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FAAP – Faculdade de Comunicação e Marketing __________________________________________________________________________________ Código da Disciplina: 4HU274 – Teoria da Comunicação II 1° Aula Apresentação e discussão do conteúdo programático do curso. Bibliografia, metodologia e critérios de avaliação. Revisão de TC I. Os encaixes e desencaixes observados na obra do artista holandês, M.C.Escher (1898-1972), levam-nos a pensar nos complexos processos sígnicos que compõem a comunicação enredando arte, mídia, cultura e modos de socialização. Temas da disciplina Teoria da Comunicação II.

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Código da Disciplina: 4HU274 – Teoria da Comunicação II

1° Aula

Apresentação e discussão do conteúdo programático do curso. Bibliografia, metodologia e critérios de avaliação. Revisão de TC I.

Os encaixes e desencaixes observados na obra do artista holandês, M.C.Escher (1898-1972), levam-nos a pensar nos complexos processos sígnicos que compõem a comunicação enredando arte, mídia, cultura e modos de socialização. Temas da disciplina Teoria da Comunicação II.

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2° Aula

Semiótica da Cultura e os fenômenos comunicativos.

“Semiótica da cultura é uma disciplina teórica dos estudos russos. Constituiu-se no Departamento de Semiótica da Universidade de Tártu, Estônia, nos anos 60, em meio aos encontros da ''Escola de verão sobre os sistemas modelizantes de segundo grau'', reunindo professores da universidade local e também de Moscou. Explorando fronteiras com vários campos do conhecimento, deriva seus princípios da Lingüística, da Teoria da Informação e da Comunicação, da Cibernética e, evidentemente, da Semiótica.

O impulso básico da disciplina foi dado pela necessidade de entender a comunicação como sistema semiótico e a cultura como um conjunto unificado de sistemas, ou melhor, como um grande texto. Para isso, os semioticistas reelaboraram o conceito de língua, sem o qual seria impossível estender a noção de linguagem a uma diversidade de sistemas como mito, religião, literatura, teatro, artes, arquitetura, música, cinema, moda, ritos, comportamentos, enfim, os códigos e sistemas semióticos da cultura. Tão importante quanto o conceito de língua é a concepção semiótica de código. Com base nessas noções, o relacionamento dinâmico entre os sistemas da cultura foi definido como um processo de modelização, segundo a qual a cultura é entendida como texto e a comunicação, como processo semiótico. A evolução dos conceitos, durante as duas décadas de trabalhos sistemáticos, evidencia como, no interior da disciplina, se organizaram instrumentos teóricos potenciais de uma ecologia cognitiva”.

Fonte: http://www.pucsp.br/pos/cos/cultura/semicult.htm

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3° Aula

Semiosfera, Texto Cultural e Dialogismo na Comunicação.

Semiosfera por Reheniglei Rehem

O conceito de semiosfera acompanha a maturidade do pensamento semiótico russo. Fundamentado na teoria da biosfera do químico V.I. Vernádski e do dialogismo de M. Bakhtin, o conceito de semiosfera foi formulado por I. Lotman para exprimir a cultura como um organismo não separando aspectos biológicos de aspectos culturais, o homem do mundo. Trata-se de um espaço que possibilita a realização dos processo comunicativos e a produção de novas informações, funcionando como um conjunto de diferentes textos e linguagens.

O conceito de semiosfera está ligado à idéia de fronteira e de simetria especular.

Fronteira define a relação entre aquilo que está dentro e aquilo que está fora do espaço semiótico. A noção básica procede da matemática, mais precisamente da noção de conjunto de pontos que funcionam como tradutores (filtros) graças ao qual se mantêm os contatos com os espaços não-semióticos permitindo a penetração do externo no interno, filtrando e adaptando.

A simetria especular é a própria idéia da semiosfera enquanto intercâmbio dialógico; é um dos princípios estruturais de organização interna do dispositivo gerador de sentido; nela aparece o fenômeno do duplo, da intratextualidade e um dos mais complexos processos informacionais, o dialogismo, fundamento de todo o processo gerador de sentido. Na semiosfera o grau de organização da cultura está na passagem da organização interna para a desorganização externa, do caos para a ordem, daí podermos chamá-la de ''contínuo semiótico''.

Texto Cultural

Cultura é um sistema semiótico, um sistema de textos, e, enquanto tal, um sistema perceptivo, de armazenagem e divulgação de informações. Como os processos perceptivos são inseparáveis da memória, na estrutura de todo texto se manifesta a orientação para um certo tipo de memória, não aquela individual, mas a memória coletiva. Cultura é assim memória coletiva não-hereditária.

Ainda que a tradição linguística tenha consagrado o conceito de texto como unidade verbal, no sistema geral da cultura, os textos são sistemas modelizantes. Enquanto tais desempenham tarefas para o funcionamento da cultura, identificada por três funções elementares: 1) função comunicativa para transmissão de significados; 2) função formadora de sentido; 3) função de memória da cultura. Fonte:http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S0103998920100003b00015& script=sci_arttext

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4° Aula

Modernidade e Cultura de Massas.

Introdução ao 2° Módulo do Semestre: o Contextualização da Modernidade;

Sócio-Histórico; Econômico; Transição do séc. XIX para o XX.

Cultura de Massas: o Advento da Modernidade; o Os novos meios de comunicação; o Jornal, Cinema, Rádio e Televisão; o Homogeneização da Cultura.

Em Teoria da Cultura de Massa, Luis Costa Lima escreve um prefácio elucidativo para a compreensão da formação cultural que abalou, a partir do século XX, as antigas formas de compreender a cultura dividida em alta e baixa cultura. O autor afirma que a cultura de massa dialoga com uma formação social que supera a necessidade de poupar e pode, ao menos hipoteticamente, consumir, e, por outro lado, este novo modo de fazer cultura necessita de uma base tecnológica suficientemente desenvolvida para transmitir suas mensagens para longas distâncias.

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5° Aula

A recepção e a emissão – interações e autocondicionamentos; A mensagem em relação aos diferentes códigos. Abordagem sob o ponto de vista técnico da comunicação:

Escola Funcionalista da Comunicação:

o Harold Lasswell: Agulhas Hipodérmicas; Estímulo-Resposta; Quem → Diz o quê → Em que canal → A quem → Com que efeito.

“Os processos de comunicação da sociedade humana, quando examinados em pormenor, revelam equivalência em relação às especializações encontradas no organismo físico e nas sociedades animais inferiores” (Lasswell, H. A estrutura e a função da comunicação na sociedade, p. 108.)

o Paul Lazarsfeld: Two-step Flow of Communication;

“Assim, parece pouco frequente que o receptor da mensagem transmitida em massa seja atingido diretamente no seu papel, como um membtro anônimo e isolado da burocracia ou de uma sociedade de massa. Seu recebimento da mensagem é, antes, ‘mediado’ através dos agrupamentos fechados e informais aos quais ele também pertence” (Riley, John; Riley, Matilde. A comunicação de massa e o sistema social, p. 137).

Teoria Matemática da Informação:

o Claude Shannon:

Fonte → Mensagem → Codificador/Emissor → Canal → Decodificador/Receptor; “A fonte de informação seleciona uma mensagem desejada, a partir de um conjunto de mensagens possíveis (...)O transmissor transforma esta mensagem num sinal que é enviado ao receptor através do canal de comunicação (...) Quando eu falo com você, meu cérebro é a fonte de informação e o seu é o destinatário; meu sistema vocal é o transmissor e o seu ouvido, com o oitavo nervo, o receptor” (Shannon, Claude. A teoria matemática da comunicação. P. 27).

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6° Aula

A produção em série e os novos apelos do consumo moderno. Abordagem sob o ponto de vista socio-cultural da comunicação:

Escola de Frankfurt: o Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin; o Indústria Cultural; o Tempo e apropriação simbólica do homem moderno; o Consumo Cultura e Cultura Antropológica;

“O entretenimento é o principal produto oferecido pela cultura da mídia, que espetaculariza o cotidiano de modo a seduzir suas audiências e levá-las a identificar-se com as representações sociais e ideológicas nela presentes. Não pretendemos afirmar que a mídia teria um poder de determinar – para o bem ou para o mal – os processos de subjetivação no mundo atual (...) A hibridização entre mídia e consumo parece evidenciar-se por excelência na economia do entretenimento, onde as formas do espetáculo são incorporadas aos negócios. Neste cenário temos as indústrias culturais transformadas em megaconglomerados que fundem informação, entretenimento e negócios” (Rocha, Rose; Castro, Gisela. Cultura da mídia, Cultura do Consumo).

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7° e 8° Aula

A estética dos meios de Massa; Voyeurismo como nova estética; A cotidianização das imagens e dos valores pela mídia de Massa. "O conceito de aura permite resumir essas características: o que se atrofia na era da reprodutibilidade técnica da obra de arte é sua aura. Esse processo é sintomático e sua significação vai muito além da esfera da arte. Generalizando, podemos dizer que a técnica de reprodução destaca do domínio da tradição o objeto reproduzido. Na medida em que ela multiplica a reprodução, substitui a existência única da obra por uma existência serial. E, na medida em que essa técnica permite à reprodução vir ao encontro do espectador, em todas as situações, ela atualiza o objeto reproduzido. Esses dois processos resultam num violento abalo da tradição, que constitui o reverso da crise atual e a renovação da humanidade." (Benjamin, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Obras escolhidas: Magia e técnica, arte e política, 1994, p. 168-169) Kitsch: O fenômeno Kitsch baseia-se em uma civilização consumidora que produz para consumir e cria para produzir em que o mote é a aceleração (...) A aceleração consumidora vê no objeto um momento transitório da existência – entre a fábrica e a lata de lixo (...) e a alienação possessiva transforma o ser em prisioneiro de uma concha de objetos montada em seu redor (...) gerações de eletrodomésticos (...) artesanatos seriados (...) souvenirs, gadgets. (Fragmentos extraídos da obra O Kitsch, de Abraham Moles).

"Divertir-se significa estar de acordo. Isso só é possível se isso se isola do processo social em seu todo, se idiotiza e abandona desde o início a pretensão inescapável de toda obra, mesmo da mais insignificante, de refletir em sua limitação o todo. Divertir significa sempre: não ter que pensar nisso, esquecer o sofrimento até mesmo onde ele é mostrado. A impotência é a sua própria base. É na verdade uma fuga, mas não, como afirma, uma fuga da realidade ruim, mas da última idéia de resistência que essa realidade ainda deixa subsistir. A liberação prometida pela diversão é a liberação do pensamento como negação. O descaramento da pergunta retórica: 'Mas

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o que é que as pessoas querem?' consiste em dirigir-se às pessoas como sujeitos pensantes, quando sua missão específica é desacostumá-las da subjetividade." (Adorno, Theodor; Horkheimer, Max. Dialética do Esclarecimento, 1985, p. 139)

9° Aula

Imaginário cultural e imaginário midiático – retroalimentação, espelhamento e jogo ideológico.

Teoria do Imaginário: o Edgar Morin;

“O imaginário se estrutura segundo arquétipos: existem figurinos-modelo do espírito humano que ordenam os sonhos e, particularmente, os sonhos racionalizados que são os temas míticos ou romanescos. Regras, convenções, gêneros artísticos impõem estruturas exteriores às obras, enquanto situações-tipo e personagens-tipo lhes fornecem as estruturas internas. A análise estrutural nos mostra que se pode reduzir os mitos a estruturas matemáticas. Ora, toda estrutura constante pode se conciliar com a norma industrial. A indústria cultura persegue a demonstração à sua maneira, padronizando os grandes temas romanescos, fazendo clichês dos arquétipos em estereótipos”. (Morin, Edgar. Cultura de massas no séc. XX: Neurose, p. 26).

Processos de estruturação: o Mediocridade; o Passividade; o Conformismo; o Acriticismo; o Conservadorismo; o Hedonismo; o Falsa integração; o Mimetismo; o Infantilização.

Estruturas consolidadoras:

o Maniqueísmo; o Jogos; o Voyeurismo; o Vedetização; o Happy End; o Juventude.

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10° Aula

Revisão para primeira prova semestral (N1). 11° Aula N1. 12° Aula

Pós-Modernidade e Cibercultura.

Introdução ao 3° Módulo do Semestre: o Contextualização da Pós-Modernidade;

Sócio-Histórico; Econômico; Transição da primeira para a segunda metade do século XX. Época das incertezas; Capitalismo Tardio.

Três teóricos contemporâneos sustentam as discussões propostas nesta unidade: Jean-François Lyotard, Fredric Jameson e Jean Baudrillard.

Os autores apontam para o universo fragmentado, múltiplo, heterogêneo em que a vivência das conexões midiáticas fazem do tempo um “presente perpétuo, sem profundidade, sem definição e identidade segura” (Jameson).

Crise de Representação: o O que importa é ser reconhecido, ser admirado, ter acesso a uma infinidade de

produtos e serviços e usufruir o máximo do prazer.

O Mundo Pós-Moderno

“Um mundo de presente eterno, sem origem ou destino, passado ou futuro; um mundo no qual é impossível achar um centro ou qualquer ponto ou perspectiva do qual seja possível olhá-lo firmemente e considerá-lo como um todo; um mundo em que tudo que se apresenta é temporário, mutável ou tem o caráter de formas locais de conhecimento e experiência. Aqui não há estruturas profundas, nenhuma causa secreta ou final; tudo é (ou não é) o que parece na superfície. É um fim à modernidade e a tudo que ela prometeu e propôs.” Krishan Kumar

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13° Aula

Cultura e Convergência das Mídias.

Ao pesquisar a formação cultural típica da cibercultura, Lúcia Santaella (Cultura e artes do pós-humano) menciona as formas culturais anteriores e os respectivos processos perceptivos, sensórios e cognitivos que preparam o advento do ciberespaço, compreendendo-o não apenas do ponto de vista do desenvolvimento técnico, mas especialmente como novas sensibilidades e convergências das linguagens midiáticas.

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14° Aula

Os conceitos de Sociedade do Espetáculo e Simulacro.

Sociedade do Espetáculo: o Guy Debord.

Tudo o que era diretamente vivido se afastou numa representação. No espetáculo, uma parte do mundo representa-se perante o mundo, e lhe é superior. O que o espetáculo oferece como perpétuo é fundado na mudança, e deve mudar com sua

base. O espetáculo é absolutamente dogmático e, ao mesmo tempo, não pode chegar a nenhum dogma sólido. Para ele, nada pára; este é seu estado natural e, no entanto, o mais contrário à sua propensão.

O espetáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade e como instrumento de unificação.

O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens.

Considerado segundo os seus próprios termos, o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda a vida humana, isto é, social, como simples aparência.

Ele nada mais diz senão que “o que aparece é bom, o que é bom aparece”. O apagamento da personalidade acompanha fatalmente as condições da existência

concretamente submetida às normas espetaculares, e também cada vez mais separada das possibilidades de conhecer experiências que sejam autênticas e, através delas, descobrir as suas preferências individuais.

O indivíduo, paradoxalmente, deverá negar-se permanentemente se pretende ser um pouco considerado nesta sociedade. Esta existência postula com efeito uma fidelidade sempre variável, uma série de adesões constantemente enganosas a produtos falaciosos.

Simulacro: o Jean Baudrillard.

"Livre do real, você pode fazer algo mais real que o real: o hiper-real” (Jean Baudrillard)

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15° Aula

O virtual e o reino das aparições e das aparências; Biosmidiático;

Hiper-Real

Concepção Moral Difusa

Vigilância Voluntária

Diluição dos papéis sociais

Tempo Presente (Tecnológico X Orgânico)

Globalidade e Localidade = GLOCAL

Simultaneidade, Instantaneidade, Globalidade e Mobilidade

“Defino mídia não como transmissor de informação mas mídia como ambiência, como uma forma de vida. Mídia como o que o Aristóteles chama de BIOS – isto é a cidade investida politicamente. É a sociabilidade da polis. Não é carne, o que chamamos de biológico hoje. Aristóteles fala de três bios: do conhecimento, do prazer e da política. Eu descrevo a mídia como o quarto bios, que é o BIOS MIDIÁTICO, virtual. Da vida como espectro, da vida como quase presença das coisas. É real, tudo que se passa ali é real, mas não da mesma ordem da realidade das coisas”. (Sodré, Muniz. Antropológica do Espelho).

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16° e 17° Aula

O ciberespaço e as transformações espaço-temporais; Virtualização da comunicação: o fim das comunidades de pertença e as sociabilidades instantâneas; Princípios da criação do Ciberespaço (Programa da Cibercultura) Interconexão O horizonte técnico do movimento da cibercultura é

a comunicação universal: cada computador, cada aparelho, cada máquina,…, deve possuir um endereço na Internet.

Comunidades virtuais Construída a partir das afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projectos mútuos, em um processo de cooperação ou de troca…

A moral implícita da comunidade virtual é em geral a da reciprocidade.

Inteligência Colectiva Um grupo humano interessa-se por criar uma comunidade virtual para aproximar-se do ideal colectivo inteligente, mais rápido, mais capaz de aprender e de inventar…

Cada um de nós é uma espécie de neurónio de um mega-cérebro planetário…

RESUMO O programa da cibercultura é o universal sem totalidade, já que a interconexão deve ser não apenas mundial, mas quer também atingir a compatibilidade ou interperabilidade generalizada. Universal, pois no limite ideal do programa da cibercultura qualquer um deve poder aceder de qualquer lugar as diversas comunidades virtuais e seus produtos. Universal, enfim, já que o programa da inteligência colectiva diz respeito tanto às empresas como às escolas, às regiões geográficas como às associações internacionais.

A interconexão condiciona a comunidade virtual, que é uma inteligência colectiva em potencial. Lévy, P (pág. 133)

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18° Aula

Segunda Prova Semestral (N2).

19° Aula

Prova Substitutiva (N3).

20° Aula

Atendimento aos alunos. Encerramento do Semestre.