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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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____________________ * Professor QPM da Rede Pública de Ensino, Licenciado em Geografia e pós-graduado em Interdisciplinaridade. ** Professor Doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

UM ESPAÇO ESCOLAR MAIS VERDE E ARBORIZADO, REFORÇANDO A

DISCUSSÃO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Autor: João Carlos Viviani *

Orientador: Adilar Antônio Cigolini **

Resumo

O presente artigo é o resultado das experiências, da produção didática e de todo o processo de implementação pedagógica, que teve como objetivo a construção junto aos alunos de uma reflexão sobre a sustentabilidade ambiental, tendo como referência o espaço escolar e a importância de sua arborização. Sabendo-se que a existência de áreas verdes e árvores num ambiente escolar estão diretamente relacionadas à qualidade de vida e que entre seus inúmeros benefícios, destaca-se a melhora no aprendizado escolar, tornou-se indispensável que o autor deste trabalho desenvolvesse ações mais efetivas dentro do Colégio Estadual Professor Pedro Macedo - Curitiba, com o intuito de proporcionar aos educandos acesso a essas inúmeras informações de ordem ambiental, almejando a criação de um ambiente sustentável. Através de atividades lúdicas e metodologias diversificadas, romperam-se práticas rotineiras, onde os alunos analisaram a situação global e relacionaram com o local/escola, reconhecendo sua parcela de responsabilidade e entendendo que um ambiente escolar deve estar sempre voltado ao estímulo para as questões ambientais, e que a lei nº 9.795/99 de Educação Ambiental deve ser aplicada de forma mais assídua e permanente. A busca por um ambiente escolar mais sustentável e saudável tornou-se evidente, e o grande envolvimento na ampliação do número de árvores nas dependências do colégio extrapolou as expectativas e os resultados foram consideravelmente positivos, percebendo-se uma mudança comportamental e uma sensibilização para as questões ambientais.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Arborização Urbana, Sustentabilidade,

Escola Verde.

Introdução

Considerando o atual contexto ambiental, é imprescindível a aplicação da

Educação Ambiental dentro do espaço escolar de modo que os resultados

relacionados à melhoria ambiental local sejam mais perceptíveis. Diante disso é

fundamental despertar a atenção dos alunos e da escola para a necessidade de se

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ter um olhar mais crítico sobre o espaço verde e, principalmente pela arborização de

nossas escolas, tendo consciência que a busca por um mundo mais verde deve se

iniciar por ações educacionais em âmbito escolar, e posteriormente a uma escala

maior.

Sabe-se que os alunos são os principais disseminadores de assuntos

discutidos no espaço escolar, e ao produzir uma consciência ecológica por escolas

mais verdes e arborizadas, far-se-á com que essas discussões saiam do âmbito

escolar e multipliquem-se por toda a comunidade a qual está inserida, criando uma

responsabilidade ambiental com ênfase à escolas mais verdes e arborizadas, que

são metas a serem almejadas.

Partindo-se do pressuposto que a escola é uma das principais responsáveis

pela educação do ser humano, cabe a ela transmitir conhecimentos e resgatar

atitudes sobre a questão ambiental, tornando-se necessário transformá-la num

ambiente de discussões teóricas, mas também onde se efetue a prática ambiental.

Há muito tempo os livros didáticos já trabalham com o tema ambiental de

forma teórica, apenas para cumprir uma obrigatoriedade curricular, porém faz-se

necessário colocá-la como um assunto que deve ser praticado para que tenhamos

espaços verdes e mais arborizados, mesmo que a escola tenha uma área reduzida,

simbolizando a importância que se dá às questões ambientais. Ressalta-se a

importância de um planejamento para que as árvores plantadas tragam benefícios e

não transtornos futuros.

A substituição de espaços livres e áreas verdes por cimento e/ou edificações

tornou-se uma prática comum, gerando problemas relacionados ao microclima local,

como: excesso de calor por falta de vegetação, gramas, árvores ou até mesmo terra;

falta de circulação do ar devido ao excesso de edificações; ar poluído,

principalmente em escolas próximas a indústrias e rodovias; alagamentos por falta

de solos permeáveis; excessos de ruídos externos; desequilíbrio da umidade

tornaram-se mazelas de uma instituição que a muito não tem dado a devida

importância às questões ambientais.

Diante dessas questões fica evidente à necessidade de desenvolver nos

educandos a responsabilidade ambiental, para que percebam a importância da

existência de áreas verdes e arborizadas dentro e fora das escolas, tornando-os

cidadãos conscientes, críticos e engajados nessa causa, colocando o cuidado pelo

verde da escola como um exemplo a ser seguido, e vendo a escola como um

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pequeno pedaço do mundo, porém de grande importância simbólica. Para isso

torna-se fundamental levar essa consciência ecológica às inúmeras escolas que não

exercem seu papel transformador e cumpridor das questões ambientais.

Mostrar a experiência da intervenção e a reflexão sobre ela, de modo que

possa ser reproduzida, é o objetivo principal deste artigo.

A diversidade de metodologias aplicadas é fundamental para o despertar

pelas questões ambientais e ajuda a disseminar a consciência ecológica, buscando

ações e enriquecendo o conhecimento sobre a natureza e sua preservação. As

atividades basearam-se em assuntos relacionados ao dia-a-dia do aluno, desta

forma o mesmo percebe que faz parte deste universo e que suas ações interferem

diretamente e/ou indiretamente nas causas e consequências da degradação

ambiental.

Através de atividades teóricas e práticas, possibilitou-se de forma prazerosa

e realista que o aluno conhecesse a realidade global e local, percebendo que é um

elemento fundamental da biodiversidade e que suas ações são relevantes diante de

uma natureza que há muito vem sendo degradada, dando-se ênfase às atividades

práticas, pois são muito mais integradoras do que somente a teoria.

Partindo-se do pressuposto de que, refletir, conscientizar, envolver-se,

promover e criar (construir) são habilidades que se desenvolvem em ritmos

diferentes em cada aluno, metodologicamente objetivou-se preservar as

individualidades, buscando transformar o conhecimento teórico de um coletivo em

uma prática rotineira.

A relação sociedade/natureza numa perspectiva histórico-crítica

A questão ecológica vem sendo ignorada pela humanidade há muito tempo,

deixando claro que o capitalismo é prioridade dentro de uma natureza cada vez mais

fragilizada, evidenciando a necessidade do ser humano de enriquecer sem ter um

olhar para a questão ambiental e suas possíveis consequências. Durante muito

tempo o meio ambiente foi visto como algo infinito, como auto recuperatório, e que o

ser humano nunca estaria correndo risco ao explorá-lo demasiadamente.

Para Alves e Boligian (2010, p. 140):

Durante centenas de anos, foi possível disseminar a ideologia da natureza infindável, já que, de maneira geral, os impactos provocados ao meio

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ambiente pelas atividades econômicas (como a poluição atmosférica das cidades industriais europeias, a derrubada de áreas restritas de florestas ou a exaustão de uma ou outra jazida mineral) eram especialmente limitados, ou seja, ocorriam em escala local ou regional.

É possível notar que na atualidade há uma crise ecológica gerada por

décadas de degradação ambiental. Desde o advindo das máquinas, iniciado com a

primeira Revolução Industrial, ficou claro qual era a prioridade do ser humano, a sua

evolução econômico-industrial (capitalista), colocando-se contra a preservação da

natureza, um bem necessário a nossa vida. A raça humana assistia de camarote sua

própria destruição. Estava evidente que o molde da sociedade capitalista seria a

base para o desenvolvimento das nações, onde o capital colocava-se acima de

qualquer questão ambiental. E essa ideologia foi e continua sendo seguida até os

dias de hoje. Leff (2006, p. 62) relata:

A problemática ambiental não é ideologicamente neutra é alheia a interesses econômicos e sociais. Sua gênese dá-se num processo histórico dominado pela expansão do modo de produção capitalista, pelos padrões tecnológicos gerados por uma racionalidade econômica guiada pelo propósito de maximizar os lucros e os excedentes econômicos em curto prazo, numa ordem econômica mundial marcada pela desigualdade entre nações e classes sociais. Este processo gerou, assim, efeitos econômicos, ecológicos e culturais desiguais sobre diferentes regiões, populações, classe e grupo sociais, bem como perspectiva diferenciadas de análises.

Lembrando que a degradação ambiental vem ocorrendo muito antes do

início da Indústria Moderna, porém sem nenhuma comparação com os

acontecimentos da atualidade. O modo de exploração capitalista deixou de ter uma

escala local, tornando-se global, onde as proporções de degradação estão muito

acima das necessidades da humanidade. Esse modo de vida insustentável reflete a

ganância insaciável do ser humano para com a natureza, esta colocada sempre

como um provedor.

O Brasil está na relação dos países que mais desmatam e que menos

cuidam de suas matas. Claro que essas críticas soariam ironicamente se viesse de

nações que pouco observaram as questões ambientais, porém servem para nos

alertar ainda mais sobre a questão.

As vegetações, consideradas o grande símbolo da natureza, já se tornaram

extintas em muitas áreas e muitos países sofrem graves consequências por

exterminarem suas matas.

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Os problemas ambientais deixaram de ter uma dimensão local para

atingirem todos os pontos do planeta, portanto, ter um olhar clínico pela natureza

tornou-se uma questão de sobrevivência das futuras gerações. Assmann e Sung

(2000) afirmam que na busca de ações efetivas de sustentabilidade, há de se

considerar que a situação que se apresenta na atualidade é produto de escolhas

humanas, sendo desafiadora a possibilidade de garantia desta sustentabilidade, seja

relacionada à estabilização do clima, as questões populacionais e de consumo, mas

sempre dependendo da vontade, do desejo humano.

Dentre os inúmeros problemas ambientais, podemos destacar a destruição

das florestas e a necessidade do resgate da flora local, principalmente a questão da

arborização urbana. Sejam em nível mundial ou mesmo locais, as árvores possuem

um papel fundamental na natureza, pois não são somente responsáveis pelo

equilíbrio da atmosfera, mas por toda a biosfera.

Compreender os benefícios que uma árvore traz e transmitir esse

conhecimento às escolas e aos alunos, promovendo o respeito e desenvolvendo

uma conscientização que além de uma teoria, busque também à prática, são ações

que devem ser almejadas.

Há muito tempo tem-se a impressão de estar num caminho de destruição

ambiental sem volta. Em meados do século XX surgiram discussões e ações de

proteção ambiental, deixando claro que o problema realmente existia e que não era

apenas um fato isolado, mas de ordem mundial.

Dias (1998, p. 121), relata uma das ideias da Conferência de Tbilisi (1977):

“[...] promover um desenvolvimento que respeite a capacidade de assimilação e de

regeneração da biosfera”.

Essa conferência foi à precursora para inúmeras outras que ocorreram

durante o século XX e início do século XXI, todas tendo como principal foco a

criação de metas, objetivando uma diminuição da degradação ambiental. Essas

conferências realçaram a responsabilidade de todas as nações diante de um

problema, deixando claro que todas as nações devem abraçar essa causa, não

importando o nível de desenvolvimento do país, ressaltando a necessidade do

exercício do diálogo entre as diferentes culturas, em busca de ações mais concretas.

Reigota (1995, p. 26), já dizia:

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A participação do cidadão na elaboração de alternativas ambientais, tanto na micropolítica das ações cotidianas, como na macropolítica da nova (des)ordem mundial, exige dele a prática e o aprendizado do diálogo entre gerações, culturas e hábitos diferentes.

Todas essas questões reforçam a necessidade de reflexões sobre

mudanças comportamentais diante das questões ambientais.

Trajetórias da educação ambiental e sua aplicabilidade nas escolas

A temática ambiental não surgiu de uma hora para outra, teve uma evolução

lenta, marcada por alguns fatos relevantes. Talvez o precursor das discussões sobre

as questões ambientais mundiais tenha sido o livro Primavera Silenciosa (1962), da

jornalista Raquel Carson. Esse livro alertava sobre a queda na qualidade de vida em

decorrência da destruição ambiental que vinha acontecendo mundialmente.

Segundo Dias (1998, p. 34), “[...] esse livro viria a se tornar um clássico na história

do movimento ambientalista”.

A atual política ambiental brasileira vem de encontro a essas questões de

ordem mundial. O primeiro grande passo do Brasil ocorreu na década de 1930 com

a criação de áreas de preservação permanente (APP). Dentre muitas atitudes

desenvolvidas no Brasil objetivando a conscientização ambiental, foi criada em 1999

a lei de Educação Ambiental (lei 9795/99), com o intuito de introduzir a educação

ambiental como prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os

níveis e modalidades do ensino formal.

A educação ambiental torna-se uma exigência que deveria ser cumprida

pela Federação, Estados e Municípios, sendo regulamentada pela Política Nacional

de Educação Ambiental (PNEA). A Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, Cap. I, art.

1º e 2º fala sobre a Educação Ambiental:

Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.

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É através da educação ambiental que podemos buscar o ideal de sociedade

sustentável, onde o homem deixa de ser um mero expectador e torna-se um cidadão

mais envolvido e atuante diante dos fatos que ocorrem ao seu redor, que durante

muito tempo foi ignorado. Para Bonotto (2003, p. 231) apud Santos (2006, p.19):

[...] a busca pelo novo modo de agir passa pela “mudança de visão de mundo e do viver no mundo” e ainda chama a atenção para os princípios de Educação Ambiental, apontados em Tbilisi (1977), nos quais o meio ambiente deveria ser considerado como um todo, possibilitando a visão de uma educação que, ao sensibilizar o aluno para o ambiente que o cerca, pode levá-lo a perceber, além do que realmente ele vê, um mundo mais significativo, próximo e necessitado de preservação.

O Estado do Paraná, em conformidade com a Política Nacional de Educação

Ambiental (PNEA) e o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA) e

seguindo tendência nacional cria a Política Estadual de Educação Ambiental e o

Sistema Estadual de Educação Ambiental no Paraná Lei n. 17.505/2013. E aos

poucos essa lei começa a ser regulamentada, estabelecendo a educação ambiental

no ensino formal em todas as suas modalidades.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) deixam claro que a escola é

caracterizada como um ambiente disseminador de informações. Cabe aos

estabelecimentos de ensino assegurar um conjunto de atividades planejadas

favorecendo ao educando a apropriação dos conteúdos de maneira crítica e

construtiva.

Espera-se que a educação ambiental na escola sensibilize professores e

educandos para os problemas ambientais, gerando reflexões e buscando soluções.

Espera-se também que a educação ambiental resgate valores humanos, como ética,

honestidade, solidariedade, responsabilidade, que a muito estavam perdidos. Para

Ab’saber (1993, p. 15):

[...] a Educação Ambiental é um processo que envolve um vigoroso esforço de recuperação de realidades e que garante um compromisso com o futuro. E ainda acrescenta que é uma ação destinada a reformular comportamentos humanos e recriar valores perdidos ou jamais alcançados. Trata-se de um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual quanto coletivo.

A educação ambiental é um processo educativo que pode ser assimilada em

primeiro momento pela percepção ambiental, em que os alunos percebam o

ambiente em que vivem, se conscientizem dos fatos e comecem a agir, no sentido

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de proteger aquilo que eles entendem como sendo fundamental a sua vida. Essa

percepção do ambiente deve buscar uma mobilização social com participação cada

vez maior do coletivo, podendo acarretar uma transformação social, resgatando o

interesse para os problemas ambientais, tendo de início uma visão local, para

posteriormente adotar uma visão mais global. Devendo ser abordada na escola

sistematicamente e transversalmente em todos os níveis de ensino, buscando

sempre assegurar o debate efetivo sobre as questões ambientais de forma

interdisciplinar e que estejam sempre inseridas nas atividades escolares. Para

Adams (2006):

A interdisciplinaridade significa uma prática que rompe com barreiras disciplinares, onde cada disciplina possa apontar suas contribuições sobre um determinado assunto que seja trabalhado em todas as disciplinas, a ponto de possibilitar uma visão globalizante sobre o que estiver sendo trabalhado e estudado, possibilitando uma aprendizagem significativa e abrangente.

Por sua vez, as Diretrizes Curriculares de Geografia (2008), estabelecem

que seja fundamental compreender tanto a gênese da dinâmica da natureza quanto

às alterações causadas pelo homem no espaço físico, contribuindo para a formação

do espaço geográfico.

Na atualidade ocorrem muitas atitudes relacionadas às questões ambientais,

porém ainda são poucas diante da enorme problemática ocasionada por décadas de

destruição numa sociedade insustentável. A educação ambiental vem reforçar a

busca de ações que tragam soluções no intuito de reverter esse processo, e a

escola é o ambiente mais propício a essas realizações.

A escola durante muito tempo foi vista como um ambiente conivente com a

cultura de degradação da natureza, sendo vista como um protagonista de filme,

onde somente assimilava os fatos, sem agir concretamente para mudar a realidade.

Não se contribuía com nada para piorar a situação, porém pouco se fazia para

melhorá-la.

A educação ambiental vem tentar mudar essa realidade, trazendo

consequências benéficas, e que paulatinamente as atitudes positivas possam

ocorrer, trazendo aos nossos educandos iniciativas para ações mais concretas sobre

as questões ambientais.

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A implementação de uma Educação Ambiental satisfatória num ambiente

escolar não ocorre de um dia para o outro, é uma tarefa árdua. Mudar atitudes

consuetudinárias e uma mentalidade equivocada torna-se aparentemente uma

utopia. As dificuldades existem, porém devem ser superadas. Segundo Andrade

(2000, p. 1-5) apud Ruy (2004):

[...] fatores como o tamanho da escola, número de alunos e de professores, predisposição destes professores em passar por um processo de treinamento, vontade da diretoria de realmente implementar um projeto ambiental que vá alterar a rotina na escola, etc, além de fatores resultantes da integração dos acima citados e ainda outros, podem servir como obstáculos à implementação da Educação Ambiental.

A Educação Ambiental deve desenvolver atividades de longa duração e não

somente restrita a alguns períodos do ano, como o dia da árvore, do meio ambiente,

etc. Ao inserir atividades contínuas no âmbito escolar, pode-se aos poucos mudar

um comportamento errôneo do ser humano e resgatar a responsabilidade de todos.

Sabe-se notoriamente que a Educação Ambiental não é a solução para

todos os problemas ambientais, porém ela trará uma base aos estudantes sobre um

novo modo de agir. Segundo Krasilchick (1986, p. 1959):

À educação ambiental cabe auxiliar os estudantes a adquirir conhecimentos, formar convicções que os auxiliem na discussão desses conceitos e dos valores em que se fundamentam, uma vez que a política relativa ao meio ambiente depende do nível de consciência e da responsabilidade social de cada pessoa.

Cobertura vegetal em áreas urbanas: a cidade de Curitiba e escolas

A qualidade de vida é uma situação essencial à população e está

diretamente relacionada ao grau de satisfação que encontramos em nossa vida.

Segundo Adriano et al. (2000, p. 53-62):

A qualidade de vida de uma população depende de suas condições de existência, do seu acesso a certos bens e serviços econômicos e sociais: emprego e renda, educação básica, alimentação adequada, acesso a bons serviços de saúde, saneamento básico, habitação, transporte de boa qualidade etc.

Entendendo que a qualidade de vida nas cidades, entre muitos fatores, está

também relacionada à questão ambiental e diretamente a vegetação, torna-se

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fundamental analisar a situação da cobertura vegetal em áreas urbanas. Para Nucci

e Cavalheiro (1999, p. 29-36), “[...] a quantificação e a configuração espacial da

cobertura vegetal podem ser utilizadas como instrumentos e parâmetros de

avaliação da qualidade ambiental em áreas urbanas”. Esses elementos são

fundamentais, pois mostram a situação real das coberturas vegetais dentro dos

centros urbanos e podem nortear políticas públicas sobre a vegetação das cidades,

facilitando a tomada de decisões.

Observando-se inúmeros levantamentos, a maioria dos grandes centros

urbanos brasileiros não chega nem próximo à porcentagem mínima de cobertura

vegetal recomendada, com excessos de áreas impermeáveis e uma cobertura

vegetal muito mal distribuída, ficando na maioria das vezes restrita aos poucos

parques e bosques.

O Brasil deu início ao processo de arborização de ruas e avenidas no século

XIX, no município do Rio de Janeiro, devido aos preparativos do casamento de D.

Pedro I. Na época a população discordava dessa prática por acreditar que as

sombras das árvores eram responsáveis pela maleita. As primeiras árvores

plantadas foram as Sibipirunas, Pau-Ferro, Cássias, Paineiras, Flamboyants,

Jacarandás, entre outras, (ELETROPAULO, 1995).

A cidade de Curitiba deu início ao processo de arborização em suas ruas em

meados do século XIX. Apesar de cometerem muitos erros na escolha das espécies,

foi um marco para a cidade, tendo em vista que até aquele momento a vegetação

arbórea estava restrita a áreas particulares.

Hardt (1994) apud Nucci et al (2003, p. 543-551), “[...] diz que o município de

Curitiba apresenta aproximadamente 60% de sua área ocupada por superfícies

permeáveis com cobertura vegetal, arbórea ou não, em áreas privadas e públicas”.

Porém o bairro centro possui pouco mais de 12%. Nucci (2003 ). Observa-se que o

centro de Curitiba possui muitas praças, mas com pouca cobertura vegetal e está

longe do índice de 30%, recomendado por Lombardo (1990).

Após essas considerações percebe-se que existe uma necessidade de

desenvolver políticas urbanas mais estruturadas e voltadas a questão ambiental,

pela necessidade de criar um ambiente urbano mais adequado à vida.

Milano (1996, p. 1-6) relata:

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A problemática ambiental nas metrópoles, com um sistema diversamente estruturado, com inter-relações complexas de seus elementos – seres humanos, técnicas, construções, solo, ar, água, flora e fauna, precisa constituir um locar com alto grau de planejamento para que a alta taxa de crescimento e desenvolvimento não coloque em risco a qualidade de vida de seus habitantes.

Analisando ainda a natureza dentro da cidade de Curitiba, é possível notar

uma tentativa de harmonizar os elementos naturais com a presença humana,

ressaltando que toda cidade deve dar condições para a manutenção da natureza.

Essa preocupação foi formalizada somente após a criação do Estatuto da Cidade,

Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, deixando evidente que as áreas urbanas

deveriam dar uma maior atenção à natureza que ali estavam inseridas e

conscientizando da necessidade de ações mais concretas.

Há muito tempo, as cidades são vistas como verdadeiras inimigas da

questão ambiental, pois agem contra os ideais de conservação pregados pelo

mundo. São áreas onde o desmatamento, a poluição do solo, da água, do ar, o

extermínio de espécies animais, enfim, o antipreservacionismo ocorre a todo o

momento.

Existem muitas ideias que poderiam ser seguidas na tentativa de transformar

as cidades mais ecológicas, porém esbarram em muitas questões de ordem política

e econômica, pois ainda sustenta-se a ideia de que a área urbana é local de

desenvolvimento urbano e não se deve dar muita importância a questão ambiental,

onde a natureza se resume apenas pela existência de poucas praças e bosques.

É perceptível que mesmo as espécies vegetais existentes nas praças e

bosques dentro dos centros urbanos encontram-se fragilizadas. Muitas árvores e

plantas de menor porte não suportam a poluição, ruídos, contato humano, podas e

começam a padecer, agravando ainda mais a questão ambiental nas cidades.

Ressalta-se aqui que o poder público e todos os cidadãos ao planejarem o

crescimento urbano devem dar uma maior atenção aos espaços livres, às áreas

verdes e a cobertura vegetal, pois a existência delas proporciona uma maior

qualidade ambiental, e esta, dentro dos centros urbanos e consequentemente dentro

das escolas, deve estar dentro dos padrões aceitáveis, pois assim teremos uma

melhor qualidade de vida.

Para a maioria dos habitantes de uma cidade, as áreas verdes servem

apenas como espaços de lazer ou apenas para uma melhoria visual, porém

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podemos relacionar vários objetivos da existência de áreas verdes. Nucci e

Cavalheiro (1999, p. 29-36), relacionam alguns desses benefícios:

[...] estabilização de determinadas superfícies, obstáculos contra o vento, proteção da qualidade da água, filtração do ar, equilíbrio do índice de umidade, distribuição da poeira em suspensão, redução dos ruídos, interação entre as atividades humanas e o meio ambiente, fornecimento de alimentos, proteção de nascentes e mananciais, organização e composição de espaços no desenvolvimento das atividades humanas, valorização visual e ornamental, segurança nas calçadas, recreação, quebra da monotonia das cidades, cores relaxantes, estabelecimento de uma escala intermediária entre a humana e a construída, caracterização e sinalização de espaços, etc...

Muitos ambientes escolares inseridos dentro dos espaços urbanos são

vistos como cheios de vegetação, porém, o que se vê são áreas livres de

calçamento, com pouca ou nenhuma vegetação. É possível notar que muitas

escolas apesar de terem grande área livre se querem possuem um pequeno jardim

ou uma pequena árvore e ainda tentam passar a impressão de que são

ecologicamente corretas, não dando a devida importância à necessidade de

contribuir com o aumento de áreas verdes dentro de um espaço urbano.

Pode-se analisar atitudes de algumas escolas que já deram uma maior

atenção a seus espaços livres, implementando projetos de transformação desses

espaços em áreas verdes, com plantio de gramas, jardinagem, arborização e até

mesmo hortas. Estes projetos reforçam a tese de que essas ações só contribuem

para a melhoria ambiental, não só pela necessidade da escola de cumprir seu papel

diante da questão ambiental, mas também por trazer uma mudança de mentalidade,

acreditando que são práticas que devam ocorrer continuamente em todos os setores

da sociedade. E que a escola deve servir de exemplo, mostrando a devida

importância de se cuidar do verde escolar e multiplicando essa ideia para que não

se torne somente mais um projeto isolado.

A arborização das escolas está diretamente relacionada à arborização

urbana, pois a grande maioria das escolas pouco arborizadas encontra-se nessa

área, e quando se fala da importância de uma arborização urbana, refere-se também

à importância numa área escolar. Biondi (2000, p. 45) relaciona os principais

benefícios de uma arborização:

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a) Valores estéticos: relacionados principalmente aos benefícios visuais fornecidos pelas plantas, proporcionando um contato básico do homem com a natureza; b) Valores ecológicos: incluem os benefícios de melhoria microclimática, amenização da poluição atmosférica e acústica, e proteção do solo e da fauna; destacando-se o papel das árvores na qualidade de vida em ambientes urbanos; c) Valores físicos e psíquicos do homem: os físicos estão relacionados ao conforto proporcionado pelas árvores, com a alteração do microclima urbano (temperatura, vento, umidade, insolação e poluição atmosférica e sonora); já os psíquicos se referem a benefícios como a atenuação do estresse e o bem-estar proporcionado pelo contato do homem com a natureza; d) Valores políticos e econômicos: associados à valorização da cidade pela criação de novas áreas verdes e pelo aumento de ruas arborizadas, tendo como argumento a melhora da qualidade de vida urbana. Inclui também a especulação imobiliária e a valorização das propriedades próximas a parques, hortos e ruas arborizadas; e) Valores sociais: referem-se a aspectos como a oportunidade de convívio de pessoas das mais variadas classes sociais, sem distinções, e a capacidade de proporcionar educação ambiental.

É evidente a necessidade de ações por parte das escolas para incentivarem

o aumento de áreas verdes e principalmente arborização, pois estão relacionadas

diretamente a qualidade de vida. É fundamental que se quebre esse círculo vicioso,

criado dentro das instituições educacionais e promova-se um maior respeito à

arborização, desenvolvendo uma conscientização teórica e prática sobre as

questões ambientais, salientando a importância da arborização nas escolas, em seu

entorno e em todos os locais possíveis.

A promoção da Educação Ambiental nas escolas torna-se muito mais fácil a

partir do momento em que os educandos estão em contato com áreas verdes, sendo

que a sua falta diminui a atenção pelo problema, pois se torna temas distantes de

seus olhares.

A arborização de escolas é sem dúvida, fundamental para representar o

respeito que se dá a vegetação no âmbito escolar e no atual contexto ambiental

global. Além de todos os benefícios, as árvores são o símbolo de uma natureza que

durante muito tempo vem sendo destruída e uma escola arborizada mostra a

atenção que se está dando às questões ambientais.

Da teoria à prática ambiental no ambiente escolar

No primeiro semestre de 2013 procedeu-se a elaboração do Projeto de

Intervenção Pedagógica sob a orientação da IES, tendo como título: um espaço

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escolar mais verde e arborizado, reforçando a discussão sobre a educação

ambiental. No segundo semestre de 2013 foi elaborado o Material Didático

Pedagógico para a implementação pedagógica na escola, relacionando-o com os

objetivos do projeto que era construir com os alunos a reflexão sobre a

sustentabilidade ambiental, utilizando como referência o espaço escolar, no que diz

respeito à arborização.

A implementação deste estudo foi direcionada aos alunos do 7º ano do

Ensino Fundamental, período vespertino do Colégio Estadual Pedro Macedo, bairro

Portão, Curitiba, tendo início no mês de fevereiro de 2014, primeiramente foi

apresentado o projeto à direção, equipe pedagógica e a todos os professores e

demais funcionários do colégio, posteriormente aos alunos, ressaltando a

necessidade de sua implementação.

A questão ambiental na perspectiva dos alunos

Na primeira etapa da implementação foi feito uma sondagem minuciosa para

analisar o nível de conhecimento, as perspectivas, as curiosidades que os alunos

possuem sobre meio ambiente, mundo sustentável, florestas, desertificação,

mudanças climáticas e degradação ambiental, analisando as expectativas de cada

um, para trabalhar de forma mais proveitosa suas habilidades. A turma foi dividida

em seis grupos, onde os assuntos foram abordados com um pequeno questionário e

um debate. Após muitos questionamentos chegou-se a conclusão que a maioria

sabe da importância de se preservar o meio ambiente, que não podemos desmatar,

poluir o ar, matar os animais, e que não podemos ignorar os fatos que ocorrem a

todo o momento, porém não sabem o que fazer. Alguns alunos falaram em fazer o

dever de casa, como: separar o lixo, gastar menos água, andar menos de veículos,

consumir menos. Ao se referir as áreas verdes e as árvores nas escolas, foi

possível relacionar alguns benefícios que proporcionam, como: sombra, filtragem da

poluição, diminuição dos ruídos externos e embelezamento. Concluiu-se que, apesar

dos alunos terem poucos anos de vida educacional, e das poucas informações

diante da grande problemática, possuem um bom conhecimento dos fatos que

ocorrem no mundo, necessitando apenas um aprofundamento a respeito do assunto.

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Imagem 1 - alunos trabalhando com temas ambientais. Autor: Viviani, J. C. (2014).

Análise sobre a importância das questões ambientais

Após uma análise, sempre respeitando a individualidade, foram expostos os

problemas ambientais e a importância da natureza a todos os seres vivos, dando-se

ênfase a questão arbórea e aos benefícios que as áreas arborizadas proporcionam.

Esta etapa ocorreu com aulas expositivas, utilizando-se de vídeos (Mudanças

Climáticas, Desmatamento - GREENPEACE BRASIL, Código Florestal, Desenho

sobre Desmatamento - WWF BRASIL), slides, trechos de filmes (Wall-e, A maior flor

do mundo, Um dia depois de amanhã), revistas, jornais, cartilhas, mapas, etc. e teve

como objetivo mostrar aos alunos os problemas ambientais que ocorrem no mundo

e em seu ambiente local. Foi realizada uma análise da desestabilização do

microclima local em escolas com pouca ou nenhuma área verde arborizada,

colhendo-se dados sobre os problemas que acontecem nas mesmas. Utilizando-se

do Google Earth foram captadas várias imagens de escolas do município de

Curitiba, mostrando as que possuem uma considerável área verde bem arborizada e

àquelas onde predominam calçadas, para que os alunos pudessem analisar

diferentes realidades e fizessem uma comparação com a escola onde estão

inseridos.

Nesta etapa foi importante atiçar a curiosidade em benefício da descoberta,

pois o ser humano é por natureza curioso e a curiosidade é uma ferramenta

essencial para o aprendizado. No final desta etapa do projeto percebeu-se que os

educandos assimilaram muito bem o assunto, principalmente quando assistiram aos

vídeos que mostram os problemas ambientais. Quando debatidos os conceitos

principais da degradação ambiental, alguns tiveram total dedicação, se empenharam

para trazer as melhores respostas, porém, outros, somente responderam as

questões, sem nenhuma preocupação com o verdadeiro objetivo, ressaltando a

necessidade de um maior aprofundamento na questão, almejando uma

sensibilização mais coletiva. Ficou evidente nesta etapa que todos tem consciência

sobre o tema trabalhado, contudo os assuntos são melhores assimilados quando

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transmitidos através de recursos audiovisuais. Outro fato relevante foi a necessidade

de trabalhar os assuntos sobre o meio ambiente com atividades mais criativas, pois

a mesmice não atiça a curiosidade de alguns, que veem o trabalho como uma

obrigatoriedade.

Imagem 2 – alunos analisando a situação das áreas verdes do colégio. Autor: Viviani, J. C. (2014).

Visitas a áreas verdes para ampliação do conhecimento

Após estar motivado e com sua curiosidade aflorada, o aluno adquiriu mais

conhecimentos sobre as questões ambientais e a importância do verde urbano,

através de visitas supervisionadas ao Jardim Botânico, ao Horto Florestal (foram

trazidas 50 mudas de árvores para serem plantadas no colégio), a área verde do

próprio colégio e também das áreas existentes em seu entorno. Nessa etapa

colheram-se muitas informações dos locais visitados (fotos, vídeos, entrevista com

os guias, análise da temperatura e da umidade), e pôde-se fazer uma análise da

situação do colégio e das ruas que estão em seu entorno. É fundamental o aluno

vivenciar a prática, pois se familiariza com a situação e começa a construir novos

caminhos. Após cada passeio, ocorreu um debate junto aos alunos sobre os

conhecimentos que adquiriram.

Foram realizados quatro passeios nos quarteirões ao redor do colégio, onde

participaram em média 12 alunos. Foi um momento de muita descontração, onde

ficaram muito animados e alguns até mesmo eufóricos por poder fazer uma

atividade muito diferente das que estavam acostumados: fotografando, observando

e mapeando as poucas áreas verdes e as árvores existentes. Puderam observar a

inexistência de árvores na Avenida República Argentina (avenida em frente ao

colégio) e o grande número de árvores existentes nos quarteirões próximos ao

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colégio. Percebeu-se que alguns alunos realmente estavam atentos ao verdadeiro

objetivo do projeto, porém, outros viram a atividade extraclasse como uma diversão,

ficando mais atento as edificações e comércios do que ás áreas verdes e as árvores.

Concluiu-se que apesar da maioria ter uma pequena consciência ambiental,

apenas poucos dão importância a essa questão. No ambiente visitado existe a

predominância de edificações e um mínimo de áreas verdes, dispersando a atenção

daqueles que veem o meio ambiente como mais um elemento entre nós, sem a

verdadeira importância em preservá-lo. Percebeu-se que quanto menos áreas

verdes e árvores, e mais edificações, menos interesse os alunos tem pela questão

do verde. Ressalta-se aqui a importância de ampliação de áreas verdes para que se

desenvolvam uma atenção à questão. Fato esse percebido quando se chegou à

Avenida Morretes (próximo ao colégio), onde existe grande número de árvores se

destacando na paisagem urbana, os alunos observaram mais a vegetação, ficando

clara a importância delas para atiçar o interesse pelo meio ambiente.

Um ambiente onde predomina as áreas verdes, como um bosque, por

exemplo, os interesses ambientais são muito maiores. Fato comprovado durante as

explicações do engenheiro florestal sobre as sementes e a formação das mudas das

árvores, no Horto Florestal, e também no momento onde escolheram as mudas para

levar ao colégio, demostrando preocupação em qual muda seria apropriada para o

plantio no local em que estudam. Na visita ao Jardim Botânico, por ser um local mais

conhecido, ocorreu uma dispersão dos alunos. Os que tinham maior interesse

ficaram mais próximos, porém alguns se afastaram, não se preocupando com as

explicações do professor. Foi importante pelo fato de estarem felizes diante de uma

natureza tão bela. Porém, muitos não se interessavam em saber detalhes sobre

aquelas áreas verdes. Talvez pelo número elevado de alunos (43), que possa ter

prejudicado um pouco o resultado.

O objetivo das visitas surtiu efeito parcial, pois acredita-se que todos gostam

das áreas verdes, das árvores e que veem a importância de sua presença, mas nem

todos os alunos se preocupam com elas.

Nessas visitas o professor pôde perceber, juntamente com os alunos, que o

bairro Portão-Curitiba possui ruas bem arborizadas, com exceção da Avenida

República Argentina que praticamente não possui árvores. O grande problema do

bairro não é falta de árvores nas ruas, mas a inexistência de bosques e praças de

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grande porte. As poucas praças do bairro são pequenas e com pouco contingente

arbóreo.

Imagem 3 – analisando a situação vegetal no entorno do colégio. Autor: Viviani, J. C. (2014).

Imagem 4 – visitas ao Horto Florestal e ao Jardim Botânico. Autor: Viviani, J. C. (2014).

Desenvolvimento da prática para a construção de atitudes sustentáveis

Para que os resultados fossem mais promissores, ocorreram outras aulas

práticas que objetivaram a construção de atitudes sustentáveis, onde os alunos

representaram a realidade vivida e os locais visitados. Ocorreu uma montagem de

cartazes com recortes de revistas, jornais, confecções de mapas para analisar os

biomas e seus problemas a nível mundial, Brasil, Paraná, dando-se ênfase a

cobertura vegetal do município de Curitiba e do bairro Portão. Elaborou-se um mapa

do colégio com o levantamento da área permeável e da área verde, catalogando as

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árvores, identificando as espécies nativas e suas origens, com inúmeros dados de

toda área verde. Em outro mapa do bairro Portão foi colocado a localização das

árvores e das áreas verdes próximas ao colégio. Criou-se também uma cartilha

sobre a área verde do colégio, de como plantar e cuidar de árvores. Nesta etapa

foram utilizadas algumas ferramentas tecnológicas: mapas temáticos, GPS, Google

Earth, Google maps, fotos, vídeos, internet e livros para identificar as plantas, etc.

Ao se trabalhar com os mapas do bairro Portão em sala de aula, com o

objetivo de sensibilizar sobre a questão ambiental, percebeu-se que a aula prática

atiça muito mais o interesse por determinados assuntos. Os discentes perceberam

que o bairro onde está o colégio é pouco arborizado e com poucas praças,

necessitando de um aumento considerável de árvores. Observando o mapa do

bairro, despertou-se a curiosidade em saber sobre a situação da vegetação de

várias ruas do bairro e também de outros bairros, dando início a uma pesquisa mais

detalhada.

Imagem 5 – alunos trabalhando com mapas e cartazes. Autor: Viviani, J. C. (2014).

Disseminação de ações sustentáveis dentro do colégio

No final desta etapa ocorreram outras atividades que objetivaram

desenvolver o interesse pela área verde do colégio, percebendo-se que o cuidado

pela natureza mundial tem e deve começar com pequenas atitudes, e que a escola

deve servir de exemplo a ser seguido:

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Plantou-se 30 mudas de árvores dentro do colégio, sendo que um Pau-Brasil

foi adotado pelos alunos como símbolo. Esta etapa foi fundamental para que

os mesmos observassem a situação do verde de seu colégio, e assim

começassem a dar mais importância à natureza que está próxima de si.

Os alunos elaboraram um vídeo, ensinando como plantar e cuidar das

árvores, que teve um grande envolvimento, pois sabiam que o que estavam

fazendo iria ser visto por outros alunos e tinham o compromisso em ensinar

a forma correta.

Logo no início da implementação do projeto abriu-se uma página em uma

rede social (https://www.facebook.com/groups/691574504227229/) para

postar informações, fotos, vídeos, ideias, soluções, projetos de outros locais,

utilizando como ferramenta para ampliar os interesses pela questão

ambiental, como recurso para o monitoramento e a manutenção de áreas

verdes dentro e fora do colégio. Ferramenta esta que foi fundamental para

um maior envolvimento dos funcionários do colégio, de outros alunos, bem

como seus familiares.

Na semana de “integração escola/comunidade”, realizada no mês de

setembro, foram distribuídas mudas de árvores e da cartilha elaborada pelos

alunos, ocorrendo também à finalização da implementação com a análise

dos resultados e exposição ao colégio de todo material produzido. Houve um

grande interesse dos alunos em expor seus trabalhos e transmitir o

conhecimento, principalmente na distribuição das mudas.

Imagem 6 – plantio de árvores e outras plantas, doação de mudas e exposição de todo o projeto no colégio. Autor: Viviani, J. C. (2014).

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O Grupo de Trabalho em Rede (GTR)

Durante a implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola,

ocorreu o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que é uma modalidade de ensino

disponibilizado aos professores da rede pública do Paraná, onde o professor PDE é

o coordenador. Esta modalidade de ensino objetiva possibilitar que o professor PDE

discuta com outros professores sobre a importância de seu projeto. Participaram

deste GTR dezessete professores, sendo que apenas dois não concluíram suas

considerações até o final do curso.

No decorrer das atividades foi apresentado todo o projeto, seus objetivos,

justificativas, problemáticas e os referidos teóricos que as fundamentavam,

possibilitando que os professores/cursistas pudessem analisar e debater sobre a

pertinência deste projeto para a escola pública.

Com os inúmeros comentários, reflexões e as trocas de ideias possibilitou-se

um maior aprimoramento sobre a importância desse tema. Como os

professores/cursistas eram da mesma disciplina, percebeu-se o grande interesse em

aprofundar o conhecimento sobre a questão. As discussões foram enriquecedoras,

com exposição de projetos semelhantes aplicados em suas escolas, relatando os

pontos positivos e as barreiras encontradas no decorrer do processo de

implementação. Outros professores ainda não tinham participado de nenhum projeto

parecido, mas demostraram muito interesse no tema e pretendiam aplicar em seus

colégios.

Todos os professores participantes do GTR, até o final, demonstraram

entender a importância da criação de escolas mais verdes e arborizadas, e a

necessidade de uma aplicação mais assídua da lei de Educação Ambiental.

Comprometeram-se em transmitir essa necessidade a outros para que o

envolvimento torne-se cada vez maior.

Todos foram unânimes na viabilidade das atividades propostas na Unidade

Didática, acrescentando outras ideias de atividades.

As participações dos professores no decorrer do GTR foram de suma

importância, pois possibilitaram o aprimoramento das atividades, objetivando um

melhor aproveitamento dos recursos disponíveis e subsídios para a busca de novas

estratégias para o trabalho.

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Durante o GTR foi possível perceber que os resultados são muito mais

promissores quando um número muito maior de pessoas estão envolvidas, e que a

troca de informações e as inúmeras reflexões, estimulam o grupo a buscar soluções

que aprimorem a aplicabilidade do tema em questão, com resultados mais reais.

Conclusão

A Educação Ambiental já é uma realidade nas escolas e sua aplicabilidade

deve satisfazer os anseios pela melhoria de um ambiente escolar, onde a qualidade

de vida deve estar diretamente atrelada à existência e manutenção de suas áreas

verdes, e principalmente as árvores.

Entender a necessidade de conscientizar os alunos e as escolas pela busca

de espaços mais voltados às questões ambientais, acreditando que o espaço

escolar é o ambiente propício para essas ações, e fazê-los perceber a grande

responsabilidade que possuem, diante de uma natureza que há tempo vem sendo

degradada tornou-se metas a serem almejadas.

À medida que os alunos adquirem conhecimento sobre a questão ambiental

percebe-se uma mudança comportamental, isso se deve ao fato de tornar o

ambiente escolar um espaço de conscientização e de preservação do meio

ambiente, sendo ela um exemplo a ser seguido.

As árvores no espaço escolar proporcionam muitos benefícios, no entanto,

nada disso tem importância se o educando não se familiariza com essa questão, e

foi pensando nisso que as inúmeras atividades previstas e disponibilizadas

esclareceram sobre o quão são importantes essas áreas verdes com suas árvores.

Comparando as ideias iniciais do projeto com as finais, pode-se dizer que os

objetivos ansiados foram alcançados.

O projeto foi implementado com trinta e sete alunos, destes, apenas dois

não tiveram resultados finais promissores, devido a problemas alheios a escola, os

outros trinta e cinco se envolveram de forma surpreendente nas atividades e se

sensibilizaram com a necessidade de cuidar do meio ambiente, principalmente da

área existente dentro do espaço escolar. Preocuparam-se em entender a situação

global, as ações que vem ocorrendo ao longo da história e fazer uma ligação direta

com o locar no qual estão. Após entenderem a problemática, iniciou-se o

desenvolvimento de algumas habilidades, principalmente o cuidado pela natureza, e

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aos poucos foram aprendendo como lidar com esta questão. Durante o

desenvolvimento das atividades percebeu-se um crescente interesse pela vegetação

existente no colégio e em seu entorno. Diante dessas reflexões fica clara a

importância da existência do verde e das árvores no colégio, pois ao estudar sobre o

meio ambiente dá-se muito mais valor, por estar próximo e não somente em livros

didáticos.

Sendo assim, concluiu-se que a criação de escolas mais verdes e

arborizadas é uma necessidade não somente para reforçar a Educação Ambiental,

mas também para fazer com que o aluno esteja próximo da natureza, percebendo a

melhoria da qualidade de vida, entretanto, existe um longo caminho para que todas

as escolas abracem a causa e estendam sua importância a um coletivo.

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