os desafios da escola pÚblica paranaense na … · centro oeste relação interdisciplinar -----...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PRODUÇÃO DIDÁTICA – PEDAGÓGICA TURMA – PDE/2013
Título: Relações Culturais: Sociedade Afro Brasileira e sua Identidade.
Autora
Rosemari Scheffer da Silva Maurer
Disciplina de Ingresso/ PDE
História
Escola de Implementação do Projeto e sua Localização
Colégio Estadual Prof. Gildo Aluísio Schuck – Ensino Médio e Normal. Rua Espírito Santo – N° 552
Município da escola Laranjeiras do Sul/PR
Núcleo Regional de Educação NRE – Laranjeiras do Sul/PR
Professor Orientador Prof. Dr. Marcelo de Souza Silva
Instituição de Ensino Superior
UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro Oeste
Relação Interdisciplinar ------------------------------
Resumo
O presente trabalho apresentado ao PDE desta Unidade Temática será desenvolvido junto aos alunos do 2º Ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Prof. Gildo Aluísio Schuck, no município de Laranjeiras do Sul, visando estimular a leitura e reflexão sobre as diversas etnias que formam o Brasil, em especial a cultura Africana, afro brasileira e afrodescendente. Nesse contexto, serão referenciados os valores de respeito às diferenças étnico-raciais, integrados à valorização e reconhecimento da própria identidade, e da relevância do outro, formando assim uma sociedade mais justa e igualitária. As atividades serão diversificadas e relacionadas ao contexto real do educando. Com isso, espera-se amenizar a questão do preconceito social.
Palavras-chave:
Identidade; igualdade; africanidade; afrodescendência;
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo Esta unidade será trabalhada com 2º Ano do Ensino Médio, o qual será desenvolvido em 32 h/a, no 1º. Semestre de 2014, contendo aproximadamente 35 alunos.
ROSEMARI SCHEFFER DA SILVA MAURER
RELAÇÕES CULTURAIS:
SOCIEDADE AFRO BRASILEIRA E SUA IDENTIDADE
Unidade didática apresentada em conformidade
com as orientações da Coordenação do
Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE/SEED, sob a orientação do professor da
IES – UNICENTRO – Universidade do Centro-
Oeste, Guarapuava – PR. Orientador: Professor
Doutor Marcelo de Souza e Silva.
LARANJEIRAS DO SUL/PR
2013
APRESENTAÇÃO
O presente material pretende fornecer aos professores encaminhamentos que
contribuam para o aprimoramento, conhecimento e valorização de uma sociedade
mais justa e digna, dando ênfase às diversas etnias em especial, a Afro brasileira e
Africana. Essa Unidade é apresentada a SEED (Secretária do Estado da Educação),
como material didático resultante do PDE/Programa de Desenvolvimento
Educacional, na disciplina de História. Elaborada de acordo com as orientações
contidas na DCE/Diretrizes Curriculares Estaduais e no Plano Pedagógico
Curricular, abordando a Temática da História e Cultura Afro brasileira, Africana e
Indígena, considerando o perfil socioeconômico cultural dos alunos.
Através dos estudos realizados pretende-se contribuir para que os
educandos adquiram conhecimentos de seus direitos, garantidos por Lei, no que se
refere à discriminação, preconceito e desrespeito à diferença.
As leituras e pesquisas proporcionarão a análise da realidade que cerca a
diversidade racial e cultural, verificando a historia do negro, desde suas origens na
África, até a chegada à América, levando-se em consideração a maneira que foi
retratada no decorrer do tempo.
Para concretizar esta proposta, será necessário: planejamento, estratégias,
critérios e instrumentos de avaliação pertinentes ao tema que será estudado. No
cotidiano escolar percebe-se que, a falta de conhecimento e a desvalorização do
outro em especial do negro, afeta todo grupo, seja ele, social ou racial. Sabe-se que
a Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Artigo I diz que: “Todos os
homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
Nesse contexto, conhecer o que diz a lei é fundamental para o exercício da
cidadania.
Esta Unidade Didática consiste de algumas atividades: a primeira consistirá
no levantamento dos conhecimentos prévios, através de uma sondagem para
verificar o que cada um sabe sobre suas raízes. As demais serão desenvolvidas por
meio de leituras de artigos, pesquisas históricas, vídeos e exposição de trabalhos
direcionados ao tema, visando à valorização do individuo, independente de suas
origens, credos ou posição econômica, a fim de resgatar e construir uma sociedade
mais justa e humana.
Nessa direção, pretende-se que os alunos compreendam melhor a formação
do processo histórico afro brasileiro, percebam-se como cidadãos e reconheçam que
cada um faz parte da história, e que através do conhecimento, podem contribuir para
melhorar e transformar a sociedade.
1. MATERIAL DIDÁTICO E ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
1.1 Apresentação da Unidade Temática na Escola
Professor:
A Unidade Temática será apresentada com o objetivo de esclarecer sobre a
riqueza cultural herdada dos povos africanos e suas contribuições na formação da
identidade nacional. Cabe salientar que será levada em consideração a Lei
10.639/2003, a qual demonstra a importância dos afrodescendentes e as suas
origens. Sendo consideradas as dificuldades encontradas no ambiente escolar,
priorizando temas como: preconceito, racismo, valorização étnica e igualdade.
Aula 1
Professor (a):
Trabalhar com o grupo a Dinâmica “Fitas Coloridas” (Friedmann,2004 p.96),
Após a apresentação Didático-Pedagógica aos alunos, fazer um levantamento
individual, para mapear a situação hereditária e verificar o conhecimento sobre leis:
pontos positivos e negativos em relação à cultura Afrodescendentes.
Sondagem
1) Sua família é composta por quantas pessoas?
( ) até 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) 4 pessoas ( ) 5 pessoas ou mais
2) Você se considera?
( ) Amarelo ( ) Negro ( ) Branco ( ) Pardo
3) Qual a ascendência da sua família, se mais de uma. Cite-as.
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4) Onde inicialmente se estabeleceram seus antepassados (no Brasil)?
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5) Quantos são os adultos de sua família, e qual o grau de escolarização deles?
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6) Você já se sentiu prejudicado em alguma situação devido a sua cor? Se sim,
justifique?
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7) A constituição de 1988, no artigo 3°, tem a seguinte definição:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.
Em sua opinião: Por que foram criadas leis específicas que amparam direitos
aos negros?
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8) Você acha que as leis existentes atendem as necessidades dos
afrodescendentes, ou falta alguma lei? Explique.
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9) Leia com atenção a lei criada no dia 09 de janeiro de 2003, e assinada pelo então
presidente Luís Inácio Lula da Silva:
“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o A Lei n
o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-
A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da
África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro brasileira serão ministrados no âmbito de todo
o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira:.
Você conhecia esta lei? Onde teve informações sobre ela?
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10) Na sua opinião: Quais foram às contribuições da cultura africana para a
sociedade brasileira?
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Aula 2
Professor (a):
De modo a se aprofundar na origem dos africanos trazidos ao Brasil (local
onde moravam, comércio, culinária, religião, vestimenta, línguas e danças). Solicite
uma pesquisa, a qual deverá ser entregue em folha A4.
O continente africano possui uma diversidade natural, sendo o nordeste
cercado pelo Mar Vermelho, ao norte pelo Mediterrâneo, a oeste pelo oceano
Atlântico e a leste pelo oceano Índico. Tendo características principais, o deserto do
Saara ao norte, o deserto do Calahari a sudeste, a floresta tropical ao centro do
continente, terras altas, incluindo onde nascem rios que formam o Nilo. (Souza,
2008. p.11)
Estudos mostram que na visão de diversos autores a África é o berço da
civilização, pois há registros de mais de cinco mil anos na região do Egito, esta
civilização durou mais de dois mil anos. As populações africanas possuem diversas
estruturas sociais, comunidades, tribos; Onde o que predominou e ainda predomina,
em alguns lugares, a atividade nômade, causando a formação de grupos isolados e
pequenos. Um ponto predominante foi à diversidade natural conforme o quadro
abaixo.
Imagem: SEE-PE, redesenhado a partir de imagem de Autor Desconhecido./
http://www.slideshare.net/victormelo77715/a-frica-atlntica Acessado em 14/09/2013.
Pelas pesquisas realizadas foi possível entender que civilizações deixaram
suas marcas, podendo destacar as pirâmides e muita desarmonia com os egípcios o
Reino de Kush (civilização dos “faraós negros”), cuja capital era a cidade de Meroé.
Na África Atlântica, destaca-se o escoamento de mercadorias e fluxo de
pessoas. Diversos tipos de atividades comerciais ocorriam naquela região, as quais
ocasionaram grande desenvolvimento, tendo como principais mercadorias para
negociação: o ouro, cauris, noz de cola e marfim.
Já a culinária antiga africana antiga possui poucos relatos, pois, à medida que
a África recebeu a interferência de outros países, a culinária foi se adaptando
conforme cada região, onde foram diversificados os plantios (milho, trigo, mandioca,
feijão, tubérculos, sorgo e frutos), incluindo algumas especiarias, como o óleo de
dendê e cravo da Índia.
Babotie (Comida Preferida por Nelson Mandela)
http://www.mundopediu.com/2013/03/comidas-tipicas-africanas-nomes.html
Acessado em 14/09/2013.
Nesse contexto, compreende-se que as religiões africanas são monoteístas.
Conforme a tradição Yorubá, Olodumaré (ou Olorum) é o nome do único Deus
Supremo, o Senhor absoluto. O qual não recebe oferta diretamente, as oferendas
devem ser oferecidas aos Orixás. Junto com Olodumaré, participaram da criação do
mundo (Oxalá, Oxum e Iemanjá). Podemos destacar os seguintes Orixás: Ogum
(socorro imediato), Iemanjá (cuida dos pensamentos dos filhos de Olodumaré),
Iansã (fartura, moradia, alegria), Xangô (força, sabedoria e justiça), Odê e Otim
(Oxossi) (caça, pesca, crescimento dos jovens com vitalidade), Obá (zela pela
amizade, desfaz intrigas), Oxalá (é o mais velho dos filhos de Olodumaré, administra
o espírito e paz), Ossanha (curar), Oxum (responsável pela beleza e fecundidade).
Assim sendo, entende-se o porquê que os africanos costumam usar pinturas,
tecidos, adornos, caracterizando o seu grupo, cada pintura tem um significado,
existem pinturas usadas em cerimônias. No entanto, verifica-se que com a
interferência dos colonizadores, outras formas de vestimenta foram introduzidas a
sua cultura. Outro fator a destacar seriam os grupos linguísticos, que são quatro:
Afro-Asiáticas (norte e leste): berbere, egípcio antigo, semítico, cushita e chádico;
Niger-Cordofaniana: Cordofaniano e Níger-Congo (ashanti, suaíli, banto, xosa, zulu,
iorubá, ibo, etc.); Nilo-Saariana (norte do Nilo, no Saara e no Sudão): Songai,
saariano, mabã, furiã, comã e nilótico; Coissã (sul): Hadza, sandane e coissã, cada
qual com características próprias.
Línguas Africanas Línguas oficiais da África
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_africanas Acessado em 14/09/2013.
A dança africana também contribuiu para enriquecer a cultura do nosso povo,
pois expressa vários ritmos, acompanhados de diversos tipos de instrumentos,
procurando atrair energia, libertação, encontro com divindades, através de
movimentos repetitivos. Dentre elas, as mais comuns são: Kizomba; Semba, Danças
Caboverdianas e Danças Tribais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_%C3%81frica Acessado em 15/09/2013.
Aula 3
Professor (a):
Nesta Unidade serão estudados textos abordando assuntos como: o porquê
da vinda dos negros para o Brasil, sua captura, a forma que foram trazidos, o tempo
de viagem, como eram os porões dos navios, o que comiam e como era a higiene do
local.
A história mostra que por mais de cem anos, a sociedade negra vem lutando
para combater todo tipo de discriminação e preconceito deixado pela sociedade
colonial. Hoje, compreende-se que foi pelos abusos sofridos, que esse grupo
(africanos escravizados), grita por igualdade e respeito, mas, infelizmente, muitas
vezes a sociedade não se dá conta disso.
A captura feita, pelos próprios africanos, com interesse de disputa de
territórios, colheitas (como é o caso do início no trecho do filme “Amistad”), poder
sobre tribos, desejo de se desfazer de quem eles consideravam inimigos, vitórias na
guerra e vários outros fatores; que arrancaram essas pessoas de suas terras, e
trazidos como mercadorias para o Brasil, dentro de navios, sem nenhum cuidado
com a higiene e alimentação, mas mesmo assim procuravam manter as
“mercadorias” em bons estados, mostrando a crueldade e descaso que estas
pessoas sofriam.
A viagem poderia durar meses, assim enfrentavam a fome e as doenças,
muitas vezes causadas pelo ambiente desleixado, sem higiene, pouco espaço para
muitos, que ficavam amontoados. Em torno de vinte e cinco por cento de africanos
morriam, durante o percurso da África até o litoral brasileiro. Na chegada recebiam
uma alimentação mais reforçada e óleo no corpo para não parecem tão pálidos e
desnutridos, garantindo assim prosperidade nas vendas.
Para melhor entender como se deu a captura do africano e as dificuldades por
eles enfrentadas no decorrer do trajeto em alto mar, será apresentado um trecho do
filme “Amistad”, e após a apresentação, será feita uma análise do filme, com a
intervenção do (a) professor (a) visando orientar os alunos para que apontem as
dificuldades que os prisioneiros enfrentaram durante as viagens de transporte nos
navios.
O trecho do filme retrata o ano de 1839, onde um navio negreiro espanhol
transporta escravos africanos para Cuba na América, a angústia do se humano
sendo retirado à força de sua família e transportado como objeto ou animal, até a
costa africana, na Fortaleza de Escravos Lomboko, e dali levados para as
embarcações, onde começa o maltrato e as dificuldades, como: as tempestades, e
acúmulo de prisioneiros em espaços muito pequenos, a presença da igreja católica,
também é um marco para o consentimento da escravidão, a alimentação escassa,
oferecida como se estivesse sendo dada a animais, a forma como se desfaziam dos
escravos doentes, a chegada em Havana, Cuba, sendo vendidos em um mundo
completamente estranho e a mentalidade na época sobre a comercialização de
seres humanos como simples mercadorias.
Vídeo disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=UJYp6vcoAZ4 Acessado em 15/09/2013.
Pelas atividades desenvolvidas durante a elaboração do trabalho observa-se
que o lucro do comércio de escravos naquele momento oferecia aos próprios grupos
africanos, uma ilusão de enriquecimento. Segundo Gislane Azevedo, as sociedades
inteiras na África se desestabilizaram e a economia se desorganizou. Diversos
reinos transformaram a venda de escravos em sua principal atividade econômica,
deixando assim de apoiar seu desenvolvimento na exploração dos recursos naturais.
Nessa perspectiva, a influência mercantilista europeia na sociedade africana
representou o crescimento de algumas regiões enquanto outras foram dizimadas.
Diante dessa situação, é bom que façamos uma análise em relação à captura
de africanos escravizados retirados violentamente de suas terras em relação a
extermínios de povos inteiros na África.
Aula 4
Professor (a):
Essa unidade aborda a chegada dos negros ao Brasil (portos), os locais onde
eles eram deixados, o tempo que permaneciam aprisionados, o modo como eram
leiloados (vendidos), a forma de pagamento, as regras para a compra (família ou
individual), e a identidade dos compradores.
O planejamento desta unidade possibilitou o estudo e a compreensão mais
detalhada de fatos históricos, que deram sequência aos já citados anteriormente.
Observa-se então, que juntamente com o comércio de escravos, os portugueses se
dedicaram nas inovações de tecnologias para o plantio de cana de açúcar em
alguns territórios da África, como as ilhas de Cabo Verde, São Tomé, Luanda,
Açores e Madeira. Com exceção de Cabo Verde, as outras regiões se adaptaram ao
plantio de cana de açúcar.
De acordo com Souza (2008 p.56), desde 1520 até 1870, isto é, durante 350
anos, várias regiões da África forneceram escravos para a América. Os primeiros
foram usados pelos espanhóis na exploração da prata na região do Peru. No Brasil,
com a produção de açúcar, tabaco, algodão, ouro, diamante e café. (...) o uso do
trabalho de escravos africanos esteve na base da construção da maior parte da
América.
Nessa época, vieram para o Brasil, africanos da região da costa da Mina e de
Angola. A costa da Mina ficou conhecida por este nome por causa da fortaleza ou
castelo, de São Jorge da Mina. Também vieram, africanos comercializados da costa
oriental da África, desde o norte até o sul do país. Alguns grupos se destacaram,
dentre os quais, podemos citar: Os Bantos e os Sudaneses da região da África
ocidental e setentrional.
De acordo com IBGE (2000):
Chefes políticos e mercadores da África Centro-Ocidental (hoje região ocupada por
Angola) forneceram a maior parte dos escravos utilizados em toda a América
portuguesa. No século XVIII, o comércio do Rio de Janeiro, Recife e São Paulo era
suprido por escravos que vinham da costa leste africana (oceano Índico),
particularmente de Moçambique.
No comércio baiano, a partir de meados do século XVII e até o fim do tráfico, os
escravos eram oriundos da região do Golfo de Benin da atual Nigéria.
Durante a noite, os escravos eram levados para galpões ou armazéns, locais
apropriados para compra e venda de produtos, neste caso, os negros que seriam
negociados com os fazendeiros locais. Eles ficavam mal cobertos, ou seja, os panos
eram insuficientes para cobrir suas vergonhas, como diziam na época. No dia da
venda, ao amanhecer ficavam expostos enfileirados, e eram examinados da mesma
maneira que se examina o gado, para que a compra fosse efetivada. O que se pode
perceber é que não havia união entre os escravos trazidos para o Brasil, por que
pertenciam a grupos étnicos diferentes, e tais diferenças se manifestavam pelos
costumes, língua, etnia, e localidades de origem.
A propaganda, anunciando a venda dos escravos, acontecia através de
jornais locais, principais meio de comércio de escravos, nela não havia restrição, de
homens, mulheres e crianças. Cabe ressaltar que o local com maior venda e compra
deste produto ficava no Rio de Janeiro, na conhecida Rua do Valongo, os maiores
compradores eram donos de minas, fazendas de monocultura açucareira e cafeeira.
Atividade:
Com base nos conhecimentos adquiridos faça um comentário de no mínimo cinco
linhas em relação à citação do jornal que fala sobre a Rua do Valongo, e a
necessidade dos governantes locais em encobrir o que faz parte da história do negro
no Brasil.
Curiosidades:
http://www.neidefiori.cfh.prof.ufsc.br/livro-imagem5.htm Acessado 15/09/2013.
Rio de Janeiro: passeio pela herança africana
Por Daniela Oliveira para Inforsurhoy.com – 11/04/2013
Roteiro turístico na região do Porto Maravilha começa com a história dos escravos
que chegaram à cidade no século 19 e termina com roda de samba.
RIO DE JANEIRO, Brasil – Dois sítios arqueológicos descobertos em 2011, durante
as obras do Porto Maravilha, viraram roteiro turístico no Rio de Janeiro.
O Cais do Valongo e o Cais da Imperatriz, construídos em 1811 e 1843
respectivamente, são retratos do passado da zona portuária da cidade. Desde o fim
de 2012, eles se tornaram as principais atrações do Circuito Histórico e Arqueológico
da Celebração da Herança Africana.
Considerado o maior porto para a chegada de africanos escravizados do
mundo, o Cais do Valongo foi criado para o desembarque de mais de 500.000
escravos da África entre 1769 e 1830.
Posteriormente, foi remodelado pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny
para receber a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon, noiva do imperador Dom
Pedro II. O Cais do Valongo passou, então, a se chamar Cais da Imperatriz.
“O Cais da Imperatriz, cheio de pompa e circunstância, foi construído por cima
do Valongo para apagar a memória do Brasil escravo”, conta Herica Lima, estudante
de história e guia do projeto Meu Porto Maravilha, que mistura o passado e o futuro
da região portuária numa exposição interativa em um galpão vizinho ao monumento
histórico.
“Depois, o cais passou por várias transformações até ser aterrado em 1911. O
Valongo e a Imperatriz são os maiores achados do Porto Maravilha”, diz Herica.
Além dos cais, fazem parte do circuito histórico o Jardim Suspenso do
Valongo, um jardim romântico localizado na antiga Rua do Valongo, onde escravos
eram vendidos; a Pedra do Sal, onde o sal era descarregado pelos escravos e que,
posteriormente, virou o berço do samba carioca; e o Cemitério dos Pretos Novos,
apontado como o maior cemitério de escravos das Américas.
A Prefeitura do Rio de Janeiro planeja inaugurar até o fim de 2013 o Centro
Cultural José Bonifácio, com exposições sobre a cultura afro brasileira, e o Largo do
Depósito, que concentrava parte do mercado negreiro da região.
Com 1,2 km de extensão e presença nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo
Cristo, o trajeto do circuito foi definido pela prefeitura, moradores e representantes
de movimentos negros.
“Ainda temos que trabalhar muito na ampliação do conhecimento da história
da região, que se funde à história do Rio”, diz Alberto Silva, presidente da
Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdrup), responsável pelas obras
no porto. “Muitos nem sabiam que essa área existia.”
http://infosurhoy.com/pt/articles/saii/features/entertainment/2013/04/11/feature-03
Acessado em 17/09/2013
Aula 5
Professor (a):
Aqui veremos para onde os africanos escravizados eram levados (regiões de
maior concentração), como eram classificados quanto ao tipo de trabalho a ser
executado, e qual o tempo de trabalho diário.
Estudos mostram que o interesse por escravos nas colônias se dava na sua
maioria por homens, para que pudessem suportar serviços pesados. O número de
mulheres, crianças e idosos eram em proporção menores, mesmo assim,
infelizmente, eram explorados de forma cruel. Pois, no momento da compra não
havia uma preocupação em manter as famílias juntas, elas eram separadas sem
nenhuma preocupação, como bem se expressa Lima:
“quem comprava escravos desconsiderava os laços familiares existentes entre os
negros africanos e, se assim desejassem, separavam as crianças dos seus pais,
mulheres dos seus maridos, enfim, rompiam de vez os vínculos familiares” (GÓES;
FLORIANO. “A Paz das Senzalas”. apud LIMA, Fernanda da Silva. A História da
criança negra nas primeiras décadas do século XIX).
Pelo dito acima, percebe-se que para os trabalhos pesados como lavouras e
minas, na região nordeste e sudeste do Brasil, vieram os bantos e sudaneses,
aonde foram obrigados ao sistema escravista. Os que trabalhavam nas lavouras
moravam em habitações coletivas, as senzalas feitas de madeira e barro, um lugar
amplo sem divisórias.
Os escravos trabalhavam em torno de quinze horas diárias, ou seja, do
amanhecer até o anoitecer. Eram vigiados por capatazes e feitores, se tentassem
fugir eram capturados por capitães do mato, que recebiam por escravos
recapturados. Devido ao excesso de trabalho, má alimentação, péssimas condições
de higiene e os castigos físicos que sofriam, por isso, muitos ficavam doentes, e
manter-se vivo era uma tarefa difícil. O desempenho dos escravos em um trabalho
forçado, raramente passava de 10 anos.
Outro fator a destacar é o local, de trabalho, este basicamente acontecia no
engenho de açúcar, da senzala a lavoura, da casa de moenda a casa de purgar.
Sem ter folga, o cansaço físico era excessivo, causava acidentes frequentes, e até
mortes. Os escravos domésticos, escolhidos entre os mais bonitos, dóceis e
confiáveis, recebiam roupas melhores, alimentação mais adequada e certos
cuidados, e consequentemente viviam mais tempo. Devido a isso, foram integrados
a outros grupos, acrescentando estilos de linguagem, alimentação, religião, ritmo,
vestuário, medicinas naturais, suas vivências culturais a dos brasileiros. Nesse
contexto, o que mais chama a atenção é a culinária, cujo paladar é surpreendente,
bastante quente (apimentado), com o uso frequente do óleo de dendê, sendo muito
rico em vitamina A e a utilização de diversos peixes, a fim de enriquecer o cardápio
brasileiro.
Estas informações sobre a vinda do africano, a exploração de trabalho e a
sua colaboração para a cultura atual da sociedade brasileira, possibilitam uma
reflexão sobre a desigualdade e abusos de um povo, rico em sua terra, esquecido
como ser humano pelos próprios exploradores.
Para os estudos a seguir, o (a) professor (a), com a utilização do livro
didático, História - Gislane e Reinaldo (2010), 2° volume, tendo como objetivo,
analisar algumas imagens e textos, referentes à exploração trabalhista no período.
Atividade:
Elabore um texto descrevendo as condições de trabalho nas colônias e nos
engenhos, comparando com o texto, “Fiscais flagram trabalho escravo em fazenda
na Bahia”, as atividades ainda existentes na sociedade atual.
G1, com informações do Jornal Hoje 20/05/08.
Fiscais flagram trabalho escravo em fazenda na Bahia
Trabalhadores dizem que fazendeiro cobrou antecipadamente comida e
alojamento. Para procurador, situação deve estar se repetindo em outras fazendas
da região.
Uma denúncia levou fiscais do Ministério Público do Trabalho a uma fazenda
que escravizava trabalhadores. Impedidos de sair, eles bebiam água suja e eram
obrigados a trabalhar mais de 12 horas sem equipamento adequado.
Barracos improvisados com cobertura de lona. Camas feitas com pedaços de
madeira. Para beber e fazer a comida, os trabalhadores tinham que retirar de
um poço artesiano uma água suja e barrenta.
Essa era a situação na Fazenda Gameleira, no município de Riachão das
Neves, na região oeste da Bahia. Os trabalhadores eram obrigados a enfrentar uma
jornada de 12 horas por dia, no meio do mato, sem botas e sem luvas.
De acordo com os trabalhadores, o dono da fazenda cobrou antecipadamente
a comida e o aluguel dos barracos. Os fiscais flagraram o trabalho escravo na
fazenda depois que um trabalhador conseguiu fugir e denunciar o problema.
O fazendeiro vai ser processado por promover trabalho escravo. O MP
acredita que essa situação possa estar se repetindo em outras fazendas do oeste da
Bahia.
Segundo o MP, o oeste da Bahia; a região do Bico do Papagaio, no
Tocantins; o sul do Pará; e o estado de Mato Grosso são as áreas que concentram a
maior parte dos casos de trabalho escravo no Brasil. Só no ano passado (2007), em
197 fazendas de todo o país foram libertados mais de 5.800 trabalhadores.
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL477306-5598,00-
FISCAIS+FLAGRAM+TRABALHO+ESCRAVO+EM+FAZENDA+NA+BAHIA.html
Acessado em 17/09/2013.
O vídeo é um documentário sobre a cultura, local de trabalho dos escravos, hábitos,
explicação de diversas expressões culturais e idiomáticas.
http://www.youtube.com/watch?v=SNwHTPGsYak Acessado 27/11/2013.
Aula 6
Professor (a):
Nesta unidade trataremos do tema sobre as senzalas, hábitos alimentares, o
que vestiam e como dormiam.
Esse estudo mostra que os escravos eram levados para as senzalas, a qual
fazia parte de um complexo de habitações existentes, localizada nos engenhos de
açúcar ou nas minas de fazendas de café. A senzala, termo defino por Albuquerque
(p.78) como “residência de serviçais em propriedade agrícola” era uma espécie de
galpão onde ficavam alojados.
Pelas palavras do autor percebe-se que naquele local não havia nenhum tipo
de privacidade, todos ficavam em ambiente amplo e sem divisórias, em algumas
fazendas havia mais de um alojamento onde eram separados homens de mulheres,
e outros com divisórias para casais com filhos. Como passavam a maior parte do dia
no ofício que lhe era designado, a senzala era basicamente para passarem a noite.
Em algumas, existiam instrumentos de aprisionamentos, onde os escravos ficavam
acorrentados para que não fugissem. Nesse ambiente, havia poucos acessórios,
alguns dormiam no chão batidos e outros em camas que eram basicamente feitas de
palhas. Isso faz lembrar os colchões de palhas dos nossos avós, quem sabe vem
daí o uso tão comum, na cultura italiana e polonesa no Brasil.
Pelas informações acima se observa que o trabalho árduo exige repor as
energias gastas, o correto então, seria consumir alimentos nutritivos e consistentes,
porém, isso não ocorria, havia o descaso dos seus senhores, muitos deles juntavam
as sobras de suas casas, e levavam para as senzalas, lá as mulheres cozinhavam,
utilizando alguns ingredientes que eram usados na África, como o leite de coco,
azeite de dendê, pimenta, óleo da palmeira entre outras variedades. Quando se
utilizava a carne de porco, as melhores partes do porco ficavam para os senhores,
enquanto as orelhas e os pés de porco, linguiça, carne-seca, eram misturados com o
feijão, onde se originou a feijoada.
Quanto às vestimentas, estas eram bastante simples, feitas com tecidos
rústicos, como os de algodão-cru. Mas, como muitos africanos tinham em sua
cultura conhecimento de coser, seus vestuários eram com estilos diferenciados,
quando esses escravos conseguiam alguns trocados, compravam tecidos de
mascates e assim diversificavam seu vestuário. Já em outras regiões os senhores
foram denunciados pelos seus escravos na justiça local, por oferecer uma única
peça de roupa, o ano todo. Basicamente para os homens eram calças de algodão e
camisas (duas peças de cada/ano), a maioria das mulheres usavam saias ou
vestidos longos e turbantes.
Em algumas senzalas o estilo de se vestir diferenciava com a hierarquia dos
grupos e conforme os ofícios de trabalho, como artesãos, alfaiates, ferreiros entre
outros. Cabe ressaltar, que nessa época existia lei que amparava os escravos, com
auxilio quanto alimentação, terras para plantio e vestuário.
http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/uma%20historia%20do%20negro%20no%
20brasil_cap03.pdf Acessado em 28/09/2013
Atividade:
Tendo como base os conhecimentos adquiridos e, levando em consideração
outras referências, realizar em grupo, pesquisa, a qual deve ser transcrita nos
cadernos, priorizando o registro das condições de trabalho dos homens e das
mulheres no sistema escravista.
Aula 7
Professor (a):
Esta unidade dará ênfase aos temas: Desenvolvimento das crianças negras
escravas ou libertas e implantação de educação da história e cultura afro brasileira e
africana no Brasil, conforme o que diz a lei 10.639/03.
Atividade:
Elaborar uma redação abordando a aplicação da Lei 10.639/03, alterada pela
Lei 11.645/08, a qual define o estudo de história, valorizando o negro, no sentido de
promover a igualdade, oportunizando meios de resgatar a sua identidade. Não se
esqueça de dar sua opinião quanto à lei, os resultados que deveriam ser
alcançados, e os meios para se chegar ao resultado esperado.
Pelas pesquisas realizadas compreende-se que o processo de escravidão
acontecia a partir do nascimento da criança negra, em território brasileiro, “No Brasil
entre os cativos predominava a população adulta. Na média as crianças
representavam apenas dois entre cada dez cativos”. (GÓES, 2004).
Nesse contexto, observa-se que poucas crianças chegavam a se tornar
adultas. Os escravos com menos de dez anos correspondiam a um terço dos cativos
falecidos; dentre estes, dois terço morriam antes de completar 1ano de idade e 80%
até 5 anos.
Mary Del Priore no artigo O cotidiano da criança livre no Brasil entre a Colônia e o Império divide a infância em 3 fases, cujas características variavam de acordo com a condição social e jurídica dos pais. A primeira fase iniciava-se no nascimento e terminava aos 3 ou 4 anos de idade, período que marcava o fim da amamentação. Entre os 5 e 7 anos as crianças entravam na segunda fase, quando passavam a acompanhar os pais na lida. A terceira fase iniciava na transição dos 7 para os 8 anos ate aos 14 anos, etapa de aprendizado para os infantes, como a pratica de pequenos trabalhos, ofícios ou estudo das letras nas escolas regias. (MOTTA, 2009).
Na atualidade, percebe-se que o ensino da história e cultura afro brasileira e
africana no Brasil sempre foi lembrado nas aulas de História com o tema da
escravidão negra africana, porém sabe-se que essa é uma concepção ultrapassada,
e que precisa e deve ser mudada. Nesse sentido, as leituras pretendem promover
uma reflexão acerca da Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, A qual torna
obrigatório o ensino da história e cultura afro brasileira e africana em todas as
escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.
No primeiro momento a reflexão precisa contemplar a palavra escravo, que foi
atribuída a pessoas em determinadas condições de trabalho, pois, entende-se que
essa palavra escravo não existiria sem o trabalho que e as condições que esses
indivíduos viviam.
No que, refere-se à sala de aula e ao escravo africano, verifica-se que há um
equívoco, pois ninguém é escravo, as pessoas foram e são escravizadas. O termo
escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, ou seja, além trazer à tona
a ideia de que ser escravo é uma condição inerente aos seres humanos, também
possui um significado preconceituoso e pejorativo, que foi sendo construído durante
a história da humanidade. Além disso, nessa mesma visão, o negro africano aparece
na condição de escravo submisso e passivo.
Sabe-se que a Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o
estudo da história e cultura afro brasileira e africana. Sendo assim, os professores
devem abordar em sala de aula, de forma interdisciplinar a cultura afro brasileira
como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são
considerados como sujeitos históricos. Essa abordagem precisa valorizar o
pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura
(música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Aulas 8 e 9
Professor (a):
A presente unidade discutirá as características dos quilombos e sua relação
com o MST.
Atividade:
Promover em sala de aula um debate sobre as lutas de posse de terras na
região, citando o MST do Assentamento do Rio Bonito do Iguaçu, analisando o que
este tem de semelhança com luta dos quilombos e no que os diferencia. Fazer um
levantamento de conhecimentos prévios para saber se eles conhecem
pessoalmente algum quilombo; o que sabem sobre a luta dos negros pelo
reconhecimento de posse dessas terras; de que maneira houve o direito de
legalização das terras. Após o debate, fazer com que o aluno busque conhecer a
origem do símbolo do movimento abolicionista a “Camélia” e relatar. Na sequência
passar o nome dos quilombos por região, para cada grupo localizar no mapa,
concluindo com a criação de um mapa feito por grupo, após expor no mural da sala.
Para saber:
Principais quilombos brasileiros:
a) Bahia: Quilombo do rio Vermelho, Quilombo do Urubu, Quilombo de Jacuípe,
Quilombo de Jaguaribe, Quilombo de Maragogipe, Quilombo de Muritiba, Quilombos
de Campos de Cachoeira, Quilombos de Orobó, Tupim e Andaraí, Quilombos de
Xiquexique, Quilombo do Buraco do tatu, Quilombo de Cachoeira, Quilombo de
Nossa Senhora dos Mares, Quilombo do Cabula, Quilombos de Jeremoabo,
Quilombo do rio Salitre, Quilombo do rio Real, Quilombo de Inhambuque e
Quilombos de Jacobina até o rio São Francisco;
Nota: Stuart B. Schwartz conseguiu listar 35 quilombos na região da Bahia entre os
séculos XVII, XVIII e XIX.
b) Sergipe: Quilombo de Capela, Quilombo de Itabaiana, Quilombo de Divina
Pastora, Quilombo de Itaporanga, Quilombo do Rosário, Quilombo do Engenho do
Brejo, Quilombo de Laranjeiras, Quilombo de Vila nova, Quilombo de São Cristóvão,
Quilombo de Maroim, Quilombo de Brejo Grande, Quilombo de Estância, Quilombo
de Rosário, Quilombo de Santa Luíza, Quilombo de Socorro, Quilombo do rio
Cotinguiba e Quilombo do rio Vaza Barris;
c) Pernambuco: Quilombo do Ibura, Quilombo de Nazareth, Quilombo de Catucá
(extensão do Cova da Onça), Quilombo do Pau Picado, Quilombo do Malunguinho,
Quilombo de Terra Dura, Quilombo do Japomim, Quilombos de Buenos Aires,
Quilombo do Palmar, Quilombos de Olinda, Quilombo do subúrbio do engenho
Camorim, Quilombo de Goiana e Quilombo de Iguaraçu;
d) Maranhão: Quilombo da lagoa Amarela (Preto Cosme), Quilombo do Turiaçu,
Quilombo de Maracaçamé, Quilombo de São Benedito do Céu e Quilombo do
Jaraquariquera;
e) Paraíba: Quilombo do Cumbe, Quilombo da serra de Capuaba, Quilombo de
Gramame (Paratuba) e Quilombo do Livramento;
f) Rio Grande do Sul: Quilombo do negro Lúcio (ilha dos Marinheiros), Quilombo do
Arroio, Quilombo da serra dos Tapes, Quilombo de Manuel Padeiro, Quilombo do
município de Rio Pardo, Quilombo na serra do Distrito do Couto e Quilombo no
município de Montenegro;
Nota: a interrogação posta depois do quilombo do município de Montenegro significa
que as fontes informativas não são conclusivas quanto à sua existência; o quilombo
de Manuel Padeiro é chamado, em algumas fontes, de Manuel Pedreiro.
g) Santa Catarina: Quilombo da Alagoa (Lagoa) e Quilombo da Enseada do Brito;
h) Minas Gerais: Quilombo do Ambrósio (Quilombo Grande), Quilombo do Campo
Grande, Quilombo do Bambuí, Quilombo do Andaial, Quilombo do Careca, Quilombo
do Sapucaí, Quilombo do morro de Angola, Quilombo do Paraíba, Quilombo do
Ibituruna, Quilombo do Cabaça, Quilombo de Luanda ou Lapa do Quilombo,
Quilombo do Guinda, Lapa do Isidoro, Quilombo do Brumado, Quilombo do Caraça,
Quilombo do Inficionado, Quilombos de Suçuí, Paraopeba, Quilombos da serra de
São Bartolomeu, Quilombos de Marcela e Quilombos da serra de Marcília;
Nota: Carlos Magno Guimarães conseguiu listar 116 quilombos em minas Gerais no
século XVIII.
i) São Paulo: Quilombos dos Campos de Araraquara, Quilombo da cachoeira do
Tambaú, Quilombos à margem do rio Tietê, no caminho de Cuiabá, Quilombo das
cabeceiras do rio Corumateí, Quilombo de Moji-Guaçu, Quilombos de Campinas,
Quilombo de Atibaia, Quilombo de Santos, Quilombo da Aldeia Pinheiros, Quilombo
de Jundiaí, Quilombo de Itapetininga, Quilombo da fazenda Monjolinhos (São
Carlos), Quilombo de Água Fria, Quilombo de Piracicaba, Quilombo de Apiaí (de
José de Oliveira), Quilombo do Sítio do Forte, Quilombo do Canguçu, Quilombo do
termo de Parnaíba, Quilombo da freguesia de Nazaré, Quilombo de Sorocaba,
Quilombo do Cururu, Quilombo do Pai Felipe e Quilombo do Jabaquara;
j) Rio de Janeiro: Quilombo de Manuel Congo, Quilombos às margens do rio
Paraíba, Quilombos na serra dos Órgãos, Quilombos da região de Inhaúma,
Quilombos dos Campos de Goitacazes, Quilombo do Leblon, Quilombo do morro do
desterro e Bastilhas de Campos (quilombos organizados pelos abolicionistas
daquela cidade);
l) Amapá: Oiapoque, Calçoene e Mazagão;
m) Pará: Alenquer (rio Curuá), Óbidos (rio Trombetas e Cuminá), Caxiu, Cupim,
Alcobaça (hoje Tucuruí), Cametá (rio Tocantins), Mocajuba (litoral atlântico do Pará),
Gurupi (atual divisa entre o Pará e o Maranhão) e Anajás (lagoa Mocambo, ilha de
Marajó);
n) Maranhão: Turiaçu (rio Maracaçume) e Turiaçu (rio Turiaçu);
n) Mato Grosso: Quilombo nas vizinhanças do Guaporé, Quilombo da Carlota
(denominado posteriormente Quilombo do Piolho), Quilombos à margem do rio
Piolho, Quilombo de Pindaituba, Quilombo do Motuca e Quilombo de Teresa do
Quariterê;
http://www.projetoseducacionais.com/2007/09/chegada-dos-primeiros-negros.html
Acessado em 08/10/2013.
o) Paraná: Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Candói, Castro, Campo largo, Cerro Azul,
Curiúva, Dr. Ulysses, Guarapuava, Guairá, Guaraqueçaba, Ivaí, Lapa, Palmas,
Pinhão, Ponta Grossa, São Miguel do Iguaçu, Reserva do Iguaçu e Turvo, entre
outros.
http://quilombospr.blogspot.com.br/ Acessado em 08/10/2013.
Aula 10
Professor (a):
Nesta unidade os alunos deverão realizar pesquisas sobre as leis
abolicionistas que influenciaram o período da escravidão no Brasil, quando foram
criadas, quem as criou, o que levou estas leis a serem criadas e as leis atuais
criadas para a igualdade racial.
Estudos relatam que com a chegada dos portugueses no Brasil, inicia-se
também um dos processos mais desumanos, o processo da utilização de mão de
obra escrava, pessoas que eram vendidas como mercadorias, submetidas a
trabalhos forçados, por períodos prolongados, poucos vestimentas, moradias
desconfortáveis e a alimentação inadequada. Porém com o passar dos anos, a fim
de amenizar ou pressionados por circunstância da época, foram implantadas leis
que sinalizavam esperança para aqueles que sofriam dia após dia, no entanto,
poucos se beneficiaram, pois as leis não supriam as necessidades vigentes, já que
havia um intervalo distante entre uma e outra. Atualmente observa-se que, tenta-se
desenvolver um trabalho que vise buscar o reconhecimento e a igualdade, sem
discriminação de raça ou cor.
Para saber:
Conheça algumas leis abolicionistas:
a) Lei Bill Aberdeen – 1845
Promulgada no dia 8 de agosto de 1845, a Lei Bill Aberdeen proibia o tráfico
de escravos entre a África e a América.
b) Lei Eusébio de Queirós – 1850
Aboliu de vez o tráfico de escravos nos navios negreiros. Como a Inglaterra
estava determinada a eliminar o tráfico, o Brasil encontrou apenas essa solução.
Aprovada no dia 4 de setembro de 1850, essa lei se diferencia das outras leis
que proibiam o tráfico pelo fato de terem maior apoio dos chefes de polícia e um
fortalecimento nas fiscalizações de navios negreiros. Assim, os escravagistas
tiveram de encontrar outra maneira de arranjar mão de obra.
Lei do Ventre Livre – 1871
Projeto de lei aprovado no dia 28 de setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre
libertava todos os filhos de escravos nascidos a partir da aprovação da lei. De
acordo com a lei, os filhos dos escravos teriam duas opções, ou ficavam com seus
pais até os 21 anos ou seriam entregues ao governo.
Lei dos Sexagenários – 1885
Projeto proposto pelo deputado Rui Barbosa, a Lei dos Sexagenários libertava
todos os escravos acima de 60 anos, tendo os proprietários direito a compensação
financeira para ajudar os ex-escravos. Assim como na Lei de Ventre Livre,
proprietários de escravos jamais foram indenizados.
Lei Áurea – 1888
No dia 13 de maio de 1888, foi sancionada a Lei Áurea, que extinguia a
escravidão no Brasil. Assinada pela princesa Isabel, essa lei foi uma luta de todas as
leis aprovadas antes, mas houve destaque no esforço e empenho da princesa
Isabel, primeira mulher no Brasil a assumir uma chefia de Estado no continente
americano.
http://racismo-no-brasil.info/mos/view/Escravid%C3%A3o_no_Brasil/ Acessado em
12/10/2013.
Na modernidade a luta pela igualdade continua através dos meios de
comunicação, focando os movimentos sociais ou meios políticos. Além das leis que
amparam esses movimentos, há também estatutos que garantem os direitos
humanos desses grupos. Cita-se como exemplo o estatuto da igualdade racial.
Estatuto da Igualdade Racial - Lei 12288/10
Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010.
Publicado por Presidência da Republica (extraído pelo JusBrasil) - 3 anos atrás
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029,
de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de
2003. Ver tópico (1543 documentos)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra
a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos
e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Ver tópico (10
documentos)
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: Ver tópico (3 documentos)
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência
baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em
qualquer outro campo da vida pública ou privada; Ver tópico
II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de
bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica; Ver tópico
(...)
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/823981/estatuto-da-igualdade-racial-lei-12288-10 Acessado em 14/10/2013.
Aulas 11 e 12
Professor (a):
Esta unidade retratará o povoamento do território brasileiro a partir do
descobrimento do Brasil, considerando o desembarque dos Africanos trazidos com o
intuito de escravização, onde serão analisados os eventos marcantes em cada
período, a quantidade de escravos trazidos e as leis criadas. A apresentação
ocorrerá em aproximadamente 38 slides (PowerPoint).
Pelas leituras realizadas entende-se que a descoberta do Brasil se mistura
com uma crise na Europa devido à decadência do feudalismo. Portugal, que é
favorecido pela posição geográfica, se lança através do Oceano Atlântico em busca
de riquezas. Na busca do caminho para as Índias, em 1500, acabaram conquistando
a costa africana, nossa história começava ali. Sabe-se que no Brasil existiam entre 4
e 8 milhões de índios que falavam cerca de 170 línguas diferentes. As principais
tribos eram Tupi-guarani, Caraíba, Tapuia ou Jê e Nuaruaque.
Cabe ressaltar que, em 1546 existiam poucos escravos na colônia, 44 anos
depois já eram aproximadamente 36 mil, onde a maior mão de obra era usada no
cultivo de café e na produção da cana de açúcar.
Exemplo de Slide:
http://brasil500anos.ibge.gov.br/ Acessado em 20/10/2013.
Aula 13 e 14
Professor (a):
A presente unidade terá como objetivo fazer com que os alunos conheçam e
valorizarem a cultura afrodescendente, para isso será solicitado uma pesquisa
individual, a qual fará parte de uma apresentação em sala de aula, e posteriormente
utilizada como exposição para as demais turmas. A avaliação dar-se-á conforme os
requisitos utilizados, entre eles: desenvoltura, conhecimento e pontualidade.
Os meios de comunicação anunciam diariamente que o Brasil, na atualidade,
é considerado o país de maior economia da América latina, a sétima maior do
mundo por PIB nominal, sendo o quinto maior do mundo em área territorial, banhado
pelo oceano Atlântico, possui mais de 7.000 km de litoral. Nesses 500 anos, sofreu
mudança de regime de governo, mudanças de moeda, um país multicultural, aqui
moram pessoas com origem de várias partes do mundo, algumas chegaram no
início da colonização, outras chegaram durante outras políticas governamentais, no
entanto, todas trazem consigo a sua cultura.
Para reforçar o conhecimento do aluno, no decorrer das aulas serão
distribuídos os temas, pelos quais os estudantes realizarão pesquisas no laboratório
de informática e na biblioteca da escola, sendo supervisionado e orientado pelo (a)
professor (a), cada qual deverá registrar informações que fundamentará a
preparação de sua apresentação. A apresentação ocorrerá em sala de aula,
devendo ser utilizadas as TICs ou o material mais apropriado.
Temas que deverão fazer parte da pesquisa:
1) Personalidades Afrodescendentes que se sobressaíram e que hoje são
tomadas como referência. Requisito: Constar bibliografia, imagens e área onde
atua ou atuou.
2) Culinária. Requisito: Constar receitas e pratos preparados.
3) Instrumentos musicais, músicas e Danças. Requisito: Constar som e
instrumentos musicais, se não for possível, imagens, no entanto as músicas e as
danças devem ser apresentadas com som e vídeo.
4) Vestimentas, Penteados de Cabelos e adornos. Requisito: Constar
vestimentas, penteados de cabelos e adornos, se não for possível, imagens.
5) Religiões. Requisito: Constar os nomes com seus respectivos deuses e
significados, os quais devem ser apresentados em PowerPoint.
http://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/3_V.php. Acessado em
28/10/2013.
Aulas 15 e 16
Professor (a):
Esta unidade será destinada a realização da avaliação, tendo como finalidade
verificar os conhecimentos adquiridos durante a aplicação das atividades, contendo
questões descritivas e alternativas.
Avaliação:
Todo trabalho necessita ser avaliado, e nesse sentido, busca-se através da
avaliação conhecer os avanços obtidos pelos alunos durante o desenvolvimento das
propostas pedagógicas planejadas nas unidades acima. As questões propostas na
avaliação são:
1) Qual a origem dos africanos trazidos ao Brasil, como viviam e seus hábitos
(culinária, religião, vestimenta, línguas e músicas e danças)?
2) Como ocorreu à captura na África, o transporte em navios, alimentação e a
higiene durante o transporte?
3) Quando chegavam ao Brasil onde os escravos permaneciam, onde eram
vendidos, como era procedida a venda e quem eram os compradores?
4) Onde se concentravam as maiores regiões escravistas, como eram as atividades
desenvolvidas e qual o tempo diário de trabalho?
5) Nos locais de trabalho, onde moravam os escravos, do que se alimentavam e o
que vestiam?
6) Como era o desenvolvimento de uma criança negra nascida no ambiente
escravista?
7) Quando ocorria fuga, onde o escravo se refugiava? Em caso de captura, quais os
procedimentos em relação ao escravo fugitivo?
8) Quais eram as características dos quilombos, e quais eram os mais conhecidos?
9) Qual era número de escravos trazidos ao Brasil retratado na linha do tempo.
Aula 17
Professor (a):
A presente unidade contemplará na primeira apresentação de trabalho pelos
alunos sobre a pesquisa das leis, esta apresentação terá dupla finalidade: Uma trará
todo o histórico das leis criadas em seus respectivos períodos, fatos que levaram
essas leis a serem criadas, abordando os efeitos com a implantação das leis. A
outra finalidade é a utilização desta apresentação como referência para um debate.
Atividade:
Cada aluno fará a apresentação de sua pesquisa explanando as leis, fazendo
comentários e interagindo com os demais alunos através de questionamentos ou
esclarecimentos de dúvidas, caso necessário poderá ocorrer o auxílio do (a)
professor (a).
Exemplo de Lei:
A carta original da Lei Áurea
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea Acessado em 29/10/2013.
Aulas 18 e 19
Professor (a):
A unidade apresentará um debate sobre as leis existentes, onde terá como
participação um Moderador (professor (a)) e Debatedores (alunos).
Atividade:
O debate terá como finalidade conscientizar os educandos sobre a
importância de se conhecer as leis, pois assim poderão futuramente exercer sua
cidadania. Nessa atividade será, oportunizado uma discussão amigável, e por meio
da socialização promover momentos de reflexão, relacionando as leis, a eficácia ou
não de sua aplicação, bem como a necessidade da criação de novas leis.
Exemplo de Lei:
Presidência da República
Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.
Mensagem de veto
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da Rede
de Ensino a obrigatoriedade da temática "História
e Cultura Afro brasileira", e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o A Lei n
o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida
dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da
História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro brasileira serão ministrados no âmbito
de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira.
§ 3o (VETADO)"
"Art. 79-A. (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’."
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115
o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.1.2003
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm Acessado em 29/10/2013.
Para saber:
Composição do debate e regras:
O debate é dividido em duas partes: Moderador (professor (a)) que fará as
regras, a delimitação de tempo, abrirá espaço para os argumentos, interrompendo,
avaliando os argumentos, dá início e encerra o debate. A outra parte é dos
Debatedores (alunos), ou seja, os que vão interagir no debate, procurando dar sua
opinião, ressaltando alguns pontos, formulando questões, tirando conclusões e
indicando sugestões.
Aula 20
Professor (a):
Nessa unidade será realizada apresentação referente à pesquisa de
personalidades afrodescendentes que se destacaram numa realidade de poucas
oportunidades, servindo de referência para muitos que almejam um crescimento
pessoal.
Recursos necessários para apresentação do aluno:
a) Computador (Notebook);
b) Data Show ou TV pendrive:
Desenvolvimento:
Cada aluno fará apresentação das personalidades escolhidas, retratando as
imagens e bibliografia. Exemplo de personalidade:
Gilberto Passos Gil Moreira, mundialmente conhecido como Gilberto Gil, (Salvador, 26 de junho de 1942) é um político, cantor, compositor, multi-instrumentista, escritor, ambientalista, empresário, e intelectual brasileiro, conhecido por sua inovação musical e por ser ganhador de prêmios Grammys, Grammy Latino, galardoado pelo governo francês, com a Ordem Nacional do Mérito (1997), e pela UNESCO como "artista pela paz", em 1999. Gil
foi embaixador da ONU para agricultura e alimentação e ex-ministro do Brasil (2003–
2008). Em mais de cinquenta álbuns lançados, ele incorpora a gama eclética de suas influências, incluindo rock, gêneros tipicamente brasileiros, música africana e reggae, por exemplo.
Site para Pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_afro-brasileiros. Acessado em 02/11/2013.
Aula 21
Professor (a):
A atividade desenvolvida nesta unidade será apresentação referente à
pesquisa da culinária brasileira com origem africana, os pratos mais conhecidos, os
ingredientes comuns e especiarias não tão comuns de serem encontradas em
determinadas regiões do país.
Recursos necessários para apresentação do aluno:
a) Computador (Notebook);
b) Data Show ou TV pendrive:
Desenvolvimento:
Cada aluno fará apresentação das receitas, origem e pratos prontos, onde os
alunos poderão experimentar e comentar.
Exemplo de alimento:
Acarajé é uma especialidade gastronômica da culinária afro brasileira feita de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frita em azeite de dendê. O acarajé pode ser servido
com pimenta, camarão seco, vatapá, caruru.
Site para Pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acaraj%C3%A9. Acessado em 02/11/2013.
Aula 22
Professor (a):
A proposta desta unidade será a apresentação referente à pesquisa de
instrumentos musicais, som e danças. Os quais fazem parte do nosso cotidiano.
Recursos necessários para apresentação do aluno:
a) Computador (Notebook);
b) Data Show.
c) Som ou TV pendrive.
Desenvolvimento:
Esta apresentação tem como finalidade reconhecer a influência africana
através da música, dança e instrumentos musicais na cultura brasileira, pois diversos
ritmos que estão na mídia, fazem parte desse processo de inserção da cultura
Africana no nosso dia a dia.
Exemplo de Música e Dança:
Site para Pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba. Acessado 02/11/2013.
Aula 23
Professor (a):
A atividade prevista na unidade é apresentação referente à pesquisa de
vestimentas, cabelos e adornos.
Recursos necessários para apresentação do aluno:
a) Computador (Notebook);
b) Data Show ou TV pendrive:
Desenvolvimento:
Esta apresentação visa identificar traços da origem africana, onde o foco é a
vestimenta usada, os tipos de penteados em cabelos e os adornos. Essa
identificação é recorrente principalmente na região nordeste do país. Sabe-se que a
vestimenta com origem afrodescendente possui desfiles e marcas exclusivas, com
traços inconfundíveis que vem ganhando espaço no mercado modista. Os cabelos
estão cada vez mais na mídia, seja através das novelas e de personalidades
afrodescendentes, os quais usam o estilo Black, tranças embutidas e rastafári, entre
outras. A linha de adornos (brincos, pulseiras, colares, bolsas e anéis) também está
fazendo o maior sucesso, de origem natural, desenvolvidos através de materiais
como açaí, babuçu, coco, cipó, pau-brasil entre outros, vem ganhando mídia e
espaço no mercado. Onde encontramos diversas marcas.
Exemplo de Vestimenta:
Exemplo de Penteado de Cabelo:
Site para Pesquisa:
http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?cat=285
http://www.viamaxi.com.br/wp-content/uploads/2011/11/Cabelos_Afro.jpg
Acessados em 27/11/2013.
Aula 24
Professor (a):
Nesta unidade será realizada a apresentação referente à pesquisa das
religiões.
Recursos necessários para apresentação do aluno:
a) Computador (Notebook);
b) Data Show ou TV pendrive:
Desenvolvimento:
Pelos estudos realizados descrever como foi à implantação das religiões de
origem Africana, pois no início da colonização era proibido qualquer outro tipo de
religião, onde a predominância era católica. O que é cultuado, como é o
funcionamento de cada religião, o que são os orixás e quais as religiões
predominantes no Brasil.
Momento de ritual:
Os Orixás e seus respectivos significados:
ORIXÁS CULTUADOS NO BRASIL
ORIXÁS
Oxalá O mais elevado dos deuses iorubás
Ogum Deus dos guerreiros
Xangô Deus do trovão
Oxum Deusa das águas doces, da fecundidade e do amor
Oiá-Iansã Deusa das tempestades, dos ventos e dos relâmpagos
Oxóssi Deus dos caçadores
Iemanjá Deusa dos mares e oceanos
Obaluaê - Omolu
Deus da varíola e das doenças
Oxumaré Deusa da chuva e do arco-íris
Exu Mensageiro e guardião dos templos, das casas das pessoas
Ossain Divindade das plantas medicinais e litúrgicas
Obá Deusa dos rios
Nanã Deusa da lama
Logun Edé Deus andrógino, considerado o príncipe das matas
Ibejis Deuses da alegria, das brincadeiras e da infância
Olodumaré Deus supremo. Criador dos orixás
Site para Pesquisa:
http://www.pime.org.br/mundoemissao/religafrobras.htm Acessado em 18/11/2013.
Aulas 25 e 26
Professor (a):
A proposta aqui será a realização da avaliação das atividades desenvolvidas,
com a finalidade de verificar a eficácia do debate sobre as leis e das apresentações
envolvendo os diversos conteúdos abordados. Cabe ressaltar que a avaliação
conterá questões descritivas.
Avaliação:
1) Pelos conhecimentos adquiridos sobre as leis, tendo em vista as consequências
que elas podem causar, você tem conhecimento de quais leis ainda estão
tramitando no congresso e câmara federal, e de quais ainda se fazem necessário
em busca de reconhecimento e igualdade.
2) Cite algumas das personalidades apresentadas, e outras que você conhece, e
diga o que elas representam para a cultura brasileira?
3) Cite os pratos típicos da culinária que foram relatados, os ingredientes mais
conhecidos e os mais difíceis de serem encontrados em nossa região, e diga qual
dentre os pratos que foram provados, durante as apresentações, em sua opinião é o
mais saboroso?
4) Dos instrumentos musicais apresentados, quais você já conhecia? Que ritmo de
música mais lhe atrai, e quais as danças que você nem imaginava ser de origem
Africana?
5) Em sua opinião o que mais caracteriza uma roupa de origem Africana? Você
conhece alguma marca de roupa exclusiva Africana, já usou, ou conhece alguém
que tenha penteado de cabelo Africano?
6) Quais das religiões apresentadas, existe alguma delas em nossa cidade, o que é
cultuado e o que são Orixás?
Aulas 27 e 28
Professor (a):
Esta parte tratará da organização da exposição, verificação de materiais,
ensaios e programação.
Os alunos supervisionados pelo professor definirão as estratégias da
exposição, cada um ficará responsável por apresentar sua pesquisa conforme o
tema trabalhado em sala de aula.
O local mais apropriado para a exposição dos trabalhos será o saguão da
escola, desde que a direção concorde, autorize e incentive os demais alunos, equipe
pedagógica, professores, funcionários e comunidade, para que participem, visitem, e
valorizem o trabalho exposto pelos colegas.
Os materiais utilizados podem ser variados, painéis, imagens, som, vídeos,
vestimentas, equipamentos musicais, pratos típicos da culinária, entre outros de
acordo com a criatividade dos alunos (os alunos terão liberdade de convidar
pessoas da comunidade para assistir ou colaborar com a exposição).
Aulas 29 e 30
Professor (a):
A proposta será a exposição dos trabalhos desenvolvidos nas pesquisas.
Cada aluno organizará e apresentará sua pesquisa, terá liberdade para
criativamente, recepcionar os visitantes, expondo os conhecimentos adquiridos da
melhor maneira possível. O professor atuará em duas frentes: A primeira será
supervisionando a exposição. E a segunda será avaliar os alunos, levando em conta
a participação, qualidade e originalidade dos trabalhos desenvolvidos.
Aulas 31 e 32
Professor (a):
Nesse espaço será realizado um momento de reflexão sobre os trabalhos
apresentados, para verificar os conhecimentos adquiridos, os pontos positivos, os
pontos negativos, bem como a análise das dificuldades encontradas, e o
planejamento das possíveis estratégias de intervenção.
Essa estratégia terá como finalidade realizar uma retrospectiva de todas as
atividades realizadas, na tentativa de contribuir para que todos adquiram maior
quantidade de informações, oportunizando uma nova visão em relação à pessoa e a
cultura afrodescendente. Cabe enfatizar, nesse trabalho, desenvolver o senso crítico
do aluno, será prioridade, em consideração a contribuição desse povo sofrido, os
escravos, que como se pode compreender, mesmo contra a vontade se fez
presente, e foi à base para o crescimento econômico do Brasil. E, que infelizmente,
por muitos, e muitos anos, foi esquecido e suprimido por uma sociedade injusta.
Atualmente, muitos trabalhos estão sendo realizados por vários grupos, a fim de
valorizar o negro e sua cultura, visando o resgate da igualdade e dignidade desse
povo. No entanto, sabe-se que isso vai levar um tempo, e dependerá de cada ser,
independente de cor, raça ou classe social fazer a sua parte.
http://www.projetoseducacionais.com/2007/09/chegada-dos-primeiros-negros.html
Acessado 25/11/2013.
Referências Bibliografia
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Autêntica Editora, 2010.
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Sites para Pesquisa:
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http://www.mundojovem.com.br/artigos/religioes-de-matriz-africana
http://www.slideshare.net/victormelo77715/a-frica-atlntica
http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/27brasil.htm