os desafios da escola pÚblica paranaense na … · passam a professar sua crença em outra...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: O Diálogo Interreligioso e a Construção da Cidadania
Autor: Luiz Antonio Piai
Disciplina/Área:
(ingresso no PDE)
Sociologia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
CEEBJA – Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos - Maringá
Município da escola: Maringá
Núcleo Regional de Educação: Maringá
Professor Orientador: Geovanio Rossato
Instituição de Ensino Superior: UEM
Relação Interdisciplinar:
(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Resumo:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Vivemos em um mundo globalizado e em constantes mudanças que nos levaram, nas ultimas décadas, a conviver com modificações muito rápidas em todos os setores da vida humana. O contexto escolar reflete as transformações ocorridas, entre as quais a secularização que abrange uma gama de alunos e professores que se tornaram agnósticos, ateus ou professam os mais variados tipos de credos, em paralelo ao declínio do catolicismo. Neste sentido, no âmbito religioso, o crescente número de pessoas que abandonam o catolicismo e passam a professar sua crença em outra instituição religiosa, ou tornam-se agnósticas, ateus ou ecléticos; além das religiões não cristãs, faz surgir assim uma sociedade bastante diversificada e complexa a partir do sagrado. É preciso um repensar sobre as formas de nos relacionarmos com o outro e
quando respeitamos a crença alheia estamos demonstrando um profundo apreço ao ser humano; por isso a escola deve ser um espaço de aprendizagem importante neste contexto, ela deve propiciar um trabalho de diálogo interreligioso para promover o encontro, o respeito mutuo, a ética, e a construção da cidadania através da tolerância com quem possui uma relação diferente da nossa com o sagrado.
Palavras-chave:
(3 a 5 palavras)
Diálogo interreligioso; tolerância; cidadania; escola; ensino religioso.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)
Alunos do Ensino Médio
1. APRESENTAÇÃO
Vivemos em um mundo globalizado e em constantes mudanças. Nos últimos
cinquenta anos aprendemos a conviver com modificações muito rápidas em todos os
setores da vida humana, basta ver as profundas modificações nas tecnologias de
informação e comunicação, a biotecnologia; as novas formas de produção
capitalista, e consequentemente as mudanças de ordem social e política: a rápida
urbanização, o crescimento da miséria, o desmatamento, o crescimento da violência
urbana.
Toda mudança econômica acaba modificando a vida cotidiana das pessoas,
pois elas precisam seguir sobrevivendo da forma que puderem, adaptando-se a
novas formas de trabalho e de relacionamento social; tanto é que milhares de
pessoas circulam pelo mundo atrás de um emprego e de uma melhor condição de
vida. Toda esta transformação produz uma gama de incertezas, gerando dessa
forma uma crise de valores pouco vista na história.
A sociedade brasileira tem se modificado muito ao longo das últimas décadas,
no âmbito religioso, há o crescente número de pessoas que abandonam o
catolicismo e passam a professar sua crença em outra instituição religiosa cristã ou
não, ou tornam-se agnósticas, ateus ou ecléticos. Isto faz surgir, a partir do sagrado,
uma sociedade bastante diversificada e complexa, a qual, segundo Chauí (2003:
253) [...] é, pois, a qualidade excepcional – boa ou má benéfica ou maléfica,
protetora ou ameaçadora – que um ser possui e que o separa e distingue de todos
os outros...”.
Este contexto de crenças ou descrenças permeia, também, o universo
escolar, sendo necessário um aprendizado respeitoso por todos. Sabe-se que a
intolerância cresce a passos largos, na medida em que o diálogo é substituído pela
força e pela violência, pois CAULYT (2013) nos aponta que “o número de denúncias
referentes à intolerância religiosa no Brasil, feitas pelo Disque 100 da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, aumentou de 15 em 2011 para 109
em 2012”. O contexto escolar é fruto de todas estas transformações ocorridas, entre
as quais a secularização que abrange uma gama de alunos e professores que se
tornaram agnósticos, ateus ou professam os mais variados tipos de credos, em
paralelo ao declínio do catolicismo.
É preciso um repensar sobre as formas de nos relacionarmos com o outro e
quando respeitamos a crença alheia estamos demonstrando um profundo apreço ao
ser humano; por isso a escola deve ser um espaço de aprendizagem importante
neste contexto, ela deve propiciar um trabalho de diálogo interreligioso para
promover o encontro, o respeito mútuo, a ética, e a construção da cidadania através
da tolerância com quem possui uma relação diferente da nossa com o sagrado. Isto
feito, não só haverá apenas um cotidiano escolar mais plural, mas teremos uma
sociedade mais tolerante. Neste trabalho queremos proporcionar aos alunos do
ensino médio do CEEBJA a possibilidade do diálogo interreligioso para a construção
da cidadania.
Sendo assim, surgem algumas indagações: De que forma a heterogeneidade
de credos interage dentro do cotidiano escolar? Em que medida esta
heterogeneidade é trabalhadas em sala de aula? Existe espaço para o dialogo
interreligioso no cotidiano do Centro de Estadual de Educação Básica Para Jovens e
Adultos Professor Manoel Rodrigues da Silva?
Na busca por respostas a estes questionamentos apresentaremos um
material didático voltado a diagnosticar e melhorar o diálogo interreligioso no
ambiente escolar e, desta forma, contribuir para formação cidadã do nosso aluno.
2. MATERIAL DIDÁTICO
2.1 TEXTO BASE
O Diálogo Interreligioso e a Construção da Cidadania
O caso brasileiro é interessante, devido à pluralidade e a diversidade religiosa
de nosso povo. Refletindo um pouco sobre a história do nosso país, sabemos que
era habitado por uma infinidade de povos indígenas que possuíam suas próprias
crenças e sua própria cultura. No início do século XVI, com a expansão do
capitalismo mercantilista tomando forma, o colonizador português põe os pés no
solo das “novas terras” e imprime um processo de conquista e de ocupação através,
primeiramente, do corte do Pau-brasil com o trabalho indígena e posteriormente o
plantio da cana-de-açúcar com a importação da mão de obra escrava negra trazida
de diversos e distintos lugares da África, totalizando, segundo GOES (2008),
3.600.000 escravos. Esta população, no momento em que chegavam rapidamente
era separada do seu grupo linguístico e cultural sendo misturados com outros de
povos diferentes para que não pudessem se comunicar.
Em meados do século XIX até o início do século XX, devido à lavoura de café,
o Brasil tem novamente uma forte leva de imigrantes, principalmente europeus, mas
sem esquecer-se dos turcos e árabes, que na sua maioria eram muçulmanos,
japoneses que na sua chegada professavam, em geral, o budismo e xintoísmo e
muitos outros.
Este processo histórico permite ao Observatório da Laicidade do Estado
concluir:
Quando comparado a outros países, o campo religioso é, no Brasil,
especialmente complexo, pois abrange religiões de diferentes graus de
institucionalização e de distintas tradições culturais. Desde o monoteísmo
judaico-cristão até o politeísmo indígena ou de origem africana, e as mais
recentes incorporações de tradições orientais, inclusive de religiões que não
possuem a noção de deus. (...) No meio do caminho, estão as Igrejas
Evangélicas Pentecostais, algumas com maior grau de institucionalização,
outras menor, pois a criação de nova igreja depende da iniciativa e da
liderança do pastor ou do ministro dissidente, inaugurando sua própria
confissão.
De fato nota-se que a formação do povo brasileiro é sem dúvida e marcada
pela multirreligiosidade e pela multiculturalidade, pois a cultura é uma forma da
expressão da religião.
Desde a época da chegada dos europeus no Brasil, o catolicismo tornou-se
religião oficial até a Constituição de 1891, ou seja, foi um Estado confessional no
período do Brasil colônia até o Brasil império. Mesmo assim, durante todo este
período conviveu e incorporou, em sua cultura nacional, diversas práticas religiosas
indígenas, africanas e, posteriormente as primeiras igrejas protestantes chegaram
ao Brasil juntamente, com a vinda da família real portuguesa, em 1808, entre outras.
A partir do Segundo Reinado o número de seguidores da Igreja Católica foi
diminuindo, (fonte IBGE): entre os anos de 1872 e 1970, com perda de 7,9% de
participação no total da população; e tornaram-se muito acelerada nas últimas três
décadas quando o número de fiéis chegou a 64,6% do total da população, um
processo que impulsionou o crescimento tanto de evangélicos (cristãos
protestantes), como de pessoas sem vínculo com uma instituição religiosa e de
ateus, de acordo com a pesquisa do censo 2010, (IBGE: 2012).
Mas, o que ocorreu, sobretudo, nas ultima décadas, que impulsionou esta
mudança tão significativa no perfil religioso da população brasileira?
Vejamos então, o mundo atual do ponto de vista econômico e político vive em
constante e rápida transformação, sobretudo, a partir de 1980, quando se deu o
processo de globalização da economia a partir de um viés neoliberal; processo que
vem integrando diversos setores produtivos da sociedade, com o objetivo de
maximizar os lucros barateando ou eliminando a mão de obra.
Toda mudança econômica acaba modificando a vida cotidiana das pessoas,
pois elas precisam seguir sobrevivendo da forma que puderem, adaptando-se a
novas formas de trabalho e de relacionamento social; mas toda esta transformação
acaba gerando uma gama de incertezas, gerando dessa forma uma crise de valores
pouco vista na história.
Neste sentido todo este o processo histórico vivido pelo povo brasileiro,
acrescido de um profundo processo de industrialização e urbanização iniciado a
partir de meados do século XX, o qual, nas ultimas décadas aliou-se à globalização
e ao neoliberalismo, nos leva a refletir como as mais diferentes formas de cultura se
relacionam em um ambiente urbano restrito espacialmente, a cidade, ao mesmo
tempo em que concentra uma infinidade de indivíduos de culturas e meios sociais
diferentes?
Assim nos responde Guerra (2008:98):
Nada que seja de estranhar, pois as cidades sempre se opuseram ao
campo pela sua heterogeneidade social e cultural sendo, por definição,
consideradas «cosmopolitas» na medida em que concentra num território
restrito uma grande diversidade de indivíduos de culturas e meios sociais
diferentes. É isso que torna as cidades lugares de inovação (identificada
com a cultura urbana), mas também, e paradoxalmente, lugares de tensão e
de confronto cultural.
Devemos lembrar, ainda, que a urbanização brasileira aconteceu de forma
socialmente desordenada, pois milhares de pessoas se deslocaram da região norte
e nordeste em direção, principalmente, a região sudeste e sul, e ao chegar nestas
regiões não encontraram uma infraestrutura mínima de habitação, de educação, de
saneamento básico; ficando jogadas à própria sorte e desta forma inchando os
centros urbanos e fazendo crescer as favelas. Nas palavras de PINHO (2012:1):
A década de 80 mergulhou o país numa crise econômica maior
ainda, aumentando o abismo social e a segregação existente na
cidade. Os indicadores sociais urbanos continuaram piorando,
aumentou o processo de favelização e a violência e o processo de
migração para as cidades foi intensificado agravando ainda mais
esses indicadores.
Essa situação de miséria e abandono aprofundou a exclusão social que em
muitos casos, convive concomitantemente ao lado dos que tem poder aquisitivo.
Com esse cenário da sociedade brasileira, carregado de contradições sociais e
econômicas, temos de levar em conta outro aspecto, não menos importante, que é a
relação intercultural.
Neste sentido, nos últimos trinta anos as diversificações das crenças
religiosas se modificaram profundamente no Brasil, a Igreja Católica, ao que parece,
não soube dar respostas a nova realidade social presente em nosso país. Disso
resultou um crescimento surpreendente das igrejas pentecostais, que ocuparam um
espaço aberto por esta nova configuração da vida, principalmente urbana, da
sociedade brasileira.
Segundo CARRERO (2007: 118):
Para os teóricos do Pentecostalismo clássico do Brasil e da América Latina,
a face pentecostal do meio evangélico sempre foi compreendida como um
refúgio das classes populares e como local de reintegração dos laços
perdidos com a transferência de enormes contingentes do meio rural para o
meio urbano. As firmas pentecostais desempenhariam o papel de formadora
de comunidades fraternais capazes de integrar os nãos privilegiados.
Com o surgimento de novos credos a partir do declínio católico, e ao mesmo
tempo em que a secularização se faz presente em nossa sociedade, faz-se
necessário um diálogo que favoreça o pluralismo religioso, pois há, também, outras
formas de pensamento que nos remete ao sagrado, ao sobrenatural. Temos as
religiões de origem africana, o ocultismo, as religiões do extremo oriente, os
agnósticos, etc. É neste contexto complexo que são forjadas as pessoas que cedo
ou tarde estarão interagindo, seja no cotidiano, seja na sala de aula, razão pela qual
a escola deve constituir-se enquanto um espaço aberto de diálogo e respeito que
promova a valorização do direito a igualdade.
Neste sentido o que estamos propondo aqui é uma reflexão a respeito da
igualdade, do diálogo, da liberdade de expressão e de religião, da busca do bem
comum, tão caro às sociedades democráticas.
As nossas escolas podem exercer um papel crucial na implantação de um
diálogo interreligioso, contribuindo assim para que o aluno possa perceber que a sua
crença é uma das inúmeras possibilidades de acesso ao sagrado, e que ninguém e
nenhuma religião têm o monopólio da verdade, mesmo porque sabemos que as
religiões têm a função de acolher, de apaziguar os temores, de conduzir seus
adeptos a uma vida de reflexão e oração; ela é a crença de que não estamos
abandonados neste mundo e quando se está solitário temos o conforto de que algo
pode nos ajudar com sua mística presença e diante da morte encontramos um
pouco de refrigério. É nisto que se encontra a sentido de cada crença religiosa.
Desta forma cada religião possui a sua verdade e não a verdade. Conhecer
outras crenças nos abre a possibilidade de compreender outras dimensões da vida e
do universo. Como nos lembra DURKHEIM (1983:206):
Portanto, no fundo, não existem religiões falsas. À sua maneira, todas são
verdadeiras, todas respondem, mesmo que de diferentes formas, a
condições dadas da existência humana. [...] Todas são igualmente religiões,
assim como todos os seres vivos são igualmente vivos, desde os mais
humildes plastídios até o homem.
Quando falamos que o diálogo interrelioso é importante, posto que se não há
diálogo há intolerância. A história está recheada de casos onde a intolerância atingiu
níveis inimagináveis, tais como a inquisição ou algo mais recente como é o caso dos
regimes totalitários e em especial o nazismo. Após os horrores e flagelos da
Segunda Grande Guerra de 1939 - 1945, as potências vitoriosas, promoveram a
criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos onde em seu artigo XVIII diz:
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade
de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Muito embora esta declaração não possua força legal, ela representa um
referencial para a tomada de consciência de que as pessoas possuem direitos que
devem ser respeitados principalmente pelos governos que se intitulam em Estados
de Direito.
Partindo deste pressuposto, e da necessidade do diálogo interreligioso, temos
um longo caminho a trilhar. Neste caso, a educação para a cidadania é um ponto de
partida, a qual, segundo JOHNSON apud MARSHALL (1997:34), inclui [...] “ o direito
de livre expressão, de ser informado sobre o que está acontecendo, de reunir-se,
organizar-se, locomover-se sem restrição indevida e receber igual tratamento
perante a lei.”
A escola pública é um espaço de presença do Estado e no caso brasileiro é
laico e democrático, ao menos formalmente. Nesse sentido, referir-se a diversidade
religiosa no ambiente escolar no remete a formas de se compreender o sagrado e as
relações interculturais.
Sendo assim, a escola pode se constituir em um local apropriado para a luta
contra a intolerância através de uma ética do respeito à diferença e do respeito
incondicional ao outro. PFEFFER (2009) nos lembra:
As religiões compatíveis com a democracia e que podem contribuir com a
realização deste projeto são religiões humanizadoras: religiões capazes de
superar os excessos da espiritualidade evasiva e ajudar formar sujeitos
livres, dotados de consciência na luta contra o sofrimento, a injustiça e a
opressão. São religiões que proclamam a dignidade humana baseada na
solidariedade entre os povos e nos direitos humanos.
Vivemos em uma época, onde a luta pelos direitos humanos é uma constante,
tanto através dos tratados internacionais, tal como a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, com nacionais, haja vista em nosso país a existência de uma
série de leis humanitárias como os Estatutos da Criança e do Adolescente (ECA) e o
do Idoso, entre outras; demonstrando ser a ideia de igualdade um imperativo que
deva chegar atingir a todas as pessoas de modo indistinto.
A liberdade religiosa é uma expressão desta conquista, mas é preciso
colocá-la em prática e a sala de aula pode ser um espaço para seu aprendizado
contribuindo para o fim da intolerância. Por isto COTLER (2000:60) afirma
(...) o que é válido para a revolução e a contrarrevolução dos direitos do
homem é particularmente válido para os direitos do homem no plano
religioso. De fato, a liberdade religiosa não é somente o mais fundamental
dos direitos do homem; ela é, também, o principal entre os direitos incluídos
nos tratados internacionais.
Este questionário que você acaba de receber está sendo usado
para o programa PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) do
governo do estado do Paraná, na disciplina de Sociologia. O
questionário terá duração aproximada de 15 minutos, os
procedimentos empregados não provocam nenhum tipo de
constrangimento.
O preenchimento do questionário significa que você está
colaborando para que as aulas de sociologia possam ajudar a construir
uma cidadania mais consciente. Sua colaboração será anônima, os
dados aqui declarados não serão divulgados em hipótese nenhuma.
Pedimos que preencha o questionário com sinceridade e
AGRADEÇEMOS A SUA COLABORAÇÃO.
2.2 Questionário Sociológico
1. Sexo:
( ) Masculino
( ) Feminino
2. Idade:
_______ Anos completos.
3. Estado Civil:
( ) Solteiro(a)
( ) Casado(a)
( ) Separado(a) / Divorciado(a)
( ) Viúvo(a)
( ) Vivo com companheiro (a)
Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos
¨Prof. Manoel R. da Silva¨
Rua Paranaguá, 430 - Zona Sete - 87020-190
Maringá – PR - Fone: (44) 3262-2232
4. Naturalidade:
( ) Brasileiro(a)
( ) Residente estrangeiro
( ) Estrangeiro(a) naturalizado(a) Qual país?__________________
5. Município em que mora hoje:
______________________________________________________________
7. Com quem você mora? (múltipla escolha)
( ) Pais
( ) Cônjuge
( ) Companheiro (a)
( ) Filhos
( ) Sogros
( ) Parentes
( ) Amigos
( ) Outros
( ) (ou) Sozinho (a)
8. Atualmente você:
( ) Apenas estuda
( ) Trabalha e estuda
9. Qual é o seu trabalho ou ocupação principal?
______________________________________________________________
10. Você participa de alguma entidade ou associação? (múltipla escolha)
( ) Associação pastoral ou eclesial
( ) Associação de pais e mestres
( ) Sindicato de trabalhadores ou patronal
( ) Partido ou associação política
( ) Organização não governamental
( ) Time de futebol ou clube esportivo
( ) Escola de samba
( ) Grupo de dança, música ou teatro
( ) Igrejas católicas
( ) Igrejas evangélicas
( ) Cultos afro-brasileiros (umbanda, candomblé)
( ) Centros espíritas: kardecistas; Roustainguismo; Racionalismo cristão;
Renovação Cristã; Conscienciologia; Apometria; Ramatis.
( ) Outro grupo religioso. Qual?________________________________
( ) Não participo.
11. Com que frequência você tem acesso à informação? Marque sua resposta com um “X”:
Diariamente Às vezes Raramente Nunca
Jornais
Revistas
Televisão
Internet
Livros
Rádio
12. Quantos livros em média você costuma ler por ano?
( ) Nenhum
( ) Um livro
( ) De 2 a 5 livros
( ) De 6 a 10 livros
( ) Mais de 11 livros
13. Em relação à cor da pele, você se considera:
( ) Branco(a).
( ) Pardo(a).
( ) Preto(a).
( ) Amarelo(a) (Oriental).
( ) Indígena.
14. Em relação à religião, você diria que é:
( ) Ateu
( ) Acredita em Deus mas não segue nenhuma religião
( ) Católica
( ) Católica não praticante
( ) Católico Ortodoxo
( ) Igreja Batista
( ) Igreja Luterana
( ) Igreja presbiteriana
( ) Igreja Metodista
( ) Assembleia de Deus
( ) Congregação Cristã do Brasil
( ) Igreja Universal do Reino de Deus
( ) Igreja do Evangelho Quadrangular
( ) Igreja Deus é Amor
( ) Testemunhas de Jeová
( ) Espiritismo
( ) Umbanda
( ) Candomblé
( ) Budismo
( ) Muçulmana
( ) Judaísmo
( ) Crenças indígenas
( ) Outra religião. Qual? _____________________________________
( ) Prefiro não declarar
15. Em relação à religião, você diria que sua família (ou a maior parte dos seus familiares) é:
( ) Ateísta
( ) Acredita em Deus mas não segue nenhuma religião
( ) Católica
( ) Católica não praticante
( ) Católico Ortodoxo
( ) Igreja Batista
( ) Igreja Luterana
( ) Igreja presbiteriana
( ) Igreja Metodista
( ) Assembleia de Deus
( ) Congregação Cristã do Brasil
( ) Igreja Universal do Reino de Deus
( ) Igreja do Evangelho Quadrangular
( ) Igreja Deus é Amor
( ) Testemunhas de Jeová
( ) Espiritismo
( ) Umbanda
( ) Candomblé
( ) Budismo
( ) Muçulmana
( ) Judaísmo
( ) Crenças indígenas
( ) Outra religião. Qual? _____________________________________
( ) Prefiro não declarar
16. Você recebeu algum tipo de educação religiosa na infância?
( ) Em casa com meus responsáveis
( ) Com outras pessoas da família
( ) No meu trabalho
( ) Na minha igreja
( ) Pela televisão
( ) Pelo rádio
( ) Vizinhos
( ) Internet
( ) Por outro meio. ( ) Qual?_____________________________
( ) Não recebi nenhuma educação religiosa
17. Com que frequência você participa de cerimônias religiosas (missas, cultos,
etc.)?
( ) Diariamente
( ) Até 3 vezes por semana
( ) Cerca de uma vez por semana
( ) Cerca de uma vez a cada quinze dias
( ) Cerca de uma vez ao mês
( ) Raramente ou apenas em datas especiais (Natal, Páscoa, dias sagrados,
etc.)
( ) Não frequento, mas vejo pela televisão ou pelo rádio
( ) Somente em cerimônias especiais (casamento, funeral etc.)
( ) Nunca
18. Você pratica os preceitos (regras, mandamentos, rituais, proibições, jejuns, etc.) de sua religião?
( ) Sim, busco praticar todos os preceitos
( ) Busco praticar a maior parte dos preceitos
( ) Pratico somente aqueles com os quais eu concordo
( ) Pratico poucos preceitos
( ) Não estou preocupado em praticar preceitos religiosos
19. Qual o papel que sua religião ou crença tem na sua vida?
( ) É o que há de mais importante na minha vida e sobre a qual eu procuro
basear todos os meus atos e opiniões
( ) É algo muito importante para a minha vida e sobre o qual eu procuro
basear a maior parte dos meus atos e opiniões
( ) Tem relativa importância para mim, mas nem sempre está de acordo com
as minhas opiniões ou atitudes
( ) Tem pequena importância e pouco me baseio nela para tomar minhas
atitudes ou formar minhas opiniões
( ) Tem alguma importância na minha vida, mas eu não baseio minhas
decisões ou opiniões na religião.
( ) Não é importante e não baseio minhas opiniões ou atitudes em nenhuma
religião.
( ) Nenhum papel em minha vida
20. Como você entende o fato de existirem muitas religiões ou denominações
religiosas?
( ) É um fato positivo, pois demonstra que meu país é democrático
( ) Pouco positivo, pois só deveria haver uma religião
( ) É negativo, devido ao fato de existirem religiões falsas
( ) Muito negativo, devido ao fato de existirem religiões demoníacas
( ) Não sei o que responder
21. Você tem dificuldade de conviver e dialogar com pessoas de religiões
diferentes?
( ) Sim
( ) Não
( ) Depende da religião da outra pessoa
( ) Não sei responder
22. Você concorda com a ideia de que todas as religiões são iguais?
( ) Sim, todas as pessoas tem o direito de acreditar no que quer
( ) Não, isto é uma mentira para confundir as pessoas
( ) Não tenho opinião formada, pois não conheço as outras religiões
( ) Prefiro não responder
23. Para você o caráter e a ética das pessoas dependem da religião que ela acredita?
( ) Plenamente, a religião é a base da conduta
( ) Talvez, pois muitos seguem uma religião mas sua conduta é duvidosa
( ) Não acredito, devido ao fato de conhecer pessoas sem religião e serem
muito éticas e comprometidas com a sociedade
( ) Não acredito pelo fato de muitos religiosos cometerem injustiças e até
crimes
( ) Prefiro não responder
24. Existe alguma religião ou religiões que você não aceita? Para responder esta questão marque com um X em quantas caselas forem necessárias de acordo com as suas opiniões:
Você não aceitaria ter pessoas destes grupos como:
A
T
E
U
S
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E
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H
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A
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Õ
E
S
AFRICA-
NAS
E
S
P
I
R
I
T
A
S
R
E
L
I
G
I
Õ
E
S
ORIEN-
TAIS
1. Na sua família (marido, esposa, filho (a), irmãos.
2. Parentes (genro, nora, padrasto, madrasta, enteado (a), cunhado (a), etc).
3. No meu grupo de amizades, ou como amigos de meus filhos.
4. Como doadores de sangue ou de órgãos, caso você ou alguém da sua família venha precisar um dia.
5. Como vizinhos, da mesma rua ou prédio.
6. Como colegas ou parceiros de trabalho ou da escola.
7. Como empregados na minha empresa ou na minha propriedade.
8. Como cidadãos do meu país.
9. Como turistas no meu país.
10. Eu os afastaria do meu país.
2.3 TEXTO PEDAGÓGICO
Conhecer para compreender!
Devido ao pouco conhecimento, em geral, que alunos e professores possuem
sobre a religião alheia, apresenta-se aqui um pequeno roteiro sobre algumas das
religiões mais praticadas no Brasil. Ao entrar em contato com outras formas de se
chegar ao sagrado, e refletindo sobre suas doutrinas estaremos caminhando rumo à
desconstrução dos preconceitos religiosos que se originaram ao longo de nossa
história.
O texto a seguir baseia-se Livro Didático Público de Sociologia do Estado do
Paraná. Este livro é de fácil acesso, está disponível na internet e, é utilizado por
muitas escolas; oferecendo, ao mesmo tempo, um excelente material (amplo e
didático) para o tema religião, dentre os livros didáticos de sociologia disponíveis.
A INSTITUIÇÃO RELIGIOSA
“A busca de respostas sobre os mistérios da vida e da morte motivou-nos a
desenvolver o que podemos chamar de pensamento sagrado, ou seja, nossa
imaginação e inteligência, movidas pela curiosidade, levaram-nos a criar histórias
que nos explicam e aquietam nossas angústias sobre os mistérios acerca da criação
de todo o universo, e sobre o destino que nos espera.”
“Segundo Marilena Chauí, filósofa brasileira, o “sagrado opera o
encantamento do mundo” (Chauí,1998: 297), ou seja, essa forma de pensamento
nos remete a um mundo povoado de seres sobrenaturais com poderes ilimitados
que nos observam, nos recompensam, nos castigam, nos auxiliam, etc. Em todas as
culturas conhecidas, vamos encontrar sinais do sagrado. Não importa se são seres
naturais dotados de poderes sobrenaturais – a água, o fogo, o vento, se animais – o
cordeiro, a vaca, a serpente, se seres com forma humana – santos, heróis, ou seres
imaginários – anjos, demônios. Em outros casos não há deuses, mas práticas,
regras ou rituais com dimensões sagradas. Exemplificando: para alguns povos
indígenas o Sol e a Lua são considerados sagrados, para os hindus, a vaca é um
animal digno de idolatria, os judeus não cultuam deuses, mas têm seus dogmas,
assim como os budistas, que transformam todo o universo em entidade sagrada.”
“Juntamente com o desenvolvimento do pensamento sagrado, são criados os
“locais sagrados”, templos, igrejas, sinagogas, terreiros, mas talvez nem seja
necessário pensar no fim do mundo, ou na própria morte, mas o simples fato de ficar
“frente a frente” com a perda de alguém muito querido, comover-se com as
catástrofes que levam à morte de milhões de pessoas ou com o drama cotidiano dos
doentes e famintos que passam a vida somente em busca de alimento, e morrem
ignorando totalmente as possibilidades que a vida pode nos oferecer, sejam
situações que certamente levam muitos de nós a pensar sobre o sentido da vida,
sobre as razões de nossa existência, sobre os motivos que fazem cada um de nós
termos vidas tão diferentes.”
“Em resumo, consideramos que esta seja uma das formas de
compreendermos o pensamento religioso:
A religião como uma forma de alimento às nossas esperanças, como uma
força que nos impulsiona em direção a construção daquilo que consideramos justo,
ético e ideal. A crença de que em última instância, algo ou alguém irá nos socorrer
que não estamos abandonados à própria sorte, pode nos dar a força necessária
para prosseguirmos em nossa aventura pela vida! A religião pode também nos
ensinar a conviver com nossos conflitos interiores e aceitarmos o que é inevitável,
caso contrário, a vida se tornará inviável. Talvez elevar o pensamento ao Céu possa
colocá-lo à altura de nossos desejos.”
“Mas por que estudar a religião, e suas várias manifestações?”
“Antes de tudo porque não vivemos isolados no mundo. Estamos em contato
contínuo com as mais diversas culturas do planeta! Já há muito tempo a
antropologia nos alertou sobre os riscos e os prejuízos que o pensamento
etnocêntrico causaram à humanidade. Quantas culturas arrasadas, quantos povos
destruídos e dominados em virtude da ignorância e da arrogância de outros, mais
poderosos economicamente. Hoje, é inadmissível termos este tipo de atitude, qual
seja, a de olharmos com superioridade para povos com culturas diferentes da nossa,
julgarmos como inferiores comportamentos culturais que nos parecem “estranhos”
ou exóticos. Conhecer as diferentes religiões que se espalham por nosso país e pelo
mundo afora, possibilita-nos abrirmos os olhos para o mundo, ou melhor,
conhecermos outras dimensões para se compreender e explicar a vida e o universo.
Veremos que o mundo é muito maior do que imaginamos e muito mais fascinante
depois de conhecermos as histórias que buscam dar significado às nossas
existências.”
“Uma segunda forma de compreensão do pensamento religioso é percebê-lo
como instrumento de dominação, de intolerância, e que ao extremo pode chegar ao
fanatismo religioso.”
“No Brasil, temos hoje o respeito e a tolerância pelas mais diversas religiões.
Não somos obrigados a seguir uma única religião, como ocorre em alguns países.
Inclusive a Constituição Nacional nos assegura a liberdade de credo e de culto
segundo o art.5º, cap.I, inciso VI.”
“Isso significa que, ao nascermos, quase sempre seguimos a religião de
nossa família, mas que ao longo da vida podemos escolher uma nova religião, ou
mesmo optarmos pelo ateísmo.”
“Importa ressaltar, antes de conhecermos o quadro das religiões, a existência
de uma postura filosófica denominada Ateísmo. Surge na antiguidade 19reem-
romana e ganha maior espaço à partir do século XVIII, com o surgimento das teorias
anarquistas, liberais e socialistas. Consiste na total ausência de explicação divina
para a vida.”
“Vamos, em seguida, apresentar as principais religiões que podemos
encontrar espalhadas por todo o mundo. Apenas citaremos e apontaremos algumas
características de cada uma delas. O interesse e a curiosidade de vocês poderá
levar à pesquisa e ao aprofundamento sobre o assunto.”
“Religiões originárias do Extremo-Oriente:”
“Taoísmo
Baseia sua doutrina num livro chamado “Tao Te Ching” – o livro do Tao
(ordem do mundo) e do Te (força vital), escrito presumivelmente pelo filósofo chinês
Lao Tsé, no séc. VI a. C. O Taoísmo prega a passividade para se alcançar o Tao, ao
contrário do confucionismo que propõe o conhecimento. Para Lao Tsé, o mundo
ideal era aquele das antigas aldeias, onde a simplicidade e a ingenuidade criariam
as condições propícias para o perfeito equilíbrio entre o Tao e o Te.”
“Xintoísmo
Trata-se da antiga religião oficial do Japão. Originariamente não possuía um
fundador, doutrinas nem dogmas. Estrutura-se por intermédio de um conjunto de
mitos e ritos que estabelecem o contato com o divino e explicam a origem do
mundo, do Japão e da família imperial japonesa. O universo xintoísta é povoado por
milhares de deuses, denominados kamis – que se manifestam na forma de rios,
montanhas, flores, seres humanos, animais, etc. Kami também pode ser traduzido
por espírito, sendo o culto aos ancestrais uma das práticas mais importantes do
xintoísmo.”
“Hinduísmo
São surpreendentes a permanência no tempo e a complexidade desta
religião, que perdura há aproximadamente 6 mil anos, e compõe-se de tão grande
variedade de cultos e práticas religiosas, que pode ser considerada como um grande
conjunto formado por várias pequenas religiões. Mas algumas características unem
todos os hinduístas, quais sejam: o sistema de castas, a adoração às vacas e a
crença no carma. A organização da sociedade em castas parte do princípio de que
os indivíduos vêm ao mundo já ocupando um lugar na hierarquia social, como
resultado de suas encarnações nas vidas passadas. Portanto, este deve cumprir
com resignação a função que lhe coube, porque um viver com pureza pode resultar
como “prêmio”, uma vida futura numa casta superior. As quatro castas do hinduísmo
são: 1º. – os sacerdotes (brâmanes), 2º. – guerreiros, 3º. – agricultores,
comerciantes e artesãos e 4º. – os servos. Um quinto grupo que não é considerado
casta são os párias. Cada casta tem suas próprias regras de condutas e suas
próprias regras religiosas.”
“A vaca é considerado um animal sagrado, um símbolo da vida, porque ela
supre tudo que é necessário à sobrevivência humana, portanto, não é permitido
matá-la.”
“Budismo – criado na Índia, pelo príncipe Sidarta Gautama”
“O Buda (o iluminado), por volta do séc. VI A.C.. Este é tratado pelos adeptos
do budismo como um guia espiritual, e não um deus. Importa ressaltar que Buda era
absolutamente contra o sistema de castas existente na Índia.”
“Segundo o budismo, o ser humano está condenado à reencarnação após
cada morte, e a enfrentar novamente os sofrimentos do mundo (lei do carma). Para
encerrar este constante ciclo, deve-se buscar o estado da perfeita iluminação, ou
nirvana. Este estado é alcançado por intermédio da meditação e da contemplação,
que corresponde à negação dos desejos – fonte de todos os sofrimentos.”
“Confucionismo”
“Foi a doutrina oficial da China durante quase dois mil anos (do séc.II ao início
do séc. XX). Criada pelo filósofo Confúcio (Kung Fu Tzu), seus ensinamentos
apontam no sentido da busca do caminho do Tao – que seria o equilíbrio e a
harmonia entre o universo, a natureza e o indivíduo.”
“Para alcançar este caminho é necessário o conhecimento e a compreensão,
os quais são obtidos por meio do estudo do passado, da tradição. A respeito da vida
após a morte, Confúcio não ousava comentar, uma vez que ainda não havíamos
compreendido o que é a vida na Terra.”
“Religiões de origem africana:”
“Citaremos aqui somente as principais religiões afro-brasileiras presentes hoje
no Brasil, não esquecendo de que, na África, encontraremos uma grande variedade
de religiões – as religiões tradicionais ou tribais.”
“Candomblé”
“Originário da África, o candomblé chegou ao Brasil junto com os primeiros
escravos africanos, entre os séc. XVI e XVII. Seus deuses são chamados de Orixás
e representam as principais nações africanas de língua iorubá. Suas cerimônias são
realizadas em língua africana, acompanhadas de cantos e sons de atabaques.
Como esta forma de religião era proibida no Brasil, seus adeptos associaram seus
deuses a santos católicos, criando o que se conhece como sincretismo religioso.”
“Os deuses do candomblé dão proteção às pessoas, mas não determinam
como essas devem agir, e não castigam caso essas cometam algo considerado
incorreto para a sociedade.”
“Umbanda”
“É uma religião brasileira, resultado da fusão de duas religiões africanas: a
cabula e o candomblé, e de crenças europeias. O universo para os umbandistas é
habitado por entidades espirituais – os guias, que entram em comunicação com as
pessoas por intermédio dos iniciados, ou médiuns. Os guias assumem formas como
o caboclo, a pomba-gira, o preto velho e outros. A umbanda se propagou por todas
as regiões do Brasil, e é frequentada por pessoas de todas as classes sociais e
todas as origens étnicas.”
“Religiões originárias do Oriente-médio:”
“As religiões comentadas abaixo adotam a prática do monoteísmo, ou seja, o
culto a um único Deus.”
“Judaísmo”
“É a mais antiga da três grandes religiões monoteístas, sendo suas origens
encontradas há aproximadamente 1.OOO anos A.C. A palavra judeu deriva de
Judéia, parte de uma região do antigo reino de Israel.”
“Os judeus acreditam num único Deus, onipotente, o qual estabeleceu com
eles um pacto, uma aliança. Por isso, consideram-se “o povo escolhido por Deus”. O
livro sagrado dos judeus é a Bíblia judaica, ou Torá, que corresponde ao Antigo
Testamento dos cristãos, porém organizada de uma forma um pouco diferente. A
vida dos judeus é regida por normas rígidas estabelecidas por Deus. O não
cumprimento dos deveres com Deus e com seus semelhantes implicará em castigos
divinos”.
“Cristianismo”
“Tem origem no séc. I, na região ocupada hoje pelos atuais Estados de Israel
e territórios palestinos. Seus primeiros adeptos são os seguidores de Jesus Cristo e
de seus apóstolos.”
“A doutrina cristã nos ensina que Deus envia à Terra, seu filho Cristo – o
salvador, o qual foi morto a favor dos homens que estavam distanciado-se de Deus.
Na sua ressurreição Jesus oferece às pessoas a possibilidade de salvação eterna
após a morte, caso essas aceitem seguir seus preceitos de amor a Deus e aos seus
semelhantes. O cristianismo segue a Bíblia, que se divide em Antigo e Novo
Testamento. Algumas vertentes do cristianismo são apresentadas a seguir:”
“Igreja Católica Romana; Igreja Ortodoxa; Igreja Anglicana; Igreja Luterana;
Igreja Presbiteriana; Igreja Metodista; Igreja Batista; Igreja Pentescostais:
Congregação Cristã no Brasil; Assembléia de Deus; Evangelho Quadrangular; Deus
é Amor; Igrejas Neopentecostais: Igreja Universal do Reino de Deus, entre outras.”
“Cristianismo de fronteira: Mórmons; Adventistas; Testemunhas de Jeová.”
“Islamismo”
“Sua origem baseia-se nos ensinamentos do profeta Maomé, assim como
ocorre com o cristianismo. A palavra islã significa submeter-se.”
“Seu deus é chamado Alá, e seus seguidores são conhecidos como
muçulmanos (em árabe Muslim, aquele que se subordina a Deus). O livro sagrado
do islamismo é o Alcorão, sendo seus principais ensinamentos: onipotência de Deus
e a necessidade de bondade, generosidade e justiça entre as pessoas. A maioria
dos muçulmanos está concentrada no norte e no leste da África, no Oriente Médio e
no Paquistão.”
“Após elencarmos todo este numeroso rol de religiões e suas subdivisões em
igrejas, que aliás não termina aqui, se você pesquisar, certamente encontrará outras
ramificações destas religiões ou seitas isoladas e provavelmente você ficará
surpreso com a quantidade e a diversidade de manifestações religiosas existentes
no mundo. Este quadro constitui-se no que se chama de pluralismo religioso, e
certamente nos coloca importantes questões sociológicas, que não poderão ser
aprofundadas neste momento, mas sobre as quais vale a pena pensar:”
“A lógica do mercado que nas últimas décadas do século XX invadiu todas as
esferas da vida humana nas sociedades capitalistas não poupou as religiões. Por
isso, temos que estar atentos aos “espertalhões”, que se aproveitam dos sofrimentos
e falta de perspectivas das pessoas para vender sua “mercadoria” e ganhar adeptos
que favorecerão seus “negócios”,”.
“O desenvolvimento industrial levaria a uma perda da influência das religiões,
diziam os teóricos do séc. XIX. A ciência avançou vertiginosamente no último século,
e as religiões, por sua vez, ganharam uma abrangência e diversidade nunca antes
conhecidas. É importante observar o papel dos meios de comunicação na difusão de
mensagens religiosas, que chegam prontas em nossas casas.”
“Não importam suas crenças religiosas, não importa se você é ateu. “Mas
importa que você não espere o mundo acabar para lembrar se da experiência da
vida, do presente, que se acaba e recomeça a cada dia.”
3. METODOLOGIA:
Colega professor, o objetivo do nosso estudo foi promover uma discussão
sobre as questões da intolerância na sala de aula, buscando análise do conceito e
uma possível desconstrução de sua prática através do conceito de cidadania. Para
uma melhor compreensão do tema estudado, apresento um texto base enquanto
uma referência teórica organizada a partir de uma problemática percebida na sala
de aula do ensino médio do Centro de Educação Básica Para Jovens e Adultos
Professor Manoel Rodrigues da Silva.
O material apresentado trata-se de um ponto de partida para que o professor
possa fundamentar teoricamente seu discurso em prol da cidadania e da tolerância
não só em sala de aula como em todo o ambiente escolar.
Também apresento um questionário sóciorreligioso. Através dele é possível
detectar se há intolerância religiosa na escola que o professor trabalha. Depois de
aplicado e tabulado os dados, com muita prudência, comente os resultados com
seus alunos. A partir deste momento, utilize-se do texto pedagógico apresentado
aqui ou da página do portal da educação do governo do estado do Paraná, que está
apontado nas referências.
Separe os alunos em grupos e peça que cada um destes analise o texto e
descubra as semelhanças e diferenças que existem entre as religiões ou pode-se
propor aos alunos pesquisarem no laboratório de informática da escola os locais no
mundo, onde existe intolerância religiosa e o porquê delas existirem. Por fim, é
interessante promover palestras e/ou oficinas sobre a questão da
tolerância/intolerância religiosa no cotidiano escolar.
Para enriquecer o conteúdo da aula, segue abaixo a indicação de
alguns links de pequenos vídeos sobre intolerância religiosa no Brasil e no
mundo:
a) Este vídeo mostra um trecho do programa Brasil Urgente, da Rede
Bandeirantes de Televisão, em 27 de julho de 2010, onde o apresentador
José Luiz Datena atribui aos ateus a maioria dos males da sociedade e, ainda
neste mesmo vídeo, um delegado aposentado discrimina uma mulher
muçulmana no Rio de Janeiro.
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=YX3LwIuOpWI> .
Acesso em 26 set. 2013.
b) Neste outro vídeo são apresentados dados de intolerância religiosa na história
recente do mundo.
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=QciUHpahRLM>
Acesso em 26 set. 2013.
c) Notícia do Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, em que o bispo da
Igreja Universal do Reino de Deus, Sérgio Von Helder, no dia 12 de outubro
de 1995, chutou a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Link:< https://www.youtube.com/watch?v=luzdtANdj0s>.
Acesso em 27 set. 2013.
Sites:
Caro professor, apresento alguns sites que nos mostram que a
intolerância religiosa é um problema de grande amplitude. Veja alguns sites
que podem ser utilizados em aula.
Intolerância contra Cristãos:
Link:
<http://www.istoe.com.br/reportagens/168132_CRISTAOS+PERSEGUIDOS>.
Acesso em 23 set. 2013.
Intolerância contra Católicos:
Link: < http://www.jornadacrista.org/intolerancia-contra-os-catolicos-sim-e-
orquestrada/>
Acesso em 24 set. 2013.
Intolerância contra Umbandistas:
Link:< http://religioesafroentrevistas.wordpress.com/2012/08/20/intolerancia-
religiosa-contra-umbandistas/>.
Acesso em 23 set. 2013.
Intolerância contra Evangélicos:
Link: < http://intoleranciareligiosadossie.blogspot.com.br/2012/07/jornalista-
afirma-que-uol-promove-raiva.html>.
Acesso em 20 set. 2013.
Intolerância contra Muçulmanos:
Link: < http://qbrandotabus.wordpress.com/2011/09/26/intolerancia-religiosa-
muculmana-francesa-multada-por-usar-veu-diz-que-e-chamada-de-lixo/>.
Acesso em 24 set. 2013.
Intolerância contra Ateus:
Link:<http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/06/por-que-os-ateus-do-
brasil-tem-medo-de-sair-do-armario.html>.
Acesso em 24 set. 2013.
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https://www.youtube.com/watch?v=QciUHpahRLM
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