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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ (UNESPAR)

CURITIBA - CAMPUS I/EMBAP

MARIO FERNANDO VERONEZ

DESSACRALIZAÇÃO DO CORPO HUMANO NAS ARTES VISUAIS - CONSTRUÇÕES TRIDIMENSIONAIS CONTEMPORÂNEAS

CURITIBA 2015

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MARIO FERNANDO VERONEZ

DESSACRALIZAÇÃO DO CORPO HUMANO NAS ARTES VISUAIS - CONSTRUÇÕES TRIDIMENSIONAIS CONTEMPORÂNEAS

Artigo apresentado à Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR - Curitiba - Campus I/EMBAP, e à Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED-PR - Programa de Formação Continuada, intitulado, Programa de Desenvolvimento Educa-cional - PDE. Orientadora: Prof

a. D

ra. Carina Maria Weidle

CURITIBA 2015

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DESSACRALIZAÇÃO DO CORPO HUMANO NAS ARTES VISUAIS - CONSTRUÇÕES TRIDIMENSIONAIS CONTEMPORÂNEAS

Mario Fernando Veronez1

Carina Maria Weidle2

RESUMO

Este artigo traz uma síntese analítica do processo de implementação do projeto de intervenção pedagógica que tem por título, Escultura Contemporânea - Dessacrali-zação Do Corpo Humano Nas Artes Visuais Através De Construções Tridimensio-nais Contemporâneas. Foi realizado junto aos alunos do 1º ano do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins, no Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED - PR, edição 2014/2015. O projeto de intervenção está voltado ao estudo do Corpo indagando o papel que e-xerce na sociedade e como é visto na Arte Contemporânea. A escolha do tema se alinha aos estudos e trabalhos de artistas que trazem nas pesquisas a Escultura Contemporânea. Os objetivos estabelecidos para essa intervenção artístico-pedagógica, tinham, por intuito, provocar no sujeito a possibilidade de transformação do corpo humano pelo uso e construções artísticas que moldassem transformações sensíveis, no próprio corpo e na representação da figura humana. A intenção era ampliar o repertório dos alunos sobre o mundo da arte e a criatividade, para que pu-dessem vivenciar de maneira mais efetiva, as manifestações artísticas contemporâ-neas e investigar as relações do corpo humano, ou de parte dele, com os conceitos de beleza e de mecanismos presentes na sociedade. Muitos expoentes da arte con-temporânea são citados no decorrer do trabalho, bem como fotos das obras de cada um respectivamente, no que foi possível pesquisar. No fechamento, há uma subjeti-vidade do autor como partícipe inclusivista, para reforçar aos alunos a liberdade de se colocarem nas duas pontas do trabalho. Palavras-chave: Escultura, corpo humano, desconstrução, belo, feio.

1 Professor de Arte no Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins, pertencente ao NRE/Curitiba, des-

de 2001. Atuei como Técnico da disciplina de Arte no NRE/CURITIBA, desde 2010 a 2013. Sou for-mado em Artes Visuais e Computação Gráfica pela Universidade Tuiuti do Paraná e Pós-graduado em História da Arte Brasileira pela FAP (Faculdade de Artes do Paraná). 2 Professora do Curso Superior de Escultura na EMBAP/UNESPAR Curitiba Campus I – Possui dou-

torado em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo e mestrado pelo Goldsmiths´ College/ Universidade de Londres.

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INTRODUÇÃO

Desde sempre a filosofia procura criar uma base de sustentação sobre o que

é arte. Qual a objetividade ou subjetividade da arte?

O Belo é arte?

E o Feio?

Já na Grécia antiga, Platão discorria sobre beleza, como sendo a única ideia

que resplandeceria no mundo.

Contudo, há uma realidade que é o contrário do belo. O feio.

A arte para a filosofia tem uma condição de objetividade e subjetividade, que,

supostamente seja entendida como arte, composta pelos dois caracteres da visão.

Visão, porque aos olhos de alguém, uma obra de arte pode ser bela e aos de outro

alguém, a mesma obra, pode ser entendida como algo sem beleza. Ou seja, feio,

será algo que não possua os dois lados, quem sabe uma forma de arte que ao invés

de simplesmente agradar, agrida?

Ainda pensando em Platão é possível compreender que o belo e o feio, inde-

pendem da obra, mas, não para as pessoas que têm a normal tendência de se senti-

rem atraídas pelo que para cada uma delas represente o belo.

O filósofo alemão Immanuel Kant, no livro, "Fundamentação da Metafísica dos

Costumes", (2007, p. 70), também sobre isso, coloca:

Pode-se chamar empírica a toda a filosofia que se baseie em princípios da experiência, àquela porém cujas doutrinas se apoiam em princípios a priori chama-se filosofia pura. Esta última, quando é simplesmente formal, chama-se Lógica; mas quando se limita a determinados objectos do entendimento chama-se Metafísica.

Desta maneira surge a ideia duma dupla metafísica, uma Metafísica da Na-tureza e uma Metafísica dos Costumes.

Tentando superar essa dicotomia da objetividade e subjetividade esbarra a

pesquisa no que comumente é chamado de julgamento estético, que usando de pu-

ra lógica, onde beleza ou feiura, não fazem parte da arte, mas, sim, da experiência

estética do costume de cada um, adentra a obra de arte: como diz Kant, "Uma Meta-

física dos Costumes".

Relendo o expresso até aqui, belo, é tudo que agrada, e feio, o que desagra-

da, de acordo com o costume de cada um. De outro lado, além do belo e feio, existe

o que é sagrado e profano. O que dita diferenças, é a religião de cada um.

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Cai à preferência de acordo com a religião da pessoa ou como mostra a filo-

sofia, o costume de cada um. Então, um viva à filosofia, que ao menos, traz alguma

justificativa plausível para tentar explicar o que não tem explicação, a arte.

O sagrado e o profano seriam duas modalidades de existência assumidas pelo homem em sua história. São maneiras de ser no mundo e no cosmos. A referência do sagrado posiciona o homem diante de sua própria existên-cia. De modo abrangente, a reflexão sobre o sagrado interessa tanto às ci-ências humanas como à filosofia. (Gil Filho)

3

O quê nas religiões define o que é sagrado e o que é profano?

- A retórica religiosa, seja qual for, é por demais limitada, dirigida e posiciona-

da para a aceitação dogmática, com a instalação de tabus, sendo que por isso, não

precisa dar explicações ao que prega.

O homem religioso imprime ao mundo sensível uma descontinuidade, que reclassifica qualitativamente os objetos. Ao sacralizar o mundo, o homem religioso atribui a significação plena de um espaço sagrado em oposição a todo o resto, como sendo sem forma e sentido.

4

A arte, porém, contentora de forma e sentido tem o corpo humano represen-

tado com frequência no passar do tempo. E aí, nasce o questionamento deste traba-

lho. A sagração do corpo é coisa da religiosidade de cada um, portanto, a dessacra-

lização, é coisa de artista, e a isso, este artigo se dedica.

O corpo é nosso meio geral de ter um mundo e estar nele. Aqui denomina-mos o corpo como o “grande receptor” e, é através dele que as relações são estabelecidas: ser humano-mundo-seres humanos. O meio é o grande a-gente formador das pessoas e suas significações. Porém, o próprio ser hu-mano concebe-se a si mesmo e não é puro reflexo de seu ambiente, ele pode transcender a própria história. Nesta perspectiva, a religião, constituin-te de pequenas sociedades dentro da sociedade mater, influi diretamente na formação das personas, pois sendo ela portadora de símbolos, ritos e ges-tos, molda comportamentos e significações nos seres humanos, inculturan-do doutrinas, moldando corpos, gerando metanóia.

5

Esclarecendo, Metanoia em bons dicionários tem vários significados. De ori-

gem grega pode ter relação com arrependimento, conversão, tanto espiritual, como

intelectual, mudança de direção, da mente; de atitudes e temperamentos.

O corpo humano não pode ser apontado como arte em geral ou escultura,

mas, representa uma forma tridimensional de maneira particular, diferenciada, inci-

tando à metanoia.

3 Professor Adjunto. Depart. de Geografia, Doutor em História – UFPR e Mestre em Geografia –

UNESP, disponível em www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/...01/visit.php? cid=37 4 Idem ibidem

5 http://www2.pucpr.br/reol/index.php/SEMIC21?dd1=11714&dd99=view

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Longe dos limites religiosos, mas, com o intuito de fazer a pessoa artista criar

com liberdade, impulsionando vidas a uma "mudança de direção, mudança da men-

te; de atitudes e temperamentos", (citação acima), o autor do artigo mostra de ma-

neira objetiva a Dessacralização Do Corpo. Resolveu fazer isso para não permane-

cer na mesmice pedagógica que nada contribui com o universo individual do aluno.

Sob esse aspecto o autor reconhece que racionalmente, a arte pode ser a-

preendida pelo pensamento conceitual. Se for dogmatizada, a racionalização tende-

rá fazer a pessoa ver o que ela já tem definido na memória conceitual e dogmatizada

que assumiu criar. Sendo assim, o corpo, objeto considerado divino, levando em

conta à experiência religiosa, será algo profano.

A racionalização do juízo estético, do belo, feio, sagrado ou profano, não é o

sentimento da pessoa, porém, um conceito subjetivo que aprecia ou rejeita.

Entretanto, o sentir autêntico pode ser despertado pela presença do objeto

conhecido, ofertado de maneira diversa à convencional, numa forma subjetiva, indi-

vidual, em que há possibilidade desse juízo estético e conceitual, reorganizar a fa-

culdade de julgar. Mesmo adormecida ela permanece na pessoa.

1 JUSTIFICATIVA

Segundo as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008, p. 52),

O ensino de Arte deve basear-se num processo de reflexão sobre a finali-dade da Educação, os objetivos específicos dessa disciplina e a coerência entre tais objetivos, os conteúdos programados (os aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento crítico.

A partir das décadas de 60 e 70 a arte começou a apresentar uma variação

imprevisível e transformações profundas criando produção artística voltada ao mun-

do e estabelecendo uma relação mais próxima com o público. Essa pluralidade en-

trou com força tanto na escolha de materiais e suportes quanto nas linguagens artís-

ticas. As mudanças também interferiram na matéria prima, processo de criação, exi-

bição, de artista, espectador e é claro, de obra de arte, que levou muitos artistas a

investirem em práticas mais experimentais e conceituais.

O artista buscava estabelecer novas relações com o público convidando o es-

pectador a participar dos trabalhos em performances, happening, vídeos, instala-

ções, fotografias, livro do artista, revistas, intervenções urbanas, etc.

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O desafio do professor de arte neste caso específico parte do princípio de sa-

ber despertar o interesse e reflexão do aluno do ensino médio à Arte Contemporâ-

nea. No caso deste trabalho, o objetivo é a Escultura Contemporânea com temática

que trata da desconstrução do corpo humano, apologia ao feio, ao grotesco. Arte

contemporânea absorve o espaço, e ao mesmo tempo constrói, desconstrói, desliga

crenças, vícios, deficiências, ilusões, e valores inadequados.

Falar da desconstrução dentro da teoria do conhecimento é falar de Jacques

Derrida, que está associado ao pós-estruturalismo. Por ser judeu e sofrer antissemi-

tismo, Derrida postulou que as formações culturais e intelectuais humanas, deveriam

sofrer uma reinterpretação como elemento fundente de novo conhecimento. Para

isso, usou inclusive como tema da própria Carta Fúnebre6, “Não existem fatos, ape-

nas interpretações”. (2010).

São quase as últimas palavras de Derrida, que, além disso, já havia prepa-rado um bilhete de despedida aos amigos que o seu filho Pierre leu no fu-neral, em um dia já frio e com um vento que levava embora a sua voz, qua-se confirmando o ditado "verba volant, scripta manent" [palavras voam, es-critos ficam], em que se poderia condensar a intuição teórica fundamental de Derrida. Assim, o lema de Nietzsche, "não há fatos, só interpretações", chegava, no fim, a se confundir com "a razão do mais forte é sempre a me-lhor". Não é por acaso que, nos últimos escritos, essa frase fosse uma es-pécie de Leitmotiv de Derrida, cuja última produção aparece como um re-pensamento do momento mais virtuoso da desconstrução: [...]

7

Para ele - Derrida - desconstrução não quer dizer destruição, e sim, desmon-

tagem, decomposição de elementos da escrita.

Nesses anos de profissão e estudos da literatura da arte deu para aprender

que o método da desconstrução textual, suscita em admiradores das letras aprova-

ção ou revolta. A aplicação desconstrutiva num texto filosófico ameaça a leitura certa

da verdade da filosofia, torna a leitura possível, mas, não a leitura correta. A famosa

frase de Derrida, "A linguagem se cria e cria mundos", aponta perigosamente à con-

tingência dogmática do ser e do significado. "Isso quer dizer que os textos corrom-

pem significados tradicionais, criam novos contextos e permitem novas leituras, em

um processo contínuo e vertiginoso".8 O intuito deste trabalho é contribuir na pesqui-

sa da arte contemporânea, especialmente a escultura, promover reflexões e ações

nesse conteúdo, para despertar significativo interesse em alunos de todas as idades.

6 http://www.ihu.unisinos.br/noticias/37052-a-importancia-de-reconstruir-derrida

7 "Compreendendo antes do que outros os limites do pós-moderno, Derrida [...] havia começado a

reconstruir a desconstrução. A seis anos da sua morte, os trabalhos ainda estão em curso." 8 Wikipedia, https://pt.wikipedia.org/wiki/Desconstru%C3%A7%C3%A3o, Parafrase do texto, do autor.

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Esse pensamento tem sido utilizado nas mais diversas áreas em que o tema

seja cultura contemporânea. Partindo do contexto a busca é trabalhar desconstrução

de conceitos de beleza e de mecanismos presentes na sociedade. O desafio à expe-

rimentação no mundo da Arte pretende ressaltar que na contemporaneidade a arte

pode provocar questionamentos, reflexões sobre diferentes instâncias e possibilida-

des da construção artística na representação da figura humana, e a desconstrução.

Faz muito tempo que o corpo serve como pano de fundo para o ideal de bele-

za. O papel do corpo na sociedade e como é visto na arte contemporânea é um

questionamento pertinente. Isso porque o lugar de todo e qualquer corpo no mundo,

depende do aspecto visual, porém, na arte ganha lugar e se estabelece diante de

padrões de beleza, comportamento, crença e outros que tais.

Os conceitos culturais por se distinguirem no tempo destacam elementos que

caracterizam a figura humana, experiências corporais.

Nesse ponto pode ocorrer questionamento do indivíduo e levá-lo a pensar so-

bre as diversidades que o corpo poderá apresentar, como por exemplo, corpo muti-

lado, gordo, deficiente, saindo do padrão de beleza imposto pela sociedade.

Aspectos como dor ou abandono; corpo como objeto; corpo como corpo, ca-

dáver e morte, o estranhamento frente à percepção dessas situações faz refletir se

esse corpo segue ou não um padrão conceitual.

Fonte: Ilha das Bonecas9

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA PESQUISA

Para entender um pouco a Arte Contemporânea, é importante citar Movimen-

tos de Vanguarda que traduzem com fidelidade às linguagens das Artes no Século

XX. Entre esses movimentos estão:

9http://www.hypeness.com.br/2014/02/uma-ilha-dominada-de-bonecas-vai-fazer-voce-ver-esses-

brinquedos-de-forma-diferente-a-partir-de-agora/

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'Cubismo', que propôs reformular o modo de representação dos objetos, que

passaram a ser vistos sob os vários ângulos;

Expressionismo, que explorava a expressividade da imagem e distorcia a figu-

ra se necessário;

Surrealismo, que enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa;

Dadaísmo, que se põe oposto a qualquer tipo de equilíbrio e combina do pes-

simismo irônico a ingenuidade radical,

Futurismo, que é a exaltação da máquina e beleza da velocidade, associada

ao elogio da técnica e da ciência tornando-se emblemática, e,

Minimalismo, que procurava estudar possibilidades estéticas de composição,

a partir de estruturas bi ou tridimensionais.

Ao estudar possibilidade de trabalhar arte no corpo humano, o material do li-

vro, O Corpo Impossível, de Eliane Robert Moraes, oferece dados claros:

[...] Fragmentar, decompor, dispersar: o vocabulário que define a postura modernista é exatamente o mesmo que serve para designar a ideia de caos, supondo a desintegração de uma ordem existente, e implicando igualmente as noções de desprendimento e de desligamento de um todo. (2002, p. 59).

Nessa obra, Moraes, (2002, p.59), escreve: “Bataille é categórico nesse senti-

do, atribuindo às artes modernas um poder de alterar os objetivos com uma violência

até então desconhecida". Para ele a desconstrução é uma forma de violência não de

arte. Afirma, “de uma forma demasiado brusca elas colocaram em cena um processo

de decomposição e destruição que teria sido para muitos, menos penoso que a vi-

são de um cadáver em estado de decomposição”. Na concepção Batailliana o corpo

humano figura como suporte original da metamorfose, ele contém a capacidade de

desdobrar-se em outros e consequentemente, de projetar-se para fora dele mesmo.

Os diversos avatares por que passam os corpos humanos das mutilações físicas aos estados de bestialidades, ou suas extensões imaginárias das máscaras aos monstros, precipitam o antropomorfismo ao grande jogo de metamorfoses. No limite desse processo de decomposição, a figura humana é reduzida por completo ao estado de coisa; no limite desse irreversível pro-cesso de desantropomorfização, reitera-se a imagem do homem como uma ”engrenagem do nada”. (MORAES, 2002, p. 135)

Discorrendo sobre o corpo, possível representação do feio, Humberto Eco em

entrevista realizada em Frankfurt, Alemanha10, falou sobre o livro História da Feiura.

Aqui, devido à tradução, as palavras dele estão parafraseadas em transcrição.

10

Entrevista disponível no link: https://www.youtube. com/watch?v=OOIOkc6fSuE

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Eco relatou: "Eu acho que os problemas são dois: O primeiro é: “Vamos tornar

o inimigo feio”". O outro é: “feio é o inimigo”. Ora, são dois problemas diferentes. O

problema das bruxas é que eram velhas de aspecto desagradável, geravam descon-

fiança. Não gostamos de pessoas feias por isso eram chamadas de bruxas, se fos-

sem senhoras de feições bonitas não teriam sido queimadas.

Com Judeus é um pouco diferente é a transformação do inimigo em feio.

Primeiro nasce desconfiança, racismo contra os Judeus, o inimigo, como em

toda e qualquer guerra. Então o inimigo é representado como feio, mas, não se torna

inimigo porque é feio, é inimigo, então se torna feio. Sobre os Africanos, eles são

feios em relação a nossos critérios, assim o percebemos como inimigo. "São dois

fenômenos bastante diferentes".11 Ele segue com a narrativa, dizendo:

- "No livro mencionado, durante a 1ª Guerra Mundial, um autor francês provou

que os alemães produziam o dobro de fezes que os franceses". O inimigo era tão

feio que fazia mais cocô. Isso é enfeiar o inimigo, se comparar a palavras de outros

grandes estudiosos das artes citados e também sem necessidade de informar quan-

tos têm estilos que podem representar desconstrução do corpo. Isso é visto em o-

bras de Wolfgang Kayser.

Um dos estudiosos, o Prof. Bento Itamar Borges12, fala sobre as obras. Sua-

vemente, ele aborda o assunto da deformação humana em obras literárias e escultu-

rais. Entre a preocupação de ser objetivo e sem apresentar agressividade na crítica,

Borges, se refere de maneira quase romântica ao que Kayser sem o mesmo cuidado

taxa como grotesco, direta e objetivamente. Explica Borges, com o devido cuidado

acadêmico, que, "[...] enalteceu-os em um artigo intitulado, aliás, “Von Arabesken”

(“Dos arabescos”); a confusão é explicada pela mistura que ocorreu do grotesco a

outros dois gêneros da ornamêntica: arabesco e o mourisco".13 No mesmo pensar,

em passant, cita ele pela primeira vez, o termo ‘grotesco’, de verve própria, e segue:

O arabesco utiliza principalmente os motivos ornamentais mais as represen-tações grotescas são mais antigas do que o termo, cunhado justamente quando da descoberta de um tipo de pintura ornamental antiga, que até o fi-nal do século XV estivera escondida em cavernas de Roma e outras regiões da Itália.

14

11

Palavras de Humberto Eco, literalmente - https://www.youtube.com/watch?v=OOIOkc6fSuE 12

UFU, Uberlândia, MG, apresentado à UFRGS 13

Revista do Laboratório de Psicanálise e Aprendizagem, disponível em http://www.ufrgs.br/ psicopatologia/lpa/bento_01.htm 14

Idem Ibidem

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11

Na intenção de mostrar com mais verdade, como poderá ser entendido o gro-

tesco, o mesmo autor passeia inclusive pela origem da palavra, até conseguir o in-

tento de chegar ao corpo dessacralizado da figura humana disforme.

[...] De “caverna”, grotta em italiano, vieram os termos la grottes-ca e grottesco, depois transpostos às demais línguas. Nem Vitrúvio e nem mais tarde os críticos de arte do século XVI impediram que a nova moda da ornamentação se espalhasse. Em 1502, um cardeal encomendou a decora-ção de uma biblioteca “com essas fantasias, cores e distribuição, che oggi chiamanno grottesche”. [...] Rafael também pintou nesse estilo, mas com re-sultados discretos, inofensivos e alegres, de tal forma que Goethe, como gavinhas, flores e folhas, mas sob a influência do estilo grotesco também se lhes associaram animais, figuras humanas disformes.

15

Daniel Eveling da Silva16, no artigo Breve Diacronia Do Grotesco: Considera-

ções Sobre Esse Conceito,17, frisa que "além dessas [...] primeiras grutas houve

também as do Palácio Dourado de Nero, em frente ao Coliseu4. Essas ornamenta-

ções traziam pessoas com corpos de gente e rostos de animais ou o inverso".18 E

assim ficou para a visão de Kayser e seguidores, definida a dicotomia entre o que é

grotesco ou não.

Juntando, grotesco com feiura, na visão de Eco, contemporaneamente, há

duas razões para esse excesso de feiura:

- A primeira foi à vanguarda do início do século XX que se propôs a ir contra o

padrão existente e combater a burguesia, produzindo coisas feias.

- A outra é que hoje, os conceitos de bonito e feio são muito confusos. Con-

ceito de diferença entre feio e bonito se misturam. Há exceção de casos limites, um

rato morto, uma cobra ou um cadáver. Umberto Eco continua:

- "Em História da Beleza eu já dizia que vivemos um politeísmo de beleza. No

período neoclássico o mundo da beleza era o das estéticas de Canova".

Prosseguindo nas elucubrações:

"Há certas experiências fundamentais que são consideradas feias, tudo bem. Mas um cirurgião pode abrir uma barriga e dizer: “Que beleza de cân-cer!” Pode achá-lo interessante, do ponto de vista dele. Mas coisas que eno-jam, ainda são muito constantes no tempo. Os americanos se enojam ao imaginar que os franceses comem rã”

19.

15

Revista do Laboratório de Psicanálise e Aprendizagem, disponível em http://www.ufrgs.br/ psicopatologia/lpa/bento_01.htm 16

Mestre pela UFJF - Anais do II Colóquio Do Lahes, Micro História e Caminhos da História Social 17

http://www.ufjf.br/lahes/files/2010/03/c2-a11.pdf HARPHAM, Galt apud RUSSO, Mary. Intro dução. In: O grotesco feminino: risco, excesso e modernidade. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p.15 18

https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=w 19

Transcrição da entrevista de Humberto Eco – Em Vídeo – Dados nas Referências.

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A descrição de belo e feio, feita por Victor Hugo, no prefácio de Cromwell, pu-

blicado em 4 de dezembro de 1827, em Paris, na França, alguns caminhos do gro-

tesco e do sublime, se dá em alguns trechos:

Se tivéssemos o direito de dizer qual poderia ser, [...] o estilo do drama, queríamos um verso livre, franco, leal, que ousasse tudo dizer, sem hipocri-sia, tudo exprimir sem rebuscamento e passasse com um movimen-to natural da comédia à tragédia, do sublime ao grotesco, alternadamente positivo e poético, ao mesmo tempo artístico e inspirado, profundo e repen-tino, amplo e verdadeiro (HUGO, 2002, p. 77).

20

Na transcrição da entrevista de Hugo, agora parafraseada im proprium, é

mostrado que da forma pensada:

- "A musa puramente épica dos Antigos havia somente estudado a natureza

sob uma única face, repelindo sem piedade da arte, quase tudo o que no mundo

submetido à sua imitação não se referia a certo tipo de belo".

Apesar da modernidade e com difusão do cristianismo, o jogo de duplos, (vir-

tude e pecado), da religião, a poesia foi conduzida à verdade.

“A musa moderna – afirma Hugo – verá mais coisas com um olhar mais ele-vado e mais amplo. Sentirá que tudo na criação não é humanamente belo, que o feio existe ao lado do belo, o disforme perto do gracioso, o grotesco no reverso do sublime, o mal com o bem, a sombra com a luz” (HUGO, 2002: 26).

Uma das ideias importantes do prefácio de Hugo é a teoria do grotesco.

Segundo ele, o gênio moderno é resultado justamente da coexistência do grotesco com o sublime, desta junção surge uma infinidade complexa de formas e possibilidades de criação artística, o que se opõe sensivelmente “à uniforme simplicidade do gênio antigo” (HUGO, 2002: 28).

Tais reflexões nortearam pesquisas imagéticas, obras de artistas que têm no

corpo humano a desconstrução e dessacralização, como temática.

Inúmeros artistas trabalham a questão do corpo na contemporaneidade, colo-

cando em evidência tudo que é próprio ao corpo, um conhecimento sensível, pura-

mente carnal e humano.

Há relevância neste artigo para Ligia Clark, Farnese de Andrade, Hélio Oitici-

ca, Adriana Varejão, Maria Martins, Pippiloti Rist e Rebbeca Horn. Esses, são Artis-

tas que não dão respostas, mas, abordam questionamentos visuais na relação da

pessoa com o próprio corpo, e com o corpo do outro.

20

Transcrição da entrevista de Humberto Eco – Em Vídeo – Dados nas Referências.

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13

Para que fosse possível a relação deste trabalho com o objetivo traçado, foi

necessário que houvesse uma divisão em tópicos estanques:

1 - Corpo Sensorial – A abordagem é direcionada ao corpo na contempora-

neidade. Evidencia tudo que é próprio do corpo, do conhecimento sensível, do car-

nal e do humano. Apresenta a linguagem de artistas de vanguarda como Lygia

Clark, Ernesto Neto, Hélio Oiticica.

2 - Corpo Fragmentado - Fez análise dos conceitos do Belo e Feio. Questio-

nou se existe tal padrão para definir a dicotomia, ou se é percepção por convenções.

A entrevista de Eco apontou os questionamentos nas obras dele.

Foram abordados alguns trabalhos de artistas contemporâneos como Farnese

de Andrade, Adriana Varejão e Maria Martins. As características das obras desses

artistas são impactantes aspectos do que seja grotesco, deformado e mutilado.

3 - Corpo e Tecnologia – Discorre sobre a fascinação no sensorial do sujeito,

com a possibilidade da transformação do corpo em algo novo.

A ideia do novo tinha que ser bem fora dos padrões e convencionalismos.

Houve então, a abordagem sobre a possibilidade de realizar uma obra em

que acontecesse a transformação de um corpo normal em um corpo high-tech.

Esse modelo é o que recebe próteses e/ou chips, como as obras dos artistas

Pipilotti Rist, Orlan, Rebbeca Horn, Eduardo Kac e Marina Abramovic, pois, são artis-

tas que reveem os paradigmas, autoconhecimento, questionam as imposições soci-

ais e culturais, pesquisam étnica, religião e tudo que a isso envolve. Não abrem mão

do direito de contestar e o fazem, fazendo bem feito.

A ideia é apresentar aos alunos, diferentes maneiras de intervenção no corpo

humano, que reflitam ideia de suporte, para descobrir sensações, a capacidade ar-

tística e espontaneidade condicionada ao cotidiano. Tais artistas têm trabalhos e

diferentes possibilidades.

Lygia Clark tem grande importância na arte contemporânea brasileira e entre-

tanto, poucos sabem o porquê dela ter criado uma das mais belas obras, Os Bichos.

É quando a artista convida o espectador a interagir com a obra. Nas palavras dela:

- "A pinta sempre foi a minha diferenciação. Por causa dela chamei de bichos

os meus trabalhos em 1959, pois ela era apontada pelos garotos quando criança

que diziam: - Bicho!"21

21

Disponível em http://www.lygiaclark.org.br/defaultpt.asp

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14

Os Bichos – Lygia Clark - 196022

No trabalho sensorial A Casa é o Corpo, (1968), uma instalação com 8m2,

permite a passagem das pessoas ao interior, para completa interação.

Há sensação de penetração, ovulação, germinação e expressão. Quando em

solilóquio, como mostram as fotos, a pessoa sente o próprio isolamento, sem que

esteja realmente só. É um ser vivo.

A Casa é o Corpo – Lygia Clark - 196823

Noutro momento aparece o corpo dessexualizado numa curiosa série Roupa-

Corpo-Roupa: O Eu e o Tu (1967). Nessa situação o homem veste macacão de mu-

lher e ela o do homem.

Fonte: http://universes-in-universe.de/doc/clark/d_clark1.htm

22

Disponível em http://www.lygiaclark.org.br/defaultpt.asp 23

https://www.google.com.br/search?q=lygia+clark+A+Casa+%C3%89+O+Corpo&tbm=

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Farnese abre discussão em relação à possibilidade de usar lixo em obras tri-

dimensionais e intervenções corporais. Tudo pode ser combinado, refeito ou ser a-

bandonado, inacabado. Interessava mãos, braços, pés, pernas, madeira tratada pelo

sol, cabeça de boneca com marcas da passagem do tempo, aspecto de coisa usa-

da, desgastada, machucada, vivida. Expressões artísticas que representam a des-

sacralização do corpo.

A montagem de partes de corpos de bonecas aplicadas sobre suporte de ma-

deira mostra também abordagem terapêutica, envolvimento individual, uso de obje-

tos leves, pesados, duros, moles e ressalta o uso de pigmentos, chapas metálicas,

borracha, isopor, etc.

Farnese de Andrade - arqueologia existencial - Caixa Cultural - Brasília/2014 - Fonte Arquivo do autor

Na obra de Oiticica, o destaque vai para Parangolé, (1964). Ele propõe ao es-

pectador que em lugar de meramente contemplar a cor, se vista com ela. Esse sim-

ples ato libera o participante do domínio da sensação visual e produz a maravilhosa

sensação de expansão criada pela incorporação de elementos da obra numa vivên-

cia total do espectador.

Mário Pedrosa comenta a origem da criação do Parangolé por Oiticica:

Parangolé – Hélio Oiticica – 1964 24

24

Fonte: https://www.google.com.br/search?q=oiticica+parangoles&tbm=isch&imgil=J

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Foi durante a iniciação ao samba, que o artista passou da experiência visu-al, em sua pureza, para a experiência de tato, do movimento, da fruição sensual dos materiais, em que o corpo inteiro, [...] na aristocracia distante do visual, entra como fonte total da sensorialidade.

25

Adriana Varejão26 destaca o trabalho, Azulejos, com cortes e rasgos. Com e-

lementos de força incontestável, discute a questão de interpretações da dor.

A artista pega elementos de tradição e os devolve completamente diferentes,

relacionando o trabalho, com a carne.

Pipilotti Rist trabalha com projeções visuais, instalações de vídeoarte, cinema.

A ideia era fazer análise de alguns vídeos que tratam questões da sexualida-

de, corpo humano, natureza, conto de fadas, cores, dialogar com ambiguidade e ao

mesmo tempo, abordar questões do consciente e subconsciente, apresentados nas

projeções, usando como exemplo, o vídeo The Organism.27

Opem My Glade (Flatten) - 2000 - Pipilotti Rist 28

Lungenflügel - 2009 - Vídeo installation - Pipilotti Rist

25 enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3653/parangole 26

www.adrianavarejao.net/pt-br/category/categoria/pinturas-series 27

http://www.hauserwirth.com/artists/ 25/pipilotti-rist/images=clips/51/ 28

Open My Glade (Flatten), 2000. Pipilotti Rist

Azulejaria Verde Em Carne Viva 2000

Adriana Varejão As três fotos, são de arquivo do Autor

Extirpação Do Mal Por Incisura - 1994 Adriana Varejão.

Objeto 220 x190 cm (tela) Maca 185 cm x 50 cm

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O crítico de arte Marcello Dantas29, (2010, p. 98), como curador da exposição

"Rebelião Em Silêncio" de Rebeca Horn, coloca:

- "Fazer Arte é arriscar, desconfortar, deslocar, revalorar a matéria e flertar

com o perigo, com possibilidade da perda".

A matéria-prima fundamental de Rebecca Horn é o risco. Ela entrou pra histó-

ria da arte com performances, instalações, filmes, óperas e esculturas que produziu

em quase quatro décadas de obras fascinantes com forte poética junto ao perigo.

Ela flerta com eletricidade em alta voltagem, com máquinas autônomas, ar-

mas com vontade própria, desafia a gravidade, traz à tona o medo, o risco e o es-

pectador não consegue ficar indiferente à obra de Horn, primeiro pelo instinto, de-

pois pela reflexão.

Instalações e máquinas na criatividade Horn, usam a tecnologia para dar sen-

tido de infinitude atemporal em que a máquina é frágil e desobediente, à vontade

humana. Elas se rebelam em busca de alma própria.

No trabalho de Rebbeca Horn, a ideia é observar, questionar, refletir, estabe-

lecer diálogo com o mundo aparentemente artificial que utiliza o corpo como escultu-

ra, unindo a ele, materiais diversos, fazendo do corpo, um suporte.

Destacando alguns trabalhos conhecidos, a Tromba, Máquina Transbordando

Sangue; Unicórnio; Penas de Galos Negros; Extensão da Cabeça; Leque de Corpo

Branco; Máscara de Lápis, dentre outros.30

Arm Extensions – 196831

Keeping Those Legs from Touching32

Penas De Galos Pretos - 33

Each Other, 1974-5

29

Rebelião em silêncio – 2010 - Marcello Dantas - www.magnetoscopio.com.br/rebecca.htm 30

www.google.com.br/search?q=rebecca+horn&tbm=isch&tbo=u&source= 31

www.google.com.br/search?q=Arm+Extensions+%E2%80%93+1968&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjs0o6py-nJAhVKkZAKHZMIDQQQsAQIHw&biw=1280&bih=587#imgrc=kkB24yTRuml7GM%3A 32

Idem Ibidem 33

www.google.com.br/search?q=rebecca+horn&tbm=isch&tbo=u&source=

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Novaes (2010, p. 415)34, comenta:

“As intervenções propostas por esses artistas têm como denominador co-mum, além da interferência de artifícios tecnológicos no corpo e na aparên-cia do sujeito, a interatividade com o espectador. Atualmente, multiplicam-se os estudos sobre a influência da tecnologia na cultura.”

Rosalin Krauss, (2007 p. 250), cita Jack Burnham que no livro Beyond modern

sculpture, "defende a idéia de que a ambição mais fundamental da escultura, desde

os seus primórdios, é a de ser uma réplica da vida.")35

As relações sociais contemporâneas transformam o corpo em instrumento

expositivo pessoal, aguçando o sensório de quem participa e de quem aprecia. As-

sim, o corpo se transforma numa escultura. Anexar a ele outros materiais é trabalhar

o perfeito para melhorar a expressão pretendida. Deixa de existir qualquer proibição.

Tudo é permitido em nome da arte.

3 DA TEORIA À PRÁTICA

Com material e disponibilidade do espaço escolar cedido pela Direção do Co-

légio Estadual Lamenha Lins houve de pronto estabelecimento da ação. Mãos à o-

bra para saber até onde percepção e criatividade levariam os participes alunos, ins-

tigados a artistas serem. Modelos não faltaram, fotos e ideias diversas, auxiliaram a

escolha do que fazer, com o que fazer, como trabalhar e acima de tudo, criar.

Aqui, com licença poética de Artista, o autor do artigo se espelha em Alfred

Hitchcock, que sempre se colocava de algum modo, num Take dos filmes dele, e, já

que o capítulo trata da teoria à prática, transveste-se de modelo, investe-se da arte,

vestindo-se como personagem.

Exposição Ligia Clarck: Uma retrospectiva - Espaço Cultural Itaú, SP, 2012. Fonte: Arquivo do Autor

34

O CORPO PÓS-HUMANO: notas sobre arte, tecnologia e práticas corporais 35

Caminhos da Escultura Moderna, (2007) - cita Jack Burnham, Beyond Modern Sculture

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4 RELATOS DE IMPLEMENTAÇÃO

Nas ações realizadas foram apresentadas as ideias junto com a prática, pelos

partícipes que integraram o projeto. De certa maneira, todos foram artistas e mode-

los a um só tempo, mantendo sacro, o corpo próprio.

Para aplicar o projeto foi feita uma sondagem com os alunos sobre o tema

proposto e exemplos para o belo e o feio.

Numa roda de conversa em sala de aula, os estudantes foram preparados pa-

ra entender a intenção da proposta de dessacralização do corpo.

Foi alertado que estivessem preparados para visão de esquartejamento, se-

paração e nova apresentação do corpo, dentro da visão artística e contemporânea.

Eles trabalhariam com peças comuns, partes de corpos de bonecos e bone-

cas, juntando a isso, tudo que fosse possível juntar, na criatividade deles. Para ainda

melhor compreenderem a proposta, foi apresentada a primeira atividade: entrevista

de Umberto Eco.

Nas propostas de atividades foram destacados três eixos que nortearam os

aspectos relevantes para desenvolvimento das atividades: O Corpo Sensorial, O

Corpo Fragmentado, e, O Corpo e a Tecnologia.

A segunda atividade foi intitulada Caixa Sensorial. Realmente é uma caixa,

praticamente toda fechada, apenas com uma abertura, por onde os alunos coloca-

ram a mão dentro, e se depararam com vários objetos de diferentes aspectos, tama-

nhos, superfícies e texturas, como por exemplo, a palha de aço, grãos diversos,

meia fina, lixa de unha, plásticos e tecidos, dentre outros.

A ideia foi criar as características do trabalho de Lygia Clarck. Para sala de

aula é importante ressaltar a importância da artista na arte contemporânea brasileira

e os trabalhos sensoriais.

A terceira atividade abordaria o Macacão Sensorial, mas, infelizmente, por

motivos de força maior, essa atividade não aconteceu. Essa atividade destacaria o

trabalho do artista Ernesto Neto, considerado um dos líderes da cena da arte con-

temporânea do Brasil.

Na quarta atividade foram realizadas leituras de obras de Farnese de Andra-

de, Adriana Varejão e Maria Martins. A atividade teve objetivo de apresentar aos a-

lunos trabalhos de relevância desses artistas que ao longo do tempo fizeram um diá-

logo com o corpo humano, em pinturas, desenhos e esculturas.

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Na obra de Adriana Varejão foi importante destacar o trabalho Azulejos. Cor-

tes, rasgos e discussão da questão e interpretações da dor e como a artista usa e-

lementos de tradição e os devolve completamente diferente relacionando os traba-

lhos com a carne.

A quinta atividade, Extensão Dos Dedos, obra de Rebecca Horn, a ideia foi

observar, questionar, refletir e estabelecer um diálogo com o mundo aparentemente

artificial. O corpo sendo suporte da escultura com materiais diversos.

A sexta atividade foi o Dessacralizar-se, efetivamente. Destacar elementos

que caracterizam o corpo e experiências corporais.

Nesse ponto houve utilização do que foi preparado na primeira atividade. Foi

pensar o corpo mutilado, gordo ou deficiente. As situações que são apenas padrões

impostos por uma sociedade discriminatória, mostram aspectos de dor; abandono;

corpo objeto; corpo como corpo, cadáver e a morte.

Nessa atividade a abordagem ateve-se aos artistas Pipilotti Rist, Orlan, Mari-

na Abramovic e Eduardo Kac, que nos trabalhos apresentam esses questionamen-

tos, com imagens, fotos, instalações, performances e vídeos.

Na sequência das aulas os alunos fizeram fotografias de partes do corpo que

consideraram esquisitas, fotos do rosto pressionado sobre um vidro. O objetivo foi

observar a visão do corpo como objeto de design e não de desejo.

Atividade realizada com os alunos, durante implementação do projeto. Trabalhos baseados na obra de Pipillost Rist - 2015 - Fonte: Arquivo do Autor

A sétima atividade, trabalhou a Construção Tridimensional.

Coube aos alunos usar alguns objetos de descarte para construir esculturas.

No decorrer da atividade foi apresentado um documentário sobre Os Pertur-

badores Macacos Mascarados da Indonésia e imagens apavorantes de um lugar

que ficou conhecida como a Ilha das Bonecas.

Finalmente, chegou a hora da oitava atividade, a Exposição, que seria a mon-

tagem de uma exposição com os trabalhos, esculturas, fotos e vídeos, desenvolvi-

dos pelos alunos, mas, que infelizmente, também não aconteceu.

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4.1 METODOLOGIA

Uma pesquisa bibliográfica, outra de materiais diversos, análise, seleção e

separação de materiais para construções artísticas contemporâneas, com pré- estu-

dos que levassem a representação, reprodução do corpo humano dessacralizado no

século XX, foram os tópicos desse item. A experiência, de e com, novos materiais,

foi abalizada pelos exemplos já apresentados e outros que foram criados in locum

relacionando os artistas citados nas pesquisas.

Foram pesquisadas e apresentadas, diversas técnicas de escultura com tra-

balhos tridimensionais que representassem o corpo humano sempre na ideia da

dessacralização daquilo que é tido como sagrado. Como citado não foi realizada a

exposição de trabalhos dos alunos do Colégio Estadual Lamenha Lins, mas, os e-

xemplos das variedades de materiais pesquisados, recolhidos, analisados e selecio-

nados, nas fotos abaixo, a isso demonstram silentes.

Caixa Sensorial - 2015 - Fonte: Arquivo do Autor.

4.2 REGISTRO DAS AÇÕES

Neste ponto do trabalho o autor pede vênia para abandonar o modo formal da

escrita acadêmica e traça o relato pessoal de como as coisas correram.

As atividades foram iniciadas com uma reunião dos alunos para a devida ex-

posição do assunto. Expliquei a necessidade de fazer à prática e não apenas uma

exposição teórica com projeção de imagens. Solicitei que trouxessem de casa, tudo

que pudessem usar com criatividade para a execução de obras tridimensionais. E

assim chegaram coisas que montaram as respectivas caixas sensoriais que foram

utilizadas na experiência de toque e outras. Materiais como palha de aço, grãos di-

versos, meia fina, lixa de unha, vários tipos de plásticos e tecidos dentre outros, fo-

ram sentidos dentro da caixa.

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Caixa Sensorial – Exploração de espaço interno e encontro sensorial com objetos diversos. Fonte: Arquivo do Autor

Ao final de cada experiência fazíamos uma roda de conversa para coleta de

informações dos alunos participantes, e as opiniões, sensações, as reações, foram

as mais diversas. Algumas citações:

- "Ah professor, foi bom, foi suave, macio". Outro ao contrário disse que não

gostou. "Foi ruim. Era áspero e grosso, não foi bom não". E assim se expressaram,

um a um, transmitindo as mais variadas sensações.

Entremeando uma e outra reunião, havia a atividade prática. Foi pedido aos

alunos que recolhessem materiais inservíveis, coisas com marcas da passagem do

tempo, que tivessem ficado ao relento. Com esses materiais fizemos esculturas vá-

rias. Mexendo com esses materiais o registro sensorial foi de tal maneira, intenso,

que alguns alunos disseram sentir o gosto, daquilo em que mexiam. O sentir gosto

foi de tema recorrente, e se disseminou entre eles.

Resultado dos trabalhos direcionado ao corpo humano, em oficina pedagógica com ênfase nas obras de Farnese de Andrade.

Fonte: Arquivo do Autor

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Esses dez documentos do total de noventa e cinco fotos, são a demonstração

do que na prática, foi executado.

A experiência vivenciada pelos alunos, minha satisfação, misturada com ale-

gria e sabor do dever cumprido, mesclam-se na realidade do trabalho feito.

Muito mais poderia ser apresentado, mas, para o que é pretendido creio, seja

suficiente. Para finalização deste item, cumpre-me deixar registrada, a importância

de projetos como este, para a educação geral. Fazer aluno criar, fazê-lo pensar, fa-

zê-lo participar em trabalhos práticos conjuntos, é a melhor maneira de preparar ci-

dadãos críticos, para a vida numa sociedade saudável, e continuar na mesma pas-

maceira do até agora, manterá o cidadão que temos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realizar uma síntese analítica do processo de implementação do projeto, foi

mais difícil do que realizar o projeto. A implementação, foi prazerosa e os resultados

pedagógicos, fantásticos.

Não havia na prática, preocupação por titularizar obras, mas, de não fugir à

realidade do trabalho que era construir com materiais disponíveis, esculturas con-

temporâneas, que embasassem a temática tão debatida e desenvolvida na parte

teórica: A Dessacralização Do Corpo Humano Nas Artes Visuais.

Fica aqui, o agradecimento à Direção e alunos do 1º ano do Colégio Estadual

Presidente Lamenha Lins que me ajudaram a participar chegando a bom termo, no

Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE, da Secretaria de Estado da E-

ducação do Paraná - SEED - PR, edição 2014/2015.

Meu projeto de intervenção foi voltado ao estudo do Corpo, procurando en-

tender o papel que efetivamente ele exerce na sociedade, mas, numa sociedade,

com discernimento para discutir o assunto, e obviamente, será uma sociedade do

futuro, não a que atualmente, é vivida. Nas palavras de um amigo, Professor, Escri-

tor, Poeta e Diretor de Teatro, "A Arte de certa maneira escreve a história do futuro,

porque o passado fica registrado no presente. Vivenciar a Arte é viver duas ou até...,

mais vezes". (SIMÕES, 2007, p. 96).

O que está nessa citação meus alunos fizeram. Reviveram e fizeram reviver,

peças que silentes demonstravam o grotesco, mas, que de alguma forma, agora se

comunicam expressivamente.

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Além dos relatos de meus alunos fica aqui o registro do quê, alguns Professo-

res Cursistas do GTR/2015, disseram:

- "Tal representação artística além da naturalidade dos traços em harmonia

com a estética arte do movimento é um exemplo de representação do nu nas escul-

turas, ora somente masculino, posteriormente do vestido ao completamente ao nu

sensual feminino". Palavras de Claudia De Lima, terça, 22 Set 2015, 20,08 h.

- "Destaca-se, assim, não a questão da dessacralização do corpo humano na

escultura, no sentido da sua figuração artística, mas sim na recolocação e transfor-

mação do expectador da obra de arte/da escultura, como sujeito participativo dentro

e a partir da própria obra, localizada em ambientes cotidianos e transitórios do espa-

ço urbano". Palavras de Tania Yumi Tokairin, terça, 22 Set 2015, 13,45 h.

- "A arte escultórica no século XX modificou-se e decaiu em relação a quanti-

dade e a qualidade das produções ligadas ao culto dos mortos e dos túmulos. As

obras ligadas ao tema são dispersas, [...], sem nenhuma marca constante, ou única".

Palavras de Gean Antonio Belo Pensin terça, 15 Set 2015, 13,47 h.

Que mais pode querer um Professor de Arte, artista vivente da própria arte e

que tem ainda, a preocupação de melhorar a humanidade futura?

Apenas uma coisa:

- A continuação da visão do belo, feio, suave, grotesco, mas, que isso seja fei-

to por pessoas que saibam separar, diferenciar a maneira de sentir. Gente verdadei-

ramente esclarecida sem conceitos infundados e preconceitos aceitos, porque essas

duas faces de uma mesma coisa, só se diferenciam na ignorância contemporânea.

Auto Retrato - Orlan - 36 Máscara de Lápis - Rebecca Horn -

37

Que as formas sejam o que forem e sejam respeitadas por isso, assim como

a Arte, que gradativamente, se impõe pela Qualidade Dos Trabalhos, pela Garra Dos

Artistas e pela sensibilização dos que a recebem como Arte.

36

Fonte: http://www.orlan.eu/ 37

Fonte: http://sculpture.artapsu.com/?p=3936

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Para mais detalhes dos trabalhos desenvolvidos, acesse o link abaixo:

https://drive.google.com/open?id=0B9wb1Dfr0zenek5hUEFIbldCbWt4cVZfWmdXQXdpd2ZadnJB

REFERÊNCIAS

CALLADO, Ana Arruda. Maria Martins – Uma biografia. Editora Gisela Zincone Lt-da, Rio de Janeiro, 2004.

CATÁLOGO: Hélio Oiticica. Centro de Arte Hélio Oiticia. Rio de Janeiro; Galerie nationele du Jeu de Paume, Paris.

CATÁLOGO: Rebecca Horn – Rebelião em silêncio. Tradução: Renato Rezende, Impressão: Gráfica Santa Marta, Rio de Janeiro, 2010.

COSAC, Charles. Farnese objetos: Charles Cosac; versão em inglês: Jeffery Hess-ney e Anthony Doyle 2. Ed.rev., São Paulo: Cosac Naify, 2005.

FABRINI, R.N. O espaço de Lygia Clark. São Paulo: Editora Atlas, 1994.

Hugo, Victor. Do grotesco e do sublime: tradução do prefácio de Cromwell. Tradu-ção e notas de Célia Berrettinni. 2. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.

JUSTINO. M. J. Seja marginal. Seja herói. Modernidade e pós-modernidade em Hélio Oticica. Curitiba: Editora da UFPR, 1998.

KRAUSS, Rosalind E. Caminhos da escultura moderna. Livrarias Martins Fontes Ltda, São Paulo, 2º edição, 2007.

MORAES, Eliane R. O corpo impossível. Edit. iluminuras Ltda. S. Paulo, 2002.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para a rede pública esta-dual de ensino. Arte. Curitiba: SEED, 2008.

SIMÕES, Olinto A. O ser humano e a felicidade. Edição própria: Curitiba, 2007

WEB REFERÊNCIAS

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Eduardo Kac. Disponível em: http://www.ekac.org/kac2.html. Acesso em: 16 out. 2014.

Ernesto Neto. Disponível em: http://www.escritoriodearte.com/artista/ernesto-neto/acesso. Acesso em: 10 nov. 2014.

Farnese de Andrade. Disponível em: http://www.pinturabrasileira.com/artistas_ bi-o.asp?cod=157. Acesso em: 10 nov. 2014.

Georges Bataille. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Bataille. Aces-so em: 06 out. 2014.

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Gina Pane. Disponível em: http://bloghistanaweb.blogspot.com.br/2010/04/bod y-art-gina-pane.html. Acesso em: 10 dez. 2014. 56

Hélio Oiticica. Disponível em: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/de ta-lhe.php?foto=273&evento=1. Acesso em: 10 nov. 2014.

Ilha das bonecas. Disponível em: http://www.zupi.com.br/ilha-das-bonecas/. Acesso em: 17 jun. 2014.

Influencia da Arte. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/ educa-cao/artigos/10635/a-arte-e-sua-influencia-na-sociedade-e-na-cultura#ixzz3JET pw-dHs. Acesso em: 04 dez 2014

Lygia Clark. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387, 272-biografia-9,00.jhtm. Acesso em: 10 out. 2014.

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Maria Martins. Disponível em: http://www.escritoriodearte.com/artista/maria-martins/. Acesso em: Acesso em: 10 set.2014.

Marina Abramović. Disponível em: http://aartedaperformance.weebly.com/mari na-abramovic.html. Acesso em: 10 out. 2014.

Neoconcretismo: Disponível em: http://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/ne oconcretismo/. Acesso em: 20 out. 2014.

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O universo Onírico de Pipilotti. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/ge ral,o-universo-onirico-de-pipilotti-rist,445814. Acesso em: 16 ago. 2014.

Parangolê: anti-obra de Hélio Oiticica. Disponível em: http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=856&titulo=Parangole:_anti-obra_de_Helio_Oiticica. Acesso em: 27 ago. 2014.

VÍDEOS

Arte Conceitual. Disponível em: http://lazer.hsw.uol.com.br/arte-conceitual.htm - A-cesso em: 20 out. 2014. Belo e o feio. (história da beleza e da feiura). Umberto Eco. Entrevista. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=OOIOkc6fS. Acesso em: 11 ago. 2014.

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The video organism of Pipilotti Rist. Disponível em: https://www.youtube.com/ wat-ch?v=svYDoKT5PE&list=PL7DACA171C401D8AA&index=11