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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: A Cultura Visual – Publicidade e o Ensino de Arte
Autor: Lucióla Casagrande
Disciplina/Área: Arte
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Antônio Racanello Sampaio
Município da escola: Arapongas
Núcleo Regional de Educação: Apucarana
Professor Orientador: Profº Drº Ronaldo Alexandre de Oliveira
Instituição de Ensino Superior: UEL - Universidade Estadual de Londrina
Relação Interdisciplinar: -----------
Resumo:
Esta Unidade Didático-pedagógica busca compreender o processo de ensino e aprendizagem da arte na escola a partir dos pressupostos da cultura visual, promovendo o questionamento e análise da influência da publicidade no cotidiano dos alunos e assim desenvolver a construção de uma percepção crítica e sensível a estas visualidades. Vivemos em uma sociedade diretamente influenciada pela indústria cultural, onde se aprende mais pelo que se vê do pelo se ouve ou se lê. As imagens incidem e interferem nos modos como o aluno se olha e como olha para o mundo, construindo suas subjetividades. Em uma sociedade onde se fala da falta de motivação, de limites dos alunos é necessário descobrir novos saberes, maneiras de explorar e interpretar a realidade. Sendo assim, estabelecer uma relação entre o ensino de arte e a cultura visual é priorizar as próprias referências culturais cotidianas dos estudantes para a reconstrução dos sentidos e das subjetividades.
Palavras-chave: Cultura Visual; Ensino de Arte; Publicidade.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: 9º Ano – Ensino Fundamental
PROJETO DE INTERVENÇÃO
PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
A CULTURA VISUAL
PUBLICIDADE E O ENSINO DE
ARTE
Lucióla Casagrande
PDE/2013
I – Introdução
Este material é o resultado de uma pesquisa feita no decorrer do ano de
2013, através do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE que consiste
em contribuir para o aprofundamento do referencial teórico e prático dos
professores, seja nos aspectos pedagógicos, ou nos específicos de sua
área/disciplina de formação.
Inicialmente fizemos uma pesquisa teórica e posteriormente a
organização desta unidade didática, que servirá de apoio para a implementação
em sala de aula no ano de 2014.
Atualmente vivemos em uma sociedade diretamente influenciada pela
indústria cultural. Um dos modos pelo qual esta influência participa da nossa vida
cotidiana é por meio da produção e veiculação de imagens, que de muitos modos,
as diversas mídias fazem com que elas ganhem visibilidade.
A presente unidade didática, organizada por meio de atividades tendo a
publicidade como fio condutor cumpre o propósito de possibilitar a incorporação
das imagens publicitárias no ensino e aprendizagem da arte. Este material, por
meio das atividades propostas pretende aguçar a percepção e reflexão acerca de
como os discursos publicitários criam e afetam as subjetividades e sensibilidades
no cotidiano das pessoas através da cultura visual.
Desta maneira, pensamos o quanto por meio do ensino de arte via as
questões postas pela cultura visual, podemos fomentar e contribuir para a
formação de um estudante crítico, diante daquilo que é visto nas diferentes mídias
e também das suas próprias produções.
Acreditamos que um processo educacional que paute por fomentar a
compreensão daquilo que é veiculado e também um trabalho criador partindo
deste universo poderá contribuir para esta formação crítica tão necessária para se
fazer uma leitura do nosso meio ambiente próximo e das tantas visualidades que
permeiam o nosso cotidiano. Quando pensamos na produção criadora advinda
deste universo, pensamos nas muitas possibilidades que podemos desenvolver
em sala de aula, indo desde a criação de propagandas utilizando-se de várias
tecnologias, escrevendo também roteiros, jungles, buscando informações e com
isso compreender e confrontar criticamente o que está a nossa volta.
Esta unidade didática pedagógica será desenvolvida no Colégio Estadual
Antônio Racanello Sampaio, no município de Arapongas, na modalidade de
Ensino Fundamental com alunos do 9º ano, com aulas presenciais em sala de
aula, laboratório de informática da escola e aulas à distância com pesquisas e
postagens das atividades em uma página da turma no Faceboock. Para a
concretização deste trabalho pensamos em um e-mail coletivo da turma para que
as trocas possam ser mais dinâmicas e vivas durante o processo.
A unidade didática construída por meio de propostas e atividades tem
como ideia central explorar o tema, despertando a curiosidade, aquilo que o aluno
já conhece sobre publicidade e também o que poderá vir a conhecer com as suas
indagações/ intervenções; estimular o aluno a investigar e sistematizar suas
pesquisas, seja através de textos, imagens e das diferentes mídias.
As atividades e proposições de intervenções que constam nesta unidade
didática, poderão sofrer alterações de acordo com a turma, as suas
especificidades, faixas etárias e interesses. Todo o trabalho tem um objetivo
estritamente educacional e não comercial, assim, às imagens expostas tem
apenas o cunho de auxiliar nas atividades ilustrando o que será estudado.
II – Atividades
Atividade I – Refletindo sobre a Cultura Visual e o Ensino de arte
Esta unidade didática pedagógica vem junto à necessidade de repensar o
ensino de arte segundo o que a escola é hoje e a partir da compreensão da
cultura visual. Mesmo que a arte tenha o status de cultura do inútil, que não tenha
valor científico para alguns, segundo Hernández (2000, p.28), é apenas uma
camuflagem, basta ver o papel que se presta à Internet sendo uma plataforma
publicitária controlando o gosto de cada pessoa.
Assim, não estamos mais falando de uma disciplina marginalizada e sim de
uma área de conhecimento que incide de maneira incisiva sobre cada um de nós.
Os alunos não podem mais ser vistos como espectadores passivos,
consumidores apáticos, mas sim produtores de novos conhecimentos. Segundo
Mc Clintock (apud Hernández, 2000, p.26) “a educação escolar necessita ser
repensada, porque as representações e os valores sociais e os saberes
disciplinares estão mudando e a escola que hoje temos responde em boa parte a
problemas e necessidades do século XIX, e as alternativas que se oferecem tem
suas raízes no século XVIII”. A finalidade do olhar dentro da cultura visual não é
menos que, segundo Hernández:
[...] ajudar a compreender a realidade a continuar o processo de
examinar os fenômenos que nos rodeiam de uma maneira
questionadora e construir “visões” e “versões” alternativas não só diante
das experiências cotidianas, mas também diante dos outros problemas
e realidades distanciadas no tempo e no espaço do nosso. (Hernández,
2000, p.32).
A cultura visual surgiu nos anos 80 com discussões que mesclavam e
ultrapassavam barreiras entre várias disciplinas, relacionando saberes históricos,
estudos de meios, cinematográficos, lingüísticos, de literatura e culturais, porém
esses pensamentos aparecem muito antes, nos anos 50 e 60. Assim sendo, a
cultura visual, segundo Tavin (2008, p.11) é uma “velha” idéia retomada num
outro contexto, porque aparece em estudos anteriores, porém no sentido de
relacionar a cultura popular, novas mídias e teoria social e sendo uma idéia nova
pela pluralidade de imagens e tecnologias associadas à cultura visual globalizada
na atualidade pelas relações entre as pessoas e suas experiências como sujeitos
ligados a Internet e pelos novos estudos que teorizam sobre as visualidades
contemporâneas.
Para o professor pensar ...
Tavin afirma isso tendo como base o trabalho de quatro arte
educadores que concordavam com a necessidade de sair da confortável
situação de ignorar a cultura popular em detrimento a uma cultura dita
erudita. Esses Artes Educadores citados e estudados por Tavin são: Vincent
Lanier, June King McFee, Laura Chapman e Brent e Marjory Wilson.
Para Lanier a arte educação deveria ir além do erudito e da
produção, deveria buscar o pensamento crítico e a compreensão cultural,
propondo aos professores a união de interesses com seus alunos.
Reconhecia também uma divisão entre as concepções dos arte educadores
negando a cultura popular e o interesse dos alunos. Em 1969, diz que a
aula do jeito que era ministrada não fazia sentido a grande parte dos alunos
e então propõe um currículo relevante e significativo para uma revolução
social (reconstrução), através de filmes, propagandas, revistas populares,
entre outros que abordavam o cotidiano e questões sociais. Não significava
que os alunos devessem chegar à idéia do professor, mas sim construir
maneiras de fazer uma sociedade justa e atuante.
Do mesmo modo McFee entendia que a arte não poderia ser
desassociada da vida, porque era inerente a ela, lutava pela reconstrução
social e pela democratização da arte. McFee listou objetos e imagens da
cultura de massa como propagandas, design de embalagens, layout de
publicações, roupas, moradias, prédios (aponta espaços que fazem parte do
conteúdo expandido da cultura visual hoje), entre outros, para serem
avaliados criticamente pelos alunos. Explora a relação entre a
responsabilidade social, visual e o meio. Antecipa o caráter de
transdisciplinaridade da cultura visual.
Neste mesmo sentido Chapman nos fala da necessidade de ensinar para
além da escola, mas que é necessário que a educação mude, sendo assim
propõe uma mudança de perspectivas para os arte educadores, para que
estes tomem consciência de questões sociais do seu tempo. Junto com
colaboradores escreveu orientações curriculares para a educação que
incluíam objetos e imagens da cultura popular da contemporaneidade e o
mesmo tempo questionava a classificação geral das obras de arte. Dizia
que arte educadores deveriam ensinar os alunos a ler o entorno visual, os
significados simbólicos. Teorizou motivos pelos quais professores não
conseguiam inserir as interpretações críticas da cultura popular e da arte de
massa, e concluiu que um dos maiores problemas estaria na formação dos
profissionais, então sugere que na formação dos docentes seja dada ênfase
nas concepções de arte que os alunos adquirem com as mídias.
Outros autores estudados por Tavin são Brent e Marjore Wilson, que
segundo ele os mesmos tem uma visão iconoclasta da educação, estuda
modelos e fenômenos culturais que interferem nas escolhas visuais de cada
um. De acordo com Tavin nos anos 70 e começo dos 80 Brent e Marjore
Wilson desafiaram a arte educação pesquisando as influências da cultura
popular na arte infantil e fazem isto, baseados nas teorias de
desenvolvimento que regiam na época. Criam teorias complexas,
contextuais, históricas e influenciadas pela cultura popular.
Ainda segundo Tavin o trabalho desses quatro arte
educadores quebram com paradigmas dominantes e suas narrativas
colocam as imagens da cultura popular como legítimas de serem estudadas
na arte educação. Porém hoje a cultura visual se alimenta de estudos
transdisciplinares e em teorias pós-modernas e tem como objeto de estudo:
as questões relacionadas a cultura africana, sociológico crítica, semiótico,
as questões do feminino, a hiper-realidade, a teoria do querer, entre outras
assuntos. E se utiliza de imagens, tecnologias e experiências culturais
novas como: imagem digital, realidade virtual, simulação. Num mundo
visualmente complexo utilizar várias formas de comunicação e aceitar que
se comunicar por outros meios é importante, é aprender a se expressar.
Assim, são recentes os estudos sobre cultura visual, ainda que seus
antecedentes, mesmo com outras nomenclaturas sejam anteriores segundo
Tavin. Trata-se de uma área de investigação que gira em torno da imagem
visual como ponto central nos processos, e por meio da qual os significados
são produzidos em contextos culturais.
Professor você procura saber de onde vêm seus alunos?
A qual cultura o seu aluno pertence? O que vê? O que ouve?
Você procura ensinar a arte erudita junto com a compreensão da
cultura a qual o aluno está inserido?
Você aborda temas e/ou questões relativas ao cotidiano? A vida dos
seus estudantes? De que maneira? Filmes? Revistas? Jornais?
Propagandas? Diálogos?
Atividade II – Refletindo as imagens em movimento!
A utilização de vídeos em sala de aula segundo Moran,aproxima o aluno do
cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade
contemporânea, que esta interligado a televisão, ao lazer atraindo o aluno.
Trabalhar com as multilinguagens, é sensorial, visual, linguagem falada, musical,
escrita. Moran ainda traz propostas para utilização de vídeos em sala de aula,
como: Sensibilização, Ilustração, Simulação, Conteúdo de ensino, Produção,
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/14380009-CulturaVisual.pdf
Agora é com você ...
Para casa
Link para pesquisa
A partir daquilo que foi conversado em aula a respeito da cultura
visual, cada um irá construir um trabalho síntese a respeito do
assunto. Esta síntese poderá ser( um conjunto de imagens fixas ou
em movimento, uma colagem, um texto de qualquer natureza, uma
propaganda, um clipe). A idéia é que cada um possa sintetizar a sua
compreensão acerca da cultura visual. Depois do trabalho
construído, cada um devera enviar pelo Faceboock para fazermos
uma socialização em sala.
Você acredita que a arte é um conhecimento importante ou é uma
cultura inútil. Explique o porque.
E sobre todas as imagens que vemos no nosso dia a dia, você
acredita que tem uma finalidade para elas estarem ali? Em que estas
imagens influenciam? Elas formam opinião?
Já ouviu falar em cultura visual? Acredita fazer parte dela? De que
maneira ela te afeta?
Avaliação, Espelho. No caso dessa atividade vamos trabalhar com a proposta da
sensibilização que busca introduzir um novo assunto, despertar a curiosidade e a
pesquisa para aprofundar o conhecimento sobre o assunto. E a proposta da
ilustração que busca exemplificar determinada situação, no caso do filme “Do que
as mulheres gostam” de como funciona uma agência publicitária.
Sinopse do filme: “Do que as mulheres gostam”.
Mel Gibson e Helen Hunt brilham nesta deliciosa comédia romântica sobre um
homem que julga ser um presente dos Deuses para as Mulheres - até que começa
a escutar o que elas realmente estão pensando. Gibson interpreta Nick Marshall,
um solteirão convicto que trabalha numa das maiores agências de propaganda de
Chicago. Mas sua promissora carreira é ameaçada quando a agência contrata a
bela Darcy Mcguire (Helen Hunt) como a nova diretora de criação. Quando suas
expectativas começam a fracassar, Nick é surpreendido por um extravagante
acidente que o deixa com uma extraordinária habilidade: A capacidade de escutar
o que as mulheres pensam e querem! Procurando tirar proveito da situação, Nick
planeja dominar Darcy escutando seus pensamentos e roubando suas idéias, até
que acontece uma coisa que ele não esperava. Nick passa a escutar sua própria
voz interior e percebe que está apaixonado.
Elenco: Mel Gibson, Helen Hunt, Marisa Tomei, Mark Feuerstein, Lauren Holly
Diretor: Nancy Meyers
Para o professor pensar ...
Agora é com você ...
A partir da escolha de um objeto pessoal cada um irá esboçar o
desenho de uma propaganda, para isso terá que atentar para diversas
questões relativas ao objeto.
Qual é esse objeto? De que é feito?
Quem é o publico deste objeto? Por que o público ao qual você
associa este objeto gosta do mesmo?
Esse objeto tem uma utilidade específica? Para que ele serve? Quem
gostaria de tê-lo? Qual o ponto forte do objeto que você acha que
deveria ser chamado à atenção do consumidor?
Qual a melhor maneira de apresentar esta propaganda? Em papel?
Em vídeo? Numa seqüência de colagens?
Para casa
Pontuar o que mais lhe chamou atenção no filme quanto à
publicidade. Enviar no faceboock para o professor.
Trazer em pendrive ou enviar por e-mail, a sua propaganda favorita.
Direcionar o olhar dos alunos sobre o que eles tem que observar no
filme para depois abrir discussões. Seria interessante possibilitar condições
para que eles saibam sobre como funciona uma agência publicitária, como
é o processo de criação de uma propaganda, prêmios publicitários, etc.
Alguns questionamentos básicos podem ajudar!
É necessário conhecer o produto que vai ser exposto? É necessário
conhecer o público alvo da campanha? Que meios podemos utilizar
para que isto aconteça? (pesquisas, etc);
O trabalho em equipe traz vantagens ou desvantagens?
Como ocorre o processo de criação em uma agência? Tudo é
pensado? Tudo apresenta um propósito, desde a cor, a música, o
texto, a imagem.
Atividade III – Refletindo sobre as visualidades contemporâneas
Os alunos normalmente não pensam ou questionam o porque de ter ou
querer certos produtos que lhes são expostos todos os dias na mídia
(publicidade), porém estes podem ser mais do que meros espectadores. De
acordo com Arlene Von - Sohsten, a partir de uma resenha da publicação de
Fernando Hernandez, Catadores da Cultura Visual, ela nos fala de que:
“Os alunos, fora da escola, estão em contato com os diversos meios de
comunicação, com uma variedade riquíssima de imagens, com novas e
atraentes tecnologias, enfim, com tudo o que a sociedade
contemporânea globalizada pode oferecer-lhe. Dessa forma, é
necessário pensar como a educação formal está se posicionando frente
a essa realidade, pois, com tantas mudanças (nas relações sociais, nas
formas de representação, no tratamento da imagem, na forma de ver e
perceber o mundo) é inviável que o planejamento curricular, a instituição
escolar ou mesmo os docentes continuem como estão.” (SOHSTEN.
2010, p.1)
Esta visibilidade pode estar nos inúmeros anúncios publicitários, out doors,
vídeos, jogos, revistas, jornais, internet. Estas visualidades nos atingem de vários
modos, nos provoca, instiga e faz surgir outras formas de percepção e
sensibilidade. Sendo assim, não podemos ignorar a presença das mais variadas
mídias e tecnologias, seja aquelas que os alunos trazem para o espaço escolar
por meio das suas subjetividades, ou mesmo aquelas que estão presentes
fisicamente dentro da escola nas mãos dos alunos e que em geral se sentem
mais atraídos por elas do que pelas aulas, quebrando o bom relacionamento entre
professores/alunos/escola. São celulares multi funções, tablets, jogos que
Link do filme: http://www.filmescompletos.info/filme-mulheres-gostam-dublado
http://thisisleticiaprado.blogspot.com.br/2013/01/resenha-critica-filme-amor-por-
contrato.html
http://www.memoriadapropaganda.org.br/
http://www.propagandasantigas.com/
http://www.youtube.com/playlist?list=PLB1DFA090206FBCC8
http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm
Link para pesquisa...
passam a modificar as maneiras de se pensar e praticar o ensino e
aprendizagem, seja da arte como de outras áreas do conhecimento. Então por
que não usar essa tecnologia a nosso favor, já que a presença cotidiana de tantos
artefatos tecnológicos, da indústria cultural faz proliferar uma infinidade de
imagens na contemporaneidade e que através da cultura visual podem ser
extremamente significantes para o Ensino de Arte.
Neste sentido percebemos o importante e determinante papel que tem a
escola para com esta formação. No ensino de Arte segundo as Diretrizes
Curriculares da Educação Básica do Paraná pretende-se que os alunos
apreendam conhecimentos sobre a diversidade de pensamentos e de criação e
assim possam aumentar a capacidade de criar e desenvolver o pensamento
crítico num diálogo constante entre a realidade cotidiana e teorias sobre a arte e
educação. Os conteúdos devem ser abordados pelo meio histórico, estético e da
produção de modo crítico permitindo ao aluno uma percepção da arte em
múltiplas dimensões do conhecimento, não só inteligível e racional, mas também
emocional, de valor, com apreensão plena da realidade, o que lhe permitirá a
construção de uma sociedade justa e com igualdade.
Ainda as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná apontam a
Arte como fonte de humanização, sendo que através dela que o aluno torna-se
consciente de sua existência individual e social, que se percebe e se questiona
sendo levado a interpretar a si mesmo e o mundo interferindo e expandindo
sentidos, a visão de mundo, aguçando o espírito crítico, situando este aluno como
sujeito de sua história.
Para o professor pensar ...
No mundo contemporâneo onde o entretenimento é construído
visualmente e influi diretamente na opinião das pessoas, que desperta
subjetividades e possibilita conhecimentos mais do que quando se ouve ou
se lê, se faz necessário buscar práticas escolares para alcançar um novo
alfabetismo visual. Pensar a cultura visual para a educação nas artes
visuais é pensar nas novas visualidades (contemporâneas), nas tecnologias
e propor aos arte educadores e alunos experiências que permitam a
compreensão de como as imagens influem em nossos pensamentos, ações
e sentimentos, e como pensar em suas identidades e contextos sócio-
históricos. Segundo Fernando Hernández a cultura visual é um desafio em:
[...] adquirir um “alfabetismo visual crítico” que permita aos aprendizes analisar, interpretar, avaliar e criar a partir da relação entre os saberes que circulam pelos “textos” orais, auditivos, visuais, escritos, corporais e, especialmente, pelos vinculados às imagens que saturam as representações tecnologizadas nas sociedades contemporâneas. (Hernández, 2007, p.24).
Dentro da cultura visual os múltiplos alfabetismos buscam organizar
as experiências para que se aprenda a relacionar meios de comunicação
tradicionais e emergentes, fazendo apreciações criativas e expressando-as
de formas diferentes. Prevê ainda que o processo possibilite comunicar-se
com linguagens e formas multiculturais e dominar alfabetos (multimídia,
sonoros, mímicos, oral, visual, escrito) e da numeração (pensar
matematicamente).
Ainda há que se deixar claro o que falamos quando nos referimos a
visual e imagem, o que é, como e o que vê, porque existe pouco produção
de métodos de interpretação e como usa-los.
Há pouco mais de uma década Hernández estuda as mudanças na
infância e juventude, tanto nos saberes acadêmicos, cultura popular,
práticas de consumo, pois considera o princípio para propor uma nova
prática pedagógica, considerando o tempo e espaço de cada um. Considera
que as visualidades ajudam a construir maneiras e modos de ser,
interagindo com as relações que cada um estabelece social e culturalmente
na sociedade em que esta, contribuindo e dando sentido ao sentir, ao
pensar, a olhar-se e olhar numa interação com o outro.
Uma vez que as subjetividades são produzidas e transitam de maneiras reflexivas e corporificadas, a relevância das representações visuais adquire um papel fundamental. Não apenas por sua onipresença, mas pelo seu forte poder persuasivo: associam-se a práticas culturais (o que significa que fazem parte do que está acontecendo), vinculam-se a experiências de prazer (apresentam-se de forma agradável, com uma retórica visual e narrativa atrativa e trazendo satisfação) e estão relacionadas a formas de socialização (os sujeitos sentem-
se como parte de um grupo com o qual se identifica). (Hernández, 2007, p 31)
As visualidades incidem e interferem na maneira pela qual o aluno se
olha e olha construindo subjetividades sobre si e sobre o mundo. Para a
educação cabe aproximar-se das representações visuais a qual seus alunos
estão inseridos.
Outra questão a ser pensada é que a partir dos anos 90 ocorrem
mudanças em relação aos limites da arte, o que passa a se considerar arte,
como ela se apresenta e seu papel social. Segundo Oliva apud Hernández:
[...] tende às instalações, à contaminação de matérias, quentes e frios, vídeo, fotografia e pintura. Quer dizer, o trabalho sobre a comunicação e a implicação do espectador(...). Hoje o artista delineia o problema da comunicação. Trata-se de comunicar, mas o quê? A informática comunica produtos espetaculares, simplificados: a arte, por sua vez, cria produtos complexos que lançam perguntas mais do que oferecem respostas. (Hernández, 2007, p 33)
A linguagem passa a ser globalizada, internacional, visível,
compartilhada, trabalhando diferentes assuntos que fazem refletir –
identidade cultural, gênero sexual, social, político, revela o mundo tal qual
ele é, como forma de manter contato com suas raízes. Estas inúmeras
propostas nas artes vêm dessa mudança de limites da arte, onde esta se
confunde e cada vez mais se apresenta no cotidiano das pessoas, com a
publicidade, os diversos meios tecnológicos, meios de comunicação.
Agora é com você ...
Apresentar a propaganda que você escolheu e dizer aos colegas o
porque desta escolha, o que mais lhe chama atenção, se é a cor, a
música, o texto, o lugar onde foi filmada, qual é o produto? Se você
tem ou pensa em adquirir, porquê?
Atividade IV – Refletindo sobre como os anúncios publicitários se utilizam
da arte
Quem disse que anúncios publicitários não são arte? Muitas empresas
junto com as agências publicitárias se utilizam de obras de arte já consagradas
como pinturas, músicas e mesmo obras literárias em suas campanhas.
Veja alguns exemplos dessas campanhas:
Questionar os alunos sobre o que eles percebem nestas campanhas.
As pessoas que vêem estas propagandas conhecem, percebem as
obras?
A presença de obras consagradas interfere para que a propaganda
cumpra seu principal objetivo? Falando nisso, qual é o objetivo das
propagandas?
Para a realização da atividade o professor deve proporcionar várias
imagens de obras de arte aos alunos, seja através de impressos ou
mesmo com pesquisa no laboratório de informática.
Para o professor pensar ...
Para casa
Postar atividade no faceboock para que todos os colegas possam
ver.
Pesquisar a vida e obras de artistas que tomam as imagens
publicitárias como parte de seus processos de criação.
Agora é com você ...
Faça a opção por uma das obras de arte propostas e transforme-a
em uma propaganda.
O produto a que se referir a propaganda é você quem escolhe.
A técnica para realizar esta atividade pode ser uma pintura, uma
fotomontagem através da colagem ou manipulação computadorizada.
Atividade V – Refletindo sobre como a publicidade interfere na criação de
alguns artistas.
Outra questão a ser pensada é que a partir dos anos 90 ocorrem
mudanças em relação aos limites da arte, o que passa a se considerar arte, como
ela se apresenta e seu papel social. Segundo Oliva apud Hernández:
[...] tende às instalações, à contaminação de matérias, quentes e frios, vídeo, fotografia e pintura. Quer dizer, o trabalho sobre a comunicação e a implicação do espectador(...). Hoje o artista delineia o problema da comunicação. Trata-se de comunicar, mas o quê? A informática comunica produtos espetaculares, simplificados: a arte, por sua vez, cria produtos complexos que lançam perguntas mais do que oferecem respostas. (Hernández, 2007, p 33)
A linguagem passa a ser globalizada, internacional, visível, compartilhada,
trabalhando diferentes assuntos que fazem refletir – identidade cultural, gênero
sexual, social, político, revela o mundo tal qual ele é, como forma de manter
contato com suas raízes. Estas inúmeras propostas nas artes vêm dessa
mudança de limites da arte, onde esta se confunde e cada vez mais se apresenta
no cotidiano das pessoas, com a publicidade, os diversos meios tecnológicos,
meios de comunicação.
Como exemplo dessas mudanças de limite da arte, pode-se observar o
trabalho da artista norte americana de Nova Jersey Bárbara Kruger e o artista Roy
Lichtenstein.
http://propinadotorg.wordpress.com/category/publicidade/page/2/
http://www.intercom.org.br/sis/2011/resumos/R6-1959-1.pdf
Link para pesquisa
Para o professor pensar ...
Como exemplo dessas mudanças de limite da arte, pode-se observar
o trabalho da artista norte americana de Nova Jersey Bárbara Kruger que
entrou para a história em 1969, atuando como artista, curadora, professora,
escritora, designer e por aliar conceitos de arte e publicidade. Segundo
Pequeno (2006) Bárbara utiliza linguagens da mídia, fotos em preto e
branco e aforismos, imita o vocabulário da propaganda para debater
assuntos de importância social como a violência, a saúde pública, a
discriminação racial e sexual, com um estilo próprio. Seu trabalho ganha
mais notoriedade em 1979 quando utiliza de outdoors para intervir na
paisagem urbana com imagens impessoais, amplamente difundidas e
muitas delas reticuladas que combinadas com frases de efeito ganham mais
força. A união do preto e branco com slogans ambíguos lembram o design
gráfico, função que a artista exerceu por onze anos na revista
Mademoiselle. A artista também se rende as mensagens em camisetas,
posters, sacolas, fotomontagens, com voz mais raivosa e inquiridora.
Pequeno (2006) diz: “A artista trata o espaço público, a representação social
e a linguagem na qual intervém tanto como alvo quanto como uma arma”,
busca material na indústria de massas, o artista mais manipula do que
produz objetos de arte, e o espectador torna-se um leitor ativo.
Para a criação de seus trabalhos Bárbara Kruger não apenas cria
imagens através da fotografia, da gravura da impressão, mas também
manipula através da apropriação, da montagem/colagem e de sua re-
semantização, atribui novos sentidos. Atenta ao legado dos artistas
conceituais tem uma postura crítica frente às instituições, herda atenção ao
lugar, à comunicação, ao público e aos parâmetros de produção e recepção
estabelecidos à arte. Tem interesse em intervir nas linguagens e nas
ideologias da visa cotidiana e no poder vigente das representações sociais.
Roy Lichtenstein também que trabalha com a publicidade, e
especialmente com as histórias em quadrinhos que é um produto da cultura
de massa, ampliando-as com um projetor e trabalhando o fundo com
pontilhismo, não tem a intenção de melhorar ou pesquisar a técnica, e sim
de segundo Argan (1996, p. 671) “exprimir a banalização operada pela
informação de massa sobre todos os dados reais”. As histórias em
quadrinhos passam ser um meio para construção de imagens, muitas vezes
frias, irônicas, distanciadas e objetivas. Segundo Argan (2006, p.647) em
Bárbara Kruger
Roy Lichtenstein, In the Car, 1964 Roy Lichtenstein, Ohhh… Alright…, 1964
Agora é com você ...
A proposta de atividade para este momento e que cada um, a partir
de uma ou mais imagens da publicidade possa desencadear um processo
de criação como podemos ver nos artistas visuais anteriormente
estudados.Cada um escolherá a técnica/material que melhor responda ao
seu processo pessoal de criação poética(desenho, pintura, colagem,
guachê, giz de cera, aquerela, lápis de cor, grafite).
tese o que Lichtenstein pretende e demonstrar que “Quem faz o valor
estético, em suma, não é o artista, mas o consumidor normal dos produtos
industriais”.
Atividade VI – Refletindo sobre o processo de criação da publicidade
Para casa
Finalizar e preparar a atividade para que esta seja socializada, tanto
para os colegas de sala, como para o restante do colégio em uma
exposição.
http://arteseanp.blogspot.com.br/2012/12/a-fotografa-barbara-kruger.html
http://brendandonnet.wordpress.com/tag/roy-lichtenstein/
Link para pesquisa
O processo de criação de uma propaganda esta presente em todos
os setores de uma agência publicitária, tem como objetivo maior reunir os
interesses da empresa que quer seu produto exposto com o interesse do
público-alvo.
Segundo Ferreira(2011) o processo de criação vem da capacidade
de analisar e combinar informações gerando mensagens verbais e visuais
que despertem uma mudança no comportamento e atitude do público a
quem se quer atingir, o que ela chamaria de raciocínio estratégico, um
conjunto de ações organizadas e realizadas para um fim específico.
A partir dessa premissa o professor irá auxiliar os alunos na
organização dos grupos, na criação das campanhas retomando os
questionamentos anteriores.
que despertem uma mudança no comportamento e atitude do público a
quem se quer atingir, o que ela chamaria de raciocínio estratégico, um
conjunto de ações organizadas e realizadas para um fim específico.
A partir dessa premissa o professor irá auxiliar os alunos na
organização dos grupos, na criação das campanhas retomando os
Para o professor pensar ...
Para casa
Trazer idéias para expor ao grupo e após discussão decidir por
aquela que o grupo achar mais conveniente ao produto, categoria e
ao público ao qual se destina.
Após escolha coletiva iniciar o processo de criação.
Apresentar em sala para os colegas.
Postar no Faceboock para a socialização.
Agora é com você ...
Criar grupos de até 4 pessoas para juntos pensar em uma campanha
publicitária.
As temáticas e os assuntos serão variados e poderão abordar as
mais distintas categorias da publicidade (social, política, comercial).
Cada campanha deverá ter muito claro o público que se quer atingir.
Os grupos poderão escolher qual a mídia(televisiva, radiofônica,
impressa – revista, jornal, outdoor, etc).
O produto pode ser um já existente ou mesmo uma criação do grupo.
http://seer.ucg.br/index.php/estudos/article/viewFile/2338/1433
Link para pesquisa
J – Referências
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http://mediadoresdearte.blogspot.com.br/2010/03/o-que-vemos-como-vemos-
consideracoes.html