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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Fortalecimento do Conselho Escolar na construção de uma Gestão Democrática e Participativa

Faustina Biernaski – Professora PDE 2013/20141

Dr. Ricardo Antunes de Sá - Orientador-UFPR2

Resumo: Este texto vem trazer uma reflexão sobre o Fortalecimento do Conselho Escolar, a sua

problemática, os seus anseios, a sua função social e a contribuição na Gestão Democrática tanto na parte administrativa quanto na pedagógica. Este artigo é o resultado de uma pesquisa de intervenção pedagógica, Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE/PR, no ano de 2014 na Escola Estadual Santa Terezinha- Ensino Fundamental, vinculado a Universidade Federal do Paraná. A investigação foi pautada pelos princípios dos métodos da pesquisa-ação e da integração, através das dinâmicas, vídeos, textos, buscou-se desenvolver por meio das relações entre os membros, alcançar um maior conhecimento das atribuições dos conselheiros que se encontram no Estatuto do Conselho Escolar e das leis que regem este órgão, principalmente o Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar. Para conduzir os membros a uma participação consciente da responsabilidade, do comprometimento junto a comunidade escolar e o seu engajamento na práxis da educação na escola.

Palavras-chave: Conselho Escolar. Gestão Escolar. Democracia. Participação. 1. Introdução.

Este artigo tem por finalidade apresentar resultados sobre o trabalho

realizado durante a investigação desenvolvida no Programa de Desenvolvimento

Educacional da Secretaria da Educação do Paraná-PDE/PR, ofertado pelo Governo

do Estado do Paraná aos professores efetivos da rede com o apoio da Universidade

Federal do Paraná ( UFPR). O PDE é um programa amparado pela Lei

Complementar n.103/2004, que consolida uma política de Formação Continuada e

valorização dos profissionais da educação, todos pesquisadores da realidade

pedagógica presente nos estabelecimentos de ensino público no Paraná, que visa

contribuir na melhoria do ensino aprendizagem, para uma qualidade na educação.

Na experiência de gestora na escola pública, que tem por teoria política

administrar de forma democrática, através de ação participativa das Instâncias

Colegiadas. Deu-se destaque à ação participativa do Conselho Escolar que tem a

função de articular todo o trabalho pedagógico que envolve a aprendizagem do

aluno.

O Conselho Escolar por ser um órgão consultivo, deliberativo e de

mobilização importante do processo de gestão democrática, precisa ser mais

1 Diretora da Escola. Graduada em Pedagogia – UFPR/PR. Especialista em Psicopedagogia – FACINTER/PR. 2 Pedagogo. Doutor em Educação. Professor do Setor de Educação da Universidade Federal do

Paraná.

atuante no desenvolvimento da prática educativa, porque estabelece as

transformações desejáveis e necessárias no processo ensino-aprendizagem. Para

isso o Conselho Escolar, também, precisa discutir o modelo de educação e que tipo

de homem quer formar, para que o educando possa comprometer-se como cidadão

que coexiste numa sociedade democrática.

Remete-se a uma compreensão da escola em cumprir o seu papel social,

enquanto supera a visão fragmentada de participação na organização escolar para

uma visão interativa com responsabilidade, entre todos os segmentos da

comunidade escolar. É necessário, pois, fortalecer os membros no conhecimento

das leis e documentações existentes na escola, quando participar na elaboração e

execução das mesmas. Por isso ocorre a construção democrática que amplia os

espaços de organização e de participação da comunidade. Devem-se envolver os

pais e alunos nas questões educativas que exigem tomadas de decisão.

O Projeto de Intervenção foi desenvolvido na Escola Estadual Santa

Terezinha - Ensino Fundamental, do Município de Santo Antônio da Platina, com

reflexões sobre a efetiva participação do Conselho Escolar na escola, para

responder às perguntas norteadoras da pesquisa: Os membros do Conselho

Escolar conhecem as funções dos conselheiros? Participam das reuniões do

Conselho Escolar? Qual a sua atuação concreta? Quais são as relações

interpessoais entre os pares dos segmentos? Existe Plano de Ação em conjunto a

Gestão Democrática na escola? Pensando nesta responsabilidade, sentiu-se a

necessidade de oferecer condições e suporte ao Conselho Escolar; repensar as

suas atribuições na contribuição das práticas pedagógicas a fim de promover a

integração dos diversos segmentos da escola.

A organização do projeto ocorreu nas seguintes etapas: 1) Investigação

Bibliográfica, com leitura de textos de livros, artigos científicos que abordavam as

temáticas: Educação, Gestão Democrática, Conselho Escolar; 2) Análise

Documental como: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N. 9394/96 e

Constituição Federal de 1988, no que se refere a gestão democrática, o ECA –

Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Conselho Escolar e outros

documentos elaborados na escola como o Projeto Político Pedagógico e o

Regimento Escolar; 3) Elaboração da Produção do Material Didático com o intuito de

provocar um estudo, debate sobre o tema com o grupo dos conselheiros, dando um

embasamento teórico para o seu conhecimento e fortalecimento na prática escolar;

4) Estudo com o Grupo de Trabalho em Rede, de forma online proposto pela

Secretaria de Educação do Estado - o GTR, que através do acompanhamento a

distância, proporciona debate entre os educadores de diferentes realidades que

contribuem na organização e elaboração deste artigo; 5) A Intervenção Pedagógica

na escola, quer oferecer oportunidade aos conselheiros de aprofundarem seus

conhecimentos, fortalecendo sua prática, por meio de dinâmicas, vídeos e textos

elaborados e da pesquisa-ação, que vise maior participação dos conselheiros

escolares na expectativa de transformação da realidade.

2. Pensando com a teoria e construindo uma nova práxis.

A proposta deste trabalho baseou-se numa pesquisa exploratória e

diagnóstica realizada junto à comunidade escolar sobre as concepções e conceitos

sobre a educação, democracia, gestão democrática e participativa, conselho escolar

e instâncias colegiadas, as quais permeiam o currículo básico da escola pública,

bem como, as ações apontadas no Projeto Político Pedagógico da escola.

A revisão teórica teve a intenção de realizar um aprofundamento do

conhecimento científico foi de fundamental importância para se chegar a uma prática

mais consciente e comprometedora com a realidade. Desde a criação do homem até

os dias de hoje, percebe-se que a evolução da humanidade ocorreu e ocorre, quer

na ciência, na tecnologia, na cultura e em todos os aspectos humanos, como nos

questiona Paulo Freire (1983, p.28) com a sua reflexão:

O homem pergunta-se: de onde venho? Onde posso estar? O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta auto-reflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca. Eis aqui a raiz da educação. A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é o homem. O homem deve ser o sujeito de sua própria educação.

Quando se tratou na fase da pesquisa da importância de fortalecer os

conselheiros na sua prática, desejou-se mostrar como é preciso que os sujeitos

escolares passem pelo processo de desinstalação intelectual, e deixar espaço para

novos conhecimentos, pois o ser humano tem a capacidade de absorver uma teoria

para chegar à prática, mas também parte de uma práxis para buscar respostas

através do conhecimento científico, é nessa dialética que ele se transforma . O ser

humano tem no seu interior o desejo de sempre crescer no conhecimento e, isto foi

percebido claramente desde o início da pesquisa quando a maioria do grupo coloca

nas expectativas a ansiedade de aprender mais e ter novo conhecimento sobre o

tema proposto.

Morin (2000, p.47) fala da importância de que “[...] os seres humanos devem

reconhecer-se em sua humanidade e na diversidade cultural”. Ele conceitua o

homem com duplo princípio: biofísico e outro psico-sócio-cultural, um se remete ao

outro. O autor tem realizado estudos sobre esta complexidade do ser humano e as

suas relações sociais e culturais com o outro ser humano. Esta relação é um

constante desafio no mundo capitalista, globalizado, onde se valoriza mais o ter do

que o ser. E é neste complexo de ideias e comportamentos que se adquire na

educação, que evolui em algumas áreas humanas e, às vezes, parece regride em

outras, na intolerância e compreensão da paz universal.

2.1. Educação pensada na sua Dimensão Democrática.

Ao falar-se de educação democrática, é importante colocar alguns conceitos

desse processo educativo que correspondem a um conjunto de ações, relações de

significados que permeiam a vida do homem. É por meio da educação que o ser

humano adquire capacidade para conhecer e compreender a realidade que o cerca

com suas questões políticas, sociais, culturais e econômicas, quando se socializa e

interage com outros seres humanos. A educação pode ser entendida como formal

ou informal, aquela que se recebe e se constrói desde o berço familiar até aquela

que se recebe formalmente. Os saberes historicamente acumulados através da

frequência à escola pública ou privada que tem a função social de oferecer

oportunidade da aprendizagem desse saber garantido pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96:

Art.1. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organização da sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL, 1996, p.1).

Pode-se entender um pouco mais detalhadamente o que vem a ser

democracia e educação democrática quando se situa onde ela está inscrita. Um dos

princípios básicos da democracia está contido no primeiro capítulo da Constituição

Federal do país

Art.5 Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] (1998,p.17).

O processo de redemocratização no Brasil vem desde a década de 1980,

após os 20 anos de eleições indiretas controladas pelo regime militar instalado no

poder desde o golpe de 1964. Em 1983 tomavam posse os governadores dos

estados eleitos diretamente e, já começavam as articulações em torno da campanha

pelas eleições diretas para presidência da República, campanha esta que seria o

fato político mais importante de 1984. Nesse contexto, era intensa a mobilização dos

educadores, carregada de expectativas favoráveis às transformações políticas e à

universalização da escola pública que poderia garantir um ensino de qualidade a

toda a população brasileira (SAVIANI, 2003).

No sentido de buscar um conceito que caracterize o que é a democracia,

Mogilka (2003, p.30), diz que:

A democracia real é a garantia de condições básicas a todos (alimentação, moradia, trabalho, cultura, etc.), a inexistência de qualquer tipo de exploração e o exercício de relações em que haja liberdade e também limites.

Para falar da democracia e da educação democrática é importante perceber

que as pessoas precisam ter um espaço de participação como Freire (1980, p.96)

nos descreve:

A democracia e a educação democrática se fundam ambas, precisamente, na crença do homem. Na crença em que ele não só pode mas deve discutir os seus problemas. Os problemas do seu País. Do seu Continente. Do mundo. Os problemas do seu trabalho. Os problemas da própria democracia. A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não se pode temer o debate. A análise da realidade.

O sociólogo, filósofo e epistemólogo Edgar Morin (2001, p.107) coloca

algumas reflexões pertinentes ao tratar da democracia “[...] como uma relação rica e

complexa do indivíduo/sociedade, em que esse indivíduo e a sociedade podem

ajudar-se, desempenhar-se, regular-se e controlar-se mutuamente”. E ainda “[...] na

democracia, o indivíduo é cidadão, pessoa jurídica e responsável; por um lado,

exprime seus desejos e interesses, por outro, é responsável e solidário com sua

cidade.” Assim, entende-se por democracia um conjunto de atitudes ora individuais

e ora coletivas, ao buscar a participação do indivíduo que exerce os direitos como

cidadão ao cumprir seus deveres.

Morin(2001, p.109) defende algumas características da democracia como

elementos fundamentais para que possa sobreviver e não submergir pelos conflitos:

[...] a democracia têm um caráter dialógico que une de modo complementar termos antagônicos: consenso/conflito, liberdade/igualdade, fraternidade,

comunidade nacional/antagonismos sociais e ideológicos. Enfim, a democracia depende das condições que dependem de seu exercício, espírito cívico, aceitação da regra do jogo democrático.

A escola é um espaço de convivência de seres humanos e como tais nas

relações existem conflitos que, só são atenuados por meio do diálogo coerente, de

onde emerge uma consciência ética e coletiva que objetiva a resolução possível de

demandas coletivas e individuais.

Conforme Mogilka (2003, p.34): “[...] a democracia não é um ideal a ser

buscado, mas um conjunto de valores que se deve viver na prática e que deve

regular a vida coletiva das pessoas [...]”, pois esta prática vai ajudar os alunos a se

formarem no exercício de como aprender a ser democrático, quando escreve:

A relação com os educadores e demais profissionais da escola tem aqui uma fundamental importância na formação democrática da criança e do jovem. Contradições entre o discurso, a prática e as atitudes dos profissionais têm um efeito devastador na estruturação dos educandos. (Idem, ibidem, p.34).

Um dos grandes desafios que se coloca para a escola na construção e

gestão é o (re) construir a relação entre a escola e a comunidade, a partir do

princípio da participação democrática, pois, ainda mantemos uma cultura de poder e

cabe aos educadores trabalhar esses conceitos de superação através da cultura e

conhecimento científico para emancipar o indivíduo.

O autor Mogilka (2003, p.48) nos ajuda na reflexão de como lidar com a

autonomia numa sala de aula, escreve:

A autoridade, se for democrática, é constitutiva da autonomia da criança, e não a sua negação, pois a autonomia só existe nas relações com o mundo e as pessoas e estas relações envolvem limites. A questão problemática aí, para a constituição de modelos democráticos de educação, parece ser a seguinte: quem define os limites? Com quais propósitos? Resguardando que tipo de interesse? Qual o grau de participação das crianças na definição dos limites?

Esta questão levantada pelo autor vem ao encontro com a realidade de hoje,

onde se perdeu o sentido de autoridade quando se confunde liberdade com

libertinagem. Com a autonomia o aluno pensa que pode fazer o quer, sem respeitar

o professor e mesmo o colega no direito de aprender.

Conforme o Mogilka (2003, p.81) faz uma distinção entre a liberdade e a

autonomia que muitas vezes são tomadas como sinônimos e dificulta a prática

democrática, ao gerar conflitos entre os integrantes.

O termo liberdade significa irrestrição, o estado no qual o sujeito encontra espaço para agir, pensar e desejar sem contenção ou impedimento,

realizando aquilo que lhe é necessário ou aquilo que ele quer. E já o termo autonomia, derivado do grego auto (próprio) e nomos (lei ou regra), significa a capacidade de definir as suas próprias regras e limites, sem que estes precisem ser impostos por outro: significa que aquele é capaz de se auto-regular.

Se estas duas dimensões fossem bem compreendidas pelos sujeitos que na

relação social convivem dentro da cultura própria do espaço histórico, com certeza

teríamos menos problemas na escola e na sociedade moderna. Porém, “[...] temos a

dialética, a criança precisa do poder, da autoridade para estruturar a sua liberdade

[...] sem uma relação consciente com os limites, não há autonomia” (Idem, ibidem,

p.82). Eis a questão de como lidar com os limites, as controvérsias em sala de aula

para chegar-se no ideal da educação democrática há de existir respeito mútuo de

aprendizagem.

2.2. Gestão Democrática em consonância da lei nacional.

A década de 90 inicia com uma mudança na educação quando a atual

Constituição estabeleceu como um dos princípios do ensino público brasileiro, em

todos os níveis: a gestão democrática.

Art.14.º Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: l – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola; ll – participação das comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996, p.34-35).

A LDB, ao encaminhar para os sistemas de ensino público as normas para a

gestão democrática, aponta dois instrumentos importantes e indispensáveis: a

elaboração do projeto político pedagógico da escola, com a participação dos

profissionais da educação e a participação da comunidade escolar que promoveu a

criação do Conselho Escolar como sua forma representativa.

Para Costa e Silva é importante reforçar a necessidade da criação de uma

cultura da participação, de modo que todos os segmentos envolvidos com a escola

possam construir uma gestão participativa, ao tornar a escola orgânica, articulada

às organizações e lutas da sociedade civil, onde cita:

Para realizar um projeto de gestão a partir do Planejamento Participativo significa, também, construir a autonomia da escola, encarada enquanto uma instância de fortalecimento da sociedade civil e, portanto, de liberdade das relações de dominação impostas pelo sistema ao conjunto da população. (COSTA e SILVA, 1995, p. 39).

A gestão democrática constitui um importante espaço das ações na escola,

sejam elas administrativas ou pedagógicas que são discutidas e assumidas pela

comunidade escolar. Essas práticas constituem-se em dimensão educativa e não

são neutras e, sim, carregadas de intencionalidades, ideias, valores e atitudes que

influenciam as escolas, seus profissionais e a concepção de formação.

2.3. Conselho Escolar se fortalece com princípios de conhecimentos científicos.

Antes de argumentar sobre o fortalecimento do Conselho Escolar, precisa-se

descrever como surgiu, o que vem a ser, qual a sua finalidade. O seu início histórico

se deu na década de 70, com o movimento do povo e da sociedade pela busca da

democratização que veio a se estabelecer com a Lei Federal 5.692/71 (BRASIL,

1971) que instituiu nos estabelecimentos de ensino público, a atuação dos pais

chamadas APMs (Associação de Pais e Mestres), mas era ainda visto como regime

de parceria e de cunho administrativo, porque as decisões eram na sua maioria da

responsabilidade do diretor.

Na década de 80, a sociedade brasileira procurou superar o período

ditatorial por meio de ações coletivas, dos partidos políticos, dos sindicatos, dos

movimentos sociais, da mídia que fortaleciam o processo democrático. Os princípios

que norteiam a educação escolar estão contidos na Carta Magna, a Constituição de

1988, em seu Art. 205 diz que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade [...]” e no Art.

206, inciso VI expressa a participação da comunidade escolar, “Gestão democrática

do ensino público, na forma da lei” (BRASIL,1998, p.128)

Mais tarde, na década de 90, é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional n.9.394/96, que fortaleceu a participação de diferentes

segmentos da sociedade nas decisões da escola. Em seu Art.14, inciso II, instituiu-

se a: “[...] participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou

equivalentes” ( BRASIL,1996, p.35).

No Paraná, os Conselhos Escolares foram instituídos em 1991, seguindo a

Resolução n. 4.839/04 (PARANÁ, 2004), que legitimou as normas por meio da

Deliberação 020/91(PARANÁ, 1991), do Conselho Estadual de Educação, onde no

seu Art. 6 diz:“ [...] que todas as escolas deveriam ter um órgão máximo de decisões

coletivas.” Dessa forma nascem, os Conselhos Escolares com caráter deliberativo.

Tais leis foram posteriormente revogadas e substituídas pela nova Deliberação n.

16/99 – CEE e Resolução n. 2.122/00- SEED (PARANÁ, 2000), que está em vigor

que normatizou os regimentos escolares (PARANÁ, 2005).

O Estatuto do Conselho Escolar do Paraná, durante os anos 2004 e 2005,

passou por um processo de discussão e alteração, envolvendo profissionais da

educação, até chegar a aprovação da Resolução n. 2.124/05-SEED

(PARANÁ,2005). Nele estão contidos os artigos que dizem respeito ao conselho da

escola, delineando as funções, os objetivos, os direitos e deveres que cabem a cada

segmento pertencente ao Conselho Escolar.

Como o Conselho Escolar é um órgão deliberativo, cabe aos seus membros

analisar as verbas oriundas do governo estadual através do Fundo Rotativo ou do

governo federal o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola), aplicá-las e fiscalizá-

las para que ocorra a transparência na administração financeira da gestão pública.

Com esta reflexão e estudo com os conselheiros, percebe-se que a

abordagem participativa na gestão escolar demanda maior envolvimento de todos os

interessados no processo de decisões da escola, quando sensibiliza e mobiliza a

comunidade escolar para realização de múltiplas ações no auxílio da gestão.

No início da implantação deste projeto, percebeu-se a importância de todos

os conselheiros terem conhecimentos científicos. As funcionárias de Apoio I, ao

responderem o questionário da pesquisa, antes da implantação do projeto, tiveram

uma boa argumentação sobre os temas propostos, porque nos últimos dois anos

estavam fazendo o estudo do Pró-funcionário oferecido pela SEED, o que justifica o

avanço de conhecimento científico e mesmo dos documentos da escola. Desta

forma, ficou claro também para os conselheiros a importância de conhecerem suas

atribuições.

2.4. O Projeto Político Pedagógico tem a cara da sua escola.

O termo Projeto Político Pedagógico nasce nos anos 80, com o intuito de se

contrapor a uma visão burocrática, dominadora e tecnicista para abrir as portas à

democratização do ensino e contribuir para uma participação maior e mais

qualificada da comunidade escolar. Convém lembrar que a LDB ao falar sobre a

gestão democrática indica um dos instrumentos importantes e indispensáveis para a

elaboração do projeto político pedagógico da escola, contando com a participação

dos profissionais da educação e a participação da comunidade escolar com a sua

representatividade.

Para Veiga (1995) O Projeto Político Pedagógico é um processo de

permanente reflexão sobre qual tipo de sociedade, de educação, de homem que se

deseja formar, bem como, os problemas, as propostas para uma escola mais

democrática e de qualidade. A escola é uma elaboração histórica dos homens

através da cultura, das relações sociais e do conhecimento. O trabalho pedagógico

de construção do Projeto Político Pedagógico é um processo de trabalho coletivo da

escola, que acompanha as mudanças do tempo, que deve ser reconstruído e

vivenciado constantemente por todos os envolvidos com o processo educativo

escolar.

Veiga (2000) concebe o projeto como uma totalidade articulada decorrente

da reflexão e do posicionamento de todo contexto social na construção do projeto

educacional, onde se pergunta: Para que queremos a escola? Que cidadão e que

sociedade queremos formar? O que a escola vai trabalhar? Como será o seu

trabalho pedagógico? Estas perguntas levam à elaboração das concepções teóricas

que darão o rumo por onde a escola deve caminhar, aonde quer chegar. Forma a

identidade própria, como se diz a “cara” de cada escola.

A construção de um Projeto Político-Pedagógico numa perspectiva

emancipatória implica na unidade entre a teoria e a prática; uma ação participativa e

organizadora da escola; uma participação efetiva da comunidade escolar e reflexão

coletiva; uma articulação da escola, família e da comunidade.

Ao elaborar o Projeto Político-Pedagógico é importante que a comunidade

escolar se reúna com os diversos segmentos para estudar, analisar e participar com

as sugestões, envolvendo-se nas discussões e decisões na implementação do

projeto, como um trabalho coletivo e democrático na gestão escolar.

2.5. O Regimento Escolar garante os direitos de toda comunidade escolar e o

comprometimento com seus deveres.

Não poderia faltar neste estudo o Regimento Escolar, quando se tem em

vista que o próprio Estatuto do Conselho Escolar (Art.41, III) nas atribuições de

conselheiros delega a função de

[...] criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática na elaboração do Projeto Político-Pedagógico bem como do Regimento Escolar, incluindo suas formas de funcionamento aprovados pela comunidade escolar (2009, p.20).

Para que isto ocorra é importante e imprescindível o conhecimento das leis

que asseguram os direitos do aluno da permanência na escola como também dos

seus deveres. Cabe ao Conselho Escolar conhecer o Regimento da Escola para

colaborar tanto na sua elaboração quanto na sua execução. O próprio regimento da

escola inicia no seu Art.2, ao mostrar a finalidade da escola quando diz:

A Escola tem a finalidade de efetivar o processo de apropriação do conhecimento, respeitando os dispositivos constitucionais: Federal e Estadual, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN n.9.394/96, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei n.8.069/90 e a Legislação do Sistema Estadual de Ensino (SEED-PR, 2011, p.6).

E ainda segundo a Deliberação n. 016/99 do Conselho Estadual de Educação

do Estado do Paraná, que trata do Regimento Escolar, estabelece: Art.1°- “A

organização administrativa, didática e disciplinar dos estabelecimentos de ensino do

Paraná será regulada pelos respectivos regimentos escolares [...]”. (PARANÁ, 1999,

p.1). Assim esta Deliberação mostra que o regimento não pode ser único para todas

as escolas, por se tratar de democracia e respeito a realidade de cada comunidade

escolar.

Ao comentar sobre a importância do aluno ter os seus direitos respeitados,

Juliatto (2010) fala também dos deveres a serem cumpridos:

Não há direitos sem contrapartida dos deveres. Para o estudante a situação não poderia ser diferente, pois a educação contempla a formação da consciência para os deveres. Na educação é preciso evitar os dois extremos: o da permissividade que tudo admite e o autoritarismo que tudo dirige e controla. (p.48).

Portanto, o Regimento Escolar estabelece normas de direitos e de deveres

para todos os segmentos da escola, não apenas para os alunos, mas também um

documento que rege todo o funcionamento da escola, a sua função de educar e

toda a organização pedagógica. Em relação a este aspecto, a comunidade escolar

ao elaborar o Regimento, deve amparar-se nas diversas leis federais e estaduais e,

estar em consonância com princípios de legislação pertinente para que tenha

fundamento legal. Como também, deve se apropriar do conhecimento do Estatuto da

Criança e do Adolescente; do Conselho Tutelar e das Redes de Proteção Social,

pois ali se encontram deveres de cada segmento em zelar pela integridade desses

sujeitos vulneráreis, que chamamos de criança e adolescente, como define MOTTI

(2011):

Rede de Proteção é uma articulação de pessoas, de organizações e instituições com objetivo de compartilhar causas, projetos de modo igualitário, democrático e solidário. É a forma de organização que está baseada na cooperação, na conectividade e na divisão de responsabilidades e competências. (Idem, p.71).

Desta forma, pode-se configurar uma rede de programas, serviços e ações

que defendem a proteção da criança e adolescente como: Família; Educação;

Assistência Social; Esporte, Lazer e Cultura; Saúde; Justiça e Segurança;

Movimentos Sociais; Igrejas; Meios de Comunicação Social; Ministério Público e

outros.

Sem pretensões de esgotar estes temas, entretanto foram citados para que

os Conselheiros possam ter maior domínio de como participarem e representarem

as necessidades da escola com os estudantes e ajudá-los a crescer na cidadania

com direitos, mas não esquecendo também dos deveres como qualquer cidadão que

constrói a sua história.

Ao encerrar a reflexão da teoria e será feita a análise dos dados dessa

pesquisa, vale citar Morin (2000, p. 54) que reforça a importância das relações

humanas que produzem a mudança, “[...] as interações entre indivíduos produzem a

sociedade, que testemunha o surgimento da cultura, e que retroage sobre os

indivíduos pela cultura.” Vive-se num momento histórico complexo, como é complexo

o próprio ser humano que não pode ser compreendido dissociado de todos os

elementos que o constituem na sociedade como nos lembra o mesmo autor

[...] todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana ( Idem, p.55).

Desta forma a escola é um lugar por excelência para fazer estas relações e

mais do que nunca, precisa-se resgatar a humanidade do ser humano.

3. Projeto de Intervenção do diagnóstico inicial do Conselho Escolar.

Antes de iniciar a descrição e análise do projeto de intervenção, a bolsista realizou

uma pesquisa exploratória com o objetivo de realizar um diagnóstico sobre os temas que

seriam desenvolvidos no projeto na Escola Estadual Santa Terezinha – Ensino

Fundamental: os Membros do Conselho Escolar, os representantes da APMF (Associação

de Pais, Mestres e Funcionários) e representantes das pedagogas e diretoras da

Secretaria de Educação do Município com parceria no projeto de intervenção na escola,

para uma certificação aos participantes.

As análises foram qualitativas e quantitativas conforme o proposto. Os resultados

contêm três pontos de análise: e servem de diagnóstico: elaboração, análise da

intervenção e a análise da contribuição do GTR - Grupo de Trabalho em Rede.

Os dados foram coletados através de questionário com 12 (doze) questões objetivas

e abertas para que os participantes se manifestassem a respeito, do Conselho Escolar.

Este diagnóstico serviu para auxiliar a bolsista na implantação e intervenção da pesquisa

do PDE. As questões abertas, subjetivas, portanto, avaliam o conhecimento de conceitos,

contextualizando-os no problema apresentado no início, discutem os valores

estabelecidos nas relações e conflitos de convivência humana e social. O instrumento de

coleta de dados foi aplicado aos 16 (dezesseis) Membros do Conselho Escolar.

Responderam apenas 13 (treze) membros.

Sobre o Regimento Escolar, doze (12) membros responderam que conheciam o

Regimento Escolar, de forma precária e 1 ( uma) pessoa não tinha conhecimento, a não

ser quando citado nas regras da escola. A funcionária J.A.S citou: “é a bíblia da escola”.

A conselheira do movimento social M.A.M. afirmou “Direitos e deveres dos alunos, dos

professores e dos pais”. Diante disso percebeu-se que a maioria dos pais e comunidade

conhecem apenas aquilo que lhes é cobrado como norma escolar, com pouco

aprofundamento, vários participantes concluíram: “precisamos conhecer melhor e este

momento será bom”. Os presentes revelaram pouco conhecimento pedagógico de

organização curricular, de estrutura e funcionamento como lei maior de uma escola

democrática e participativa.

Doze (12) membros responderam que conheciam o Projeto Político Pedagógico

da Escola. A aluna C.G. disse não conhecer, mas respondeu: “acho que são as matérias

que os professores dão pra gente”. Funcionária I.S. respondeu: “O PPP é elaborado

coletivamente para organizar todos os setores da escola, não só o pedagógico”; Ao passo

que a funcionária C.A afirmou: “Que é ele que organiza as atividades e os projetos

educativos necessários ao processo de aprendizagem;” A funcionária I.C. expressou da

seguinte forma: “Dele devem fazer parte os gestores, professores, funcionários, pais e

alunos”. Foram respostas coerentes sobre o tema. Estas participavam da formação do

Pró-Funcionário e dominavam o assunto sobre a questão discutida. A pedagoga V.A.

citou que: “Elaborar planos que possam ajudar a equipe escolar e a comunidade, para

transformar a realidade cotidiana em algo melhor”. Todos afirmaram que deveriam

participar do processo da construção do PPP da escola.

Levantou-se na pesquisa sobre conceito de Participação, Democracia e

Cidadania. Dentre as respostas sobre Participação: A funcionária J.A.S afirmou:

“Participação implica, no saber, fazer, informar, interagir no ambiente do qual fazemos

parte”. A conselheira M.A.M. definiu assim “Colaborar, é dar opiniões para fazer com que

os projetos aconteçam no âmbito escolar” . A funcionária J.C.S. relatou: “É discutir os

problemas em equipe.” A professora M.S.S expressou: “Entende-se como a interação de

todos os envolvidos (professor, aluno e comunidade escolar) para uma melhoria do

ensino”. As respostas foram ao encontro da opinião dos autores que colocam a

importância de participar. Todos definiram muito bem a teoria mas ninguém afirmou estar

disposto a se envolver no P.P.P .

Sobre o conceito de Democracia, os membros manifestaram-se da seguinte forma:

J.A.S afirmou: “É ter liberdade de dizer o que pensamos, sem discriminação, mas ao

mesmo tempo cumprir seus deveres.” A M.A.M. definiu assim: “É o direito de ir e vir, falar

e expressar nossos sentimentos, sem sermos punidos por isso.” J.C.S. relatou: “É a

liberdade de expressar suas opiniões, e escolher aquilo que acha melhor para você.”

M.S.S expressou: “Ter liberdade de expressar, opinar e escolher o que é melhor.” G.P.

definiu: “É respeitar os direitos das pessoas.” E.M. afirmou o seguinte: “Ter voz e respeito

pelos pensamentos e ideias.”

Pode-se definir democracia como uma forma de organização política que reconhece

a cada pessoa pertencente a uma comunidade o direito de participar nas decisões

públicas. Consequentemente, isso só poderá acontecer numa sociedade igualitária [...](

Silva,2014,.45)

É importante relacionar alguns princípios da democracia. O primeiro distingue anarquismo de democracia ambos são regimes que exaltam e buscam a liberdade. Mas o anarquismo defende a liberdade absoluta, o que é inviável e pode favorecer o advento da ditadura. Com isso os líderes da Revolução francesa, cientes desse problema “formularam” o princípio a que chamaram de noção social da liberdade. Tão conhecido atualmente, que se tornou lugar comum dize-lo . A minha liberdade termina onde começa a do outro.

Com isso se conclui que todos os atos tem a consequência da responsabilidade democrática.

Sobre a Cidadania, as respostas são acessíveis ao conhecimento do grupo. Dentre

os conceitos: J.C.S. relatou: “Ser cidadão é respeitar as leis.” M.A.M. definiu assim: “É o

que nos dá o direito de sermos livres e adentrar em locais públicos e privados.” E.M.

afirmou o seguinte: “É o conjunto de direitos e deveres de um indivíduo em relação a

sociedade em que vive”. G.P. definiu: “É exercer nossos direitos e deveres perante o

Estado.” J.A.S afirmou: “Em uma sociedade vivemos em cidadania.” M.S.S expressou:

“São os direitos e obrigações que todo cidadão tem.” E.M. afirmou o seguinte: “Atuar em

uma sociedade ( comunidade) respeitando regras e leis que foram elaboradas para o bem

estar coletivo.” Todos demonstraram conhecer o conceito de cidadania na sociedade e

que deve viver com responsabilidade. Porém, pode-se aprofundar ainda mais o

verdadeiro sentido de cidadania, que é respeitar o outro numa sociedade pluralista e

heterogênea, principalmente no que tange nas relações dentro da própria escola.

Outras questões enfocam a função da escola, o papel do professor e a gestão

democrática na escola. Nos quesitos a educação e a função da escola, as respostas

foram: O professor M.S.S. disse: “Educar uma criança para se tornar cidadão do bem

amanhã preparando para o trabalho.” A funcionária J.A.S. afirmou: “Educar é preparar os

alunos para um mercado e mundo cada vez mais exigente.” A funcionária M.C. observou :

“Além de ensinar passou a mediar os conflitos internos que provêm dos externos.” A

aluna C.G. foi taxativa: “ Ensinar os conteúdos.” A pedagoga V.A. relatou :“Junto com a

família disciplinar e ensinar, dando incentivo para o aluno.” A conselheira G.P. disse:

“Analisar e discutir a função e o papel que a escola ocupa na sociedade.” A mãe P.G.

definiu como: “Formar o indivíduo para a sociedade.” Outra mãe conselheira M.A.M.

comentou “Hoje, a escola ensina só as matérias pedagógicas.” A pedagoga C.C.

observou: “Hoje continua sendo a construção e transmissão do conhecimento científico,

juntamente com a formação de bons cidadãos capazes de melhorar a sociedade em que

estão inseridos.” Outra pedagoga I.B. definiu: “Transmitir informações sistematizadas e

conhecimentos elaborados de forma crítica e reflexiva.” O papel do professor aparece

como disse a aluna C.G.: “ensinar a sua matéria”, e a professora A.B. complementa: “ser

mediador entre o aluno e o conhecimento”.

Segundo Silva (2014) deve-se reafirmar que a escola tem uma função insubstituível

que é de preparar as novas gerações para enfrentar as exigências postas pela sociedade

atual. Ela tem o compromisso de reduzir a distância entre a ciência cada vez mais

complexa e a cultura popular, produzida dia-a-dia. A escola tem também o compromisso

de ajudar os alunos a se tornarem homens pensantes, sujeitos capazes de construir e

reconstruir novos saberes. Assim a escola de hoje precisa atender as novas exigências

tecnológicas, éticas,, ecológicas, a rápida informação, a diversidade cultural, enfim todas

as diversidades postas pelas realidades contemporâneas.

A esse respeito Saviani (2003, p. 103) coloca que na sociedade atual é impossível

compreender educação sem escola porque:

[...] a escola é a forma dominante e principal da educação. Assim, para compreender as diferentes modalidades de educação, exige-se a compreensão da escola. Em contrapartida, a escola pode ser compreendida independentemente das demais modalidades da educação.

A escola é compreendida com base no desenvolvimento da sociedade. Desta forma,

ambas (escola e sociedade) se envolvem com a compreensão da realidade humana,

como sendo construídas pelos próprios homens a partir do processo de trabalho, ou seja,

da produção das condições materiais da sociedade, ao longo dos tempos. Em síntese, a

compreensão histórica da escola, a defesa de sua especificidade e a importância do

trabalho escolar como elemento necessário ao desenvolvimento cultural e humano em

geral são pressupostos essenciais para qualidade da educação na sociedade atual.

Em relação à questão da gestão democrática as respostas foram respondidas da

seguinte forma: J.C.S. afirmou: “é a gestão que permite a participação de todos nas

decisões a serem tomadas”; M.A.M. respondeu: “é trabalhar em conjunto com os

membros”; G.P revelou o seu conceito: “é o período no qual alguém dirige, governa uma

cidade ou uma escola com a participação das pessoas do lugar”. J.A.S. definiu: “Dividir

decisões e contar com a parceria do grupo envolvido”. Observou-se boa percepção sobre

a gestão democrática pois a escola esforça-se em trabalhar com este modelo .

A última questão reportou-se ao papel do Conselho Escolar e as respostas foram:

Conselheiro 1 afirmou: “é de resolver todos os problemas da escola com a participação de

todos que fazem parte do conselho”. Conselheiro 2 definiu como: “Solucionar, mediar,

encaminhar situações de conflito”. Conselheiro 3 disse: “é um órgão de colegiado de

natureza deliberativa, consultiva e fiscalizadora da comunidade escolar”. Conselheiro 4

afirmou: ”Ajudar averiguar os problemas escolares e administrativos, tentando resolvê-

los.”

Segundo Silva (2014 p.263 ) ”A escola deve ter o seu Conselho Escolar competente

e viável, onde todos os segmentos estejam presentes e atuantes criando um novo e

influente poder escolar .”

No conceito de Conselho Escolar os participantes foram bem razoáveis, mas

observou-se que existe uma dificuldade no compromisso real na participação do efetivo

trabalho coletivo. Há cobrança de pais e alunos porque a escola é pública e deve ter tudo,

mas a verdade é que as verbas são insuficientes de acordo com as necessidades, no que

diz respeito na parte administrativa. Por isso, neste estudo será aprofundado o

fortalecimento do Conselho Escolar no atendimento das necessidades da comunidade

escolar e como lidar com essas situações na escola, envolvendo a participação dos

conselheiros e comunidade escolar.

3.1. Análise do Projeto de Intervenção na Escola.

Este projeto de intervenção pedagógica na escola será efetivado através de diversas

técnicas de ensino, assim como será permeado pela pesquisa bibliográfica documental e

empírico. Os estudos para a efetivação das produções didático-pedagógicas e

implementação terão como base o projeto que pode ser aplicado na base do empirismo,

mas com ações efetivas para resolução de problemas encontrados de modo coletivo e

participativo baseado em estudos anteriores. A implementação do Projeto na intervenção

teve como participantes 18 (dezoito) pessoas, pois envolveu as escolas compartilhadas

estaduais e municipais. Dessas 14 (quatorze) a maioria membros do Conselho Escolar e

outras 04 (quatro) de escolas municipais. A metodologia foi a de interação, com

dinâmicas, vídeos e textos.

O grupo avançava no conhecimento pré-estabelecido de sua práxis no início da

investigação para conceitos científicos mais consistentes a partir das leituras e das

relações como diz Morin: “[...] os indivíduos produzem a sociedade através das suas

relações”(2000, p. 54).Estabeleceu-se uma convivência cordial quando se discutiam as

metas a serem traçadas pelo grupo para maior efetivação do Conselho Escolar, para com

a administração para uma gestão democrática e participativa.

A pesquisadora propôs sete unidades para o grupo ser co-pesquisador nas

propostas de experiências vivenciadas no decorrer do trabalho para concretizar a

elaboração do Plano de Ação dos Conselheiros na Escola.

Os resultados das unidades, serão apresentados em quatro tópicos relevantes para

a discussão como palavras chave, em contraposição da análise do primeiro questionário

descrito anteriormente no artigo.

3.1.1. A importância da educação na formação do ser humano.

O tema sobre a importância do ser humano na complexidade da existência,

causou impacto entre os participantes. Leonardo Boff no seu livro “O despertar da águia:

se refere ao dia-bólico e sim-bólico” destacando a importância do homem, quando diz que

o: “[...] ser humano foi criado para tomar conta do universo”( BOFF, 1988). Nessa ânsia

de conquistas, o ser humano se esquece do seu próprio valor na solidariedade e no amor.

Como uma galinha só fixa o chão com egoísmo e ganância que geram a violência atual.

Tanto a águia como a galinha coexistem em cada ser humano. Há, pois, necessidade de

busca no conhecimento para superar os limites. Cada uma das realizações escolares

exige esforços pessoais, planejamento e coordenação. Cada atividade constitui um

desafio a ser superado. E o trabalho deve ser coletivo.

Assim afirma: Paro (2000, p.119) “[...] a direção e a coordenação, são mediadores

de todas as atividades que se desenvolvem no interior da escola.” A gestão é fortalecida

com o desenvolvimento de atitudes e valores como: a solidariedade, responsabilidade e

colaboração mútua o que possibilita assim uma educação democrática, participativa e

emancipatória. O trabalho coletivo, participativo e responsável é o caminho para uma

gestão democrática. Uma frase que chamou a atenção citada durante a implementação

do projeto pela conselheira C.C, quando disse: “Se não há confiança e reciprocidade

entre os membros, o resultado é um grupo de pessoas que atua desarticuladamente, sem

maximizar e integrar os esforços”, pensamento pronunciado pela educadora paranaense

Heloísa Lück.

Foram relatadas dificuldades de relacionamento entre a gestão e Conselho Escolar

tanto no GTR quanto no grupo de intervenção isto fragiliza a atuação dos mesmos. Essa

complexidade foi discutida em trabalhos em grupo, outras dinâmicas e vídeos. Fica

evidente a complexidade humana nos Estudos do professor MORIN (2000, p. 54) “[...] os

indivíduos são produtos do processo reprodutor da espécie humana e que nas interações

entre os indivíduos produzem a sociedade”. As dificuldades relacionais entre os membros

foram citadas e esse estudo contribuiu no sentido de buscar uma boa convivência na

comunidade escolar.

O desenho abaixo quer nos mostrar a complexidade da escola, seus vários agentes

educativos e a relação de interdependência de um com o outro, onde todos precisam ser

valorizados nas suas ideias, opiniões para chegarem a um consenso possível que seja ético

e solidário, respeitando os direitos de preservação a dignidade de todos os segmentos da

escola.

Representação Gráfica da Complexidade do Conselho Escolar (BIERNASKI; SÁ, 2013)

3.2.2 . Uma gestão participativa se constrói com princípios de democracia.

O segundo tema tratado foi a democracia e a gestão democrática. A percepção da

importância do trabalho coletivo e não apenas o individual sem participação não há

democracia na escola.

Na pesquisa diagnóstica, 68,75% dos membros tinha um conceito razoável sobre a

democracia e participação ampliando para 93,75% de bom aproveitamento e acréscimo

de conhecimento, constatou-se dessa forma uma boa apropriação deste conceito. Ao

avaliar a gestão dessa escola, 87,5% dos membros considerou uma gestão democrática,

boa, dialógica e 12,5% colocou como ponto a melhorar, como disse a conselheira J.C.S ,

“ decidir junto e confiar no trabalho do outro”.

Esta colocação do questionário investigativo foi ao encontro da proposta de que

para ser uma gestão democrática é preciso como disse a conselheira: M.A.M “dividir

decisões e contar com a parceria do grupo envolvido”. Estas considerações, com certeza,

ajudarão a estabelecer melhor relacionamento entre os membros da comunidade escolar

e gestão escolar.

Houve uma reflexão sobre os conceitos de como se vê hoje o professor, não sendo

apenas um passador de conteúdo, mas educador, o que gera certa polêmica, resistência,

como também, a palavra funcionário ser substituída para colaborador, educador, isto pode

mudar o seu modo de agir e desta forma, sendo mais valorizado, poderá haver maior

participação no trabalho coletivo. De fato trabalhar com esse novo olhar, integrando

CONSELHO

ESCOLAR

Direção

Pais

Professores

Estudantes

Grêmio Funcionários

Equipe Pedagógica

Movimentos

Sociais

funcionários, professores e toda comunidade escolar, é quebrar os paradigmas na

educação como nos chama atenção o sociólogo Morin (2005, p.106) precisa-se voltar a

[...] “trabalhar para a humanização da humanidade; desenvolver a ética da solidariedade,

da compreensão” [...]. Isto reforça o conceito de democracia “[...] como uma relação rica e

complexa do indivíduo/sociedade, em que esse indivíduo e a sociedade podem ajudar-se,

desempenhar-se, regular-se e controlar-se mutuamente” (MORIN 2005, p.107). Hoje

vive-se no mundo capitalista e individualista, cada um busca a sua própria realização,

enquanto relativiza muitos valores que precisam ser resgatados, onde as atitudes de

todos os trabalhadores da educação sejam reconhecidos como uma ação educativa em

todo processo da escola.

3.2.3. A construção coletiva do Projeto Político Pedagógico e o Regimento Escolar.

No terceiro tema abordou-se os documentos essenciais da escola: o Projeto Político

Pedagógico e o Regimento Escolar. Fez-se uma análise em consonância administrativa

da gestão na comunidade escolar. Sobre o PPP, 31,25% pensavam conhecer muito;

outros 56,25%, superficialmente; 12,5%, insuficiente do PPP. Após o término do estudo,

verificou-se que 81% passaram a conhecer muito; 12,5% permaneceram razoável e 6,5%

insuficiente. Portanto, o estudo foi ótimo e até houve sugestão para dar continuidade de

estudo uma vez por mês. Sobre o Regimento Escolar, na pesquisa diagnóstica, 25%

dominavam muito; 63%, razoavelmente e 12% não tiveram acesso ao documento. Após o

estudo, o resultado foi bastante positivo, pois, 87,5% apreenderam e 12,5% ainda pouco.

Desta forma pode-se notar a importância desse estudo.

3.2.4. O Papel do Conselho Escolar na participação da Gestão Democrática.

O ponto central da pesquisa foi sobre o conhecimento do Conselho Escolar e suas

atribuições. Na pesquisa diagnóstica, 12% conheciam muito; 81% desconheciam, porque

houve mudança dos membros para novo biênio. Após o estudo, 100% dominam o tema. A

participação do Conselho Escolar surgiu com a existência do Plano Nacional de Educação

(PNE), aprovado como Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. O que reforça a LDB que

afirma: “[...] a descentralização da gestão educacional, com fortalecimento da autonomia

da escola e garantia de participação da sociedade na gestão da escola e da educação”

(PARANÁ, 2005, p.26). Estes dois instrumentos legais dão respaldo legal à gestão

democrática nas escolas. Foi tão proveitoso que os conselheiros sugeriram a

continuidade e aprofundamento dos temas em discussão. No final do curso elaborou-se

um Plano de Ação para os conselheiros.

3.3 Análise do Grupo de Trabalho de Rede – GTR

O Grupo de Trabalho de Redes (GTR ), houve 17 (dezessete) participantes e

apenas 02 (dois) não concluíram o estudo. Os concluintes acompanharam todo o trabalho

da pesquisadora, fizeram considerações a respeito dos conceitos e dos dados levantados

em questão, ao interagir sempre com a pesquisadora e com o próprio grupo em rede.

Analisando os dados produzidos pelos participantes do GTR foram relevantes. Os

participantes apontaram diversos pontos de vista que serão expostos em quatro itens:

1. A maioria do grupo salientou como positiva a metodologia do estudo proposta pela

pesquisadora. Alguns já estariam aplicando na sua escola propostas interessantes. A

participante R. P. afirmou: “quando trabalhamos um tema com a ajuda de dinâmicas,

podemos perceber a fácil absorção e compreensão dos conteúdos e isso com certeza

facilita a interação da equipe e a formação do conhecimento”. Os participantes elogiaram

as dinâmicas e vídeos, o que mostra a importância da interação do conhecimento, para

fortalecer os seus membros na atuação da escola.

2. Outro aspecto foi a questão de conseguir a participação do Conselho Escolar. A

maioria expressou a dificuldade de reunir o Conselho Escolar, de fazê-lo engajar na

realidade da escola. Alguns pontos relevantes apareceram como citou a participante S.V.:

“o gestor não dá espaço na maioria das vezes resolve sozinho e a gente só é convidado

para assinar papel”, outro participante J.R. argumentou: “o Conselho só é convocado

somente para tomar as decisões finais do conflito e a escola já tomou as medidas

possíveis para saná-lo, é como se fosse a última e mais forte atitude da escola”. Isto

revela a fragilidade na administração democrática. Ainda comentou uma terceira

participante E.M. : “o tempo escasso é um dos grandes entraves desse processo” e ainda

a gestora participante G.N. afirmou: “como gestora, tenho dificuldades para marcar uma

reunião, é difícil acertar um horário para a maioria comparecer”.

Para que o processo ensino-aprendizagem aconteça, é necessária a disponibilidade

para mudar a situação e exercer um trabalho coletivo, só assim a Gestão e o Conselho

Escolar se fortalecerão.

3. Nesta análise, houve algumas sugestões para um bom desempenho escolar. Um

participante disse que “o GTR pode ser um trampolim para a resolução de muitos

problemas”. Isto se aplica a toda formação continuada, na participação de todos,

independente do tempo para fazê-lo. Serve para aprofundar os conhecimentos que

fundamentam a participação na escola.

4. Outro ponto constatado é a falta de participação familiar na escola. Dentre os

comentários destacou-se o de R.C.: “diante tantos desafios e desapontamentos, a

aprendizagem do aluno que é razão da escola, fica à mercê sem o apoio da família.” Há

evidência que a instituição escolar deve abrir-se para comunidade escolar, ter apoio dos

pais, partilhar suas angústias, seus anseios, seus desafios, suas conquistas por um

processo educativo que atenda às necessidades da Escola e da própria comunidade.

Para uma gestão democrática da escola pública, é preciso compartilhar o modo de

conduzir instituição de ensino. A atuação efetiva e consciente do Conselho Escolar

representa um grande desafio no dia-a-dia da escola, pois trata-se do envolvimento de

pessoas que serão incumbidas de refletir e decidir sobre a organização política e

pedagógica da instituição. .

4. Considerações Finais.

O presente artigo comenta um trabalho pensado e executado para proporcionar

oportunidade para os membros do Conselho Escolar se inteirarem de fatos que ocorrem

na escola. Pelos pressupostos teóricos estudados como alicerces do projeto conclui-se

que conceitos precisam ser reconstruídos. Ou seja, a aprendizagem ocorre com a

ressignificação. Pela democracia se constrói o processo de autonomia, de

responsabilidade do sujeito e do cidadão.

Com a implementação do projeto, a pesquisadora constatou que se alcançou o

objetivo. Cada conselheiro ficou ciente de sua função, embasados legalmente que os

auxiliará no desempenho de seu papel. A continuidade do estudo acontecerá como o

próprio Estatuto do Conselho Escolar do Paraná prescreve no Cap.III, Art.41. XIII:

“Promover, regularmente, círculos de estudos, objetivando a formação continuada dos

Conselheiros a partir de necessidades detectadas, proporcionando um melhor

desempenho do seu trabalho.” (PARANÁ, 2009, p.21).

Outro aspecto notado foi a dificuldade de comprometimento dos conselheiros para

o funcionamento do Conselho Escolar por ser um trabalho voluntário. Não basta conhecer

o Regimento Escolar e o Estatuto do Conselho Escolar, é necessário engajamento e

compromisso conforme Lück et. al. (2012, p.18): “[...] a participação, em seu sentido

pleno, caracteriza-se por uma força de atuação consciente [...], poder este resultante de

competência e vontade de compreender, decidir e agir em torno de questões que lhe são

afeitas.” Para que tudo funcione a contento é preciso participação e responsabilidade de

todos os segmentos da escola .

Alunos e professores auxiliaram na postura de ensinar e aprender ao levar os

participantes a reflexões interessantes nas dinâmicas e relatos de vivências. Para Mogilka

(2003, p. 51) educar é algo bem mais complexo que ensinar, quando afirma “[...] educar

significa desenvolver, fazer desabrochar, direcionar para fora, as potencialidades e

estruturas internas da criança.” Educador e professor não são sinônimos entre si , mas

complementares. Juliatto (2010, p. 61) afirma que: “O conhecimento está na mente,

enquanto a sabedoria é o conhecimento que passa pelo coração, que transforma, orienta

e é incorporado à vida”. Freire (2001, p. 69) diz [...] “que somos os únicos seres que,

social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender [...] e [...] aprender para nós é

construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à

aventura do espírito” (Idem,ibidem, p.69).

O diretor, como presidente do Conselho Escolar, deve se comprometer com a

função social da escola pública. Isto, porém, não é fácil pelo acúmulo de atividades

desempenhadas na área pedagógica e administrativa. É urgente, pois, que o diretor

passe a ser gestor, e saiba confiar e cobrar ações de seus auxiliares.

Novos conceitos reconstruídos não se esgotaram e permanecem abertos para

posteriores pesquisas. Fortaleceu-se o processo de democratização da escola, visto que,

a participação se dá por meio de conquistas e também de retrocessos. Percebeu-se que

ao se discutir e agir no coletivo ocorrem situações conflituosas que auxiliam para o

crescimento da consciência crítica. Portanto, realçou-se através deste projeto a

importância das pessoas estudarem, como se observou o avanço intelectual dos

funcionários que participaram dos estudos do Pró-Funcionário. Estes demonstraram maior

clareza e argumentação nas discussões, o mesmo acontecerá com os conselheiros se

estudarem, serão fortalecidos e terão a força na ação com a Gestão Democrática.

A Gestão Democrática ocorre com a participação de todos os representantes dos

segmentos: pedagogas, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade. Com a

função conjunta na colaboração e responsabilidade da missão de educador. A ação

coletiva oferecerá a qualidade do ensino-aprendizagem.

5. Referências

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