os desafios da escola pÚblica paranaense na … · mas como enxergar poesia, beleza no cotidiano...

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica –

Turma 2014

Título:A POESIA E O SOCIAL EM VIRGÍNIA VENDRAMINI: confluências da arte e da vida.

Autor:Janete Schmidt Proença

Disciplina/Área:

(ingresso no PDE)

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste-Ensino fundamental e médio

Município da escola: Santa Tereza do Oeste

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Professor Orientador: Antonio Donizeti da Cruz

Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE

Relação Interdisciplinar:

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Arte

Resumo:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

A poesia desperta o encantamento, a magia, ou seja, permite olhar e ver a essência poética mesmo diante das dificuldades da vida.

Ao estudarmos a Poesia e o Social em Virginia Vendramini, procuraremos aguçar o gosto pelo poema, pelo belo, proporcionando aos alunos uma nova visão voltada para a igualdade, para o cotidiano.

Através da poesia, da pintura e da música busca-se transmitir ao educando a importância de não perder a essência poética, que nasce com eles, que deixem a emoção agir. Mas como enxergar poesia, beleza no cotidiano diante da realidade da falta de emprego, da fome, das necessidades básicas?

Assim, busca-se refletir sobre a poesia, o fazer poético, a arte, a pintura, escultura, a arte da confecção de tapetes, a harmonia das cores e a beleza presentes na obra poético-plástica de Virgínia Vendramini e de

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outros autores, tecendo relação com a literatura e a sua função social.

Nessa Unidade Didática iremos usar analise de textos(músicas,poesias, quadros, esculturas, tapetes.etc). Também os alunos irão criar suas obras de arte através dos poemas de Virgínia Vendramini e criarão suas poesias para ser apresentadas à comunidade.

Palavras-chave:

(3 a 5 palavras)

Poesia;arte;social;encantamento.

Formato do Material Didático: PDF

Público: (indicar o grupo para o qual o material didático foi desenvolvido: professores, alunos, comunidade...)

Alunos do 9ºAno do ensino fundamental do Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS

EDUCACIONAIS

Produção Didático-Pedagógica

Caderno Pedagógico

A POESIA E O SOCIAL EM VIRGÍNIA VENDRAMINI:

confluências do sentido da arte e da vida

JANETE SCHMIDT PROENÇA

CASCAVEL

2013

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JANETE SCHMIDT PROENÇA

Produção Didático-Pedagógica

Caderno Pedagógico

A POESIA E O SOCIAL EM VIRGÍNIA VENDRAMINI:

confluências do sentido da arte e da vida

Projeto de Intervenção Pedagógica

apresentado ao Programa de

Desenvolvimento Educacional do Paraná

– PDE – como requisito parcial dos

trabalhos propostas para a participação e

execução deste Programa

Orientador: Antonio Donizeti da Cruz.

CASCAVEL

2013

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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: JANETE SCHMIDT PROENÇA

ÁREA PDE: LÍNGUA PORTUGUESA

NÚCLEO: CASCAVEL

Professor Orientador: ANTONIO DONIZETI DA CRUZ

IES vinculada: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

Escola de Implementação: COLÉGIO ESTADUAL SANTA TEREZA DO OESTE -

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

Público alvo: 9ª ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

2. TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE

A POESIA COMO TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

3. TÍTULO

A POESIA E O SOCIAL EM VIRGÍNIA VENDRAMINI: confluências do sentido da

arte e da vida

4. INTRODUÇÃO

O contato com a poesia e a literatura é constante em nossa vida, quando

crianças ouvimos as cantigas de ninar, de roda, os contos de fadas. Na

adolescência temos os bilhetinhos de amor, os diários, os romances etc. Mas com o

passar do tempo a poesia, a leitura vão se perdendo, quando entramos em contato

com a realidade, com as limitações da vida adulta que nos são apresentadas.

A escola deve ser o lugar onde devemos aprender a cultivar a poesia, a

leitura, mesmo diante da dura realidade. É o lugar onde a leitura deve acontecer

efetivamente. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Paraná (2008), é função da escola propiciar ao aluno o interesse pela leitura de

obras literárias, atribuindo-lhe papel de sujeito ativo no processo de leitura tendo voz

em seu contexto e possibilitando-lhe a ampliação dos seus horizontes de

expectativas e transformando-os.

Também ainda segundo as DCEs, o professor deve estimular nos alunos a

sensibilidade estética, fazendo uso, para isso, de um instrumento imprescindível e,

sem dúvida, eficaz: a leitura expressiva. E assim contribuir para que os discentes

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sejam capazes de identificá-los e, sobretudo, permitir a eles que efetivem, de fato a

experiência de ler o texto poético em toda sua gama de possibilidades.

A poesia nos permite o contato com diferentes autores e estilos, o que aguça

o gosto pela leitura, pela produção. Também a poesia desperta o encantamento, a

magia, ou seja, permite olhar e ver a essência poética mesmo diante das

dificuldades da vida.

Ao estudarmos a Poesia e o Social em Virginia Vendramini, procuraremos

aguçar o gosto pelo poema, pelo belo, proporcionando aos alunos uma nova visão

voltada para a igualdade, para o cotidiano, tal como observa Octavio Paz:

A palavra é uma ponte através da qual o homem tenta superar a distância que o separa da realidade exterior. Mas essa distância faz parte da natureza humana. Para dissolvê-la, o homem deve renunciar à sua humanidade, seja regressando ao mundo natural, seja transcendendo as limitações que são impostas por sua condição. (PAZ, 1982, p. 43)

Os poemas de Virgínia Vendramini nos levam ao regresso do nosso Eu, são

belos, musicais e mostram que podemos ver o belo mesmo diante das dificuldades.

Por isso a importância da implementação desse projeto no Colégio Estadual Santa

Tereza do Oeste - Ensino Fundamental e Médio. Nesse colégio recebemos alunos

oriundos das diversas classes sociais, é uma escola pública e, possui problemas

com a questão da indisciplina, a falta do hábito pela leitura, os alunos são

desmotivados, desacreditados, não enxergam a beleza da vida. Diante dessa

realidade faça-se necessário a inserção de novos horizontes, por meio da poesia, a

que através de sua beleza faz esse mundo ficar mais belo, aumenta, assim, a ânsia

do aluno de ampliar seus conhecimentos.

Nesse contexto busca-se estudar a obra da poeta e artista plástica Virginia

Vendramini, bem como estimular a produção poética e artística dos alunos, com

vistas à criação de poemas e textos artísticos (desenhos, pinturas, fotografias) entre

os alunos, socializando, assim, a produção de textos e da arte em diálogo entre

educandos, educadores, escola e sociedade.

Hoje com todas as tecnologias a qual nossos alunos tem acesso, a facilidade

de buscar na internet respostas para qualquer problema, a leitura esta cada vez

mais esquecida e, nesse sentido, é preciso que haja uma sensibilização maior no

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sentido de oportunizar leituras aos nossos alunos, que poderão ser capazes de

compreender, interpretar e interagir com os outros.

Através da poesia busca-se transmitir ao educando a importância de não

perder a poesia que nasce com eles, que deixem a emoção agir. Mas como

enxergar poesia no cotidiano diante da realidade da falta de emprego, da fome, das

necessidades básicas?

Para que a questão acima seja respondida, faz-se necessário buscar

fundamentação teórica sobre o assunto e também analisar as obras de Virgínia

Vendramini, que tratam com simplicidade o nosso dia a dia.

Pretende-se estudar as obras da autora Vendramini em sala de aula para que

os alunos sejam capazes de identificar o cotidiano presente em seus textos –

poemas, pinturas, tapetes, esculturas – e que possam ver a beleza nas coisas mais

simples da vida e da realidade cotidiana.

Assim, busca-se refletir sobre a poesia, o fazer poético, a arte, a pintura,

escultura, a arte da confecção de tapetes, a harmonia das cores e a beleza

presentes na obra poético-plástica de Virgínia Vendramini, tecendo relação com a

literatura e a sua função social.

PRIMEIRO MOMENTO

Percurso poético e social de Virgínia Vendramini

Virgínia Vendramini nasceu em Presidente Prudente (SP). Foi para o Rio de

Janeiro aos dezesseis anos, para estudar no Instituto Benjamin Constant,

especializada na educação de Portadores de Necessidades Especiais (cegueira).

Cursou, em seguida, Português e Literatura na Universidade Gama Filho. Tem

quatro livros publicados: Rosas não (1995); Primavera urbana (1997); Hora do arco-

íris (1998), qual lhe rendeu o Prêmio Murilo Mendes no Concurso Livros Inéditos.

Em 1999 publica Matizes. Também a coletânea Trajetória (2004). Escreve desde a

juventude e preocupa-se mais com a expressão do sentimento do que com os

aspectos da métrica e da rima. Cria e confecciona tapetes que expõe em mostras

coletivas e individuais.

Busca-se, nesse momento, conhecer a trajetória da artista Virgínia

Vendramini, suas poesias, pinturas, esculturas, tapetes, e algumas curiosidades

sobre a autora. Será apresentado vídeos com as entrevistas da autora falando

sobre suas obras sua vida. Será trabalhado algumas questões para reflexão. Os

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alunos serão orientados a fazer uma pesquisa sobre o percurso poético e social de

Virgínia Vendramini.

Questões para Reflexões

A formação de Virgínia colaborou para que ela se tornasse uma artista?

Você gostou das poesias de Virgínia? E o que elas nos transmitem em relação

a vida?

Que sentimentos a poesia de Virgínia despertou em você?

SEGUNDO MOMENTO

Um “passeio” pela obra poética de Virgínia Vendramini

Visa-se apresentar o poema “Dádiva” e Mercador de Raridades, promover

uma reflexão, sobre os poemas. Assistir o filme “Sonhos” de Akira Kurosawa,

fazendo um paralelo com a obra de Virgínia. Será apresentado na TV pen-drive os

poemas para análise e oralmente será respondida algumas questões. E será

assistido o filme o sonho de Akira Kurosawa, traçando um paralelo com a obra de

Virgínia.

No poema “Dádiva”, Virgínia Vendramini expressa a condição do eu lírico

frente às vicissitudes da vida quando diz:

Dádiva

É tão fácil bendizer a vida E acreditá-la dádiva celeste, Quando o sol vem pelas manhãs bonitas Aquecer ternamente a esperança

E no arvoredo há pássaros cantando... É tão fácil e doce bendizer a vida, Quando no céu estrelas cintilam, Quando na mesa não falta o alimento Que se compartilha amorosamente Com o filho, com o amigo dileto, Com o viajante que bate à porta

Mas quando a noite se fecha em sombras E do outro lado da vidraça A solidão faz acenos insistentes, Quando à mesa não comparece o amigo, Escasseando o riso e o pão...

Quando o vento faz chorar o arvoredo, Quando a esperança tiritante se oculta

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Num recanto escuro do porão, Bendizer a vida então é privilégio Concedido apenas aos de coração forte Que encontraram a real essência da fé, A dádiva mais preciosa Entre as dádivas divinas (VENDRAMINI, 1997, p. 15)

O sujeito lírico também responde por meio dos versos o que é preciso para

vermos através da poesia as coisas belas nos momentos de turbulências e no

cotidiano do viver. Nesse sentido, é preciso ter o coração forte, buscar em nossa

essência a poesia, ver com olhos poéticos a realidade as coisas e as vivências de

mundo.

O poema “Mercador de raridades”, de Virgínia Vendramini, da obra Matizes,

em que o eu lírico faz referência à busca da felicidade e questionamentos sociais

perante a vida de momentos:

MERCADOR DE RARIDADES

Compro com urgência e por qualquer preço Qualquer um desses artigos tão raros: Um poema de amor que ao mesmo tempo Seja sincero, original e belo, Um contador de história que não minta, Políticos de consciência limpa.

Compro também, se houver no mercado, Solidariedade e amor ao próximo, Assim como respeito e lealdade E um pouquinho de fé, se for possível, Para tudo dividir entre os povos. Pago a vista, sem pedir abatimento.

Compro ainda para consumo próprio Toda a alegria que existir à venda, Momentos de paz e grãos de esperança... E pago o dobro do meu peso em ouro A quem me possa entregar sem demora Alguns farrapos de felicidade... VENDRAMINI, 1999, p. 20)

13/04/98

A partir da leitura e da reflexão dos poemas, argumente sobre as seguintes

indagações:

Quais as condições para bendizer a vida, segundo a autora?

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E quando falta o básico do dia a dia é possível bendizer a vida?

Qual o sentimento que chega junto com a noite?

Conforme o texto “Mercador de raridade”, o que esta tão raro hoje em dia?

O que o eu lírico deseja comprar? E qual seu maior objetivo?

- Atividades:

- Pesquisar sobre mitos, festivais do Japão:(festival das bonecas ou das

meninas Hina-matsuri).

- Pesquisar sobre Akira Kurosawa e suas produções cinematográficas.

- Assistir o filme – Sonhos do Akira Kurosawa (vídeo sobre pinturas de Van

Gogh, Casamento das raposas, Festival das meninas).

TERCEIRO MOMENTO

Tapeçaria de Virgínia Vendramini

Analisar os tapetes confeccionados por Virgínia, observando a combinação da

cores e a intitulação dada pela autora.

- Apresentar na TV-pendrive os tapetes feitos por Virgínia e fazer uma

análise dos mesmos.

A seguir algumas obras de arte da tapeçaria de Virgínia Vendramini:

Figura: "Jardim eterno”, tapete de Virgínia Vendramini Fonte: http://www.virginiavendramini.com.br Acesso em: 12 de maio de 2009.

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Figura: "Tapete 73 – Momentos 2001", tapete de Virgínia Vendramini Fonte: http://www.virginiavendramini.com.br Acesso em: 12 de maio de 2009.

Figura: "Túnel do tempo", tapete de Virgínia Vendramini Fonte: http://www.virginiavendramini.com.br Acesso em: 12 de maio de 2009.

Seu trabalho com cores e formas está baseado na memória que guarda dos

anos de infância, quando ainda tinha um “pequeno resíduo de visão” (in Matizes,

1999).

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QUARTO MOMENTO

Pintura e esculturas de Virgínia Vendramini em diálogo com outros artistas

- Conhecer a pintura e esculturas de Virgínia Vendramini, fazendo um paralelo

com outros artistas.

- Será apresentado na TV pen drive as obras de Virgínia e também de outros

artistas, fazendo assim um paralelo entre os artistas.

- Um estudo dos poemas “Arte em exposição”, de Carlos Drummond de

Andrade, que apresenta pinturas de vários artistas.

- Pesquisar as obras de arte dos pintores a que Carlos Drummond de

Andrade se refere nos poemas de “Arte em exposição”, de sua autoria.

Poemas de “Arte em exposição”, de Carlos Drummond de Andrade.

CARNAVAL DE ARLEQUIM

Descobri que a vida é bailarina E que nenhum ponto inerte Anula o viravoltear das coisas. (DRUMMOND, 1996, p. 35) Pintura de Miró:

Figura: Carnaval de arlequim, de Miró Fonte: Disponivel em: http://extensao.cecierj.edu.br/material_didatico/artc1701/galeria_Miro.htmlAcesso em 12 nov. 2013.

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Almoço sobre a relva (Manet) Conversamos placidamente Junto da nudez Que pela primeira vez Não nos alucina.

http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2012/08/almoco-na-relva-

1863-edouard-manet.html

Pinturas de Virgínia Vendramini

No “Quadro 48”, pintura que apresenta técnica de “pintura a dedo”, com tinta

plástica, a artista Virgínia Vendramini apresenta na tela abaixo toda uma gama de

cores e harmonia:

Figura: “Quadro 48”. Pintura de Virgínia Vendramini. Fonte: http://www.virginiavendramini.com.br/ Acesso em 20 de junho 2009.

A seguir, escultura em bronze de Virgínia Vendramini, intitulada “Assim

vivemos” (2009):

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Figura: “Assim Vivemos”, escultura em bronze de Virgínia Vendramini. Fonte: http://www.flickr.com/photos/assim-vivemos/3831473508/ Acesso em: 01 junho 2013.

Em “Desabrochando”, escultura em terracota encerada, de Virgínia

Vendramini, uma harmonia de formas e movimentos circulares muito bem

elaborados que apontam para uma sincronicidade de delicadeza na forma de criar

que sugere uma multiplicidade de a imagem em bronze:

Figura: “Desabrochando”, escultura em terracota encerada, de Virgínia Vendramini. Fonte: http://www.galeriamuitoespecial.org.br Acesso em: 17 de abril de 2009.

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QUINTO ENCONTRO: Poesia e Música: O que fala mais ao coração? Perceber que a música e a poesia sempre andam juntas, uma completa a outra. Analisar um poema de Virgínia e uma canção de Chitãozinho e Xororó Leia o poema e ouça a canção:

FATO BANAL Menino sem nome, Caído na rua Com bala no corpo... Sem vela nem prece, Que são os seus pais? Menino sem nome Vestido de lua Na noite vazia De amor e afeto, Escravo da droga, Herdeiro da fome, Quem foram seus mestres? Menino sem nome Deitado no asfalto Pra sempre calado, Os olhos vendados, Quem é seu algoz? Menino sem nome, Sem rosto nas telas, Sem foto ou manchete, Seu drama é rotina, É fato banal. (Vendramini, 2004, p. 38)

A poeta relata um fato presente em nossa sociedade ou algo bem distante da

realidade?

Qual o motivo de ser um “Menino sem nome”? Porque hoje o sofrimento humano virou fato banal? Nada mais nos sensibiliza. A poeta faz vários questionamentos em seu poema.

Quais são esses questionamentos é qual o motivo de os indagar?

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Agora ouça a canção Chitãozinho e Xororó e reflita:

Meninos do Brasil

Chitãozinho e Xororó

Compositor: Cesar Augusto / Antônio Carlos de Carvalho / José Homero

Tá vendo aquele menino, que pede um trocado Outro que limpa o vidro do seu lindo carro Aquele que chora de fome e mora na rua [...] Tá vendo aquele menino, Que ainda ninguém deu valor Será que um dia terá um pouquinho de amor Filhos do mundo são eles, em busca de paz Perdidos em tantas esquinas que são seus quintais [...] Aonde estão seus brinquedos? Cadê os seus pais? Aonde estão seus brinquedos? Cadê os seus pais?

Link: http://www.vagalume.com.br/chitaozinho-e-xororo/meninos-do-

brasil.html#ixzz2m2RNIkJy

Nessa canção, também é tratado de um problema social. É o mesmo problema

que a autora trata

Em seu poema?

Você acha que hoje em dia ainda existem muitos meninos de rua?

Em nossa cidade temos muitos casos de meninos de rua?

O que leva um menino a se tornar “Menino de Rua?”

Pesquise o poema “Meninos carvoeiros” de Manuel Bandeira e faça um paralelo

com a canção de Chitãozinho e Xororó e o poema de Virgínia. Pesquise a data em

que foram escritos e seu contexto histórico.

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SEXTO MOMENTO

Criação artística (Desenho, Pintura...) de Autoria dos alunos a partir dos

poemas de Virgínia Vendramini

- Estimular que os alunos criem suas pinturas, seus desenhos a partir dos poemas de Virgínia Vendramini.

- Os alunos escolherão poemas com o quais se identificaram e irão

representá-los em forma de desenho ou pintura. Desenvolverão em sala de aula e se

necessário em casa.

SÉTIMO MOMENTO

Sarau e Varal de Poesia (Declamações dos trabalhos produzidos)

- Oportunizar ao aluno a expressão, oral de seus sentimentos, aprendizados,

experiências e opiniões relacionadas à poesia.

- Declamação pelos alunos de poemas de Virgínia Vendramini a partir da obra

poética da autora. Serão realizadas apresentações para a comunidade durante a

Feira cultural realizada anualmente pela escola.

OITAVO MOMENTO

Elaboração e confecção do Livro de poemas

- Apresentação das poesias produzidas pelos alunos, para toda a

comunidade, que apresentem seus talentos.

- Construção de um livro de poesias dos alunos. Com o tema “Eu também sou

poeta”, assim incentivando-os a produção de poesias.

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5. REFERÊNCIAS

DIRETRIZES Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do

Paraná. Língua Portuguesa. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2008.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos da teoria e história literária.

8. ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000.

FORTES, Rita Felix; CRUZ, Antonio Donizeti. Literatura Brasileira: sociedade e

mito. Cascavel: EDUNIOESTE, 2012.

CARA, Salete de Almeida. A poesia lírica. São Paulo: Ática,1989.

PAZ, Octavio. O arco e a lira. Trad. Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

1982 (Coleção Logos).

MORAN, José Manuel. Novas t ecnologias e mediação pedagógica. Campinas;

São Paulo: Papirus, 2000.

VENDRAMINI, Virgínia. Matizes. Maricá, RJ: Blocos, 1999.

. Primavera urbana. Rio de Janeiro: Blocos, 1997.

. Rosas não. Rio de Janeiro, 1995.

. Hora do Arco-Íris. Alba, 1999

. Trajetória. Folha Carioca, 2004

. "Jardim eterno”, tapete de Virgínia Vendramini. Disponível em:

http://www.virginiavendramini.com.br Acesso em: 12 de maio de 2009.

. "Tapete 73 – Momentos 2001", tapete de Virgínia Vendramini. Disponível

em: http://www.virginiavendramini.com.br Acesso em: 12 de maio de 2009.

. "Túnel do tempo", tapete de Virgínia Vendramini. Disponível em:

http://www.virginiavendramini.com.br Acesso em: 12 de maio de 2009.

. “Assim Vivemos”, escultura em bronze de Virgínia Vendramini.

Disponível em: http://www.flickr.com/photos/assim-vivemos/3831473508/ Acesso

em: 01 junho 2013.

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. “Desabrochando”, escultura em terracota encerada, de Virgínia

Vendramini. Disponível em: http://www.galeriamuitoespecial.org.br Acesso em: 17

de abril de 2009.

. “Quadro 48”, pintura de Virgínia Vendramini. Disponível em:

http://www.virginiavendramini.com.br/ Acesso em 20 de junho 2009.