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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

PRODUÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2013

Título: Relações Culturais: Sociedade Afro Brasileira e sua Identidade.

Autora

Rosemari Scheffer da Silva Maurer

Disciplina de Ingresso/ PDE

História

Escola de Implementação do Projeto e sua Localização

Colégio Estadual Prof. Gildo Aluísio Schuck – Ensino Médio e Normal. Rua Espírito Santo – N° 552

Município da escola Laranjeiras do Sul/PR

Núcleo Regional de Educação NRE – Laranjeiras do Sul/PR

Professor Orientador Prof. Dr. Marcelo de Souza Silva

Instituição de Ensino Superior

UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste

Relação Interdisciplinar ------------------------------

Resumo

O presente trabalho apresentado ao PDE desta Unidade Temática será desenvolvido junto aos alunos do 2º Ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Prof. Gildo Aluísio Schuck, no município de Laranjeiras do Sul, visando estimular a leitura e reflexão sobre as diversas etnias que formam o Brasil, em especial a cultura Africana, afro brasileira e afrodescendente. Nesse contexto, serão referenciados os valores de respeito às diferenças étnico-raciais, integrados à valorização e reconhecimento da própria identidade, e da relevância do outro, formando assim uma sociedade mais justa e igualitária. As atividades serão diversificadas e relacionadas ao contexto real do educando. Com isso, espera-se amenizar a questão do preconceito social.

Palavras-chave:

Identidade; igualdade; africanidade; afrodescendência;

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo Esta unidade será trabalhada com 2º Ano do Ensino Médio, o qual será desenvolvido em 32 h/a, no 1º. Semestre de 2014, contendo aproximadamente 35 alunos.

ROSEMARI SCHEFFER DA SILVA MAURER

RELAÇÕES CULTURAIS:

SOCIEDADE AFRO BRASILEIRA E SUA IDENTIDADE

Unidade didática apresentada em conformidade

com as orientações da Coordenação do

Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE/SEED, sob a orientação do professor da

IES – UNICENTRO – Universidade do Centro-

Oeste, Guarapuava – PR. Orientador: Professor

Doutor Marcelo de Souza e Silva.

LARANJEIRAS DO SUL/PR

2013

APRESENTAÇÃO

O presente material pretende fornecer aos professores encaminhamentos que

contribuam para o aprimoramento, conhecimento e valorização de uma sociedade

mais justa e digna, dando ênfase às diversas etnias em especial, a Afro brasileira e

Africana. Essa Unidade é apresentada a SEED (Secretária do Estado da Educação),

como material didático resultante do PDE/Programa de Desenvolvimento

Educacional, na disciplina de História. Elaborada de acordo com as orientações

contidas na DCE/Diretrizes Curriculares Estaduais e no Plano Pedagógico

Curricular, abordando a Temática da História e Cultura Afro brasileira, Africana e

Indígena, considerando o perfil socioeconômico cultural dos alunos.

Através dos estudos realizados pretende-se contribuir para que os

educandos adquiram conhecimentos de seus direitos, garantidos por Lei, no que se

refere à discriminação, preconceito e desrespeito à diferença.

As leituras e pesquisas proporcionarão a análise da realidade que cerca a

diversidade racial e cultural, verificando a historia do negro, desde suas origens na

África, até a chegada à América, levando-se em consideração a maneira que foi

retratada no decorrer do tempo.

Para concretizar esta proposta, será necessário: planejamento, estratégias,

critérios e instrumentos de avaliação pertinentes ao tema que será estudado. No

cotidiano escolar percebe-se que, a falta de conhecimento e a desvalorização do

outro em especial do negro, afeta todo grupo, seja ele, social ou racial. Sabe-se que

a Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Artigo I diz que: “Todos os

homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e

consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

Nesse contexto, conhecer o que diz a lei é fundamental para o exercício da

cidadania.

Esta Unidade Didática consiste de algumas atividades: a primeira consistirá

no levantamento dos conhecimentos prévios, através de uma sondagem para

verificar o que cada um sabe sobre suas raízes. As demais serão desenvolvidas por

meio de leituras de artigos, pesquisas históricas, vídeos e exposição de trabalhos

direcionados ao tema, visando à valorização do individuo, independente de suas

origens, credos ou posição econômica, a fim de resgatar e construir uma sociedade

mais justa e humana.

Nessa direção, pretende-se que os alunos compreendam melhor a formação

do processo histórico afro brasileiro, percebam-se como cidadãos e reconheçam que

cada um faz parte da história, e que através do conhecimento, podem contribuir para

melhorar e transformar a sociedade.

1. MATERIAL DIDÁTICO E ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

1.1 Apresentação da Unidade Temática na Escola

Professor:

A Unidade Temática será apresentada com o objetivo de esclarecer sobre a

riqueza cultural herdada dos povos africanos e suas contribuições na formação da

identidade nacional. Cabe salientar que será levada em consideração a Lei

10.639/2003, a qual demonstra a importância dos afrodescendentes e as suas

origens. Sendo consideradas as dificuldades encontradas no ambiente escolar,

priorizando temas como: preconceito, racismo, valorização étnica e igualdade.

Aula 1

Professor (a):

Trabalhar com o grupo a Dinâmica “Fitas Coloridas” (Friedmann,2004 p.96),

Após a apresentação Didático-Pedagógica aos alunos, fazer um levantamento

individual, para mapear a situação hereditária e verificar o conhecimento sobre leis:

pontos positivos e negativos em relação à cultura Afrodescendentes.

Sondagem

1) Sua família é composta por quantas pessoas?

( ) até 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) 4 pessoas ( ) 5 pessoas ou mais

2) Você se considera?

( ) Amarelo ( ) Negro ( ) Branco ( ) Pardo

3) Qual a ascendência da sua família, se mais de uma. Cite-as.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4) Onde inicialmente se estabeleceram seus antepassados (no Brasil)?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5) Quantos são os adultos de sua família, e qual o grau de escolarização deles?

___________________________________________________________________

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6) Você já se sentiu prejudicado em alguma situação devido a sua cor? Se sim,

justifique?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7) A constituição de 1988, no artigo 3°, tem a seguinte definição:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e

regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade

e quaisquer outras formas de discriminação.

Em sua opinião: Por que foram criadas leis específicas que amparam direitos

aos negros?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

8) Você acha que as leis existentes atendem as necessidades dos

afrodescendentes, ou falta alguma lei? Explique.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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9) Leia com atenção a lei criada no dia 09 de janeiro de 2003, e assinada pelo então

presidente Luís Inácio Lula da Silva:

“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei n

o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-

A, 79-A e 79-B:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da

África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro brasileira serão ministrados no âmbito de todo

o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira:.

Você conhecia esta lei? Onde teve informações sobre ela?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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10) Na sua opinião: Quais foram às contribuições da cultura africana para a

sociedade brasileira?

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Aula 2

Professor (a):

De modo a se aprofundar na origem dos africanos trazidos ao Brasil (local

onde moravam, comércio, culinária, religião, vestimenta, línguas e danças). Solicite

uma pesquisa, a qual deverá ser entregue em folha A4.

O continente africano possui uma diversidade natural, sendo o nordeste

cercado pelo Mar Vermelho, ao norte pelo Mediterrâneo, a oeste pelo oceano

Atlântico e a leste pelo oceano Índico. Tendo características principais, o deserto do

Saara ao norte, o deserto do Calahari a sudeste, a floresta tropical ao centro do

continente, terras altas, incluindo onde nascem rios que formam o Nilo. (Souza,

2008. p.11)

Estudos mostram que na visão de diversos autores a África é o berço da

civilização, pois há registros de mais de cinco mil anos na região do Egito, esta

civilização durou mais de dois mil anos. As populações africanas possuem diversas

estruturas sociais, comunidades, tribos; Onde o que predominou e ainda predomina,

em alguns lugares, a atividade nômade, causando a formação de grupos isolados e

pequenos. Um ponto predominante foi à diversidade natural conforme o quadro

abaixo.

Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido./

http://www.slideshare.net/victormelo77715/a-frica-atlntica Acessado em 14/09/2013.

Pelas pesquisas realizadas foi possível entender que civilizações deixaram

suas marcas, podendo destacar as pirâmides e muita desarmonia com os egípcios o

Reino de Kush (civilização dos “faraós negros”), cuja capital era a cidade de Meroé.

Na África Atlântica, destaca-se o escoamento de mercadorias e fluxo de

pessoas. Diversos tipos de atividades comerciais ocorriam naquela região, as quais

ocasionaram grande desenvolvimento, tendo como principais mercadorias para

negociação: o ouro, cauris, noz de cola e marfim.

Já a culinária antiga africana antiga possui poucos relatos, pois, à medida que

a África recebeu a interferência de outros países, a culinária foi se adaptando

conforme cada região, onde foram diversificados os plantios (milho, trigo, mandioca,

feijão, tubérculos, sorgo e frutos), incluindo algumas especiarias, como o óleo de

dendê e cravo da Índia.

Babotie (Comida Preferida por Nelson Mandela)

http://www.mundopediu.com/2013/03/comidas-tipicas-africanas-nomes.html

Acessado em 14/09/2013.

Nesse contexto, compreende-se que as religiões africanas são monoteístas.

Conforme a tradição Yorubá, Olodumaré (ou Olorum) é o nome do único Deus

Supremo, o Senhor absoluto. O qual não recebe oferta diretamente, as oferendas

devem ser oferecidas aos Orixás. Junto com Olodumaré, participaram da criação do

mundo (Oxalá, Oxum e Iemanjá). Podemos destacar os seguintes Orixás: Ogum

(socorro imediato), Iemanjá (cuida dos pensamentos dos filhos de Olodumaré),

Iansã (fartura, moradia, alegria), Xangô (força, sabedoria e justiça), Odê e Otim

(Oxossi) (caça, pesca, crescimento dos jovens com vitalidade), Obá (zela pela

amizade, desfaz intrigas), Oxalá (é o mais velho dos filhos de Olodumaré, administra

o espírito e paz), Ossanha (curar), Oxum (responsável pela beleza e fecundidade).

Assim sendo, entende-se o porquê que os africanos costumam usar pinturas,

tecidos, adornos, caracterizando o seu grupo, cada pintura tem um significado,

existem pinturas usadas em cerimônias. No entanto, verifica-se que com a

interferência dos colonizadores, outras formas de vestimenta foram introduzidas a

sua cultura. Outro fator a destacar seriam os grupos linguísticos, que são quatro:

Afro-Asiáticas (norte e leste): berbere, egípcio antigo, semítico, cushita e chádico;

Niger-Cordofaniana: Cordofaniano e Níger-Congo (ashanti, suaíli, banto, xosa, zulu,

iorubá, ibo, etc.); Nilo-Saariana (norte do Nilo, no Saara e no Sudão): Songai,

saariano, mabã, furiã, comã e nilótico; Coissã (sul): Hadza, sandane e coissã, cada

qual com características próprias.

Línguas Africanas Línguas oficiais da África

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_africanas Acessado em 14/09/2013.

A dança africana também contribuiu para enriquecer a cultura do nosso povo,

pois expressa vários ritmos, acompanhados de diversos tipos de instrumentos,

procurando atrair energia, libertação, encontro com divindades, através de

movimentos repetitivos. Dentre elas, as mais comuns são: Kizomba; Semba, Danças

Caboverdianas e Danças Tribais.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_%C3%81frica Acessado em 15/09/2013.

Aula 3

Professor (a):

Nesta Unidade serão estudados textos abordando assuntos como: o porquê

da vinda dos negros para o Brasil, sua captura, a forma que foram trazidos, o tempo

de viagem, como eram os porões dos navios, o que comiam e como era a higiene do

local.

A história mostra que por mais de cem anos, a sociedade negra vem lutando

para combater todo tipo de discriminação e preconceito deixado pela sociedade

colonial. Hoje, compreende-se que foi pelos abusos sofridos, que esse grupo

(africanos escravizados), grita por igualdade e respeito, mas, infelizmente, muitas

vezes a sociedade não se dá conta disso.

A captura feita, pelos próprios africanos, com interesse de disputa de

territórios, colheitas (como é o caso do início no trecho do filme “Amistad”), poder

sobre tribos, desejo de se desfazer de quem eles consideravam inimigos, vitórias na

guerra e vários outros fatores; que arrancaram essas pessoas de suas terras, e

trazidos como mercadorias para o Brasil, dentro de navios, sem nenhum cuidado

com a higiene e alimentação, mas mesmo assim procuravam manter as

“mercadorias” em bons estados, mostrando a crueldade e descaso que estas

pessoas sofriam.

A viagem poderia durar meses, assim enfrentavam a fome e as doenças,

muitas vezes causadas pelo ambiente desleixado, sem higiene, pouco espaço para

muitos, que ficavam amontoados. Em torno de vinte e cinco por cento de africanos

morriam, durante o percurso da África até o litoral brasileiro. Na chegada recebiam

uma alimentação mais reforçada e óleo no corpo para não parecem tão pálidos e

desnutridos, garantindo assim prosperidade nas vendas.

Para melhor entender como se deu a captura do africano e as dificuldades por

eles enfrentadas no decorrer do trajeto em alto mar, será apresentado um trecho do

filme “Amistad”, e após a apresentação, será feita uma análise do filme, com a

intervenção do (a) professor (a) visando orientar os alunos para que apontem as

dificuldades que os prisioneiros enfrentaram durante as viagens de transporte nos

navios.

O trecho do filme retrata o ano de 1839, onde um navio negreiro espanhol

transporta escravos africanos para Cuba na América, a angústia do se humano

sendo retirado à força de sua família e transportado como objeto ou animal, até a

costa africana, na Fortaleza de Escravos Lomboko, e dali levados para as

embarcações, onde começa o maltrato e as dificuldades, como: as tempestades, e

acúmulo de prisioneiros em espaços muito pequenos, a presença da igreja católica,

também é um marco para o consentimento da escravidão, a alimentação escassa,

oferecida como se estivesse sendo dada a animais, a forma como se desfaziam dos

escravos doentes, a chegada em Havana, Cuba, sendo vendidos em um mundo

completamente estranho e a mentalidade na época sobre a comercialização de

seres humanos como simples mercadorias.

Vídeo disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=UJYp6vcoAZ4 Acessado em 15/09/2013.

Pelas atividades desenvolvidas durante a elaboração do trabalho observa-se

que o lucro do comércio de escravos naquele momento oferecia aos próprios grupos

africanos, uma ilusão de enriquecimento. Segundo Gislane Azevedo, as sociedades

inteiras na África se desestabilizaram e a economia se desorganizou. Diversos

reinos transformaram a venda de escravos em sua principal atividade econômica,

deixando assim de apoiar seu desenvolvimento na exploração dos recursos naturais.

Nessa perspectiva, a influência mercantilista europeia na sociedade africana

representou o crescimento de algumas regiões enquanto outras foram dizimadas.

Diante dessa situação, é bom que façamos uma análise em relação à captura

de africanos escravizados retirados violentamente de suas terras em relação a

extermínios de povos inteiros na África.

Aula 4

Professor (a):

Essa unidade aborda a chegada dos negros ao Brasil (portos), os locais onde

eles eram deixados, o tempo que permaneciam aprisionados, o modo como eram

leiloados (vendidos), a forma de pagamento, as regras para a compra (família ou

individual), e a identidade dos compradores.

O planejamento desta unidade possibilitou o estudo e a compreensão mais

detalhada de fatos históricos, que deram sequência aos já citados anteriormente.

Observa-se então, que juntamente com o comércio de escravos, os portugueses se

dedicaram nas inovações de tecnologias para o plantio de cana de açúcar em

alguns territórios da África, como as ilhas de Cabo Verde, São Tomé, Luanda,

Açores e Madeira. Com exceção de Cabo Verde, as outras regiões se adaptaram ao

plantio de cana de açúcar.

De acordo com Souza (2008 p.56), desde 1520 até 1870, isto é, durante 350

anos, várias regiões da África forneceram escravos para a América. Os primeiros

foram usados pelos espanhóis na exploração da prata na região do Peru. No Brasil,

com a produção de açúcar, tabaco, algodão, ouro, diamante e café. (...) o uso do

trabalho de escravos africanos esteve na base da construção da maior parte da

América.

Nessa época, vieram para o Brasil, africanos da região da costa da Mina e de

Angola. A costa da Mina ficou conhecida por este nome por causa da fortaleza ou

castelo, de São Jorge da Mina. Também vieram, africanos comercializados da costa

oriental da África, desde o norte até o sul do país. Alguns grupos se destacaram,

dentre os quais, podemos citar: Os Bantos e os Sudaneses da região da África

ocidental e setentrional.

De acordo com IBGE (2000):

Chefes políticos e mercadores da África Centro-Ocidental (hoje região ocupada por

Angola) forneceram a maior parte dos escravos utilizados em toda a América

portuguesa. No século XVIII, o comércio do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo era

suprido por escravos que vinham da costa leste africana (oceano Índico),

particularmente de Moçambique.

No comércio baiano, a partir de meados do século XVII e até o fim do tráfico, os

escravos eram oriundos da região do Golfo de Benin da atual Nigéria.

Durante a noite, os escravos eram levados para galpões ou armazéns, locais

apropriados para compra e venda de produtos, neste caso, os negros que seriam

negociados com os fazendeiros locais. Eles ficavam mal cobertos, ou seja, os panos

eram insuficientes para cobrir suas vergonhas, como diziam na época. No dia da

venda, ao amanhecer ficavam expostos enfileirados, e eram examinados da mesma

maneira que se examina o gado, para que a compra fosse efetivada. O que se pode

perceber é que não havia união entre os escravos trazidos para o Brasil, por que

pertenciam a grupos étnicos diferentes, e tais diferenças se manifestavam pelos

costumes, língua, etnia, e localidades de origem.

A propaganda, anunciando a venda dos escravos, acontecia através de

jornais locais, principais meio de comércio de escravos, nela não havia restrição, de

homens, mulheres e crianças. Cabe ressaltar que o local com maior venda e compra

deste produto ficava no Rio de Janeiro, na conhecida Rua do Valongo, os maiores

compradores eram donos de minas, fazendas de monocultura açucareira e cafeeira.

Atividade:

Com base nos conhecimentos adquiridos faça um comentário de no mínimo cinco

linhas em relação à citação do jornal que fala sobre a Rua do Valongo, e a

necessidade dos governantes locais em encobrir o que faz parte da história do negro

no Brasil.

Curiosidades:

http://www.neidefiori.cfh.prof.ufsc.br/livro-imagem5.htm Acessado 15/09/2013.

Rio de Janeiro: passeio pela herança africana

Por Daniela Oliveira para Inforsurhoy.com – 11/04/2013

Roteiro turístico na região do Porto Maravilha começa com a história dos escravos

que chegaram à cidade no século 19 e termina com roda de samba.

RIO DE JANEIRO, Brasil – Dois sítios arqueológicos descobertos em 2011, durante

as obras do Porto Maravilha, viraram roteiro turístico no Rio de Janeiro.

O Cais do Valongo e o Cais da Imperatriz, construídos em 1811 e 1843

respectivamente, são retratos do passado da zona portuária da cidade. Desde o fim

de 2012, eles se tornaram as principais atrações do Circuito Histórico e Arqueológico

da Celebração da Herança Africana.

Considerado o maior porto para a chegada de africanos escravizados do

mundo, o Cais do Valongo foi criado para o desembarque de mais de 500.000

escravos da África entre 1769 e 1830.

Posteriormente, foi remodelado pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny

para receber a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon, noiva do imperador Dom

Pedro II. O Cais do Valongo passou, então, a se chamar Cais da Imperatriz.

“O Cais da Imperatriz, cheio de pompa e circunstância, foi construído por cima

do Valongo para apagar a memória do Brasil escravo”, conta Herica Lima, estudante

de história e guia do projeto Meu Porto Maravilha, que mistura o passado e o futuro

da região portuária numa exposição interativa em um galpão vizinho ao monumento

histórico.

“Depois, o cais passou por várias transformações até ser aterrado em 1911. O

Valongo e a Imperatriz são os maiores achados do Porto Maravilha”, diz Herica.

Além dos cais, fazem parte do circuito histórico o Jardim Suspenso do

Valongo, um jardim romântico localizado na antiga Rua do Valongo, onde escravos

eram vendidos; a Pedra do Sal, onde o sal era descarregado pelos escravos e que,

posteriormente, virou o berço do samba carioca; e o Cemitério dos Pretos Novos,

apontado como o maior cemitério de escravos das Américas.

A Prefeitura do Rio de Janeiro planeja inaugurar até o fim de 2013 o Centro

Cultural José Bonifácio, com exposições sobre a cultura afro brasileira, e o Largo do

Depósito, que concentrava parte do mercado negreiro da região.

Com 1,2 km de extensão e presença nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo

Cristo, o trajeto do circuito foi definido pela prefeitura, moradores e representantes

de movimentos negros.

“Ainda temos que trabalhar muito na ampliação do conhecimento da história

da região, que se funde à história do Rio”, diz Alberto Silva, presidente da

Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdrup), responsável pelas obras

no porto. “Muitos nem sabiam que essa área existia.”

http://infosurhoy.com/pt/articles/saii/features/entertainment/2013/04/11/feature-03

Acessado em 17/09/2013

Aula 5

Professor (a):

Aqui veremos para onde os africanos escravizados eram levados (regiões de

maior concentração), como eram classificados quanto ao tipo de trabalho a ser

executado, e qual o tempo de trabalho diário.

Estudos mostram que o interesse por escravos nas colônias se dava na sua

maioria por homens, para que pudessem suportar serviços pesados. O número de

mulheres, crianças e idosos eram em proporção menores, mesmo assim,

infelizmente, eram explorados de forma cruel. Pois, no momento da compra não

havia uma preocupação em manter as famílias juntas, elas eram separadas sem

nenhuma preocupação, como bem se expressa Lima:

“quem comprava escravos desconsiderava os laços familiares existentes entre os

negros africanos e, se assim desejassem, separavam as crianças dos seus pais,

mulheres dos seus maridos, enfim, rompiam de vez os vínculos familiares” (GÓES;

FLORIANO. “A Paz das Senzalas”. apud LIMA, Fernanda da Silva. A História da

criança negra nas primeiras décadas do século XIX).

Pelo dito acima, percebe-se que para os trabalhos pesados como lavouras e

minas, na região nordeste e sudeste do Brasil, vieram os bantos e sudaneses,

aonde foram obrigados ao sistema escravista. Os que trabalhavam nas lavouras

moravam em habitações coletivas, as senzalas feitas de madeira e barro, um lugar

amplo sem divisórias.

Os escravos trabalhavam em torno de quinze horas diárias, ou seja, do

amanhecer até o anoitecer. Eram vigiados por capatazes e feitores, se tentassem

fugir eram capturados por capitães do mato, que recebiam por escravos

recapturados. Devido ao excesso de trabalho, má alimentação, péssimas condições

de higiene e os castigos físicos que sofriam, por isso, muitos ficavam doentes, e

manter-se vivo era uma tarefa difícil. O desempenho dos escravos em um trabalho

forçado, raramente passava de 10 anos.

Outro fator a destacar é o local, de trabalho, este basicamente acontecia no

engenho de açúcar, da senzala a lavoura, da casa de moenda a casa de purgar.

Sem ter folga, o cansaço físico era excessivo, causava acidentes frequentes, e até

mortes. Os escravos domésticos, escolhidos entre os mais bonitos, dóceis e

confiáveis, recebiam roupas melhores, alimentação mais adequada e certos

cuidados, e consequentemente viviam mais tempo. Devido a isso, foram integrados

a outros grupos, acrescentando estilos de linguagem, alimentação, religião, ritmo,

vestuário, medicinas naturais, suas vivências culturais a dos brasileiros. Nesse

contexto, o que mais chama a atenção é a culinária, cujo paladar é surpreendente,

bastante quente (apimentado), com o uso frequente do óleo de dendê, sendo muito

rico em vitamina A e a utilização de diversos peixes, a fim de enriquecer o cardápio

brasileiro.

Estas informações sobre a vinda do africano, a exploração de trabalho e a

sua colaboração para a cultura atual da sociedade brasileira, possibilitam uma

reflexão sobre a desigualdade e abusos de um povo, rico em sua terra, esquecido

como ser humano pelos próprios exploradores.

Para os estudos a seguir, o (a) professor (a), com a utilização do livro

didático, História - Gislane e Reinaldo (2010), 2° volume, tendo como objetivo,

analisar algumas imagens e textos, referentes à exploração trabalhista no período.

Atividade:

Elabore um texto descrevendo as condições de trabalho nas colônias e nos

engenhos, comparando com o texto, “Fiscais flagram trabalho escravo em fazenda

na Bahia”, as atividades ainda existentes na sociedade atual.

G1, com informações do Jornal Hoje 20/05/08.

Fiscais flagram trabalho escravo em fazenda na Bahia

Trabalhadores dizem que fazendeiro cobrou antecipadamente comida e

alojamento. Para procurador, situação deve estar se repetindo em outras fazendas

da região.

Uma denúncia levou fiscais do Ministério Público do Trabalho a uma fazenda

que escravizava trabalhadores. Impedidos de sair, eles bebiam água suja e eram

obrigados a trabalhar mais de 12 horas sem equipamento adequado.

Barracos improvisados com cobertura de lona. Camas feitas com pedaços de

madeira. Para beber e fazer a comida, os trabalhadores tinham que retirar de

um poço artesiano uma água suja e barrenta.

Essa era a situação na Fazenda Gameleira, no município de Riachão das

Neves, na região oeste da Bahia. Os trabalhadores eram obrigados a enfrentar uma

jornada de 12 horas por dia, no meio do mato, sem botas e sem luvas.

De acordo com os trabalhadores, o dono da fazenda cobrou antecipadamente

a comida e o aluguel dos barracos. Os fiscais flagraram o trabalho escravo na

fazenda depois que um trabalhador conseguiu fugir e denunciar o problema.

O fazendeiro vai ser processado por promover trabalho escravo. O MP

acredita que essa situação possa estar se repetindo em outras fazendas do oeste da

Bahia.

Segundo o MP, o oeste da Bahia; a região do Bico do Papagaio, no

Tocantins; o sul do Pará; e o estado de Mato Grosso são as áreas que concentram a

maior parte dos casos de trabalho escravo no Brasil. Só no ano passado (2007), em

197 fazendas de todo o país foram libertados mais de 5.800 trabalhadores.

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL477306-5598,00-

FISCAIS+FLAGRAM+TRABALHO+ESCRAVO+EM+FAZENDA+NA+BAHIA.html

Acessado em 17/09/2013.

O vídeo é um documentário sobre a cultura, local de trabalho dos escravos, hábitos,

explicação de diversas expressões culturais e idiomáticas.

http://www.youtube.com/watch?v=SNwHTPGsYak Acessado 27/11/2013.

Aula 6

Professor (a):

Nesta unidade trataremos do tema sobre as senzalas, hábitos alimentares, o

que vestiam e como dormiam.

Esse estudo mostra que os escravos eram levados para as senzalas, a qual

fazia parte de um complexo de habitações existentes, localizada nos engenhos de

açúcar ou nas minas de fazendas de café. A senzala, termo defino por Albuquerque

(p.78) como “residência de serviçais em propriedade agrícola” era uma espécie de

galpão onde ficavam alojados.

Pelas palavras do autor percebe-se que naquele local não havia nenhum tipo

de privacidade, todos ficavam em ambiente amplo e sem divisórias, em algumas

fazendas havia mais de um alojamento onde eram separados homens de mulheres,

e outros com divisórias para casais com filhos. Como passavam a maior parte do dia

no ofício que lhe era designado, a senzala era basicamente para passarem a noite.

Em algumas, existiam instrumentos de aprisionamentos, onde os escravos ficavam

acorrentados para que não fugissem. Nesse ambiente, havia poucos acessórios,

alguns dormiam no chão batidos e outros em camas que eram basicamente feitas de

palhas. Isso faz lembrar os colchões de palhas dos nossos avós, quem sabe vem

daí o uso tão comum, na cultura italiana e polonesa no Brasil.

Pelas informações acima se observa que o trabalho árduo exige repor as

energias gastas, o correto então, seria consumir alimentos nutritivos e consistentes,

porém, isso não ocorria, havia o descaso dos seus senhores, muitos deles juntavam

as sobras de suas casas, e levavam para as senzalas, lá as mulheres cozinhavam,

utilizando alguns ingredientes que eram usados na África, como o leite de coco,

azeite de dendê, pimenta, óleo da palmeira entre outras variedades. Quando se

utilizava a carne de porco, as melhores partes do porco ficavam para os senhores,

enquanto as orelhas e os pés de porco, linguiça, carne-seca, eram misturados com o

feijão, onde se originou a feijoada.

Quanto às vestimentas, estas eram bastante simples, feitas com tecidos

rústicos, como os de algodão-cru. Mas, como muitos africanos tinham em sua

cultura conhecimento de coser, seus vestuários eram com estilos diferenciados,

quando esses escravos conseguiam alguns trocados, compravam tecidos de

mascates e assim diversificavam seu vestuário. Já em outras regiões os senhores

foram denunciados pelos seus escravos na justiça local, por oferecer uma única

peça de roupa, o ano todo. Basicamente para os homens eram calças de algodão e

camisas (duas peças de cada/ano), a maioria das mulheres usavam saias ou

vestidos longos e turbantes.

Em algumas senzalas o estilo de se vestir diferenciava com a hierarquia dos

grupos e conforme os ofícios de trabalho, como artesãos, alfaiates, ferreiros entre

outros. Cabe ressaltar, que nessa época existia lei que amparava os escravos, com

auxilio quanto alimentação, terras para plantio e vestuário.

http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/uma%20historia%20do%20negro%20no%

20brasil_cap03.pdf Acessado em 28/09/2013

Atividade:

Tendo como base os conhecimentos adquiridos e, levando em consideração

outras referências, realizar em grupo, pesquisa, a qual deve ser transcrita nos

cadernos, priorizando o registro das condições de trabalho dos homens e das

mulheres no sistema escravista.

Aula 7

Professor (a):

Esta unidade dará ênfase aos temas: Desenvolvimento das crianças negras

escravas ou libertas e implantação de educação da história e cultura afro brasileira e

africana no Brasil, conforme o que diz a lei 10.639/03.

Atividade:

Elaborar uma redação abordando a aplicação da Lei 10.639/03, alterada pela

Lei 11.645/08, a qual define o estudo de história, valorizando o negro, no sentido de

promover a igualdade, oportunizando meios de resgatar a sua identidade. Não se

esqueça de dar sua opinião quanto à lei, os resultados que deveriam ser

alcançados, e os meios para se chegar ao resultado esperado.

Pelas pesquisas realizadas compreende-se que o processo de escravidão

acontecia a partir do nascimento da criança negra, em território brasileiro, “No Brasil

entre os cativos predominava a população adulta. Na média as crianças

representavam apenas dois entre cada dez cativos”. (GÓES, 2004).

Nesse contexto, observa-se que poucas crianças chegavam a se tornar

adultas. Os escravos com menos de dez anos correspondiam a um terço dos cativos

falecidos; dentre estes, dois terço morriam antes de completar 1ano de idade e 80%

até 5 anos.

Mary Del Priore no artigo O cotidiano da criança livre no Brasil entre a Colônia e o Império divide a infância em 3 fases, cujas características variavam de acordo com a condição social e jurídica dos pais. A primeira fase iniciava-se no nascimento e terminava aos 3 ou 4 anos de idade, período que marcava o fim da amamentação. Entre os 5 e 7 anos as crianças entravam na segunda fase, quando passavam a acompanhar os pais na lida. A terceira fase iniciava na transição dos 7 para os 8 anos ate aos 14 anos, etapa de aprendizado para os infantes, como a pratica de pequenos trabalhos, ofícios ou estudo das letras nas escolas regias. (MOTTA, 2009).

Na atualidade, percebe-se que o ensino da história e cultura afro brasileira e

africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da

escravidão negra africana, porém sabe-se que essa é uma concepção ultrapassada,

e que precisa e deve ser mudada. Nesse sentido, as leituras pretendem promover

uma reflexão acerca da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, A qual torna

obrigatório o ensino da história e cultura afro brasileira e africana em todas as

escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.

No primeiro momento a reflexão precisa contemplar a palavra escravo, que foi

atribuída a pessoas em determinadas condições de trabalho, pois, entende-se que

essa palavra escravo não existiria sem o trabalho que e as condições que esses

indivíduos viviam.

No que, refere-se à sala de aula e ao escravo africano, verifica-se que há um

equívoco, pois ninguém é escravo, as pessoas foram e são escravizadas. O termo

escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, ou seja, além trazer à tona

a ideia de que ser escravo é uma condição inerente aos seres humanos, também

possui um significado preconceituoso e pejorativo, que foi sendo construído durante

a história da humanidade. Além disso, nessa mesma visão, o negro africano aparece

na condição de escravo submisso e passivo.

Sabe-se que a Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o

estudo da história e cultura afro brasileira e africana. Sendo assim, os professores

devem abordar em sala de aula, de forma interdisciplinar a cultura afro brasileira

como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são

considerados como sujeitos históricos. Essa abordagem precisa valorizar o

pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura

(música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.

Aulas 8 e 9

Professor (a):

A presente unidade discutirá as características dos quilombos e sua relação

com o MST.

Atividade:

Promover em sala de aula um debate sobre as lutas de posse de terras na

região, citando o MST do Assentamento do Rio Bonito do Iguaçu, analisando o que

este tem de semelhança com luta dos quilombos e no que os diferencia. Fazer um

levantamento de conhecimentos prévios para saber se eles conhecem

pessoalmente algum quilombo; o que sabem sobre a luta dos negros pelo

reconhecimento de posse dessas terras; de que maneira houve o direito de

legalização das terras. Após o debate, fazer com que o aluno busque conhecer a

origem do símbolo do movimento abolicionista a “Camélia” e relatar. Na sequência

passar o nome dos quilombos por região, para cada grupo localizar no mapa,

concluindo com a criação de um mapa feito por grupo, após expor no mural da sala.

Para saber:

Principais quilombos brasileiros:

a) Bahia: Quilombo do rio Vermelho, Quilombo do Urubu, Quilombo de Jacuípe,

Quilombo de Jaguaribe, Quilombo de Maragogipe, Quilombo de Muritiba, Quilombos

de Campos de Cachoeira, Quilombos de Orobó, Tupim e Andaraí, Quilombos de

Xiquexique, Quilombo do Buraco do tatu, Quilombo de Cachoeira, Quilombo de

Nossa Senhora dos Mares, Quilombo do Cabula, Quilombos de Jeremoabo,

Quilombo do rio Salitre, Quilombo do rio Real, Quilombo de Inhambuque e

Quilombos de Jacobina até o rio São Francisco;

Nota: Stuart B. Schwartz conseguiu listar 35 quilombos na região da Bahia entre os

séculos XVII, XVIII e XIX.

b) Sergipe: Quilombo de Capela, Quilombo de Itabaiana, Quilombo de Divina

Pastora, Quilombo de Itaporanga, Quilombo do Rosário, Quilombo do Engenho do

Brejo, Quilombo de Laranjeiras, Quilombo de Vila nova, Quilombo de São Cristóvão,

Quilombo de Maroim, Quilombo de Brejo Grande, Quilombo de Estância, Quilombo

de Rosário, Quilombo de Santa Luíza, Quilombo de Socorro, Quilombo do rio

Cotinguiba e Quilombo do rio Vaza Barris;

c) Pernambuco: Quilombo do Ibura, Quilombo de Nazareth, Quilombo de Catucá

(extensão do Cova da Onça), Quilombo do Pau Picado, Quilombo do Malunguinho,

Quilombo de Terra Dura, Quilombo do Japomim, Quilombos de Buenos Aires,

Quilombo do Palmar, Quilombos de Olinda, Quilombo do subúrbio do engenho

Camorim, Quilombo de Goiana e Quilombo de Iguaraçu;

d) Maranhão: Quilombo da lagoa Amarela (Preto Cosme), Quilombo do Turiaçu,

Quilombo de Maracaçamé, Quilombo de São Benedito do Céu e Quilombo do

Jaraquariquera;

e) Paraíba: Quilombo do Cumbe, Quilombo da serra de Capuaba, Quilombo de

Gramame (Paratuba) e Quilombo do Livramento;

f) Rio Grande do Sul: Quilombo do negro Lúcio (ilha dos Marinheiros), Quilombo do

Arroio, Quilombo da serra dos Tapes, Quilombo de Manuel Padeiro, Quilombo do

município de Rio Pardo, Quilombo na serra do Distrito do Couto e Quilombo no

município de Montenegro;

Nota: a interrogação posta depois do quilombo do município de Montenegro significa

que as fontes informativas não são conclusivas quanto à sua existência; o quilombo

de Manuel Padeiro é chamado, em algumas fontes, de Manuel Pedreiro.

g) Santa Catarina: Quilombo da Alagoa (Lagoa) e Quilombo da Enseada do Brito;

h) Minas Gerais: Quilombo do Ambrósio (Quilombo Grande), Quilombo do Campo

Grande, Quilombo do Bambuí, Quilombo do Andaial, Quilombo do Careca, Quilombo

do Sapucaí, Quilombo do morro de Angola, Quilombo do Paraíba, Quilombo do

Ibituruna, Quilombo do Cabaça, Quilombo de Luanda ou Lapa do Quilombo,

Quilombo do Guinda, Lapa do Isidoro, Quilombo do Brumado, Quilombo do Caraça,

Quilombo do Inficionado, Quilombos de Suçuí, Paraopeba, Quilombos da serra de

São Bartolomeu, Quilombos de Marcela e Quilombos da serra de Marcília;

Nota: Carlos Magno Guimarães conseguiu listar 116 quilombos em minas Gerais no

século XVIII.

i) São Paulo: Quilombos dos Campos de Araraquara, Quilombo da cachoeira do

Tambaú, Quilombos à margem do rio Tietê, no caminho de Cuiabá, Quilombo das

cabeceiras do rio Corumateí, Quilombo de Moji-Guaçu, Quilombos de Campinas,

Quilombo de Atibaia, Quilombo de Santos, Quilombo da Aldeia Pinheiros, Quilombo

de Jundiaí, Quilombo de Itapetininga, Quilombo da fazenda Monjolinhos (São

Carlos), Quilombo de Água Fria, Quilombo de Piracicaba, Quilombo de Apiaí (de

José de Oliveira), Quilombo do Sítio do Forte, Quilombo do Canguçu, Quilombo do

termo de Parnaíba, Quilombo da freguesia de Nazaré, Quilombo de Sorocaba,

Quilombo do Cururu, Quilombo do Pai Felipe e Quilombo do Jabaquara;

j) Rio de Janeiro: Quilombo de Manuel Congo, Quilombos às margens do rio

Paraíba, Quilombos na serra dos Órgãos, Quilombos da região de Inhaúma,

Quilombos dos Campos de Goitacazes, Quilombo do Leblon, Quilombo do morro do

desterro e Bastilhas de Campos (quilombos organizados pelos abolicionistas

daquela cidade);

l) Amapá: Oiapoque, Calçoene e Mazagão;

m) Pará: Alenquer (rio Curuá), Óbidos (rio Trombetas e Cuminá), Caxiu, Cupim,

Alcobaça (hoje Tucuruí), Cametá (rio Tocantins), Mocajuba (litoral atlântico do Pará),

Gurupi (atual divisa entre o Pará e o Maranhão) e Anajás (lagoa Mocambo, ilha de

Marajó);

n) Maranhão: Turiaçu (rio Maracaçume) e Turiaçu (rio Turiaçu);

n) Mato Grosso: Quilombo nas vizinhanças do Guaporé, Quilombo da Carlota

(denominado posteriormente Quilombo do Piolho), Quilombos à margem do rio

Piolho, Quilombo de Pindaituba, Quilombo do Motuca e Quilombo de Teresa do

Quariterê;

http://www.projetoseducacionais.com/2007/09/chegada-dos-primeiros-negros.html

Acessado em 08/10/2013.

o) Paraná: Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Candói, Castro, Campo largo, Cerro Azul,

Curiúva, Dr. Ulysses, Guarapuava, Guairá, Guaraqueçaba, Ivaí, Lapa, Palmas,

Pinhão, Ponta Grossa, São Miguel do Iguaçu, Reserva do Iguaçu e Turvo, entre

outros.

http://quilombospr.blogspot.com.br/ Acessado em 08/10/2013.

Aula 10

Professor (a):

Nesta unidade os alunos deverão realizar pesquisas sobre as leis

abolicionistas que influenciaram o período da escravidão no Brasil, quando foram

criadas, quem as criou, o que levou estas leis a serem criadas e as leis atuais

criadas para a igualdade racial.

Estudos relatam que com a chegada dos portugueses no Brasil, inicia-se

também um dos processos mais desumanos, o processo da utilização de mão de

obra escrava, pessoas que eram vendidas como mercadorias, submetidas a

trabalhos forçados, por períodos prolongados, poucos vestimentas, moradias

desconfortáveis e a alimentação inadequada. Porém com o passar dos anos, a fim

de amenizar ou pressionados por circunstância da época, foram implantadas leis

que sinalizavam esperança para aqueles que sofriam dia após dia, no entanto,

poucos se beneficiaram, pois as leis não supriam as necessidades vigentes, já que

havia um intervalo distante entre uma e outra. Atualmente observa-se que, tenta-se

desenvolver um trabalho que vise buscar o reconhecimento e a igualdade, sem

discriminação de raça ou cor.

Para saber:

Conheça algumas leis abolicionistas:

a) Lei Bill Aberdeen – 1845

Promulgada no dia 8 de agosto de 1845, a Lei Bill Aberdeen proibia o tráfico

de escravos entre a África e a América.

b) Lei Eusébio de Queirós – 1850

Aboliu de vez o tráfico de escravos nos navios negreiros. Como a Inglaterra

estava determinada a eliminar o tráfico, o Brasil encontrou apenas essa solução.

Aprovada no dia 4 de setembro de 1850, essa lei se diferencia das outras leis

que proibiam o tráfico pelo fato de terem maior apoio dos chefes de polícia e um

fortalecimento nas fiscalizações de navios negreiros. Assim, os escravagistas

tiveram de encontrar outra maneira de arranjar mão de obra.

Lei do Ventre Livre – 1871

Projeto de lei aprovado no dia 28 de setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre

libertava todos os filhos de escravos nascidos a partir da aprovação da lei. De

acordo com a lei, os filhos dos escravos teriam duas opções, ou ficavam com seus

pais até os 21 anos ou seriam entregues ao governo.

Lei dos Sexagenários – 1885

Projeto proposto pelo deputado Rui Barbosa, a Lei dos Sexagenários libertava

todos os escravos acima de 60 anos, tendo os proprietários direito a compensação

financeira para ajudar os ex-escravos. Assim como na Lei de Ventre Livre,

proprietários de escravos jamais foram indenizados.

Lei Áurea – 1888

No dia 13 de maio de 1888, foi sancionada a Lei Áurea, que extinguia a

escravidão no Brasil. Assinada pela princesa Isabel, essa lei foi uma luta de todas as

leis aprovadas antes, mas houve destaque no esforço e empenho da princesa

Isabel, primeira mulher no Brasil a assumir uma chefia de Estado no continente

americano.

http://racismo-no-brasil.info/mos/view/Escravid%C3%A3o_no_Brasil/ Acessado em

12/10/2013.

Na modernidade a luta pela igualdade continua através dos meios de

comunicação, focando os movimentos sociais ou meios políticos. Além das leis que

amparam esses movimentos, há também estatutos que garantem os direitos

humanos desses grupos. Cita-se como exemplo o estatuto da igualdade racial.

Estatuto da Igualdade Racial - Lei 12288/10

Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010.

Publicado por Presidência da Republica (extraído pelo JusBrasil) - 3 anos atrás

Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029,

de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de

2003. Ver tópico (1543 documentos)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra

a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos

e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Ver tópico (10

documentos)

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: Ver tópico (3 documentos)

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência

baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular

ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos

humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em

qualquer outro campo da vida pública ou privada; Ver tópico

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de

bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,

descendência ou origem nacional ou étnica; Ver tópico

(...)

http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/823981/estatuto-da-igualdade-racial-lei-12288-10 Acessado em 14/10/2013.

Aulas 11 e 12

Professor (a):

Esta unidade retratará o povoamento do território brasileiro a partir do

descobrimento do Brasil, considerando o desembarque dos Africanos trazidos com o

intuito de escravização, onde serão analisados os eventos marcantes em cada

período, a quantidade de escravos trazidos e as leis criadas. A apresentação

ocorrerá em aproximadamente 38 slides (PowerPoint).

Pelas leituras realizadas entende-se que a descoberta do Brasil se mistura

com uma crise na Europa devido à decadência do feudalismo. Portugal, que é

favorecido pela posição geográfica, se lança através do Oceano Atlântico em busca

de riquezas. Na busca do caminho para as Índias, em 1500, acabaram conquistando

a costa africana, nossa história começava ali. Sabe-se que no Brasil existiam entre 4

e 8 milhões de índios que falavam cerca de 170 línguas diferentes. As principais

tribos eram Tupi-guarani, Caraíba, Tapuia ou Jê e Nuaruaque.

Cabe ressaltar que, em 1546 existiam poucos escravos na colônia, 44 anos

depois já eram aproximadamente 36 mil, onde a maior mão de obra era usada no

cultivo de café e na produção da cana de açúcar.

Exemplo de Slide:

http://brasil500anos.ibge.gov.br/ Acessado em 20/10/2013.

Aula 13 e 14

Professor (a):

A presente unidade terá como objetivo fazer com que os alunos conheçam e

valorizarem a cultura afrodescendente, para isso será solicitado uma pesquisa

individual, a qual fará parte de uma apresentação em sala de aula, e posteriormente

utilizada como exposição para as demais turmas. A avaliação dar-se-á conforme os

requisitos utilizados, entre eles: desenvoltura, conhecimento e pontualidade.

Os meios de comunicação anunciam diariamente que o Brasil, na atualidade,

é considerado o país de maior economia da América latina, a sétima maior do

mundo por PIB nominal, sendo o quinto maior do mundo em área territorial, banhado

pelo oceano Atlântico, possui mais de 7.000 km de litoral. Nesses 500 anos, sofreu

mudança de regime de governo, mudanças de moeda, um país multicultural, aqui

moram pessoas com origem de várias partes do mundo, algumas chegaram no

início da colonização, outras chegaram durante outras políticas governamentais, no

entanto, todas trazem consigo a sua cultura.

Para reforçar o conhecimento do aluno, no decorrer das aulas serão

distribuídos os temas, pelos quais os estudantes realizarão pesquisas no laboratório

de informática e na biblioteca da escola, sendo supervisionado e orientado pelo (a)

professor (a), cada qual deverá registrar informações que fundamentará a

preparação de sua apresentação. A apresentação ocorrerá em sala de aula,

devendo ser utilizadas as TICs ou o material mais apropriado.

Temas que deverão fazer parte da pesquisa:

1) Personalidades Afrodescendentes que se sobressaíram e que hoje são

tomadas como referência. Requisito: Constar bibliografia, imagens e área onde

atua ou atuou.

2) Culinária. Requisito: Constar receitas e pratos preparados.

3) Instrumentos musicais, músicas e Danças. Requisito: Constar som e

instrumentos musicais, se não for possível, imagens, no entanto as músicas e as

danças devem ser apresentadas com som e vídeo.

4) Vestimentas, Penteados de Cabelos e adornos. Requisito: Constar

vestimentas, penteados de cabelos e adornos, se não for possível, imagens.

5) Religiões. Requisito: Constar os nomes com seus respectivos deuses e

significados, os quais devem ser apresentados em PowerPoint.

http://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/3_V.php. Acessado em

28/10/2013.

Aulas 15 e 16

Professor (a):

Esta unidade será destinada a realização da avaliação, tendo como finalidade

verificar os conhecimentos adquiridos durante a aplicação das atividades, contendo

questões descritivas e alternativas.

Avaliação:

Todo trabalho necessita ser avaliado, e nesse sentido, busca-se através da

avaliação conhecer os avanços obtidos pelos alunos durante o desenvolvimento das

propostas pedagógicas planejadas nas unidades acima. As questões propostas na

avaliação são:

1) Qual a origem dos africanos trazidos ao Brasil, como viviam e seus hábitos

(culinária, religião, vestimenta, línguas e músicas e danças)?

2) Como ocorreu à captura na África, o transporte em navios, alimentação e a

higiene durante o transporte?

3) Quando chegavam ao Brasil onde os escravos permaneciam, onde eram

vendidos, como era procedida a venda e quem eram os compradores?

4) Onde se concentravam as maiores regiões escravistas, como eram as atividades

desenvolvidas e qual o tempo diário de trabalho?

5) Nos locais de trabalho, onde moravam os escravos, do que se alimentavam e o

que vestiam?

6) Como era o desenvolvimento de uma criança negra nascida no ambiente

escravista?

7) Quando ocorria fuga, onde o escravo se refugiava? Em caso de captura, quais os

procedimentos em relação ao escravo fugitivo?

8) Quais eram as características dos quilombos, e quais eram os mais conhecidos?

9) Qual era número de escravos trazidos ao Brasil retratado na linha do tempo.

Aula 17

Professor (a):

A presente unidade contemplará na primeira apresentação de trabalho pelos

alunos sobre a pesquisa das leis, esta apresentação terá dupla finalidade: Uma trará

todo o histórico das leis criadas em seus respectivos períodos, fatos que levaram

essas leis a serem criadas, abordando os efeitos com a implantação das leis. A

outra finalidade é a utilização desta apresentação como referência para um debate.

Atividade:

Cada aluno fará a apresentação de sua pesquisa explanando as leis, fazendo

comentários e interagindo com os demais alunos através de questionamentos ou

esclarecimentos de dúvidas, caso necessário poderá ocorrer o auxílio do (a)

professor (a).

Exemplo de Lei:

A carta original da Lei Áurea

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea Acessado em 29/10/2013.

Aulas 18 e 19

Professor (a):

A unidade apresentará um debate sobre as leis existentes, onde terá como

participação um Moderador (professor (a)) e Debatedores (alunos).

Atividade:

O debate terá como finalidade conscientizar os educandos sobre a

importância de se conhecer as leis, pois assim poderão futuramente exercer sua

cidadania. Nessa atividade será, oportunizado uma discussão amigável, e por meio

da socialização promover momentos de reflexão, relacionando as leis, a eficácia ou

não de sua aplicação, bem como a necessidade da criação de novas leis.

Exemplo de Lei:

Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

Mensagem de veto

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

que estabelece as diretrizes e bases da educação

nacional, para incluir no currículo oficial da Rede

de Ensino a obrigatoriedade da temática "História

e Cultura Afro brasileira", e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei n

o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida

dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da

História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro brasileira serão ministrados no âmbito

de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.

§ 3o (VETADO)"

"Art. 79-A. (VETADO)"

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’."

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115

o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.1.2003

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm Acessado em 29/10/2013.

Para saber:

Composição do debate e regras:

O debate é dividido em duas partes: Moderador (professor (a)) que fará as

regras, a delimitação de tempo, abrirá espaço para os argumentos, interrompendo,

avaliando os argumentos, dá início e encerra o debate. A outra parte é dos

Debatedores (alunos), ou seja, os que vão interagir no debate, procurando dar sua

opinião, ressaltando alguns pontos, formulando questões, tirando conclusões e

indicando sugestões.

Aula 20

Professor (a):

Nessa unidade será realizada apresentação referente à pesquisa de

personalidades afrodescendentes que se destacaram numa realidade de poucas

oportunidades, servindo de referência para muitos que almejam um crescimento

pessoal.

Recursos necessários para apresentação do aluno:

a) Computador (Notebook);

b) Data Show ou TV pendrive:

Desenvolvimento:

Cada aluno fará apresentação das personalidades escolhidas, retratando as

imagens e bibliografia. Exemplo de personalidade:

Gilberto Passos Gil Moreira, mundialmente conhecido como Gilberto Gil, (Salvador, 26 de junho de 1942) é um político, cantor, compositor, multi-instrumentista, escritor, ambientalista, empresário, e intelectual brasileiro, conhecido por sua inovação musical e por ser ganhador de prêmios Grammys, Grammy Latino, galardoado pelo governo francês, com a Ordem Nacional do Mérito (1997), e pela UNESCO como "artista pela paz", em 1999. Gil

foi embaixador da ONU para agricultura e alimentação e ex-ministro do Brasil (2003–

2008). Em mais de cinquenta álbuns lançados, ele incorpora a gama eclética de suas influências, incluindo rock, gêneros tipicamente brasileiros, música africana e reggae, por exemplo.

Site para Pesquisa:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_afro-brasileiros. Acessado em 02/11/2013.

Aula 21

Professor (a):

A atividade desenvolvida nesta unidade será apresentação referente à

pesquisa da culinária brasileira com origem africana, os pratos mais conhecidos, os

ingredientes comuns e especiarias não tão comuns de serem encontradas em

determinadas regiões do país.

Recursos necessários para apresentação do aluno:

a) Computador (Notebook);

b) Data Show ou TV pendrive:

Desenvolvimento:

Cada aluno fará apresentação das receitas, origem e pratos prontos, onde os

alunos poderão experimentar e comentar.

Exemplo de alimento:

Acarajé é uma especialidade gastronômica da culinária afro brasileira feita de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frita em azeite de dendê. O acarajé pode ser servido

com pimenta, camarão seco, vatapá, caruru.

Site para Pesquisa:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Acaraj%C3%A9. Acessado em 02/11/2013.

Aula 22

Professor (a):

A proposta desta unidade será a apresentação referente à pesquisa de

instrumentos musicais, som e danças. Os quais fazem parte do nosso cotidiano.

Recursos necessários para apresentação do aluno:

a) Computador (Notebook);

b) Data Show.

c) Som ou TV pendrive.

Desenvolvimento:

Esta apresentação tem como finalidade reconhecer a influência africana

através da música, dança e instrumentos musicais na cultura brasileira, pois diversos

ritmos que estão na mídia, fazem parte desse processo de inserção da cultura

Africana no nosso dia a dia.

Exemplo de Música e Dança:

Site para Pesquisa:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba. Acessado 02/11/2013.

Aula 23

Professor (a):

A atividade prevista na unidade é apresentação referente à pesquisa de

vestimentas, cabelos e adornos.

Recursos necessários para apresentação do aluno:

a) Computador (Notebook);

b) Data Show ou TV pendrive:

Desenvolvimento:

Esta apresentação visa identificar traços da origem africana, onde o foco é a

vestimenta usada, os tipos de penteados em cabelos e os adornos. Essa

identificação é recorrente principalmente na região nordeste do país. Sabe-se que a

vestimenta com origem afrodescendente possui desfiles e marcas exclusivas, com

traços inconfundíveis que vem ganhando espaço no mercado modista. Os cabelos

estão cada vez mais na mídia, seja através das novelas e de personalidades

afrodescendentes, os quais usam o estilo Black, tranças embutidas e rastafári, entre

outras. A linha de adornos (brincos, pulseiras, colares, bolsas e anéis) também está

fazendo o maior sucesso, de origem natural, desenvolvidos através de materiais

como açaí, babuçu, coco, cipó, pau-brasil entre outros, vem ganhando mídia e

espaço no mercado. Onde encontramos diversas marcas.

Exemplo de Vestimenta:

Exemplo de Penteado de Cabelo:

Site para Pesquisa:

http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?cat=285

http://www.viamaxi.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Cabelos_Afro.jpg

Acessados em 27/11/2013.

Aula 24

Professor (a):

Nesta unidade será realizada a apresentação referente à pesquisa das

religiões.

Recursos necessários para apresentação do aluno:

a) Computador (Notebook);

b) Data Show ou TV pendrive:

Desenvolvimento:

Pelos estudos realizados descrever como foi à implantação das religiões de

origem Africana, pois no início da colonização era proibido qualquer outro tipo de

religião, onde a predominância era católica. O que é cultuado, como é o

funcionamento de cada religião, o que são os orixás e quais as religiões

predominantes no Brasil.

Momento de ritual:

Os Orixás e seus respectivos significados:

ORIXÁS CULTUADOS NO BRASIL

ORIXÁS

Oxalá O mais elevado dos deuses iorubás

Ogum Deus dos guerreiros

Xangô Deus do trovão

Oxum Deusa das águas doces, da fecundidade e do amor

Oiá-Iansã Deusa das tempestades, dos ventos e dos relâmpagos

Oxóssi Deus dos caçadores

Iemanjá Deusa dos mares e oceanos

Obaluaê - Omolu

Deus da varíola e das doenças

Oxumaré Deusa da chuva e do arco-íris

Exu Mensageiro e guardião dos templos, das casas das pessoas

Ossain Divindade das plantas medicinais e litúrgicas

Obá Deusa dos rios

Nanã Deusa da lama

Logun Edé Deus andrógino, considerado o príncipe das matas

Ibejis Deuses da alegria, das brincadeiras e da infância

Olodumaré Deus supremo. Criador dos orixás

Site para Pesquisa:

http://www.pime.org.br/mundoemissao/religafrobras.htm Acessado em 18/11/2013.

Aulas 25 e 26

Professor (a):

A proposta aqui será a realização da avaliação das atividades desenvolvidas,

com a finalidade de verificar a eficácia do debate sobre as leis e das apresentações

envolvendo os diversos conteúdos abordados. Cabe ressaltar que a avaliação

conterá questões descritivas.

Avaliação:

1) Pelos conhecimentos adquiridos sobre as leis, tendo em vista as consequências

que elas podem causar, você tem conhecimento de quais leis ainda estão

tramitando no congresso e câmara federal, e de quais ainda se fazem necessário

em busca de reconhecimento e igualdade.

2) Cite algumas das personalidades apresentadas, e outras que você conhece, e

diga o que elas representam para a cultura brasileira?

3) Cite os pratos típicos da culinária que foram relatados, os ingredientes mais

conhecidos e os mais difíceis de serem encontrados em nossa região, e diga qual

dentre os pratos que foram provados, durante as apresentações, em sua opinião é o

mais saboroso?

4) Dos instrumentos musicais apresentados, quais você já conhecia? Que ritmo de

música mais lhe atrai, e quais as danças que você nem imaginava ser de origem

Africana?

5) Em sua opinião o que mais caracteriza uma roupa de origem Africana? Você

conhece alguma marca de roupa exclusiva Africana, já usou, ou conhece alguém

que tenha penteado de cabelo Africano?

6) Quais das religiões apresentadas, existe alguma delas em nossa cidade, o que é

cultuado e o que são Orixás?

Aulas 27 e 28

Professor (a):

Esta parte tratará da organização da exposição, verificação de materiais,

ensaios e programação.

Os alunos supervisionados pelo professor definirão as estratégias da

exposição, cada um ficará responsável por apresentar sua pesquisa conforme o

tema trabalhado em sala de aula.

O local mais apropriado para a exposição dos trabalhos será o saguão da

escola, desde que a direção concorde, autorize e incentive os demais alunos, equipe

pedagógica, professores, funcionários e comunidade, para que participem, visitem, e

valorizem o trabalho exposto pelos colegas.

Os materiais utilizados podem ser variados, painéis, imagens, som, vídeos,

vestimentas, equipamentos musicais, pratos típicos da culinária, entre outros de

acordo com a criatividade dos alunos (os alunos terão liberdade de convidar

pessoas da comunidade para assistir ou colaborar com a exposição).

Aulas 29 e 30

Professor (a):

A proposta será a exposição dos trabalhos desenvolvidos nas pesquisas.

Cada aluno organizará e apresentará sua pesquisa, terá liberdade para

criativamente, recepcionar os visitantes, expondo os conhecimentos adquiridos da

melhor maneira possível. O professor atuará em duas frentes: A primeira será

supervisionando a exposição. E a segunda será avaliar os alunos, levando em conta

a participação, qualidade e originalidade dos trabalhos desenvolvidos.

Aulas 31 e 32

Professor (a):

Nesse espaço será realizado um momento de reflexão sobre os trabalhos

apresentados, para verificar os conhecimentos adquiridos, os pontos positivos, os

pontos negativos, bem como a análise das dificuldades encontradas, e o

planejamento das possíveis estratégias de intervenção.

Essa estratégia terá como finalidade realizar uma retrospectiva de todas as

atividades realizadas, na tentativa de contribuir para que todos adquiram maior

quantidade de informações, oportunizando uma nova visão em relação à pessoa e a

cultura afrodescendente. Cabe enfatizar, nesse trabalho, desenvolver o senso crítico

do aluno, será prioridade, em consideração a contribuição desse povo sofrido, os

escravos, que como se pode compreender, mesmo contra a vontade se fez

presente, e foi à base para o crescimento econômico do Brasil. E, que infelizmente,

por muitos, e muitos anos, foi esquecido e suprimido por uma sociedade injusta.

Atualmente, muitos trabalhos estão sendo realizados por vários grupos, a fim de

valorizar o negro e sua cultura, visando o resgate da igualdade e dignidade desse

povo. No entanto, sabe-se que isso vai levar um tempo, e dependerá de cada ser,

independente de cor, raça ou classe social fazer a sua parte.

http://www.projetoseducacionais.com/2007/09/chegada-dos-primeiros-negros.html

Acessado 25/11/2013.

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http://www.unifil.br/portal/arquivos/publicacoes/paginas/2011/12/391_499_publipg.pd

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http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/27brasil.htm