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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO – OESTE – UNICENTRO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIDADE DIDÁTICA

ÁREA: HISTÓRIA

PROFESSORA: LEILA MARA BAÚ MARTINS

Pitanga

2013

2

SUMÁRIO

1- APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 04

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 06

3. A MÚSICA EM SALA DE AULA: Orientações metodológicas...................... 12

4. CINEMA NA SALA DE AULA: Orientações metodológicas ......................... 15

5. ATIVIDADES DIDÁTICAS ................................................................................. 17

6. ATIVIDADE I - Conhecimentos prévios .......................................................... 18

6.1. Responda as seguintes questões ........................................................... 18

6.2. Entrevista junto aos seus familiares e amigos ...................................... 19

7. ATIVIDADE II: Contextualizando conhecimentos sobre o período da

ditadura militar .................................................................................................

20

7.1. Recursos complementares ..................................................................... 20

7.2. Agora assista ao documentário de Bóris Fausto sobre o “Período

Militar” ........................................................................................

21

7.3. Sondando os conhecimentos .................................................................. 22

8. ATIVIDADE III: Pesquisa no Laboratório de Informática da escola ............ 22

9. ATIVIDADE IV: explorando as letras de músicas .......................................... 23

9.1. CONHECENDO ALGUMAS MÚSICAS: Agora vamos conhecer

algumas músicas que durante o período militar se tornaram

verdadeiros hinos contra a repressão e censura ..................................

24

9.2. Para saber mais!!! ................................................................................... 25

9.3. Para saber mais!... Militares da Época ................................................... 26

9.4. Para saber mais !... Movimento de 1968 ................................................ 27

9.5. Para saber mais!!! Calabouço ................................................................ 28

10. ATIVIDADE V: Análise do filme ..................................................................... 30

10.1. Para conhecer um pouco do filme segue sinopse ............................. 30

11. ATIVIDADE VI: Refletindo sobre o tema ...................................................... 31

11.1. Para refletir e responder ....................................................................... 31

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 32

13. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 34

14. REFERÊNCIA DE SITES ................................................................................ 36

3

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: A música popular brasileira como fonte de aprendizagem histórica sobre a Ditadura Militar

Autor: Leila Mara Baú Martins

Disciplina: História

Escola de Implementação

do Projeto e sua localização

Escola Estadual Tiradentes – Ensino Fundamental, Avenida Interventor Manoel Ribas, 250 – Centro. CEP: 85 200 000

Município da escola: Pitanga

Núcleo Regional de

Educação:

Pitanga

Professora Orientadora: Carmem Lúcia Gomes De Salis

Instituição de

Ensino Superior:

UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro – Oeste.

Relação Interdisciplinar

Resumo:

A presente Unidade Didática tem como objetivo produzir conhecimento histórico acerca do período da Ditadura Militar no Brasil, no período de 1964 a 1980, a partir do uso música enquanto fonte histórica para a sala de aula. Assim, pretende-se por meio das músicas inseridas no estilo musical MPB, analisar junto com os alunos o período da Ditadura Militar no Brasil, mais especificamente questões como repressão, censura e resistência. Por meio da análise das fontes, propomos trabalhar a música como uma forma de contestação ao período, haja vista que a música estabelece uma profunda relação com o contexto histórico. O público escolhido foram alunos da Escola Estadual Tiradentes, do município de Pitanga, estudantes do 9º ano.

Palavras-chave: Música Popular brasileira – Ensino de História- Ditadura Militar – Fonte histórica

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo: Alunos do 9º ano

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1. APRESENTAÇÃO

Esta Unidade Didática foi idealizada pela Professora PDE, Leila Mara Bau

Martins e orientada pela Professora da UNICENTRO Carmem Lúcia Gomes De Salis

e tem como objetivo a realização de atividades para que outros professores possam

ter em mãos uma nova metodologia para o trabalho em sala de aula, com os

educandos da rede estadual de ensino do Paraná.

Objetivamos, com esta Unidade Didática, proporcionar aos alunos do 9º ano

do Ensino Fundamental, da Escola Estadual Tiradentes a oportunidade de pensarem

e refletirem o contexto histórico do Período Militar, analisando algumas músicas da

MPB como fontes históricas, contribuindo para que alunos fiquem mais atentos ao

modo como a música faz sentido, percebam que os sentidos têm a ver com o

contexto atual, com o sujeito e com a história.

Assim, por meio da música popular brasileira propomos um trabalho

pedagógico com considerações sobre a Ditadura Militar no Brasil, período de 1964 a

1980. A escolha do tema se deu a partir da observação de que a disciplina de

História nem sempre é recebida pelos alunos de maneira satisfatória. Quando

indagados sobre a importância da disciplina em suas vidas, são praticamente

unânimes em conceituar a História como maçante, alegando que os conteúdos desta

disciplina prendem-se a datas, memorização e conhecimentos ultrapassados.

Atualmente, diante de tantos avanços tecnológicos e da efemeridade de tudo,

o interesse do estudante volta-se para a próxima inovação, para o futuro. Nesta

expectativa por novidades, o conhecimento histórico seria desnecessário. Ou seja, a

disciplina, na visão dos alunos, estaria desconectada do cotidiano e presa ao

passado, sem conexões com o presente e o futuro.

Desta forma, vários estudos têm centrado o interesse em delinear as razões

do desinteresse dos alunos pela disciplina e ao mesmo tempo refletir acerca da

prática em sala de aula, com vistas à produção do conhecimento histórico.

Neste sentido, podemos destacar pesquisas como a de Schmidt e Braga

(2005) evidenciando o importante papel das fontes históricas em sala de aula, pois

segundo as autoras, as fontes, quando não trabalhadas como ilustração permitem

que os alunos estabeleçam relações entre a história vivida e outras narrativas.

A História é carregada de significados, mas é preciso ir além das codificações

de datas e instigar os alunos a entenderem-se enquanto sujeitos do processo

5

histórico, auxiliá-los, enquanto professor mediador, a desenvolver o senso crítico, o

pensamento histórico e autônomo. Por isso, acreditamos ser necessário refletir

sobre o ensino, onde o trabalho pedagógico tenha como finalidade a formação do

pensamento histórico dos estudantes.

Uma das fontes onde a história é narrada são as canções. Nas composições

musicais há registros de acontecimentos, movimentos políticos, situações

econômicas, tendências comportamentais, ideologias e percepções do passado, do

presente e expectativas de futuro de toda uma geração.

Por esse motivo, considera-se relevante propor um trabalho pedagógico em

História com algumas músicas de protesto do período ditatorial, pois além de

possibilitarem acesso ao conhecimento histórico, as músicas fazem parte do

cotidiano dos alunos. Sabe-se que dentre os vários desmandos cometidos na época

da Ditadura Militar, a liberdade de expressão foi severamente tolhida e na sua fase

mais aguda, a censura foi instalada no cotidiano das pessoas, ou seja, cada um dos

cidadãos brasileiros experimentou na sua intimidade, os limites do dizer.

Contudo, buscaram-se formas diferentes, isto é, respostas silenciosas para

esta interdição através de jornais, os espaços em branco denotavam o silêncio

subentendido, uma receita culinária ou um fragmento de poesia adquiria um sentido

particular. Outra forma de resistência e de mobilização social contra a censura foi a

Música Popular Brasileira (MPB). Era a época dos grandes festivais e o povo

cantava de mãos dadas, gesto que pode ser considerado uma forma de

manifestação política.

É a partir deste contexto, que sob o enfoque histórico de composições

musicais da época, buscamos evidenciar os diferentes procedimentos de construção

de sentidos trabalhados na história como forma de resistência contra a censura,

tendo como recurso didático-pedagógico a música escrita nos anos 64 e 80.

Portanto, nesta Umidade Didática buscamos pensar o uso da música na sala

de aula, enquanto instrumento didático-pedagógico para estimular o

desenvolvimento do pensamento histórico no processo de ensino aprendizagem dos

alunos no Ensino Fundamental.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino de História passou por uma série de transformações. Novos campos

de pesquisa se desenvolveram nesta área o que possibilitou aos pesquisadores

pensá-lo a partir de múltiplas temáticas. Assim, é possível hoje, refletir acerca da

questão da aprendizagem histórica; da produção do conhecimento histórico em sala

de aula; o papel dos livros e materiais didáticos; a formação do professor e também

a questão do uso de diferentes fontes em sala de aula, não pensada como algo

externo ao processo de ensino aprendizagem, mas sim por dentro do processo,

como um importante instrumento com vistas a produzir conhecimento e desenvolver

no aluno o pensamento histórico.

Com vistas a compreender esse processo de transformação, torna-se

necessário historicizá-lo, principalmente, a partir da segunda metade do século XX.

A partir da década de 80 houve uma série de propostas de políticas públicas

no âmbito do governo visando à reestruturação dos currículos escolares, cujo

objetivo versava sobre a tentativa de recolocar professores e alunos como sujeitos

da história e da produção do conhecimento, enfrentando a forma tradicional de

ensino trabalhada na maioria das escolas brasileiras, a qual era centrada na figura

do professor como o detentor do conhecimento e o aluno apenas como agente

passivo da aprendizagem.

Os anos 1990 trouxeram a crise da História e a possibilidade de novos

paradigmas. Muitas mudanças foram propostas para os currículos numa tentativa de

inserir nas produções didáticas as “[...] produções historiográficas que

respondessem com maior adequação aos temas mais significativos da sociedade

contemporânea”. (SCHIMIDT; CAINELLI, 2004, p. 13).

A partir da Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, foi

determinado que seria da competência da União, do Distrito Federal e dos

municípios o estabelecimento de novas diretrizes para a organização dos currículos

e seu conteúdo mínimo. Em 1997 foram propostos pela Secretaria de Educação

Fundamental, do MEC os PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais.

Estes Parâmetros, segundo Schimidt e Cainelli (2004) contribuíram

principalmente para destacar a importância da inserção das inovações

metodológicas no ensino de História e também, para propor um trabalho menos

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expositivo e mais participativo, no qual o professor desempenharia um papel de

mediador.

Neste sentido, o professor deveria ajudar o aluno a pensar historicamente, o

saber-fazer, o saber-fazer-bem. Sob esta perspectiva o trabalho com as fontes

históricas em sala de aula passou a ser valorizado como uma forma de ajudar o

aluno a perceber os diferentes olhares sobre os fatos históricos, levando-o a

reconstruir o percurso da narrativa histórica.

Assim, o objetivo, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s

(1998) era fazer com que o conhecimento histórico fosse ensinado de tal forma que

o aluno tivesse condições de participar do processo do fazer, do contar e do narrar a

História. Deste modo, a recorrência ao vestígio de fontes históricas nas aulas de

História poderia contribuir para a aprendizagem, favorecendo o pensamento

histórico.

Uma das grandes dificuldades centra-se justamente na forma como as fontes

históricas são ainda usadas em sala de aula. Embora as Diretrizes Nacionais da

Educação, como já mencionado acima, incentivem o trabalho com as referidas

fontes, observa-se, muitas vezes, que ainda subsiste o uso enquanto ilustração dos

argumentos e reafirmações das descrições dos conteúdos. Segundo Pereira e

Seffener (2008):

O problema não é o fato de o professor levar o referido documento para a sala de aula, mas utilizar a fonte para confirmar o que mencionou sobre o final da Guerra, procedimento que define o caráter de prova do documento e o caráter submisso do relato à fonte. (PEREIRA; SEFFENER, p. 123, p. 2008).

Acredita-se, assim, que a dificuldade não está em considerá-la enquanto um

instrumento importante para o processo de construção do conhecimento histórico,

mas sim, em como utilizá-la enquanto um importante instrumento mediador de

produção de conhecimento. Assim, é necessário fazer mais do que simplesmente

levar para a sala de aula instrumentos e objetos que fizeram parte da história, mas é

preciso de um modo geral, explicar e exemplificar como tais fontes fazem a

diferença, indagar, provocar à reflexão, de modo que os estudantes possam ver não

somente um lado dos acontecimentos, mas perceber a construção da história e da

narrativa histórica, com um olhar crítico a respeito do que está sendo ensinado.

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Pereira e Seffener explicam que:

Quando utilizadas como prova para mostrar ações da Igreja na Idade Média, essas imagens simplesmente deixam de ser consideradas como monumentos e a aula de história perde uma boa oportunidade de discutir o papel constitutivo das imagens constantes nas publicações didáticas e de perceber o olhar que os livros didáticos direcionam para o medievo quando lançam mão dessas imagens. Ou seja, perde-se de ensinar às crianças o papel que as fontes assumem no interior de cada geração e de cada uso que delas se faz. Neste caso, parece-nos que tais imagens têm servido para, de maneira bastante velada, mostrar que o período medieval não passou de um intervalo obscuro na civilização e que o seu legado cultural não passou de cópia de tudo o que se produzira no mundo antigo clássico. (Pereira; Seffener, p. 124, p. 2008).

Os autores citados apresentam a questão da imagem como fonte histórica,

mas este exemplo pode ser também relacionado à música, ou seja, por meio dela é

possível tecer as seguintes indagações: Como o manual didático aborda o período

da Ditadura Militar? Fazendo uma comparação com as letras das músicas, como as

pessoas vivenciaram esse período? O que a análise das letras das músicas que

foram produzidas na Ditadura Militar, permite afirmar? Como os compositores

externavam seus protestos, suas angústias, seus medos? O que estavam projetando

para o país nestas músicas?

Ensinar a história por meio de fontes históricas parece ser um bom caminho

para o aluno entender a relação com outras narrativas como a televisão, a revista, o

rádio, o cinema, a música, entre outros. Fonseca (2005), explica que se faz muito

importante o uso das fontes em sala de aula, principalmente em relação à disciplina

de História, ajudando os alunos a terem discernimento sobre os aspectos históricos

que estão estudando.

As fontes históricas assumem um papel fundamental na prática do ensino de história, uma vez que são capazes de ajudar o aluno a fazer diferenciações, abstrações que entre outros aspectos é uma dificuldade quando tratamos de crianças e jovens em desenvolvimento cognitivo. No entanto, diversificar as fontes utilizadas em sala de aula tem sido o maior desafio dos professores na atualidade (FONSECA, 2005, p.56).

Desta forma, o professor torna-se o mediador do ensino levando em conta as

ideias prévias dos alunos a respeito do assunto a ser abordado e também as fontes

a serem utilizadas, bem como a historiografia. A mediação do professor pressupõe

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abertura para o aluno, criando as condições para que ele comece a se entender

enquanto sujeito da construção do conhecimento histórico.

Deste modo, a música assumiu ao longo do tempo um papel importante,

funcionando como ferramenta para abordar a história da ditadura militar de maneira

que o aluno possa refletir tanto sobre os fatos históricos quanto as consequências

desta época.

A repressão do regime militar, após o AI-5, que recaiu sobre tropicalistas e emepebistas, apesar de todos os traumas que causou no cenário musical brasileiro, acabou criando uma espécie de “frente ampla” musical, parte do complexo e contraditório clima de resistência cultural à ditadura. (NAPOLITANO, 2005, p.68).

A utilização de meios que levem os estudantes a entenderem melhor uma

determinada situação, principalmente no que se refere aos aspectos da história, são

de fato determinantes. Segundo Schmidt e Cainelli, 2004, a problematização dos

conteúdos é uma maneira de iniciar o planejamento de ensino e de organizar a

aprendizagem.

Desta forma, percebe-se que os movimentos principalmente da MPB, foram

de grande importância para dar andamento a um novo posicionamento do povo

brasileiro.

Os embates estéticos e ideológicos de 1968 apontavam para uma cisão definitiva da música popular moderna no Brasil, entre as correntes nacionalistas e contraculturais, que agora pareciam distantes. O exílio de Gil e Caetano, assim como os de Geraldo Vandré e Chico Buarque (neste caso, “voluntário”), lembrava que havia um inimigo em comum: a censura e a repressão impostas pelo regime. O alvo podia ser as letras políticas e socialmente engajadas de Chico e Vandré quanto às atitudes iconoclastas e a crítica comportamental de Caetano e Gil. Guerrilha e maconha, comunismo e androginia, Revolução Cubana e Paris 68 ocupavam o mesmo lugar no imaginário confuso do conservadorismo de direita, que se contrapunha ao setor mais valorizado e respeitado da música brasileira. (NAPOLITANO, 2005, p.7068).

A música brasileira teve uma importância muito grande na concepção cultural

durante a ditadura militar. Foi nesta época também que muitas mudanças ocorreram

no âmbito da formação de professores e nos currículos escolares. O projeto de

desqualificação do professor de História, estrategicamente implementado “[...] por

setores do Estado e empresas do campo educacional, foi acompanhado de um

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processo de resistências individuais e organizadas nos diversos momentos desse

período histórico”. (FONSECA, 1993, p.35).

Deste modo, o ambiente educacional passou a ser visto pela ditadura militar

como um lugar onde as pessoas poderiam se reunir, refletir e levantar novas

bandeiras. Diante disso, a repressão passou a fazer parte do dia a dia nos

ambientes educacionais. Assim, a música passou a ser utilizada como meio de

comunicação para expressar sentimentos e correntes de pensamento no meio

educacional.

No topo da hierarquia musical da época havia a MPB, tida como uma música “culta”, aberta a várias tendências, desde que chanceladas pelo “bom gosto” dos setores intelectualizados ou pelas “ousadias” das vanguardas jovens. Assim, o Tropicalismo, sobretudo após 1972, passou a ser considerado uma “tendência” dentro do sistema musical amplo da MPB, perdendo a aura de “gênero” específico e movimento anti-emepebista, sua marca em 1968. Apesar disso, no começo da década, havia uma tentativa de manter um mainstream da MPB (samba-bossa nova – “música de festival”) contra as misturas musicais consideradas descaracterizantes, do ponto de vista do nacionalismo cultural (NAPOLITANO, 2005, p.71).

Foi neste período que os artistas passaram a organizar protestos contra a ditadura militar, mesmo que muitos setores populares estivessem sendo duramente reprimidos, eles não deixavam de passar suas mensagens através de sua arte. Neste contexto buscavam melhores condições para uma organização política nas camadas médias intelectualizadas.

A MPB dos anos 60 e, sobretudo dos anos 70, sintetizou de forma singular as diversas tradições estéticas, circuitos culturais e tempos históricos que marcaram a vida cultural brasileira do século XX. Poderíamos dizer que ela aglutinou tudo que veio antes e apontou caminhos para tudo que viria depois daquelas décadas marcantes. (NAPOLITANO, 2005, p.74).

A música popular urbana no Brasil possui uma história longa, sendo ela uma

das tradições da cultura brasileira. Segundo Fonseca (2003), seus desdobramentos

marcam, até hoje, o cenário musical brasileiro e as intervenções públicas de

criadores e críticos, buscando defender os valores diante dos questionamentos. Por

isso, a música passou a fazer parte das estratégias de ensino.

Apesar da MPB, enquanto sistema musical/cultural amplo, exercer o papel de vórtice de tempos históricos e tradições diferenciadas, qualquer histórica – social ou cultural – da nossa vida musical não pode reproduzir a indiferenciação dos tempos históricos e das séries culturais aglutinadas

11

neste longo processo, memorizados sob uma aparente linearidade cronológica, de sucessão tranquila de estilos, artistas e movimentos. Trata-se de examinar as diversas tradições específicas, os tempos históricos conforme sua inserção social e sua dinâmica própria, examinar o material musical como elemento que imana uma pluralidade de memórias e projetos culturais, quase sempre conflitivos entre si. (NAPOLITANO, 2005, p.75-76).

Portanto, a música popular tem trazido as posições e os dilemas não somente

dos artistas, mas do público e dos mediadores culturais, como produtores, críticos,

formadores de opinião. Por isso, a utilização da música como fonte histórica em sala

de aula, para trabalhar os aspectos históricos de uma época, traduz uma forma de

conservar as memórias e revelar segredos de uma época em que a única forma de

transpor o conhecimento, as informações e os sentimentos foram através da música

e da arte.

12

http://background-pictures.feedio.net/music-poster-design-in-photoshop

Esta Unidade Didática terá seu embasamento principal nos escritos de Kátia

Maria Abud, no que diz respeito à teoria e aspectos metodológicos do uso da música

em sala de aula, bem como nas sugestões das atividades para implementação do

Projeto proposto pelo PDE.

A partir de agora passamos a discutir fatores que mostrem a importância da

música para a construção do conhecimento histórico no ambiente escolar.

O uso de uma canção, como fonte histórica e como recurso didático, não

deve ser concebido como um mero detalhe decorativo, que fica em um canto da

página, no livro didático, sem nenhum debate historiográfico. Ao contrário, ela deve

ser pensada como fruto de uma dada realidade histórica que está sendo estudada.

Escolhemos utilizar a música como fonte histórica, por ser um gênero

presente no cotidiano dos alunos. Estes convivem em seus momentos de lazer, com

letras e melodias, e por meio destas, conseguem fazer correlações com a realidade

na qual estão inseridos.

Nessa perspectiva, Abud defende que a música popular pode ser uma fonte

histórica muito importante, pois os compositores expressam nas letras e melodias o

pensamento sobre uma realidade, sobre as aflições de uma determinada época. Ela

propõe em seu texto que, para o desenvolvimento de conceitos nas aulas de

história, devemos fazer:

3. A MÚSICA EM SALA DE AULA: ORIENTAÇÕES

METODOLÓGICAS

13

[...] um trabalho didático, no qual as letras de músicas populares sejam colocadas como evidências de fatos históricos. Elas são representações, não se constituem num discurso neutro, mas identificam o modo como, em diferentes lugares e em diferentes tempos, uma determinada realidade social é pensada e construída (ABUD, 2005:312).

Utilizando a música em sala de aula é muito importante relacioná-la ao

contexto do assunto estudado, esclarecendo quando foi composta, quem é o seu

autor e quais os principais objetivos dela. Parte-se, então, para análise da letra,

procurando levar o aluno a perceber as possíveis relações da letra, que muitas

vezes aparenta ser uma história de amor, mas em análise mais profunda, demonstra

aspectos políticos e econômicos de períodos específicos de nossa história.

O uso da música em sala de aula requer alguma cautela e muita atenção do

professor para não valorizá-la excessivamente em detrimento do conhecimento

científico, a esse respeito nos alerta, Marcos Napolitano:

A incorporação deste tipo de documento/linguagem não deve ser tomada como panacéia para salvar o ensino de história e torná-lo mais moderno. Muito menos deve ser vista como a substituição dos conteúdos de aprendizado por atividades fechadas em si mesmas. Todo o cuidado com a incorporação das ‘novas linguagens’ é pouco, principalmente numa época de desvalorização do conteúdo socialmente acumulado pelo conhecimento científico. NAPOLITANO, (2001, p. 149).

Cabe ao professor de história, quando opta por esse tipo de fonte questioná-

la, refletir sobre o contexto em que foi produzida a letra. Enfim, para que seu uso

faça sentido para os alunos, é preciso estar claro para o professor, algumas

questões norteadoras: Como?, Por quê? E para que? Ele está utilizando essa fonte

em suas aulas. Além disso, é preciso evidenciar aos alunos que a letra da música

não retrata uma verdade absoluta, mas sim uma espécie de linguagem, com uma

intencionalidade. Nesse sentido:

[...] Devemos expor o jovem à linguagem musical de forma a criar um espaço de diálogo a respeito de música por meio dela. Como acontece com qualquer outra linguagem, cada povo, grupo social ou indivíduo tem sua expressão musical. Portanto, cabe ao professor, antes de transmitir sua própria cultura musical (no caso, relacionada ao conhecimento histórico), pesquisar o universo musical ao qual o jovem pertence e, daí, encorajar atividades relacionadas com a descoberta e construção de novas formas de conhecimento por meio da música. [...] Outro aspecto fundamental entre História, música e o processo de aprendizagem é a articulação entre texto e contexto para que a análise histórica não seja reduzida, limitando, assim, a

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própria importância do objeto analisado. […] O aluno mesmo sem conhecimento técnico, possui dispositivo (alguns inconscientes) para dialogar com a música. (ABUD, 2010, p. 61-62)

Analisar a música e sua letra enquanto representação, não como discurso

neutro desprovido de intencionalidade, ou mesmo como um retrato fiel dos

acontecimentos. Mas sim, conforme nos mostra Abud, como “[...] em diferentes

lugares e em diferentes tempos, uma determinada realidade social é pensada e

construída. Serão também instrumentos para a construção de representações

intelectuais como diferentes grupos constroem, contraditoriamente, a realidade

social”. (ABUD, 2005, p.312).

A música torna-se um importante instrumento para estimular o

desenvolvimento do pensamento histórico no processo de ensino aprendizagem. A

Música Popular Brasileira se encontra carregada de sentidos, especialmente em

relação ao tema: “A Ditadura Militar de 1964 a 1980”, período de repressão, tortura,

silêncio, onde os autores buscavam nas letras de canções, subsídios que pudessem

acalmar e preencher a inquietude frente à violência da época.

Foi pensando na necessidade de levar aos nossos alunos um conhecimento

mais aprofundado, em relação ao apresentado pelos livros didáticos, no que se

refere à ditadura e, principalmente no que diz respeito à censura, repressão,

liberdade de expressão, é que nos propusemos a utilizar a música como fonte de

aprendizagem histórica, para desenvolver este tema. Acreditamos que através deste

projeto possamos contribuir para que outros professores venham a utilizar a música,

como fonte histórica, em sala de aula.

15

Fonte: http://megaobzor.com/Cinema-Clipart---kino.html,

Nas últimas décadas, o acelerado desenvolvimento das tecnologias de

informação e comunicação produziu novas linguagens, outros modos de percepção

do espaço e do tempo. Modificaram-se os modos de aprender e ensinar.

A presença de filmes em sala de aula permite um dinamismo diferente

daquele possibilitado pelos livros didáticos. Além disso, acredita-se que o professor

de História precisa dar atenção ao cinema, com o intuito de aguçar a fantasia e a

imaginação dos alunos transformando a sala de aula em um local de reflexão e

construção do conhecimento histórico, por meio do diálogo com os filmes.

A utilização de filmes em sala de aula pode ser um meio que auxilie o

educando na construção do conhecimento histórico. Circe Bittencourt afirma:

Os filmes não são registros de uma história tal qual aconteceu, mas representações que merecem ser entendidas e percebidas não como diversão apenas, mas como um produto cultural capaz de comunicar emoções e sentimentos e transmitir informações (BITTENCOURT, 2008, p. 353).

Acredita-se, portanto, que o filme como recurso didático, é uma possibilidade

para o estudante refletir sobre a história, sobre como o cinema representa o passado

e principalmente de assistir filmes com um olhar mais atento, crítico e investigativo.

4. CINEMA NA SALA DE AULA: ORIENTAÇÕES

METODOLÓGICAS

16

Sendo assim, o filme em sala de aula, poderá se constituir numa rica fonte de

contribuição para a compreensão da História. No entanto, recai sobre o professor o

papel de interventor, que deverá proporcionar aos seus alunos a reflexão sobre os

escritos e a sua relação com as imagens produzidas pelo cinema.

É importante que o professor ao optar por um filme observe se este

acrescenta ao conteúdo a ser trabalhado. Trazer um filme para a sala de aula é levar

os alunos uma nova possibilidade de ver e entender o tema estudado, não apenas,

fonte de entretenimento.

As Diretrizes Curriculares para a Educação Pública do Estado do Paraná,

também reforçam a necessidade de utilizar os recursos midiáticos e incentivar o uso

de fontes no ensino da disciplina. Quando o professor trabalha com imagens em

movimento – filme, ele oferece documentos que podem ser transformados em

material didático de grande valia na constituição do conhecimento histórico.

Segundo as DCE da disciplina de história:

Faz-se necessário compreender que a História está narrada em diferentes documentos e pode ser confrontada, questionada e até refutada. Desta forma o aluno entenderá que as verdades são produzidas a partir de diferentes concepções de história e de documentos e que não existe uma verdade histórica única (PARANÁ, 2008, p. 68).

O uso do filme na sala de aula requer uma mediação do professor, que deve

ser cercada de cuidados técnicos, tais como: adequação a faixa etária, planejamento

antes da projeção, aula introdutória para que os alunos tomem conhecimento da

realidade apresentada na produção, dentre outros. O mais recomendável é que,

somente depois do tema ter sido trabalhado em sala de aula, o filme seja projetado.

Afinal, de nada adiantará uma discussão na qual os envolvidos não tenham

nenhuma intimidade com o assunto em debate. Após a exibição, terá início a

discussão.

O papel do professor será estimular o aluno, provocando reflexões por meio

de questões referentes ao tema. Isto sem aparentar uma imposição de um detentor

do saber, alguém que possui todas as informações e é o maior conhecedor do

assunto. O professor também é um espectador e deve se portar como tal, ou seja,

aberto a novas visões sobre o que assistiu.

17

Temos que ressaltar que nem sempre um filme é fiel à época representada,

pois os homens têm a capacidade de omitir e distorcer situações e personagens

históricos, uma vez que levam em conta interesses econômicos, sociais, políticos e

culturais. Além do que, o cinema é um produto cultural do campo do entretenimento

e não do campo didático, sendo assim, não tem compromisso com a História ou com

o ensino. Por isso mesmo a sua utilização em aula depende do trabalho do

professor.

A proposta metodológica do uso de cinema revela uma ferramenta que pode

alcançar estímulos diferenciados contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos

escolares.

http://www.imagensdahora.com.br/clipart/cliparts_categorias/escola/index.asp?pagina=3

O Projeto de Intervenção Pedagógica será implementado com os alunos do 9º

ano do Ensino Fundamental, na Escola Estadual Tiradentes, na cidade de Pitanga e

privilegiará o uso de algumas músicas da MPB como fontes históricas, com o

objetivo de fazer com que os alunos percebam a música como produtora de sentidos

ao relacioná-la com o contexto atual, com o sujeito e com a história.

5. ATIVIDADES DIDÁTICAS

18

Este projeto de intervenção, sobre o tema: A Música Popular Brasileira como

fonte de aprendizagem histórica da Ditadura Militar, objetiva ainda, possibilitar aos

alunos o estudo sobre a Ditadura Militar no Brasil, principalmente fazer com que eles

reflitam sobre termos como: ditadura, repressão, censura, por meio das músicas que

serão utilizadas como fonte histórica. A utilização das letras de músicas do período

estará amparada teórica e metodologicamente em uma bibliografia que versa sobre

a importância do uso das fontes e da música na sala de aula.

As atividades serão efetivadas no decorrer de 32 horas aulas, assim

divididas:

Nesta atividade será feita a apresentação do Projeto de Intervenção

Pedagógica aos alunos.

Antes do desenvolvimento da primeira atividade será aplicado um

questionário prévio onde os alunos serão instigados a responderem o que entendem

por fonte histórica.

6. ATIVIDADE I - Conhecimentos prévios

Conceitos de cultura, cultura popular (folclore, escultura)

c

os conceitos de cultura, cultura popular

6.1. Responda as seguintes questões

a) O que você entende por fonte histórica? Comente dando exemplos.

b) Para que servem?

c) Como são produzidas e por quem?

19

A partir do que eles responderem será elaborada uma aula, com o objetivo de

evidenciar que a construção da narrativa histórica está amparada pelas fontes

históricas que podem ser de diferentes matizes.

Assim, o objetivo é associar à resposta dos alunos a uma explicação acerca

da variedade das fontes e o uso dessas para a construção da narrativa histórica.

Dessa forma, procurar-se-á ressaltar que dentro das várias possibilidades, a

música pode ser considerada uma fonte histórica e por meio dela é possível

construir conhecimento histórico sobre um determinado período e acontecimento.

Ou seja, por meio da música é possível perceber como as pessoas vivenciaram

esses acontecimentos.

O conteúdo sobre fonte histórica será ministrado por meio de aulas

expositivas e debates, com a utilização de slides que serão apresentados na TV

pendrive, com imagens representativas sobre a temática abordada.

Após a realização desta atividade os alunos novamente responderão ao

mesmo questionário para delinear a percepção deles acerca das fontes históricas.

Também produzirão de um texto sobre o que sabem sobre o período Militar.

Tal texto embasará o desenvolvimento da atividade II.

Além disso, os alunos serão incentivados a perguntarem, por meio de um

questionário, às pessoas próximas, o que sabem sobre o período. O objetivo desse

exercício é fazer com que identifiquem as diferentes formas de percepção acerca de

um determinado fato histórico. As seguintes questões nortearão o questionário:

6.2. Entrevista junto aos seus familiares e amigos

Entrevista sobre fatos históricos

a) O que você sabe sobre o período militar?

b) Como era a liberdade de imprensa?

c) Você se recorda de algum fato marcante da época?

d) O que você entende por repressão?

e) E por censura?

f) Quais as consequências para a sociedade no que se refere ao período

da ditadura militar?

20

Nesta atividade, com base no texto dos alunos sobre o que entendem sobre o

tema “Ditadura Militar”, será organizado um debate em sala, cujo objetivo é

contextualizar o período. Também nesta aula, além das impressões dos alunos,

serão utilizadas as impressões que trouxerem de casa, fruto da pesquisa com seus

próximos. Em seguida a turma será dividida em quatro grupos e para cada grupo

será distribuído um texto (cada texto irá abordar um determinado tema, todos os

textos da Revista da Biblioteca Nacional, de abril 2005).

7. ATIVIDADE II: Contextualizando conhecimentos sobre o período da

ditadura militar

Conceitos de cultura, cultura popular (folclore, escultura)

c

os conceitos de cultura, cultura popular

O debate poderá ser mediado para que os estudantes reflitam e discutam

sobre as seguintes questões relacionadas ao golpe militar:

a) políticas;

c) sociais;

b) econômicas;

d) culturais.

7.1. Recursos complementares

<http://novahistorianet.blogspot.com.br/2009/01/o-regime-militar-de-1964.html>

<http://www.sohistoria.com.br/ef2/d. php>

<http://economia.uol.com.br/busca/?tagid=28025&tagtexto=%20Ditadura%20militar%20b

rasileira&base=google#base=google&tagid=28025&tag-

texto=%20Ditadura%20militar%20brasileira>

<http://www.memoriaestudantil.org.br/main.asp?Team=%7B6CB6B3C4-B6BF-4D56-

8B2E-286CD15F2893%7D>.

<http://www.mundosites.net/historiadobrasil/ditaduramilitar.htm>

21

Fonte: http://www.clipartguide.com/_pages/0511-0709-1418-5755.html

Após a atividade os alunos farão um texto onde colocarão suas impressões

sobre as questões abordadas. Tal atividade tem como objetivo amparar as

discussões posteriores sobre movimentos culturais de resistência ao regime.

Ao final desta atividade os alunos serão estimulados a responderem a um

questionário cujo objetivo é realizar uma sondagem sobre os seguintes temas:

7.2. Agora assista ao documentário de Bóris Fausto sobre o “Período

Militar”

Sinopse:

História do Brasil - Regime Militar - de Boris Fausto, que cobre um período

superior a 500 anos, desde as raízes da colonização portuguesa até nossos

dias. O autor narra e analisa os fatos mais importantes, com a preocupação de

revelar as grandes linhas de força que permitem compreender o sentido da

formação histórica brasileira. Com esse objetivo, detém-se na análise de

instituições fundamentais como o sistema colonial, o sistema escravista e os

regimes autoritários do século.

Fonte:

http://www.videotecas.armazemmemoria.com.br/Video.aspx?videoteca=Mg=

=&v=OTY

22

Nesta atividade os alunos serão levados ao laboratório de informática, onde

farão pesquisas seguindo um roteiro de temas previamente elaborados com base no

questionário respondido por eles no final da atividade II.

Os temas serão distribuídos entre os alunos. Após a pesquisa, estes serão

agrupados de acordo com os temas. Será dado um tempo para que discutam sobre

o que encontraram na pesquisa, para em seguida apresentarem suas impressões a

respeito dos temas para os demais alunos. A partir de suas exposições serão

trabalhados os conceitos de:

8. ATIVIDADE III: Pesquisa no Laboratório de Informática da escola

Conceitos de cultura, cultura popular (folclore, escultura)

c

os conceitos de cultura, cultura popular

7.3. Sondando os conhecimentos

a) O que você sabe sobre os movimentos de resistência decorrentes do

período da Ditadura Militar?

b) O que foi o movimento da Música Popular Brasileira (MPB)?

c) Você conhece cantores que se destacaram neste período por suas

músicas?

d) Descreva o que sabe sobre os movimentos culturais no período.

e) O que significou a repressão?

f) O que foi a censura?

Grupo I - Movimentos de Resistência;

Grupo II - Questões da MPB;

Grupo III - Movimentos Culturais;

Grupo IV - Repressão;

Grupo V - Censura .

23

Tendo por base todas as discussões realizadas nas atividades anteriores será

dado início ao trabalho com as quatro músicas: ‘Apesar de você’ e ‘Roda Viva’ de

Chico Buarque, ‘Pra não dizer que não falei das flores’ ou ‘Caminhando’ de

Geraldo Vandré e ‘Calabouço’ de Sergio Ricardo.

Escolhemos o uso da música como fonte de aprendizagem, pensando em

uma proposta de trabalho menos expositiva e mais participativa, dessa forma o

professor poderá desempenhar um novo papel em sala de aula, o de mediador, e

não, transmissor de conhecimento. Acredita-se que estes recursos e a metodologia

proposta poderão contribuir no sentido de levar o aluno a pensar historicamente e

criticamente, uma vez que o incorpora enquanto sujeito no processo de ensino

aprendizagem ao substituir a memorização, procedimento mecânico, pela reflexão

histórica por meio da aproximação com os métodos da história, a partir da análise

dos vestígios do passado em sala de aula.

Assim objetiva-se, a partir do trabalho com as fontes, que o aluno seja

estimulado a pensar e refletir criticamente sobre o seu lugar social, as diferentes

temporalidades, compare épocas e processos históricos, as relações de

tempo/espaço e a construção do discurso histórico. Enfim, que eles percebam a

peculiaridade do uso da música enquanto fonte para a produção do conhecimento

histórico.

Inicialmente, os alunos terão acesso às letras das canções, após a leitura de

cada letra, além de discutir sobre a importância da música popular brasileira no

contexto da ditadura militar, serão propostas para discussão, algumas questões

teóricas e metodológicas que surgem das relações entre História, música e a canção

9. ATIVIDADE IV: explorando as letras de músicas

Conceitos de cultura, cultura popular (folclore, escultura)

c

os conceitos de cultura, cultura popular

Para aprender mais

a) Compartilhe a sua impressão com os colegas

b) Elabore um texto destacando as reflexões sobre os conceitos

trabalhados.

24

popular. Mais especificamente, será discutido sobre a Ditadura e suas

consequências para a sociedade brasileira; sobre o papel exercido pela música, que

se firmou como uma forma de protesto para extravasar a liberdade de expressão

amordaçada; comparar as criações musicais da época com as músicas de protestos

contemporâneas, de interesse dos alunos.

Após essa reflexão mais geral sobre o tema e o assunto abordado em cada

canção, poderá ser feito a compreensão do texto, como: vocabulário, espaços e

tempo, dados importantes da vida dos compositores (biografia, carreira, temáticas

abordadas por eles, envolvimento com questões políticas na época), dentre outros

aspectos que possam surgir no decorrer da aula. Sempre após o trabalho com as

músicas os alunos produzirão uma letra de música de qualquer ritmo, ressaltando

suas impressões sobre os aspectos e conceitos contidos nas letras.

Fonte: http://openclipart.org/detail/171468/musical-1-by-andinuryadin-171468.

9.1. CONHECENDO ALGUMAS MÚSICAS: Agora vamos conhecer algumas

músicas que durante o período militar se tornaram verdadeiros hinos

contra a repressão e censura.

25

A música faz referência direta, porém implícita, ao presidente daquele

momento, o general Emílio Garrastazu Médici, cujo governo foi um dos mais

repressivos e violentos da era militar, sendo difundida no ano de 1970. O autor

assume que a escreveu como crítica à ditadura militar, momento difícil da repressão

e censura. Após o retorno do exílio, o compositor entende que foram poucas as

mudanças no país, e escreve a canção.

Ao enviá-la para a censura, surpreendentemente a canção não foi censurada,

chegando a comercializar mais de 100 mil compactos em apenas uma semana.

Contudo, a música foi censurada, depois do conhecimento de uma impressão

publicada em um jornal, comentando que o “você” referido na canção dizia respeito

ao presidente Médici.

MÚSICA: “Apesar de você”

PARA APRENDER MAIS: Assista ao vídeo da música “Apesar de você”, de

Chico Buarque

Fonte:

http://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0>

9.2. Para saber mais!!!

26

Após essa ocorrência, as canções de Chico Buarque, antes de terem a

aprovação para lançamento no mercado eram ouvidas atentamente com mais rigor

pela censura. A letra de “Apesar de Você” faz uma crítica severa à forma pela qual

as repressões ditatoriais eram realizadas no período, alertando para o que poderia

acontecer, caso as pessoas estivessem satisfeitas com a situação. Fonte:

http://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/4/, acesso em: 22/07/2013.

Uma roda viva concebe a roda ceifa, que arrebata tudo aquilo que ainda está

em desenvolvimento. Nesta roda destrutiva encontram-se os militares da época,

MÚSICA: “Roda Viva”

“Apesar de Você”, de Chico Buarque

Fonte:

< http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/apesar-de-

voce.html#ixzz2dStmQGkl>,

Vamos assistir ao vídeoclip “Roda Viva”

Fonte:

<http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c>.

9.3. Para saber mais!... Militares da Época.

27

uma vez que em tempos de ditadura, era proibida reunião de grupos de amigos na

rua, e isso fica evidente na canção: “Roda Viva”, do mesmo compositor, que reporta-

se também à época da repressão, da censura, da busca incansável pela liberdade.

Esta canção tornou-se um hino de resistência do movimento civil e estudantil,

que fazia oposição à ditadura militar, representando, assim, um período em que

havia certa liberdade de produção musical, pois é o período dos “festivais da

canção”. Esta música foi a última ainda representativa dos festivais e sobre a qual se

MÚSICA: “Pra não dizer que não falei das

flores”

Fonte:

http://cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/chicobuarquedehollanda_

rodaviva.htm

Fonte:

<http://letras.mus.br/chico-buarque/45167/>

Assista ao vídeoclip:

<http://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k

9.4. Para saber mais!... Movimento de 1968.

28

abateu a censura desde então, em 1968, com a decretação do AI 5 (Ato Institucional

nº 5) e o endurecimento do Regime Militar.

A música comporta sentidos e significados, uma vez que narra a história do

assassinato do jovem Édson Luis de Lima Souto, no dia 29 de março de 1968, pela

PM (Policia Militar). A morte do jovem até então desconhecido, levou o país a uma

crise e o povo a uma indignação.

MÚSICA: Calabouço

Fonte:

http://musicasbrasileiras.wordpress.com

Fonte:

http://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-

das-flores.html#ixzz2dSjwEd4y,

Assista ao vídeoclip:

Fonte:

http://www.youtube.com/watch?v=mBMQyQbrQf4>

9.5. Para saber mais!!! Calabouço.

29

Após a apresentação das músicas, bem como de sua letra utilizaremos o

roteiro norteador sugerido por Kátia Abud (2010, p.73-74-75) para que os alunos

analisem.

Assista ao vídeoclip:

Fonte:

http://www.luizamerico.com.br/fundamentais-sergioricardo_.php

Letra disponível em: < http://letras.mus.br/sergio-ricardo/481467/>

Atividades em Grupo:

a) Elaborar uma linha do tempo contextualizando cada uma das canções.

b) Em relação às músicas destaque o seguinte:

Gênero musical;

Ritmo;

Instrumento Musical.

c) Em relação à letra, responda:

Quais foram os grupos sociais citados?

Como foram descritos estes grupos sociais?

d) Em relação aos compositores: Chico Buarque, Geraldo Vandré e Sérgio

Ricardo, faça uma pesquisa e enfatize:

O Início da carreira;

Os Festivais que participaram;

As Participações em movimentos por meio da música;

30

Para fazer a articulação e complementar o conteúdo que está sendo

trabalhado incluímos o cinema. Nesta atividade a turma irá analisar trechos do filme

“O ano em que meus pais saíram de Férias”, faixa etária 10 anos. Neste caso, a

base do trabalho será: postulados teóricos metodológicos que versam sobre a

questão do filme como fonte histórica e o seu uso em sala de aula.

O filme versa sobre a vida de um garoto mineiro de 12 anos, (Michel Joelsas)

que no filme é chamado Mauro. O menino adora futebol e jogo de botões. Num

determinado dia, a vida do menino se transforma completamente, pois fica sabendo

que seus pais saíram de férias de forma imprevista, sem motivo real para ele.

No filme, os pais de Mauro são forçados a fugirem, perseguidos pela ditadura

militar por serem da esquerda. O menino é deixado com o avô paterno (Paulo

Autran) que enfrenta muitos problemas, fazendo com o menino fique com Shlomo

(Germano Haiut), um velho judeu vizinho que vive sozinho. Enquanto espera o

telefonema dos pais, o menino é defrontado com uma nova e sofrida realidade, com

10. ATIVIDADE V: Análise do filme

Conceitos de cultura, cultura popular (folclore, escultura)

c

os conceitos de cultura, cultura popular

Assista trechos do filme: “O ano em que meus pais saíram de férias”.

Fonte:

http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17

690

10.1. Para conhecer um pouco do filme segue sinopse

31

momentos de tristeza em razão da situação vivenciada, e ao mesmo tempo de

alegria ao acompanhar a atuação da seleção brasileira de futebol na Copa do

Mundo.

O último exercício será realizado a partir das atividades trabalhadas

anteriormente. O objetivo é fazer um paralelo com o livro didático adotado pela

11. ATIVIDADE VI: Refletindo sobre o tema

Conceitos de cultura, cultura popular (folclore, escultura)

c

os conceitos de cultura, cultura popular

Assista ao filme: “O ano em que meus pais saíram de férias”.

Fonte:

http://sbprp.blogspot.com.br/2013/05/o-ano-em-que-meus-pais-sairam-de-

ferias.html

Construindo Painéis

Com base nas análises das músicas e do filme apresentado, os alunos

serão estimulados a confrontarem as letras analisadas com os trechos

selecionados e construirão painéis com legendas, expressando a sua

compreensão a respeito do que entendeu sobre o período militar.

Não se esqueça de destacar questões como:

Liberdade de expressão;

Repressão;

Sociedade;

Censura.

11.1. Para refletir e responder

32

escola. Então, Nessa atividade, faremos a reflexão sobre como o conteúdo (tema)

desse trabalho é abordado pelo material didático a partir do seguinte roteiro:

Para refletir e responder

a) Como o livro didático aborda o tema Ditadura Militar?

b) O livro didático apresenta algum artista da época?

c) Apresenta alguma composição musical?

d) Como a música está inclusa no tema?

e) Quanto ao cinema. Tem alguma sugestão de filme que podemos abordar o

conteúdo?

f) Em sua opinião, a forma que abordamos o conteúdo facilitou sua

aprendizagem?

g) Você considera o uso de música como fonte importante para sua

aprendizagem?

Bom trabalho!

33

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caros colegas,

Procurei elaborar esta unidade Didática para que possa ser útil no seu dia a

dia em sala de aula. Escolhemos a música como fonte de aprendizagem, pensando

em uma proposta de trabalho menos expositiva e mais participativa, dessa forma o

professor poderá desempenhar um novo papel em sala de aula, o de mediador, e

não, transmissor de conhecimento. Acredita-se que estes recursos e a metodologia

proposta poderão contribuir no sentido de levar o aluno a pensar historicamente e

criticamente, uma vez que o incorpora enquanto sujeito no processo de ensino

aprendizagem ao substituir a memorização, procedimento mecânico, pela reflexão

histórica por meio da aproximação com os métodos da história, a partir da análise

dos vestígios do passado em sala de aula.

Percebemos que a música e cinema podem ser considerados uma importante

fonte para as aulas de História, contribuindo para o processo de ensino-

aprendizagem.

Espero que ela ofereça contribuições para o enriquecimento do seu trabalho

em sala de aula, e que surjam outros trabalhos a partir desse.

34

13. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABUD, Katia Maria. Registro e representação do cotidiano: a música popular na aula de história. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 309-317, set/dez. 2005. BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2009. ____________. O Ensino de História Fundamentos e Métodos. São Paulo, Cortez: 2004. CAIMI, Flávia Eloísa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar. Anos 90. Porto Alegre, volume 15, n. 28, p. 129-150, dez. de 2008. FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2008. _________. Didática e prática de ensino de história. 11. ed. São Paulo: Papirus, 2003. _________. Didática e prática de ensino de história: Experiências, reflexões e aprendizados. Campinas: Papirus, 1993. _________. Didática e prática de ensino de História. Campinas - SP: Papirus, 2005. NAPOLITANO, Marcos. História e música. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. _________. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto. 2005. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado do Paraná. História, 2008. PEREIRA, Nilton Mullet; SEFFENER, Fernando. O que pode o ensino de história? Sobre o uso de fontes na sala de aula. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, p. 113-128, dez. 2008. PIROLI, S. M. Ditadura Militar No Brasil (pós-64) através da música: uma experiência em sala de aula. Artigo apresentado ao Programa de Desenvolvimento da Educação do Paraná, de 2007. SARITA, Maria Pieroli, Ditadura Militar no Brasil (pós-64) através da música: Uma experiência em sala de aula. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/648-4.pdf - consultado em 25 de março de 2013. SHIMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2004. VENTURA, Zuenir. 1968, o ano que não terminou. Edição integral. São Paulo: Editora: Nova Fronteira, 1998.

35

XAVIER, Érica da Silva. O uso das fontes históricas como ferramentas na produção de conhecimento histórico. Antíteses, v.3, n.6, p. 1097-1112m jul.-dez, 2010. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/5062/7069>. Acesso em: 15 jun. de 2013.

36

14. REFERÊNCIA DE SITES

Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k, acessado em 18/07/2013. Disponível em: http://musicasbrasileiras.wordpress.com/page/4/, acessado em: 22/07/2013. Disponível em: < http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/apesar-de-voce.html#ixzz2dStmQGkl>, acessado em: 22/07/2013. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=HRFw5u5wR4c>, acessado em 18/07/2013. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=1KskJDDW93k, acessado em 18/07/2013. Disponível em: http://cmais.com.br/aloescola/literatura/poesias/chicobuarquedehollanda_rodaviva.htm, acessado em 22/07/2013. Disponível em: <http://letras.mus.br/chico-buarque/45167/>, acessado em 22/07/2013. Disponível em: http://musicasbrasileiras.wordpress.com, acessado em 22/07/2013. Disponível em: http://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores.html#ixzz2dSjwEd4y, acessado em 22/07/2013. Disponível em: 18- http://www.youtube.com/watch?v=mBMQyQbrQf4>, acessado em 22/07/2013. Disponível em: 19- http://www.luizamerico.com.br/fundamentais-sergioricardo_.php, acessado em 22/07/2013. Disponível em: Letra disponível em: < http://letras.mus.br/sergio-ricardo/481467/>, acessado em 24/07/2013. Disponível em: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17690, acessado em 26/07/2013. Disponível em: http://sbprp.blogspot.com.br/2013/05/o-ano-em-que-meus-pais-sairam-de-ferias.html, acessado em 31/07/2013. Disponível em: <http://www.sohistoria.com.br/ef2/d. php>, acessado em 11/11/2013. Disponível em: http://economia.uol.com.br/busca/?tagid=28025&tagtexto=%20Ditadura%20militar%20brasileira&base=google#base=google&tagid=28025&tag-texto=%20Ditadura%20militar%20brasileira>, acessado em 11/11/2013.

37

Disponível em: <http://www.memoriaestudantil.org.br/main.asp?Team=%7B6CB6B3C4-B6BF-4D56-8B2E-286CD15F2893%7D>, Acessado em 11/11/2013. Disponível em: <http://www.mundosites.net/historiadobrasil/ditaduramilitar.htm>, acessado em 11/11/2013. Disponível em: http://www.videotecas.armazemmemoria.com.br/Video.aspx?videoteca=Mg==&v=OTY , acessado em 11/11/2013. Disponível em: <http://novahistorianet.blogspot.com.br/2009/01/o-regime-militar-de-1964.html>, acessado em 13/11/2013. Disponível em: http://www.clipartguide.com/_pages/0511-0709-1418-5755.html, acessado em 13/11/2013. Disponível em: http://openclipart.org/detail/171468/musical-1-by-andinuryadin-171468, acessado em 13/11/2013. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=33-bMTOlvx0>, acessado em 13/11/2013. Disponível em: Fonte: http://megaobzor.com/Cinema-Clipart---kino.html, acessado em 15/11/2013. Disponível em: http://background-pictures.feedio.net/music-poster-design-in-photoshop/entheosweb.com*photoshop*images*music_poster*Final%20result.jpg/, acessado em 15/11/2013. Disponível em: http://www.imagensdahora.com.br/clipart/cliparts_categorias/escola/index.asp?pagina=3, acessado em 15/11/2013.