É possível enxergar uma África diferente?

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Page 1: É possível enxergar uma África diferente?

É possível enxergar uma África diferente?

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Page 2: É possível enxergar uma África diferente?

Bloqueios persistentes (situação I)

10% da população mundial (780 milhões de habitantes), mas:

1% do PIB mundial; 2% do comércio mundial; 1% dos IDEs

2,8% de crescimento anual da população (PED: 1,9%); 5,4% de taxa de fertilidade (PED:

2,9%)

33 PMAs num total de 48 países mais pobres a nível mundial; 34 PPME (países pobres

mais endividados) num total de 42

32 países com um “desenvolvimento humano baixo” (IDH do PNUD, 2004) num total de 36

20 milhões de pessoas com VIH/Sida num total de 42 milhões de pessoas infectadas

40% de trabalho infantil (grupo etário 5/14 anos)

60 % da população ativa ocupada no setor informal

Page 3: É possível enxergar uma África diferente?

Bloqueios persistentes (situação II)

Estes indicadores traduzem uma situação continuada de estagnação, senão regressão, a nível sócio econômico:

explosão demográfica

fraco dinamismo e produtividade da agricultura

industrialização embrionária

endividamento externo insustentável

marginalização relativamente aos fluxos comerciais e

financeiros globais (“desconexão”)

Page 4: É possível enxergar uma África diferente?

Bloqueios persistentes (situação III)Evoluções positivas, numa visão centrada não só nos aspectos macroeconômicos,

mas também nas dinâmicas sociais:

•capacidade de inovação e adaptação no modo como as populações – e, em

particular, as mulheres – têm sabido criar atividades ligadas às necessidades

essenciais

•progressiva constituição de uma sociedade civil, capaz de incorporar os grupos

marginais no processo político e produtivo

•integração regional incipiente, mas com sinais de dinamização (criação de pólos de

desenvolvimento regional)

•iniciativas endógenas para o desenvolvimento e a convergência política

2001: transformação da OUA na União Africana – UA

2002: lançamento da “Nova Parceria para o Desenvolvimento

de África” - NEPAD

Page 5: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalização

COMÉRCIO INTERNACIONAL:Participação da África nas exportações mundiais em baixa:

1980: 6%

2000: 2%

Concentração em produtos primários (mais de 70% das receitas em divisas), com

fraco valor acrescentado e muito dependentes da instabilidade dos mercados

internacionais (“especialização regressiva”).

Cacau: 40% da produção mundial (Costa do Marfim)

Algodão: 70% da produção mundial concentrada na região do Sael (Mali,

Benim, Burkina Faso, Chade)

Fonte: OMC (Organização Mundial do Comércio)

Page 6: É possível enxergar uma África diferente?

Mesmo em relação a estes produtos primários (com exclusão do setor do petróleo)

a África tem vindo a perder quotas de mercado em relação aos outros países em

desenvolvimento, em particular, os da Ásia.

COMÉRCIO INTERNACIONAL:

http://unacartaparagaby.spaces.live.com/blog/cns!8B2F57F2BD72FAB8!1646.entry

África: globalização X marginalização

Page 7: É possível enxergar uma África diferente?

Obstáculos principais no acesso ao mercado internacional:

• tarifas e direitos aduaneiros aplicados, pelos países da OCDE, aos produtos agrícolas

são em geral mais elevados (por comparação com os produtos manufaturados) – 11%

produtos agrícolas, 4% produção industrial em média nos países do Quadrilátero (UE,

Canadá, EUA, Japão).

• subsídios: em 2002, preço do algodão – mais importante produto de exportação dos

países da CEDEAO: entre 5 e 10% do PIB, 15% das exportações mundiais – teria sido 25%

superior sem subsídios dos EUA aos seus produtores.

EUA: 3,9 milhões de Usd de subsídios em 2001, para uma produção que representa

30% do total (primeiro exportador mundial).

EUA/UE/China: subsídios atingiram, em 2001, 4,9 mil milhões de Usd.

África: globalização X marginalização

Page 8: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalização

Instabilidade dos preços e degradação dos termos de troca:

variações bruscas e muito marcadas dos preços devido a fatores climatéricos e à

saturação estrutural do mercado.

http://bombeirosdefozcoa.blogspot.com/2007_11_01_archive.html

Page 9: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalização

Comércio internacional:

liberalizar os mercados dos produtos agrícolas primários e semi-industriais por parte dos países OCDE; eliminar os subsídios (em relação, em particular, a produtos como o algodão, o açúcar, o amendoim…Com grande peso nas economias africanas).

negociações no quadro da OMC: liberalizar o comércio internacional dos produtos dos países em desenvolvimento (ronda de Doha), iniciadas em 2001, sem resultados práticos.

http://funny.nsk.pt/images/Sports/tn/barreiras.gif.html

Page 10: É possível enxergar uma África diferente?

http://verbeat.org/blogs/sergioleo/2008/09/

África: globalização X marginalização

http://verbeat.org/blogs/sergioleo/2008/09/

DÍVIDA EXTERNA: a degradação dos termos de troca agravaram a situação dos países endividados.

Page 11: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalização

Integração regional

Nível limitado de integração regional, apesar da criação de múltiplas organizações

destinadas a promover o comércio intra-africano

Cooperação regional entravada designadamente por:

resistência política no sentido da convergência das políticas econômicas entre

países vizinhos, por vezes em conflito ou concorrentes em relação aos mesmos

produtos

peso da burocracia e má governança (dificuldade em harmonizar as regras

aduaneiras…);

debilidade das infra-estruturas de transportes e comunicações;

Page 12: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalizaçãoDinamização, nestes últimos anos, da integração regional

UEMOA (União Econômica e Monetária da África Ocidental, 1994, 5 países): eliminação dos direitos dealfândega, harmonização das políticas macroeconômicas eFinanceiras

CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da ÁfricaOcidental, 1975/1993, 15 países): para além da integraçãoeconômica e monetária (Franco CFA), tem hojeintervenções de mediação e preservação da paz na região

SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, 1992, 14 países): marcada pelo papel da África do Sul como pólo regional (79% das exportações da zona) tem oscilado entre as atribuições de um organismo de integração econômica (união aduaneira, livre circulação de pessoas e capitais.

http://www.acp-edulink.eu/PT/indexPT.html

Page 13: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalização

Alto preço das tecnologias de informação.

http://hsm.updateordie.com/updates/mercado-financeiro/http://mundosebrae.wordpress.com/2008/07/13/qual-a-importancia-real-de-seus-investimentos-em-ti/

Page 14: É possível enxergar uma África diferente?

África: globalização X marginalização

http://katemari.blogspot.com/2007/03/analfabetismo-tecnolgico.html

Analfabetismo tecnológico

http://rnaddeo.wordpress.com/2007/07/11/23/

Page 15: É possível enxergar uma África diferente?

Diante de tanta dificuldade, qual é a melhor saída?

http://www.umtoquedemotivacao.com/motivacao/procure

Page 16: É possível enxergar uma África diferente?

Novos caminhos

POLÍTICAS DE AJUSTAMENTO ESTRUTURAL

ULTRAPASSAR OS PARADIGMAS PARALISANTES: ESTADO

CENTRALIZADOR E LIBERALISMO REDENTOR

EVITAR PANAFRICANISMO E VALORIZAR A REGIONALIZAÇÃO

RESPONSÁVEL

ASSEGURAR A BOA GOVERNANÇA

PROMOVER PARCERIA PÚBLICO/PRIVADO

Page 17: É possível enxergar uma África diferente?

Novos caminhos: ajustamento estrutural

http://www.pucrs.br/eventos/braswind2007/inf-gerais.php

Page 18: É possível enxergar uma África diferente?

Novos caminhos: mudança de paradigmas

http://www.quantaacademia.com/quantoon/imagens/wallpapers/MaximoPoder1024x768.jpg

http://ferrao.org/uploaded_images/maoinvisivel.gif

Page 19: É possível enxergar uma África diferente?

Novos caminhos: Pan-africanismo x regionalização

http://www.africamania.com.pt/noticias/afroregiao.html

Page 20: É possível enxergar uma África diferente?

Nem afro-pessimismo, nem afro-otimismo; mas a constatação de sinais de uma outra dinâmica interna, vinda dos próprios africanos e com um grande valor simbólico no campo da ação prática: um compromisso dos africanos – em parceria com os doadores externos – para uma África mais democrática, mais estável, mais equitativa, mais e melhor inserida na economia global.

“ É necessário impor uma verdadeira revoluçãocopérnica, a tal ponto está enraizado [na Europa] ohábito de agir por nós, de pensar por nós, de pôr edispor por nós, em suma o hábito de contestar quetenhamos direito à iniciativa, que o mesmo é dizer odireito à nossa personalidade própria”Aimé Césaire, 1956

http://www.softhaftsouth.com

Novos caminhos: um novo começo...