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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014

Título: Recursos imagéticos no Ensino de Geografia: trabalhando o conteúdo

da globalização com o auxílio de fotos, charges e cartuns.

Autor: José Silvestre Alves Soczek

Disciplina/Área:

Geografia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Alberto de Carvalho

Município da escola: Prudentópolis - PR

Núcleo Regional de Educação: Irati - PR

Professor Orientador: Prof. Msc. Zaqueu Luiz Bobato

Instituição de Ensino Superior: FAFIG – Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guarapuava - PR

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

Tendo o conhecimento da realidade escolar no que diz respeito a dificuldade de muitos alunos compreenderem o conteúdo da globalização dada a sua abrangência teórica e conceitual, surgiu o interesse em desenvolver este caderno didático.Ressalta-se que a proposta contida nos escritos deste caderno, levam em consideração as dificuldades encontradas pelos alunos dos 9º anos do Colégio Estadual Alberto de Carvalho localizado na área urbana do município de Prudentópolis-Paraná. Procurando motivar e facilitar o entendimento dos alunos surgiu a ideia de trabalhar a globalização com o auxílio de charges, cartuns e imagens obtidas por meio de fotografias. Ao ser trabalhado com os recursos imagéticos evidenciados, procurar-se-á valorizar a capacidade dos alunos em interpretarem diferentes aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da realidade estudada. Trabalhar-se-á o conteúdo “globalização” levando em consideração a escala geográfica do “vivido”

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dos alunos, nesse caso o município de Prudentópolis. Será abordada a globalização como um processo que gera reflexos positivos e negativos na escala espacial do município. Para tanto, as imagens fotográficas serão capturadas procurando refletir o impacto da lógica globalizadora no âmbito econômico, social, cultural e ambiental do município. Já as charges e cartuns, serão pesquisados em jornais e sites que fazem reflexões acerca do processo de globalização

Palavras-chave:

Geografia; Globalização; Recursos imagéticos.

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público:

Alunos dos 9º anos do Ensino Fundamental.

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SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

Material Didático

Professor PDE: José Silvestre Alves Soczek Orientador: Prof. Msc. Zaqueu Luiz Bobato

PRUDENTÓPOLIS-PR SETEMBRO, 2014

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CADERNO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Recursos Imagéticos no Ensino da Geografia:

Trabalhando o conteúdo da Globalização com o auxílio de fotos, charges e cartuns.

Professor PDE: José Silvestre Alves Soczek Orientador: Prof. Msc. Zaqueu Luiz Bobato

PRUDENTÓPOLIS-PR SETEMBRO, 2014

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por estar presente em todos os momentos de

minha vida, a minha família pelo apoio e compreensão e ao professor Msc. Zaqueu

Luiz Bobato que não mediu esforços para que o trabalho em suas diversas etapas

pudesse ser desenvolvido.

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SUMÁRIO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO.......................................................................................04

INTRODUÇÃO...............................................................................................................05

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................................06

UNIDADE I. TRABALHANDO CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS COM O AUXÍLIO DE

RECURSOS DIDÁTICOS IMAGÉTICOS.......................................................................07

1.1. CHARGE E CARTUM: ELEMENTOS DEFINIDORES............................................08

1.2. FOTOGRAFIA: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA.................14

UNIDADE II. EVIDENCIANDO A ORGANIZAÇÃO E PREPARAÇÃO DAS AULAS:

UMA COMPREENSÃO NECESSÁRIA..........................................................................25

2.1. BLOCO 1: PRIMEIRO CONTATO COM OS RECURSOS IMAGÉTICOS...............26

2.2. BLOCO 2: RECURSOS IMAGÉTICOS (CHARGES, CARTUNS E FOTOGRAFIAS)

EM MEIO A TEMÁTICA QUE ABORDA O PROCESSO DA

GLOBALIZAÇÃO............................................................................................................26

2.3. BLOCO 3: AVALIANDO O DESEMPENHO DA PROPOSTA JUNTO AOS

ALUNOS.........................................................................................................................51

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CADERNO..................................................................52

REFERÊNCIAS..............................................................................................................54

ANEXOS.........................................................................................................................57

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: José Silvestre Alves Soczek

Área PDE: Geografia

NRE: Irati-PR

Professor orientador: Msc. Zaqueu Luiz Bobato

Instituição de Ensino Superior-IES vinculado: Universidade Estadual do Centro-

Oeste-UNICENTRO

Colégio de implementação: Colégio Estadual Alberto de Carvalho

Público objeto da intervenção: Alunos das turmas de 9º ano do Ensino Fundamental

Tema: Tecnologias e suas linguagens no ensino de Geografia

Título: Recursos imagéticos no Ensino de Geografia: trabalhando o conteúdo da

globalização com o auxílio de fotos, charges e cartuns.

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INTRODUÇÃO

As propostas contidas nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná

apontam que a disciplina de Geografia tem por finalidade contribuir para a formação de

um sujeito que se torne capaz de interferir na realidade do mundo de forma consciente

e crítica. Desta forma, acredita-se que para ser possível alcançar tal finalidade, é

necessário que os alunos se sintam estimulados a apropriarem-se dos conceitos

fundamentais abordados pela Geografia, e, que com a mediação do professor eles

compreendam o processo constante de produção e transformação do espaço

geográfico. Mas, para que isso aconteça os conteúdos da disciplina de Geografia

devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica, e, como propõe as Diretrizes

Curriculares da Educação Básica para o Ensino de Geografia (2008), os conteúdos

necessitam estar interligados com a realidade próxima e distante dos alunos.

Acredita-se que para uma maior e melhor compreensão dos conceitos e temas

abordados pela Geografia, torna-se de fundamental importância que o professor

estabeleça práticas pedagógicas que despertem nos alunos a compreensão do espaço

geográfico, os conceitos e as relações socioespaciais que se dão nas diversas escalas

geográficas. Sendo assim, concebe-se neste caderno pedagógico que o uso de

recursos imagéticos como fotografias, charges e cartuns, são importantes instrumentos

pedagógicos que podem auxiliar na compreensão de conteúdos geográficos. Portanto,

este caderno traz para o debate a importância da utilização destes recursos nas aulas

de Geografia, sendo que tais recursos são apresentados para serem aplicados na

prática em meio a temática que aborda o processo de globalização nas séries do

ensino fundamental e médio do Colégio Estadual Alberto de Carvalho.

Ao ser trabalhado com os recursos imagéticos evidenciados, procurar-se-á

valorizar a capacidade dos alunos em interpretarem diferentes aspectos econômicos,

sociais, políticos, culturais e ambientais da realidade estudada, pois trabalhar-se-á o

conteúdo “globalização” levando em consideração a escala geográfica do “vivido” dos

alunos, neste caso, o município de Prudentópolis. Abordar-se-á o processo de

globalização gerando reflexos positivos e negativos nessa escala espacial. Para tanto,

as imagens fotográficas serão capturadas procurando refletir o impacto da lógica

globalizadora no âmbito ambiental, econômico e cultural do município prudentopolitano.

Já as charges e cartuns, estes serão pesquisadas em jornais e sites que noticiam e

refletem ocorrências relacionadas ao processo de globalização.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a produção deste caderno fez-se necessário realizar num primeiro

momento leituras acerca da temática dos recursos imagéticos no ensino escolar. Assim

sendo, utilizou-se de textos de autores especializados no assunto. A partir do estudo de

autores que enfocam a utilização de recursos imagéticos no ensino de Geografia, foi

possível de ser construído o embasamento teórico do caderno. Após a construção do

embasamento, foi feito um trabalho de campo na escala do município de Prudentópolis

com o objetivo de registrar imagens por meio da técnica de fotografar.

As imagens foram registradas por meio de uma câmera fotográfica digital no

mês de janeiro do ano de 2015. As fotografias capturadas objetivaram refletir as

manifestações do processo de globalização no âmbito cultural, social, econômico e

ambiental do município. Também realizou-se pesquisas em jornais e sites da internet a

fim de levantar charges e cartuns que abordam a temática da globalização.

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UNIDADE I. TRABALHANDO CONTEÚDOS GEOGRÁFICOS COM O AUXÍLIO DE

RECURSOS DIDÁTICOS IMAGÉTICOS

A disciplina de Geografia tem por característica ser abrangente dada a

diversidade de temáticas que ela aborda. Em meio a tal abrangência o professor dessa

disciplina necessita direcionar estratégias didáticas de forma a permitir que seus alunos

se sintam motivados e receptivos a refletirem os conteúdos que estão sendo

trabalhados.

Ao refletir alternativas didáticas para um ensino de Geografia que permita aos

alunos uma reflexão crítica da realidade, Silva e Cavalcanti (2008) destacam que vários

conteúdos da escola seriam melhor compreendidos e internalizados a partir da

utilização de obras literárias, artes plásticas, canções, peças teatrais, imagens, gibis,

dentre outros. Silva e Cavalcanti (2008) enfatizam que é papel da escola e dos

professores estimular e socializar o conhecimento das várias formas de expressão

cultural, orientando e fornecendo elementos para uma análise crítica da realidade.

Contudo, tais instrumentos didáticos auxiliares necessitam ser antecipadamente

selecionados conforme os objetivos definidores das ações educativas, a fim de motivar,

aprofundar o estudo e sua sistematização por meio de atividades artísticas e lúdicas

que permitem a avaliação aprofundada do objeto analisado, refletido.

Nas palavras das autoras Silva e Cavalcanti (2008, p. 147):

É impossível a escola ignorar a carga de comunicações do dia a dia na vida das pessoas, tendo que aproveitar e se empenhar na função de questionar e buscar despertar o senso crítico dos estudantes para que possam ter condições de avaliar e de se apropriar de um olhar seletivo, com uma visão mais concreta do mundo atual.

A partir dos apontamentos das autoras acima mencionadas, acredita-se ser

necessário que o professor de Geografia se empenhe na busca de fomentar no aluno

um senso crítico e reflexivo a partir das abordagens propiciadas pelos conteúdos

presentes no currículo da disciplina. No entanto, para que o aluno se sinta despertado a

fazer uma reflexão crítica, o mesmo necessita se deparar com uma aula que seja

estimulante, logo, os recursos didáticos que prezam pelas imagens, charges, cartuns,

vídeos, filmes, materiais da internet, podem permitir uma melhor compreensão dos

conteúdos que estão sendo trabalhados pelo professor. Porém, é importante que sejam

levadas em consideração as “advertências” feitas por Silva e Cavalcanti (2008), pois

segundo elas:

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Na era digital, a internet, a charge (digital ou não), a TV e outros se legitimam como transmissores de informações fragmentadas. São informações que precisam ser aprofundadas e relacionadas ao que se está estudando ou se pretende estudar, pois trazem em seu contexto muitos elementos de Geografia, mas muitas vezes com análise superficial e até mesmo imbuída de determinadas ideologias (indução ao consumismo, à competição, à naturalização das desigualdades sociais, a vários tipos de preconceitos). (SILVA; CAVALCANTI, 2008, p. 147).

Como aponta as autoras acima, é preciso que o professor esteja consciente da

veracidade do material que estará levando para sala. Desta maneira, para que os

recursos didáticos obtidos via materiais disponibilizados pelos aparatos tecnológicos

característicos desse contexto globalizado, não sejam levados para sala de forma

“imprópria”, o professor necessita dedicar tempo para análise e preparação do material.

No caso do uso de imagens fotográficas, charges e cartuns, recursos estes que

acredita-se serem importantes motivadores de reflexões nos alunos, quando tais

recursos didáticos são levados para sala de aula, estes contribuem para que os

conteúdos da Geografia sejam compreendidos pelos alunos de forma prazerosa e

estimulante.

Silva e Cavalcanti (2008) elucidam que a leitura de “códigos visuais e verbais”

pode despertar o interesse pelo assunto, dinamizar as aulas, motivar o debate,

permitindo assim uma análise reflexiva sobre várias questões. Mas, como advertem as

autoras, os códigos visuais e verbais não devem ser o único recurso didático, portanto,

estes devem integrar e complementar outras atividades para mediar satisfatoriamente a

compreensão do conteúdo do livro didático e de outros temas.

1.1. CHARGE E CARTUM: ELEMENTOS DEFINIDORES.

A charge e o cartum podem retratar situações, que ocorrem em diferentes

escalas espaciais (mundial, nacional, regional e local). Estes recursos didáticos, se

trabalhados de forma eficaz, podem resultar em importantes reflexões tornando a aula

de Geografia agradável.

Segundo Catanho Cavalcanti (2012, p. 01):

A charge tem chamado atenção de professores e pesquisadores por ser um gênero constituído geralmente por linguagem verbal e visual. Seu uso como objeto de ensino em escolas e universidades tem crescido e atingido diferentes áreas. A charge (do francês charger: carregar, exagerar) tem como objetivo a crítica humorística de um fato específico, geralmente de natureza política.

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Acredita-se que a charge, assim como também o cartum, estes produz no

leitor, um processo comunicativo, logo, se forem bem explorados pelo professor,

resultarão em processos reflexivos nos alunos. Catanho Cavalcanti (2012) elucida que

um dos aspectos interessantes do uso da charge como objeto de ensino é o fato de ela

condensar informações em processos intertextuais que exigem o interlocutor a

conhecer acontecimentos atualizados para que o mesmo consiga realizar as

inferências adequadas e construir sentidos. Nas palavras da autora “a análise social

por meio da charge é bem humorada, o que torna as atividades que envolvem esse

gênero leves e prazerosas (CATANHO CAVALCANTI, 2012, p. 02). Para Silva e

Benedictis (2014, p. 03) a charge é “geralmente datada e localizada geograficamente e

traz como conteúdo críticas sociais, econômicas, ambientais e políticas”. O cartum

segundo Silva e Benedictis (2014, p. 03) caracteriza-se por ser “atemporal, universal,

sendo que seus personagens são criações do autor e também faz críticas sociais e

políticas, além de apresentar questões ambientais e econômicas”.

Silva e Benedictis (2014) acreditam que a charge e o cartum são recursos

didáticos que aliados ao conteúdo geográfico podem proporcionar ao aluno o

entendimento do presente. Nas palavras das autoras:

A charge e o cartum permitem relacionar os conteúdos geográficos com a vivência do aluno, despertando interesse do mesmo pela aprendizagem. Assim, a Geografia deixa de ser uma disciplina decorativa e passa a exigir do discente a compreensão de fato de seus conteúdos para que ele possa está relacionando e entendendo as diversas relações existentes na sociedade, (...) (SILVA e BENEDICTIS, 2014, p. 03).

Mas o que caracteriza, ou melhor, o que é uma charge, e, o que é um cartum?

De acordo com Parnaiba e Gobbi (2014, p. 02):

Parente da caricatura e muitas vezes com ela confundida, a charge é uma forma de humor gráfico que figura nas páginas de jornais e revistas, em telejornais, nas rádios e na internet do mundo todo – embora o seu surgimento tenha sido anterior à imprensa. Sua estrutura básica é composta de imagem e texto, mas, dependendo do meio em que é veiculada, pode conter som e movimento ou deixar de conter algum dos elementos citados. Tendo limitações temporais e contextuais e usando, geralmente, o humor e a sátira, seu objetivo no jornalismo é o de expor uma opinião acerca de um fato importante no período em que foi publicada, sendo, por isso, considerada uma espécie de “editorial gráfico” do jornal.

Destaca-se que o termo charge advém do francês “charger” que significa

carregar, exagerar. Nas palavras de Silva (2014, p. 03) “sendo fundamentalmente uma

espécie de crônica humorística, a charge tem o caráter de crítica, provocando o hilário,

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cujo efeito é conseguido por meio do exagero”. A charge se caracteriza por ser um

texto visual humorístico e opinativo, que critica um personagem ou fato específico. De

acordo com Magalhães (2006, p. 64) “socialmente, a charge e caricatura encontram-se

entrelaçadas ao binômio história-memória”. Magalhães (2006) destaca que a técnica

não é recente, pois remonta aos primóridos da humanidade. De acordo com o autor:

A Enciclopédia Barsa (2004) relata a existência de um papiro remanescente do antigo Egito no qual se vê retratado o Faraó Ramsés II com orelhas de burro. Daí se pode constatar que a necessidade de criticar aqueles que exercem o poder é tão antiga quanto a própria sociedade humana (MAGALHÃES, 2006, p. 53).

No que diz respeito ao cartum, Arbach (2007, p. 2012) elucida que:

Como desdobramento da arte da representação do humor caricato, outras formas gráficas surgiram. O cartum é uma delas. É uma anedota gráfica, uma crítica mordaz, que manifesta seu humor através do riso. Faz referências a fatos ou pessoas, sem o necessário vínculo com a realidade, representando uma situação criativa que penetra no domínio da invenção. Mantém-se, contudo, vinculado ao espírito do momento, incorporando eventualmente fatos ou personagens. “Sua finalidade, é tão somente (...) fazer rir, quando não, exercitar o intelecto na decifração do seu significado ou conceito. O que interessa não é o fato representado, mas a graça do fato, a piada do momento, ou o jogo de símbolos figurativos, poeticamente trabalhados (CAGNIN, s/d, p. 05)”.

Arbach (2007) expõe que o cartum quando necessário, pode recorrer a legenda

e até mesmo inserir balões e divisões de cenas. De acordo com o referido autor:

O termo cartum é a forma aportuguesada do inglês cartoon (cartão), que, por sua vez, tem sua origem no termo italiano cartone (pedaço grande de papel) que era aplicado nos moldes recortados ou perfurados em cartão resistente, usados para transportar e marcar os desenhos na obras artísticas de grande porte, como murais e tapeçarias.

A expressão “cartum” como é conhecida na atualidade, surgiu no ano de 1841

nos escritos da revista inglesa Punch. Fonseca (1999, p. 26 apud, ARBACH, 2007, p,

212) esclarece que:

O Príncipe Albert encomendara a seus artistas uma série de cartoons para os novos murais do Palácio de Westminster, os projetos dos artistas reais expostos foram alvo da crítica e da mordacidade do povo inglês, e a revista Punch resolveu publicar os seus próprios cartoons, parodiando a iniciativa da Corte. O nome pegou.

Percebe-se que o “recurso didático” que utiliza da imagem cômica é antigo,

assim sendo, é necessário, mesmo que de forma sucinta, ter em mente que existem

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diferenciações no que diz respeito às formas de representação que prezam por

imagens, pois é comum haver “equívocos” em relação ao que caracteriza a caricatura,

cartum, charge, quadrinho e tirinha. A seguir apresentam-se os elementos que

diferenciam esses gêneros gráficos.

Caricatura: De acordo com (GAWRYSZEWSKI, 2008, apud, ARRIGONI 2011,

p. 2064): “a caricatura vem do italiano “caricare”, que significa: carregar, e a

maioria dos autores admite que ela surgiu no Renascimento, na Itália com os

irmãos Caracci. Carregar, nesse sentido, seria mesmo exagerar, ressaltar certas

características do retratado, com intenção zombeteira, ou seja, atacar. Assim, a

caricatura prioriza a distorção anatômica, revelando traços da personalidade do

retratado. Ela não visa propriamente a crítica, mas o exagero na retratação de

algo,podendo causar o riso ou não”. Portanto, a caricatura é a representação

exagerada de características ou hábitos de uma pessoa. A imagem a seguir

apresenta a caricatura do cantor e compositor brasileiro Chico Buarque. A

caricatura foi feita pelo Willian Medeiros, um conhecido design gráfico que vive

no Brasil.

Imagem 01. Caricatura de Chico Buarque.

Fonte. MEDEIROS, W. Disponível em: <http://www.william.com.br/blog/?p=4008>.

Charge: Aborda um determinado fato ocorrido em uma época específica, em um

determinado contexto político, cultural, econômico e social. Na charge é comum

ser feita uma sátira (crítica sarcástica) de acontecimentos atuais. A charge

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quase sempre utilizada a caricatura para delinear o(s) personagem(s)

envolvidos. A charge a seguir aborda a problemática presenciada no Estado de

São Paulo no final do ano de 2014, pois os níveis de água dos reservatórios, e,

em particular do sistema de abastecimento Cantareira, chegaram a níveis

críticos causando sérios problemas para os paulistanos. Concomitante ao caso

de repercussão do momento, que era a problemática da água, os brasileiros se

depararam com os escândalos de corrupção envolvendo políticos que recebiam

propinas de empresas e partidos aliados. Portanto, a charge utilizada dos dois

fatos que estavam repercutindo no momento para estimular o pensamento

reflexivo do leitor. Com um cenário de fundo árido, a charge apresenta de um

lado um curso de água, e, de outro lado, um amontoado de notas de 100 reais.

Imagem 02. Charge crítica.

Fonte. Jornal Diário dos Campos. Disponível em: <http://www.diariodoscampos.com.br/imagens/charges?page=2>

Cartum: Evidencia um fato universal, não dependendo de um contexto

determinado ou específico de uma época ou cultura, logo é atemporal. O cartum

pode ser acompanhado por textos ou não. A imagem a seguir é um cartum que

estimula a pensar acerca da problemática ambiental, e mais, a preocupação

com a água.

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Imagem 03. Problemática ambiental.

Fonte. MEDEIROS, W. Disponível em: <http://www.william.com.br/blog/?p=782>.

Quadrinhos: É uma sequência de quadros que aborda um fato. Tem como

objetivo narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos.

Imagem 04. História em quadrinho.

Fonte. Disponível em: <http://quimerasgeograficas.blogspot.com.br/2012/05/geografia-em-quadrinhos.html>.

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Tirinha: É uma sequência de quadrinhos que geralmente faz uma crítica aos

valores sociais. Difere-se dos quadrinhos pelo fato de ter no máximo 4 quadros.

A tirinha a seguir apresenta a personagem Mafalda, famosa no Brasil.

Imagem 05. O mundo está doente.

Fonte. Disponível em: <http://paraisodosprofessores.blogspot.com.br/2011/07/varios-textos-para-copiar-colar-e.html >.

Elucida-se que em meio ao objetivo da proposta do presente caderno, far-se-á

uso dos recursos imagéticos das charges e dos cartuns, sendo que estes serão

extraídas dos veículos de comunicação que refletem questões relacionadas a

globalização.

Salienta-se que é preciso levar em consideração que a charge e o cartum

também transmitem opiniões, fato que faz com que o professor tenha cuidado ao

selecioná-los. A charge na maioria dos casos emite críticas políticas, esportivas,

ambientais, assim como assuntos sociais. A charge possui uma estreita relação com

fatos atuais, ela possui a capacidade de condensar várias informações. A charge

utilizando-se de linguagem verbal ou não, ela pode proporcionar reflexões no leitor. O

mesmo ocorre com o cartum, mesmo este sendo atemporal.

1.2. FOTOGRAFIA: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA.

A imagem fotográfica é um importante recurso didático que pode ser utilizado

em sala de aula. Uma imagem fotográfica pode fornecer muito mais do que está

exposto externamente, ela pode também fornecer indicações sobre a realidade que

retrata e sobre o olhar daquele que a produziu. Nas palavras de Ettiene (2012, p. 34)

“não é possível pensar a imagem se não a situarmos no sistema no qual ela está

conectada: nosso cérebro, o contexto, a própria imagem, aquele que a fez, aquele que

a contempla, num tempo e num espaço históricos e a-históricos”. Uma imagem obtida

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por meio da técnica de fotografar, poderá proporcionar diversas constatações e

reflexões no leitor (aluno).

As imagens fotográficas acompanharam a sistematização do conhecimento

geográfico já que a disseminação da técnica de fotografar a partir de meados do século

XIX permeou os estudos geográficos. Salgueiro (2005), ao realizar um estudo sobre as

representações imagéticas permeadas por uma reflexão geográfica feitas no Brasil a

partir dos primeiros anos do século XIX, e, posteriormente, logo após a

institucionalização da ciência no país (década de 1930), destaca que:

A emergência disciplinar das ciências humanas, especialmente da geografia e da etnologia, caminhou, desde o início do século, ao lado da formação das coleções fotográficas e de outras séries figurativas inscritas na construção de representações nacionais internacionalmente comparáveis, ancoradas no regionalismo (SALGUEIRO, 2005, p. 21).

No Brasil o geógrafo Francês Pierre Monbeig ainda no ano de 1944, período

em que a fotografia não estava popularizada, este a utilizou em suas pesquisas para

proporcionar melhores compreensões para os leitores. Na atualidade a popularização

das câmeras fotográficas (digitais ou não) permitem que estas sejam acessíveis, logo,

podendo proporcionar um uso mais intenso em pesquisas, assim como no contexto do

ensino escolar. Asari, Antoniello e Tsukamoto (2004, p. 183), elucidam que a utilização

da fotografia pode “estimular a observação e descrição das paisagens pelos alunos,

preparando-os para tirarem suas próprias conclusões e elaborarem soluções para

problemas da sua realidade, e não apenas como uma ilustração do conteúdo

geográfico ministrado”.

Compreende-se que a fotografia é um importante recurso didático para o

ensino da Geografia. Assim sendo, é preciso discorrer sobre os elementos que

perpassam esta técnica que permite registrar um determinado espaço em um

determinado momento histórico e geográfico. Salles (2004) aponta que é difícil precisar

as datas e etapas dos processos que levaram à criação da Fotografia, já que muitas

delas são experiências conhecidas pelo homem desde a Antigüidade. O referido autor

destaca que um conjunto de cientistas em diversas épocas e lugares aos poucos foram

descobrindo as partes do intrincado quebra-cabeça, que somente no final do séc. XIX

foi inteiramente montado.

Salles (2004, p. 06) explica que:

Os fundamentos daquilo que veio a se chamar fotografia vieram de dois princípios básicos, já conhecidos do homem há muito tempo, mas que tiveram

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que esperar muito tempo para se manifestar satisfatoriamente em conjunto, que são: a câmara escura e a existência de materiais fotossensíveis.

A câmera escura se caracterizou sendo uma caixa preta isolada da luz com um

pequeno orifício em um de seus lados. Ao ser apontado para um objeto, a luz refletida

do objeto projeta-se para dentro da caixa e a imagem dele se forma.

Imagem 06. Câmera escura.

Fonte. Disponível em: <http://infinitudepostuma.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html>.

Salles (2004) expõe que a câmara escura é uma invenção que não se sabe a

origem, pois várias descrições de quartos fechados com orifícios que projetam imagens

em seu interior existem desde a Renascença, e suas referências indicam desde a

Grécia Antiga, sendo que há ainda referências de tal conhecimento entre os chineses,

árabes, assírios e babilônios. Nas palavras do autor:

Centenas de ilustrações de tratados renascentistas fazem alusão a este tipo de câmara, que, longe de ser apenas uma caixa, tinham as dimensões de uma sala, onde artistas se posicionavam em seu interior, podendo assim se utilizar da projeção para tomar moldes de desenho (SALLES, 2004, p. 06).

Nas imagens abaixo são apresentados dois exemplos que ilustram registros do

uso da câmara escura como sendo um grande quarto no qual caberia um homem. A

imagem 06 é uma ilustração da Renascença, e a imagem 07, do séc.XVIII.

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Imagem 07. Ilustração de uma câmera escura em 1544.

Fonte. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662007000400003>.

Imagem 08. Câmera escura no século XVIII.

Fonte. Disponível em: <http://queaprendemoshoy.com/la-camara-oscura-cuando-la-pintura-fue-fotografia/>.

De acordo com Salles (2004, p. 07):

a câmara escura foi largamente usada durante toda a Renascença e grande parte dos séculos XVII e XVIII para o estudo da perspectiva na pintura, só que já munida de avanços tecnológicos típicos da ciência renascentista, como lentes e espelhos para reverter a imagem. A câmara escura só não podia estabilizar a imagem obtida.

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Imagem 09. Câmera escura com espelho para inverter a imagem.

Fonte. Disponível em: <http://www.cotianet.com.br/photo/hist/camesc.htm>.

Salles (2004) explica que outra ponta da “intrincada corrente” que desembocou

na fotografia diz respeito aos materiais fotossensíveis. Segundo o autor a

fotossensibilidade é um fenômeno que remete a “sensibilidade à luz”. Registros dessa

descoberta apontam que em 1727, 1763, 1777 e 1800, houve experiências de imagens

obtidas a partir de papéis embebidos em soluções de sais de prata. De acordo com

Salles (2004, p. 08):

A maior parte dessas experiências era feita como uma cópia por contato, ou seja, algum objeto era colocado sobre o papel sensibilizado, e assim se obtinha uma imagem ou silhueta daquele objeto. Mas, ainda antes de 1800, um certo Wedgwood, na Inglaterra, chegou a utilizar a câmara escura para obter, com sucesso, essas imagens.

Apesar da descoberta, a fotografia só foi inventada anos mais tarde. Isso

devido ao motivo de que a prata continuava fotossensível. Nas palavras de Salles

(2004, p. 08):

a prata reage à luz ficando mais negra à medida que recebe maior quantidade de luz. Então, se gravamos uma imagem com os grãos de prata, como faremos para olhar o resultado? É fácil, é só vê-los na luz. Mas vendo a imagem na luz, a prata continuava a ser sensibilizada, enegrecendo gradativamente a imagem obtida.

Portanto, tal fato foi o principal problema que os pioneiros da fotografia

enfrentaram, ou seja, a busca de um método eficiente de estabilizar a prata, impedindo-

a de se sensibilizar após o registro da imagem (SALLES, 2004). A primeira fotografia de

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fato reconhecida é do ano de 1826, sendo ela atribuída ao francês Joseph Nicéphore

Niépce. De acordo com Salles (2004, p. 09):

A primeira tentativa de Nièpce foi feita com o betume da judéia, uma espécie de verniz utilizado na técnica de água forte, que possui a propriedade de secar rapidamente quando exposto à luz. Esse betume possui um solvente, óleo de lavanda, e que não consegue dissolvê-lo depois deste ter estado em contato com a luz, o que permitia que as partes não expostas pudessem ser removidas, formando assim uma imagem rudimentar.

Imagem 10. Primeira fotografia e Niépce.

Fonte. Disponível em: <http://photohistory-sussex.co.uk/NiepceJoephN.htm>.

A forma de reprodução por contato utilizando o betuma da Judéia ficou

conhecida sendo chamada de „Heliografia‟, ou „escrita do sol‟ (SALLES, 2004).

Destaca-se que Nièpce por meio de um fabricante de lentes, acabou conhecendo Louis

Jacques Mandé Daguerre. De acordo com Salles (2004, p. 9-10):

Daguerre ficou entusiasmado com a possibilidade de desenvolver uma técnica de reprodução visual eficiente e propôs uma sociedade com Nièpce. Este hesitou durante muito tempo, mas Daguerre conseguiu convencê-lo e firmaram sociedade em 1829. A sociedade entre Daguerre e Nièpce tinha por objetivo o aprimoramento das técnicas até então desenvolvidas, mas ambos trabalhavam em sentidos opostos, uma vez que Nièpce tinha em mente uma imagem capaz de ser copiada, reproduzida, e Daguerre, como era pintor, procurava simplesmente uma imagem satisfatória. Nada conseguiram em conjunto, e 4 anos após a sociedade, Nièpce faleceu, em 1833.

Daguerre deu continuidade as experiências de Nièpce aperfeiçoando-as, fato

que o fez descobrir o daguerreótipo. De acordo com Salles (2004, p. 10):

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Uma chapa metálica era tratada com vapores de iodo, que se tornavam iodeto de prata (um haleto de prata) quando impregnados na chapa, tornando-a fotossensível. Essa chapa era colocada numa câmara escura, sem contato com a luz, e feita uma exposição que variava de 20 a 30 minutos mais ou menos. Após a exposição, era necessário fazer o iodeto de prata se converter em prata metálica, para a imagem se tornar visível, e eis que entrava o mercúrio, cujo vapor foi o primeiro sistema de revelação fotográfica anunciado comercialmente.

Imagem 11. Câmera utilizada por Daguerre.

Fonte. Disponível em: <http://www.mnemocine.com.br/index.php/fotografia/33-fotohistoria/168-histfoto>.

Concomitante a Daguerre, na Inglaterra William Fox Talbot trabalhava também

desde 1833 num processo similar para obtenção de imagens. Segundo Salles (2004, p.

11 grifos no original):

Suas dificuldades foram as mesmas da maioria dos proponentes à descoberta: não conseguiu achar um meio eficaz de fixar as imagens e utilizava como base papel impregnado com emulsão de sais de prata. O que conseguiu de mais próximo foram impressões diretas, por contato sobre papel, e que ele denominou Calótipo.

A partir de suas pesquisas, Talbot descobriu um método, que de acordo com

Salles (2004, p. 11):

consistia em sensibilizar as folhas de papel inicialmente com nitrato de prata, e posteriormente com iodeto de potássio, formando o iodeto de prata. O iodeto era altamente sensível à luz, o que reduzia drasticamente o tempo de exposição, de horas para poucos minutos, e revelados numa solução de ácido gálico e nitrato de prata. Depois, fixados com o tiossulfato de sódio e eram obtidas imagens negativas em pouco tempo. Mas, para fazer cópias por contato, Talbot ainda se utilizava do sistema de imagem evidente, com papéis sensibilizados com cloreto de prata, o que era mais vantajoso pois era possível controlar a intensidade dos tons de cópia pela observação.

Tal descoberta possibilitou que a fotografia em papel aos poucos tomasse o

lugar do daguerreótipo, mas ainda faltava o principal: melhorar a imagem (SALLES,

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2004). De acordo com Salles (2004) recentemente descobriu-se que no Brasil entre os

anos 1824 e 1879 o desenhista e tipógrafo francês Hercules Florence pode ter sido o

inventor da fotografia. Há controvérsias em relação a tal fato, pois como foi abordado

anteriormente é conferido a Nièpce e Daguerre o mérito da descoberta. Contudo é

inegável as contribuições de Florence. Nas palavras de Salles (2004, p. 13):

Antes de pensar em montar sua própria tipografia, Florence resolveu investigar os efeitos de materiais fotossensíveis. Tomando conhecimento dos efeitos do nitrato de prata, Florence desenvolveu um processo rudimentar de fixação de imagens em papel sensível, primeiramente através de cloreto de ouro, cujo agente fixador deveria ser amônia. Na falta desta substância, Florence utilizou nada menos que a própria urina para estabilizar as imagens, e obteve resultados satisfatórios em 1833. Depois, passou a utilizar outras substâncias, mais baratas que o sal de ouro, entre eles o nitrato de prata, que chegou a utilizar até mesmo com uma câmera escura. Mais tarde, desenvolveu com base nesses resultados, um método de impressão em papel a partir de originais desenhados em vidro, obtendo cópias por contato de ótima qualidade.

Elucida-se que invento de Daguerre apesar das qualidades, o mesmo possuía

inconvenientes. Salles (2004) explica que o tempo de exposição do que estava sendo

retratado necessitava de pelo menos dois ou três minutos de imobilidade total e isso

gerava incômodo quando se tratava em fotografar pessoas.

Imagem 12. Instrumento imobilizador para fotografia.

Fonte. Disponível em: <http://uncprojetofotografia.blogspot.com.br/2009/10/vantagens-e-desvantagens-do.html>.

De acordo com Salles (2004, p. 14-15):

O Daguerreótipo mantinha suas limitações de reprodutibilidade, enquanto que o calótipo foi estudado com mais afinco por justamente possibilitar um número ilimitado de cópias de uma única matriz, ainda que com resultados não muito satisfatórios por ser uma cópia contato de uma matriz translúcida. Muitos

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fotógrafos pensaram então no vidro, único material transparente disponível que possibilitaria a obtenção de cópias de qualidade comparável ao daguerreótipo. A dificuldade residia em fixar a emulsão num suporte de vidro, que não era poroso o suficiente para manter a emulsão fixa na placa.

O problema foi solucionado no ano de 1848 pelo neto de Nièpce, Claude, pois

este descobriu que a albumina da clara de ovo era um excelente suporte para a

emulsão de nitrato de prata, processo que permitia sua adesão no vidro de forma

eficaz. Seu método rapidamente foi espalhado, pois finalmente, a fotografia negativa-

positiva era de qualidade comparável ao daguerreótipo. No entanto, como destaca

Salles (2004), a chapa ficava pouco sensível, em decorrência da densidade da

albumina, demandando novamente um longo tempo de exposição.

Para Salles (2004, p. 15):

Entretanto, um tanto difícil de se manusear. A chapa ficava pouco sensível, em decorrência da densidade da albumina, demandando novamente um longo tempo de exposição. Mas, apesar disso, houve uma verdadeira corrida atrás desta nova técnica, sendo que uma firma alemã de Dresden chegou a utilizar 60.000 ovos por dia para confecção de chapas fotográficas! Era claro, portanto, que esse processo não iria manter-se por longo tempo, pois o custo do ovo chegou a subir mais de 50%, e não haveria demanda para consumo culinário e fotográfico ao mesmo tempo. Mas alguns passos importante já haviam sido dados em direção à fotografia instantânea de qualidade: Daguerre utilizava em sua câmera uma lente simples, de tipo menisco convergente, e que não era muito luminosa. Mas, em 1840, Joseph Max Petzval projetou uma lente de características diferentes, mais avançada em termos de cálculos óticos, e possibilitou a construção de uma lente, que hoje equivaleria a uma abertura de f/3.6, o que era extremamente luminosa para os padrões da época. Com a objetiva Petzval, o grande obstáculo para a fotografia instantânea voltava a ser o suporte dos haletos de prata, uma vez que a chapa de vidro com albumina era muito cara.

No ano de 1850 surge um invento servindo de alternativa à albumina de ovo: o

colódio. Segundo Salles (2004) foi o inglês Frederick Scott Archer quem o desenvolveu,

a partir da dissolução de algodão-pólvora em mistura de álcool e éter.

Salles (2004, p. 15) expõe que:

Este algodão pólvora, também chamado algodão-colódio, é por sua vez uma mistura de ácido sulfúrico e nítrico (piroxilina), altamente explosivo, que veio a ser, posteriormente, a base para o nitrato de celulose das primeiras películas cinematográficas. O colódio era muito mais barato de se obter e possuía melhores condições de transmissão luminosa, o que diminuiu novamente os tempos de exposição da fotografia, fazendo de alguns segundos um tempo suficiente para impressão da chapa.

Porém, a técnica do algodão-colódio não era o processo definitivo, pois as

chapas necessitavam ser preparadas, expostas e reveladas na mesma hora, já que ao

secar, a emulsão perdia sua capacidade fotossensível, fato que desencadeava a

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necessidade do fotógrafo itinerar com todo o seu equipamento para preparar as chapas

onde quer que fosse (SALLES, 2004).

Em 1871 o médico inglês, Richard Maddox, utilizou ao invés de colódio, uma

suspensão de nitrato de prata em gelatina de secagem rápida. De acordo com Salles

(2004, p. 16):

A gelatina, de origem animal, não só conservava a emulsão fotográfica para uso após a secagem como também aumentava drasticamente a sensibilidade dos haletos de prata, tornando a fotografia, finalmente, instantânea. Era um processo extremamente barato (pois gelatina pode ser obtida de restos de ossos e cartilagens animais) e, ao substituir o colódio, ficou conhecida como chapa seca.

Cumpre ressaltar que o desenvolvimento e aperfeiçoamento da fotografia,

assim como sua disseminação em larga escala dar-se-á com o Inglês George

Eastman, um bancário de 23 anos de idade que adquiriu uma câmera fotográfica e

apaixonou-se pela atividade, ainda no rudimentar processo de chapa úmida. De acordo

com Salles (2004, p. 16):

Aborrecido com o lento e trabalhoso processo de preparar as chapas e usá-las imediatamente, Eastman leu um artigo sobre a emulsão gelatinosa e interessou-se por ela, a ponto de começar a fabricá-la em série. Mas, não dado por satisfeito, ainda achava complicado o processo de estocagem das chapas de vidro – além de pesadas, quebravam com facilidade -, e imaginou que poderia tornar a fotografia muito mais prática e eficiente se encontrasse uma maneira de abreviar o processo todo.

Salles (2004) elucida que aliando a tecnologia da emulsão com brometo de

prata (mais propícia para fazer negativos, e, consequentemente, cópias) com a rapidez

de sensibilidade já existente na suspensão com gelatina e a transparência do vidro,

Eastman substituiu esta última por uma base flexível, igualmente transparente, de

nitrocelulose, e emulsionou o primeiro filme em rolo da história. “Podendo então

enrolar o filme, poderia obter várias chapas em um único rolo, e construiu uma

pequena câmara para utilizar o filme em rolo, que ele chamou de "Câmara KODAK"

(SALLES, 2004, p. 16). O já mencionado autor expõe que:

Lançada comercialmente em 1888, reza a lenda que o nome veio de uma onomatopéia, o barulho que a câmara fazia ao disparar o obturador, e o sucesso do invento tornou todos os processos anteriores completamente obsoletos, relegados apenas a fotógrafos artesãos. Eastman projetou uma câmara pequena e leve, cuja lente era capaz de focalizar tudo a partir de 2.5m de distância, e, seguidas as indicações de luminosidade mínimas, era só apertar o botão. Depois de terminado o rolo, o fotógrafo só precisaria mandar a câmara para o laboratório de Eastman, que receberia seu negativo, cópias positivas em papel e a câmara com um novo rolo de 100 poses. Seu slogan era "Você aperta o botão, nós fazemos o resto." Uma verdadeira revolução, que fez

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da Kodak uma gigantesca empresa, pioneira em todos os demais avanços técnicos que a fotografia adquiriu até hoje.

A partir dos anos de 1990 a fotografia já possuía os requisitos de qualidade,

que passaram a ser aprimorados ano a ano. Os aperfeiçoamentos tecnológicos, os

processos eficientes e baratos, câmeras programáveis e a fotografia digital,

possibilitaram a disseminação da fotografia, bem como a popularização das câmeras.

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UNIDADE II. EVIDENCIANDO A ORGANIZAÇÃO E PREPARAÇÃO DAS AULAS:

UMA COMPREENSÃO NECESSÁRIA.

A aplicação das atividades dar-se-á junto aos alunos dos 9º anos do Colégio

Estadual Alberto de Carvalho. Três (03) turmas irão estudar o conteúdo da globalização

apropriando-se dos recursos didáticos planejados neste caderno. Cada turma possui

em média 35 alunos.

Destaca-se que serão destinas doze (12) horas aulas para cada turma.

Portanto, serão trabalhadas três (03) horas aulas por semana em cada turma, logo

necessitar-se-á de quatro (04) semanas para que a carga horária de doze (12) horas

aulas seja cumprida. Assim sendo, a proposta deste caderno totalizará trinta e seis (36)

horas aulas.

Nas séries de 9º ano do Colégio em questão, a disciplina de Geografia conta

com três (03) horas aulas semanais. Tal realidade impulsionou organizar o caderno em

“Blocos”. Desta maneira, as três (03) primeiras aulas da primeira semana (Bloco 1)

possibilitará despertar o interesse e compreensão nos alunos acerca das formas

imagéticas, ou seja, suas características e diferenciações, assim como elas se

manifestam nas reflexões acadêmicas, científicas no dia-dia. Assim sendo, os alunos

refletirão as várias modalidades de recursos imagéticos e suas possibilidades de

transmitir reflexões ao leitor. A fundamentação teórica deste primeiro bloco levará em

consideração o embasamento realizado na unidade I deste caderno.

No que tange as aulas a serem trabalhadas no bloco 2, destaca-se que serão

seis (06) horas aulas. Portanto, o bloco dois será preparado para ser aplicado em duas

semanas. Neste bloco os alunos irão estudar o conceito de globalização e refletirão os

processos que caracterizam o fenômeno com o auxílio de charges, cartuns e

fotografias. As charges e os cartuns serão extraídos dos meios de comunicação que

abordam a temática da globalização. Já as fotografias, estas retratarão questões do

município habitado pelos alunos (Prudentópolis), e, tais fotos abordarão o processo de

globalização.

Finalmente, o bloco 3 (confeccionado para 3 horas aulas), este completará a

carga horária de doze (12) horas aulas. Neste bloco os alunos irão apresentar os

trabalhos por eles produzidos. Os trabalhos permitirão que o professor avalie se as

propostas deste caderno foram desenvolvidas de forma proveitosa, ou, se não houve

significativas contribuições para os alunos.

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2.1. BLOCO 1: PRIMEIRO CONTATO COM OS RECURSOS IMAGÉTICOS.

Objetivos

Possibilitar que o aluno compreenda a importância das charges, cartuns e

fotografias como sendo recursos imagéticos que permitem reflexões

geográficas.

Demonstrar a importância da leitura correta de diferentes recursos imagéticos:

caricatura, charge, cartum, quadrinho, tirinha, foto.

Obs. Utilizar-se-á da fundamentação teórica realizada na unidade I deste caderno, para

a melhor compreensão do conteúdo pelos alunos.

Recursos utilizados

TV pen drive, retroprojetor, quadro de giz, material impresso.

Duração

3 horas aulas.

Conteúdos a serem trabalhados

Recursos imagéticos e suas diferentes modalidades.

Avaliação

Faltando 30 minutos para o término da terceira aula, o professor solicitará aos

alunos para que individualmente respondam a atividade que solicita o que

compreenderam ser uma: caricatura, charge, cartum, quadrinho, tirinha, foto.

(ver atividade em anexo pág. 57 deste caderno).

Obs. A atividade deverá ser entregue no término da terceira aula para o professor.

2.2. BLOCO 2: RECURSOS IMAGÉTICOS (CHARGES, CARTUNS E FOTOGRAFIAS)

EM MEIO A TEMÁTICA QUE ABORDA O PROCESSO DA GLOBALIZAÇÃO.

Objetivos

Com o auxílio de charges, cartuns e fotografias, possibilitar ao aluno a

compreensão do processo da globalização;

Abordar o conteúdo da globalização permitindo que os alunos compreendam a

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relação da escala global com a local (contexto de vivência dos alunos);

Despertar o senso crítico nos alunos ao ser abordado o processo de

globalização prezando por recursos imagéticos próximos as suas realidades;

Recursos utilizados

TV pen drive, retroprojetor, quadro de giz, material impresso.

Duração

6 horas aulas.

Conteúdos a serem trabalhados

A origem do processo de globalização;

Elementos que definem o processo de globalização;

Globalização e seus resultantes no dia-dia;

O processo de globalização se caracteriza nas palavras de Harvey (2000, p. 88)

como um “(...) processo de produção de desenvolvimento temporal e geográfico

desigual”. A partir das análises de Harvey (2000) entende-se que a globalização é um

processo que possui um caráter excludente, já que são várias as pessoas que sofrem

com as disparidades por ela produzidas, portanto, ela acirra um desenvolvimento

desigual no espaço. De acordo com Ortiz (2003, p. 16) globalização é:

(...), à produção, distribuição e consumo de bens e de serviços, organizados a partir de uma estratégia mundial. Ele corresponde a um nível e a uma complexidade da história econômica, na qual as partes, antes internacionais se

fundem agora numa mesma síntese: o mercado mundial.

Destaca-se que não se pode conceber a globalização como sendo um processo

que teve origem recente, pois sua origem remonta o século XVI com o período das

grandes navegações.

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Imagem 13. Charge - Grandes navegações e grandes descobertas.

Fonte. Disponível em: <http://vozesdoverbo.blogspot.com.br/2013/04/capitalismo-e-globalizacao-um-conceito.html>.

Bobato (2011) esclarece que no século XV os europeus viajavam pelos mares a

fim de ligar Oriente e Ocidente. Também a Revolução Industrial foi outro fator que

permitiu o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo. Nesse período

histórico e geográfico, já se pode dizer que estão havendo indícios de globalização, é

claro que em uma menor escala se a compararmos com o atual momento.

Imagem 14. Revolução Industrial na Inglaterra no séc. XVIII.

Fonte. Disponível em: <https://escolamunicipalpaulofreire.wordpress.com/2014/02/15/revolucao-industrial/>.

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De acordo com Bobato (2011), pode-se dizer que, de fato o processo da

globalização vai se acentuar no final da década de 1990, com o fim da bipolaridade

entre os Estados Unidos e a União Soviética, pois, nesse período histórico e geográfico

o meio técnico começa a se difundir para os mais diversos recantos do espaço

geográfico.

Santos (2001) elucida que, o que demarca a globalização é a crescente

inovação tecnológica, dado aos avanços da ciência e das técnicas da informação. Para

o autor Santos (2001, p. 23) a globalização é, de certa forma, “o ápice do processo de

internacionalização do mundo capitalista”, ou seja, ela é a etapa atual na qual estamos

vivenciando.

Imagem 15. O mundo globalizado.

Fonte. Disponível em: <http://www.klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,POR-2293,00.html>.

Bobato (2011) aponta em seus escritos que a globalização possui faces, ou seja,

ela produz um lado “bom”, e, também um lado “ruim”. Em suas palavras:

É inegável, que ela possibilitou uma série de vantagens para as pessoas, por exemplo: o consumidor foi beneficiado, pois pode contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade, também a internet, as telecomunicações permitiram um fluxo de troca de ideias e informações sem critérios na história da humanidade. Se antes uma pessoa estava limitada a imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas como fator de limitação a barreira lingüística. Redes de TV e imprensa multimídia em geral também sofreram um grande impacto da globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso, algumas vezes por TV de assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro. O acesso instantâneo de tecnologias, principalmente novos medicamentos, novos equipamentos cirúrgicos e técnicas, aumento na produção de alimentos e barateamento no custo dos

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mesmos, tem causado nas últimas décadas um aumento generalizado da longevidade dos países emergentes e desenvolvidos. (BOBATO 2011, P. 03).

Imagem 16. Lógicas globais em Prudentópolis-PR.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 17. O local refletindo a lógica global.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

As imagens das fotos 16 e 17 retratam a manifestação da lógica global no

município de Prudentópolis-PR. A empresa Ditzel atua no ramo da madeira importando

assoalhos , lambris , molduras e revestimentos de bambu especiais da Ásia. Destaca-

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se que a empresa revende exportando diversos itens de conceituadas empresas

nacionais em portas, batentes, esquadrias e janelas especiais.

Imagem 18. Lógicas globais no dia-dia da escala local.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

A imagem da foto 18 permite refletir o caso da empresa fumageira, bem como

do contexto da fumicultura que permeia o dia-dia dos moradores da zona rural do

município de Prudentopólis. A fumicultura carrega consigo lógicas globais desde o

plantio até a fase da comercialização.

Dados do SindiTabaco (2014) apontam que em 2013, o tabaco representou

1,35% do total das exportações brasileiras, com US$ 3,27 bilhões embarcados. Da

produção de 706 mil toneladas registrada na safra 2012/13, mais de 85% foi destinada

ao mercado externo.

O principal mercado brasileiro neste período foi a União Europeia com 42% do

total dos embarques de 2013, seguida pelo Extremo Oriente (26%), América do Norte

(13%), Leste Europeu (7%), África/Oriente Médio (7%) e América Latina (5%). Para o

Sul do país, a cultura é uma das atividades agroindustriais mais significativas.

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Imagem 19. Mercados do Tabaco Brasileiro-2013.

Fonte. SindiTabaco (2014).

Os dados disponibilizados pelo SindiTabaco (2014) ressaltam que o cultivo de

fumo se faz presente em 640 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e

Paraná, sendo o tabaco cultivado em 332 mil hectares, por cerca de 160 mil produtores

integrados. De acordo com o sindicato, um universo de aproximadamente 640 mil

pessoas participa do ciclo produtivo fumageiro no meio rural, somando uma receita

anual bruta de R$ 5,3 bilhões. Na safra 2012/2013, a produção alcançou 706 mil

toneladas, sendo que deste volume, 50% foram produzidos no Rio Grande do Sul, 30%

em Santa Catarina e 20% no Paraná, gerando cerca de 30 mil empregos diretos nas

empresas do setor instaladas na região Sul do País. Com tal volume de produção, o

Brasil se mantém em destaque no cenário mundial, ocupando as posições de 2º maior

produtor mundial e, desde 1993, de maior exportador de tabaco do mundo. Do total

produzido em 2013, 85% destinaram-se ao mercado internacional. Em 2013, as

exportações do setor alcançaram 627 mil toneladas e divisas de US$ 3,27 bilhões

(SINDITABACO, 2014).

Elucida-se que a imagem da foto 18 traz o símbolo da Souza Cruz, sendo que

a Souza Cruz é um dos maiores grupos empresariais brasileiros, uma companhia

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aberta cotada na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e que integra o grupo

British American Tobacco - presente em 180 países. Atuando em todo o ciclo do

produto, desde a produção e processamento de fumo até a fabricação e distribuição de

cigarros, a Souza Cruz atende diretamente cerca de 300 mil varejos em todo o País,

além de chegar a quase cinco mil municípios.

De acordo com informações da empresa, na produção de fumo, são 30 mil

produtores rurais integrados, que recebem assistência técnica da companhia. Além do

processamento de fumo para a fabricação própria de cigarros, destinada ao mercado

nacional, o sistema de produção integrada da Souza Cruz produz mais de 120 mil

toneladas de fumo para exportação, atendendo a mais de 40 países.

A foto também traz a lógica global que se manifesta no trator, pois A marca

Massey Ferguson é líder no mercado brasileiro de tratores há 50 anos ininterruptos. O

trator é fabricado pela AGCO, maior fabricante de tratores da América Latina e a maior

exportadora do produto.

Os tratores, colheitadeiras e implementos Massey Ferguson são exportados

para mais de 80 países, com atuação destacada nos Estados Unidos, Argentina,

Venezuela, Chile e África do Sul. As fábricas no Brasil ficam no Rio Grande do Sul:

Canoas (tratores), Santa Rosa (colheitadeiras) e Ibirubá (implementos).

A AGCO, Your Agriculture Company, (NYSE: AGCO) é uma das líderes

mundiais focada na concepção, fabricação e distribuição de máquinas agrícolas. Seus

produtos são vendidos por meio das marcas Challenger ®, Fendt®, Massey Ferguson®

e Valtra® e distribuídos globalmente por uma rede de 3.100 mil concessionários e

distribuidores independentes, em mais de 140 países. Fundada em 1990, a AGCO tem

sede em Duluth, GA, EUA (MASSEY FERGUSON, 2015)1.

1 Consulta disponível em: <http://www.massey.com.br/a-massey-ferguson/institucional>. Acesso em 19

de jan. De 2015.

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Imagem 20. Lógicas globais no dia-dia da escala local.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 21. Lógicas globais no dia-dia da escala local.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 22. Lógicas globais no dia-dia da escala local.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 23. Lógicas globais no dia-dia da escala local.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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As imagens das fotos 20, 21, 22 e 23 permitem refletir a influência de cunho

cultural no dia-dia a partir da troca de ideias, informações que são características da

globalização. As fachadas das lojas retratadas nas fotos possuem denominações de

língua estrangeira. A denomiiação Concept Store em Inglês significa “Conceito de Loja”

(Imagem 20). A fachada denominada de “Fashion Way Hair Design” significa no

Português “Cabeleireiro Caminho da Moda” (Imagem 21). O termo LAN foi extraído das

letras iniciais de "Local Area Network", que quer dizer "rede local", e, House significa

casa. No português a tradução pode ser “casa de rede local” (Imagem 22). Lingerie

vem do Francês e significa “roupa íntima feminina”. Sex shop no inglês significa “loja do

sexo” (Imagem 23).

Imagem 24. A globalização no vivido em meio a escala local.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 25. O acesso a globalização.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

As imagens das fotos 24 e 25 permitem que sejam feitas reflexões acerca da

informação que circula pelos mais diversos lugares no espaço geográfico. A foto traz

elementos da paisagem interiorana do município de Prudentópolis, sendo que ao lado

da casa tem-se uma antena parabólica. A informação globalizada atinge o senhor que

vive no interior e que está ao lado da casa.

Imagem 26. A comunicação globalizada.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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A imagem da foto 26 também destaca o acesso a comunicação globalizada em

meio a realidade interiorana. O senhor retratado na foto está utilizando um aparelho

celular para comunicar-se. Com um simples celular é possível estabelecer contado com

pessoas nos mais longínquos lugares do Brasil e de outros países, logo, uma das

características do mundo globalizado.

Imagem 27. O acesso a produtos de outros países.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 28. O acesso a produtos de outros países.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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As imagens das fotografias 27 e 28 evidenciam o acesso dos produtores de

fumo aos agrotóxicos produzidos e patenteados por grandes empresas multinacionais

como é o caso da Bayer, Syngenta e Basf.

A Bayer está representada no mundo por 289 empresas. A sede global da

Empresa está em Leverkusen, na Alemanha.

A Syngenta tem sede central na Basiléia, Suíça, e conta com mais de 19.000

funcionários em 90 países.

A Basf tem sua sede em Ludwigshafen (no Reno), no sudoeste da Alemanha.

Em 2014, o Grupo Basf emprega cerca de 112.000 funcionários em todo o mundo. Seu

portfólio abrange desde produtos químicos, plásticos, produtos de performance e

produtos para proteção de lavouras até petróleo e gás. A Basf conta com subsidiárias

em mais de oitenta países e fornece produtos para parceiros de negócios em quase

todas as partes do mundo. Ela opera seis sites Verbund e aproximadamente 380 outras

unidades de produção em todo o mundo. O site Verbund em Ludwigshafen é o maior

complexo químico integrado do mundo.

Imagem 29. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 30. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 31. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 32. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 33. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 34. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 35. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 36. Globalização e misturas de povos.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

As imagens de fotografias 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35 e 36 trazem para a

reflexão a mistura de povos do mundo globalizado. Tal diversidade se faz presente no

município de Prudentópolis. As imagens 29 e 30 elucidam os estabelecimentos

comerciais de alemães, já as imagens 31 e 32 de italianos. As imagens 33, 34 e 35

ressaltam os ucranianos, por fim, a imagem 36 destaca os poloneses que também

vivem no município. A circulação de pessoas entre países facilitadas pelo aparato

tecnológico proporciona uma maior integração, logo, uma mistura de povos.

É inegável que os avanços tecnológicos aumentaram as facilidades de

contatos de interação entre as pessoas. Também proporcionaram o intercambio de

fluxos de mercadorias entre diversos lugares do mundo, porém também é evidente o

processo de exclusão de regiões, lugares, pessoas. O autor Bobato (2011) elucida que

não são todos que teem acesso ao lado bom da globalização, pois segundo ele muitas

são as pessoas no Brasil e no mundo que vivem a margem das benesses geradas pela

lógica globalizadora. Para Bobato (2011, p. 04) a globalização também comporta um

lado bastante perverso, pois uma das grandes desvantagens dela é o desemprego:

Muitas empresas aprenderam a produzir mais com menos gente, e para tal feito, elas usam novas tecnologias fazendo com que o trabalhador perca

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espaço. Além do mais, para os países ricos têm-se lucros crescentes, capital aumentado, suas empresas protegidas. Já às nações pobres, cabe abrir-se a importações, endividar-se, privatizar, desnacionalizar suas empresas e ficar com o desemprego.

Imagem 37. Cartum – Tecnologia, globalização – “desemprego”.

Fonte. Disponível em: <http://vozesdoverbo.blogspot.com.br/2010/05/desemprego-estrutural.html>.

Outro aspecto negativo do processo são as perdas de identidades. A

globalização, ao projetar e produzir produtos comuns para vários países projeta

também, um modelo de mercado consumidor, aonde, a língua e os costumes dos

países ricos, vão lentamente dominando e difundindo-se nos países mais pobres, e,

isto gera influências em suas culturas nativas.

Imagem 38. Charge - A difusão dos produtos globalizados.

Fonte. Disponível em: <http://militantedocerrado.blogspot.com.br/>.

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Imagem 39. Charge - Globalização e a ideia de homogeneidade social.

Fonte. Disponível em: <http://www.filosofiahoje.com/2012/09/a-padronizacao-das-pessoas.html>.

Não se pode esquecer que o processo de globalização também se reflete nas

questões ambientais, pois a atual disponibilidade de mercadorias, bens, serviços e o

desenvolvimento de uma cultura orientada para o consumo intensificaram o hábito de

consumir, gerando assim o “consumismo”.

O consumismo, impacta negativamente no meio ambiente, sobretudo, quando

as políticas públicas não são pensadas para amenizar tais impactos. Em meio ao

consumo supérfluo, os lixões aumentam, a poluição dos rios se intensificam, os

alimentos passam a ser produzidos empregando altas concentrações de agrotóxicos,

fatos que incidem na vivência das pessoas. As imagens a seguir abordarão estas

questões.

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Imagem 40. Charge - Globalização consumo e meio ambiente.

Fonte. Disponível em:

<http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1905&evento=1>.

Imagem 41. Lógicas produtivas globalizadas e meio ambiente.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

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Imagem 42. Globalização, alimentação e meio ambiente.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

Imagem 43. Trabalho globalizado e saúde.

Fonte. SOCZEK e BOBATO (foto capturada em trabalho de campo, 2015).

A imagem da charge 40 impulsiona a refletir o consumismo gerado

globalmente. A disseminação de produtos globalizados e a ideologia do consumo

impactam negativamente no meio ambiente. A charge tem um teor crítico ao abordar

essa questão.

A imagem da fotografia (41) traz a tona a Lógica produtiva globalizada da

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fumicultura, pois tal produção se dá em meio a uma organização produtiva permeada

por lógicas globais a partir de grandes grupos empresariais (Souza Cruz, Universal

Leaf Tobaco....). A lógica produtiva do tabaco também gera conseqüencias ao meio

ambiente. A queima da lenha além do problema do gás carbônico que é liberada na

atmosfera, este processo tem agravado a questão do desmatamento, pois para atender

aos reclamos das empresas, os fumicultores tem avançado nas áreas de florestas

nativas para extrair lenha e posteriormente limpar o terreno para plantar o eucalipto que

é liberado e exigido pelas empresas.

A imagem de fotografia 42 motiva refletir a disseminação de um padrão de

produção de alimentos globalizado que tem crescido no Brasil. A partir dos anos de

1990 a produção de alimentos no país intensificou a carga de agrotóxicos nos

alimentos que são produzidos. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ, 2015)

destacam que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano. O

Ministério da Saúde divulgou um estudo no início do ano de 2014 no qual estimava que

que até o final do ano de 2014 o país corria o risco de registrar um número de 576.580

novos casos de câncer. O maior número de casos da doença no país se dá devido à

alimentação inadequada. As pessoas estão ingerindo alimentos que na maioria dos

casos é produzido a base de agrotóxicos. Lamentavelmente muitos de nós ingerimos

“veneno”. Tem sido comum o agricultor brasileiro produzir frutas, verduras a base de

venenos, e isto está causando um mal imenso na a saúde das pessoas.

A imagem de fotografia 43 aborda o caso da produção globalizada do fumo e

seus impactos na saúde dos produtores. São altos os índices de suicídios, problemas

de câncer, depressão nas regiões produtoras de fumo. Pois em meio a falta de

arternativas produtivas rentáveis, centenas de famílias passam a cultivar o fumo que os

torna expostos as altas cargas de agrotóxicos no dia-dia.

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Gráfico 01. Área de colheita por produto agrícola em Prudentópolis-PR-2011.

Fonte. BOBATO, Zaqueu Luiz (2013).

Gráfico 02. Valor em R$ por produto agrícola em Prudentópolis-PR – 2011.

Fonte. BOBATO, Zaqueu Luiz (2013).

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Tabela 01: Demais produtos agrícolas cultivados no território de Prudentópolis – 2011.

PRODUTOS

ÁREA COLHIDA

(ha) PRODUÇÃO

(t)

RENDIMENTO MÉDIO (kg/ha)

VALOR (R$1 000,00)

Abacate 1 25 25 000 42

Abacaxi (mil frutos) 3 32 10 667 38

Alho 10 25 2 500 112

Amendoim 14 20 1 429 40

Arroz 650 1 625 2 500 975

Aveia 55 55 1 000 17

Banana 1 11 11 000 4

Batata-inglesa 270 6 840 25 333 3 076

Cana-de-açúcar 26 1 430 55 000 57

Fonte. BOBATO, Zaqueu Luiz (2013).

O município de Prudentópolis no ano de 2010 contava com uma população de

48.792 habitantes em seu território. Tal população se dividia em 22.463 pessoas

vivendo na área urbana e 26.329 na área rural do município.

Os gráficos 01 e 02 expressam claramente a importância do cultivo de tabaco

no município prudentopolitano, pois os dados apontam que em Prudentópolis a maior

geração de valores em reais advém da produção de fumo no território.

Observa-se a partir dos gráficos 01 e 02, e ao confrontá-los com os dados

contidos na tabela acima, que no município de Prudentópolis o que predomina

realmente é o cultivo de fumo e em seguida o soja e feijão. Já as demais produções

provavelmente servem para complementar a renda, assim como para o consumo

familiar. Bobato (2013) explica que o fato de a fumicultura ser expressiva no município

ocorre dada a possibilidade dos produtores utilizarem pequenas áreas de terra para

esse cultivo. Com relação à utilização de pequenas áreas de terra, mesmo os

agricultores que não têm propriedade própria, podem desenvolver esta atividade,

alugando terrenos para o plantio e cultivo. Bobato (2013) aponta que as alternativas de

cultivos fora a do fumo são poucas no município, caracterizando-se tímidas, fato este

que reforça a importância da atividade fumageira para as famílias que dispõem de

pouca terra para plantio.

ATIVIDADE

Obs. Restando 25 minutos para o término da 9ª aula da terceira semana, o professor

irá organizar grupos de no máximo 5 alunos. Organizados os grupos, o professor

explicará a atividade avaliativa que terão que desenvolver durante a semana, e,

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trazerem para serem apresentadas nas três últimas aulas que completará a carga

horária de 12 horas aulas (4ª semana) deste caderno.

A atividade consistirá em: as equipes no decorrer da semana (fora do horário

escolar) sairão a campo dentro do município de Prudentópolis e utilizando de uma

câmera fotográfica irão registrar imagens que abordem o processo de globalização.

Portanto, os alunos terão que refletir questões culturais, ambientais e econômicas

dentro do município, e então, fotografar. As fotos necessitam ter um “olhar geográfico”.

O professor explicará que as fotos podem ser tiradas nos mais diversos contextos do

município (rural, urbano). O professor também irá alertar os alunos acerca da

necessidade de terem cuidado ao capturarem imagens, pois, não se pode invadir a

“privacidade” das pessoas. Ë preciso solicitar permissão quando se quer registrar

imagens que evidenciam pessoas. O professor irá alertar os alunos que as fotos tiradas

não podem ser publicadas em redes sociais entre outras, ou seja, as imagens serão

utilizadas exclusivamente para as reflexões em sala de aula.

Os alunos terão que selecionar 3 fotos por eles tiradas para escreverem o

trabalho. Uma que reflita questões culturais, outra ambiental e por fim econômicas.

Também terão que selecionar três charges ou cartuns para refletir. As charges ou

cartuns deverão ser pesquisadas na internet e necessitam apresentar a fonte de onde

foram extraídas. (Cultural, ambiental e econômica). Portanto, no decorrer de semana

os grupos terão que montar um trabalho e imprimir para entregar ao professor. No

trabalho impresso em baixo de cada foto e charge, os alunos necessitam descrever o

que está sendo abordado. A abordagem necessita levar em consideração processos

resultantes da globalização. Os alunos também deverão organizar as três fotos e as

três charges em um pen-drive (salvar no formato que roda da TV pen-drive do colégio),

pois irão apresentar para os colegas no decorrer das três últimas aulas (4ª semana da

aplicação deste caderno).

(estas orientações (ver anexo pág. 58) o professor imprimirá e entregará uma para

cada equipe).

2.3. BLOCO 3: AVALIANDO O DESEMPENHO DA PROPOSTA JUNTO AOS ALUNOS

Objetivos

Verificar se o aluno compreendeu a importância das charges, cartuns e

fotografias como sendo recursos imagéticos que permitem reflexões geográficas

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Identificar se os alunos conseguiram compreender o processo de globalização

manifestado na escala de vivência dos mesmos.

Averiguar se os recursos imagéticos proporcionaram ou não uma melhor

compreensão das temáticas abordadas nas nove (9) aulas anteriores.

Recursos utilizados

TV pen drive, retroprojetor, quadro de giz.

Duração

3 horas aulas.

Conteúdos a serem trabalhados

Charge, cartuns e fotos que representam diferentes aspectos da globalização.

Quanto as apresentações dos grupos:

Cada grupo entregará a versão impressa do trabalho para o professor. O

professor destinará 10 minutos para cada equipe apresentar para os colegas o

trabalho. A apresentação utilizará a TV pen-drive do colégio.

Avaliação

De posse dos trabalhos impressos e levando em consideração a participação e

apresentação, o professor atribuirá nota aos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CADERNO

Este caderno didático-pedagógico foi elaborado a partir de uma “demanda”

específica, portanto, ele traz elementos de uma escala espacial na qual vivem os

alunos (público alvo da aplicação da proposta). Acredita-se que os recursos imagéticos

podem dinamizar as aulas de Geografia despertando reflexões nos alunos. Charges,

cartuns e fotografias quando previamente preparados, e, se trabalhados

conscientemente pelo professor, podem despertar o senso crítico e reflexivo nos

alunos. Concebe-se neste caderno que o ensino de geografia necessita apropriar-se

dos recursos didáticos que estão disponíveis e que são acessíveis tanto aos

professores como aos alunos. Contudo, é preciso esclarecer que as atividades

preparadas neste caderno são sugestões, logo, os interessados poderão adaptar à sua

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realidade, pois as escalas espaciais de vivência dos professores e alunos comportam

especificidades que não podem ser negligenciadas. Em síntese, espera-se que este

caderno possa fomentar as reflexões acerca das possibilidades de apropriação dos

recursos imagéticos para uma melhor compreensão dos conteúdos da disciplina de

geografia.

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SALGUEIRO, Heliana Angotti. A construção de representações nacionais: os desenhos de Percy Lau na Revista Brasileira de Geografia e outras “visões iconográficas” do Brasil moderno. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.13. n.2. p. 21-72. jul.-dez. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v13n2/a03v13n2>. Acesso em 12 de dezembro de 2014. SALLES, Filipe. Breve história da fotografia. São Paulo, 2004. Disponível em: <https://www.google.com.br/#q=SALLES%2C+Filipe.+Breve+Hist%C3%B3ria+da+Fotografia>. Acesso em 20 de dezembro de 2014. SILVA, Eunice Isaias da; CAVALCANTI, Lana de Souza. A MEDIAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA, POR CHARGES, CARTUNS E TIRAS DE QUADRINHOS. Boletim Goiano de Geografia. Goiânia-Goiás, v. 28 n. 2 p. 141-156 jul. / dez. 2008. Disponível em: <http://www.egal2013.pe/wp-content/uploads/2013/07/Tra_Ta%C3%ADs-Pires-da-Silva-Ner%C3%AAida-Santos-Mafra-Benedictis.pdf>. Acesso em: 24/03/2014. SILVA, Daniele de Barros Macedo. A CHARGE EM SALA DE AULA. Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Lingüísticos, 2014. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/ixcnlf/5/03.htm>. Acesso em 13 de março de 2014. SILVA, Taís Pires da; BENEDICTIS, Nerêida Maria Santos Mafra. A Charge e o Cartum como recurso didático no processo de ensino-aprendizagem de Geografia. EGAL, 2014. Disponível em: <http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal14/Ensenanzadelageografia/Metodologiaparalaensenanza/01.pdf >. Acesso em 13 de março de 2014. SINDITABACO. Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco, 2014. Disponível em: <http://sinditabaco.com.br/> . Acesso em 20 de fevereiro de 2014. SOUZA CRUZ. Disponível em: <http://www.souzacruz.com.br/> . Acesso em 15 de fevereiro de 2014.

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ANEXOS

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COLÉGIO ESTADUAL ALBERTO DE CARVALHO - PRUDENTÓPOLIS-PR

DISCIPLINA: GEOGRAFIA PROFESSOR: JOSÉ SILVESTRE ALVES SOCZEK NOME DO ALUNO(A):____________________________________________.

ATIVIDADE AVALIATIVA 1- Escreva o que você entendeu por:

Caricatura:

Charge:

Cartum:

Quadrinho:

Tirinha:

Foto:

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ROTEIRO PARA ELABORAR O TRABALHO EM GRUPO

A equipe no decorrer da semana (fora do horário escolar) sairá a campo dentro

do município de Prudentópolis e utilizando de uma câmera fotográfica irão registrar

imagens que abordem o processo de globalização.

A equipe necessita refletir questões culturais, ambientais e econômicas dentro

do município, e então, fotografar. Lançar um “olhar geográfico” para tirar as fotos

As fotos podem ser tiradas nos mais diversos contextos do município (rural,

urbano).

Muito CUIDADO ao capturarem imagens, pois, não se pode invadir a

“privacidade” das pessoas. Ë preciso pedir permissão quando se quer registrar

imagens que evidenciam pessoas. As fotos tiradas NÃO PODEM ser publicadas em

redes sociais entre outras, ou seja, as imagens serão utilizadas exclusivamente para as

reflexões em sala de aula.

A equipe terá que selecionar 3 fotos tiradas para escrever o trabalho. Uma que

reflita questões culturais, outra ambiental e por fim econômicas. TAMBÉM terão que

selecionar TRÊS CHARGES ou CARTUNS para refletir. As charges ou cartuns deverão

ser pesquisadas na internet e necessitam apresentar a fonte de onde foram extraídas

(Cultural, ambiental e econômica).

No trabalho em baixo de cada foto e charge, os alunos necessitam descrever o

que está sendo abordado. A abordagem necessita levar em consideração processos

que resultam da globalização.

No decorrer de semana o grupo terá que montar o trabalho e imprimir para

entregar ao professor.

A equipe também deverá organizar as três fotos e as três charges em um pen-

drive (salvar no formato que roda da TV pen-drive do colégio), pois irão apresentar para

os colegas no decorrer das três últimas aulas.