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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

A FORMAÇÃO PARA O TRABALHO NO CEEBJA: CRÍTICA À ALIENAÇÃO

DO TRABALHO

José Neri Crestani1 José Luiz Zanella2

RESUMO

Tendo presente que o público do CEEBJA é constituído basicamente de trabalhadores, faz-se necessário um estudo sobre o mundo do trabalho e dos processos de alienação do trabalho, para que possamos ministrar um ensino adequado as Diretrizes, propiciando a estes alunos um conhecimento que os possibilite entender criticamente o mundo do trabalho. O presente artigo tem como objetivo apresentar as intervenções que tiveram a finalidade de desenvolver a capacidade nos alunos de identificar-se como seres eminentemente sociais, compreendendo a organização e a influência que as instituições e grupos sociais em seu processo de socialização. Outro fator esperado é a reflexão crítica das ações tomadas, permitindo o diálogo entre as demais disciplinas. A proposta de produção didático-pedagógica contou com diversas atividades relacionadas ao trabalho, a produção e a alienação, realizadas com os alunos no ensino médio de uma escola pública de Francisco Beltrão/PR e tiveram diferentes produções realizadas pelos alunos no decorrer das intervenções.

Palavras chave: Trabalho; Alienação; Escola.

INTRODUÇÃO

Com base nas diretrizes curriculares do CEEBJA, a qual afirma que é

necessário que os estudantes compreendam o mundo do trabalho fez com que nos

déssemos conta das dificuldades em ministrar o conteúdo articulado ao trabalho.

Coloca-se assim a necessidade, enquanto professor, de um estudo sobre o mundo

do trabalho e, em específico sobre a alienação do trabalho.

Entende-se que não basta saber que os sujeitos são alunos que também

trabalham. Faz-se necessário um estudo sobre o mundo do trabalho e dos

processos de alienação do trabalho, para que seja possível ministrar um ensino

1Professor PDE com licenciatura em Filosofia, formado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas/PR, com especialização em Educação de Jovens e Adultos, pela Faculdade de Ampere/PR, atuante no CEEBJA Francisco Beltrão/PR. [email protected] 2Professor associado de Filosofia da Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Francisco Beltrão-PR.

adequado às Diretrizes propostas, propiciando a estes alunos um conhecimento

que os possibilite entender criticamente o mundo do trabalho.

Com isso, buscamos no PDE investigar as seguintes questões: em que

consiste o mundo do trabalho e a alienação do trabalho? Como desenvolver uma

formação para o trabalho aos alunos do CEEBJA numa perspectiva de crítica a

alienação do trabalho?

Para isso, teve-se como objetivo geral realizar estudo de aprofundamento

sobre o mundo do trabalho para desenvolver um ensino crítico sobre a alienação

do trabalho no CEEBJA, a fim de conhecer enquanto Professor, em que consiste o

mundo do trabalho e a alienação. Objetivou-se também identificar e analisar as

diretrizes do CEEBJA e os materiais didáticos referentes ao mundo do trabalho,

produzir e organizar materiais didáticos como textos, livros, vídeos e documentários

que fazem a crítica à alienação do trabalho e por fim, desenvolver uma metodologia

de ensino que explicite a crítica à alienação do trabalho.

Considerações sobre a alienação do trabalho

Foi inicialmente na Psiquiatria que o termo alienação designava uma forma

de perturbação mental, como a esquizofrenia.

Do ponto de vista econômico-social, é a perda da consciência de si, em virtude de uma situação concreta. O homem perde sua consciência pessoal, sua identidade e personalidade, o que vale dizer, sua vontade é esmagada pela consciência de outro, ou pela consciência social – a consciência do grupo. É uma forma de para-consciência, ou seja, uma consciência particular incompleta, pela qual o homem perde parcial ou totalmente sua capacidade de decisão. É ainda sua integração absoluta no grupo: ele massifica, passa a pertencer à massa e não a si mesmo (MEKSENAS, 1992, p.1).

O termo alienação trata-se de um tema antigo na Filosofia e sua importância

enquanto conceito para compreender processos sociais e humanos teve início com

Hegel, mas foi a interpretação realizada por Karl Marx que deu o impulso

necessário que o conceito teria nos debates em torno do lugar do sujeito (humano)

na modernidade e no capitalismo (POLI, 2005).

Alienação significa "estranhamento". Para Hegel, não existe contradição

entre consciência e alienação, pois é preciso se alienar para que se tenha

consciência, ou seja, quando se toma consciência da existência das coisas que são

exteriores e, portanto estranhas, tornam-se consciente delas (MAIA, 2015).

Para Hegel a alienação é um processo humano universal independente da

história, mas Marx dirá que a alienação ocorre quando há perda do controle sobre

as coisas que o cercam, ou seja, quando estas coisas se tornam independentes e

passam a dominar o sujeito (MAIA, 2015).

Marx analisa este processo no contexto da produção econômica antes e

depois da evolução industrial (MAIA, 2015). Em um momento anterior, o artesão

dominava tudo ao seu redor através de seu conhecimento e trabalho, mas na

fábrica, ele é tem uma nova visão e é alienado daquilo que produz, pois o operário

não se reconhece no produto de seu trabalho (MAIA, 2015).

Pode-se dizer que um ser alienado é aquele que perdeu o controle sobre o

próprio destino e que não enxerga a realidade como ela é, mas através de fantasias

(POLI, 2005). O alienado não é um ou outro, o alienado é a totalidade dos

dependentes de um sistema exterior que não é compreendido e para vencer a

alienação é preciso o espírito crítico e analítico (SILVA, 2008).

O ser humano é um ser único e indivisível, a alienação detona as individualidades e representa a negação do homem. A história é a evolução do trabalho dos homens e, foi assim que homem se construiu. O trabalho é criação e tortura, é miséria e fortuna, felicidade e tragédia. O trabalho transforma o outro material e transforma também o seu agente (LEITE, 2002).

Leite (2002) reforça que o trabalho alienado ocorre quando “a produção

tornou-se o objetivo do homem, em vez de o homem ser o objetivo da produção” o

qual é marcado pela “rotina, pelo embrutecimento, pelo desprazer e pela

exploração econômica”. Já a alienação ou estranhamento é descrita por Marx (apud

CABRAL, 2015) sob quatro aspectos:

1. O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, que pertence a outro. Isto tem como consequência que o produto se consolida, perante o trabalhador, como um “poder independente”, e que, “quanto mais o operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo estranho, objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna pobre e menos o mundo interior lhe pertence”; 2. A alienação do trabalhador relativamente ao produto da sua

atividade surge, ao mesmo tempo, vista do lado da atividade do trabalhador, como alienação da atividade produtiva. Esta deixa de ser uma manifestação essencial do homem, para ser um “trabalho forçado”, não voluntário, mas determinado pela necessidade externa. Por isso, o trabalho deixa de ser a “satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer necessidades externas a ele”. O trabalho não é uma feliz confirmação de si e desenvolvimento de uma livre energia física e espiritual, mas antes sacrifício de si e mortificação. A consequência é uma profunda degeneração dos modos do comportamento humano; 3.Com a alienação da atividade produtiva, o trabalhador aliena-se também do gênero humano. A perversão que separa as funções animais do resto da atividade humana e faz delas a finalidade da vida, implica a perda completa da humanidade. A livre atividade consciente é o caráter específico do homem; a vida produtiva é vida “genérica”. Mas a própria vida surge no trabalho alienado apenas como meio de vida. Além disso, a vantagem do homem sobre o animal – misto é, o fato de o homem poder fazer de toda natureza extra-humana o seu “corpo inorgânico” – transforma-se, devido a esta alienação, numa desvantagem, uma vez que escapa cada vez mais o homem, ao operário, o seu “corpo inorgânico”, quer como alimento do trabalho, quer como alimento imediato, físico; 4. A consequência imediata desta alienação do trabalhador da vida genérica, da humanidade, é a alienação do homem pelo homem. “Em geral, a proposição de que o homem se tornou estranho ao seu ser, enquanto pertencente a um gênero, significa que um homem permaneceu estranho a outro homem e que, igualmente, cada um deles se tornou estranho ao ser do homem”. Esta alienação recíproca dos homens tem a manifestação mais tangível na relação operário-capitalista (CABRAL, 2015).

É, portanto, dessa forma, que o capital, o trabalho e a alienação se

relacionam, promovendo a retificação do mundo, ou seja, tornando-o objetivo,

sendo que a tomada de consciência de classe a revolução são as únicas formas

tangíveis para a transformação do social (CABRAL, 2015).

Para Marx (1983),

A alienação do trabalhador em seu produto não significa apenas que o trabalho dele se converte em objeto, assumindo uma existência externa, mas ainda que exista independentemente, fora dele mesmo, e a ele estranho, e que com ele se defronta como uma força autônoma. A vida que ele deu ao objeto volta-se contra ele como uma força estranha e hostil. Sob os dois aspectos, portanto, o trabalhador se converte em escravo e objeto: primeiro, por perceber um objeto trabalhador, isto é, receber trabalho, e em segundo lugar por perceber meios de subsistência. Assim o objeto o habilita a existir, primeiro como trabalhador e depois como sujeito físico (MARX, 1983, p. 153).

Marx (1983, p. 92) salienta que,

“O trabalho humano físico e substituído por máquinas, mas atira alguns dos trabalhadores a um gênero bárbaro de trabalho e converte outros em

máquinas. Ele produz inteligência, porém também estupidez e cretinice para os trabalhadores”.

Dessa forma, a alienação aparece não só como resultado, mas também

como processo de produção, dentro da própria atividade produtiva.

Marx (1983) complementa que “se o produto do trabalho é alienação,

apropria produção deve ser alienação ativa - a alienação da atividade e a atividade

da alienação. A alienação do objeto do trabalho simplesmente resume a alienação

da própria atividade do trabalho”. O autor também ressalta que “se o produto do

trabalho não pertence ao trabalhador, mas o enfrenta como uma força estranha,

isso só pode acontecer porque pertence a outro homem que não o trabalhador”

(MARX, 1983, p. 83).

As leituras realizadas sobre o mundo do trabalho mostram a importância do

professor conhecer a história da organização do trabalho nas diferentes

sociedades, principalmente a história da organização do trabalho no modo de

produção capitalista.

É pelo conhecimento da história que professores e alunos poderão

compreender a alienação do trabalho, do por que o trabalho enquanto criador da

vida, produtor de valores de uso, tornou-se negatividade, destruidor da vida e, de

certo modo perdeu o sentido.

Abaixo indicamos algumas referências bibliográficas que podem contribuir

para o conhecimento sobre o mundo do trabalho, auxiliando assim aos professores

interessados em se aprofundar sobre estes estudos no sentido de se

instrumentalizarem com estes conhecimentos para a defesa de um ensino crítico

sobre a alienação do trabalho.

ANTUNES, Ricardo (Org.). A dialética do trabalho: escritos de Marx e

Engels. São Paulo: Expressão Popular, 2004.

BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do

trabalho no século XX. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos,

1987.

CORIAT, Benjamin. Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e

organização. Rio de Janeiro: Revan: UFRJ, 1994.

ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São

Paulo: Boitempo, 2008.

FORRESTER, Viviane. O horror econômico. São Paulo: Editora da

Universidade Estadual Paulista, 1997.

FRIGOTTO, Gauêncio. A dupla face do trabalho: criação e destruição da

vida. In: FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. (Orgs.). A experiência do trabalho e a

educação básica. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

GOUNET, Thomas. Fordismo e toyotismo na civilização do automóvel.

São Paulo: Boitempo Editorial, 1999.

LAFARGUE, Paul. O direito à preguiça. São Paulo: Hicitec; Unesp, 1999.

MÈSZÀROS, Istvan. Marx: a teoria da alienação. São Paulo: Boitempo,

2006.

NETTO, José Paulo e BRAZ, Marcelo. Economia Política – uma

introdução. São Paulo, Cortez, 2007.

O ensino da alienação do trabalho: considerações metodológicas da

intervenção

Diante das novas tecnologias, é muito difícil encontrar metodologias

adequadas que garantam ao mesmo tempo interesse, participação e

entrosamento dos alunos, assim como a contextualização dos conteúdos e a

apropriação do conhecimento científico que tende a envolver conteúdos abstratos

no qual o aluno enfrenta dificuldade em fazer a relação com a sua vida cotidiana.

Essa dificuldade é maior com os alunos do CEEBJA, tendo em vista que

trabalham o dia todo, geralmente em trabalhos que exige esforço físico e, por

outro lado, possuem certa dificuldade em trabalhar com conceitos, talvez por

terem perdido o tempo da escolarização.

Dessa forma, objetivou-se reproduzir materiais didáticos como textos,

vídeos e documentários que fazem uma análise crítica à alienação do trabalho. Ao

longo das aulas, atividades em sala de aula com diversos vídeos foram dispostos

aos alunos, a fim de sensibiliza reestimular os alunos a participarem ativamente na

construção crítica dos assuntos.

A intervenção foi aplicada em um colégio estadual do município de

Francisco Beltrão/PR, com alunos do ensino médio contendo vários materiais

utilizados como suporte para o ensino da Sociologia. De forma geral, as atividades

eram baseadas na temática que abrange questões críticas referentes à alienação

no trabalho.

A primeira aula constituiu-se de um texto base e posteriormente ministrada

pelo professor orientador do presente artigo, aula essa que embasou de maneira

geral a temática da alienação do trabalho no desenvolvimento da sociedade

capitalista.

Em um segundo momento, houve a exposição de um vídeo a respeito da

história do trabalho, que procura mostrar as diferenças sociais, a escravidão, a

revolução industrial, o homem sendo substituído pela máquina e a participação da

mulher no mercado de trabalho (BFAQUILA, 2010). Para complementar a análise

do vídeo, dispôs-se do texto da Basbaum (1967) sobre o conceito da alienação.

Posteriormente orientou-se um trabalho em grupo com acesso à internet para que

os alunos respondessem a respeito da história do trabalho, da relação de gênero,

do consumo, da alienação, tendo como fechamento a participação de todos os

grupos para uma conclusão crítica coletiva.

Durante a terceira aula, os alunos puderam embasar-se em dois vídeos

exibidos, o primeiro de IsabelAMD (2012) o qual referia-se à evolução histórica do

trabalho e o segundo de Houston (2013), referindo-se de maneira filosófica a

história do trabalho nas diferentes sociedades. Após a observação dos vídeos, os

alunos realizaram atividades propostas a fim de explicar como era o trabalho

humano na pré-história, pesquisar sobre os diferentes tipos de trabalho (escravo,

servil, feudalismo, corporações e capitalismo) e como fechamento da aula, os

alunos puderam ouvir e acompanhar a música “Homem Primata” de Titãs (2015).

Na aula seguinte, os alunos foram apresentados à dois materiais

disponibilizados por Edsonfgodoy (2014a; 2014b) a respeito do taylorismo-

fordismo e toyotismo e para que ficasse evidente, o vídeo de Ramos (2010) que

aborda o dualismo entre dois assuntos temas da aula, o trabalho vesus o capital.

Para concretização do conhecimento, os alunos dispostos em grupos deveriam

montar por meio de recortes, os diferentes meios de produção, com a finalidade

de apresentarem para os demais colegas concluindo com a participação de todos.

Na sequência apresentou-se dois vídeos, o primeiro a respeito da alienação

versus o trabalho e um documentário sobre a linha de montagem

(TATAFERNANDESMARIANO, 2007; ANDRADE, 2013). Os alunos

desenvolveram a escrita de algumas atividades que norteavam questões a

respeito do trabalho assalariado ser uma característica do sistema capitalista em

que vivemos; se o trabalho sempre proporciona liberdade e por fim, qual a

diferença entre alienação e trabalho.

Na mesma linha de linha de montagem, cinco vídeos foram dispostos para

os alunos, a fim de complementar seus conhecimentos. As temáticas abordavam

os temas “Carne Osso” (REPÓRTER, 2011), “Trabalhadores falam sobre ritmo

acelerado de produção em frigoríficos” (REPÓRTER, 2012d), “Técnico da

Previdência Social mostra estatísticas sobre acidentes em frigoríficos”

(REPÓRTER, 2012b), “Especialistas falam de problemas gerados pelo excesso

de movimentos repetitivos” (REPÓRTER, 2012a) e “Trabalhadores, empresários

e poder público discutem trabalho em frigoríficos” (REPÓRTER, 2012c).

Na aula seguinte, questões a respeito de a liberdade é dada ao homem,

como ocorre o surgimento do trabalho em expressão de liberdade, como a

humanização da mercadoria leva a desumanização do homem e de que maneira

surge o trabalho em expressão de liberdade foram respondidas com base no

vídeo que abordava a temática trabalho e alienação de forma filosófica (FREITAS,

2009) e a música “De Volta Ao Planeta Dos Macacos” de Jota Quest (2015).

Para a última aula, preparou-se diversos vídeos que permeavam o trabalho,

(GOMES, 2012), as novas gerações (ASSMANN, 2012) e como elas se portam

diante das oportunidades de emprego (FREIRAS, 2013), finalizando com a música

de Zé Ramalho (2015), “Admirável Gado Novo” juntamente com a música de Almir

Sater (2015) “Tocando Em Frente”. De maneira conclusiva, solicitou-se que os

alunos respondessem algumas atividades a respeito da importância e significado

de uma visão sistêmica, o seu propósito e o que é mais importante no trabalho.

Diante disso, esperou-se que os estudantes fossem capazes de identificar-

se como seres eminentemente sociais, compreendendo a organização e a

influência que as instituições e grupos sociais em seu processo de socialização.

Outro fator esperado foi por meio da reflexão crítica das ações tomadas,

permitindo o diálogo entre as demais disciplinas. De maneira geral, todos os

resultados obtidos por meio das atividades propostas atingiram seus objetivos e

foram capazes de estabelecer diálogo entre os alunos, aprimorando seus

conhecimentos sobre a alienação do trabalho.

A seguir, indicamos os seguintes recursos didáticos para trabalhar a

alienação do trabalho:

Título: Documentário – Carne, osso (BRASIL, 2011).

Título: Vídeo – Trabalhadores falam sobre ritmo acelerado de produção em

frigorífico (BRASIL, 2012d).

Título: Vídeo – Técnico da previdência social mostra estatística sobre

acidentes em frigoríficos (BRASIL, 2012b).

Título: Vídeo – Especialista fala de problemas gerados pelo excesso de

movimentos repetitivos (BRASIL, 2012a).

Título: Vídeo – Trabalhadores, empresários e poder público discutem

trabalho em frigoríficos (BRASIL, 2012c).

Título: Vídeo – Filosofando o Trabalho e a Alienação (FREITAS, 2009).

Texto: O trabalho sob o capitalismo: alienador e mutilador da vida dos

trabalhadores.

Título: Música e letra – Jota Quest – De volta ao Planeta dos Macacos

(QUEST, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo integrou atividades que problematizaram o trabalho alienante e

colocou em evidencia os meios que são utilizados. Abordou uma visão mais

humanista, em que consiste o mundo do trabalho. A preocupação norteou-se com

base em como desenvolver uma formação para o trabalho aos alunos do CEEBJA

numa perspectiva de crítica a alienação do trabalho.

Entende-se que não basta saber que são alunos trabalhadores e dessa

forma, fez-se um estudo sobre o mundo do trabalho e dos processos de alienação

do trabalho, por meio de aulas ministradas adequando-se às Diretrizes, propiciando

a estes alunos um conhecimento que os possibilite entender criticamente o mundo

do trabalho.

Constatamos duas dificuldades: primeira, necessitamos, enquanto

professores de nos apropriarmos de um conhecimento cientifico e filosófico sobre

o mundo do trabalho. Segundo, o desafio de transformarmos o conhecimento

cientifico sobre o mundo do trabalho adaptando-o para a realidade dos alunos para

que estes possam assimilar ativamente estes conteúdos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ASSMANN, Reneu Marcos. Geração Z. [S.I.], 2012. (3 min 44 s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KziryYVjRLE>. Acesso em: 04 dez. 2015.

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BFAQUILA. Trabalho: História do Trabalho. [S.I.], 2010. (9 min 28 s). Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=_kYJUg01D98>. Acesso em: 04 dez. 2015.

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BRASIL, Repórter. Técnico da Previdência Social mostra estatísticas sobre acidentes em frigoríficos. [S.I.], 2012b. (2 min 01 s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dqKPlv1GxII>. Acesso em: 04 dez. 2015.

BRASIL, Repórter. Trabalhadores falam sobre ritmo acelerado de produção em frigoríficos. [S.I.], 2012d. (2 min 12 s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8Y30imyKOy8>. Acesso em: 04 dez. 2015.

BRASIL, Repórter. Trabalhadores, empresários e poder público discutem trabalho em frigoríficos. [S.I.], 2012c. (3 min 14 s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=klzBo97DIfQ>. Acesso em: 04 dez. 2015.

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EDSONFGODOY. Taylorismo, fordismo e toyotismo 3 1. SlideShare, 13 ago. 2014a. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/edsonfgodoy/taylorismo-fordismo-e-toyotismo-3-1>. Acesso em: 04 dez. 2015.

EDSONFGODOY. Taylorismo, fordismo e toyotismo 3 2, SlideShare, 13 ago. 2014b. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/edsonfgodoy/taylorismo-fordismo-e-toyotismo-3-2>. Acesso em: 04 dez. 2015.

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