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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O CONHECIMENTO E SUAS IMPLICAÇÕES NA FORMAÇÃO PARA O MUNDO
DO TRABALHO: um estudo sobre as possíveis resistências ao conhecimento dos
alunos do Colégio Estadual de Dois Vizinhos –PR
Autora: Ana Jusceia Albano Acosta1
Orientador: José Luiz Zanella2
Resumo: O presente artigo visa expor o Projeto de Intervenção Pedagógica desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE) turma de 2013, com tema O Conhecimento e suas Implicações na Formação para o Mundo do Trabalho: um estudo sobre as possíveis resistências ao conhecimento dos alunos do Colégio Estadual de Dois Vizinhos –PR, com objetivo de compreender as razões que levam os jovens a ter certa resistência ao conhecimento escolar, diante das exigências observadas no mundo do trabalho, e das possíveis possibilidades que o conhecimento pode proporcionar. As atividades desenvolvidas buscaram demonstrar aos alunos a importância do conhecimento como possibilidades de autonomia, poder de decisão, capacidade de gerir escolhas, evidenciando o exercício de cidadania. Pretendo neste material traduzir o resultado obtido através das atividades de intervenção desenvolvidas.
Palavras chave: Conhecimento. Trabalho. Autonomia. Cidadania.
Introdução
A contemporaneidade deixa explicita a importância do conhecimento em
todas as instâncias, uma vez que nos encontramos inseridos em novas formas
organizacionais, em um novo modo de produção dinâmico, revolucionário,
constante de tecnologias, de globalização emergente e internacionalização da
produção.
Este contexto, deixa claro que as exigências da sociedade não estão
pautadas apenas nos livros, na Internet e nas técnicas, mas principalmente nas
1 Professora da área de Gestão de Negócios – Curso Técnico em Administração do Colégio Estadual
de Dois Vizinhos, Dois Vizinhos - PR. E-mail: [email protected]
2 Professor de Filosofia da Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de
Francisco Beltrão-PR. E-mail: [email protected]
pessoas de desempenho que incorporam seus valores, desafiam, pesquisam, criam
formas de convivência solidária e decidem no constante confronto de novas
demandas e novas responsabilidades, ou seja, as que possuem conhecimento.
Para que essas pessoas possam suprir essas exigências, é necessário que estejam
conscientes da importância da busca de mecanismos que propiciem a elas a
inserção neste ambiente e as dê possibilidades de permanência e ascensão.
A identificação no contexto escolar, da falta de consciência de nossos alunos
sobre à importância do conhecimento para suas vidas, o quanto conhecer pode ser
significativo para o exercício da autonomia e sobretudo da sua condição de cidadão.
Este fato levou a elaboração do projeto de intervenção pedagógica,que buscou
conscientizar os alunos sobre a necessidade de valorização da aquisição do
conhecimento científico e geral para a sobrevivência neste mundo dinâmico e
competitivo.
O texto esta organizado em três partes, a primeira faz considerações críticas
sobre o trabalho, conhecimento e formação do trabalhador, fundamentado conceitos
considerados relevantes para a realização das atividades. A segunda parte
apresenta o resultado da pesquisa realizada para obter dados sobre o aluno
protagonista do projeto, identificando quem é esse aluno e que fatores estariam
colaborando para a resistência ou descaso dos mesmos em relação ao
conhecimento. E a terceira e última parte contempla a atividade de intervenção,
descrevendo como foram realizadas as atividades e o resultado obtido em cada
uma delas.
1 Considerações críticas sobre Trabalho, Conhecimento e Formação do
Trabalhador
Partindo do pressuposto que o conhecimento esta presente e faz parte da
existência humana, necessitamos entender e conceituar os fundamentos que regem
o conhecimento, sua importância e que a produção do mesmo, constitui um aspecto
importante dessa existência. Quando falamos em conhecimento é necessário
buscarmos subsídios para entendermos que ele foi concebido historicamente, em
cada contexto.
Diante da problemática que envolve o conhecimento no contexto atual, o
assunto é muito amplo e poderia ser estudado, investigado sob diferentes aspectos.
Entende-se que o conhecimento é dinâmico e que esse dinamismo possibilita a
quem conhece estabelecer relações, tirar novas conclusões, fazer inferências,
agregar informações e reformular significados.
Partindo da concepção de Marx de que autoconstrução humana é um
processo que tem como ponto de partida o trabalho.
O trabalho é considerado o ato fundante do ser social, por que é por meio dele que se dá o salto do ser natural ao ser social e são produzidos os bens materiais necessários a vida humana. Além disso, o trabalho é a mediação através do qual o homem transforma a natureza, adequando-a a seus fins e, ao mesmo tempo se constrói a si próprio. (TONET, 2005).
Arroio (1998) ao pensar o trabalho com princípio educativo, ressalta o impacto
na formação humana e no conjunto das relações sociais. Essa perspectiva, sendo
desenvolvida aproxima-se de uma teoria social, sobre como se forma o ser humano,
como se produz o conhecimento, os valores, a identidade, como se dá o processo
de individuação de constituir-se sujeitos sociais, culturais livres, autônomos, e como
constituir uma sociedade de indivíduos livres, em relações regidas por princípios
éticos, onde o trabalho, a técnica produtiva seja objetivo e ponto de referência para a
liberdade pessoal e coletiva. O autor continua a reforçar a ideia afirmando:
O trabalho como principio educativo situa-se em um campo de preocupações com os vínculos entre a vida produtiva e cultura, com o humanismo, com a constituição histórica do ser humano, de sua formação intelectual e moral, sua autonomia e liberdade individual e coletiva, sua emancipação. Situa-se no campo de preocupações com a universalidade dos sujeitos humanos, com base material a técnica, a produção, o trabalho, de toda atividade intelectual e moral, de todo processo humanizador
(ARROIO, 1998,p.152).
Com isso, não se pensa simplesmente em ações educativas, que priorizem a
qualificação do trabalhador, mas pautar as ações na relevância da formação da
totalidade das dimensões humanas. Nesta condição, cabe ressaltar o que se quer
com a educação profissional no que tange as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Profissional de Nível Médio.
Não se concebe atualmente a educação profissional como simples instrumentos de políticas assistencialistas ou linear ajustamento ás demandas do mercado de trabalho, mas sim, como importante estratégia para que os cidadãos tenham efetivo acesso às conquistas científicas e tecnológicas da sociedade. Impõe-se a superação do enfoque tradicional da formação profissional baseado apenas na preparação para execução de um determinado conjunto de tarefas. A educação profissional e tecnológica requer, além do domínio operacional de um determinado saber tecnológico, a valorização da cultura do trabalho e a mobilização dos valores necessários à tomada de decisões. (Texto educação e Trabalho- Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação profissional de Nível Técnico – Legislação Básica, 2005 p. 6)
A legislação deixa clara a relevância das novas exigências no que diz respeito
a novas qualificações, essas, compreendidas em três grandes grupos: novos
conhecimentos práticos e teóricos, capacidade de abstração, decisão e
comunicação e qualidades relacionadas à responsabilidade, atenção e interesse
pelo trabalho; maior exigência de escolaridade formal; e políticas de gestão de
mão de obra voltadas para a estabilização e o envolvimento no processo de
formação para efetivo acesso do cidadão às conquistas da sociedade. É nesse
entendimento que buscaremos conscientizar os envolvidos no projeto da importância
de estarmos preparados para atender a essas exigências.
As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, tem evidenciado, que cada
etapa de desenvolvimento das forças produtivas, determina a forma de educação
dos intelectuais, que vão exercer as funções fundamentais na produção material e
não material. Sendo assim, essas mudanças configuram novas bases materiais a
exigir um intelectual de novo tipo.
A exigência por flexibilidade do setor produtivo, passa a exigir que os
trabalhadores tenham conhecimento suficiente, para autonomia intelectual na
solução de problemas, autonomia moral frente a situações que exijam que tomem
posição ética e compromisso com o trabalho.
Dentro da perspectiva abordada, o Livro: O Mercado do Conhecimento e o
Conhecimento para o Mercado, das autoras Lucia Maria W. Neves e Marcela A.
Pronko (2008); resultante de uma pesquisa, que teve por objetivo identificar e
analisar os principais determinantes das mudanças, que vem ocorrendo na
formação para o trabalho complexo no Brasil de hoje, importante para referência ao
tema em estudo. Segundo estudiosos, em qualquer tipo de organização societária,
o trabalho pode dividir-se em simples e complexo. Trabalho complexo é um conceito
formulado por Karl Marx no volume 1 de o Capital, como par do trabalho simples. A
distinção entre ambos é que determina a necessidade de conhecimento a ser
aplicada.
O trabalho simples se caracteriza por sua natureza indiferenciada, ou seja, dispêndio de força de trabalho que "todo homem comum, sem educação especial, possui em seu organismo". O trabalho complexo ao contrário, se caracteriza por ser de natureza especializada, requerendo por isso, maior dispêndio de tempo de formação daquele que irá realizá-lo (MARX, 1988, p 51).
A distinção entre trabalho simples e trabalho complexo deixa claro que o
trabalho simples não demanda conhecimento específico e, portanto, pode ser
realizado por qualquer pessoa sob breve orientação. Já o trabalho complexo é o que
se apresenta hoje, exige um novo tipo de trabalhador, detentor de conhecimentos
específicos para atender as demandas.
Afirmam, as autoras, com base em Marx, que o trabalho complexo é aquele
trabalho com maior qualificação. No ensino médio, é a formação politécnica ou
tecnológica.
Politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo moderno. Está relacionada aos fundamentos das diferentes modalidades de trabalho e tem como base determinados princípios, determinados fundamentos, que devem ser garantidos pela formação politécnica. Por quê? Supõe-se que, dominando esses fundamentos, esses princípios, o trabalhador está em condições de desenvolver as diferentes modalidades de trabalho, com a compreensão do seu caráter, da sua essência. Não se trata de um trabalhador adestrado para executar com perfeição determinada tarefa e que se encaixe no mercado de trabalho para desenvolver aquele tipo de habilidade. Diferentemente, trata-se de propiciar-lhe um desenvolvimento multilateral, um desenvolvimento que abarca todos os ângulos da prática produtiva na medida em que ele domina aqueles princípios que estão na base da organização da produção moderna (SAVIANI, 2003, p. 10).
No contexto do conhecimento, cabe evidenciar a politecnia, uma vez que, seu
conceito esta relacionado ao conhecimento científico, conhecimento necessário, que
fundamenta a base para os demais saberes e os torna concretos, contextualizados,
externizando o principio educativo do trabalho. Essa condição é capaz de dar ao
homem, detentor desse conhecimento, possibilidade de escolha, uma vez que
conhecendo a base científica ele passa a ter autonomia.
A formação politécnica objetiva o desenvolvimento onilateral do individuo, o qual pressupõe, em primeiro lugar, tornar os conhecimentos concretos, vivos e atualizados com o desenvolvimento técnico-científico,ou seja,a formação integral do individuo.(MACHADO, 1989).
Com isso, passa a ser capaz de agir não se mantendo passivo, diante de sua
formação e do mundo material em que vive, isso possibilita autonomia de escolhas,
uma vez que passa a ter domínio de diferentes conhecimentos, proporcionados por
essa formação.
As possibilidades concretas, para uma formação politécnica ou tecnológica no
sentido do trabalho complexo, conhecimento este que de fato, interessa aos
trabalhadores, estão determinadas pela política educacional da organização do
trabalho toyotista ou pós-fordista.
O toyotismo é uma organização do trabalho que soube conjugar de forma
eficiente a alta tecnologia com o “trabalho vivo” (Coriat, 1994). A produtividade, a
qualidade e o baixo custo, dependem dessa conjugação entre tecnologia e trabalho.
Utilizando-se da “autonomação” (autonomia + automação = “máquinas inteligentes”)
o toyotismo soube explorar agora não só o esforço físico do trabalhador, mas
sobretudo sua capacidade de pensar. Os princípios da autonomação, nascem do
trabalho intelectual dos trabalhadores e são ao mesmo tempo expropriado deles ,
voltam-se contra eles quando estes são obrigados a seguirem a lógica de
funcionamento das máquinas inteligentes, numa dada organização do trabalho
(divisão de trabalho). As máquinas agora mais leves, flexíveis, são dispostas em
grupos, onde um mesmo trabalhador, deve operar com um número mínimo de cinco
máquinas ao mesmo tempo. Nasce daí o trabalhador polivalente e desespecializado.
O toyotismo se diferencia do taylorismo/fordismo porque “... em lugar de
proceder através da destruição dos saberes operários complexos e da
decomposição em gestos elementares, a via japonesa vai avançar pela
desespecialização dos profissionais para transformá-los, não em operários
parcelares, mas em plurioperadores, em profissionais polivalentes, em
„trabalhadores multifuncionais‟” (idem: 53). O que importa não é a “especialização”,
mas um volume amplo de conhecimentos gerais, para operar com várias máquinas
ao mesmo tempo, no ritmo de “autonomação” das próprias máquinas.
Coriat, assinala que a desespecialização dos trabalhadores para o trabalho
polivalente, é “... um movimento de racionalização do trabalho no sentido clássico do
termo. Trata-se aqui, também – como na via taylorista norte-americana -, de atacar o
saber complexo do exercício dos operários qualificados, a fim de atingir o objetivo de
diminuir os seus poderes sobre a produção, e de aumentar a intensidade do
trabalho” (ibidem: 53).
De modo que vivemos na sociedade do trabalho e não na sociedade do
conhecimento (NEVES e PRONKO, 2008). Embora a tecnologia seja a base do
desenvolvimento produtivo, a mesma, está subordinada a divisão do trabalho na
nova organização do trabalho toyotista, em que há uma contradição entre
qualificação e desqualificação ao mesmo tempo. Exige-se formação qualificada para
uma minoria e, para a maioria dos trabalhadores, em função da divisão do trabalho,
basta a formação polivalente que de certo modo é uma desqualificação em termos
de conhecimento no sentido da formação tecnológica ou politécnica.
Diante deste contexto, como se coloca a questão do conhecimento na escola
pública para o aluno trabalhador? Qual conhecimento? Como este aluno vê o
conhecimento escolar enquanto possibilidade de profissionalização e de
emancipação social?
2 Pesquisa
Para o desenvolvimento das atividades de intervenção,levou-se em
consideração a pesquisa e o diagnóstico obtido através da mesma. As questões da
pesquisa foram elaboradas com objetivo de identificar a origem socioeconômica e
cultural dos alunos; suas opiniões sobre a educação no que se refere ao curso de
formação; os recursos físicos e humanos da escola (estrutura física, pedagógica e
de gestão) e também a perspectiva de formação técnica, seus interesses em relação
ao conhecimento, como forma de ascensão profissional, inserção no mundo do
trabalho e as possibilidades de acesso ao conhecimento, além do ambiente escolar,
com a utilização dos recursos tecnológicos disponíveis atualmente. Sendo seu
objetivo principal: interferir sobre as razões que levam os jovens a ter certa
resistência ao conhecimento, frente às exigências observadas no mundo do trabalho
e as possibilidades que este pode proporcionar.
2.1 Formato
A pesquisa para a coleta de dados, foi realizada, tendo como instrumento
questionário com questões fechadas e abertas, de abordagem quantitativa e
qualitativa, e entrevista coletiva, buscando traçar um perfil dos jovens que
frequentam o Ensino Médio Profissional Integrado, objeto da intervenção
pedagógica. O público-alvo, foi os 26 alunos do 3º ano do Curso técnico em
Administração Integrado noturno, do Colégio Estadual de Dois Vizinhos - Ensino
Fundamental Médio e Profissional, município de Dois Vizinhos - PR.
2.2 Diagnóstico
As questões que se relacionavam a família, apontaram uma certa
homogeneidade de resposta, a maioria das famílias é composta no máximo por
quatro pessoas; os pais e mães apresentam baixa escolaridade (ensino
fundamental); trabalharam a maior parte de suas vidas em atividades agrícolas e em
atividades domésticas respectivamente; as famílias possuem eletrodomésticos
básicos, carro, celular e acesso a internet, A renda familiar fica entre um e dois
salários mínimos, chegando no máximo a cinco salários mínimos.
Quando tratamos das questões relacionadas ao trabalho, verificamos que
quase todos estão empregados, a maioria com carteira assinada; começaram a
trabalhar muito cedo entre 14 e 16 anos e possuem renda entre um e dois salários
mínimos, e trabalham para ter independência financeira. A maioria presta trabalho
na área de serviços (comércio) em atividades que não exigem conhecimentos
específicos em termos politécnicos ou tecnológicos.
Abordardos nas questões referente ao estudo, afirmam ler livros de literatura
e títulos gerais, 50% lêem jornal diariamente e 50% raramente, frequentam a
biblioteca do colégio com razoável frequência, porém dedicam pouco tempo aos
estudos extraclasse. Relatam pouco interesse por assuntos relacionados à política,
globalização, esporte, religião e muito interesse em assuntos relacionado ao meio
ambiente, desigualdade social, artes, drogas, sexualidade, saúde, educação, todas
as formas de racismo, discriminação e violência. Consideram que as disciplinas do
curso, contribuem amplamente para desenvolver competências relacionadas:
atuação ética, com responsabilidade social, para a construção de uma sociedade
includente e solidária; organização, expressão e comunicação do pensamento;
raciocínio lógico e análise crítica; compreensão de processos, tomada de decisão e
resolução de problemas no âmbito de sua área de atuação.
As questões que avaliam a escola, revelam que consideram bom a excelente,
o conhecimento e a dedicação dos docentes, a atenção e o respeito dos
funcionários e a atuação da direção, e avaliam como bom a regular as questões
relacionadas a atividades pedagógicas e estruturas física.
A última etapa da pesquisa, procurou abordar sobre as condições do trabalho,
a expectativa em relação ao curso técnico, conhecimento e ascensão profissional, o
descaso pelo conhecimento e a participação da escola, e do curso na ampliação
desse conhecimento. Nesta perspectiva, relatam que trabalham muito e são pouco
valorizados, acreditam que o curso técnico, possibilita maior aperfeiçoamento para a
carreira profissional, e que a escola e o curso podem sim, ampliar conhecimentos
gerais e específicos.
A questão que trata especificamente do descaso (desinteresse) pelo
conhecimento, objeto que deu origem ao projeto, retrata que o descaso ocorre em
função de algumas razões: falta de incentivo familiar, satisfação por uma condição
de vida medíocre, desconhecimento dos novos paradigmas em relação às
exigências do mundo do trabalho, falta de perspectiva de emprego, uma vez que,
analisam somente o que é ofertado na região, não demonstram desejo de sair para
centros maiores em busca de outras oportunidades. Também demonstram, o
desconhecimento das possibilidades de acesso, que as atuais tecnologias podem
proporcionar.
3 Atividades de Intervenção
A atividade de intervenção, teve como objetivo propor atividades que
pudessem intervir frente a problemática identificada. O Material desenvolvido,na
forma de unidade didática, se constituiu de quatro atividades: reflexão sobre o que
vivenciamos hoje no mundo do trabalho, conceituando Polivalência e Politecnia
(formação tecnológica); estudo visando aprofundamento teórico, evidenciando a
necessidade do conhecimento interdisciplinar, ressaltando as exigências da
sociedade contemporânea, em todos os aspectos e a importância do saber;
exposição dos recursos disponíveis para obtenção do conhecimento e estimulo à
exploração desses recursos ; utilização do facebook como recurso pedagógico.
O material produzido foi compartilhado e disponibilizado no GTR ( Grupo de
trabalho em Rede), onde os professores participantes puderam compartilhar
opiniões, através dos Fóruns, identificando-se com a problemática abordada no
Projeto de intervenção Pedagógica, constatou-se que o problema abordado o qual
relata a dificuldade de clareza, sobre as perspectivas proporcionadas pelo
conhecimento ao individuo e o quanto este pode ser significativo, frente ao que se
apresenta hoje em relação ao mundo que nos cerca, não é uma realidade somente
do Colégio Estadual de Dois Vizinhos, mas faz parte de um contexto cultural que
prioriza outros interesses. Neste sentido, as atividades desenvolvidas durante o
GTR, contribuíram de forma importante, para o reconhecimento da necessidade de
se criar mecanismos que levem à formação integral de nossos jovens, para que esta
problemática seja superada.
3.1 Relato dos Resultados
Na primeira atividade desenvolvida, o professor José Luiz Zanella, orientador
do projeto, abordou o tema: O mundo do trabalho e a educação Profissional para os
jovens: da formação polivalente à formação tecnológica, através de aula expositiva.
A atividade propôs, uma breve reflexão acerca das transformações do mundo
do trabalho e das contradições da educação profissional. De um lado, as políticas do
Estado, atendendo aos interesses do capital, que propõe aos jovens das classes
populares uma qualificação polivalente. De outro, na história da classe trabalhadora,
a luta por qualificação politécnica ou tecnológica.
A segunda atividade, correspondeu ao estudo e posterior debate do artigo do
Professor Gilberto Teixeira FAE/USP, com tema: O Conhecimento Interdisciplinar
na Sociedade Contemporânea. O artigo aborda em sua primeira parte a importância
do trabalho interdisciplinar, onde o autor destaca que:
A extrema banalização da informação tem provocado alteração de forma substancial na capacidade de aprendizado do homem. As escolas, universidades direcionam uma metodologia de ensino centrado no conhecimento específico de cada disciplina, tendo o aluno uma apreensão do conhecimento de forma fragmentada. (TEIXEIRA, 2006)
Por isso, o tema defende a atividade interdisciplinar como recurso capaz de
modificar a forma de aprender.
O segundo tema do artigo, trata da Sociedade Contemporânea, destaca a
necessidade do desenvolvimento do senso crítico do individuo. Segundo Teixeira, o
senso crítico permite uma maior compreensão sobre a realidade e a possibilidade de
ação sobre ela, viabilizando mudança, que nem sempre são interessantes para
aqueles que detêm o poder. Por isso, muitas vezes, não é desenvolvido o pensar
critico do individuo, ficando assim mais fácil o domínio sobre o mesmo.
O autor destaca a importância do desenvolvimento critico e salienta a
importância da instituição escola como fundamental para trabalhar o pensamento
crítico do aluno, tendo como princípio básico a visão da totalidade, que possibilita a
superação das atuais constatações na sociedade contemporânea, viabilizando
mudanças.
Na terceira parte, o autor aborda a Importância do saber, destaca a
necessidade de se ter clareza sobre os conceitos de saber, informação e
conhecimento. Busca defini-los, faz crítica a atual forma de educação praticada e
destaca a necessidade de mudança.
Dentro desta perspectiva, a atividade desenvolvida,, teve como propósito
refletir sobre a forma de educação proporcionada hoje em nossas escolas e buscar
subsídios para tornar o aprendizado significativo, evidenciando a importância do
conhecimento para a apreensão da realidade e a possibilidade de promover
mudanças.
O resultado dessa atividade foi positivo. Os alunos consideraram que os
assuntos abordados, traduzem o que é vivenciado hoje no ambiente escolar em
relação a um aprendizado fragmentado pela falta de socialização de conteúdos e
metodologias por parte dos docentes. Consideram importante o que traduz a ideia
de trabalho interdisciplinar, e questionaram o fato de as escolas não adotarem essa
metodologia, uma vez que pode ser considerada uma possibilidade de mudança,
que venha atender às necessidades e anseios dos envolvidos no processo de
aprendizagem.
Quanto ao que retrata a importância do desenvolvimento do censo crítico,
afirmam perceber que as disciplinas e docentes de forma generalizada tem
encaminhado suas metodologias com objetivo de levá-los a reflexão sobre diversos
temas, propiciando o debate, e possibilitando dessa forma o pensar critico.
Retratando a importância do saber, fica evidente a necessidade do
conhecimento ser concebido como algo de caráter absoluto, não sendo apenas
repassado, mas construído através da pesquisa e da utilização dos recursos
tecnológicos que possibilitam o acesso, tornando o saber significativo, dando
possibilidade de crescimento ao ser, em sua integralidade.
A terceira atividade, abordou as formas disponíveis para o acesso ao
conhecimento, além do ambiente escolar, passíveis de serem exploradas por todos
que se interessam em conhecer.
O acesso ao conhecimento é proporcionado de muitas formas, através de
diferentes recursos e também dos meios tecnológicos. As estruturas das escolas
possibilitam de forma significativa a exploração e uso destes recursos que podem
variar em disponibilidade, eficiência, dificuldade, dedicação, custos e depender do
esforço e interesse na sua apropriação.
Cada recurso de aquisição de conhecimento, permite ao interessado a
escolha pelo mais eficiente e adequado às suas necessidades. O uso de uma fonte
adequada, pode significar uma apropriação mais rápida e significar um aprendizado
com economia de tempo de estudo.
Conhecer formas diferenciadas de obter conhecimento, além do ambiente
escolar, chamou a atenção dos envolvidos, segundo eles não tinham noção que
materiais como livros, e atividades como palestras, seminários e os demais citados
pudessem representar recursos significativos, capazes de proporcionar acesso ao
conhecimento. Diante das possibilidades apresentadas, demonstraram interesse e
levantaram questionamentos sobre a pouca participação deles em eventos que
proporcionam as atividades descritas, no trabalho desenvolvido. Considerando o
exposto, procuraremos viabilizar a participação dos mesmos em eventos dessas
modalidades.
A quarta e última atividade proposta, buscou utilizar a plataforma (rede social)
Facebook explorando-a como ferramenta pedagógica, diante da constatação de que
é o recurso mais popular, utilizado e explorado em suas possibilidades pelos
envolvidos no projeto.
A rede social Facebook é atualmente considerada um fenômeno mundial por sua visibilidade, visitada por milhões de usuários no mundo todo vem ganhando a preferência entre os usuários da Internet. A rede social representa uma nova forma de estabelecer relações, realizando várias tarefas como: divulgação de produtos, notícias, fatos, o compartilhamento de vídeos, textos, ideias, fotos, imagens e diversão por meio de seus aplicativos. (FERREIRA , CORREA e TORRES, 2012)
No atual contexto do mundo globalizado e tecnológico é notória a utilização
das tecnologias Digitais (TD) em todos os cenários organizacionais, com a utilização
crescente de Sites de Rede Social (SRS) e criação de Redes Sociais na Internet
(RSI), para comunicação, que muitas vezes servem para estabelecer vínculos de
amizade, compartilhar fotos, vídeos e comentários. No cenário educacional este
recurso não pode de forma alguma estar alheio. As tecnologias da Web 2.0 como as
redes sociais, oferecem aos professores um imenso potencial pedagógico, inúmeras
possibilidades educativas, possibilitando a interação e a colaboração com objetivos
definidos, diante de uma proposta pedagógica, promovem uma aprendizagem
coletiva, interativa e contextualizada aos os interesses do grupo. Sendo passível ser
explorada por todas as modalidades de educação: formal , informal, presencial ou a
distância.
As bibliografias consultadas, e os textos disponibilizados deixam transparecer
a importância da utilização desses recursos, e também orientam como elaborar um
plano de trabalho docente utilizando o facebook, no entanto, durante o
desenvolvimento da atividade proposta para utilização do mesmo, evidenciou-se a
necessidade de total domínio sobre suas potencialidades, também a necessidade de
preparo do docente e dos alunos para explorá-lo como recurso pedagógico.
A atividade foi desenvolvida em uma turma de 4º ano do Curso Técnico em
Administração Integrado , onde os alunos tem entre 17 e 18 anos e já estão
concluindo uma formação técnica, mesmo nesta condição e conhecendo o objetivo
do projeto, os alunos envolvidos demoraram para conceber o facebook como
recurso de aprendizagem, uma vez que na visão deles esse recurso é apenas de
socialização.
Diante disso, se faz necessário, desenvolver ações pedagógicas que
viabilizem de forma significativa, contextualizada e consciente a utilização do
facebook , como ferramenta de aprendizado, capaz de proporcionar conhecimentos,
que agreguem valor às necessidades de formação observadas no cotidiano de
formação escolar.
Considerações Finais
A participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), trouxe a
oportunidade de levantar questões que no contexto escolar são inviabilizadas por
uma série de motivos, o tema abordado no projeto, retrata que na prática do
cotidiano escolar, nossos alunos, na sua grande maioria só se preocupam em
apropriar-se do básico, essencial para cumprir as etapas de formação do ensino
fundamental e médio, suficientes para entrar no mercado, vendendo sua força de
trabalho. A busca do conhecimento, neste contexto, na sua forma mais ampla,
parece não ser significativamente importante para os envolvidos. Esta questão
sempre esteve presente em minhas indagações e me direcionou ao estudo aqui
apresentado.
Considerando que o acesso ao conhecimento é hoje proporcionado de
muitas formas, através de diferentes recursos que estão disponíveis nos meios
tecnológicos, cabe ressaltar à necessidade de se encontrar mecanismos, que
contribuam para proporcionar conscientização. Quando realizamos trabalhos como
este, estamos tendo a possibilidade de refletir sobre nossas práticas pedagógicas e
socializar experiências. Encontrar respostas, parece ser algo muito difícil,
necessitamos preparar nossos alunos, para uma nova realidade cultural,
considerando pressupostos básicos, visando a formação integral do individuo. Para
isso, precisamos agir como facilitadores da construção e reconstrução do
conhecimento, só assim estaremos interferindo de forma significativa e positiva
sobre os problemas observados no contexto em que atuamos.
As dificuldades constatadas, realmente preocupam e sugerem a necessidade
de ações coletivas. Porém, desenvolver ações coletivas é sempre muito complicado
no contexto de nossas escolas, diante disso, devemos insistir fazendo aquilo que é
possível, exercendo de forma efetiva nosso papel docente.
A realização do estudo e desenvolvimento do projeto com a participação de
colegas, através do GTR ( grupo de trabalho em rede) foi relevante, proporcionou
respostas a alguns questionamentos levantados e a possibilidade de desenvolver
novas atividades que contribuirão para complementar o estudo e colaborar para a
conclusão das atividades.
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