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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
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ALGUNS ASPECTOS HISTÓRICOS DOS DIREITOS DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA NA CONTEMPORANEIDADE
Márcia Elena Lourenço Mari
Rosane Gumiero Dias da Silva
RESUMO Esse estudo teve o propósito de oferecer às pessoas com deficiência, a oportunidade de lutar e fazer valer os seus direitos, mediante implantação de projetos que possibilitem não só a inclusão, mas a mudança de visão da comunidade frente às pessoas com deficiência. É oportuno dizer que pela vivência com pessoas com deficiência e suas famílias, constatou-se que tudo o que eles querem é ter igualdade. Eles anseiam oportunidades de mostrar suas capacidades e serem úteis para a comunidade. Sobretudo, não querem ser pessoas segregadas, não querem esmolas nem mesmo o paternalismo, só querem seus direitos reconhecidos. Nesse estudo, foram discutidos os direitos da pessoa com deficiência como uma realidade possível, pois muitas vezes a sociedade é injusta com essas pessoas. Além disso, a garantia do direito da pessoa com deficiência de estar junto, de participar dos recursos e de usufruir das oportunidades é um passo muito importante. A lei diz que é crime impedir uma pessoa com deficiência de trabalhar, de ir à escola ou de participar de qualquer outra atividade por conta de sua deficiência. Perante essas dificuldades, percebeu-se a necessidade de se fazer algo por essas pessoas, fazer valer sua cidadania, que é definida como, o direito de ter direito. Porém, o acesso aos direitos é sem dúvida, de fundamental importância, mas não é o suficiente, pois a lei garante o acesso, contudo precisamos fazer com que essas leis sejam cumpridas para ter sucesso. Como resultado do trabalho desenvolvido, os Professores, Equipe Pedagógica, Pais e Pessoas com Deficiência beneficiados com a intervenção, puderam conhecer a importância de ter os “direitos das pessoas com deficiência”, reconhecidos, para que possam ter uma vida mais digna e exercer esses direitos sem discriminação. PALAVRAS-CHAVE: Direitos; deficiência; família.
ABSTRACT
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SOME HISTORICAL ASPECTS OF RIGHTS OF THE DISABLED IN CONTEMPORARYSOME HISTORICAL ASPECTS OF RIGHTS OF THE DISABLED IN CONTEMPORARY
This study aimed to provide people with disabilities the opportunity to fight and assert their rights through the implementation of projects that enable not only the inclusion but changing community vision forward for people with disabilities. It is fair to say that the experience with people with disabilities and their families, it was found that all they want is to have equality. They crave opportunities to show their skills and be useful to the community. Above all, do not want to be segregated people do not want handouts even paternalism, they just want their rights recognized. In this study, we discussed the rights of the disabled person as a possible reality, because many times the society is unfair to these people. Furthermore, guaranteeing the right of the person with a disability to be together, to participate in the use of resources and opportunities is a very important step. The law says it is a crime to prevent a person from working, going to school or participate in any other activity because of your disability disability. Given these difficulties, we realized the need to do something for these people, to assert their citizenship, which is defined as the right to have rights. However, access to rights is undoubtedly crucial, but it is not enough because the law guarantees access, but we need to make these laws are adhered to succeed. As a result of its work, Teachers, Pedagogical Staff, Parents and People with Disabilities benefit from the intervention, might know the importance of having the "rights of persons with disabilities", recognized, so they can have a better life and pursue these rights without discrimination.
KEY WORDS - rights; disabilities; family.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem o objetivo de apresentar aos Professores, Equipe
Pedagógica, Pais e Pessoas com Deficiência da Escola João Paulo II – Educação
Infantil e Ensino Fundamental, na Modalidade Educação Especial, do Município de
Terra Boa – PR., alguns aspectos históricos e legais dos Direitos da Pessoa com
Deficiência na Contemporaneidade**.
** O desenvolvimento deste trabalho ocorreu por meio de um projeto de extensão do PDE. Para a contribuição desta pesquisa, foi elaborada uma cartilha cujo título é: “Conheça seus Direitos”, a qual apresenta um compêndio dos direitos das pessoas com deficiência, os quais podem ser encontrados na Escola João Paulo II – APAE/Terra Boa. Neste artigo, apresentaremos, portanto, um recorte desse trabalho.
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Sabemos da necessidade dos cumprimentos das Leis e o despertar dos
responsáveis por tal execução. No entanto, precisamos primeiramente, levar ao
conhecimento das famílias e das pessoas com deficiência, que como qualquer outro
cidadão, possuem direitos de liberdade e dignidade, pois conquistaram Leis que as
amparam. Devemos exigir das autoridades que façam cumprir as Leis de
proteção que as auxiliam e dar-lhes oportunidades de mostrarem suas capacidades.
Perante toda essa segurança e proteção, que as pessoas com deficiência
adquiriram no decorrer de muitas lutas e que ainda é tão pouco praticada,
questiona-se a postura das autoridades em relação aos seus cumprimentos.
Considerando todas estas questões, nosso objetivo, portanto, é oportunizar as Leis
para os deficientes, aproximando assim, os direitos civis do poder público.
OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Atualmente, vivemos em um país que segundo o resultado divulgado pelo
IBGE, do Censo de 2010, possui 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de
deficiência, o que representa 23,91% da nossa população brasileira. O que recai no
fato de que precisamos pensar em uma sociedade mais justa e humana que
realmente seja inclusiva (Censo 2010).
Nesse sentido, promover a inclusão social da Pessoa com Deficiência
significa justamente proporcionar a ela, a participação na vida social, econômica e
política de nosso país e principalmente em nosso município. No entanto, o caminho
para isso, se faz por meio de leis e práticas sociais que respeitem os direitos das
pessoas com algum tipo de deficiência (VIVER SEM LIMITE - Plano Nacional dos Direitos
da Pessoa com Deficiência, 2013).
Convém ressaltar que ao se falar em direitos, é fundamental que todas as
pessoas tenham igualdade de oportunidades, com integração na comunidade, isto
é, no local em que vive. Esses direitos devem estar associados ao direito à saúde, à
educação, ao trabalho, ao lazer, ao esporte, à locomoção, à assistência social,
enfim ter direitos reconhecidos como qualquer outro cidadão (Estatuto da Pessoa
com Deficiência, 2008).
1- DIREITOS LEGAIS E SOCIAIS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
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Os direitos das pessoas com deficiência foram tratados com mais cuidado e
devoção a partir da “Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão”
elaborada em 10 de dezembro de 1948 e da “Declaração dos Direitos das Pessoas
Deficientes” realizada em 09 de dezembro de 1975, pela ONU – Organização das
Nações Unidas.
Em 03 de dezembro de 1982 a Organização das Nações Unidas (ONU)
elaborou por meio da Resolução 37/52 o “Programa de Ação Mundial para as
Pessoas com Deficiência”, o qual traz diretrizes para Ações Nacionais e
Internacionais.
A ONU propõe a construção de uma sociedade para todos em 20 anos por
meio da Resolução 45/91 em 14 de dezembro de 1990 .
Em 14 de dezembro de 1993 surgem as “Normas sobre a Equiparação de
Oportunidades para Pessoas com Deficiência”, da ONU, emitidas através da
Resolução 48/96.
No dia 09 de setembro de 1999 é aprovada a Carta para o Terceiro Milênio, em
Londres, Grã-Bretanha, pela Assembleia Governativa da Rehabilitation International
contendo medidas para empoderamento e inclusão social e apela aos Países-
Membros para que apóiem a promulgação de uma Convenção das Nações Unidas
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência como uma estratégia-chave para o
atingimento destes objetivos.
Em 10 de junho de 1994 é criada a Declaração de Salamanca – ONU que trata
de procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de
Oportunidades para Pessoas com Deficiências, A/RES/48/96.
No dia 25 de setembro de 1999 surge a Declaração de Washington afirmando
compromissos assumidos na Conferência de Cúpula “Perspectivas Globais sobre
Vida Independente para o Próximo Milênio” do Movimento de Direitos das pessoas
com Deficiência.
Em 05 de junho de 2001 é aprovada a Declaração Internacional de Montreal
sobre Inclusão pelo Congresso Internacional “Sociedade Inclusiva.
Ocorre em agosto de 2006 a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência – ONU - 13 de dezembro de 2006 (aprovada pela ONU) assinada em
Nova York em 30 de março de 2007 e em 01 de agosto de 2008 ratificada pelo
Brasil.
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Apesar de toda preocupação da legislação com as pessoas com deficiência não
se sabe com certeza se estes cidadãos têm acessibilidade aos direitos e garantias
que lhe são previstos. Na Legislação muitos direitos são assegurados para as
pessoas com deficiência, no entanto, nesta pesquisa serão estudados apenas os
Direitos Sociais como: direito à vida, à saúde, à educação, ao trabalho, à assistência
social, à previdência social, seguridade social, à cultura e lazer, ao esporte, ao
transporte, à moradia, à segurança, à acessibilidade, à proteção, às isenções.
1.1 DIREITO À VIDA
A Constituição Federal de 1988 garante que todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade. Cabe ao Estado assegurar da pessoa continuar viva e
ter vida digna quanto à subsistência.
De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Senado Federal,
dezembro de 2006, Senador Renan Calheiros - Presidente do Senado Federal), Art.
13: “Todo ser humano tem direito à vida e o Estado adotará as medidas necessárias
para assegurar seu efetivo exercício pela pessoa com deficiência, em base de
igualdade com os demais”.
1.2 DIREITO À SAÚDE
A Constituição Federal de 1988 afirma em seu Art. 23: “É competência
comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: II – cuidar da
saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas com deficiência”.
A atenção à saúde, assistência pública, proteção e garantias das pessoas
com deficiência são de atribuição comum tanto da União, como dos Estados do
Distrito Federal e dos Municípios. Dessa forma, garantir a todos os cidadãos o
acesso igualitário e universal à assistência médico hospitalar e farmacêutica é um
direito fundamental e público subjetivo, de natureza indisponível que vem
resguardado pela própria Constituição no Art. 196: “A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Por esse direito
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deve velar o Poder Público em todos os níveis federativos (União, Estados e
Municípios, além do Distrito Federal), através do estabelecimento de políticas
públicas, sociais e econômicas (RIBEIRO, 2010).
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, diz que
crianças e adolescentes devem ter o seu direito à vida e à saúde protegido com
prioridade pela família, pela comunidade, pela sociedade em geral e pelo poder
público (governantes e autoridades públicas). Diz ainda que as crianças têm
primazia para receber proteção e socorro em qualquer circunstância. Têm também o
direito de serem atendidas com precedência pelos serviços públicos ou
de relevância pública. Além disso, o ECA ressalta que nenhuma criança ou
adolescente sofrerá qualquer forma de negligência (descuido, desleixo,
menosprezo) e discriminação; que os governantes devem implementar políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência, visto que é o governo que
responde pela saúde pública e cuida de questões fundamentais para que a
população viva em um ambiente adequado: com saneamento básico, coleta de lixo e
manutenção de áreas verdes. (ECA, 1990).
1.3 DIREITO À EDUCAÇÃO
O atendimento às pessoas com deficiência deve ocorrer em toda a rede de
ensino em escolas públicas e privadas. É vedada qualquer forma de discriminação
ou impedimento de matrícula pela deficiência ou necessidade que a pessoa tenha.
A educação é um direito social que, pelo comando dos arts. 6º e 205 da
Constituição Federal de 1988 tem como finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho. Só pode ser reconhecida de boa qualidade quando garantir ao aluno o
direito de “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto e aprender
a ser”. No entanto, nossa sociedade tem resistências e preconceitos em relação aos
alunos com deficiência nas escolas comuns (RIBEIRO, 2010).
Dois documentos internacionais são marcos para a educação para todos,
onde se incluem os alunos com deficiência: a Declaração Mundial sobre Educação
para Todos e a Declaração de Salamanca (1994 – ONU) de Princípios, Política e
Prática para as Necessidades Educativas Especiais (RIBEIRO, 2010).
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A Declaração Mundial sobre Educação para Todos foi resultante de
conferência mundial, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, convocada pelas
chefias executivas: do fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF; do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD; da Organização
das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Ciência - UNESCO; e do Banco
Mundial. Esta Declaração inspirou o Plano Decenal de Educação para Todos.
(RIBEIRO, 2010).
A Declaração de Salamanca de Princípios, Política e Prática para as
Necessidades Educativas Especiais, resultou de uma Conferência Mundial, que
reuniu delegados de 92 governos (o Brasil não compareceu) e 25 ONGs, na
Espanha, em junho de 1994, sob o patrocínio da UNESCO (RIBEIRO, 2010).
Os principais pontos proclamados nesta Declaração são: toda criança tem
direito fundamental à educação, e a ela deve ser dada a oportunidade de atingir e
manter o nível adequado de aprendizagem; toda criança possui características,
interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que lhe são únicas; os
sistemas educacionais devem ser designados e os programas educacionais devem
ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais
características e necessidades; aqueles com necessidades educacionais especiais
devem ter acesso à escola regular, que deverá acomodá-lo dentro de uma
pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; as escolas
regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes
de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,
construindo uma sociedade inclusiva e alcançando uma educação para todos.
(RIBEIRO, 2010).
A Declaração de Salamanca tem como princípio fundamental “que as escolas
devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras”. As escolas têm que
encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as com
deficiências graves. É cada vez maior o consenso de que crianças e jovens com
necessidades educativas especiais sejam incluídos nos planos de educação
elaborados para a maioria de meninos e meninas. (RIBEIRO, 2010).
Em 11 de setembro de 2001 o MEC aprova a Resolução nº 2, sendo um
Conselho de Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica.
Refere-se a primeira Resolução com força de Lei a defender a implantação de
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escolas inclusivas, na perspectiva de uma sociedade que acolha a diversidade
humana e as diferenças individuais. Mas mantém um sistema separado do sistema
regular de ensino ao admitir, escolas especiais e. classes especiais: ainda que.
extraordinariamente e em caráter temporário. Também define as condições que de
necessidades educacionais especiais e as medidas necessárias à inclusão escolar.
Emerge da leitura que as formas de linguagem e comunicação típicas de
grupos de pessoas com deficiências sensoriais que afetem a comunicação escrita
ou oral, antes restritas aos guetos de linguagem a eles inerentes e desconhecidas
da maior parte da população, como ocorre com o braile e a LIBRAS – Língua
Brasileira de Sinais passam agora a ser reconhecidas como instrumentos sociais a
serem apropriados por todos. Também que (CONVENÇÃO, 2006, ONU, ART. 2º).
1.4 DIREITO AO TRABALHO
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 declara os direitos
essenciais à pessoa humana. No artigo 23 é relatado o seguinte sobre o direito ao
trabalho:
Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
No Art. 7º da Constituição Federal de 1988 é relatado que são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; médico e psicológico apropriados, os quais incluem serviços de prótese e órtese, reabilitação, treinamento profissional, colocação no trabalho e outros recursos que lhes permitam desenvolver ao máximo suas capacidades e habilidades e que Ihes assegurem um processo rápido e eficiente de integração social.
Ribeiro (2010) afirma que a Carta Política brasileira adota os valores sociais
do trabalho como um dos fundamentos de nosso Estado Democrático de Direito (art.
1º, IV) e a base da ordem social, que tem como objetivo o bem-estar e a justiça
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social (art. 193), expressamente repudiando qualquer forma de discriminação
preconceituosa em relação ao salário e critério de admissão do trabalhador com
deficiência.
Prevê ainda, reserva de mercado tanto na esfera pública (art. 37, VIII), como
no âmbito privado, com reserva de “cotas” a serem preenchidas por funcionários
com deficiência ou reabilitados pela Previdência Social. Não se trata de
protecionismo ou comiseração, mas sim a garantia de oportunidade de trabalho, de
valorização das capacidades e habilitações, permitindo às pessoas com deficiência
obtenção de renda própria, eximindo o Estado e a sociedade de sustentá-la, como
ser improdutivo restaurando-lhe a dignidade e favorecendo sua inserção
comunitária. Esta opção constitucional realça a função social da empresa, que não
pode ser encarada como instrumento exclusivo de lucro e, sim, um agente de
oportunidades profissionais, promovendo o indivíduo no desenvolvimento de suas
capacidades e potencialidades e que, haja na empresa, trabalhadores com
deficiência plenamente integrados e eficientes (RIBEIRO, 2010).
O decreto ainda regulamenta o trabalho protegido, para hipóteses onde as
necessidades especiais para acolhimento do trabalhador com deficiência são mais
acentuadas, que pode ocorrer em oficinas protegidas de produção e oficinas
protegidas terapêuticas (RIBEIRO, 2010).
No plano internacional merecem referências as Convenções nº 111, de 1958,
que fixa critérios gerais sobre discriminação no trabalho e nº 159, de 1983, que cuida
da política de reabilitação profissional e emprego das pessoas com deficiência,
ambas da OIT – Organização Internacional do Trabalho. A Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência de 2006, da ONU, trata do trabalho e
emprego em seu art. 27. Mesmo com todas essas leis, ainda hoje há sérias
restrições por parte do empresariado na contratação de empregados com deficiência
tendo como resultado um pequeno número de trabalhadores com deficiência no
mercado formal e um número um pouco maior na informalidade (RIBEIRO, 2010).
No dia 25 de dezembro de 2008 foi aprovada a Lei nº 11.788 – Lei de Estágio.
O direito ao trabalho está contido no artigo 27 da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência (2006, ONU), sendo o de assegurar a liberdade de
escolha de trabalho, adaptação física e atitudinal dos locais de trabalho, formação
profissional, justo salário em condição de igualdade com qualquer outro cidadão,
condições seguras e saudáveis de trabalho, sindicalização, garantia de livre
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iniciativa no trabalho autônomo, empresarial ou cooperativado, ações afirmativas de
promoção de acesso ao emprego privado ou público, garantia de progressão
profissional e preservação do emprego, habilitação e reabilitação profissional,
proteção contra o trabalho forçado ou escravo, etc.
Em 19 de novembro de 2008 foi lançado o Projeto Nacional de Incentivo à
Aprendizagem de Pessoas com Deficiência, do Ministério Público do Trabalho (MPT)
e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que prevê o uso do contrato de
aprendizagem como meio facilitador da inclusão de pessoas com deficiência e
reabilitados da previdência social.
1.5 DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
A Assistência Social, como uma política pública, consubstanciada por um
conjunto de ações de iniciativa pública e da própria sociedade, visa prover aos
brasileiros com renda inferior aos mínimos legais, condições de inclusão social
mediante o atendimento às suas necessidades básicas, para o efetivo exercício dos
direitos de cidadão. O benefício é concedido a quem dele necessitar, sem que haja
uma contribuição respectiva. (RIBEIRO, 2010).
A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu Art.203: A assistência social
será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem pro objetivos:
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária V – A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Ribeiro (2010) lembra que no § 1o do Art. 20 da Lei nº 8.742/93, exigem-se
dois requisitos: ser pessoa com deficiência, não havendo restrição de idade,
podendo ocorrer concessão até mesmo para criança, cuja avaliação é feita segundo
o Regulamento do Benefício de Prestação Continuada (ou idoso) e a incapacidade
de prover a própria manutenção ou tê-la provida pela família incapacidade familiar
esta que é presumida se a renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo.
Em 07 de julho de1994 é aprovada a Lei nº 8.909 que dispõe em caráter
emergencial sobre a prestação de serviços por entidades de assistência social,
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entidades beneficentes de assistência social e entidades de fins filantrópicos e
estabelece prazos e procedimentos para o recadastramento de entidades junto ao
Conselho Nacional de Assistência Social.
Em 26 de dezembro de 2007 é aprovado o Decreto nº 6.214 que
Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à
pessoa com deficiência e ao idoso.
1.6 DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
No Art. 40, § 4º, I, da Constituição Federal de 1988 diz que “é vedada a
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores: I com deficiência”.
A Lei nº 7.070 de 20 de dezembro de 1982 dispõe sobre pensão especial para
pessoas com síndrome da Talidomida, fazendo saber em seu Art. 1º: “Fica o Poder
Executivo autorizado a conceder pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível,
aos portadores da deficiência física conhecida como "Síndrome da Talidomida" que
a requererem, devida a partir da entrada do pedido de pagamento no Instituto
Nacional de Previdência Social – INPS”.
A Lei nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990 dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais
e em seu Art. 217, I, e, afirma que são beneficiários das pensões: vitalícia: “e) a
pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa com deficiência, que
vivam sob a dependência econômica do servidor.”
A Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991 regulamentada pelo Decreto Federal
3.048, de 06 de maio de 1999 dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
Social e dá outras providências. Esta lei é um estímulo à contratação, pois obriga
empresas com mais 100 empregados a contratar pessoas com deficiência e
reabilitadas da previdência social. Também dispõe de planos e benefícios da
Previdência Social. Conforme esta lei o valor da aposentadoria por invalidez do
segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa, atestada pela
perícia médica do INSS será acrescido de 25%, conforme a Lei Federal 8.213, de 24
de julho de 1991, observada a relação constante do Decreto 3.048, de 06 de maio
de 1999, que regulamenta a lei.
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O Decreto nº 1.330 de 08 de dezembro de 1994 dispõe sobre o beneficio de
prestação continuada como garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 70 anos ou mais e que comprovem não possuir meios de
prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família.
O Decreto nº 1.744 de 08 de dezembro de 1995 regulamenta o beneficio da
prestação continuada devido à pessoa com deficiência e ao idoso, de que trata a Lei
nº 8.742 de 07/12/93.
A Resolução nº 630 de 20 de outubro de 1998 do INSS determina aos
diretores de Arrecadação e Fiscalização e do Seguro Social que estabeleçam
sistemática de fiscalização, avaliação e controle das empresas, para assegurar o
preenchimento das vagas reservadas a beneficiários reabilitados ou pessoa com
necessidades especiais.
1.7 DIREITO À CULTURA E LAZER E ESPORTE
A cultura, o esporte e o lazer possuem um importante papel para todos. Os
eventos, ações culturais e de lazer devem possibilitar e estimular valores e talentos,
integrar as pessoas com deficiência nos diferentes meios sociais.
O Art. 215 da Constituição Federal garante: “O Estado garantirá a todos o
pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional e
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”.
O direito à cultura também é efetivado à pessoa com deficiência por meio da
Lei 10.753 de 30 de outubro de 2003:
Sobre o Esporte a Constituição Federal de 1988 diz no Art. 217: “É dever do
Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada
um...”.
Em 14 de abril de 1989 é aprovada a Lei nº 7.752 que dispõe sobre
benefícios fiscais na área do imposto sobre a renda e outros tributos, concedidos ao
desporto amador inclusive desenvolvimento de programas desportivos para o
deficiente físico.
O Decreto 5.296 de 02 de dezembro de 2004 diz:
Art. 23. Os teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, casas de espetáculos, salas de conferências e similares reservarão, pelo menos, dois por cento da lotação do estabelecimento para pessoas em cadeira de rodas, distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa
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visibilidade, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e a obstrução das saídas, em conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
A Lei nº 11.982/09 acrescentou parágrafo único ao Art. 4º, para determinar
que os “os parques de diversões, públicos e privados, devem adaptar no mínimo,
5% (cinco por cento) de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para
possibilitar sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
tanto quanto tecnicamente possível”. Esta alteração tem como foco a efetivação do
direito ao lazer das crianças e adolescentes com deficiência e faz ressalva da
adequação tecnicamente realizável que, todavia, não poderá ser interpretada como
dispensa de adaptação em razão de dificuldades e, sim, de buscar-se o máximo de
efetividade na adaptação à vista da tecnologia assistiva atualmente disponível.
(RIBEIRO, 2010).
1.8 DIREITO À MORADIA
Em 01 de janeiro de 1916 foi criada a Lei nº 3.071 que assegura o direito de
Habitação, no entanto, em parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.050, de
14/01/2000, na falta do pai ou da mãe o direito de habitação é estendido ao filho
com deficiência impossibilitado de trabalhar.
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade à pessoa com deficiência; IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos da pessoa com deficiência.
1.9 DIREITO AO TRANSPORTE
O transporte é um dos serviços essenciais e está na Constituição Federal de
1988 como um direito sobre o qual a União tem competência privativa. Os artigos 21
e 22 da Carta Maior versam sobre esse tema, visto que a locomoção é um direito de
todos.
O direito ao transporte é inalienável para as pessoas com deficiência porque
diz respeito à sua liberdade constitucional de ir e vir. Além do que está previsto na
Magna Carta de 1988, o legislador brasileiro aprovou leis e ratificou tratados
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internacionais que disciplinavam todo o sistema de transporte, em todas as
modalidades: marítima, aéreo, ferroviário, aquaviário e terrestre.
A Lei nº 8.899 de 29 de junho de 1994 concede passe livre às pessoas com
deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual assegurando no Art. 1º: “É
concedido passe livre às pessoas com deficiência, comprovadamente carentes, no
sistema de transporte coletivo interestadual”.
A partir dos movimentos organizados; instituições de defesa dos direitos das
pessoas com deficiências; das campanhas internacionais realizadas a fim de
conscientizar a população que outros direitos começaram a ser pensados, como o
passe livre dentro das cidades e o passe interestadual, para aqueles que forem,
comprovadamente, carentes. (Estatuto da Pessoa com Deficiência, 2008).
1.10 DIREITO À SEGURANÇA
De acordo com a Constituição Federal de 1988, Art. 227: “É dever da família,
da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Sobre a prioridade de atendimento às pessoas com deficiência a Lei no
10.048, de 08 de novembro de 2000 especifica em seus Arts. 1º e 2º:
Art. 1o As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei. Art. 2o As repartições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos estão obrigadas a dispensar atendimento prioritário, por meio de serviços individualizados que assegurem tratamento diferenciado e atendimento imediato às pessoas a que se refere o art. 1o.
O Decreto nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 assevera no Art. 5º: “ Os
Órgãos Da administração pública direta, indireta e fundacional, as empresas
prestadoras de serviços públicos e as instituições financeiras deverão dispensar
atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”.
1.11 DIREITO À ACESSIBILIDADE
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Acessibilidade significa ter acesso aos espaços físicos ou de comunicação;
é possibilitar às pessoas que tenham qualquer dificuldade, tanto motora, quanto
sensorial e auditiva, bem como idosos, crianças, gestantes, entre outras, o acesso a
diferentes locais garantindo a qualidade de vida para todos.
Embora tenham sido realizadas várias campanhas em nível mundial, ao
longo dos anos com o objetivo de conscientizar as pessoas da necessidade de se
remover as barreiras arquitetônicas, que são obstáculos à locomoção e ao acesso
dessas pessoas com deficiência à vida em sociedade somente há poucos anos
foram construídas rampas nas calçadas e edifícios, para cadeirantes, sinalização
nos pisos, sonorização nos elevadores, BRAILE em determinados logradouros,
LIBRAS, vagarosamente são oferecidos alguns mecanismos de acessibilidade.
(RIBEIRO, 2010).
A acessibilidade e as barreiras podem ser definidas pelo Decreto Federal nº
5.296 de 02 de dezembro de 2004, o qual regulamenta as Leis Federais nºs 10.048,
de 08 de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, em seu artigo
8º, da seguinte forma:
I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação.
Esse mesmo Decreto Federal nº 5.296/2004 diz em seu Art. 6º: “o
atendimento prioritário compreende tratamento diferenciado e atendimento imediato
às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida”. No § 1º O tratamento
diferenciado inclui, dentre outros:
I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instalações acessíveis; II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente adaptado à altura e à condição física de pessoas em cadeira de rodas, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT; III - serviços de atendimento para pessoas com deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendimento; IV - pessoal capacitado para prestar atendimento às pessoas com deficiência visual, mental e múltipla, bem como às pessoas idosas;
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V - disponibilidade de área especial para embarque e desembarque de pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; VI - sinalização ambiental para orientação das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida VII - divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento prioritário das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida; VIII - admissão de entrada e permanência de cão-guia ou cão-guia de acompanhamento junto de pessoa com deficiência ou de treinador nos locais dispostos no caput do art. 5º, bem como nas demais edificações de uso público e naquelas de uso coletivo, mediante apresentação da carteira de vacina atualizada do animal. § 4º Os órgãos, empresas e instituições referidos no caput do art. 5º devem possuir, pelo menos, um telefone de atendimento adaptado para comunicação com e por pessoas com deficiência auditiva.
É dentro da visão de uma cidade que funcione adequadamente para o
conjunto de sua população, distribuindo equitativamente a todos as possibilidades
de bem-estar, que a Constituição Federal de 1988 determina ao Poder Público
providências para adaptar os logradouros e prédios públicos e/ou de acesso ao
público (aí incluídas escolas, teatros, cinemas, restaurantes, etc.) e os veículos de
transporte coletivo com vistas a tornar a cidade acessível a todos. (RIBEIRO, 2010).
Ribeiro (2010) argumenta que para ser preservada a dignidade da pessoa
com deficiência e para ter acesso a um meio ambiente equilibrado e essencial à
sadia qualidade de vida, de acordo com Art. 225 da Constituição Federal, é preciso
de condições de acessibilidade aos locais públicos e de acesso ao público e
ambientes de trabalho, a fim de garantir sua auto-determinação e sua saúde mental
e psíquica.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006)
trata da acessibilidade, em geral, no art. 9 e define “Adaptação razoável” como as
modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus
desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar
que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais (art. 2º); é expressa ao afirmar que a recusa de tal “adaptação
razoável” é considerada como discriminação. (RIBEIRO, 2010).
O art. 2 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU
2006) define idéias centrais para a compreensão nos seguintes termos:
“Comunicação” abrange as línguas, a visualização de textos, o BRAILE, a
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de multimídia acessível,
assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de
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voz digitalizada e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de
comunicação, inclusive a tecnologia da informação e comunicação; “Língua”
abrange as línguas faladas e de sinais e outras formas de comunicação não-falada;
Discriminação significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em
deficiência, com o propósito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento o
exercício igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais política, econômica, social, cultural, civil ou
qualquer outra. Abrange todas as formas de discriminação, inclusive a recusa de
adaptação razoável. “Ajustamento razoável” significa a modificação necessária e
adequada e os ajustes que não acarretem um ônus desproporcional ou indevido,
quando necessários em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com
deficiência possam desfrutar ou exercitar, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; “Desenho
universal” significa o projeto de produtos, ambientes, programas e serviços a serem
usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem que seja necessário
um projeto especializado ou ajustamento. O “desenho universal” não deverá excluir
as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando
necessárias.” o ajustamento razoável e o desenho universal cultivam a necessidade
de que os equipamentos e produtos arquitetônicos e industriais devem atender a
todos, ou seja, o processo produtivo deve voltar-se à criação de soluções
garantidoras da utilização universal dos mesmos. A discriminação também é definida
como qualquer ato que tenha por finalidade ou resultado a restrição de direitos em
razão da deficiência, abrangendo, portanto, a intenção discriminatória e a
discriminação objetivamente verificada por resultados, inclusive estatísticos, ou seja,
a discriminação subjetiva ou objetiva (ART.2º - CONVENÇÃO – ONU, 2006)
Outro obstáculo a ser superado é no meio ambiente do trabalho, o espaço
de desenvolvimento da atividade laboral, que deve, por sua vez, respeitar o princípio
da dignidade da pessoa humana na busca da forma mais harmoniosa de produção,
interação e livre desenvolvimento do trabalho, pressuposto básico da vida humana e
da felicidade. (RIBEIRO, 2010).
O ambiente de trabalho deve ser adaptado às necessidades de cada
trabalhador, e não o contrário, sendo que os eventuais gastos com móveis e
equipamentos não podem ser considerados despesas, mas, sim, investimentos
tendentes a aumentar a produtividade de cada trabalhador, ao deixá-lo apto a
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exercer sua atividade laboral em um ambiente equilibrado e saudável para todos e
para cada um. Cada empresa com cem funcionários ou mais precisa destinar
porcentual de vagas para pessoas com deficiência. (RIBEIRO, 2010).
O artigo 26 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
(ONU, 2006) regulamenta o direito à habilitação e à reabilitação particularmente nas
áreas de saúde, emprego, educação e serviços sociais, visando o desenvolvimento
e a formação de profissionais para cada área de habilitação e reabilitação,
utilizando-se de tecnologias assistivas adequadas. As tecnologias assistivas
integram a acessibilidade e variam de acordo com as necessidades de cada
deficiente. Por exemplo, tem-se a bengala, cadeira de rodas, brinquedos adaptados,
aparelho auditivo, computadores com softwares e hardwares especiais, livros
acessíveis em formato digital e em áudio, equipamentos de comunicação alternativa,
auxílios visuais, e outros disponíveis hoje no mercado.
1.12 DIREITO A PROTEÇÃO
A Constituição Federal de 1988 apregoa em seu Art. 23 que “é de
competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: II
– cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas com
deficiência”.
No Estatuto da Pessoa com Deficiência (Senado Federal, em de dezembro
de 2006 - Senador Renan Calheiros Presidente do Senado Federal), Art. 14 diz que
“a pessoa com deficiência tem direito à proteção à vida, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento, o desenvolvimento sadio e
harmonioso e o envelhecimento em condições dignas de existência”.
Enfim, todos os programas, leis e políticas devem levar em conta a proteção
e a promoção dos direitos humanos das pessoas com deficiência a proteção e a
promoção dos direitos humanos das pessoas com deficiência.
1.13 DIREITO ÀS ISENÇÕES
As pessoas com deficiência têm direito em nosso país de comprar carro zero
com isenção de até mesmo 30% de desconto nos impostos. Mesmo as pessoas que
já possuem veículos usados podem ser isentas do IPVA.
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As pessoas com necessidades especiais e com renda mínima de 01 salário
mínimo também podem viajar de um Estado para o outro de ônibus, trem ou barco
sem pagar passagem, de acordo com a Lei 8.899/94 e o Decreto 3.691/00 que a
regulamenta. Essas pessoas ainda têm direito à isenção de: IPI, ICMS, IOF, IPVA,
Rodízio e Cartão Defis.
RESULTADOS
Como citamos anteriormente, este artigo é o resultado de uma Cartilha de
Orientações ao deficiente e foi discutida em um Curso de Extensão, via PDE. Seus
resultados foram todos significativos, pois sabemos que o respeito às diferenças,
bem como os Direitos das Pessoas com Deficiência devem ser reconhecidos para
que tenham uma vida mais digna e possam exercer esses Direitos sem
discriminação e com igualdade social.
No entanto, gostaríamos de citar apenas um exemplo deste momento, por meio de
um depoimento escrito em nossas avaliações por uma professora do referido curso.
Segundo o 1º artigo da Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos dotados de razão e de consciência, devem agir uns com o para os outros em espírito de fraternidade”. Porém, basta olharmos para a nossa sociedade para vermos que esse é um belo artigo desenhado graficamente no papel, infelizmente, a realidade é muito diferente, principalmente quando os direitos se referem às pessoas com deficiência. A exemplo disso, estão bem mais próximos do que podemos imaginar, basta observarmos nossas calçadas e entradas de locais públicos. Quantos estabelecimentos oferecem acessibilidade aos deficientes físicos e visuais? E as vagas estacionamento para Deficientes, quem as ocupa na maioria das vezes? Essas, entre outras questões, foram suscitadas ao longo do curso com o tema Os Direitos das Pessoas com Deficiência na Contemporaneidade, o qual foi direcionado com reflexões significativas e de grande aprendizado. Além disso, todo o material utilizado e proposto como os vídeos, reportagens, a Cartilha e outros, trouxeram excelentes contribuições ao legado de conhecendo já obtida por nós participantes, experientes na área de educação especial. Falar sobre Leis e Direitos não é fácil, nem simpatizante, no entanto, necessário e pertinente, isto porque, se desejamos uma sociedade mais digna e justa devemos construí-la, sendo de fato cidadãos. E ser cidadão implica em lutar não só por si, mas pelo outro, no caso a Pessoa com Deficiência, o que recai no artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, quando destaca que devemos: ...AGIR UNS COM OS OUTROS EM ESPÍRITO DE FRATERNIDADE” (SIC, 2014).
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REFERÊNCIAS BRASIL- Estatuto da Pessoa com Deficiência (Senado Federal - dezembro de 2006- Senador Renan Calheiros Presidente do Senado Federal). BRASIL, Estatuto da Pessoa com Deficiência (Senado Federal - dezembro de 2008 - Senador Flávio Arns- Presidente do Senado Federal). BRASIL, Resolução nº 37/52 de 03 de dezembro de 1982 - Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência. BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de outubro de 1988 - dispositivos referentes aos direitos das pessoas com deficiência. BRASIL, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. _______,Resolução nº 2, de 11 de setembro de 2001. _______, Lei nº 8.909, de 6 de julho de 1994. ________, Lei nº 8.909, de 6 de julho de 1994. ______,Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982 dispõe sobre pensão especial para os deficientes físicos que especifica e dá outras providências. _______,Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da união, das autarquias e das fundações públicas federais. _______,Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 dispõe sobre os planos de benefícios da previdência social e dá outras providências. _______,Lei nº 10.753 de 30 de outubro de 2003. Institui a Política Nacional do Livro. _______,Lei nº 3.071(Código Civil), de 1º de janeiro de 1916. Pelo § 3º (do artigo 1.611 desta Lei) acrescentado pela Lei nº 10.050, de 14/1/00, o direito de habitação, na falta do pai ou da mãe, é estendido ao filho com deficiência impossibilitado para o trabalho. _______,Lei nº 8.859 de 23 de março de 1994. Altera a Lei nº 6.494, de 7/12/77, estendendo aos alunos de ensino especial o direito à participação em atividades de estágio. _______,Lei nº 10.050 de 14 de novembro de 2000. Altera o artigo 1.611 da Lei nº 3.071, de 1º/1/16, estendendo o benefício do § 2º ao filho com deficiência impossibilitado para o trabalho.
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________,Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 dispõe sobre a isenção do imposto sobre produtos industrializados (IPI), na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas com física, e dá outras providências. _______,Lei nº 10.048 de 8 de novembro de 2000 dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. _______,Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 dispõe sobre a isenção do imposto sobre produtos industrializados (IPI), na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas com física, e dá outras providências. DEFICIÊNCIA, Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2013. Declaração de Salamanca de 07 a 10 de junho de 1994: trata de princípios, política e prática em educação especial. Declaração de Washington de 25 de setembro de 1999 afirmando compromissos assumidos na Conferência de Cúpula “Perspectivas Globais sobre Vida Independente para o Próximo Milênio” do Movimento de Direitos das pessoas com Deficiência. ONU- Resolução 542/75 - Declaração dos Direitos das Pessoas Com Deficiência.
RIBEIRO, Lauro Luiz Gomes. Manual de direitos da pessoa com deficiência. 1. ed. São Paulo. Editora Verbatim, 2010.