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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

REPENSANDO AS DIFERENTES METODOLOGIAS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM1

Susyane Michelato2

RESUMO Com tanta tecnologia e recursos midiáticos disponíveis, prender a atenção dos alunos não é nada fácil, principalmente os adolescentes. Essa disponibilidade, muitas vezes compete deslealmente com aulas ministradas de forma expositivas e monótonas. Assim, é indispensável que o professor esteja sempre munido de recursos e estratégias para incrementar as aulas e torná-las mais atraentes para os alunos e para ele mesmo. Em pesquisa diagnostica notou-se uma queixa generalizada dos professores sobre a falta de interesse dos alunos. A proposta deste trabalho foi apresentar instrumentos pedagógicos como: Tempestade de ideias ou brainstorming, a Maiêutica, Fotolinguagem e uso de imagem. Tais instrumentos possibilitam aulas mais atraentes, pois diante da diversidade de informações disponíveis, em tempo real, a leitura, o quadro de giz e as aulas expositivas se tornaram recursos ultrapassados e sem nenhum atrativo para os alunos. O presente trabalho foi desenvolvido para cumprir ao que determina o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, implementado no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis, com o título: “Repensando os diferentes encaminhamentos metodológicos no processo ensino aprendizagem da Geografia”. O tema sugeriu a valorização de recursos didáticos, como suporte de uso racional diversificado, dentro de uma perspectiva interdisciplinar e contextualizado com o cotidiano do aluno. Diante do interesse e participação dos professores, posso afirmar que a implementação do projeto cumpriu o objetivo e proporcionou momento de reflexão e subsídios para a formação pedagógica dos participantes bem como para enriquecer o currículo da pesquisadora. Palavras chave: Educação. Recursos didáticos. Motivação.

INTRODUÇÃO

A reflexão e a busca constante de novas atividades didáticas que motivem o

interesse dos alunos é necessária , pois diante do mundo globalizado a praticidade

das informações em tempo real, torna o processo de ensino escolar muitas vezes

monótono e repetitivo. O uso de novas técnicas metodológicas são artifícios que

todos os envolvidos, educando e educador, possam dinamizando o saber de forma

significativa.

Assim, para cumprir ao que determina do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, apresentou-se como produção didático-pedagógica como um

Projeto de Intervenção implementado no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado

1 Artigo científico elaborado com produção final no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE),

sob orientação da profª Drª Carla Holanda da Silva 2 Professora da disciplina de Geografia no Colégio Estadual Joaquim Maria Machado de Assis- Santa

Mariana- Paraná, instituição da rede pública estadual. Graduada e Pós-Graduada pela UENP - Cornélio Procópio.

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de Assis com o título: “Repensando os diferentes encaminhamentos metodológicos

no processo ensino aprendizagem da Geografia na Escola”.

A proposta objetiva Apontar encaminhamentos metodológicos atrativos que

fomentem um processo de ensino aprendizagem na disciplina de Geografia,

despertando no educando o interesse em ser participativo e atuante no mesmo

processo de ensino aprendizagem para subsidiar as aulas dos professores de

Geografia, por meio de oficinas pedagógicas destinada aos mesmos, a fim de que

eles possam ter mais instrumentos pedagógicos para pratica docente.

Assim, De que forma pode-se tornar a disciplina de Geografia atrativa,

despertando no educando o interesse em ser participativo e atuante no processo de

ensino aprendizagem? Pretende-se buscar neste projeto de intervenção uma

contribuição com estratégias metodológicas para serem utilizadas como meio de

proporcionar aulas mais atraentes. O mesmo será compartilhado com os professores

e pedagogos da instituição

Neste sentido, os recursos serão subsídios para as aulas do professor de

Geografia, e de outras disciplinas, ou seja, uma via de acesso a sugestões de

recursos didáticos mais atraentes para os alunos e para o próprio professor. A

proposta é disponibilizar instrumentos pedagógicos, que tornem as aulas mais

atraentes, pois diante da diversidade de informações disponíveis e acessíveis para o

aluno, em tempo real a leitura, o quadro de giz e as aulas expositivas, se tornaram

recursos ultrapassados e sem nenhuma atrativo para os alunos

2 UM POUCO DA HISTÓRIA DA GEOGRAFIA

De acordo com Kozel e Filisola (1996), os primeiros povos a utilizar a

geografia foram os gregos que a utilizavam dados geográficos para organizar,

ordenar, pois eram os povos que mais exploram e conheciam diferentes povos

através das atividades comerciais que praticavam. No início era este o papel

principal da Geografia .

Reportando a Souza (2009), mais tarde já no século XIX a Geografia aparece

como ciência do espaço após ser sistematizada e estudada por naturalista

Alexander Von Humboldt e Karl Ritter, pois após longas viagens estes estudiosos

passaram a comparar à organização do espaço terrestre, os povos, as estruturas

sociais e outros fatores que levaram os a conclusão que a Geografia é uma ciência

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do Espaço. Assim, pode-se destacar estes dois sábios alemães como os dois

geógrafos que comungavam da mesma ideia e colocavam a Geografia enquanto

ciência e como um saber sistematizado.

Deste modo Segundo Sahr (2003), as primeiras correntes do pensamento

geográfico surgiram na Alemanha e França. Esta fase da Geografia permeia até

meados do século XX, quando a ciência passa a ser estudada como disciplina nas

escolas e se reflete como um saber unanime e genérico.

De acordo com o conhecimento de cada pensador surgiu as diferentes

escolas dentro da Geografia. Na verdade no decorrer da evolução da humanidade a

geografia não ficou estática ela teve diversos pensadores e diferentes Escolas com

opiniões que serviam de base a ideologia a política por exemplo.

Salienta Santos (1982), que as diversas formas de pensar o Espaço

Geográfico foram elaboradas por estas Escolas. Sendo a primeira a Escola

Francesa, Alemã, Inglesa e Norte-Americana cada qual com sua “visão”. Em função

destas escolas, surgiram correntes geográficas.

Considerando os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), alega

que a Geografia Tradicional , aproximadamente entre um período de 1870 a 1950 os

conceitos de paisagem e região são discutidos sobre o objeto da Geografia e sua

identidade.

Dessa forma, a Geografia não se atentava com a análise das relações

sociais, mas, sim, com o estudo dos aspectos visíveis e dos elementos dimensíveis.

A Geografia se materializou no estudo meramente descritivo das paisagens naturais

e humanizadas, sem constituir relações entre elas. Era uma ciência meramente de

memorização de descrição dos elementos e conceitos que compõem a disciplina.

Reportando a Moraes (1987), a Geografia tida como Tradicional foi

caracterizada essencialmente pela descrição dos fenômenos da superfície terrestre,

guiada pelo positivismo e, consequentemente, respaldada pelo naturalismo. Pode-se

afirmar que a Geografia Tradicional estava bem ligada a conceitos contundentes. O

ensino estava pautado apenas no conhecer, o conteúdo era meramente descritivo

não tendo qualquer ligação entre aspectos naturais e sociais.

Na visão de Armond (2009), a partir de 1950 ocorreram varias mudanças no

pensamento geográfico, a Geografia deparou-se com uso de técnicas matemáticas,

no ampliação de teorias, com maior rigidez na aplicação da metodologia científica,

no uso de modelos e, notadamente, no aspecto sistêmico, uma caracterização que

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lhe atribuía a denominação de “Geografia Teorético-Quantitativa”, ou “Nova

Geografia”.

Pautando se em Afonso (2009), a Geografia Quantitativa procurava fundar-se

não só nos estudos da Geografia Física, mas na Geografia como um todo, residiu na

experiência de lançar as bases para uma reflexão que procurasse conjugar tanto a

sociedade quanto a natureza numa análise mais unificada, buscando perceber a

complexidade do real através das novas tecnologias.

Em síntese Monteiro (2001), afirma que parte da comunidade geográfica

mostrava-se fundamentada na indigência de uma construção de conhecimentos que

integrassem “os fatos ditos ‘físicos’ aos ‘humanos’”.

Contudo, para Vesentini (1995) surgiu em meados da década de 1970 a

Geografia Crítica, que busca confinar com as duas correntes citadas anteriormente.

Primeiro ela surge na França e depois ela chega a alguns países da Europa, esta

“nova Geografia” estava atribulada com a justiça social (VESENTINI, 1995).

A propósito Vesentini (1995), aponta que “desde o seu nascimento”, a

Geografia crítica principiou um diálogo com inúmeras outras teorias, todavia todas

elas de esquerda, logo inovadoras para o momento. Assim, destacou temáticas

como movimentos sociais, direitos civis e sociais, moradia, acesso a terra, cultura

dentre outros (VESENTINI, 1995).

Deste modo, em função desta postura diversificada recebeu muitas críticas

como aponta Kozel e Teixeira

(...) é criticada pela diversidade de postura e ambiguidades existentes no discurso dos geógrafos humanistas, que em suas obras estabelecem ligações com os domínios mais diversos, não constituindo uma metodologia única. Nessa perspectiva, essa corrente de pensamento incorpora a percepção e os comportamentos humanos ao geográfico, norteada pelos aspectos cognitivos, a qual, por deste embrião significativo para a compreensão dos símbolos, relacionados às ações humanas, redireciona a abordagem em direção aos conceitos de espaço vivido, lugar e território (2001, p. 138).

Em outras palavras a Geografia Crítica nasce e busca dar conta pelo meio

das análises, de organismo que instrumentalizem as questões sociais. Ela contrapõe

a Geografia Tradicional, ferramenta de superioridade da época. Dotada de grande

potencial prático e ideológico, restaura o pensamento geográfico agregando

geográficos carregados de uma ideologia transformadora, que recusam a ordem

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constituída e procura soluções para os problemas afins. Uma geografia envolvida

com a condição de vida do homem.

No Brasil, a Geografia se aproxima inicialmente como disciplina escolar e,

posteriormente vai se firmando como campo de conhecimento acadêmico via sua

instalação na USP. Segundo Seabra (2000), no século XIX em 1837 com o intuito de

capacitar uma parte da sociedade brasileira a Geografia foi implementada no Brasil

como disciplina obrigatória, no Colégio Pedro II ensino médio na cidade do Rio de

janeiro. Tratava-se de uma Geografia descritiva de memorização, a preocupação era

mapear lugares, nomear rios montanhas etc., levou alguns anos para que a

Geografia fosse ministrada em todo país, o objetivo principal era incutir o patriotismo

nos cidadãos (SEABRA, 2000).

O modelo educacional adotado no País a partir de então foi o francês,

objetivando para cá “transplantar” os ideais de educação, a organização escolar, a

forma, bem como o currículo utilizado nas disciplinas.

De acordo com os PCNs, em 1930 com a Ditadura militar as ciências sociais

foram suprimidas no ensino médio e a Geografia foi substituída, nos cursos de nível

médio e superior, por disciplinas como Organização Social e Política do Brasil

(OSPB) e Estudos de Problemas Brasileiros e Educação Moral e Cívica. Posto que,

não era interessante para os governantes brasileiros cidadãos críticos e atuantes,

então a geografia e a História foram unificadas passando a se chamar Estudos

Sociais.

Vale ressaltar também que Goularte (2001), afirma que em 1934 o Curso de

Geografia foi implantado na Universidade de São Paulo, os docentes eram

licenciados e seguiam tendências da escola de Vital de La Blache. Isto foi muito

significativo para a Geografia escolar, pois passou a formar profissionais qualificados

para o exercício do magistério até então os profissionais que lecionavam a geografia

eram graduados em áreas bem diferente, como engenharia. Assim, segundo Rocha

(1996), se repete no Brasil o que ocorreu em vários países do mundo, ou seja, a

Geografia surge primeiramente no ensino e depois caminha para o ensino

acadêmico.

Sendo assim, ambas devem ser estudadas juntas, além de todas as suas

relações, pois uma é determinante à outra. De acordo com o PCN de Geografia,

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A observação, descrição, experimentação, analogia e síntese devem ser ensinadas para que os alunos possam aprender a explicar, compreender e até mesmo representar os processos de construção do espaço e dos diferentes tipos de paisagens e territórios (PCNs, 1997 p. 9).

Esse fenômeno que inclui o homem como parte de toda a mudança e

transformação do espaço geográfico pode ser estudado a partir de alguns textos de

escritores famosos, de um programa de televisão, do roteiro de filmes, de uma

propaganda, de um videoclipe, possibilitando o conhecimento de é possível

conhecer os diferentes aspectos regionais, sociais, culturais e naturais.

Através do uso de imagens como: fotos de paisagens, vídeos, fotografias

comuns é possível demonstrar modificação mais específicas sobre a influência do

homem e da natureza. Essas transformações devem ser contextualizadas pelo

educador, que deve apresentar como, por que, por quem, quando que as mudanças

ocorreram (PCN,1997).

Todavia, vale destacar que o ensino de Geografia acompanhou as alterações

acadêmica acima citadas e, atualmente segue orientações de uma criticidade

aguçada, que busca valorizar o aluno como um sujeito ativo no processo de

aprendizagem. Logo, o objetivo da Geografia escolar é atualmente o homem, meio e

transformação deste ,visto que o homem é agente transformador do meio e nele se

insere de forma a transforma-lo de acordo com suas necessidades .

Para tanto, acredita-se que algumas estratégia ou técnicas metodológica

podem ser instrumentos relevantes neste processo. Estas técnicas têm como

objetivo apontar que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao

aprender, Freire (1996) . Dentre estas técnicas destacam se tempestade de ideias,

maiêutica, fotolinguagem, painel, dentre outras, todas tem momentos específicos

para serem utilizadas em sala de aula. Neste sentido, pretende-se aprofundar mais

as leituras acerca destes instrumentos e elaborar sequencias didáticas possíveis

para professores de Geografia, tornarem suas aulas críticas e atrativas.

3 PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: Repensando os diferentes

encaminhamentos metodológicos no processo ensino aprendizagem da

Geografia na Escola.

O Projeto de Intervenção Pedagógica com a proposta do tema “Repensando

os diferentes encaminhamentos metodológicos no processo ensino/aprendizagem

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da Geografia na escola” foi desenvolvido no Colégio Estadual Joaquim Maria

Machado de Assis, Ensino Fundamental e Médio no município de Santa Mariana –

PR. A população atingida foi os professores e equipe técnica/pedagógica do Ensino

Fundamental e Médio dessa instituição. Os encontros aconteceram entre os meses

de setembro e novembro de 2014, obedecendo ao cronograma previamente

estabelecido.

Inicialmente foi realizado uma sondagem diagnóstica, por meio de pesquisa

informal visando identificar o grau de conhecimentos dos participantes a respeito do

tema proposto. Esse encontro aconteceu na sala dos professores e foi constatada

uma carência muito grande de alguns a respeito de estratégias ou recursos

pedagógicos que proporcionem maior interesse dos alunos. Essa constatação

confirmou a importância de metodologias diferenciadas que venham de encontro dos

interesses tanto dos alunos, quanto dos professores.

Assim, a dinâmica do projeto consistiu em meios para enriquecer as

metodologias no ensino de Geografia focada na motivação do educando, de modo a

tornar as aulas mais atraentes, pois notou-se uma queixa generalizada dos alunos

que afirmam ser esta uma das disciplinas mais desinteressante.

Os encontros realizados conforme as datas previstas no calendário, teve

como objetivo apresentar técnicas e dinâmicas usando a imagem como um recurso

didático de baixo custo, de fácil acesso e de grande impacto, seguindo o que propõe

Vygotsky (1991, p.198), “toda aprendizagem é mediada, por um livro, uma pessoa

ou uma imagem”.

A sala de aula é um lugar para mostrar aos alunos que a história não está

separada da vida deles. Esse é um meio de envolvê-los como se fosse uma máquina do

tempo. A proposta do projeto foi mostrar nos encontros com professores e pedagogos,

que através das metodologias apresentadas é possível motivar o aluno para o

conhecimento acadêmico.

Conforme o programado no cronograma, os encontros foram realizados entre

os meses de fevereiro e junho sendo o primeiro em fevereiro, durante a Semana

Pedagógica. Nesse encontro com a exposição e socialização do Projeto de

Intervenção Pedagógica para professores e equipe pedagógica e a apresentação

dos recursos didáticos: Maiêutica, Tempestade Cerebral e Dinâmicas de Integração

e Comunicação. Os recursos usados nesse primeiro encontro foram: projeção de

filmes e vídeos relacionados com o assunto; Coleta de informações por meio de

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entrevistas, questionário leitura de textos sobre o assunto que fomentaram

discussões, reflexões opiniões sobre o papel do pedagogo e a falta de motivação do

aluno para a aprendizado que prejudica tanto a ele mesmo quanto ao professor e a

escola.

O segundo encontro no mês de março realizou-se a primeira oficina com

professores e pedagogos. Nesse encontro foram apresentadas técnicas

metodológicas como: Tempestade de ideias ou brainstorming para explorar as

habilidades, potencialidades e criatividade de uma pessoa, direcionado ao serviço

de acordo com o interesse. A maiêutica técnica que o aluno utiliza seus próprios

conhecimentos e desenvolve a capacidade associativa, otimizando recursos na

estruturação de mecanismos de raciocínio lógico. Fotolinguagem: Dinâmicas de

Integração e Comunicação: análise da realidade através de fotografias. A técnica

parte da discussão de experimentar manifestações artísticas com grupos em

fragilidade social, a partir da produção de fotografias digitais.

O encontro seguinte realizado no mês de abril proporcionou momentos para

leitura e discussão sobre a monotonia repetitivas do processo de ensino e

aprendizagem, com teorias prontas e acabadas. Entretanto, abriu perspectivas sobre

as possibilidades do diálogo entre professor/aluno, a partir da introdução das

técnicas propostas dinamizando o saber de forma a torná-lo algo mais atraente e

significativo. Esse encontro foi marcado pela exposição de vídeos com experiências

bem sucedidas e sugestões de estratégias.

No mês de maio realizou-se o último encontro ou a terceira oficina realizada

na escola com professores e pedagogos para concluir as atividades de

implementação do Projeto e o relato das experiências utilizando as técnicas

sugeridas. Notou certo entusiasmo com as experiências bem sucedidas. E, assim,

alguns relataram sua trajetória e o ganho em experiências e interesse dos alunos,

inclusive o aproveitamento de ideias propostos pelos próprios alunos.

As diferentes técnicas apresentadas, como a Maiêutica, Tempestade

Cerebral, Música, trabalhos com painéis, cartazes, foram avaliadas pelos

professores como formas mais humanas e prazerosas de aprendizagem, pois os

conceitos trabalhados partiram das expectativas dos alunos valorizando suas

preferências e dando oportunidades aos mesmos de se traçar um paralelo entre o

popular e o cientificamente aceito, proposto no currículo escolar.

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Esse contexto possibilitou a percepção de o aluno entender que sua cultura

tem valor e que através dela é possível entender o contexto da cultura escolar. Isso

o estimula a desenvolver as atividades propostas com mais empenho e interesse.

Assim, a percepção de que valorizando do conhecimento do aluno trazendo para

sala de aula aquilo que ele gosta é possível trabalhar os conteúdos curriculares sem

stress, de modo divertido, onde o próprio aluno vai descobrindo as possibilidades de

inserção dos conteúdos escolares. Essa constatação foi muito importante para o

professor, pois assim, foi possível verificar as possibilidades oferecidas pelo universo

dos alunos.

No mês de maio foi realizado o último encontro com os professores e

pedagogos do Colégio Estadual Joaquim Maria machado de Assis, para concluir as

atividades de implementação do Projeto. O tema gerou subsídios para discussão

sobre o comportamento didático e valorização da realidade concreta, para inserir o

trabalho, de modo que o aluno faça sua análise geográfica de uma situação.

As imagens geradas pela internet foi tema de discussão, pois são ferramentas

imprescindíveis, dado o fascínio e poder que exercem e isso se constitui em meios

de promover o interesse do aluno pelos conteúdos trabalhados em sala de aula. O

interesse é proporcionado através das diversas possibilidades que a internet

apresenta. Assim, a partir do universo do aluno é possível inserir sutilmente os sites

educacionais que disponibilizam materiais que complementares aulas expositivas

em sala de aula. Os professores investiram nestas ferramentas e desenvolveram

novos meios educacionais e tornaram suas aulas bem mais interessantes para os

alunos.

As atividades do mês de junho se restringiram a sistematização dos

resultados obtidos. Constatou que o professor vive constantemente exposto a

situações desafiantes que exigem um arsenal estratégia ou técnicas metodológicas

como instrumentos relevantes neste processo. Os encontros foram realizados

projeção de filmes e vídeos relacionados com o assunto e já inserindo as técnicas

propostas no projeto inicial, ou seja, a Maiêutica, Fotolinguagem, Tempestade

Cerebral, e a Música.

A coleta de informações realizada por meio de entrevista informal possibilitou

reflexões sobre o desinteresse dos alunos sobre a disciplina de Geografia e

despertou atenção dos professores sobre as dinâmicas das técnicas propostas.

Essa constatação deu abertura para aplicação das técnicas no grupo participante e

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fomentou discussões, reflexões, opiniões sobre o papel do pedagogo e a falta de

motivação do aluno que prejudica tanto a ele mesmo quanto ao professor e a escola.

A Geografia como ramo da ciência que busca o conhecimento da dinâmica do

espaço físico, produz mudanças e transformando direta ou indiretamente no ser

humano esta diretamente ligada a outras disciplinas. Essa ligação abre um leque de

possibilidades para o aluno compreender e interferir nas relações socioculturais,

para isso, basta os conhecimentos básicos do ambiente que o cerca. A partir de fato,

de uma situação, de um momento diretamente ligado ao cotidiano do aluno é

possível inserir, através das técnicas metodológicas apresentadas todo conteúdo

proposto no currículo e válidas para qualquer área do ensino e da aprendizagem.

Mas é importante destacar que diante da concorrência midiativa não é fácil tornar

as aulas atraentes para motivar os a alunos. Mas, mesmo assim, vale apena aplicar

algumas metodologias enfrentar os problemas é nada é mais importante do que

vivenciar para sentir os efeitos. Assim, como estratégia de apresentação das técnicas

sugeridas, o grupo se dividiu em quatro equipes e o tema abordado foi o Município

de Santa Mariana, limites, rios, área demográfica, história do surgimento do

município, mapas, localização do município, estradas que cortam o município,

altitude, planta baixa do município, entre outros. Cada grupo escolheu um tema e foi

sorteada a técnica metodológica para cada grupo. A cada novo encontro, o grupo

mudava a técnica e também o tema, isto foi importante pois permitiu que todos os

grupos experimentam todas as técnicas e conteúdos apresentados, o que permitiu

que todos tivessem a oportunidades de aplicar e de sentir os efeitos das

metodologias sugeridas; isto possibilitou diferente experiência.

Apesar das metodologias já serem conhecidas, a troca de experiência foi

muito importante, pois os profissionais puderam expor suas dificuldades e tirar

dúvidas . Eles relataram que por se tratar de metodologias simples; na maioria das

vezes dependem unicamente do profissional, não há necessidade de agendamento

do laboratório de informática e principalmente não ficam na dependência se a TV ou

o computador vai funcionar naquele dia ou não.Também avaliaram quando e qual a

melhor metodologia a ser aplicada no início, meio e final (feedback) da aula.

Os professores envolvidos contribuíram com novas ideias o que ajudou a

enriquecer nosso trabalho e após o término dos encontros os professores estavam

mais motivados.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Geografia é uma disciplina que compõe a grade curricular de todos os

níveis da educação escolar e conceituada pelos alunos como “matéria decoreba e

chata” e muitos alunos não demonstram nenhum interesse nos conteúdos escolares

ofertados.

Diante desta constatação, o Projeto de Intervenção Pedagógica Repensando

os diferentes encaminhamentos metodológicos no processo ensino aprendizagem

da Geografia na Escola, desenvolvido com os professores e pedagogos do Colégio

Estadual Joaquim Maria machado de Assis de Santa Mariana PR, objetivou oferecer

ferramentas metodológicas diferenciadas para motivar a aprendizagem do aluno,

bem como uma forma mais atraente para o professor trabalhar os conteúdos.

Assim, textos e vídeos com modelos de projetos bem sucedidos

desencadearam as discussões e análises do contexto do campo promovendo

aprendizagem e condições de posicionamento. Nesse encontro foi destacado que

um dos objetivos da Educação do Campo é a valorização da história e da cultura

locais. Foram também coletadas as opiniões dos participantes do Fórum de

Debates.

Houve a constatação de que os estudos geográficos inserem-se nas

questões relacionadas em todos ao campos do ensino/aprendizagem possibilitando

o desenvolvimento de temas contextualizado com a realidade próxima do aluno

envolvendo: o relevo, a representação do espaço (mapas), a formação das cidades,

o meio rural, os territórios políticos dos Estados, as disputas regionais e territoriais,

entre inúmeros outros elementos. Portanto, o objetivo foi relacionar diversas

metodologias e textos, a fim de contextualizar a os conteúdos de Geografia com a

realidade do aluno e de forma agradável e interessante, tanto do ponto de vista de

educar e educando, conferindo à disciplina um aspecto socioespacial.

Pode-se afirmar que a implementação do projeto cumpriu o objetivo proposto,

pois os encontros com os professores e pedagogos possibilitaram mostrar, na

prática, algumas estratégias metodológicas capazes de motivar os alunos na

aprendizagem dos conteúdos de geografia ou de qualquer outra disciplina. O

material didático apresentado foi bem recebido e as dinâmicas de leituras e

exposição de vídeos contribuíram para enriquecer os conhecimentos pedagógicos

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dos participantes. Foi possível também proporcionar momentos para reflexão

pessoal e subsídios minha formação pedagógica.

Na pratica. A implementação do projeto demonstrou que através de algumas

estratégias diferenciadas pode-se mudar o conceito negativo que o aluno tem da

disciplina de geografia e ao mesmo tempo proporcionar momentos de descontração

que tornam as aulas mais agradáveis, tanto para o educando, quanto para o

educador.

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