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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

A IMAGEM E O ENSINO DE CIÊNCIAS: Despertando o interesse

pela leitura do mundo

1Isamara Mayer Braz Wolf

2Antonio Carlos Pinho

Resumo: Este artigo é parte integrante do projeto de ação cujo objetivo é propor a utilização das

imagens no ensino de ciências para despertar o interesse do aluno pela leitura do mundo. Atualmente no ambiente escolar, quando são trabalhados os conteúdos curriculares da disciplina de Ciências, os alunos tem a oportunidade de compreender os conhecimentos científicos básicos orientados pelo professor da disciplina. Não podemos ignorar a influência dos diversos meios de divulgação da Ciência. As tirinhas e as histórias em quadrinhos são mais um desses instrumentos, a favor de estratégias de motivação do ensino de ciências, visando à melhoria da interpretação e do uso da linguagem padrão. A proposta deste trabalho fundamenta-se na utilização das tirinhas e das histórias em quadrinhos, de modo que os mesmos funcionem como um recurso pedagógico a ser utilizado para auxiliar na assimilação dos conceitos de ciências por parte dos alunos, despertando no educando, de forma lúdica, o desejo de conhecer e, assim venha a contribuir para a melhoria do desempenho escolar dos alunos com baixa aprendizagem, pela leitura e interpretação, melhorando assim seu rendimento escolar.

Palavras-chave:Tirinhas. Histórias em Quadrinhos. Motivação. Aprendizagem lúdica.

1 Introdução

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB9.394/6), em

seu artigo 3º, inciso I, devemos garantir a igualdade de condições para o acesso e

permanência na escola. Portanto, devemos garantir novas estratégias

metodológicas para motivar os alunos e facilitar a aquisição de conhecimentos, de

modo que o estudante obtenha melhores resultados, assim estaremos garantindo a

sua permanência nas nossas escolas.Atualmente no ambiente escolar, quando são

trabalhados os conteúdos curriculares da disciplina de Ciências, os alunos tem a

oportunidade de compreender os conhecimentos científicos básicos orientados pelo

professor da disciplina. Não podemos ignorar a influência dos diversos meios de

divulgação da Ciência. As tirinhas e as histórias em quadrinhos são mais um desses

instrumentos, a favor de estratégias de motivação do ensino de ciências, visando à

melhoria da interpretação e do uso da linguagem padrão.Utilizar um material didático

apropriado às necessidades do aluno é uma forma de valorizar as experiências que

ele traz de sua vida, e uma maneira de estimular a sua criatividade.A proposta deste

1 Professora PDE

2 Professor Orientador - UTFPR

trabalho fundamentou-se na utilização das tirinhas e das histórias em quadrinhos, de

modo que os mesmos funcionem como um recurso pedagógico a ser utilizado para

auxiliar na assimilação dos conceitos de ciências por parte dos alunos, despertando

no educando, de forma lúdica, o desejo de conhecer e, assim venha a contribuir

para a melhoria do interesse dos alunos com baixa aprendizagem, pela leitura e

interpretação, melhorando assim seu rendimento escolar. Esse trabalho foi

implementado no 6º e no 7º ano do Colégio Estadual Barão de Antonina, da cidade

de Rio Negro, no Estado do Paraná.

Os objetivos desse trabalho foram:

- Despertar o interesse dos alunos com baixa aprendizagem, pela leitura e

interpretação através do uso de tirinhas e histórias em quadrinho, aumentando

assim o seu conhecimento na área de ciências. Incentivar os alunos a traduzirem em

linguagem artística (tirinhas, histórias em quadrinhos ou desenhos) os conteúdos

trabalhados pelo professor em sala da aula.

- Possibilitar ao aluno a consolidação dos conteúdos trabalhados na escola,

bem como a ampliação dos mesmos.

- Levar o aluno a compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser

humano, em sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive em

relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente.

- Despertar o interesse do aluno para a leitura, melhorando assim a sua

produção textual.

- Compreender a ciência como um processo de produção de conhecimento e

uma atitude humana, histórica associada a aspectos de ordem social, econômica,

política e cultural.

2 Fundamentação Teórica

Constata-se atualmente que cada vez mais os jovens tem dificuldades na

leitura e interpretação.

Na escola, o hábito da leitura é uma atividade que exige habilidades de fazer

perguntas a um texto, de buscar respostas e saber onde podemos encontrá-las.

Assim, saber ler é saber dialogar com um texto, seja ele jornalístico, literário, ou até

mesmo um rótulo de embalagem, é também elaborar questões sobre as informações

que ele contém. Nem sempre esta é uma tarefa fácil para os educadores.

O ensino pode se basear no interesse e na necessidade do aluno, para isso

devemos provocar à dúvida, o questionamento, a partir de experiências sociais dos

alunos. Isso vai desenvolver a habilidade de leitura tendo como ponto de partida as

necessidades de cada faixa etária.

Quadrinhos com super-heróis permitem que os professores façam abordagem de algumas teorias científicas.Alguns quadrinhos abrangem temas como radioatividade – que cria mutações genéticas em personagens como X-Men, Hulk e Homem-Aranha-, poderes pseudocientíficos – como SOS do Super-Homem-, o emprego de tecnologias avançadas – em Tony Stark (Homem de Ferro) e Batman-, estrutura atômica, química e anatomia.( CALAZANS, 2005, P.15)

O professor pode utilizar-se desse material para despertar o interesse para o

estudo de determinados conteúdos científicos.

Hoje em dia não se pode imaginar alguém vivendo sem energia elétrica, sem

atendimento médico e medicamentos, sem conhecer os efeitos das substâncias

tóxicas sobre o organismo ou sem valorizar a importância de uma boa alimentação e

da função dos exercícios físicos para o organismo. É a presença da ciência e da

tecnologia no cotidiano, através do que é consumido. Muitas vezes o aluno não faz

essa correlação da Ciência produzida e trabalhada na escola com o seu dia a dia.

Por este motivo temos que possuir um domínio sobre o conhecimento

científico e tecnológico como um dos instrumentos para garantia de uma vida

melhor. Para isso os alunos precisam conhecer e aprender os conteúdos básicos

trabalhados na disciplina de ciências durante o ensino fundamental.

A escola possui papel fundamental para instrumentalizar os indivíduos sobre os conhecimentos científicos básicos. No entanto, nem ela nem nenhuma instituição tem condições de proporcionar e acompanhar a evolução de todas as informações científicas necessárias para a compreensão do mundo. A ação conjunta de diferentes atores sociais e instituições promove a alfabetização científica na sociedade, reforçando-a e

colaborando com a escola.(KRASILCHIK; MARANDINO, 2007, p. 31)

A complexidade e a quantidade de conhecimento produzido socialmente

trazem desafios para sua compreensão. Na escola, a metodologia a ser aplicada

deve ser variada recorrendo-se a estratégias diferentes de ensinar o mesmo

conteúdo.

Atualmente observa-se que muitos dos alunos se interessam por tirinhas ou

revistas em quadrinhos, como as do Super-Homem ou as da Turma da Mônica,

dependendo da faixa etária em que se encontram.

A linguagem dos quadrinhos está cada vez mais presente na vida dos

alunos e consequentemente nas escolas e o uso deste recurso como uma

metodologia diferenciada ajuda na prática pedagógica e é uma realidade utilizada

por professores de diversas áreas. Por ser uma linguagem próxima à realidade dos

alunos e ser repleta de significados para eles, a presença dos quadrinhos em sala

de aula permite aos alunos uma nova forma de olhar a disciplina de Ciências.

O aporte visual para registro de uma história remonta ao homem das cavernas. As figuras egípcias, os murais fenícios, as pinturas renascentistas, até o grafite mais moderno vão registrando iconicamente toda a História da humanidade, compondo uma história em quadrinhos. Entretanto, se considerarmos a HQ num sentido mais restrito, como a história em quadrinhos sequenciais, constituindo um meio de comunicação em massa por ser reprodução em quantidade, esta só surgiu no século XIX. (HIGUCHI, 2002,p.125)

No Brasil o aparecimento da primeira história em quadrinhos é em 1869,

com Angelo Agostini e a criação do personagem Nhô Quim em viagem de Minas

Gerais à “Corte”, registrada por José Alberto Lovetro, quadrinista conhecido por JAL.

Na história em quadrinhos observa-se dois aspectos importantes:

· o aspecto narrativo (engloba a descrição do quadro, da situação, das

ações; marcador de tempo).

·o diálogo, geralmente dentro dos balões, onde se observa o contorno do

balão que pode indicar fala ou pensamento, palavras gritadas ou sussurradas.

Em um lançamento de Angela Rama e Waldomiro Vergueiro, denominado

“Como usar histórias em quadrinhos em sala de aula” (2012), são apresentadas

algumas sugestões metodológicas: os quadrinhos utilizados em aulas de Língua

Portuguesa, Geografia, História e Artes.

Um importante aspecto na utilização dos quadrinhos é que os professores

precisam conhecer as convenções específicas como o tamanho e espessura das

letras, as onomatopeias, sequência de leitura dos diálogos e dos quadrinhos e

demais símbolos utilizados, para somente ai usar essa metodologia nas aulas.

Acerca disso, o autor destaca:

A “alfabetização” na linguagem específica dos quadrinhos é indispensável para que o aluno decodifique as múltiplas mensagens neles presentes e, também, para que o professor obtenha melhores resultados em sua utilização. (RAMA, VERGUEIRO.,2012, p. 31)

Os escritores brasileiros Monteiro Lobato, Ziraldo e Maurício de Souza,

fazem uso de linguagens diferenciadas, estimulando a imaginação das crianças,

trazendo histórias e lendas antigas para o nosso dia a dia.

A literatura esta sendo trabalhada há muito tempo nas escolas. A primeira

tentativa de aproximação com as histórias em quadrinhos aconteceu com as

primeiras versões dos clássicos transformados em histórias em quadrinhos e

também com as ilustrações dos livros, que tinham como função dar um reforço visual

ao texto.

A versão quadrinizada de Sonhos de uma noite de verão de Shakespeare apresenta um visual belíssimo e roteiro muito atraente por mostrar a história sob outro ângulo. É resultado de um trabalho conjunto de Neil Gaiman e Charles Vege para a revista Sandman.(HIGUCHI, 1997, p. 146)

Hoje observa-se que a imagem vem ocupando espaço e influenciando cada

vez mais no dia a dia das pessoas; por isso, sua leitura, além das dos textos

apresentados nos livros, deve ser trabalhada em sala de aula dentro de todas as

disciplinas.

A ligação existente entre o texto e a imagem, que existem na história em

quadrinhos, aumenta a compreensão dos conceitos por parte dos alunos.

No caso das Histórias em Quadrinhos, a criança poderá ter seu prazer ampliado, desenvolvendo sua capacidade de leitura. A História em Quadrinhos permite infinitas possibilidades de exploração do imaginário: magia, violência, ficção científica, sonhos, tudo cabe em suas páginas. Através da imaginação podemos superar, ou pelo menos, diminuir nossos problemas e as pressões que sofremos no cotidiano e encontrar possíveis soluções. O olhar aguçado percebe além, espírito crítico e prazer são ampliados através dele. (HIGUCHI, 1997, p. 153)

Portanto, para trabalhar com tirinhas e histórias em quadrinhos nas aulas de

Ciências, também é necessário conhecer minimamente essa linguagem e perceber

nela as contribuições como um instrumento complementar à prática pedagógica.

Esse conhecimento permitirá um trabalho mais próximo com a linguagem e,

portanto, mais crítico e profundo.

Por ser uma linguagem muito utilizada pelos alunos no seu cotidiano e,

portanto, ser repleta de significado para eles, a utilização das tirinhas e das histórias

em quadrinhos em sala de aula permitirá apresentá-los a novas formas de

compreender os conteúdos trabalhados na disciplina de Ciências, com estratégias

diferenciadas e até mesmo, bem humoradas. Despertando assim o interesse e

consequentemente, melhorando a leitura, a interpretação e tendo um melhor

rendimento.

3 Atividades

Para que isso acontecesse primeiramente foi trabalhado em sala, com o 6º e

o 7º ano do Colégio Estadual Barão de Antonina, da cidade de Rio Negro, os

conteúdos específicos da disciplina de ciências.

3.1 Atividades realizadas no 6º ano

No 6º ano a Astronomia: Origem do Universo, Sistema Solar e Movimentos

do Planeta Terra, com o objetivo de que os alunos passem a compreender a origem

do Universo, como é o nosso Sistema Solar e quais os movimentos que o planeta

Terra realiza.

Esse trabalho foi iniciado com uma investigação através de conversação

com os alunos sobre os conhecimentos adquiridos anteriormente sobre os

conteúdos de Astronomia. Após essa investigação, foi solicitado a produção de uma

história em quadrinhos sobre o conteúdo abordado anteriormente, a qual servirá

para analisar os conhecimentos prévios dos educandos sobre o tema abordado e

sobre a linguagem específica utilizada nas histórias em quadrinhos.

No decorrer da atividade pode-se observar que o tempo gasto pelos alunos

para a elaboração de uma história em quadrinhos foi maior que o estabelecido

anteriormente no projeto.

Com a análise dessa atividade observou-se que os alunos tinham um

conhecimento prévio da linguagem das histórias em quadrinhos e sobre o Sistema

Solar.

A partir desse diagnóstico foi iniciado o trabalho com a abordagem do

conteúdo sobre a Origem do Universo. Para isso foi usado um vídeo “Astronomia: O

começo de tudo” , da série: “Poeira das Estrelas” - Parte 1, produzido pelo

Fantástico - Rede Globo.

Disponível no link abaixo:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8757

No decorrer da aula foi conversado com os alunos sobre o vídeo, anotando

com eles qual é a Origem do Universo mais aceita pela comunidade científica e

como ela teria acontecido. Depois foram apresentadas algumas imagens do Sistema

Solar, para que o Professor fosse fazendo alguns questionamentos, e introduzindo

os conceitos científicos sobre o sistema solar, apoiando-se no capítulo 20,“Sistema

Solar”, do Livro Didático para o 6º ano, de Fernando Gewandsznajder.O Planeta

Terra, da Editora Ática S.A.

Para o trabalho do conteúdo Astronomia – Movimentos do Planeta Terra,

nossa abordagem começou pela leitura e interpretação de uma Tirinha sobre o

movimento de Rotação do Planeta Terra.Logo após a conversação sobre a tirinha foi

trabalhado a parte específica do conteúdo científico, sobre os movimentos de

rotação e translação do Planeta Terra. Para isso foi utilizado o capítulo 21, “A Terra

e seu satélite”, do Livro Didático para o 6º na,de Fernando Gewandsznajder. O

Planeta Terra, da Editora Ática S.A.

Depois de serem trabalhados os conteúdos específicos da disciplina iniciou-

se o trabalho com a linguagem específica das histórias em quadrinhos, com o

objetivo de que os alunos compreendessem essa linguagem específica utilizada em

tirinhas e histórias em quadrinhos.

Para isso os alunos assistiram a animação “A História do Mangá”. Esta

animação traça a história do Mangá, desde sua origem até suas publicações atuais.

Produção feita a partir de uma parceria da equipe do Portal Dia a Dia e da

Coordenação de Multimeios, ambos da Secretaria Estadual da Educação do Paraná.

Disponível no link abaixo:

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17629

Depois de assistir o vídeo, os alunos foram questionados sobre o seu

conhecimento sobre as tirinhas e histórias em quadrinhos e sua origem no restante

do mundo.

No decorrer das aulas foram trabalhados aspectos principais das tirinhas

para que o aluno compreendesse que as tirinhas e histórias em quadrinhos

constituem um sistema narrativo composto por dois códigos que atuam em

constante interação: o visual e o verbal.

Outro critério abordado foi que, a imagem desenhada é o elemento básico

das histórias em quadrinhos. Que ela se apresenta como uma sequência de quadros

que trazem uma mensagem ao leitor.

Além disso, a discussão do conteúdo levou o aluno a compreender que os

enquadramentos ou planos representam a forma como uma determinada imagem foi

representada nesse tipo de história. Onde eles puderam identificar os elementos

constituintes (protagonista e personagens secundários, sequência temporal,

trama/enredo).

Os alunos também puderam compreender a linguagem verbal, utilizando o

balão como recurso gráfico (indicação da fala ou do pensamento dos personagens).

Compreenderam também a função das legendas e das onomatopeias utilizadas.

Após essa atividade a turma foi dividida em duplas. Cada dupla ficou

responsável pela produção de uma tirinha sobre um dos conteúdos trabalhados em

Astronomia.

Com a ajuda do Professor as duplas fizeram a reestruturação das tirinhas,

que foram apresentadas para todos os alunos da turma. Na figura 1 vê-se uma

tirinha produzida por uma das equipes.

Figura 1 – Tirinha produzida por equipe do 6º ano.

3.2 Atividades realizadas no 7º ano

No 7º ano os conteúdos trabalhados foram as características dos seres vivos

de acordo com: tipos de célula, número de células, temperatura e nutrição, com o

objetivo de que os alunos possam compreender que os seres vivos são classificados

de acordo com suas características.

Iniciou-se o trabalho desse conteúdo com a observação de algumas

imagens na TV Multimídia (Abelha, Ascaris lumbricoides, Ácaros, Anfíbio – Perereca,

Camomila e Cnidária - Anthozoa - Coral-sol). Logo após os alunos responderam a

alguns questionamentos orais como:

1) O que são?

2) O que são seres vivos?

3) Eles são todos iguais? Que diferença há entre eles?

4) Como vocês sabem que eles são diferentes?

5) Eles são diferentes por que tem nomes diferentes?

Dando continuidade, os alunos receberam uma charge para analisar e

refletir sobre a necessidade da classificação dos seres vivos, de acordo com suas

características principais.

Na sequência os educandos fizeram a produção de uma História em

Quadrinhos sobre quais os critérios que eles achavam que foram adotados para

classificar os seres vivos que eles observaram nas imagens.

Nesse momento foi observado, durante a produção da história em

quadrinhos o conhecimento que os alunos tinham sobre esta linguagem e quais as

características principais eles observaram nos seres vivos trabalhados para poder

colocá-los em determinados grupos.

Após essa análise, foi iniciado o trabalho do conteúdo sobre a formação dos

seres vivos por pequenas unidades vivas chamadas células. Observando-se que

alguns apresentam em sua composição apenas uma célula, portanto são chamados

de Seres Unicelulares, também conhecidos como microrganismos ou micróbios.

Outros, porém, apresentam várias células, por isso são chamados de Seres

Pluricelulares ou Multicelulares.

Houve então um questionamento:

Mas as células são todas iguais?

Não, de acordo com a presença ou a ausência de um núcleo celular

individualizado por uma membrana, elas podem ser classificadas em:

Células Eucariontes ou Eucarióticas: São aquelas nas quais há um núcleo

bem definido e delimitado por uma membrana, dentro da qual se encontra o material

genético. Exemplos: Os animais, os vegetais e os fungos.

Com o auxílio do Capítulo 3: Das Células aos Reinos de Seres Vivos, do

Livro Didático “Ciências Naturais - Aprendendo com o cotidiano”, da Editora

Moderna, foi sistematizado em sala a diferença entre as Células Eucariontes

Animais e Vegetais.

Para diagnosticar se os alunos conseguiram memorizar esse conteúdo, foi

aplicado uma atividade com imagens de seres vivos unicelulares, pluricelulares,

procariontes e eucariontes, onde foi possível observar que o conteúdo foi

memorizado.

Depois de trabalharmos a definição da classificação dos seres vivos de

acordo com a temperatura, ou seja, a diferença entre os seres endotérmicos e

ectotérmicos, a atividade sugerida foi que os alunos procurassem em revistas ou

jornais, imagens de seres vivos ectotérmicos e seres vivos endotérmicos, para que

pudessem colar em uma tabela, observando-se suas características e fazendo suas

anotações.

Na sequência,outro critério trabalhado foi o que os biólogos escolheram para

classificar os seres vivos de acordo com à maneira como o ser vivo obtém alimento.

De acordo com esse critério os seres vivos são classificados em:

Seres Autotróficos: Aqueles que têm nutrição autotrófica, ou seja,

empregam a energia da luz do Sol. Os vegetais produzem açúcar e, a partir dele, as

outras substâncias que formam seu corpo, usando gás carbônico, água e sais

minerais retirados do ambiente, num processo conhecido como Fotossíntese.

Seres Heterotróficos: Aqueles que têm nutrição heterotrófica, ou seja,

dependem dos açúcares e de outras substâncias produzidas pelos vegetais e outros

animais.

Para que os alunos compreendessem melhor essas definições foram

apresentadas em sala o Vídeo “Fotossíntese: Como funciona?” que explica como as

plantas fazem para transformar a energia luminosa em energia química, com o

objetivo de suprir as necessidades metabólicas necessárias para o crescimento e

reprodução destes seres vivos.

Disponível no link abaixo:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/vídeo/showVideo.php?vídeo=8940

Após essas atividades os alunos responderam a uma chave de conceitos

sobre como os seres vivos são classificados de acordo com o tipo de célula, número

de célula, temperatura e nutrição.

Observação: Atividades adaptadas do Livro Didático “Ciências Naturais –

Aprendendo com o cotidiano”, da Editora Moderna.

Depois de serem trabalhados os conteúdos específicos da disciplina de

ciências com o 7º ano, iniciou-se o trabalho com a linguagem específica das

histórias em quadrinhos, com o objetivo de que os alunos compreendessem essa

linguagem utilizada em tirinhas e histórias em quadrinhos.

Para isso os alunos assistiram a animação “A História do Mangá”. Esta

animação traça a história do Mangá, desde sua origem até suas publicações atuais.

Produção feita a partir de uma parceria da equipe do Portal Dia a Dia e da

Coordenação de Multimeios, ambos da Secretaria Estadual da Educação do Paraná.

Disponível no link abaixo:

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17629

Depois de assistir o vídeo, os alunos foram questionados sobre o seu

conhecimento sobre as histórias em quadrinhos e sua origem no restante do mundo.

No decorrer das aulas foram trabalhados os aspectos principais das tirinhas,

para que o aluno compreendesse que as tirinhas e histórias em quadrinhos

constituem um sistema narrativo composto por dois códigos que atuam em

constante interação: o visual e o verbal.

Outro critério abordado foi que, a imagem desenhada é o elemento básico

das histórias em quadrinhos. Que ela se apresenta como uma sequência de quadros

que trazem uma mensagem ao leitor.

Além disso, a discussão do conteúdo levou o aluno a compreender que os

enquadramentos ou planos representam a forma como uma determinada imagem foi

representada nesse tipo de história. Onde eles puderam identificar os elementos

constituintes (protagonista e personagens secundários, sequência temporal,

trama/enredo).

Os alunos também puderam compreender a linguagem verbal, utilizando o

balão como recurso gráfico (indicação da fala ou do pensamento dos personagens).

Compreenderam também a função das legendas e das onomatopeias utilizadas.

Após essa atividade a turma foi dividida em duplas. Cada dupla ficou

responsável pela produção de uma história em quadrinhos sobre um dos critérios de

classificação dos seres vivos, trabalhados em sala.

Com a ajuda do Professor as duplas fizeram a reestruturação das histórias

em quadrinhos, como se pode observar como exemplo na figura 2.

Figura 2 – História em quadrinhos produzida por equipe do 7º ano.

4 Considerações Finais

Durante a aplicação do material didático, observou-se que o tempo gasto

pelos alunos, para produzir as histórias em quadrinhos, foi além das aulas previstas.

Levando ao questionamento sobre a validade dessa atividade, já que nos

preocupamos com a quantidade de conteúdos que temos que trabalhar e o número

de aulas dadas durante um ano letivo.

Questionamento esse levado até os colegas professores, participantes do

GTR 2014, onde um deles nos levou a refletir que diariamente enfrentamos essas

dificuldades em cumprir nosso cronograma, pois sempre temos que levar em conta

que nossos alunos caminham em tempos diferentes uns dos outros. Essa

metodologia foi escolhida com o objetivo principal de ajudar aqueles alunos com

dificuldades a compreender melhor o conteúdo específico de ciências. O

cronograma antecipadamente elaborado serve apenas como um meio de

organização dentro de um determinado período, com possibilidades de possíveis

mudanças.

Outro comentário realizado por professores participantes do GTR foi que,

quando ultrapassamos a quantidade de aulas previstas para o desenvolvimento das

atividades propostas, estamos garantindo que elas estão sendo realizadas com

qualidade. Assim buscando atingir o objetivo principal dessa metodologia, que é a de

motivar os alunos para a aprendizagem dos conteúdos, garantindo assim resultados

positivos no processo ensino-aprendizagem.

Durante a realização dessas atividades observou-se o interesse dos alunos

pela produção das tirinhas e das histórias em quadrinhos, pelo cuidado com a

linguagem padrão, pois todos teriam acesso aquele material produzido por eles.

Despertando assim o interesse pela leitura e interpretação, aumentando assim o seu

conhecimento na área de ciências.

5 Referências

5.1 Referências bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais.Brasília, DF:

MEC, 1998.

______.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF:MEC,

1996.

CALAZANS, Flávio Mário de Alcântara. História em quadrinhos na escola.

São Paulo: Paulus, 2004.

CANTO, Eduardo Leite do. Ciências naturais: aprendendo com o

cotidiano. 3ª ed., São Paulo: Moderna, 2009.

HIGUCHI, Kazuko Kojima. Super-Homem, Mônica & Cia. In: CHIAPPINI,

Ligia. Coordenadora Geral. Aprender e Ensinar com textos: Aprender e ensinar

com textos não escolares. 5ª ed., São Paulo: Cortex Editora, 2002. 125p.

GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências? O planeta Terra. 4ªed, São

Paulo: Ática, 2009.

KRASILCHIK, Myriam; MARANDINO, Martha. Ensino de ciências e

cidadania: Cotidiano Escolar: ação docente. 2ª ed., São Paulo: Moderna, 2007. 87

p.

RAMA, Angela et al. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula.

4ª ed., 1ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2012.

SOBANSKI, Adriane de Quadros et al. Ensinar e Aprender

história.:Histórias em quadrinhos e canções. 22ª Curitiba: Base Editorial, 2009. 120

p.

5.2 Referências de vídeos

Animação“A História do Mangá” - Disponível em:

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17629.

Acesso em: 22 nov. 2013.

Vídeo “Astronomia: O começo de tudo”, da série: “Poeira das Estrelas” -

Parte 1 – Disponivel em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8757.

Acesso em: 21 nov. 2013.

Vídeo “De onde vem o dia e a noite? - Disponível

em:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8695.

Acesso em: 22 nov. 2013.

Vídeo Astronomia : Sistema Solar. Disponível em:

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=8720.

Acesso em: 22 nov. 2013.

Vídeo “História em quadrinhos é literatura?” Disponível em:

http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17385.

Acesso em: 25 nov. 2013.