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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Intervenções poéticas: uma proposta para o trabalho com a Literatura na escola

Autora Márcia Relindes König Semianko

Disciplina Língua Portuguesa

Município da escola União da Vitória

Núcleo Regional de Educação União da Vitória

Orientador Caio Ricardo Bona Moreira

Instituição de Ensino Superior FAFI

Disciplina Língua Portuguesa

Produção Didática Pedagógica Unidade Didática

Público Alvo Ensino Médio

Colégio e Localização Colégio Estadual Adiles Bordin – Ensino Fundamental, Medio e EJA. Rua: Ivaldo Thomazzi, s/nº Conjunto Bento Munhoz da Rocha Neto – Distrito de São Cristóvão.

Apresentação A proposta desta pesquisa é trabalhar a

disseminação da literatura na escola através de

intervenções poéticas. O trabalho é inspirado no

movimento de Catequese Poética de Lindolf Bell,

o qual tinha por objetivo desenvolver uma nova

linguagem poética e ampliar as intervenções de

jovens escritores. Transformar em veículos da

poesia, praças, pontos de ônibus, viadutos,

camisetas, estádios era a forma que Lindolf Bell

utilizava para disseminar a arte de escrever. Tal

movimento pode ser considerado como o

primeiro trabalho com intervenções poéticas no

Brasil. A poesia trabalhada deste modo pode

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assumir uma importância significativa para a

comunidade escolar, pois a leitura literária passa

a ter sentido e as produções realizadas poderão

circular entre a comunidade gerando discussões

e propiciando o avanço na aprendizagem.

Palavras-chave Literatura – Intervenção Poética - Arte

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Introdução

Os encaminhamentos das oficinas que seguem são o resultado do

processo de formação, reflexão, estudos e análises, realizado durante o ano de

2013 no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do

Paraná. O principal objetivo das oficinas é o de resgatar a condição crítica,

emancipadora e sensível da poesia na escola, e com essa abordagem

desenvolver procedimentos metodológicos através do contato com expressões

artísticas.

Já dizia o velho ditado “nem só de pão vive o homem”. Promover a

disseminação da poesia na escola vai além de alimentar o ser humano com a

informação, é um trabalho para despertar a reflexão sobre, o que somos no

mundo enquanto seres humanos e tornar-se mais humanos repensando

questões da nossa história, das experiências vivenciadas, dos conflitos e

emoções do dia-a-dia e o mais importante: o de conhecer os textos literários.

As atividades foram desenvolvidas conforme as orientações das

Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná para a disciplina de Língua

Portuguesa – 2008.

Espero que este trabalho seja proveitoso para os colegas que estão

nessa árdua tarefa de educar, mas que, com certeza culmina na realização de

muitos sonhos.

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Oficina 1

SENSIBILIZAR É PRECISO

Objetivo: colocar os/as alunos/as em contato com a poesia de forma que apreciem o

objeto artístico a ser estudado, façam intervenções, sejam estimulados a ler e

conheçam os procedimentos do trabalho com a poesia referente à proposta.

Para iniciarmos os trabalhos com a poesia na perspectiva que demanda

a atual proposta sugere-se que na primeira semana, antes das oficinas, o

professor prepare placas com poemas para serem distribuídos na escola em

diferentes espaços.

As placas podem ser confeccionadas de diferentes formatos e dos mais

variados materiais – papelão, plástico, madeira, recicláveis – de acordo com a

disponibilidade de recursos. Os poemas podem ser impressos ou escrito à mão

e também pode haver imagens. O importante nessa atividade é chamar a

atenção. Deve-se tomar o cuidado para que os poemas estejam escritos na

sua forma original, pois muitas disposições gráficas revelam o sentido que o

autor quis transmitir. É o caso dos poemas de Paulo Leminski que são

sugeridos para essa atividade. Utilizarei também os poemas de Lindolf Bell,

Mário Quintana, Pablo Neruda, Mário Benedetti, Bertold Brecht e Cecília

Meireles.

Após, feitas as placas, o segundo passo é explorar os espaços da

escola colocando os poemas nos lugares mais inusitados como espelhos dos

banheiros, teto, chão, portão da entrada/saída, árvores, janelas.

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Em algumas das placas pode-se deixar até uma caneta pendurada ao lado

para que os alunos façam intervenções, e isso não deve ser proibido, pois

depois poderão ser analisadas em sala de aula.

Nessa atividade os alunos já terão entrado em contato com as poesias

espalhadas na escola. Então, haverá uma discussão sobre a recepção dos

textos indagando-os/as sobre como receberam a ação; o que achara

interessante; quais poemas chamaram mais atenção.

Em seguida a atividade será a escrita de versos em balões. Os alunos

deverão ter acesso a livros que contenham poemas, selecionarão alguns

versos de autores que simpatizarem e escreverão nos balões, os quais serão

amarrados em diversos lugares da escola. Será a primeira intervenção do

grupo. Como a escola possui dualidade administrativa os balões serão

entregues também para os alunos dos anos iniciais na saída da escola como

um estímulo para a leitura do gênero.

Professor/a: é importante que a classe se aproprie do

conhecimento a seguir para compreender o que são as

intervenções poéticas. Sugiro estar atento/a para as notas de

rodapé, pois trarão informações importantes sobre os assuntos

abordados, bem como a indicação dos acessos para vídeos,

livros, documentários e artigos.

As oficinas precisam sempre ser encaminhadas anteriormente,

pois exigem a organização de recursos didáticos, os quais

muitas vezes são ocupados por outros/as professores/as.

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O movimento Catequese Poética liderado por Lindolf Bell1 surgiu em

São Paulo no ano de 1964 e foi até 1968 se espalhando por diversos Estados.

Obteve ainda repercussão que perdurou por anos.

Quem eram seus integrantes?

Rubens Jardim, Luiz Carlos Mattos, Iracy Gentilli, JAA Torrano, Carlos Vogt,

Ana Cristina de Mattos, Iosito Aguiar, Germinal de Amor e Edson Santana bem

como os catarinenses Érico Max Müller e Eulália Maria Radtke.

E qual a finalidade desse movimento?

Catequizar! Catequizar?

Sim, como sugeria o batismo, levar a poesia ao conhecimento das

pessoas (todas as pessoas sem distinção de classe), por meio de leituras de

poemas em lugares previsíveis e imprevisíveis como os viadutos, estádios de

futebol, teatros, feiras, escolas, clubes, dentre outros eventos que

“desengavetassem” as poesias. O objetivo era que as pessoas tivessem

oportunidade de conhecer e apreciar os textos artísticos. Era uma forma de

democratizar a poesia.

1 Professor (a) sugere-se que acesse o vídeo de Lindolf Bell declamando e um documentário sobre sua vida. Os vídeos poderão ser passados para os alunos e realizada atividade com roteiro. Estão disponíveis em: http://www.lindolfbell.com.br/Biografia.php e http://www.youtube.com/watch?v=CY8MyTH-uUQ. Também há um artigo de Rosana Salete Piccinni sobre a vida e obra do poeta disponível em http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/search/results - vol.3 nº3/2009.

Movimento “Catequese Poética” de

Lindolf Bell

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Declamação do poema “Legado” de Lindolf Bell. Nesta atividade além da

declamação, a proposta é de o/a professor/a estar vestido/a com uma camiseta

poética (contendo versos do poema a ser declamado). Sugerir que os alunos

também façam uma leitura expressiva do poema. Depois realizar também com

os alunos a leitura do Miniconto de Eduardo Galeano “A função da Arte/1”

para estabelecer relação com o poema:

“Num município rural, na Região Sul do Brasil,

em Santa Catarina nasceu um menino que tinha

enormes chances de seguir a profissão do pai

Theodoro, lavrador. Contudo, herda da mãe

Amália o dom de dizer poemas”. (FRANCINE,

Helen em Quixote Catarinense).

Nasceu em Timbó, (SC) no dia 02 de novembro

de 1938. Filho de pai de origem alemã e mãe

de origem russa desde pequeno gostava de

escrever e recitar poemas. Publicou: Os

póstumos e as profecias (1962), Os Ciclos

(1964), Convocação (1965), A tarefa (1966), As

annamárias (1971), Incorporação (1974), As

vivências elementares (1980), O código das

águas (1984), Setenário (1985), Iconographia

(1993), Pré-textos para um fio de esperança

1994) e Réquiem (1994), todos de poesia além

de Curta Primavera, narrativa lírica (1966).

Deixou inédito seu mais importante livro

intitulado Anima Mundi, concluído em 1977.

Esse livro desapareceu sendo possível apenas o

resgate do poema “Odes ibéricas”, publicado no

jornal A Notícia em 22/06/1996 p. 2.

Por que “Quixote

Catarinense”?

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Legado

Deixarei por herança

não o poema

mas o corpo no poema

aberto aos quatro ventos

Pois todo poema

é verde e maduro,

em areia movediça

de angústia, solidão

Onde me debato

ainda que finja o contrário

em busca da verdade

e seu chão

Deixarei por herança

não o poema

Mas o corpo repartido

na viagem inconclusa

Pois todo o poema maduro

um verde poema

E, mesmo acabado,

se estriba na inconclusão

Claro, sem esquecer,

o estratagema da paixão

PRADE, Péricles.Lindolf Bell – Coleção melhores poemas.São Paulo: Global, 2009.

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Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff,

levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas,

esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas

alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na

frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o

seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente conseguiu falar, tremendo,

gaguejando, pediu ao pai:

- Me ajuda a olhar!

GALEANO.E. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002.

Questões para debater com os alunos:

a) Quais relações são possíveis estabelecer entre o texto de Bell e o de

Galeano?

b) Podemos considerar os textos lidos como obras de arte? Por quê?

c) Que versos, palavras ou frases nos textos causam estranhamento?

Explique.

d) São inúmeras as maneiras do homem se expressar, mas a arte é

considerada uma das maneiras mais sublimes. O que você considera

como arte?

Para iniciar a discussão e as análises sobre arte e literatura sugiro o vídeo

“Introdução à literatura”, disponível www.professorwalace.com.br ou pelo

podcast também com o mesmo nome.

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Na apresentação o professor Walace faz uma retrospectiva do

significado da Arte para a humanidade, explicando sobre as várias expressões

artísticas e amplia a discussão através da filosofia quando aborda o conceito

de estética.

Antes de iniciar a apresentação sugiro que o professor elabore um

esboço de um esquema (mapa conceitual) para que os alunos anotem algumas

informações apresentadas no vídeo. Abaixo segue um exemplo que pode ser

transformado em imagem e colocado no datashow.

ARTE

?

Literatura é

arte ?

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Para essa atividade os alunos terão dois dias para pesquisar expressões

artísticas que podem ser encontradas na sua cidade, ou que assistiram, leram

e que consideram como obra artística. Antes de montar o painel poderá haver

uma socialização sobre as obras. O painel será com fotos, pinturas ou trechos

dos textos pesquisados.

- uma escultura;

- uma produção literária;

- uma arquitetura que considera interessante;

- uma dança;

- uma pintura;

- uma peça de teatro;

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Objetivo: possibilitar a compreensão do gênero poema em sua forma,

tema, contexto e sua relação com outros tipos de textos.

Será montado um túnel poético feito de tecido e mangueiras. O tecido

utilizado será o “voil” branco, mas pode ser qualquer tecido leve. No túnel, o

qual ficará no saguão do colégio haverá poemas que irão aguçar os aspectos

sensoriais. A intenção é mostrar para os alunos que os poemas estão

carregados de sentido e quando fazemos a leitura desse tipo de texto

precisamos estar atentos para tal característica.

- poemas de Paulo Leminski – livro “Toda poesia”;

- poemas de Solano Trindade – Antologia Poética

- poemas de Mário Quintana - Melhores poemas: seleção Fausto Cunha

Toda “maquiagem” que é usada nas palavras constitui como recurso

para dizer algo de forma diferente. Os poemas são carregados de sentimentos,

de jogos de linguagem, simbologia e enigma. Explorar tais recursos é fazer

com que os alunos se apropriem da linguagem poética e possam desvendar os

mistérios que guardam os poemas.

Para iniciar a compreensão de alguns dos recursos utilizados na poesia,

nada melhor que observar esses elementos na música. Por ser também um

texto poético, ele nos possibilita explorar muitos aspectos e para os alunos a

compreensão é adquirida de forma prazerosa.

Oficina 2

A Poesia e seus sentidos

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Segundo as Diretrizes Estaduais de Arte (2008, p. 27), para entender

melhor a música é preciso desenvolver hábito para escutar os sons que estão a

nossa volta. Um único som é carregado de informações, basta imaginar alguns

sons da nossa vida: o passarinho cantando de manhã, o relógio despertando, o

barulho da chuva, as falas das pessoas. Todos esses sons ficam gravados em

nossa memória e suas combinações cheias de significado. Imaginem então, a

música que é justamente essa combinação de sons com finalidade artística.

A música escolhida será “Cidadão”, composta por Lúcio Barbosa. O

compositor teve com ela êxito em 1979 quando foi gravada por Zé Geraldo, no

LP “Terceiro Mundo”. Outros cantores também regravaram como: Luiz

Gonzaga, Zé Ramalho, Elymar Santos, Renato Teixeira e Wilson Paim. Vou

usar a versão gravada pó Zé Ramalho.

O interessante é preparar as cópias da música e baixar um vídeo2 para

ser apresentado no datashow. Perceba que os alunos terão que completar as

palavras que estão faltando. Essa atividade tem o intuito de chamar a atenção

para as rimas.

Aqui será feito um jogo de palavras após a escuta da música as mesmas

palavras, as quais estão faltando na letra, deverão estar em um saquinho de

pano que será passado na sala. Cada aluno deverá tirar uma palavra de dentro

do saquinho. O saquinho percorrerá a sala até que todos tenham tirado uma

palavra. (cuide para que haja uma palavra para cada aluno). Depois verificarão

a terminação da palavra que pegaram e em outro papel escreverão uma

palavra com a mesma terminação e colocarão no saquinho. Após, realizada

essa tarefa o professor irá tirar as palavras e escrever no quadro mostrando as

sonoridades semelhantes, a grafia nas terminações e pode aproveitar para

trabalhar também: as figuras, Aliteração e Repetição.

2 http://www.youtube.com/watch?v=RFtw0_qNl54

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Cidadão

Tá vendo aquele edifício moço? Ajudei a _______________ Foi um tempo de ______________ Eram quatro condução Duas pra ir, duas pra voltar Hoje depois dele ______________ Olho pra cima e fico _____________ Mas me vem um cidadão E me diz desconfiado, tu tá aí ________________ Ou tá querendo roubar? Meu domingo tá _______________ Vou pra casa entristecido Dá vontade de ____________ E pra aumentar o meu _____________ Eu nem posso olhar pro ____________ Que eu ajudei a fazer Tá vendo aquele colégio moço? Eu também trabalhei ____ Lá eu quase me _______________ Fiz a massa pus cimento Ajudei a ______________ Minha filha inocente Vem pra mim toda ____________ Pai vou me matricular Mas me diz um cidadão Criança de pé no __________ Aqui não pode estudar Esta dor doeu mais ___________ Por que que eu deixei o __________ Eu me pus a me dizer Lá a seca ________________ mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço? Onde o padre diz ___________ Pus o sino e o _____________ Enchi minha mão de ____________ Lá eu trabalhei também Lá sim valeu a _____________ Tem quermesse, tem _____________ E o padre me deixa entrar Foi lá que Cristo me ___________ Rapaz deixe de _____________ Não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a ___________ Enchi o rio fiz a serra Não deixei nada faltar Hoje o homem criou ____________ E na maioria das casas Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra Enchi o rio fiz a ___________ Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asas E na maioria das ____________ Eu também não posso entrar

Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1606-6.pdf

a) Qual sua compreensão sobre a música? Ela conta uma história? O que há

de diferente das histórias que se costuma ouvir?

b) Você conhece uma realidade semelhante a da música? Relate.

c) Faça uma pesquisa sobre a educação pública que temos hoje. Quais

investimentos existem e como ela é ofertada à população. Depois produza um

comentário com base em sua pesquisa sobre a importância de haver incentivo

e investimentos na educação.

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d) Poema de Solano Trindade3 “Natal de minha Terra” que está no livro

Poemas antológicos Solano Trindade será declamado com percussão de

pandeiro e atabaque. A ideia é de deixar alguns instrumentos de percussão

pela sala e depois pedir aos alunos que tentem musicalizar o poema. Essa

atividade pode ser realizada em grupos de cinco alunos.

Natal de minha terra

Ó Natal de minha terra,

De bumba meu boi,

De lampinha,

De mulata pastorinha,

De Mateu, de Bastião,

De “Babau”, de Zé Tobinha”...

Ó Natal de minha terra,

Estou cheio de saudades,

Do menino Deus de Olinda,

3 Ver mais sobre Solano Trindade em http://www.palmares.gov.br/2012/07/ha-104-anos-nascia-solano-trindade-o-criador-da-poesia-negra-brasileira/

“O palco é Recife, 1908. Ali, no bairro São

José, no dia 24 de julho, nasceu Solano. Seu pai, o sapateiro Manuel Abílio, dançava Pastoril e Bumba-meu-boi. Solano o acompanhava. Já sua mãe, Emerenciana, quituteira e operária, pedia que lesse para ela novelas, literatura de cordel e poesia romântica. É fácil imaginar nesse clima as cortinas da arte abrindo-se, os olhos do menino brilhando diante do espetáculo que a

cultura popular proporcionava”(...).

(por Márcio Barbosa disponível em

http://www.quilombhoje.com.br/solano/solanotrindade

.htm)

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Da Torre de Caxangá,

Ó Natal de minha terra,

Você se mude prá cá,

Com mulatas e mucambos,

Com pamonhas e mungunzá...

Ó Natal de minha terra!

Prô Deus,

Se mude prá cá!

e) Solano Trindade é uma representação da cultura afro-brasileira. Para

melhor compreensão do poema você fará uma pesquisa do significado

de: lampinha – caxangá – mucambos – mungunzá – pamonha. Você já

teve contato com estas palavras? Elas são comum para você? Que

outras palavras da representação afro-brasileira você conhece? Sabe o

significado?

Vamos ler o poema de Gonçalves Dias “Canção do Exílio”. Sugere-se

aqui uma leitura expressiva e diferenciada do poema. Então, deve-se pedir que

a classe prepare recortes de tudo o que temos no poema (palmeiras, sabiá, e

outras aves, estrelas, flores, bosques) e também o que o Brasil tem hoje,

grudados em palitos de madeira para fazer uma espécie de encenação que

deverá ser em grupos, para cada estrofe.

É importante nessa atividade que os alunos percebam a entonação,

gestos e o sincronismo com os colegas na hora de declamar o poema.

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Canção do Exílio Gonçalves Dias

Kennst du das Land, wo die Citronen blühn,

Im dunkeln Laub die Gold-Orangen glühn,

Kennst du es wohl?

Dahin, Dahin!

Möcht ich... ziehn!

Goethe

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar - sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que volte para lá;

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Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá

Disponível: em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2112

a) Após ter lido, cantado, declamado os textos, você deve ter notado que

há semelhança entre os três. Leia-os novamente. O que há em comum?

b) Observe que há uma epígrafe antes do poema de Gonçalves Dias

escrita em alemão. Pesquise e tente descobrir o que ela quer dizer?

c) Escute a música “País Tropical”, composta por Jorge Bem Jor/Wilson

Simonal. Compare com o poema “Canção do Exílio”. Em ambos o Brasil

é um tema comum. Qual é a imagem do Brasil que os textos constroem?

d) O poema “Canção do Exílio” foi escrito por Gonçalves Dias em um

período que se chamou de primeiro momento do Romantismo4

brasileiro, época que se vivia uma forte onda nacionalista, isso se devia

pelo rompimento do Brasil-colônia com Portugal. O poeta ressalta os

valores brasileiros, que não encontrava em Portugal. Existem outros

poemas que se referem a este como o de Casimiro de Abreu, seu

contemporâneo, Oswald de Andrade, Murilo Mendes e outros, os quais

são releituras do poema de Gonçalves Dias. Pesquise essas releituras5

4Será necessário contextualizar sobre o que foi o período Romântico, suas características e produções literárias. Sugere-se a leitura do primeiro capítulo do livro “História da Filosofia” vol.3 para aprofundamento do professor (ver nas referências desta oficina) e acessar http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8338 5 Informações sobre o que é releitura podem ser encontradas no artigo “Releitura não é cópia:

refletindo uma das possibilidades do fazer artístico”, disponível em:

http://www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/view/2534/1895

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do poema Canção do Exílio e a partir do que pesquisar monte a sua

versão sobre a imagem que você possui do Brasil. Poderá ser um

poema ilustrado. Como seria sua releitura?

e) Escute a canção “Amor I Love you” do disco Memórias, crônicas e

declaração de amor de Marisa Monte. O romantismo presente nas

palavras é o mesmo do Movimento artístico do século XIX?

Com o poema “Bilhete”, de Mário Quintana prepare uma atividade de

leitura do poema. Após ler para a classe você deverá ter uma folha A4 com o

primeiro verso do poema escrito no início da página:

Se tu me amas, ama-me...

Passe como se fosse um bilhete para cada aluno/a ler e com base no

poema de Mário Quintana sugira que coloquem a continuação do poema.

Importante estimular antes os alunos/as com perguntas do tipo: você já

recebeu um bilhete de amor? Como que você pensa ser uma demonstração

Eu lírico é a voz do poema. Uma

entidade fictícia que se distingue

do autor, mas que revela a visão

de mudo do poeta.

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verdadeira de amor? O que é amor pra você?

Objetivos: Estimular a criação de textos poéticos partindo da leitura de

poemas, histórias, canções, dramatizações e documentário. Compreender o

que foi a Guerra do Contestado e relacionar com a literatura e outras

expressões artísticas. Mostrar aos alunos como a poesia pode ser uma

convocação para a discussão da realidade em que vivemos.

1º Momento

Chimarrão Poético

Para essa atividade será organizada uma roda de chimarrão e também

serão convidados/as professores/as de história e de língua portuguesa; um

poeta local, o qual possui publicações sobre o tema; pessoas da comunidade

que são interadas sobre o conflito; um artista local que irá fazer uma

performance representando João Maria.

Será declamado o poema “A força do Caboclo do Contestado” escrito pela

professora Maria Regina Martins Gelchaki6.

Para essa atividade iremos utilizar a tipologia do Jogo pessoal que é

segundo Slade7, “o drama óbvio: a pessoa inteira, ou eu total é usado na

6 Maria Regina Martins Gelchaki é professora de Língua Portuguesa da rede Pública do Estado do Paraná e publicou o poema “A força do Caboclo do Contestado” para a edição especial do jornal 30 de Agosto de 2012 da APP – Sindicato disponível em: http://www.appsindicato.org.br/include/paginas/publicacoes.aspx 7 PINHEIRO, Hélder. Poesia na sala de aula. 3ªedição. Revista e ampliada. Campina Grande: Bagagem,2007.

3ª Oficina

O Contestado Poetizado

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apresentação. Ele se caracteriza por movimento e dramatização, e nota-se a

dança entrando e a experiência de ser coisas ou pessoas. No drama pessoal, a

pessoa perambula pelo local e toma sobre si a responsabilidade de representar

um papel”. No caso o papel representado nesta atividade será de uma pessoa

do Contestado – a voz do caboclo. Será usado um apito de trem e um

instrumento de percussão chamado “meia-lua” para dar início à apresentação.

A Força do Caboclo do Contestado

Eta caboclo danado! No chão desta terra pisada, Terra tão cobiçada, E por muitos contestada, Planta com raça A semente da força E o sol forte e quente, Faz germinar esta semente, Que vem com a força De uma locomotiva, Gritando em cima dos trilhos, Pedindo á mãe natureza Que dele não tire a terra Pois é sua única riqueza. Uma terra abundante Que serviu de morada A muitos viandantes... Seu grito ecoa longe!! Mas não é ouvido. E o caboclo sofrido É expulso da terra Sem piedade... E o seu grito vira gemido. Mas, seu gemido

Agora é ouvido!!

É ouvido por um monge

Que de longe o auxilia,

Ensinando com maestria

Os segredos da vida!

E como sua vida é a terra, Agora não mais geme, Mas berra, e berra tão alto Que assusta o governo! Amedrontado e com receio,

Foto: Márcia Semianko – Pintura do artista Ulisses

Teixeira. Localização: prédio da FAFIUV - UNESPAR

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O poderoso contrata estrangeiros E o exército brasileiro Para calar de vez a voz Do caboclo danado... Sua voz é calada, Sua vida é tirada!! Mas sua marca De caboclo herói é deixada, Nos quatro cantos Da terra contestada! Eta Caboclo danado! Não teve medo de nada! E com sua história nos deixa, Uma grande lição ensinada! Precisamos praticar essa lição! Gritar e fazer ecoar a nossa voz Sem medo de opressão!! Romper com essas Estruturas injustas Que massacram E oprimem o nosso povo. Porque nós brasileiros e brasileiras Precisamos, precisamos De um Brasil novo! Um Brasil, de Terra Para todo o povo!

Escute a música “Herdeiro da pampa pobre” do gaúcho da fronteira, mas

aqui utilizarei a regravação da banda Engenheiros do Hawaii; reflita sobre

quem é o eu lírico? Depois procure o significado das palavras grifadas e

compare a música com o poema.Quais relações são possíveis estabelecer?

Herdeiro da Pampa Pobre

Engenheiros do Hawaii

Mas que pampa é essa que eu recebo agora Com a missão de cultivar raízes Se dessa pampa que me fala a história Não me deixaram nem sequer matizes?

“O Contestado e sua

complexidade espacial, territorial e social

foram silenciados pela república

repressora e vencedora. Os caboclos do

Contestado continuam envoltos nas

brumas do silêncio sepulcral que cobriu

seu território com seu próprio sangue.

Porém, este silêncio quase secular não

representa o esquecimento, constitui-se

na resistência de uma sociedade civil

abafada pelas bocas dos canhões que

se opõem aos excessivos discursos

oficiais.”

Nilson Cesar Fraga – Fragmento do artigo

“Guerra do Contestado: Território e Silêncio

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Passam às mãos da minha geração Heranças feitas de fortunas rotas Campos desertos que não geram pão Onde a ganância anda de rédeas soltas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho Por essa pampa que ficou pra trás Porque eu não quero deixar pro meu filho A pampa pobre que herdei de meu pai

(...)

Herdei um campo onde o patrão é rei Tendo poderes sobre o pão e as águas Onde esquecido vive o peão sem leis De pés descalços cabresteando mágoas

O que hoje herdo da minha grei chirua É um desafio que a minha idade afronta Pois me deixaram com a guaiaca nua Pra pagar uma porção de contas

Disponível em http://letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/45728/

2º Momento

Vídeo Documentário

O documentário realizado pela TV Mileniun, em duas partes aborda o conflito

do Contestado tendo como convidado o professor Dr. Eloy Tonon que possui

sua tese de doutorado sobre o assunto. Após assistir o documentário você irá

produzir uma resenha. Utilize o roteiro abaixo para sua orientação e acesse

http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/3084418 para ver

modelos de resenhas.

Título do documentário:

Assunto:

Duração:

Resumo:

Impressões obtidas:

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3º Momento

O Cordel

Professor (a): para esse momento iremos trabalhar a literatura de cordel, pois a

intenção que se tem é a de produzir um livreto com a temática do Contestado.

Por isso, torna-se necessário embasar a classe sobre o estilo. Sugiro que

prepare uma apresentação para o data show com um pouco da história do

cordel, imagens, se caso na sua escola tiver exemplares leve para a sala

dentre outras informações que julgar necessário. Para obter essas

informações acesse: http://www.ablc.com.br/ocordel.html.

Após falar sobre a literatura de Cordel vamos apresentar as chamadas

“Décimas”. As décimas são poemas de dez versos muito apreciados pelos

clássicos quinhentistas e setecentistas. As décimas são poemas para ser

cantados. Lidos perdem a magia. Vemos serem mencionadas como décimas

as produções do Contestado, mas algumas são classificadas como “Quadras”

ou “Quadrinhas8”, pois possuem quatro versos caracterizados pela concisão,

ligeireza, condensação do pensamento poético, típico da poesia popular. As

quadras foram cultivadas por longo tempo, um exemplo temos na literatura

portuguesa com o poeta Fernando Pessoa em (Quadras ao gosto popular,

1965). Atualmente temos uma representação forte com os cordelistas e

repentistas.

As “décimas” ou “quadras” na época do Contestado tinham valor de

mandamentos e segundo Machado9 “eram utilizadas para prevenir crimes, e

determinavam os principais valores socialmente aceitos pela sociedade

sertaneja, para uma vida com justiça e dignidade”.

Professor/a: é necessário reproduzir as cópias para a turma. A leitura das

décimas exigirá uma entonação adequada para a voz lírica do poema.

Atente para isso!

8 No livro “A criação Literária – Poesia e Prosa de Massaud Moisés temos toda a classificação da forma lírica. Para aprofundar o estudo ver capítulo VII. 9 O livro Lideranças do Contestado escrito por Paulo Pinheiro Machado traz um estudo sobre como se

configurou o conflito.

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As décimas a seguir procuram reproduzir o pensamento de João Maria,

foram declamadas por João Maria Linhares, de Palmas. Colocarei as décimas

em monóculos para circular pela sala. Depois que a classe ler as quadras nos

monóculos farei a leitura expressiva do poema.

1) Nunca manche, meu amigo

Ca mentira os lábios teus:

A mentira é farsidade

É contrária as Leis de Deus

2) Quem odeia arguem no mundo

Tá cá alma enegrecida;

Todo ódio traz doença

E azar pra toda a vida

3) A inveja abate a gente

Invejoso é detestado

Quem cobiça o aiêio

A sofrê tá condenado

4) Não se logra, nem se roba

São dois crimes sem perdão

Os veiaco vão pro inferno

Pro diabo os ladrão

5) Não se deve caluniá

A calúnia é pecado;

O aleive é um crime

Quem comete tá ralado

6) Avarento é réu de curpa

Já tá preso e condenado

Avareza é loucura

Custa muito se curado

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7) Não se perca o respeito

Às famíia de quem tem

Quem não quer que mar lê faça

Nunca faça pra ninguém

8) Nem sonhando tire a vida

Por mau impre assassino;

Quem tirá o que não deu

Arrasô co seu destino

9) Se arguem matá com raiva

Ave, bico ou alimá

Faz um crime, é réu de curpa

Lá no Grande Tribuná

10) Tenha sempre tua famíia

Como Santos do teu lar

Pro seu bem trabaie sempre

Que Deus há de te pagar

11) Ninguém força tu tê fíio,

Mas se um dia fíios tivé

Eles são o resurtado

Do que deles tu fizé

12) Premiado ou reprovado

Pela sua inducação

O que deles tu fizé

Cedo ou tarde pagarão

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13) Se tu for um camarada

Zele tudo do patrão

Trabaiando com respeito

Cuide bem da obrigação

14) Sendo dono ou encarregado

De fazenda ou de empreitada

Operário é como fíio

Cuida bem dos camarada

a) Que tipo de sociedade o monge tenta traduzir nos versos? Ainda

podemos vivenciar nos tempos atuais?

b) Agora analise o poema e verifique em quais estrofes há obrigações

mútuas entre patrão e empregado.

c) Palavras como: famíia, alimá, inducação, trabaie, arguem estão com a

grafia incorreta. O que justifica estarem nesta forma?

d) Você conhecia essa forma de poema? Quais outras você conhece?

Agora que você já se apropriou de um pouco da temática do Contestado vamos

construir algumas quadras com o objetivo de organizarmos um livreto de

cordel. Faremos a impressão no estilo “ Eloísa Cartonera10”.

10 Mais informações acesse: http://www.eloisacartonera.com.ar/amigos.html

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Para construirmos os poemas será necessário dividir a turma em grupos de

quatro pessoas. Cada grupo ficará com um tema para construir suas quadras.

O/a professor/a orienta inicialmente uma pesquisa sobre o tema sorteado ou

escolhido. Avisa que cada aluno produzirá uma quadra, a qual fará parte de

uma cartonera. Pode pedir sugestões para o título da cartonera. Após a

pesquisa é necessário fazer uma discussão para que todos/as se apropriem do

que foi pesquisado. Poderá ser um seminário para socializar as pesquisas.

Segue a sugestão de temas relacionados ao Contestado:

Monge João Maria

Monge José Maria

Coronel João Gualberto

Ferrovia/ Brasil Lumber and colonization company

Grutas e pocinhos

O sertanejo

Chica Pelega

Percival Farquhar

Taquaruçu/Irani

Messianismo

Eloísa Cartonera é o nome de

uma editora argentina, cujos livros

são confeccionados de forma

artesanal, com capa de papelão e

pintados de forma colorida. A editora

é também uma cooperativa de

trabalho, pois o papelão é comprado

de catadores, que são chamados na

Argentina de cartoneros.

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Foto e edição: Márcia Semianko

Cada grupo desenvolverá quatro quadras sobre o tema. Como a classe

já terá tido contato com a literatura de Cordel e com outras formas da literatura

popular, pode-se sugerir também a construção das estrofes em décimas ou

sextilhas.

Nesse momento o/a professor/a precisa acompanhar as produções tirando as

dúvidas quanto aos conteúdos referentes a esse tipo de produção: rima e ritmo,

informações sobre o tema, figuras de linguagem dentre outros.

Depois da produção é necessário instigar a classe para a leitura e a

socialização. Faz-se a reestruturação no quadro ou com os grupos.

Atenção Professor/a!

Não é conveniente fazer a reestruturação no mesmo dia da produção. É

interessante deixar duas aulas só para a classe produzir, desenvolver a

criatividade, refletir sobre o que foi falado e apresentado sobre o tema.

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Para ilustrar as produções faremos como no Cordel: xilogravuras. Porém o

material utilizado não será a madeira e sim o isopor (técnica conhecida como

isogravura), pois os materiais para desenvolver essa técnica são mais

acessíveis à comunidade escolar. Para aprender o processo é necessário

acessar os vídeos que estão disponíveis em:

http://www.youtube.com/watch?v=WH4rOnUCiTg

http://www.youtube.com/watch?v=aJODGw9MeV4

É preciso treinar com os alunos mostrando a técnica nos vídeos e organizar

os recursos. Pode-se também solicitar que os/as alunos/as tragam alguns

desenhos referentes ao tema.

Vídeos baixados;

Pratos de isopor;

Tinta guache: preta, branca, amarela, vermelha, azul e verde;

Pincéis e rolinhos;

Varal;

Pano para limpeza.

Depois dos desenhos feitos é hora de pendurar para secar e escolher

aqueles que irão ilustrar a cartonera. A pintura da capa da cartonera também

deverá ser uma pintura de cordel e é necessário que alguém no grupo fique

encarregado/a de digitar os poemas do seu grupo e outra para organizar a

escolha dos desenhos que farão parte da produção.

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Objetivo: mostrar que a poesia está diretamente ligada a nossa vida e instigar

alunos/as a perceber essa sensibilidade por meio da leitura e produção de “clic

poemas”.

A história da fotografia

Desde 350 a.c já havia um processo de produzir imagens passadas pela

luz através de um orifício. Hoje temos as mais altas tecnologias para a

produção de imagens e muitas vezes não damos conta de explicar como

chegamos até aqui. Assistiremos a um vídeo que mostrará esse processo.

Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=GyNa1OdJJcg

Mais vídeos sobre fotografia você poderá assistir acessando:

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6316

Leitura de imagem na escola11

Sabemos da importância de formar leitores de qualquer texto, verbal ou

não verbal. Mas sabemos também que muitos estudos relacionados à imagem

estão restritos às teorias da arte, mesmo tendo o conhecimento que as

imagens foram o primeiro meio da expressão humana. Rebouças12 (2012, p.

247) afirma:

11 Você poderá encontrar mais referenciais em: http://artenaescola.org.br/sala-de-leitura/artigos/ 12

Artigo de Moema Lúcia Martins Rebouças intitulado “Leitura de textos visuais na escola” – Artes Visuais Leitura de imagens e escola.

Oficina 4

Clic Poemas

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Essa saturação nos dá a impressão ilusória de que a conhecemos bem.

Entretanto é necessário refletir se na escola estamos de fato formando leitores

de imagens. Não podemos ignorar a presença das imagens na formação do

pensamento, pois os meios que as divulgam não são imparciais e neutros, mas

portadores de discurso carregado de sentido e ideologia.

Atenção Professor/a!

Você irá solicitar à classe que tragam as imagens, mas para garantir que a

atividade ocorra como o esperado é necessário levar algumas imagens para

iniciar a discussão. Segue algumas questões para essa atividade

Qual é o elemento central desta imagem? O que ela representa?

Quais figuras presentes na imagem a humanizam?

Qual informação a imagem quer transmitir?

O que você sente ao ver tal imagem?

Para começarmos o trabalho vamos fazer uma reflexão sobre as

imagens que circulam em nossa vida e o poder que elas

exercem sobre o ser humano. Traga para próxima aula três

imagens que estão circulando em jornais, revistas e outros

meios. Também traga uma fotografia que você considera ser de

um momento bem importante na sua vida.

que se compararmos a propagação dos dois meios de expressão,

visual e verbal, notamos que enquanto a palavra humana adquire

dimensões universais desde o século XV com Gutemberg, a imagem

visual teria de esperar por tal desenvolvimento até o século XX.

Desde então, ela ocupa todos os espaços da vida social, tanto

privados como público, com tal intensidade e quantidade, que

podemos afirmar a sua saturação em nosso mundo contemporâneo.

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Quais cores há? Quais chamam mais atenção?

Para a fotografia:

Em qual momento da sua vida você tirou essa fotografia? Descreva o

que há nela.

Por que ela é importante para você?

O que prefere fotografar? Por quê?

Artistas da Fotografia

Você conhece algum/a fotógrafo/a famoso/a?

Já ouviu falar de Sebastião Salgado?

.

Sobre Sebastião Salgado e suas obras acesse:

http://www.youtube.com/watch?v=sWbdJ87kiZk

Duração: 03:52min.

O vídeo é uma apresentação das obras mais importantes de Sebastião

Salgado.

http://www.youtube.com/watch?v=JCCawZAyAlU

Sebastião Salgado

Sebastião Ribeiro Salgado (Aimorés, 8 de

fevereiro de 1944) é um fotógrafo brasileiro

reconhecido mundialmente por seu estilo único

de fotografar. Nascido em Minas Gerais, é um

dos mais respeitados fotojornalistas da

atualidade. Nomeado como representante

especial do UNICEF em 3 de abril de 2001,

dedicou-se a fazer crônicas sobre a vida das

pessoas excluídas, trabalho que resultou na

publicação de dez livros e realização de várias

exposições, tendo recebido vários prêmios e

homenagens na Europa e no continente

americano.

Disponível em:

http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVi

deo.php?video=6115

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Duração: 09:15min.

Documentário que mostra sobre a fotografia de Sebastião Salgado, seus

temas, técnicas. Há entrevista com o artista e depoimentos de outros

artistas como o escritor já falecido José Saramago.

Leia os clic poemas: o primeiro “a fenda” e o segundo “roda viva”:

Fonte: foto e poema Márcia Semianko

Fonte: foto e poema de Márcia Semianko

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a) Quais significados foram suscitados ao ler os poemas?

b) Você gostou? Por quê?

c) Pode descrever cada um deles?

d) Numa imagem as cores interferem no significado. Em relação a isso

o que você compreendeu observando os clic poemas?

e) Veja a imagem a seguir. É possível criar um poema para ela? Tente

escrever. Use sua imaginação, criatividade e os conhecimentos

adquiridos até agora. Socialize sua produção com a turma!

Fonte: Márcia Semianko

Sugestões de obras interessantes para trabalhar com clic poemas:

Livro “Mutações” – O jardim da vida – Itaci

40 Clics em Curitiba de Jack Pires - Leminski

Entreaberta – Patrícia Del Rey

Et EU TU – Arnaldo Antunes – Márcia Xavier

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Produção de Clic Poemas

Atenção Professor/a:

Para a produção dos clic poemas será necessário solicitar

antecipadamente autorização da direção da escola para usar: câmeras

fotográficas (celular com câmera). Você deverá falar com a classe sobre as

implicações sobre as fotos que forem tiradas sem autorização e que possam

comprometer a imagem de alguém. Poderá organizar um passeio na cidade ou

no bairro para que a turma possa fotografar. Se isso não for possível peça que

cada um fotografe e traga a sua foto em pendrive.

Depois de tiradas as fotos cada aluno/a deverá escolher uma para fazer

o clic poema. Cada um deverá estar com a foto e o poema para trabalhar com

a edição. A intenção é montar uma exposição das fotos em sala para ser

visitada e depois a construção de um álbum.

Utilizaremos o programa GIMP13 para edição das imagens. Professor/a é

necessário se apropriar do recurso anteriormente. Existem outros softwares de

edição de imagem. Fica a critério do/a professor/a ver o que está mais

acessível na escola.

É preciso também reservar o laboratório para encaminhar as atividades

e pedir que todos estejam com suas fotos gravadas em pendrive ou no email.

Com o recurso GIMP a turma poderá fazer alterações quando a foto

estiver com problema de pouca ou muita luz, melhorar contraste e nitidez.

Depois escreverão seu poema e verificarão junto com o/a professor/a as

questões da linguagem.

Depois é só organizar a impressão dos clic poemas e a exposição na

escola.

13

Baixar os tutoriais 1 e 2 que estão disponíveis em http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=167

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Objetivo: mostrar à turma as possibilidades de intervenções poéticas que

podem ser desenvolvidas na e fora da escola. Organizar intervenções para

disseminar a poesia.

Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/livro_didatico/arte.pdf

Nessa oficina iremos pensar e desenvolver com a turma formas de

disseminar a poesia na escola e fora dela. Proponho algumas atividades que

poderão ser realizadas, mas fica a critério do/a professor/a pensar outras

atividades respeitando a sua comunidade e o acesso aos recursos:

Guarda-chuva poético: pintura de poemas em guarda-chuvas;

Poema no ponto de ônibus: trabalho com poemas concretos anexados

nos ponto de ônibus do bairro;

Faixa poética no semáforo: pintura de haicais em faixas;

Pescaria poética; pescaria de autores e poemas;

Sacolas, mochilas e estojos poéticos: sugerir que os/as alunos/as

escolham um poema para pintar em suas mochilas, estojos ou sacolas

retornáveis para o supermercado;

Megafone poético; no intervalo para a entrada depois do recreio sugerir

que declamem um poema. Escolher antecipadamente o/a autor/a do dia.

Corpoema; pintura de poemas nas camisetas;

Graffiti; poemas nos muros da escola;

Pedra poética: poemas em pedras;

OFICINA 5

INTERVENÇÃO POÉTICA

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Calçada poética: preparar uma calçada da entrada da escola para ser

pintada com poemas;

Declamação; levar a classe para declamar nas praças do bairro e

cidades.

Placas e adesivos: Feitos com papel contato para distribuir para a

comunidade escolar no dia do Sarau.

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Objetivo: organizar com os alunos um sarau literário para socializar os

trabalhos produzidos. Também será um momento de divulgação de poesias e

de intervenções poéticas.

Um sarau (do latim seranus, através do galego serao) é um evento cultural

ou musical realizado geralmente em casa particular onde as pessoas se encontram

para se expressarem ou se manifestarem artisticamente.

Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e também

outras formas de arte como pintura,teatro e comidas típicas. Evento bastante

comum no século XIX que vem sendo redescoberto por seu caráter de inovação,

descontração e satisfação.

Consiste em uma reunião festiva que ocorre à tarde ou no início da noite,

apresentando concertos musicais, serestas, cantos e apresentações solo,

demonstrações, interpretações ou performances artísticas e literárias.

Atualmente, algumas escolas e faculdades promovem saraus para estimular o

desenvolvimento cultural de seus alunos. Bem como grupos e associações

artísticas e culturais.

Hoje em dia, o termo virou uma denominação geral de encontros lítero-

artísticos, que podem acontecer também durante a noite, ou em qualquer horário,

em lugares fechados ou abertos, com diversas manifestações culturais, inclusive

com instrumentos eletro-eletrônicos e equipamentos digitais, mantendo sempre a

característica de confraternização.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sarau - acesso em 13/11/2013

SARAU?

Oficina 6

SARAU

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Leia a reportagem com os alunos “14A poesia perdeu a pose”, do jornalista

Luiz Henrique Gurgel. Nesta reportagem o jornalista fala sobre esse fenômeno

que é o Sarau, sua origem e relata também como uma atividade considerada

no século passado das elites se tornou popular nos dias de hoje.

Depois de ler e discutir a reportagem peça à classe que realize uma

pesquisa sobre o poeta voz da periferia Sérgio Vaz15 e seu trabalho com a

literatura.

O sarau encerrará as atividades. Então é preciso conversar com a turma

para que organize esse grande momento que será de divulgação dos trabalhos

realizados e principalmente da disseminação da poesia. O que vamos

necessitar para esse momento? O/a professor deverá fazer a divisão das

tarefas com a turma:

Avisar a direção, equipe pedagógica e professores/as e marcar a data;

Organizar com a turma as exposições e apresentações: cordel, clic

poemas, declamações, performances e outras intervenções poéticas;

Produzir e enviar os convites para o evento;

Escolher músicas para o dia das atividades e reservar som, datashow.

Por Lindolf Bell.

14Disponível em: http://escrevendo.cenpec.org.br/index.php?view=article&catid=23%3Acolecao&id=1431%3Areportagem-a-poesia-perdeu-a-pose&option=com_content&Itemid=33 15

Entrevista disponível em: http://escrevendo.cenpec.org.br/index.php?view=article&catid=24%3Aentrevistas&id=1426%3Aentrevista-sergio-vaz&option=com_content&Itemid=34

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Referências

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Estética da Criação Verbal. São Paulo, Martins Fontes, pp. 277-326

FRANCINE, Helen. Quixote Catarinense. Florianópolis: UFSC, 2005.

GALEANO.E. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002.

MACHADO, P.P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp, 2004

MAIAKÓVSKI, V. Poética. São Paulo: Global, 1984.

NUNES, A.L.R. (Org.) Artes Visuais Leitura de imagens e escola. Ponta

Grossa: UEPG, 2012.

OLBERTZ, I. Entrevistando a Arte. Curitiba: Serzegraf, 2013.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do. Diretrizes curriculares da

educação básica; Língua Portuguesa. Curitiba: Secretaria da Educação,

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PICCININN, R. S. Lindolf Bell e a Catequese Poética. Revista Travessias:

Unioeste, 2009. Disponível em:< www.unioeste.br> Acesso em: 06 de

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PINHEIRO, H. Poesia na sala de aula. Campina Grande: Bagagem, 2007.

POUND, E. A arte da poesia. São Paulo: Cultrix, 1976

PRADE, Péricles.Lindolf Bell – Coleção melhores poemas.São Paulo: Global,

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REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. Vol.3. São Paulo: Paulus,

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REIS,C. Z. Poemas antológicos de Solano Trindade. São Paulo: Nova

Alexandria, 2007.

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Sites visitados:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/index.php acesso em 20/10/2013

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http://www.youtube.com/watch?v=CY8MyTH-uUQ acesso em 26/10/2013

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http://www.youtube.com/watch?v=RFtw0_qNl54 acesso em 29/10/2013

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action

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http://portal.virtual.ufpb.br/bibliotecavirtual/files/estagio_supervisionado_iv__a_li

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.http://www.youtube.com/watch?v=iPx-_7FqkyU acesso em 20/11/2013

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