campo de

extermínio.

Milhões de pessoas foram aprisionadas e submetidas a todo tipo de abuso nos

campos nazistas. Só nos campos de extermínio, sob a administração das SS, os alemães e seus

colaboradores mataram cerca de 2,700,000 milhões de judeus. Apenas uma pequena parte dos

prisioneiros que lá foram colocados conseguiu sobreviver.

Page 27: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

25

Campos de Extermínio

Os nazistas criaram campos de extermínio para que os assassinatos em massa fossem

mais eficazes. Diferentemente dos campos de concentração, que serviam principalmente

como centros de detenção e de trabalho forçado, os campos de extermínio (também chamados

de "centros de extermínio" ou "campos de morte") eram quase que exclusivamente "fábricas

de morte". As SS e polícia alemã assassinaram cerca de 2.700.000 judeus nos campos de

extermínio, seja utilizando o método de asfixia criada pela emissão de gases ou por

fuzilamento.

Nos campos de extermínio da Operação Reinhard, as SS e seus colaboradores

mataram aproximadamente 1.526.500 judeus, entre março de 1942 e novembro de 1943.

Praticamente todos os deportados que chegavam a estes campos eram imediatamente

enviados para a morte nas câmaras de gás, à exceção de alguns poucos que eram escolhidos

para trabalhar nas equipes de trabalho conhecidas como Sonderkommandos, compostas por

judeus que tinham por obrigação dispor dos corpos dos israelitas após os nazistas os haverem

assassinado. O maior campo de extermínio foi Auschwitz-Birkenau, que no começo de 1943

já possuía quatro câmaras de gás que operavam com o gás venenoso Zyklon B. No auge das

deportações, mais de 6.000 judeus eram asfixiados por dia com este gás, em Auschwitz-

Birkenau, Polônia. Até novembro de 1944, mais de um milhão de judeus e milhares de

ciganos Roma, poloneses, e prisioneiros de guerra soviéticos lá foram mortos.

Embora muitos estudiosos considerem o campo de Majdanek como um sexto campo

de extermínio, pesquisas recentes comprovam que o campo Lublin/Majdanek era utilizado

para outras funções e operações. Dentro da estrutura da Operação Reinhard, Majdanek servia

principalmente como ponto de concentração de judeus que os alemães poupavam no momento

para serem usados como trabalhadores escravos, embora ocasionalmente funcionasse também

como local de extermínio para vítimas que, por razões diversas, não podiam ser mortas nos

campos de extermínio da Operação Reinhard: Belzec, Sobibor e Treblinka II. O campo

também possuía um depósito para armazenagem de bens e objetos de valor tomados dos

judeus nos campos de extermínio.

As SS consideravam os campos de extermínio como ultra-secretos. Para destruir

todos os rastros das operações de genocídio, unidades especiais de prisioneiros denominadas.

Sonderkommandos, compostas por judeus, eram forçadas a remover os corpos das

câmaras de gás e a cremá-los. As dependências de alguns campos de extermínio foram

Page 28: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

26

reestruturadas ou camufladas de modo a mascarar o assassinato de milhões de seres humanos

que ali se processava.

Auschwitz

O complexo dos campos de concentração de Auschwitz era o maior de todos os

estabelecidos pelo regime nazista. Nele havia três campos principais de onde os prisioneiros

eram distribuídos para fazer trabalho forçado e. Por longo tempo, um deles também funcionou

como campo de extermínio. Os campos estavam a aproximadamente 60 quilômetros a oeste

da cidade polonesa de Cracóvia, na Alta Silésia, próximos à antiga fronteira alemã e polonesa

de antes da guerra, mas que em 1939, após a invasão e a conquista da Polônia, foi anexada à

Alemanha nazista. As autoridades das SS estabeleceram os três campos principais perto da

cidade polonesa de Oswiecim: Auschwitz I, em maio de 1940; Auschwitz II (também

conhecido como Auschwitz-Birkenau), no início de 1942; e Auschwitz III (também chamado

de Auschwitz-Monowitz), em outubro de 1942.

O campo de Auschwitz era subordinado à “Inspetoria dos Campos de Concentração”.

Até março de 1942 esta Inspetoria era um órgão do Quartel-General das SS e, a partir de

1941, começou a fazer parte da Central de Operações das SS. De março de 1942 até a

liberação de Auschwitz, a Inspeção era subordinada à Central Econômico-Administrativa das

SS.

Auschwitz I

Auschwitz I, o campo principal, foi o primeiro a ser fundado perto da cidade

polonesa de Oswiecim. As construções começaram em maio de 1940 em um antigo quartel da

artilharia do exército polonês, localizado em um bairro afastado. As autoridades das SS

obrigavam os prisioneiros ao trabalho forçado contínuo, com a finalidade de expandir os

limites físicos do campo. Durante o primeiro ano de existência do campo, as SS e a polícia

evacuaram uma área de aproximadamente 40 quilômetros quadrados como “área de

desenvolvimento”, reservada para uso exclusivo do campo. Os primeiros prisioneiros de

Auschwitz eram alemães, transferidos do campo de concentração Sachsenhausen, na

Alemanha, onde estavam encarcerados por infração criminal recorrente, e prisioneiros

políticos poloneses que vieram de Lodz e estavam no campo de concentração de Dachau e de

Tarnów, no Distrito de Generalgouvernment na Cracóvia (parte da Polônia ocupada, mas não

Page 29: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

27

incorporada à Alemanha nazista, associada administrativamente à Prússia Oriental, ou

incorporada à União Soviética ocupada pela Alemanha).

Similar à maioria dos campos de concentração alemães, Auschwitz I foi construído

com três finalidades: 1) prender os inimigos reais e imaginários do regime nazista, e das

autoridades de ocupação alemãs na Polônia, por um período indeterminado; 2) ter à

disposição uma grande oferta de trabalhadores forçados para alocar aos empreendimentos das

SS e relacionados à construção (e, mais tarde, produção de armamento e artigos de guerra); e

3) servir como local para a exterminação de grupos pequenos, de determinadas populações,

conforme determinado pelas SS e autoridades policiais para manter a segurança da Alemanha

nazista. Como a maioria dos campos de concentração, Auschwitz I possuía câmara de gás e

crematório. Inicialmente, os engenheiros das SS construíram uma câmara de gás improvisada

no porão do bloco de celas, o Bloco 11. Mais tarde, uma câmara maior e permanente foi

construída como parte do crematório original, em outro prédio fora do complexo de celas.

Auschwitz II

A construção de Auschwitz II, ou Auschwitz-Birkenau, teve início em outubro de

1941, nas proximidades da cidade polonesa de Brzezinka. Dos três campos localizados perto

de Oswiecim, o Auschwitz-Birkenau foi o que teve o maior número de prisioneiros. Era

dividido em mais de doze seções, separadas por cercas com arame farpado eletrificado que,

como em Auschwitz I, eram patrulhadas pelos guardas das SS e, após 1942, por guardas com

cães policiais. O campo tinha seções específicas para homens, mulheres, um campo familiar

para ciganos deportados da Alemanha, Áustria e do protetorado da Boêmia e Moravia, e um

para famílias judias deportadas do gueto de Terezín.

Auschwitz-Birkenau também tinha instalações que funcionavam como centro-de-

extermínio, e exercia um papel fundamental no plano alemão para exterminar os judeus

europeus. A partir de meados de 1941, o gás Zyklon B foi introduzido no sistema dos campos

de concentração alemães como forma de agilizar o extermínio. Em setembro, em Auschwitz I,

deu-se o primeiro teste com o gás Zyklon B, e o “sucesso” destes testes levaram à adoção

daquele gás em todas as câmaras de gás do complexo Auschwitz. Próximo a Birkenau, as SS

iniciaram o processo de transformação de duas sedes de antigas fazendas em câmaras de gás.

A câmara “improvisada” I entrou em operação em janeiro de 1942 e mais tarde foi

desmontada. A câmara “improvisada” II funcionou de junho de 1942 até o final de 1944. As

SS consideraram as instalações inadequadas para o volume de gás que eles haviam planejado

Page 30: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

28

usar para Auschwitz-Birkenau. Entre maio e junho de 1943, foram construídos quatro

imponentes prédios de cremação, cada um com três componentes: uma área para os

prisioneiros despirem-se, uma grande câmara de gás, e fornos crematórios. As SS mantiveram

as operações com gás em Auschwitz-Birkenau até novembro de 1944.

Deportação Para Auschwitz

Os trens chegavam constantemente a Auschwitz-Birkenau trazendo carga judia de

praticamente todos os países europeus ocupados pela Alemanha ou a ela aliados. Estes

carregamentos foram iniciados em 1942 e terminaram em 1944. Estes são os dados, em

números aproximados, das deportações de judeus por país: Hungria: 426.000; Polônia:

300.000; França: 69.000; Holanda: 60.000; Grécia: 55.000; Boêmia e Morávia: 46.000;

Eslováquia: 27.000; Bélgica: 25.000; Iugoslávia: 10.000; Itália: 7.500; Noruega: 690; outros

(incluindo os prisioneiros de outros campos de concentração que eram despachados para

Auschwitz-Birkenau): 34.000.

No total, aproximadamente 1,1 milhão de judeus foram deportados para Auschwitz.

Além deles, as autoridades das SS e das polícias colaboracionistas deportaram cerca de

200.000 pessoas de outras etnias para Auschwitz, incluindo 140.000 a 150.000 poloneses não-

judeus, 23.000 ciganos Roma e sinti, 15.000 prisioneiros de guerra soviéticos, e outros 25.000

civis (cidadãos soviéticos, lituanos, tchecos, franceses, iugoslavos, alemães, austríacos e

italianos).

Os recém-chegados a Auschwitz-Birkenau passavam por uma triagem, na qual a

equipe das SS decidia quem era capaz ou incapaz de realizar trabalhos forçados—a maioria—

e os enviava diretamente para câmaras de gás, que pareciam banheiros com chuveiros para

enganar as vítimas, para que o processo fosse mais rápido. Os pertences dos que iam para as

câmaras eram confiscados e enviados para o depósito “Kanada” (Canadá), para

posteriormente serem enviados à Alemanha. Para os prisioneiros, a palavra Canadá

significava riqueza.

Pelo menos 960.000 judeus foram exterminados em Auschwitz, além de cerca de

74.000 poloneses, 21.000 ciganos, 15.000 prisioneiros de guerra soviéticos, e 10.000 a 15.000

civis de outras nacionalidades (cidadãos soviéticos, tchecos, iugoslavos, franceses, alemães e

austríacos).

Auschwitz III

Page 31: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

29

Auschwitz III, localizado nos arredores da cidade polonesa de Monowitz e também

conhecido como Buna ou Monowice, foi fundado em outubro de 1942 para abrigar

prisioneiros enviados para ali trabalhar na produção de borracha sintética. Na primavera de

1941, o conglomerado alemão I.G. Farben lá estabeleceu uma fábrica, na qual planejavam

explorar a força de trabalho escravo dos campos de concentração para produzir borracha e

combustíveis sintéticos. A I.G. Farben investiu mais de 700 milhões de Reichsmarks, cerca de

1,4 milhões de dólares na época, em Auschwitz III. De maio de 1941 a outubro de 1942, as

SS transportaram prisioneiros de Auschwitz I para o “Anexo Buna”, caminho que

inicialmente faziam a pé, e depois de trem. Com a construção de Auschwitz III, no final de

1942, os prisioneiros que trabalhavam em Buna lá passaram a viver.

Auschwitz III também possuía um campo denominado “Campo de Educação pelo

Trabalho”, no qual eram colocados prisioneiros não-judeus que os nazistas acreditavam haver

violado a disciplina imposta pelos alemães no trabalho.

Subcampos de Auschwitz

Entre 1942 e 1944, as autoridades de Auschwitz fundaram 39 subcampos; alguns

deles foram fundados dentro de zonas de “desenvolvimento”, dentre elas Budy, Rajsko,

Tschechowitz, Harmense e Babitz. Outros, tais como Blechhammer, Gleiwitz, Althammer,

Fürstengrube, Laurahuette e Eintrachthuette, localizavam-se na Alta Silésia, ao norte e a oeste

do Rio Vístula; e os de Freudental e Bruenn/Brnona Morávia. Os subcampos que produziam

ou processavam produtos agrícolas eram subordinados administrativamente à direção de

Auschwitz-Birkenau; por outro lado, os subcampos utilizados para a produção industrial e de

armamento, ou indústrias de extração (tais como minas de carvão e pedreiras), eram

subordinados a Auschwitz-Monowitz. Após novembro de 1943, esta divisão de

responsabilidades administrativa foi formalizada.

Os prisioneiros trabalhavam em grandes fazendas, inclusive em uma estação

experimental de agricultura em Rajsko. Eles também eram forçados a trabalhar em minas de

carvão e pedreiras, com pesca e, principalmente, em indústrias de armamento, como a

empresa das SS German Equipment Works, fundada em 1941. Periodicamente os prisioneiros

passavam por uma seleção, e se as SS os julgasse fracos ou doentes demais para trabalhar os

enviavam para Auschwitz-Birkenau para serem eliminados.

Page 32: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

30

Em Auschwitz I, aqueles que eram escolhidos para o trabalho forçado eram

registrados e tatuados no braço esquerdo com o número de identificação, após o que eram

enviados para o campo principal ou para outros lugares no complexo, inclusive para os

subcampos.

A Liberação de Auschwitz

No final de janeiro de 1945, em pleno inverno, conforme as forças soviéticas

aproximavam-se do complexo de campos de concentração de Auschwitz, as SS iniciaram a

evacuação destes campos e seus subcampos. As unidades das SS forçaram cerca de 60.000

prisioneiros a marchar na direção oeste do sistema de campos de Auschwitz, e muitos

milhares foram mortos nos dias que antecederam o início da “Marcha da Morte”. Dezenas de

milhares de prisioneiros, a maioria judeus, foram forçados a caminhar tanto para noroeste, por

55 quilômetros, para Gliwice/Gleiwitz, junto com os prisioneiros dos subcampos no leste de

Alta Silésia, tal como Bismarckhuette, Althammer e Hindenburg, quanto para oeste, por 63

quilômetros, para Wodzislaw/Loslau na parte ocidental de Alta Silésia, junto com os

prisioneiros dos subcampos localizados ao sul de Auschwitz, como Jawischowitz,

Tschechowitz e Golleschau. Os guardas das SS atiravam em todos os que ficavam para trás ou

que não conseguiam continuar. Os prisioneiros também sofreram com o mau tempo, fome

durante as terríveis marchas. Pelo menos 3.000 prisioneiros morreram quando iam para

Gliwice; e estima-se que 15.000 mais tenham morrido durante as marchas de evacuação de

Auschwitz e seus subcampos.

Quando chegavam a Gliwice e Wodzislaw, eram colocados em trens de carga, sem

qualquer tipo de calefação, e levados para campos de concentração na Alemanha,

principalmente Flossenbürg, Sachsenhausen, Gross-Rosen, Buchenwald, Dachau, e também

Mauthausen, na Áustria. A viagem de trem durava dias e, sem comida, água, abrigo ou

cobertores, muitos não conseguiram sobreviver.

No final de janeiro de 1945, as autoridades das SS e da polícia forçaram 4.000

prisioneiros a caminhar para Blechhammer, um subcampo de Auschwitz-Monowitz. As SS

exterminaram cerca de 800 prisioneiros durante a marcha para o campo de concentração

Gross-Rosen, além de assassinarem 200 outros que haviam ficado em Blechhammer devido a

doenças ou a tentativas frustradas de se esconderem. Após um curto período de tempo, as SS

transportaram cerca de 3.000 prisioneiros do complexo industrial de Blechhammer, na

Polônia, do campo de concentração Gross-Rosen para o de Buchenwald, na Alemanha.

Page 33: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

31

Em 27 de janeiro de 1945, o exército soviético ingressou em Auschwitz, Birkenau e

Monowitz, liberando aproximadamente 7.000 prisioneiros, a maioria deles muito doente e

morrendo. Estima-se que as SS e a polícia deportaram, no mínimo, 1.3 milhão de pessoas para

o complexo de Auschwitz entre 1940 e 1945. Do total de 1.3 milhão as autoridades dos

campos exterminaram 1,1 milhão

A Resistência Judaica

A perseguição e o extermínio em massa dos judeus, levadas a cabo e incentivadas

pelos nazistas, fizeram com que alguns alemães do Terceiro Reich, bem como outros grupos

nas áreas europeias ocupadas, reagissem e passassem a oferecer resistência ao regime. Mesmo

sendo as principais vítimas dos nazistas, os israelitas também resistiram à opressão de

diversas maneiras, tanto coletiva quanto individualmente.

As organizações de resistência armada eram o meio mais enérgico de oposição dos

judeus às políticas nazistas nas áreas da Europa ocupadas pela Alemanha. Civis israelitas

resistiram de forma armada em mais de 100 guetos em toda a Polônia e em áreas da União

Soviética ocupada. Em abril/maio de 1943, os judeus do Gueto de Varsóvia rebelaram-se,

usando armas improvisadas e roubadas fora de seus muros, após ouvirem boatos de que os

alemães os deportariam para o campo de extermínio de Treblinka. À medida que as unidades

da polícia e das SS entravam no gueto, os membros da Zydowska Organizacja Bojowa/ZOB,

"Organização da Luta Judaica", e de outros grupos compostos por judeus, atacavam os

tanques alemães com coquetéis Molotov, granadas de mão, e revólveres de pequeno calibre.

Embora os alemães ficassem surpresos com a ferocidade dos ataques, eles conseguiram

acabar com a maior parte da luta em poucos dias. No entanto, demorou quase um mês para

que as poderosas forças alemãs conseguissem derrotar totalmente os partisans do gueto, após

o que deportaram praticamente todos seus habitantes. Por meses após o fim do Levante de

Varsóvia, os israelitas daquela região resistiram, escondendo-se entre as ruínas do gueto,

mesmo com o patrulhamento das unidades de polícia e das SS, que tentavam extinguir os

ataques contra os alemães.

Naquele mesmo ano, os judeus que viviam nos guetos de Vilna, Bialystok, e de

outras cidades, revoltaram-se contra os alemães. Mesmo sabendo que a maioria dos habitantes

já havia sido deportada para campos de extermínio, e mesmo sabendo que sua luta não

conseguiria salvar os israelitas restantes, que não tinham como se defender, ainda assim, eles

lutaram pela honra judaica e para vingar os massacres cometidos contra seus irmãos.

Page 34: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

32

Também ocorreram rebeliões em três campos de extermínio, Treblinka, Sobibor, e

Auschwitz-Birkenau. Em agosto de 1943, em Treblinka, e em outubro de 1943, em Sobibor,

os prisioneiros, munidos de armas roubadas do inimigo, atacaram os membros das SS e os

guardas da cidade polonesa de Trawniki que colaboravam com os alemães. Os alemães e seus

asseclas assassinaram a maioria dos rebeldes durante e após a rebelião, caçando como animais

aqueles que haviam escapado. Entretanto, vários prisioneiros conseguiram escapar de seus

perseguidores e, assim, sobreviver à guerra. Nos campos e nos guetos os judeus também

responderam à opressão nazista utilizando suas mentes e espíritos. Eles tudo fizeram para

preservar a vida comunitária e a história israelita, apesar dos esforços nazistas para que o

povo judeu fosse apagado da memória humana. Entre tais respostas, havia a criação de

entidades culturais judaicas, a observância das festas e rituais religiosos, provimento de

educação israelita de forma clandestina, publicação de boletins, e a coleta e ocultamento da

documentação que contava esta história; este é o caso do arquivo "Oneg Shabat", em

Varsóvia, onde foi preservado o material que posteriormente contaria a destruição do Gueto

de Varsóvia em 1943.

As Consequências do Holocausto

Em 1945, as tropas anglo-americanas e soviéticas que adentraram nos campos de

concentração descobriram pilhas de cadáveres, ossos e cinzas humanas – um testemunho do

genocídio efetuado sob a bandeira nazista. Os soldados também encontraram milhares de

sobreviventes – judeus e não-judeus – famintos, alquebrados, e doentes. Para os

sobreviventes, a ideia de reconstruir suas vidas era desalentadora.

Quando foram liberados, muitos sobreviventes tiveram medo de retornar para suas

casas devido ao anti-semitismo que ainda existia em partes da Europa, e também pelo trauma

que haviam sofrido que os deixava inseguros. Mesmo aqueles que decidiram voltar temiam

por suas vidas, pois sabiam que muitos europeus não-alemães haviam colaborado com os

nazistas, e assim haviam conseguido tomar posse de propriedades de judeus, as quais não

queriam devolver aos legítimos donos. Na Polônia pós-guerra, por exemplo, houve muitos

pogroms contra os israelitas que retornavam e tentavam reaver seus bens. O maior destes

episódios ocorreu na cidade polonesa de Kielce, em 1946, quando arruaceiros locais mataram

pelo menos 42 judeus e espancaram inúmeros outros sobreviventes que buscavam retomar

suas vidas no local de onde haviam sido arrancados à força pelos nazistas e seus

colaboradores.

Page 35: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

33

Sem ter para onde ir, uma vez que não mais tinham onde viver e trabalhar, dezenas

de milhares de sobreviventes, oriundos do leste da Europa, ficaram desabrigados, tendo que

migrar para países do oeste europeu que já haviam sido liberados pelos Aliados. Ali, eles

foram abrigados em centenas de centros e campos de refúgio para deslocados pela guerra

(DP), tais como o de Bergen-Belsen (ex-campo nazista) na Alemanha. Esses campos eram

gerenciados pela Administração das Nações Unidas para Assistência e Reabilitação

(UNRRA) e pelos exércitos de ocupação dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França.

Em dezembro de 1945, o presidente norte-americano, Harry Truman emitiu uma

ordem oficial que tornaram mais flexíveis as restrições de cotas para imigração, permitindo

que muitos deslocados de guerra, previamente perseguidos pelo regime nazista, imigrassem

para os Estados Unidos. Mais de 41.000 refugiados imigraram para os Estados Unidos, dos

quais cerca de 28.000 eram judeus. Em 1948, o Congresso Americano aprovou a Lei dos

Deslocados de Guerra que, entre 1º de janeiro de 1949 e 31 de dezembro de 1952, autorizou a

emissão de aproximadamente 400.000 novos vistos de imigração para os sobreviventes,

havendo 68.000 israelitas usado aquela oportunidade.

Muitos outros refugiados judeus emigraram, como deslocados de guerra, da Europa para o Canadá, Austrália, Nova Zelândia, países da Europa ocidental, Brasil, México, Argentina, e outros países latino-americanos, bem como para a África do Sul.

Page 36: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

34

CONCLUSÃO

Os desastrosos efeitos da Primeira Guerra favoreceram a ascensão de governos

ditatoriais, defensores de um Estado forte e centralizado, que se traduziram no que se

convencionou chamar de nazi-fascismo.

Tais governos assumiram um caráter marcadamente nacionalista, burguês,

anticomunista. As burguesias nacionais temiam que, em face da violência crise

socioeconômica que se abatia sobre a Europa, as populações vissem no exemplo russo a

solução para as suas dificuldades e, por isso, ofereceram seu apoio quase incondicional às

propostas totalitárias de direita.

Page 37: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Antecedentes da Segunda Guerra Mundial. História. Disponível em: <http://www.

historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=303>.

Crise de 1929. Idade Contemporânea. Disponível em: <http://www.historiadomundo

.com.br/idade-contemporanea/crisede29.htm>. Acesso em 15 nov. 2010.

DUROSELLE, J. B. A Europa de 1815 aos nossos dias. São Paulo: Ed. Pioneira,

1985.

Enciclopédia do Holocausto. United States Holocaust Memorial Museum,

Washington, D.C. Disponível em: <http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=1

0005151>. Acesso em 15 nov. 2010.

Enciclopédia do Holocausto. United States Holocaust Memorial Museum,

Washington, D.C. Disponível em: <http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=1

0005175>. Acesso em 15 nov. 2010.

FACHIN, Patrícia; JUNGES, Márcia. A história oral como reflexão sobre o

Holocausto. Revista do Instituto Humanistas Unisinos, ano 8, São Leopoldo – RS, n. 950, 21

jul. 2008. Disponível em:<http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&

view=article&id=1962&secao=265>. Acesso em 15 nov. 2010.

Fascismo. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiag/fas

cismo.htm>. Acesso em 15 nov. 2010.

Fascismo. Cultura Brasil. Disponível em: <http://www.culturabrasil.org/fascismos.ht

m>. Acesso em 15 nov. 2010.

Fascismo. InfoEscola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/fascismo

>. Acesso em 15 nov. 2010.

Page 38: Os Estados Nazista e Fascista. (Trabalho PUC-GO)

36

Fasciso e Getulismo. Artigos. Disponível em: <http://www.artigos.com/artigos/socia

is/politica/nazismo,-facismo-e-getulismo-1516/artigo/>. Acesso em 15 nov. 2010.

Fascismo e Poder. Historia. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/historia/fas

cismo-poder.jhtm>. Acesso em 15 nov. 2010.

Fascismo Italiano. Fascismo na Itália. Disponível em: <http://fascismo-italiano.blog

spot.com/2008/03/o-fascismo-na-itlia.html>. Acesso em 15 nov. 2010.

HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos: o breve século XX (1914-1991). São

Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Mein Kampf. Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mein_Kamp

f>. Acesso em 15 nov. 2010.

Nacional Socialismo. Spartacus. Disponivel em: <http://translate.google.com.br/tran

slate?hl=pt-BR&langpair=en|pt&u=http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/GERdawes.htm>.

Acesso em 15 nov. 2010.

Nazi-Fascismo. Artigos NetSaber. Disponível em: <http://artigos.netsaber.com.br/re

sumo_artigo_12039/artigo_sobre_o_nazi-fascismo>. Acesso em 15 nov. 2010.

Nazismo. Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiag/nazi

smo.htm>. Acesso em 15 nov. 2010.

Nazismo. Cobra. Disponível em: <http://www.cobra.pages.nom.br/fc-nazismo.html>

. Acesso em 15 nov. 2010.

Nazismo. Portal São Francisco, 15 nov. 2010. Disponível em: <http://www.portalsao

francisco.com.br/alfa/fascismo/nazismo-6.php>. Acesso em: 15 nov. 2010.

Primeira Guerra Mundial. Cursos Objetivo. Disponível em: <http://www4.curso-o

bjetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/primeira_guerra_mundial.aspx>. Acesso em 15 nov.

2010.